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Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – UNIP (2013). Especialista em Gestão da Tecnologia
da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010), Engenheiro de Telecomunicações pela
Universidade de Pernambuco (2008). Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e COBIT v4.1 Foundation.
Professor das disciplinas de Tecnologia da Informação dos cursos de graduação (presencial e a distância) em Gestão
de TI do Centro Universitário do Senac. Professor de disciplinas de Tecnologia da Informação e Redes de Computadores
na Universidade Paulista – UNIP. Professor de disciplinas técnicas de Telecomunicações do Instituto Técnico de Barueri.
Tem experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas
do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações.
CDU 621.315.2
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Carla Moro
Ana Fazzio
Sumário
Cabeamento Estruturado
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 ELETRICIDADE.................................................................................................................................................... 11
1.1 Eletricidade básica................................................................................................................................ 11
1.1.1 Conceitos básicos......................................................................................................................................11
1.1.2 Resistência elétrica e condutância elétrica................................................................................... 13
1.1.3 Correntes e tensões elétricas.............................................................................................................. 15
1.1.4 Circuitos elétricos.................................................................................................................................... 16
1.1.5 Indução eletromagnética..................................................................................................................... 17
1.1.6 Instrumentos de medidas elétricas.................................................................................................. 17
1.2 Sistemas de proteção elétrica.......................................................................................................... 19
1.2.1 Instalações elétricas .............................................................................................................................. 19
1.2.2 Segurança em instalações elétricas ................................................................................................ 20
1.2.3 Aterramento ............................................................................................................................................. 21
2 MEIOS DE TRANSMISSÃO NAS REDES DE COMPUTADORES.......................................................... 23
2.1 Elementos das redes de computadores........................................................................................ 23
2.1.1 Histórico e conceitos básicos em redes de dados e cabeamento........................................ 23
2.1.2 Protocolos e modelos de rede............................................................................................................ 24
2.1.3 Classificação das redes de computadores..................................................................................... 29
2.1.4 Arquiteturas e topologias de rede.................................................................................................... 31
2.1.5 Equipamentos e dispositivos de rede.............................................................................................. 32
2.1.6 Ethernet....................................................................................................................................................... 36
2.2 Meios de transmissão.......................................................................................................................... 37
2.2.1 Conceitos básicos em meios físicos.................................................................................................. 37
2.2.2 Tipos de meios físicos............................................................................................................................. 38
2.2.3 Efeitos indesejáveis nos meios físicos............................................................................................. 40
2.2.4 Proteção elétrica para o sistema de cabeamento de redes.................................................... 40
2.2.5 Diferenças entre compatibilidade eletromagnética e
interferência eletromagnética....................................................................................................................... 44
Unidade II
3 CABOS METÁLICOS.......................................................................................................................................... 49
3.1 Cabos coaxiais......................................................................................................................................... 49
3.1.1 Histórico e evolução............................................................................................................................... 49
3.1.2 Construção de um cabo coaxial........................................................................................................ 49
3.1.3 Propriedades e vantagens dos cabos coaxiais............................................................................. 50
3.1.4 Tipos e categorizações de cabos coaxiais...................................................................................... 51
3.1.5 Conectores de cabos coaxiais............................................................................................................. 53
3.1.6 Uso de cabos coaxiais em redes de computadores.................................................................... 55
3.2 Cabos de pares trançados.................................................................................................................. 57
3.2.1 Histórico e introdução........................................................................................................................... 57
3.2.2 O cabo de par trançado e a sua topologia.................................................................................... 60
3.2.3 Tipos de cabos de pares trançados................................................................................................... 60
3.2.4 Categorias de cabos de pares trançados........................................................................................ 62
3.2.5 Conectores para cabos de pares trançados................................................................................... 64
4 FIBRA ÓPTICA..................................................................................................................................................... 68
4.1 Conceitos.................................................................................................................................................. 68
4.1.1 Histórico das comunicações ópticas................................................................................................ 68
4.1.2 Vantagens das comunicações ópticas............................................................................................. 69
4.1.3 Natureza da luz........................................................................................................................................ 70
4.1.4 Propagação da luz em uma fibra óptica........................................................................................ 71
4.2 Tipos de fibras ópticas e conectores.............................................................................................. 74
4.2.1 Fibra óptica multimodo......................................................................................................................... 74
4.2.2 Fibra óptica monomodo........................................................................................................................ 74
4.2.3 Conectores ópticos.................................................................................................................................. 75
Unidade III
5 NOÇÕES DE CABEAMENTO ESTRUTURADO........................................................................................... 79
5.1 Histórico e introdução do cabeamento estruturado.............................................................. 79
5.1.1 Histórico e conceitos de cabeamento estruturado.................................................................... 79
5.1.2 Categorias e classes de desempenho............................................................................................... 82
5.1.3 Subsistemas de cabeamento estruturado e seus espaços relacionados........................... 83
5.2 Normas de cabeamento estruturado............................................................................................ 85
5.2.1 Organizações padronizadoras............................................................................................................. 85
5.2.2 Normas ANSI/TIA para cabeamento estruturado....................................................................... 86
5.2.3 Normas ISO/ABNT para cabeamento estruturado...................................................................... 87
6 SUBSISTEMAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO............................................................................... 88
6.1 Subsistema de cabeamento horizontal........................................................................................ 88
6.1.1 Introdução.................................................................................................................................................. 88
6.1.2 Componentes do cabeamento horizontal..................................................................................... 89
6.1.3 Métodos de interconexão..................................................................................................................... 91
6.1.4 Ponto de consolidação e tomadas de telecomunicações multiusuários ......................... 93
6.1.5 Cabeamento óptico horizontal.......................................................................................................... 96
6.2 Subsistema de cabeamento vertical.............................................................................................. 99
6.2.1 Introdução.................................................................................................................................................. 99
6.2.2 Cabeamento de backbone de edifício...........................................................................................101
6.2.3 Cabeamento de backbone de campus..........................................................................................103
Unidade IV
7 ESPAÇOS EM SISTEMAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO..........................................................109
7.1 Área de trabalho..................................................................................................................................109
7.1.1 Introdução................................................................................................................................................109
7.1.2 Especificações da área de trabalho..................................................................................................111
7.2 Espaços de telecomunicações........................................................................................................112
7.2.1 Sala de telecomunicações..................................................................................................................112
7.2.2 Sala de equipamentos.........................................................................................................................117
7.2.3 Infraestrutura de entrada................................................................................................................... 119
7.2.4 Requisitos importantes nos espaços de telecomunicações................................................ 123
8 IMPLEMENTAÇÃO DO CABEAMENTO ESTRUTURADO.....................................................................123
8.1 Testes e certificação do cabeamento estruturado.................................................................123
8.1.1 Testes do cabeamento de par metálico....................................................................................... 123
8.1.2 Testes do cabeamento de par metálico: wiremap, comprimento
e perda de inserção......................................................................................................................................... 124
8.1.3 Testes do cabeamento de par metálico: diafonia.................................................................... 126
8.1.4 Testes do cabeamento de par metálico: outros testes...........................................................131
8.1.5 Testes de campo.................................................................................................................................... 133
8.1.6 Testes do cabeamento óptico.......................................................................................................... 135
8.2 Práticas de instalação e gerenciamento do cabeamento estruturado..........................138
8.2.1 Projetos em cabeamento estruturado.......................................................................................... 138
8.2.2 Metodologia para gerenciamento de projetos..........................................................................141
8.2.3 Práticas de instalação do cabeamento estruturado com pares trançados................... 146
8.2.4 Práticas de instalação do cabeamento estruturado com fibras ópticas........................ 148
8.2.5 Encaminhamento de cabos.............................................................................................................. 150
8.2.6 Administração do cabeamento estruturado.............................................................................. 153
APRESENTAÇÃO
A fim de propiciar um melhor entendimento sobre os meios físicos que utilizam condutores metálicos,
serão abordados os conceitos de eletricidade e de instalações elétricas. Essas abordagens apresentarão
conceitos de corrente, tensão, potência e resistência elétrica, destacando questões voltadas para o
aterramento e a blindagem de cabos.
Ao ler este livro-texto, espera-se que o aluno não somente tome conhecimento de normas de
cabeamento estruturado, mas também perceba a importância do seu uso estratégico nas redes de
computadores, principalmente sob o aspecto prático.
Em seguida, retomaremos o estudo dos meios físicos, agora com maior grau de detalhamento para
os meios confinados. Falaremos sobre os meios físicos que utilizam condutores metálicos e faremos um
estudo sobre as fibras ópticas.
Também trataremos do cabeamento estruturado propriamente dito e as suas normas. Primeiro, será
apresentado um histórico, os conceitos principais, as normas, as categorias e as classes de desempenho.
Depois, entraremos nos subsistemas de cabeamento estruturado vertical e horizontal.
Esperamos que você tenha uma boa leitura e se sinta motivado a ler e conhecer mais sobre
cabeamento estruturado não somente por meio deste material, mas também procurando a bibliografia
sugerida, além das normas vigentes.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
Atualmente, são cada vez mais escassos os processos de negócio ou as rotinas de nosso dia a dia que
não façam uso de uma ferramenta tecnológica. Essas ferramentas estão ligadas em rede e à internet,
fazendo com que esses recursos se revelem com uma considerável importância para a sociedade.
9
As redes, chamadas de redes de computadores, são formadas por quatro elementos básicos: as
mensagens, os protocolos, os dispositivos e os meios físicos. Este último precisa receber uma grande
atenção sob pena de afetar o desempenho, a qualidade e a eficiência dos projetos e da implementação
de redes de computadores, principalmente as redes locais, conhecidas como LAN (Local Area Network).
Durante um bom tempo, o cabeamento para as redes de comunicação de voz era distinto das redes
de comunicação de dados. Os cabos utilizados nas redes de telefonia (voz), embora fossem de pares
metálicos, não eram obrigatoriamente trançados e seguiam padrões próprios diferentes do padrão de
cabeamento estruturado. As primeiras redes de comunicação de dados utilizavam os cabos coaxiais e se
apresentavam com uma realidade totalmente diferente da contemplada nos dias de hoje.
Com a evolução da tecnologia ethernet em camadas de enlace e física, mais especificamente com
uso dos cabos de pares trançados metálicos, o padrão de cabeamento estruturado com características
modernas foi se desenvolvendo. Isso favoreceu a ideia de um sistema de cabos e hardwares de conexão,
atendendo a todos os tipos de comunicação, seja de voz, seja de dados.
Hoje, o padrão de cabeamento estruturado unifica processos, normas e práticas para projetos
de implementação de meios físicos confinados em uma LAN, mesmo com a presença de múltiplas
infraestruturas e dos mais variados protocolos em todas as camadas mais superiores dos modelos
de rede.
10
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Unidade I
1 ELETRICIDADE
Além de todas essas constatações positivas do uso da eletricidade, é possível também afirmar que,
graças a ela, ocorre a comunicação de dados em uma rede de computadores por meio de um cabo
construído a partir do cobre.
11
Unidade I
Elétrons Núcleo
Alguns átomos têm a capacidade de ceder ou de receber elétrons de outros átomos, criando um
fluxo de elétrons entre corpos. Essa transferência acaba por gerar um desequilíbrio de cargas positivas
e negativas em um determinado corpo. Assim, os corpos que possuem a mesma carga (considerando
ambos positivos ou ambos negativos) se repelem, ao passo que corpos com cargas opostas se atraem.
- - + + + -
Figura 2 – Os elétrons e o núcleo de um átomo
Observação
12
CABEAMENTO ESTRUTURADO
O fluxo de elétrons, gerado a partir de um ddp, é chamado de corrente elétrica e é representado pela
unidade fundamental Ampere (A). Em materiais condutores metálicos, verifica-se uma corrente elétrica
com deslocamento de cargas negativas do potencial menor para o potencial maior.
Quando utilizado como meio físico de comunicação em uma rede de computadores, um cabo de
cobre, que é um material condutor, transporta a informação por meio da corrente elétrica, de forma
instantânea, com velocidade próxima ao valor de 300.000 quilômetros por segundo (velocidade da luz).
Fazendo uma comparação com o deslocamento de água em um cano, é como se a água percorresse
aproximadamente 300.000 quilômetros em praticamente 1 segundo.
Observação
Além das grandezas fundamentais elétricas já vistas, há a resistência como resultado da característica
que todo material possui: a resistividade, ou resistência específica, que é representada pela letra grega
ρ (lê‑se rho).
A partir da resistividade, encontra-se a resistência elétrica, que diz respeito à oposição exercida à
passagem da corrente elétrica. Isso se dá porque os elétrons encontram uma dificuldade natural em se
deslocar, isto é, movimentarem-se pelas estruturas atômicas dos materiais.
A letra R é utilizada para representação da resistência, que tem como unidade de medida o ohm (Ω).
Lembrando que o seu valor está sempre relacionado à natureza dos materiais, sua temperatura e suas
dimensões. Ao mencionar dimensões, afirma-se que o modo de se encontrar a resistência elétrica é:
L
R
A
13
Unidade I
O cálculo da resistência também pode ser obtido por meio da Primeira Lei de Ohm. Essa lei enuncia
que um bipolo passivo (dispositivo de dois terminais) consome a energia elétrica fornecida por uma
fonte de tensão elétrica, provocando uma queda de potencial no circuito elétrico.
Em consequência da resistência encontrada nos corpos, o impacto causado pelos elétrons nos
átomos gera uma transferência da energia para os elétrons, causando grande agitação e consequente
aumento da temperatura. O aumento de temperatura, em consequência da passagem dos elétrons, é
conhecido como efeito Joule.
O dispositivo utilizado em eletricidade que possui uma resistência fixa, sob condições normais,
recebe o nome de resistor. Um bom exemplo de uso de resistores é no chuveiro elétrico, composto de
um resistor, que, ao deixar-se percorrer por uma corrente elétrica, aquece-se e faz com que a água
também seja aquecida.
Aqueles materiais que possuem alta condutância elétrica (consequentemente baixa resistência
elétrica) são chamados de condutores. Entre exemplos de condutores estão o cobre, o alumínio e a prata,
cada um deles com suas diferenças e particularidades.
De forma inversa, existem os materiais isolantes que possuem altos valores de resistência para
passagem da corrente elétrica; no entanto, não se pode afirmar que não há a passagem de poucos
elétrons, ou seja, um pouco de condutância. Entre exemplos de isolantes estão o papel, a madeira, o
plástico, a borracha, o vidro e a mica.
14
CABEAMENTO ESTRUTURADO
As correntes e tensões elétricas podem ser contínuas ou alternadas. Na forma contínua, conhecida
por CC ou DC, o valor de tensão ou de corrente não varia a polaridade (sentido) com o decorrer do
tempo. Na forma alternada, conhecida por CA ou AC, o valor de tensão ou de corrente varia a polaridade
(sentido) com o decorrer do tempo.
A geração de tensão elétrica pode ocorrer de diversas maneiras, sempre considerando que há uma
transformação de uma forma de energia em outra, produzindo, assim, um desequilíbrio de elétrons
entre dois terminais.
As principais fontes de tensão elétrica contínua são as pilhas e as baterias. Elas possuem uma
diferença de potencial elétrico entre os seus polos, a partir das reações químicas, e são capazes de gerar
uma corrente elétrica para um circuito elétrico interligado aos seus polos.
A forma mais simples de geração de uma tensão elétrica alternada é por meio de um gerador, que
converte a energia mecânica em energia elétrica. Essa energia mecânica pode ser oriunda da queima de
um combustível, por exemplo, da energia térmica ou do giro de uma turbina em uma usina hidroelétrica.
A figura a seguir mostra gráficos de correntes e tensões contínuas e alternadas, com a simbologia
das respectivas fontes de alimentação:
Tempo Tempo
0 0
-
V
+
-I -V
Corrente cc Tensão cc
Tensão ca Corrente ca
V I
+ +
+ +
0 0
- Tempo -
- -
15
Unidade I
Observação
Um circuito elétrico é um caminho fechado por onde circula uma corrente elétrica. É composto
de fonte de tensão, condutores, carga e instrumento de controle, conforme pode ser visto na
figura a seguir:
Condutor
+
Fonte de Carga
tensão (resistor)
-
Controle (chave)
Condutor
No circuito elétrico apresentado, encontra-se uma fonte de tensão contínua (uma bateria) que vai
produzir um fluxo de corrente elétrica. Também há uma carga, que é um resistor, além de um condutor
e uma chave liga-desliga do circuito.
Outros circuitos podem ser construídos com um maior grau de complexidade. Não obstante,
a sua composição segue a ideia do mais elementar dos circuitos (formados por fonte, carga,
condutores e controle).
Saiba mais
16
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Qualquer carga elétrica em movimento, ou seja, produzindo um fluxo de corrente elétrica, gera
um campo magnético. Essa realidade é facilmente percebida quando um condutor, conduzindo uma
corrente elétrica, é capaz de formar um campo magnético circular (ao seu redor).
Assim como uma corrente elétrica variável tem a capacidade de gerar um campo magnético, um
campo magnético tem a capacidade de gerar uma corrente elétrica por meio de um fenômeno chamado
de indução eletromagnética.
A corrente elétrica, gerada por um campo magnético, é provocada pela tensão elétrica induzida
no condutor. Essa tensão é conhecida por força eletromotriz e é a base para o entendimento de
toda a formação da corrente alternada, além da teoria que cerca a transmissão em meios sem fio e
todos os processos relacionados às interferências eletromagnéticas sofridas pelos cabos utilizados
nas redes de computadores.
Por esse motivo é que um cabo utilizado em redes de computadores, quando submetido à ação de
campos eletromagnéticos (formado por campos elétricos e magnéticos), pode ter as transmissões de
seus sinais com falhas devido aos ruídos e interferências, causando a degradação dos sinais.
As grandezas elétricas devem ser medidas utilizando-se instrumentos adequados para tal uso,
que podem ser digitais ou analógicos (estes quase em desuso). Um instrumento de medida analógico
apresenta a sua leitura por meio de um ponteiro defletindo sobre uma escala gradual. Um medidor
digital apresenta a sua leitura em um display, normalmente com um valor de fundo de escala.
17
Unidade I
Observação
18
CABEAMENTO ESTRUTURADO
• Equipamento elétrico: considerado uma unidade funcional, completa e distinta, que exerce
funções de geração, transmissão, distribuição ou utilização de energia elétrica. Os equipamentos
podem ser fixos, estacionários, portáteis, manuais.
• Linha elétrica: constituída por um ou mais condutores e os seus elementos de fixação e suporte,
além de todas as proteções mecânicas necessárias.
19
Unidade I
• Carga elétrica: além de expressar valor em eletricidade, pode ser compreendido como um
equipamento que absorve potência elétrica.
Em uma instalação elétrica, os circuitos são formados pelos condutores elétricos, dispositivos
interligados, dispositivos de proteção, dispositivos de comando, tomadas de corrente, dentre outros.
Esses circuitos precisam prezar pela prevenção de faltas elétricas, além de facilitar inspeções, ensaios e
manutenção, evitando todos os perigos oriundos de falhas.
Os estudos sobre os perigos da corrente elétrica para os seres humanos iniciaram-se em 1930, com
o objetivo de mapear o nível de periculosidade da corrente elétrica em animais e humanos.
20
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Entretanto, foi em 1974 que um grupo de estudiosos da engenharia elétrica, após longas pesquisas,
publicaram o primeiro documento internacional contendo orientações básicas para proteção contra
choques elétricos em instalações elétricas. Esse documento é conhecido como a publicação 479 da
Comissão Internacional de Eletrotécnica (IEC) e foi a base para a criação da norma brasileira NBR 6533
sobre proteção contra choques elétricos.
Todo choque elétrico gera, em maior ou menor intensidade, o desenvolvimento de calor devido
ao efeito Joule (esse efeito demonstra o calor gerado a partir de um fluxo de elétrons), podendo
produzir queimaduras, dependendo, é claro, da densidade de corrente elétrica e do tempo de ação no
organismo humano.
Os efeitos gerados pelo choque elétrico devem ser considerados a partir do entendimento de que
o corpo humano é composto de forma heterogênea de líquidos e tecidos orgânicos de resistividade
variável. Os valores mais altos são encontrados na pele, no tecido ósseo e no tecido adiposo.
Além das condições ambientais, as condições fisiológicas também influenciam nos efeitos
do choque porque estão relacionadas à resistência do corpo humano, que é variável. Dentre
os fatores, é possível considerar: estado da pele; local do contato; área de contato; pressão de
contato; duração do contato; natureza do contato; taxa de álcool no sangue; tensão elétrica
do choque.
As normas estabelecem uma série de ações para a prevenção e o consequente aumento da segurança.
Dentre elas: isolação das partes vivas (energizadas); barreiras e invólucros de proteção; obstáculos;
colocação fora do alcance das pessoas; dispositivos de proteção à corrente diferencial-residual; utilização
de esquemas de aterramento elétrico.
Saiba mais
1.2.3 Aterramento
Para entender o aterramento como peça fundamental em qualquer instalação elétrica, é preciso
compreender que a terra (solo) é um condutor desejado pela corrente elétrica, ou seja, para onde ela
sempre tenta fluir. A tabela a seguir apresenta a condutividade de alguns solos:
21
Unidade I
Lembrete
• Aterramento de proteção: obtido por meio da ligação das estruturas metálicas e metais condutores
à terra.
• Aterramento de trabalho: obtido por meio da interligação temporária do sistema elétrico à terra.
• Eletrodo de aterramento: é o condutor ligado diretamente à terra, por onde transita a corrente elétrica.
• Tensão de aterramento: é a ddp encontrada entre o ponto em que se situa o eletrodo e a distância
nula de potencial.
22
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Exemplo de aplicação
A partir do crescimento das redes de comunicação de dados, o fluxo da informação ficou cada
vez mais eficiente e eficaz. Isso porque a forma como as pessoas se comunicam evoluiu e muito,
considerando o papel decisivo da internet.
23
Unidade I
Uma nova sociedade global está cada vez mais despontando, e a vida em todas as áreas foi
modificada. Seja no trabalho, na escola, na família, nas formas de diversão, enfim, quase tudo é
possível com apenas poucos cliques e sem tantos esforços graças à internet.
A mensagem é aquilo que se deseja transmitir entre a origem e o destino. Formação, codificação e
formatação da mensagem obedecem a regras conhecidas como protocolos.
Os protocolos são as regras que os dispositivos de rede usam para se comunicar. Os meios
físicos são os meios de transporte que permitem a transmissão de dados. Também são conhecidos
como canais de comunicação. Eles dividem-se em:
• Meios não confinados ou não guiados: quando o sinal se propaga pelo ar, por meio de
ondas eletromagnéticas.
• Dispositivos intermediários: conectam os hosts individuais à rede e podem conectar várias redes
individuais para formar uma rede interconectada.
Uma comunicação entre duas pessoas é repleta de regras – formais ou informais. Em um tribunal,
quando o advogado, o juiz, as testemunhas ou os réus querem falar, há normas prescritas por um
regimento. Da mesma forma, na comunicação entre computadores, existem normas: os protocolos.
24
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Os protocolos podem ser considerados como acordos ou regras que regem os processos de
comunicação de dados. Eles normalmente são criados em um contexto descrito por um modelo ou
padrão, não operando de maneira isolada, mas totalmente interligados, formando uma pilha de
protocolos. Isso porque os computadores não utilizam somente um protocolo para se comunicar,
mas vários.
Alguns autores também definem protocolo como a linguagem que os computadores “falam”, de
modo que o transmissor e o receptor consigam “conversar” de forma amigável. Por isso, é comum dizer
que os protocolos:
Em redes de computadores, os principais modelos que agrupam protocolos são os modelos OSI
(Open System Interconnection) e TCP/IP.
• estimula a competição;
25
Unidade I
Modelo OSI
Camada de aplicação
Camada de apresentação
Camada de sessão
Camada de transporte
Camada de rede
Camada de enlace
Camada de física
Essas camadas definem o modo pelo qual as informações “descem” até os dispositivos de
hardware e “sobem” até os aplicativos. Cada camada é independente da outra em suas funções e
responsabilidades. As camadas permitem que o OSI seja um modelo modular, facilitando o projeto
e o desenvolvimento das redes.
A camada de rede do modelo OSI é responsável pelo endereçamento lógico dos dispositivos de
rede e pelo roteamento dos pacotes. O primeiro propósito dessa camada é o endereçamento lógico,
também conhecido como endereço IP, que é um número formado por 32 bits que identificam a
rede e o host. É também nessa camada que ocorre o roteamento, que é o processo de determinação
do melhor caminho.
26
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A camada física do modelo OSI é responsável por definir os meios físicos utilizados nos enlaces
para transporte dos bits, além de todos os padrões mecânicos e elétricos relacionados às redes de
computadores.
A informação que transita em cada camada do modelo OSI recebe um nome, ou melhor, uma PDU
(Protocol Data Unit). As PDUs de cada camada são:
• Camada 7: dados.
• Camada 6: dados.
• Camada 5: dados.
• Camada 4: segmento.
• Camada 3: pacote.
• Camada 2: quadro.
• Camada 1: bit.
Outro modelo de redes importante é o modelo TCP/IP. Ele também é conhecido como modelo DoD
(Department of Defense – Departamento de Defesa norte-americano) e foi elaborado para atender
à necessidade de criação da rede de computadores da Arpa (Advanced Research Projects Agency
– Agência de Pesquisas e Projetos Avançados do Departamento de Defesa). É um modelo aberto e
relativamente simples. Concebido como projeto em 1970, traduz toda a problemática das redes em
camadas, da mesma forma que o modelo OSI.
• Boa recuperação de falhas (uma grande preocupação das forças militares norte-americanas).
27
Unidade I
Modelo TCP/IP
Camada de aplicação
Camada de transporte
Camada de internet
Camada de acesso
A camada de aplicação do modelo TCP/IP também é conhecida como camada de processo. Ela lida
com aplicativos e dispositivos de origem e destino, sendo a camada mais próxima do usuário.
A camada de transporte também é conhecida como camada de host a host. Ela controla o
fluxo de informações entre dispositivos, gerenciando o tipo de transmissão (orientada ou não
orientada a conexão).
A camada de internet também é conhecida como camada de rede. É nessa camada que é executado
o processo de roteamento de pacotes. O mais popular protocolo das redes de computadores também
integra essa camada – IP.
A camada de acesso à rede é responsável por gerenciar a transmissão da informação no meio físico.
Ela reúne as funções das camadas de enlace e física do modelo OSI.
Sob o aspecto teórico, o modelo OSI é o mais citado e o mais didático para o aprendizado das redes
de computadores. Não obstante, o modelo TCP/IP se aproxima mais da realidade e do funcionamento
das redes.
28
CABEAMENTO ESTRUTURADO
É possível estabelecer uma comparação entre as camadas dos dois modelos, conforme pode ser
verificado no quadro a seguir:
Pode-se perceber que o modelo TCP/IP agrupa as funcionalidades das camadas de aplicação,
apresentação e sessão do OSI em apenas uma camada, denominada camada de aplicação do TCP/IP.
O mesmo acontece com as camadas de enlace e física do OSI, reunidas em apenas uma camada
no modelo TCP/IP – a camada de acesso.
As camadas de transporte dos dois modelos são praticamente equivalentes, e a camada de rede
do modelo OSI corresponde à camada de internet do modelo TCP/IP.
Outro modelo de protocolos, pouco conhecido e obsoleto, é o modelo SNA (Systems Network
Architecture). Desenvolvido pela IBM em 1974, define o conjunto de protocolos de comunicação
que utilizam os mainframes fabricados pela IBM. Ele agrupa os seus protocolos em sete camadas:
controle físico, controle lógico do enlace, controle do caminho, controle de transmissão, controle
de fluxo de dados, serviços de apresentação e serviços de transação.
• LAN (Local Area Network): rede relativamente pequena de computadores, de abrangência limitada.
• MAN (Metropolitan Area Network): rede de alta velocidade composta de LANs em uma mesma
região metropolitana.
• WAN (Wide Area Network): rede que conecta LANs situadas em diferentes áreas metropolitanas.
Em uma LAN, dispositivos finais de interconexão de LANs estão em uma área limitada, como uma
casa, uma escola, um edifício de escritórios ou um campus. Uma LAN é geralmente administrada por uma
única organização ou uma única pessoa. O controle administrativo que rege as políticas de segurança e
29
Unidade I
controle de acesso é executado no nível de rede. As LANs fornecem largura de banda de alta velocidade
aos dispositivos finais internos e aos dispositivos intermediários.
As MANs conectam LANs dentro de uma região metropolitana, alcançando extensões inferiores às
WANs. As principais características das MANs são: interconexão de locais espalhados em uma cidade,
conexões dotadas de velocidades intermediárias entre LAN e WAN e conectividade com outros serviços,
como o de TV.
As WANs interconectam as LANs em grandes áreas geográficas, como entre cidades, estados,
províncias, países ou continentes. Normalmente, são administradas por vários prestadores de serviço e
costumam fornecer links de velocidade mais lenta entre as LANs.
Em geral, as redes WAN possuem grande heterogeneidade de mídias de transmissão. Além disso,
trabalham com velocidades inferiores àquelas com que estamos habituados nas redes locais. As
tecnologias de comutação em WANs são classificadas em:
A comutação por circuitos é caracterizada pela alocação dos recursos por meio de um caminho
virtual dedicado a garantir uma taxa constante durante a transmissão. Essa comutação é usada em
comunicação de voz, que exige uma transferência contínua da informação. O funcionamento da
comutação de circuitos ocorre em três etapas: estabelecimento, conversação e desconexão.
Na comutação por pacotes, não é exigido o estabelecimento de um caminho prévio para a informação,
que é dividida em pacotes de tamanho fixo de forma dinâmica, permitindo o encaminhamento pela
rede. Cada pacote é comutado individualmente e enviado nó a nó entre origem e destino, podendo a
sequência ser alterada pelo fato de essa rede oferecer mecanismos para manter a sequência de pacotes
nó a nó, reordenar pacotes antes da entrega e detectar e recuperar os erros.
A comutação por célula é uma grande evolução se comparada com as duas tecnologias anteriores.
Só se tornou possível devido à baixa taxa de erro dos meios de transmissão existentes, hoje baseados
em fibra óptica. Consiste no uso de células de tamanho fixo. Nessa tecnologia, a banda é alocada
dinamicamente, o que garante o suporte a aplicações de taxa constante, como serviços de voz e vídeo
em tempo real, e taxa variável, como serviços de dados.
Redes WAN são gerenciadas por ISPs (Internet Service Providers), classificados em três níveis: no
nível 1, estão os ISPs responsáveis pelas conexões nacionais e internacionais, dando forma à internet; no
nível 2, estão os ISPs de serviços regionais, que se conectam ao nível 1 (nesse nível, são vendidos serviços
de rede WAN); por fim, no nível 3, estão os provedores locais, normalmente para usuários domésticos.
30
CABEAMENTO ESTRUTURADO
O protocolo utilizado dentro do ISP não é o mesmo disponibilizado no loop local dos
clientes finais. A rede interna do ISP usa padrões de comunicação mais eficientes, como o ATM
(Asynchronous Transfer Mode).
Os quadros dos protocolos de enlace WAN são muito semelhantes, representando sinais que
indicam inicialização, endereços, controles, dados, checagem de bits e finalização do quadro.
Embora tenham semelhanças, os algoritmos desses protocolos trazem funcionalidades diferentes
em seus campos.
Os principais dispositivos de WAN são: modem; CSU/DSU (Channel Service Unit/Data Service Unit);
servidor de acesso; Switch WAN; roteador; roteador de backbone.
• PAN (Personal Area Network): redes de curta distância (alguns poucos metros) – por exemplo, a
tecnologia bluetooth.
• CAN (Campus Area Network): redes que interligam um campus (uma área de dimensão inferior a
uma MAN e superior a uma LAN).
• VLAN (Virtual Local Area Network): rede local virtual que surge da segmentação de uma LAN em
redes menores.
Uma arquitetura de rede é um meio de descrever o projeto lógico de uma rede de computadores. Ela
apresenta os meios tecnológicos que sustentam a infraestrutura, os serviços e os protocolos de rede. As
características abordadas pela arquitetura são: tolerância a falhas, escalabilidade, qualidade de serviço
e segurança.
• Ponto a ponto: é uma arquitetura em que qualquer computador pode atuar tanto como servidor
quanto como cliente.
A topologia de uma rede descreve sua estrutura, o modo como são feitas as conexões entre os
dispositivos e podem se dividir em topologias físicas e lógicas.
31
Unidade I
As topologias físicas têm o papel de identificar a disposição física dos componentes de rede. Nelas,
encontramos os dispositivos, os meios físicos e a forma como ocorrem as interligações. As topologias
físicas podem ser classificadas em: topologia física em estrela, topologia física em barramento e topologia
física em anel.
Na topologia física em anel, há um meio físico interligando os componentes um por um, formando
um anel físico. A grande fragilidade dessa rede está no ponto de falha que cada componente representa.
As topologias lógicas podem ser classificadas em: topologia lógica em barramento e topologia lógica
em anel.
Na topologia lógica em anel, é utilizado o método de acesso controlado, de forma que os dispositivos
podem utilizar o canal de comunicação de modo controlado e revezado. Nesse método, usa-se o processo
de passagem do token: este é passado entre os dispositivos de forma que seus detentores momentâneos
possam utilizar o meio físico. Bons exemplos são as redes Token Ring, FDDI (Fiber Distributed Data
Interface) e Token Bus.
Os dispositivos finais de rede (também chamados de hosts) são aqueles que estão mais próximos das
pessoas. Esses dispositivos formam a interface entre os usuários e a rede de comunicação subjacente.
Um dispositivo de host é a origem ou o destino de uma mensagem transmitida pela rede. São exemplos
de dispositivos finais: computadores, impressoras de rede, telefones VoIP, terminais de videoconferência,
câmeras de segurança e dispositivos móveis.
32
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Os dispositivos intermediários podem ser de acesso à rede (switches e pontos de acesso sem fio),
interconexão (roteadores) e segurança (firewalls).
O hub, equipamento que trabalha na camada física do modelo OSI, é responsável por repetir,
amplificar e regenerar um sinal para toda a rede, operando com o meio físico que utiliza cabos de pares
metálicos. O hub foi o primeiro equipamento utilizado para implementar redes de computadores locais
com topologia física em estrela, mas ele se comporta como um barramento lógico.
O hub também é conhecido como repetidor multiporta devido ao fato de repetir bits recebidos em
uma porta para todas as outras, sem a utilização de qualquer processo inteligente, isto é, o hub não
tem conhecimento dos hosts que estão interligados às suas portas, sendo esse o principal motivo de se
referir ao hub como um equipamento burro.
PC-PT PC-PT
PC0 CopyPC0
Hub-PT
Hub0
PC-PT PC-PT
PC1 CopyPC1
Em redes com grande número de hosts, não é recomendável a utilização de hub, porque ele causa
um aumento no número de colisões. Essas colisões ocorrem quando mais de um host tenta transmitir
ao mesmo tempo, degradando o desempenho e a eficiência das redes.
33
Unidade I
Não obstante, as repetições executadas pelos hubs são extremamente eficientes quando se
deseja estender o alcance de uma rede local, interligando nós de rede fisicamente separados por
uma distância considerável.
O switch também é um equipamento concentrador. Embora um pouco parecido com um hub, ele
opera na camada de enlace do modelo OSI, justamente porque tem conhecimento dos hosts que estão
interligados a suas portas. Na verdade, o conhecimento do switch é baseado no endereço físico que cada
host possui, denominado endereço MAC.
Dessa forma, o switch encaminha as informações apenas para o endereço físico de destino correto,
evitando tráfego desnecessário e aumentando a eficiência no processo de comunicação de dados.
Isso é possível porque o switch constrói e armazena uma tabela interna dos endereços MAC dos hosts
interligados a suas portas, permitindo o processo de tomada de decisão sobre o correto encaminhamento
das informações que por ele trafegam.
PC-PT PC-PT
CopyCopyPC0 CopyPC0(1)
2950-24
Switch0
PC-PT PC-PT
CopyCopyPC1 CopyPC1(1)
A característica de chavear ou comutar a informação de uma porta para a outra faz com que o
switch seja conhecido como comutador ou chaveador.
O roteador é um dos principais dispositivos utilizados em redes locais e redes de longa distância.
Ele tem como principal objetivo interconectar diferentes segmentos de redes que podem estar em um
mesmo prédio ou distantes a milhares de quilômetros. O roteador encaminha os pacotes de dados entre
as redes de computadores atuando na camada de rede do modelo OSI.
34
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Por meio do processo de roteamento, ele toma as decisões sobre os melhores caminhos para o
tráfego da informação, roteando pacotes de dados. Isso é possível devido à construção de tabelas de
roteamento que o roteador mantém para executar adequadamente os seus processos e, assim, facilitar
a comunicação de dados.
Um roteador também pode limitar o tamanho do domínio de broadcast, fazendo com que mensagens
em broadcast sejam impedidas de sair de uma rede para outra.
Entre os demais dispositivos de rede, é importante citar a placa de rede. Ela é a responsável pela
conexão do computador à rede. Qualquer computador que se interligue a uma rede necessita desse
dispositivo. Cada uma delas possui um endereço MAC único.
O servidor é outro equipamento que tem um papel crucial pela sua presença mandatória nas
arquiteturas de rede cliente-servidor. Os servidores são responsáveis pelo controle e compartilhamento
dos recursos de uma rede. Podem ser classificados como: servidores de impressão, de arquivos, de proxy,
de comunicação, entre outros.
2.1.6 Ethernet
A ethernet, padrão adotado na maior parte das redes locais do mundo, surgiu na década de 1970,
criado por estudantes da Universidade do Havaí que propunham interligar os computadores espalhados
pelas ilhas em um computador central na ilha de Honolulu.
Em 1978, foi criado um padrão para ethernet chamado DIX, por um consórcio entre as empresas
Digital Equipment Company, Intel e Xerox.
Os primeiros produtos com padrão ethernet foram vendidos na década de 1980, com transmissão de
10 Mbps por cabo coaxial grosso (thicknet), com uma distância de 2 quilômetros.
Em 1985, o IEEE desenvolveu o padrão 802, mas, para assegurar os padrões da ISO/OSI, alterou o
projeto ethernet original para 802.3.
• Controle de Enlace Lógico (LLC – Logical Link Control): constitui a interface entre o método de
acesso ao meio e os protocolos da camada de rede, ou seja, cuida de todas as tratativas com os
protocolos de alto nível.
• Controle de Acesso ao Meio (MAC – Media Access Control): é responsável pela conexão com o
meio físico e o endereço físico, também conhecido como endereço MAC. Também é responsável
pela montagem do quadro.
O padrão ethernet define os meios físicos utilizados nas redes LAN e suas respectivas características.
A tabela a seguir apresenta os principais padrões em uso nos dias atuais:
Tabela 2
Velocidade
Padrão Distância máxima Meio físico
teórica
Par trançado sem blindagem, de
10BaseT 10 Mbps 100 m categoria 3 ou 5
Par trançado sem blindagem, de
100BaseTX 100 Mbps 100 m categoria 5, 6 ou 7
Fibra óptica multimodo (62,5
100BaseFX 100 Mbps 400 m micrômetros)
Par trançado sem blindagem, de
1000BaseT 1 Gbps 100 m categoria 5, 6 ou 7
1000BaseCX 1 Gbps 25 m Par trançado blindado (obsoleto)
Fibra óptica multimodo (62,5
1000BaseSX 1 Gbps 260 m micrômetros)
36
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Cada notação descrita nessa tabela especifica um padrão de operação: primeiro, aparece a taxa
de transmissão; depois, o tipo de transmissão e o tipo de meio. Por exemplo, no padrão 10BaseT, está
especificada a taxa de transmissão máxima de 10 Mbps, seguida de uma transmissão em banda-base e
de um cabo de par trançado como meio físico (representado pela letra T).
Saiba mais
Os meios físicos de rede, também conhecidos como canais de comunicação, são os meios de
transporte que permitem a transmissão de dados.
Esses meios são peças fundamentais no processo de comunicação nas redes de computadores, por
isso, em sua determinação, é necessária a adoção de critérios como: velocidades suportadas, imunidade
a ruído, taxa de erros, disponibilidade, confiabilidade, atenuação e limitação geográfica.
Os meios físicos podem ser classificados em confinados e não confinados. Os confinados são
os cabos coaxiais, de pares metálicos, e as fibras ópticas. Os não confinados são os que utilizam
comunicação sem fio, por exemplo: comunicação via satélite, enlaces de micro-ondas, bluetooth
e radiodifusão de um modo geral.
Muitas empresas e organizações consideram o projeto desses meios físicos como um investimento
de longo prazo, e, para que ele seja adequado, devem ser considerados os seguintes fatores: custo,
escalabilidade, confiabilidade e gerenciamento.
37
Unidade I
Saiba mais
O cabo coaxial foi o primeiro tipo de meio físico de rede empregado em uma LAN. Esse cabo é
utilizado para comunicações de vídeo, sendo conhecido também, popularmente, como cabo BNC
(Bayonet Neill-Concelman).
O cabo coaxial é constituído por um fio de cobre condutor, revestido por uma camada com um
material isolante e coberto por uma blindagem de alumínio ou cobre para proteger o fio de interferências
externas. Com essa composição, o cabo coaxial é mais indicado para longas distâncias, suportando
velocidades de megabits por segundo sem a necessidade de regeneração do sinal.
O cabo de par metálico trançado é composto de um, dois ou quatro pares de fios enrolados de
dois em dois, formando uma camada isolante. Essa medida mantém as suas propriedades elétricas
ao longo do fio e reduz o nível de interferência eletromagnética. Esses cabos são encontrados em
redes domésticas e corporativas, interligando modems, computadores, roteadores, hubs e demais
ativos de rede.
38
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A fibra óptica é um meio físico que transporta dados na forma de sinais luminosos (fótons).
É um meio seguro de transmitir dados, pois não transportam sinais elétricos, minimizando
problemas de segurança e de ruídos/interferência. Constituída de material dielétrico, em geral
muito fino, de sílica ou vidro, transparente, flexível e de dimensões reduzidas, a fibra óptica tem
em sua construção mais três elementos: núcleo central de vidro; casca; revestimento.
Núcleo
(vidro)
Coberura
(plástico)
Revestimento
interno (vidro)
Figura 14
A transmissão nas fibras ópticas ocorre sob o princípio da reflexão da luz, mediante aparelhos
que transformam sinais elétricos em pulsos de luz – fótons. Cada fóton representa um código
binário: 0 ou 1.
No único meio físico não confinado que é o ar, ocorre a comunicação de sinais de rádio, em que
a informação é transportada por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas são irradiadas por
antenas transmissoras em determinada frequência e captadas por uma antena receptora dentro da
mesma frequência.
O meio físico é o ar, que pode ser considerado um dos meios físicos mais delicados no processo
de transmissão de dados. Isso porque ele é muito suscetível à ação de distúrbios e efeitos indesejáveis
(vários deles oriundos de fenômenos naturais) que prejudicam a comunicação de dados.
39
Unidade I
Todos os meios físicos podem sofrer a ação de efeitos indesejáveis que prejudicam a comunicação
de dados. Entre os principais, é possível citar:
• Ruído: sinal aleatório de origem natural que provoca efeitos indesejáveis nos canais de
comunicação. Os ruídos podem ser classificados em: ruídos térmicos (resultado da agitação dos
elétrons nos átomos), ruídos atmosféricos (fruto das descargas elétricas na atmosfera) e ruídos
cósmicos (gerados por distúrbios fora da Terra).
O canal de comunicação de rádio tem suas particularidades, inclusive no que diz respeito a distúrbios
e efeitos indesejáveis. Entre eles, é possível citar:
• Atenuação no espaço livre: provocada pela propagação da própria onda transmitida de uma
antena para outra a uma distância d.
• Perdas por vegetação e obstáculo: causadas pelas características do relevo, do terreno, que podem
atrapalhar a propagação da onda.
• Efeito das ondas multipercurso: trata-se das ondas secundárias que chegam à antena receptora a
partir dos mais diferentes percursos e com diferentes intensidades, defasadas entre si e em relação
à onda principal.
• Formação de dutos no percurso da onda: distúrbio causado por túneis (dutos) de umidade, que
provocam desvanecimento (enfraquecimento) do sinal.
Quando se utilizam cabos metálicos como meio físico nas redes de computadores, inevitavelmente
esse meio físico é acometido por diversos distúrbios que provocam as interferências eletromagnéticas e
podem degradar o sinal transmitido, causando a sua ininteligibilidade.
40
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A fim de reduzir esses efeitos, utilizam-se algumas técnicas: balanceamento, blindagem, aterramento
e filtragem.
A filtragem é executada a partir de circuitos elétricos e eletrônicos, denominados filtros, que eliminam
interferências eletromagnéticas oriundas de frequências específicas.
A blindagem é uma técnica mais apurada, trabalhada em conjunto com o balanceamento, de forma
a reduzir ou prevenir o acoplamento de sinais indesejáveis.
A figura a seguir apresenta um cabo metálico de pares trançados com uma blindagem geral para os
quatros pares:
Figura 15
A figura a seguir apresenta um cabo metálico de pares trançados com uma blindagem individual e
geral para os quatros pares:
Figura 16
Outra técnica importante é o aterramento, que elimina problemas ocasionados pelos campos
elétricos e magnéticos nas blindagens dos cabos e nos equipamentos de telecomunicações utilizados.
Lembrete
Existem pelo menos quatro configurações de aterramento para a blindagem de cabos, e a sua escolha
é uma tarefa relativamente complicada devido às diferenças dos sistemas cabeados quando expostos à
interferência eletromagnética e à frequência de operação.
Figura 17
A configuração II é muito semelhante à configuração I; a única diferença é que o patch cord utilizado
na sala de telecomunicações tem que ser blindado.
Figura 18
42
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Na configuração III, o segmento de cabos é aterrado nas duas extremidades do enlace, e todos
os patch cords são blindados, tanto aqueles do espaço de telecomunicações quanto aqueles da
área de trabalho.
Figura 19
A configuração IV é semelhante à configuração III, com uma única diferença no aterramento, que só
existe no espaço de telecomunicações.
Figura 20
43
Unidade I
Quadro 4
• Nenhuma proteção
• Não há loop de terra em ou proteção limitada
I baixas frequências. contra interferências
eletromagnéticas.
• Blindagem total do
canal com total proteção • Não proteção contra loops
III contra interferências de terra.
eletromagnéticas.
Observação
Existe um pouco de confusão nos conceitos que cercam a compatibilidade eletromagnética (EMC) e
a interferência eletromagnética (EMI). Por isso é bom recorrer a exemplos.
44
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Carga
Energia irradiada
Energia irradiada
Dados
Tx/Rx
Energia irradiada
Voz
PABX
Energia irradiada
Figura 21
Há uma preocupação especial com a EMI e a EMC pelo simples motivo de que todo tipo de
dispositivo elétrico ou eletrônico pode produzir um campo eletromagnético em seus ambientes. Dessa
forma, são capazes de gerar uma EMI.
Resumo
46
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Exercícios
Questão 1. Assinale a alternativa que apresenta apenas instrumentos de medidas usados na área
de eletricidade:
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa correta.
47
Unidade I
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. Com relação a sua abrangência, as redes de computadores podem ser classificadas em
LAN, MAN e WAN. Dentro dessa perspectiva, analise as afirmativas a seguir:
II – A rede MAN é uma rede de alta velocidade composta de várias redes pequenas em uma mesma
região metropolitana.
III – A rede WAN é uma rede que conecta várias redes de alta velocidade situadas em diferentes
áreas metropolitanas
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
48
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Unidade II
3 CABOS METÁLICOS
Esse tipo de meio físico confinado é um velho conhecido de todos por ser muito utilizado nas
transmissões de TV, embora não seja apenas essa a sua funcionalidade. O cabo coaxial pode ser utilizado
para comunicações híbridas que envolvam voz, vídeo e dados, mesmo sendo obsoleto em relação às
soluções com cabos de pares trançados.
Foi criado por volta de 1920 em uma rede de telefonia transcontinental, atendendo a conexões
metropolitanas de centrais telefônicas. Em 1941 foi utilizado em escala comercial pela AT&T no Estados
Unidos, com o propósito de comunicações a distância e para a TV a cabo.
Em ambientes de LAN, foi gradativamente substituído pelos cabos de pares trançados metálicos e
pelas fibras ópticas, devido à relação custo-benefício oferecida, além das dificuldades de instalação e
velocidade limitada.
Nas redes de comunicação de voz, os cabos coaxiais são utilizados nas interligações de troncos
(links que transportam múltiplos sinais de voz) comutados entre estações telefônicas.
Lembrete
O cabo coaxial é formado por um fio condutor envolvido por um material dielétrico de grande
resistência, geralmente um material plástico ou poroso, sendo os mais comuns o poliestireno ou o
teflon. Esse material suporta campos eletrostático consideráveis.
49
Unidade II
Há uma blindagem metálica envolvendo o material dielétrico, podendo ser uma malha de fios
acompanhada ou não de uma folha metálica, sempre dependente da frequência suportada pelo cabo.
A construção do cabo é completada com um revestimento isolante nas cores preto, bege, cinza ou
amarelo. O material-base de construção desse revestimento é o policloreto de vinila, também conhecido
como PVC, acompanhado de um material antichamas.
Figura 22
Os cabos coaxiais conduzem os sinais da informação por meio das ondas eletromagnéticas que se
propagam entre a blindagem e o condutor, livre das interferências externas.
50
CABEAMENTO ESTRUTURADO
De forma geral, os cabos coaxiais podem ser divididos em: blindagem dupla; twinaxial;
triaxial; multicabos.
Os cabos de blindagem dupla, como o próprio nome diz, são dotados de duas blindagens cobrindo
o dielétrico, com a finalidade de oferecer uma maior proteção contra interferências externas, além de
diminuir a atenuação.
Figura 23
O cabo twinaxial tem uma construção um pouco diferente. Ele possui dois condutores isolados em
paralelo ou entrelaçados dentro de uma blindagem comum e um revestimento isolante.
O cabo triaxial é construído a partir de um núcleo único formado por duas blindagens, diferindo do
cabo coaxial de blindagem dupla, na transmissão da informação que pode ocorrer tanto no condutor
interno, quanto na blindagem interna, sendo a blindagem externa reservada para aterramento.
Os multicabos podem ser considerados feixes de cabos coaxiais construídos sob medida para
determinadas aplicações.
Os cabos coaxiais podem variar de acordo com seu diâmetro, blindagem, impedância, temperatura,
taxa e aplicação. Por isso, é comum uma categorização por grau de RG (Radio Guide), norma com
origens militares que designa a especificação de cabos coaxiais.
51
Unidade II
Tabela 3
52
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Observação
As categorizações mais comuns são RG-6, RG-8, RG-11, RG-58 e RG-59. A categorização
RG-6 é utilizada para vídeo, CATV, inclusive com forte recomendação para uso comercial em VHF,
UHF, 800 MHz. A categorização RG-8 também é utilizada para CATV, com qualidade superior à
categorização da versão anterior. A categorização RG-11 é muito utilizada para vídeo e antenas
UHF e VHF. A categorização RG-174 é fortemente recomendada para lances curtos de transmissão
em HF, além de conexões internas e uso de RF portátil. A categorização RG-223 é para uso em
estúdios de TV.
Existe uma série de conectores para cabos coaxiais utilizados para as redes de computadores
(utilizando tecnologia ethernet) e os sistemas de vídeos. Os principais conectores são o
BNC (Britsh Naval Connector) e o AUI (Attachment Unit Interface), utilizados para redes de
computadores e transmissões de vídeos. Dentre outros conectores, é possível citar: tipo F; DIN
(Deutshe Industrie Norm); tipo N; SMA (Subminiature A); TNC (Threaded Neill Concelman); UHF
(Ultra High Frequency).
O conector AUI é utilizado para o padrão ethernet em cabos coaxiais grossos, conhecido como
padrão 10Base5, conectados em placas de rede.
Figura 24
53
Unidade II
O conector BNC, sem dúvidas um dos mais conhecidos, é utilizado em redes ethernet (Thinnet ou
10Base2) para cabos coaxiais finos. Esses conectores são ligados nas placas de rede pelo método inserir
e girar.
Figura 25
Outro tipo de conector é o DIN, que foi desenvolvido na Alemanha ainda nos anos 1960. Ele foi
originalmente utilizado em aplicações militares e depois em aplicações comerciais na telefonia móvel
celular analógica.
Figura 26
Os conectores TNC são considerados uma versão melhorada do conector BNC, com uma interface
rosqueada e sem o inserir e girar. O conector UHF é destinado a comunicações de radiofrequência acima
de 50 MHz, sendo relativamente barato e chamado algumas vezes de conector PL-259.
54
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Tabela 4
Para o uso em redes de computadores, mais especificamente no padrão ethernet para redes locais,
há dois tipos: cabo coaxial fino (padrão 10Base2) e cabo coaxial grosso (padrão 10Base5). A principal
diferença entre esses dois cabos é a espessura do cabo.
A taxa máxima de transferência alcançada em cabos coaxiais na ethernet é 10 Mbps, e o tipo de transmissão
utilizada é a banda base. Se o cabo coaxial for fino, o alcance máximo é de 185 metros (por isso mencionamos
10Base2), e, para o cabo coaxial grosso, é de 500 metros (por isso mencionamos 10Base5).
O cabo coaxial fino é também conhecido por thinnet ou cheapernet e tem a categorização
RG-58, quando utilizado no padrão ethernet, com impedância de 50 Ohms. Um antigo padrão
de redes conhecido como ARCnet utilizava a categorização RG-62 com uma impedância de
93 Ohms.
O cabo coaxial fino tem um diâmetro de 4,953 mm se utilizado na categorização RG-58. Quando
utilizada a categorização RG-62, tem um diâmetro de 6,147 mm. Nesse cabo é possível interligar, em um
segmento de 185 metros, um total de pelo menos 30 computadores, sem a utilização de um repetidor.
Caso utilizem-se repetidores, é possível interligar cinco segmentos de 185 metros com 30 computadores
cada, chegando a um total de 925 metros com 150 computadores.
A topologia física utilizada no cabo coaxial é conhecida como linear ou em barramento, porque
todos os computadores são interligados a um mesmo “barramento” ou segmento. Essa interligação é
possível por meio de um conector BNC em “T”, conforme pode ser visto na figura a seguir:
55
Unidade II
Figura 27
Em cada ponta que finaliza o segmento, é necessário instalar um terminador. A figura a seguir
mostra um conector BNC terminador:
Figura 28
O cabo coaxial grosso é conhecido por thichnet e, com seu uso, é possível alcançar uma
distância de 500 metros sem a necessidade de repetidores, com a interligação de 100 computadores.
Utilizando-se repetidores é possível interligar cinco segmentos, totalizando uma rede com 2.500
metros e 500 computadores.
O cabo coaxial grosso é muito utilizado para a formação de backbones (espinha dorsal) das redes devido à
distância máxima alcançada, mas foi gradativamente sendo substituído pelos cabos de fibra óptica.
Para o padrão ethernet, as redes que utilizam cabos coaxial grosso são chamadas de 10Base5, e a
conexão dos computadores é feita por meio de um conector “vampiro”, assim chamado porque faz dois
furos no cabo coaxial para estabelecer um contato com o núcleo do cabo.
56
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Transceptor Terminador
Figura 29
Observação
57
Unidade II
Os cabos de pares trançados são construídos a partir do cobre como material condutor, que
transporta a informação por meio da corrente elétrica. Os principais motivos para o uso do
cobre são:
Os cabos de cobre podem ter os núcleos dos seus fios na forma sólida ou na forma multifilar
(composto de uma malha ou feixe de filamentos). Esses núcleos são normalmente revestidos por um
material isolante, chamado muitas vezes de dielétrico, de forma a impedir que correntes elétricas
externas cheguem até o fio condutor.
Para o cabo de pares trançados que possuem mais do que um condutor, é adicionada outra
camada isolante para proteger a integridade física dos pares de fios. Em algumas situações é
necessária uma blindagem ou dos pares, ou de todo o cabo, com o objetivo de prevenir o meio
físico das interferências externas.
Ainda sobre os materiais isolantes utilizados nos cabos de cobre, é possível destacar:
• elastômeros: material semelhante ao plástico e à borracha, com uma grande flexibilidade mecânica;
• termoplásticos: muito conhecido pelo seu principal tipo que é o policloreto de vinila (PVC), é o
mais utilizado como isolante por conseguir resistir a diversos ambientes hostis;
Os cabos de cobre são classificados e rotulados segundo um padrão internacional conhecido como
Universal Service Order Code (USOC), que utiliza a codificação American Wire Gauge (AWG).
58
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Tabela 5
59
Unidade II
Tipicamente um cabo de par trançado é utilizado em uma topologia física em estrela. Assim, cada
computador (ou host, de forma geral) é interligado ao concentrador de rede (que pode ser um hub ou
um switch) por meio dos cabos de pares trançados.
Essa nova concepção de topologia física foi uma evolução quando comparada à topologia física em
barramento utilizada com os cabos coaxiais nas LANs mais antigas. Se antes, ao romper-se o cabo, todo
o segmento de rede ficava inativo, agora, ao romper-se um dos cabos da topologia estrela, os outros
segmentos funcionam normalmente.
PC-PT PC-PT
PC0 CopyPC0
Hub-PT
Hub0
PC-PT PC-PT
PC1 CopyPC1
Lembrete
Os cabos de pares trançados podem ser divididos em três tipos: cabos de pares trançados sem
blindagem; cabos de pares trançados com blindagem individual; cabos de pares trançados com
blindagem geral.
O cabo de par trançado sem blindagem é conhecido pelo seu acrônimo UTP (Unshielded
Twiested Pair) e é o mais comum em instalações de redes locais. A distância máxima alcançada é de
aproximadamente 100 metros em LANs no padrão ethernet, sem a necessidade de repetidores.
60
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A taxa de transferência suportada vai de 10 Mbps até 10 Gbps utilizada nas tecnologias ethernet:
• 10BaseT: cabo de par trançado com taxa de transferência de 10 Mbps em banda base;
• 100BaseT: cabo de par trançado com taxa de transferência de 100 Mbps em banda base;
• 1000BaseT: cabo de par trançado com taxa de transferência de 1.000 Mbps em banda base;
• 10GBaseT: cabo de par trançado com taxa de transferência de 10 Gbps em banda base.
Pares trançados
sem blindagem
Figura 31
O cabo de par trançado com blindagem geral é conhecido como cabo F/UTP (Foil/Unshielded Twisted
Pair) e não tem uma blindagem individual para os pares de fios.
Blindagem
Pares trançados externa geral
sem blindagem
Figura 32
61
Unidade II
O cabo de par trançado com blindagem geral e individual é conhecido como cabo S/FTP (Screneed/
Foiled Twisted Pair).
Figura 33
As categorias de cabos criadas pela EIA/TIA, endossadas pela ANSI (American National Standars
Institute), possuem as categorias que vão (originalmente) da 3, 5 e 6. Uma empresa chamada Anixter
utilizava cabos de pares trançados para telefonia e os chamava de cabos “nível 1” (hoje chamado de
categoria 1), e os cabos de pares trançados para as redes de dados eram chamados de “nível 2” (hoje
chamado de categoria 2).
A ISO também criou uma padronização de cabos divididos por classes que tem uma similaridade com
as categorias da ANSI/TIA/EIA e Anixter.
Assim, é possível apresentar as categorias de cabos que são aceitas internacionalmente como:
• Categoria 1: conhecida como Anixter nível 1, era utilizado apenas para a telefonia fixa, com
transmissões de até 1 MHz. Como não é reconhecida pela ANSI/TIA/EIA, não integra sistemas de
cabeamento estruturado.
62
CABEAMENTO ESTRUTURADO
• Categoria 2: conhecida como Anixter nível 2, era utilizada para redes com padrão Token Ring da
IBM, com uma taxa de transferência de até 4 Mbps, considerada obsoleta. Essa categoria também
não é reconhecida pelas normas de cabeamento estruturado.
• Categoria 3 (padronização ISO Classe C): foi o primeiro padrão para a ethernet com cabos de pares
trançados não blindados, conhecida como 10BaseT. Tinha como características principais uma
taxa de transferência de 10 Mbps, uso de um cabo com 24 AWG e uma frequência de operação
de 16 MHz. Hoje, essa categoria é considerada obsoleta para redes de dados, mas ainda pode ser
utilizada para a telefonia fixa.
• Categoria 4: utilizada em redes no padrão Token Ring, com uma taxa de transferência máxima
de 16 Mbps e uma frequência de operação de 20 MHz. Os cabos dessa categoria operam com
quatro pares de fios com 22 AWG ou 24 AWG. Essa categoria não é reconhecida pelas normas de
cabeamento estruturado estabelecidas pela ANSI/TIA.
• Categoria 5: utilizada para transmissões com taxa de transferência de até 1 Gbps e uma frequência
de 100 MHz. Foi rapidamente substituída pela categoria 5e.
Observação
• Categoria 6 (padronização ISO Classe E): utilizada para transmissões de até 250 MHz, é considerada
uma melhoria na categoria 5e. Possui quatro pares de fios de 24 AWG.
• Categoria 6A (padronização ISO Classe EA): utilizada para transmissões de até 500 MHz e taxas de
transferência de até 10 Gbps, com pares trançados.
Observação
• Categoria 7 (padronização ISO Classe F): utiliza cabo de pares trançados blindados que permitem
uma operação até 600 MHz.
63
Unidade II
• Categoria 7A (padronização ISO Classe FA): semelhante à categoria anterior, mas com uma
frequência máxima de 1 GHz.
O conector utilizado para cabos de pares trançados é 8P8C, popularmente conhecido como RJ-45.
Figura 34
Esse conector possui oito contatos, de forma a receber os quatro pares de fios do cabo de par
trançado. Cada par de fios em um cabo de par trançado tem uma cor diferente, e a ordem das
cores é importante na conexão do cabo no conector. As cores dos fios do cabo de par trançado
são: laranja; vede; marrom; azul.
O par laranja é formado por um fio laranja trançado a um outro fio laranja, sendo este mais claro.
Alguns fabricantes utilizam a cor branca no lugar do fio laranja mais claro, chamando este de branco
do laranja. Da mesma forma ocorre com os outros pares, por exemplo o par azul, formado pelo azul e o
branco do azul (ou azul claro). Os outros pares seguem o mesmo padrão.
A ordem de conexão dos pares no conector RJ-45 obedece ao padrão T568 criado pela TIA, que
estabelece dois tipos de conexão: T568A e T568B.
64
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Quadro 5
Função Função
Pino Cor (10 Mbps / 100 Mbps) (1 Gbps / 10 Gbps)
1 Branco do verde Transmissão Transmissão/Recepção
2 Verde Transmissão Transmissão/Recepção
3 Branco do laranja Recepção Transmissão/Recepção
4 Azul Não usado Transmissão/Recepção
5 Branco do azul Não usado Transmissão/Recepção
6 Laranja Recepção Transmissão/Recepção
7 Branco do marrom Não usado Transmissão/Recepção
8 Marrom Não usado Transmissão/Recepção
Quadro 6
Função Função
Pino Cor (10 Mbps / 100 Mbps) (1 Gbps / 10 Gbps)
1 Branco do laranja Transmissão Transmissão/Recepção
2 Laranja Transmissão Transmissão/Recepção
3 Branco do verde Recepção Transmissão/Recepção
4 Azul Não usado Transmissão/Recepção
5 Branco do azul Não usado Transmissão/Recepção
6 Verde Recepção Transmissão/Recepção
7 Branco do marrom Não usado Transmissão/Recepção
8 Marrom Não usado Transmissão/Recepção
Quando deseja-se interligar equipamentos com o mesmo padrão elétrico de conexão (por exemplo:
dois computadores ou dois switches), é necessário a construção de cabos para conexões cruzadas. As
conexões cruzadas são obtidas quando em uma ponta do cabo a crimpagem do conector segue o
padrão T568A e na outra ponta a crimpagem do conector segue o padrão T568B.
Observação
65
Unidade II
Saiba mais
Figura 35
A topologia de rede montada a partir do uso de cabos de pares trançados, principalmente segundo
as normas de cabeamento estruturado, é composta por um patch panel e uma tomada RJ-45, conforme
pode ser verificado na figura a seguir:
Patch panel
Tomada
RJ45
Figura 36
66
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Um patch panel é um componente passivo utilizado em redes que utilizam o cabo de par trançado
como meio físico. Ele é composto por diversas tomadas RJ-45, normalmente 24 ou 48 tomadas. O patch
panel é utilizado como um terminador de cabos. A figura a seguir apresenta um patch panel:
Figura 37
O outro segmento de cabos é terminado em uma tomada RJ-45 fêmea, conhecido popularmente por
jack ou keystone. A figura a seguir mostra uma tomada RJ-45 fêmea:
Figura 38
A ferramenta utilizada para crimpagem do cabo de par trançado em um patch panel e/ou em uma
tomada RJ-45 é o alicate de inserção punch down, que pode ser visto na figura a seguir:
Figura 39
67
Unidade II
4 FIBRA ÓPTICA
4.1 Conceitos
A ideia de comunicação óptica, que se iniciou com a transmissão de informações por meio dos
primeiros sinais de fumaça, intensificou-se a partir do surgimento do laser na década de 1960 e
com o surgimento da primeira fibra óptica com características modernas em 1970. A partir daí a
tecnologia de transmissão óptica começou a se desenvolver, com utilização em escala mundial
por volta de 1978.
Não se contrapondo aos padrões de comunicação elétrica surgidos em 1837, as comunicações ópticas
complementaram as comunicações elétricas, fazendo com que enlaces de distâncias tão limitadas
alcançassem distâncias de centenas de quilômetros, sem o uso de repetidores, já na década de 1980.
Lembrete
Quadro 7
Ano Fato
2500 a.C. Conhecimento das primeiras amostras de vidro.
Tempos romanos Transformação do vidro em fibra.
1790 Criação do telégrafo óptico na França por Claude Chappe.
1841 Guiamento de luz em um jato d’água, demonstrado em Genebra por Daniel Colladon.
1880 Alexander Graham Bell inventa o fotofone.
Utilização de bastões curvos de vidro para iluminar cavidades do corpo humano em
1888
Viena pelos Drs. Roth e Reuss.
1920 Utilização de bastões curvos de vidro em sistemas de iluminação de microscópios.
Investigação da transmissão de imagens através de fibras de vidro colocadas em
1949
paralelo, na Dinamarca, por Holger Moller Hansen e Abraham C. S. Van Heel.
1954 Surgimento de diversos estudos reportando feixes de fibras ópticas sem casca.
Estudos e criação das fibras de vidro com casca, a partir do derretimento de um tubo
1956
sobre um bastão de vidro.
1957 Primeiros testes com endoscopia de fibra óptica em um paciente.
1960 Primeiras demonstrações com laser.
Uso de dutos ópticos ocos feitos de tubos refletivos e publicação dos estudos teóricos
1961
sobre fibras monomodo.
1962 Fabricação dos primeiros diodos lasers a semicondutor.
1970 Demonstração da transmissão por fibras ópticas e o uso de lasers a semicondutor.
Transmissão de tráfego telefônico por meio de enlaces de fibras ópticas a 45 Mbps no
1977
centro de Chicago.
1981 Transmissão de 140 Mbps por 49 km pela Britsh Telecom.
Operação do primeiro cabo óptico no Canal da Mancha.
1986
AT&T transmite 1,7 Gbps em fibras ópticas monomodo.
1987 Criação do amplificador óptico em fibra dopada.
1988 Operação do primeiro cabo óptico transatlântico.
Década de 1990 Introdução do sistema DWDM (Desne Wavelength Division Multiplexing).
Dias atuais Aperfeiçoamento contínuo dos dispositivos ópticos.
• Alcance de longas distâncias nos processos de transmissão quando estabelecida uma comparação
com os cabos metálicos.
• Redução drástica no número de componentes de redes responsáveis por regenerar sinais com
nível de potência diminuído em consequência das distâncias dos enlaces.
69
Unidade II
• Considerado nível de segurança operacional, devido ao fato de não possuir loops de terra faíscas
ou quaisquer outros problemas elétricos.
Devido a sua própria natureza, a luz é considerada uma das condutoras de informação que mais se
destacam. Os olhos humanos conseguem perceber a energia eletromagnética (como luz) na faixa que
vai de 43 x 10¹³ Hz (vermelho) até 75 x 10¹³ Hz (violeta).
A figura a seguir mostrar a faixa de frequência visível entre outras faixas de frequência no espectro
eletromagnético:
Faixa TV Infravermelho UV
cidadão
AM FM Micro-ondas Visível
Raios x e γ
f(HZ)
103 106 109 1012 1015 1018
Figura 40
Observação
70
CABEAMENTO ESTRUTURADO
c
f
A letra “f” representa a frequência e a letra “c” representa a velocidade da luz no vácuo.
15
10
Frequência (1014Hz)
5
UV Visível Infravermelho
4
3
1,5
0,2 0,3 0,4 0,5 0,7 1,0 1,5 2,0
Comprimento de onda (µm)
Figura 41
Os sinais visivelmente luminosos têm essas interessantes propriedades, e outros sinais fora da
região visível também tem. Não obstante, a luz (visível) para transmissão em uma fibra de vidro
não é uma eficiente combinação, uma vez que é atenuada consideravelmente. A melhor situação
se dá na transmissão de sinais em fibra óptica no comprimento de onda eletromagnética na faixa
de infravermelho.
Os comprimentos de onda em que há grande eficiência nas comunicações por meio das fibras de
vidro são os próximos a 0,85 µm e entre 1,1 e 1,6 µm.
Quando a luz se propaga em linha reta em uma substância uniforme e de repente adentra
outra substância com densidade diferente, o raio de luz tem a sua direção modificada. A figura a
seguir ilustra essa situação, onde o raio se propaga de uma substância vizinha mais densa a outra
menos densa.
71
Unidade II
Figura 42
No exemplo citado na figura anterior, quando o ângulo de incidência “I” é menor que o ângulo
crítico, o raio se refrata, ou seja, passa da substância (ou superfície) mais densa para a menos densa.
Quando o ângulo de incidência é igual ao ângulo crítico, a luz segue uma trajetória paralela à divisão
entre os dois materiais. Quando o ângulo de incidência é maior que o ângulo crítico, o raio de luz é
refletido e permanece o seu trajeto dentro da substância mais densa.
Observação
O entendimento sobre o ângulo crítico passa pela compreensão de um conceito físico chamado de
índice de refração, também conhecido como índice refrativo. Tal índice é a relação entre a velocidade
da luz no vácuo e em outro meio.
Tabela 6
Os fenômenos da reflexão e da refração também ocorrem em uma fibra óptica. Nela, o fenômeno da
reflexão da luz por meio de um canal, que nada mais é que um núcleo de vidro. Esse núcleo é construído
a partir de um vidro de altíssima qualidade e mais fino que um fio de cabelo, além de ser revestido de
72
CABEAMENTO ESTRUTURADO
outro vidro menos denso, que favorece a reflexão da luz para dentro do núcleo. Há ainda uma capa
protetora que cria uma resistência mecânica ao núcleo e ao revestimento.
2a
n1 Casca
Núcleo n2 < n1 Capa
Figura 43
De forma muito parecida aos sistemas de transmissão em cabos de cobre, as comunicações por fibra
óptica necessitam de um emissor, que normalmente é um LED ou um laser. Esse emissor converte o
sinal elétrico em óptico. De modo similar no destino, um receptor óptico, normalmente um fotodiodo,
converte o sinal óptico em sinal elétrico.
Revestimento
Emissor Núcleo Receptor
Revestimento
Figura 44
Observação
Alguns autores chamam de casca o revestimento que envolve o núcleo
da fibra óptica.
Os modos de propagação da luz em uma fibra óptica podem ocorrer de duas formas: multimodo e
monomodo. Esses modos necessitam de características distintas e serão detalhados na próxima secção.
Saiba mais
Para conhecer um pouco mais sobre a propagação da luz na fibra
óptica, leia:
KEISER, G. Comunicações em fibras ópticas. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
73
Unidade II
A fibra óptica multimodo recebe esse nome devido a sua forma de propagação ocorrer a partir de
múltiplos feixes de luz oriundos de uma fonte de luz, atravessando o núcleo da fibra óptica por diversos
caminhos. Esse foi o primeiro tipo de cabo óptico utilizado em ambientes comerciais, e por causa do seu
baixo custo ainda é muito utilizada.
Essas fibras podem ser divididas em índice degrau e índice gradual. As fibras multimodo índice
degrau possuem um núcleo com densidade constante em linha reta até o limite com o revestimento,
tendo este uma menor densidade. As fibras multimodo índice gradual tem maior densidade no centro
do núcleo e vai reduzindo a densidade até chegar no limite ente o núcleo e o revestimento.
A figura a seguir apresenta a ideia que cerca essas duas fibras ópticas multimodo:
As fibras multimodo são normalmente mais “grossas” que as fibras monomodo, além de possuir
núcleos de 50 mícrons ou 62,5 mícrons. O fato de possuir um núcleo maior, habilita-se, desta forma,
transmissores com LED de baixo custo.
Observação
Uma grande desvantagem das fibras multimodo é a existência da dispersão modal que aumenta
atenuação nesse meio físico. Essa dispersão é fruto da defasagem entre os sinais transmitidos de forma
múltipla, além de aumentar com a distância entre transmissores e receptores.
A fibra óptica monomodo é também conhecida como fibra de modo único, sendo caracterizada por
ter um modo de propagação praticamente paralelo ao limite entre o núcleo e o revestimento. Outra
característica interessante é que o seu núcleo tem um diâmetro bastante reduzido quando comparado
com os das fibras multimodo.
74
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Figura 46
Diferentemente das fibras multimodo, que utilizam LEDs para transmissão, as fibras monomodo
utilizam o laser para a emissão do sinal, elevando, assim, a qualidade na comunicação
O núcleo das fibras monomodo medem aproximadamente de 8 a 9 mícrons. Não obstante, convém
lembrar que o núcleo, acrescido da casca e do revestimento, deixa o diâmetro do cabo de fibra monomodo
praticamente do mesmo tamanho da fibra multimodo.
Neste modo não encontramos a dispersão modal, porque utiliza-se apenas um modo de propagação
da luz.
Como a comunicação em uma fibra é unidirecional, para que se construa um enlace é necessário o
uso de um par de fibra. Assim, os conectores são divididos em individuais e duplos.
• SC (Subscriber Connector): criado pela NTT (Nippon Telephone and Telegraph), é considerado o
mais comum.
• ST (Straight Tip): criado pela AT&T, tem muita semelhança com um conector BNC de cabo coaxial,
pelo fato de ser atarrachado.
• FC (Ferrule Connector): normalmente utilizado em fibras monomodo.
• LC (Lucent): criado pela empresa Lucent, é considerado uma versão miniatura do conector SC.
Figura 47
75
Unidade II
Os conectores duplos são utilizados ao mesmo tempo para duas fibras. Os principais exemplos de
conectores individuais são:
Figura 48
Exemplo de aplicação
Para conhecer um pouco mais sobre conectores, não somente ópticos, faça uma pesquisa incluindo
preços e outras especificações de mercado para os conectores mais utilizados em redes locais.
Resumo
O foco desta unidade II foi o estudo dos meios físicos confinados (cabos
coaxiais, cabos de pares metálicos e cabos de fibra óptica).
Exercícios
Questão 1. Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma característica de um cabo coaxial:
A) É um cabo ótico, que possui uma blindagem metálica, usado para transmissão híbrida.
D) É um cabo metálico constituído de dois fios trançados, sendo o primeiro tipo de cabo utilizado
em redes de computadores.
E) É um cabo formado por um fio condutor envolvido por um material dielétrico de grande resistência,
usado unicamente para telefonia.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o cabo coaxial é um cabo metálico, que possui uma blindagem metálica, usado para
transmissão híbrida.
77
Unidade II
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
Justificativa: o cabo coaxial é um cabo metálico, que possui uma blindagem metálica, usado para
transmissão híbrida.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o um cabo metálico constituído de dois fios trançados é conhecido como par trançado.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: embora o cabo coaxial seja um cabo formado por um fio condutor envolvido por um
material dielétrico de grande resistência, ele não é usado unicamente para telefonia. Esse tipo de cabo
é usado para transmissão híbrida.
Questão 2. Com relação à topologia, tipicamente, os cabos de par trançado são usados em LANs
com a topologia:
A) Estrela.
B) Barramento.
C) Em anel.
D) Em linha.
E) Em quadrado.
78
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Unidade III
5 NOÇÕES DE CABEAMENTO ESTRUTURADO
Também incentivada pela ISSO, foi desenvolvida uma norma padrão para cabeamento estruturado,
conhecida como 14565, que logo foi traduzida para o português e padronizada pela NBR, chamando-se
NBR-14565:2013.
O ano de 1991 foi um marco para o cabeamento estruturado. Nesse ano, foi lançado um documento
inicial com as normas de cabeamento geral para clientes, atualizado a partir de mudanças sofridas pela
indústria de telecomunicações, revisado em 1995 e lançado como norma TIA/EIA-568-A.
79
Unidade III
Saiba mais
Houve mais duas atualizações: a primeira em 2000, quando a norma recebeu o nome de
TIA/EIA-568-B, e a segunda em 2006, com um relançamento da norma sob o nome de TIA/EIA-568-C.
O cabeamento estruturado, que antes era conhecido como cabeamento de rede local de
computadores, ou cabeamento predial, é um conjunto de recursos e tecnologias que envolve cabos
e hardwares de conexão para voz e dados, definido por normas, em vista do atendimento das
necessidades dos usuários de telecomunicações e TI.
Observação
• perceptível redução nos custos com a implementação do cabeamento (incluindo a mão de obra);
Quadro 8
81
Unidade III
Conforme visto anteriormente, a TIA (antigamente respondendo como EIA) criou o padrão de
cabeamento estruturado adotado em praticamente todo o mundo, determinando características e
propriedades em categorias.
A categoria 3, padronizada pela ISO como Classe C, destinou-se às primeiras redes ethernet que
utilizavam cabos UTP, com transmissão em banda base, taxa de transferência de 10 Mbps e uma largura
de banda de frequência igual a 16 MHz. A categoria 3 (também chamada de cat.3) ainda é utilizada em
sistemas de telefonia fixa.
A categoria 5, não mais reconhecida como um padrão de cabeamento estruturado, provia uma
comunicação com velocidade de até 1 Gbps e uma frequência de 100 MHz. Os cabos cat.5 foram
substituídos pelos cabos de categoria 5e, conhecidos como cabos cat.5e.
A categoria 5e recebeu o nome de Classe D pela ISO e tem muitas semelhanças com a cat.5,
com exceção das especificações de paradiafonia, melhoradas graças ao aumento do trançamento
dos pares de fios. Assim, os cabos cat.5e conseguem prover transmissões com taxa de transferência
de 1 Gbps.
Lembrete
82
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Quadro 9
Tipos de cabos
Categoria/Classe Normas aplicáveis Largura de banda
conhecidos
TIA/EIA, ISO/IEC, NBR,
Categoria 3 / Classe C U/UTP e F/UTP 16 MHz
CENELEC
TIA/EIA, ISO/IEC, NBR,
Categoria 5e / Classe D U/UTP e F/UTP 100 MHz
CENELEC
TIA/EIA, ISO/IEC, NBR,
Categoria 6 / Classe E U/UTP e F/UTP 250 MHz
CENELEC
Categoria 6A / Classe EA TIA/EIA e ISO/IEC U/UTP e F/UTP 500 MHz
Categoria 7 / Classe F ISO/IEC e NBR S/UTP e F/FTP 600 MHz
Categoria 7A / Classe FA ISO/IEC S/FTP e F/FTP 1 GHz
TE
Figura 49
83
Unidade III
Observação
4
3
4 3
5 1
7 7 3
Figura 50
A tabela a seguir mostra cada um dos componentes e a numeração descrita na figura anterior:
Tabela 7
Numeração Componente
1 Cabeamento horizontal
2 Cabeamento vertical (backbone)
3 Área de trabalho
4 Sala de telecomunicações
5 Sala de equipamentos
6. Infraestrutura de entrada
7 Distribuidores
84
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Para facilitar o entendimento, a figura a seguir mostra uma visão de uma estrutura hierárquica
dos subsistemas de cabeamento:
CD
Sistema de
cabeamento
de backbone
de campus
BD BD
Sistema de
cabeamento
de backbone
de edifício
FD FD FD FD
Sistema de
cabeamento
CP CP horizontal
CP CP
TD TD TD TD TD TD TD TD TD TD
Figura 51
Esses padrões podem ser classificados em: padrões de facto e padrões de jure.
Os padrões de facto são aqueles que não foram reconhecidos por uma organização ou comitê ao
serem lançados por uma pessoa ou comunidade. O termo de facto quer dizer “existente de fato”. A
tecnologia ethernet “original” surgida em 1972 é um bom exemplo de um padrão de facto.
Os padrões de jure são protocolos reconhecidos legalmente ou por organizações. O termo de jure
significa “de acordo com a lei”. Essas normas são controladas por uma instituição padronizadora.
Um produto sem padronização recebe o nome de facto e, ao ser padronizado por uma organização,
altera seu status para de jure. Os padrões de jure têm as suas especificações submetidas a um corpo
avaliador no formato RFC (Request for Change) até a sua versão final aprovada.
85
Unidade III
Os principais órgãos padronizadores são: Institute of Electrical and Eletronics Engineers – IEEE;
American National Standars Organization – ANSI; International Organization for Standardization – ISO;
International Telecomunication Union – ITU-T; International Eletrotechnical Commission – IEC; Eletronic
Industries Alliance – EIA; Telecommunications Industry Association – TIA.
O IEEE é a maior organização do mundo sem fins lucrativos. É formada por engenheiros elétricos e
eletrônicos que promovem criação, desenvolvimento, integração, compartilhamento e conhecimento
aplicado à ciência e às tecnologias da eletricidade e da informação. Para cada padrão IEEE, existe um
grupo de trabalho que desenvolve e aprimora os padrões e inovações.
Outra organização é a ANSI. Criada em 1918, é um órgão americano sem fins lucrativos de
padronização com mil membros associados entre empresas, organizações, agências do governo e
instituições internacionais. A padronização da rede FDDI, feita pela ANSI, pode ser considerada como
uma das maiores contribuições para a indústria de redes. Atua nas especificações de padrões eletrônicos
em parceria com a IEC e representa os Estados Unidos da América junto à organização ISO.
A ISO é uma das maiores organizações internacionais de padronização, atuando em inúmeras áreas
de desenvolvimento tecnológico. É constituída por diversas organizações de diferentes países. Na área
de comunicação e redes de computadores, sua maior contribuição foi à padronização do Modelo de
Referência OSI (Open System Interconnection) no ano de 1984.
A ITU-T é uma organização criada em 1993 que sucedeu a CCITT. Foi fundada em 1865 e é responsável
pelos padrões internacionais de telegrafia e telefonia. As normas criadas pela ITU-T abrangem questões
voltadas para a comunicação de dados e de telefonia.
A norma ANSI/TIA-568-C.0 foi criada em 2009, atualizada em 2012 e está destinada ao cabeamento
de telecomunicações em dependências do cliente. Essa norma define o cabeamento de uso geral,
incluindo estrutura do sistema de cabeamento, opção de meio físico, distâncias permitidas, requisitos
de instalação e todos os testes.
A norma ANSI/TIA-568-C.2 foi criada em 2009 e está destinada ao cabeamento de pares trançados,
incluindo os seus componentes.
A norma ANSI/TIA-568-C.3 foi criada em 2008, atualizada em 2011 e está destinada ao cabeamento
que utiliza fibras ópticas, incluindo todas as suas especificidades.
A norma ANSI/TIA-568-C.4 foi criada em 2011 e está destinada ao cabeamento coaxial e aos
componentes de banda larga, bem como as suas especificações físicas, mecânicas e de interferência.
Existem outras normas, definidas pela ANSI/TIA, que estão relacionadas ao sistema de cabeamento
estruturado. São elas:
Além daquelas criadas pela ANSI/TIA, a ISO também desenvolveu algumas normas que foram
adaptadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT para uso no Brasil.
• Norma NBR16264: desatinada ao cabeamento estruturado residencial; sua edição mais atualizada
está em vigor desde 2016.
• Norma NBR16521: destinada ao cabeamento estruturado industrial; sua edição está em vigor
desde 2016.
• Norma NBR14565: destinada ao cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers;
sua edição mais atualizada está em vigor desde 2013.
87
Unidade III
• Norma NBR16415: destinada a caminhos e espaços para cabeamento estruturado; sua edição
mais atualizada está em vigor desde 2015.
Observação
Saiba mais
<www.abnt.org.br>
6.1.1 Introdução
88
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Distribuidor de peso
(FD)
Cabo horizontal
Figura 52
O termo horizontal advém do fato de os lançamentos dos cabos ocorrerem de forma horizontal
entre as áreas de trabalho e as salas de telecomunicações.
Até que avancemos, é importante saber que a área de trabalho é o espaço onde o usuário
que acessa serviços de telecomunicações está situado. Também é importante saber que a sala de
telecomunicações é um espaço onde está situado o distribuidor de piso, podendo abrigar alguns
equipamentos de redes.
Esses cabos podem ser lançados em tubulações embutidas em pisos, eletrocalhas ou badejas
suspensas. As normas ISO/IEC 18010:2002 e ANSI/TIA-569-C apresentam as técnicas e os métodos
aplicados no encaminhamento de cabeamento horizontal, contendo especificações e recomendações
importantes que garantem os padrões aceitáveis de mercado.
Figura 53
• cabos horizontais;
89
Unidade III
• terminações mecânicas dos cabos horizontais nos distribuidores de piso, incluindo o hardware de
conexão, por exemplo, as interconexões ou conexões cruzadas;
• ponto de consolidação;
• tomadas de telecomunicações.
A figura a seguir apresenta um subsistema de cabeamento horizontal que contém grande parte
desses componentes:
Distribuidor de piso Área de trabalho (WA)
TO
C
Cabeamento horizontal Cordão de
(90 m, máximo) usuário
Patch cord D
B
A
A + B + D = 10 m (máximo)
Cordão de equipamento A + B + C + D = 100 m (máximo)
Figura 54
A topologia física verificada na figura anterior é estrela, que possui um lance (segmento) de cabo
reservado interligando cada porta do distribuidor de piso a sua respectiva tomada de telecomunicações
na área de trabalho.
Duas outras importantes informações contidas na figura anterior referem-se ao comprimento dos
cabos. Para o segmento de cabos horizontais, especifica-se um comprimento máximo de 90 metros para
o lance de cabos horizontais. Também o somatório do comprimento dos cordões de equipamento, patch
cords do distribuidor de piso e patch cords da área de trabalho não pode ser superior a 10 metros. Assim,
o comprimento total de cabos e cordões de manobra não superará 100 metros (limite máximo para que
não haja atenuação significativa em cabos de pares metálicos).
Lembrete
90
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A figura a seguir apresenta uma distribuição real de cabos, incluindo o distribuidor de piso (patch
panels) e um switch (concentrador de rede):
Patch panels
Switchs ethernet
Figura 55
Além dos cabos de pares trançados metálicos blindados ou não blindados, as principais normas
de cabeamento estruturado também permitem o uso de alguns cabos ópticos. Não obstante, convém
afirmar que devido à relação custo/benefício, não é comum o uso de cabos de fibra óptica em segmentos
de cabos horizontais.
Existem duas formas básicas autorizadas pelas normas para a interconexão dos equipamentos ativos
de rede, como switches e hubs, aos cabos horizontais. Essas formas são: interconexão ou cruzada.
91
Unidade III
TO
Equipamentos ativos Patch panels
TO
Cabeamento
horizontal
TO
Área de trabalho
(WA)
Figura 56
Cabeamento horizontal
TO
Patch cords
Cordões de
equipamentos
Equipamentos ativos
Figura 57
92
CABEAMENTO ESTRUTURADO
O método de conexão cruzada pode também ser utilizado para interligar o cabeamento de backbone
ao cabeamento horizontal. A figura a seguir mostra essa configuração:
Área de trabalho
(WA)
Conexão cruzada
Cabeamento
Patch cords horizontal TO
TO
TO
TO
Patch panels associados Patch panels associados
ao backbone às áreas de trabalho
TO
TO
Patch cords Cabeamento TO
horizontal
Patch panels associados Patch panels associados Área de trabalho
ao backbone às áreas de trabalho (WA)
Conexão cruzada
Backbone
Figura 58
Segundo a ABNT (2013), a norma NBR 14565 define ponto de consolidação como: ponto de
conexão no subsistema de cabeamento horizontal situado entre o distribuidor de piso e a tomada de
telecomunicações.
A figura a seguir ilustra um bloco de conexão do tipo 110 utilizado como ponto de consolidação:
Figura 59
93
Unidade III
Como esses escritórios são caracterizados por terem um layout flexível de suas áreas de trabalho, os
pontos de consolidação se tornam uma opção interessante que possibilita, segundo a norma NBR 14565
(ABNT, 2013), a realocação de tomadas de telecomunicações.
P
doC
Cabo
Distribuidor de Ponto de
piso (PD) consolidação (CP)
Cabo horizontal
Patch panel
Tomada de
telecomunicações (TO)
Figura 60
• Os pontos de consolidação devem ser instalados de forma que cada conjunto de áreas de trabalho
seja atendido por no mínimo um ponto.
• Cada ponto de consolidação pode atender apenas 12 áreas de trabalho.
• Os pontos de consolidação devem ser implementados em locais de fácil acesso para a manutenção.
• A distância entre o ponto de consolidação e o distribuidor de piso deve ser de, no mínimo, 15 metros.
• A distância entre o ponto de consolidação e a área de trabalho deve ser de, no mínimo, 5 metros.
• Os pontos de consolidação devem integrar o sistema de gerenciamento do cabeamento estruturado.
• O ponto de consolidação deve estar situado em espaços físicos próximos às áreas de trabalho por
ele atendidas, sem quaisquer emendas ou extensões de cabeamento.
94
CABEAMENTO ESTRUTURADO
• O ponto de consolidação não deve estar situado no mesmo espaço do distribuidor de piso.
Observação
A MUTO também é definida para o uso em cabeamento para escritórios abertos, aqueles caracterizados
por frequentes mudanças de layout.
Segundo a norma NBR 14565 (ABNT, 2013), as principais observações que devem ser consideradas
para o uso da MUTO são:
• Uma MUTO instalada em uma área de escritório aberto deve atender um grupo de áreas de trabalho.
• Uma MUTO deve ser instalada em local de fácil acesso e a uma distância mínima de 15 metros do
distribuidor de piso.
O limite máximo para o patch cord da área de trabalho, utilizando uma MUTO, sofre algumas
restrições da norma, de forma que não pode ser superior a 20 metros para cabos não blindados (24
AWG) e 15 metros para cabos blindados (26 AWG).
Tabela 8
95
Unidade III
Tabela 9
Os valores máximos encontrados para o patch cord de usuário na área de trabalho são obtidos por
meio da fórmula a seguir, estabelecida pela norma NBR 14565 (ABNT, 2013):
102 H
I 5
1 k
O fator k representa uma correção para o tipo de cabo utilizado. Se o cabo for não blindado
(24 AWG), o fator é igual a 0,2. Se o cabo for blindado (26 AWG), o fator é igual a 0,5.
Observação
Observação
A redes FTTD são aquelas em que o meio físico utilizado até a área de
trabalho na tomada de telecomunicações é a fibra óptica.
Essa solução de cabeamento horizontal é utilizada em implementação num único edifício, não sendo
recomendada a interligação entre edifícios diferentes em um mesmo campus.
96
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Cordão (óptico)
de usuário
Backbone
ER Distribuidor óptico
Cordão de
equipamento
Figura 61
Cordão (óptico)
Backbone de usuário
ER Distribuidor óptico
Cordão de
equipamento
Figura 62
97
Unidade III
TO
Cordão (óptico)
de usuário
Cabeamento óptico horizontal
(90 m, máximo)
ER Distribuidor óptico
Cordão de
equipamento
Figura 63
Observação
Seja qual for o método utilizado, é importante lembrar que, no cabeamento horizontal, a distância
máxima, ainda que se utilize cabos ópticos, é de 90 metros. Somando-se os patch cords, a distância não
pode ser superior a 100 metros.
• fibra óptica multimodo de 62,5/125 micrômetros, otimizada para laser OM-3 e OM-4.
98
CABEAMENTO ESTRUTURADO
6.2.1 Introdução
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
ER EF
Figura 64
99
Unidade III
Campus
CD
Subsistema de
cabeamento de
backbone de campus
BD BD
1 2
Subsistema de
cabeamento de
backbone de edifício
Subsistema de
cabeamento
horizontal
CP CP CP
TO TO TO TO TO TO TO TO TO
Edifício 1 Edifício 2
Figura 65
Observação
De forma geral, as normas utilizadas no subsistema de cabeamento horizontal são replicadas para o
subsistema de cabeamento de backbone, respeitando, é claro, algumas particularidades.
100
CABEAMENTO ESTRUTURADO
É aconselhável que os distribuidores de piso e edifício tenham entre eles redundância, a fim
de que o sistema de cabeamento estruturado seja tolerante a falhas. Da mesma forma, com
o objetivo de alcançar maior tolerância a falhas, os distribuidores de edifício também podem
estar interligados.
• Cabo óptico multimodo 62,5/125 micrômetros, 50/125 micrômetros e multimodo otimizado para
transmissão em laser (OM-3 e OM-4).
Observação
101
Unidade III
TR
TR
Backbone de edifício
(dentro do edifício)
TR
TR
ER
Figura 66
O subsistema de cabeamento de backbone de edifício, segundo a norma NBR 14565 (ABNT, 2013),
é composto de:
102
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A norma NBR 14565 também define as distâncias máximas que podem ser estabelecidas entre o
distribuidor de campus e o distribuidor de piso. A tabela a seguir apresenta essa distribuição:
Tabela 10
Observação
103
Unidade III
Edifício 1
FD
FD
Edifício 1
FD FD
FD FD
FD Backbone de campus BD
(entre edifícios)
Figura 67
Exemplo de aplicação
Para testar um pouco de seus conhecimentos, faça uma visita a uma empresa, ou mesmo onde você
trabalha, e verifique se o sistema de cabeamento é estruturado.
104
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Resumo
105
Unidade III
Exercícios
CD
(a)
BD BD
(b)
FD FD FD FD
(c)
CP CP
CP CP
TD TD TD TD TD TD TD TD TD TD
106
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Justificativa geral: existem alguns elementos funcionais no sistema de cabeamento estruturado que
são o distribuidor de campus (CD), o distribuidor de edifício (BD), o distribuidor de piso (FD), o ponto de
consolidação (CP) a tomada de telecomunicações (TO), o backbone de campus, o backbone de edifício e
o cabeamento horizontal.
Essa cadeia é hierarquizada a partir do distribuidor de campus até o terminal de usuário, que, a partir
do backbone de edifício, é interligado à rede pelo cabeamento horizontal.
Assim, na figura apresentada, o subsistema (c) é precedido do subsistema (b) que é precedido do
subsistema (a). Como o subsistema (c) é o que faz a ligação com os terminais, ele é o cabeamento
horizontal, que deve ser precedido pelo backbone de edifício, que, por sua vez, deve ser precedido do
backbone de campus.
Ou seja:
I – Os padrões de facto são aqueles que não foram reconhecidos por uma organização ou comitê ao
serem lançados por uma pessoa ou comunidade e podem se transformar em padrões de jure quando
forem reconhecidos por uma organização padronizadora
PORQUE
II – Apenas uma organização padronizadora pode alterar o status de um padrão de facto para de jure.
108
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Unidade IV
7 ESPAÇOS EM SISTEMAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO
7.1.1 Introdução
Entrada de antena
Infraestutura do
edifício para cabos
Infraestutura do
edifício para cabos
Pavimento do edifício
Sala de
telecomunicações
Infraestutura do
edifício para cabos
Infraestutura do
edifício para cabos
Sala de
telecomunicações
Sala de
equipamentos
Infraestutura do
edifício para cabos
Entrada principal
Infraestutura de
entrada
Tomada de
Infraestutura para telecomunicações
rede de campus (TO)
Figura 68
109
Unidade IV
A área de trabalho é muito conhecida pelo seu acrônimo em inglês WA, que significa Work Area.
Essas áreas são os espaços onde o usuário está situado no edifício comercial e também onde está
disponível a conectividade necessária para que as aplicações funcionem.
A norma NBR 14565 (ABNT, 2013, p. 4) define a área de trabalho “como espaço do edifício no qual
seus ocupantes interagem com os serviços disponibilizados pelo cabeamento estruturado”.
O cabeamento que chega até a área de trabalho é normalmente oriundo do distribuidor de piso
situado na sala de telecomunicações. Conforme mencionado, esse cabeamento é conhecido por
horizontal, terminando em uma tomada de telecomunicações, conhecida pelo seu acrônimo em inglês
TO (Telecommunication Outlet).
Lembrete
TO
Cabos U/UTP, F/UTP categoria 5 e/ou superior
Cabeamento horizontal
Figura 69
110
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Figura 70
A primeira especificação, que parece até um pouco controversa em comparação com o cabeamento
não estruturado, é a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho.
Essas tomadas, blindadas ou não, obrigatoriamente são terminadas em conectores RJ-45, onde é
conectado o cabo de par trançado categoria 5e ou superior.
Observação
Outra importante determinação diz respeito aos espelhos das tomadas de telecomunicações.
Eles devem ser no padrão 4 x 2” ou 4 x 4”, montados em caixas de piso, caixas de superfície ou
fixados no próprio mobiliário de escritório.
Uma área de trabalho deve ter pelo menos um tamanho de 5 m², podendo chegar a 10 m².
Não obstante, nada impede que, a partir do conhecimento do projeto físico e do layout da edificação, as
áreas de trabalho sejam menores que 5 m², atendendo, é claro, às necessidades do usuário.
O cabeamento horizontal deve ser encaminhado na área de trabalho pelo piso e/ou pelo teto,
utilizando também caminhos adequados na própria mobília presente na área de trabalho. Usando o
mobiliário como caminho de passagem do cabo, é necessária a percepção da importância das mudanças
no cabeamento estruturado quando ocorrerem mudanças de layout ou mobília no escritório.
111
Unidade IV
Uma regra de ouro na instalação de tomadas de telecomunicações em uma área de trabalho indica que
elas devem ser instaladas em locais de fácil acesso, sem descuidar da segurança. Um bom exemplo seria a
instalação de tomadas de telecomunicações em pisos frios. Tomadas de telecomunicações instaladas em
caixas diretamente implementadas em pisos frios estão sujeitas a problemas como eventuais lavagens
do piso e poeiras frequentes que podem danificar os contatos metálicos dos conectores RJ-45 fêmea.
Quando instaladas em quaisquer outros lugares sujeitos a ação de agentes químicos, limpeza,
poeira etc., recomenda-se que as tomadas de telecomunicações tenham protetores.
A norma NBR 14565 (ABNT, 2013) especifica que a sala de telecomunicações é o espaço que abriga o
distribuidor de piso e pode também abrigar o distribuidor de edifício e equipamentos de redes destinados
ao atendimento dos usuários do pavimento em que se situa a sala de telecomunicações.
Nas salas de telecomunicações, é importante que haja facilidade no espaço, alimentação elétrica,
controles do ambiente, dentre outros, destinados à instalação de componentes passivos.
112
CABEAMENTO ESTRUTURADO
TR
TO
TR
TO
Cabeamento de
backbone
TR
TO
TR
TO
Cabeamento horizontal
ER
Figura 71
Observação
Além norma NBR 14565, as normas ANSI/TIA-569-C, ISO/IEC 14763-2, ISO/IEC 18010 fazem uma
série de recomendações sobre as dimensões da sala de telecomunicações baseada no número de tomadas
de telecomunicações atendida pelo distribuidor de piso da sala.
113
Unidade IV
Tabela 11
As normas ISO/IEC 14763-2 e ISO/IEC 18010 recomendam que a menor sala de telecomunicações
não tenha uma área inferior a 9,6 m² (com dimensões de 3 x 3,2 metros) para até 500 tomadas de
telecomunicações. A figura a seguir apresenta a sala de telecomunicações com essas dimensões:
3,0 m
1,6 m
3,2 m
Figura 72
As normas ISO/IEC 14763-2 e ISO/IEC 18010 também recomendam que até 1.000 tomadas
de telecomunicações sejam atendidas por uma sala de telecomunicações de área 14,72 m²
(com dimensões 3,2 x 4,6 metros). A figura a seguir apresenta a sala de telecomunicações com
essas dimensões:
114
CABEAMENTO ESTRUTURADO
4,6 m
1,6 m 1,6 m
3,2 m
Figura 73
É comum também considerar a área do pavimento para a tomada de decisão sobre as dimensões da
sala de telecomunicações. Não obstante, a área do pavimento não pode ser a base para a definição das
dimensões da sala de telecomunicações.
Duto de ar Barramento
de terra Prancha de madeira
Shaft
Eletroduto
Luminárias
Eletroduto
Prancha de
madeira
Esteira para cabos
Luminárias
Eletroduto
Quadro
elétrico Duto de ar : Tomada elétrica
Figura 74
115
Unidade IV
• Caso haja equipamentos instalados, seja provida de um sistema de climatização 24 horas, 365
dias por ano, com temperaturas variando entre 18º e 24º C e uma umidade entre 30% e 55%.
• A iluminação deve possuir pelo menos 540 luxes, de forma que não haja problemas na
manutenção do cabeamento.
• Deve possuir um ambiente controlado, fechado e com acesso limitado para pessoas autorizadas.
• Esteja situada em uma área do pavimento cujo acesso não dependa do acesso a outros espaços.
Em edifícios e pavimentos onde não seja exequível a construção de uma sala com as
dimensões outrora especificadas, pode-se utilizar um espaço menor. A norma ANSI/TIA-569-C
recomenda que a menor sala de telecomunicações tenha dimensões mínimas de 1,3 m x 1,3 m.
Se nem esse espaço estiver disponível, é possível instalar um “armário de telecomunicações”
no shaft do edifício.
Dutos (tubulações)
Portas
Figura 75
116
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A norma NBR 14565 (ABNT, 2013) define que a sala de equipamentos é o espaço de telecomunicações
destinado a abrigar os equipamentos de uso comum em toda a rede, a terminação de cabos e os
distribuidores do sistema de cabeamento estruturado.
Justamente pelo fato de a sala de equipamentos conter dispositivos tão cruciais para o
funcionamento das redes, há a necessidade de um controle de temperatura do ambiente (18 ºC a 24 ºC)
para não prejudicar a operação dos equipamentos. O controle de acesso e as questões de segurança
relacionadas à sala de equipamentos também precisam ser observados. A iluminação precisa ser
uniforme na faixa de 500 luxes, medidos a 1 metro do chão.
Lembrete
117
Unidade IV
TR
(FD)
TR
(FD)
Backbone de
edifício
TR
(FD)
TR
(FD)
ER Backbone de
CD/BD campus
Figura 76
118
CABEAMENTO ESTRUTURADO
distintos. A ANSI/TIA-569-C aponta que a sala de equipamentos tem que ter um tamanho mínimo
de 10 m² (caso abrigue um distribuidor de edifício) e 12 m² (caso abrigue um distribuidor de
campus). Caso a área provida pelo distribuidor de campus seja 50.000 m², para cada 10.000 m²
aumenta-se o tamanho da sala de equipamentos em 1 m².
A ISO/IEC 14763-2 trata o tamanho da sala de equipamentos da mesma forma que trata a sala de
telecomunicações.
Lembrete
É conhecida pelo seu acrônimo EF – Entrance Facility. A norma NBR 14565 (ABNT, 2013) define que
a infraestrutura de entrada é o local de entrada de todos os serviços de telecomunicações do edifício e
inclui a interface de rede externa.
Observação
119
Unidade IV
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
TR TO
Cabeamento
horizontal
TO
ER EF
Infraestrutura de entrada
Figura 77
No DG, estão terminados os cabos de pares de telefonia oriundos da operadora de telefonia pública.
No DID, as conexões que utilizam cabos coaxiais em links E1 e T1. No DGO, temos as fibras ópticas
entregues pela operadora no demarc.
120
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Figura 78
A norma ISO/IEC 14763-2 dá uma tratativa diferenciada no que tange as dimensões da infraestrutura.
Essa norma recomenda, para efeitos de dimensionamento, a infraestrutura de entrada como uma sala
de telecomunicações de baixa densidade.
121
Unidade IV
ER TR
Espaço
do provedor
TR
EF TR
Infraestrutura Sala de
de entrada telecomunicações
Figura 79
Tomada elétrica
Luminárias
TGB (aterramento)
Rack de
gabinete
$
Interruptor
Portas de luz
Figura 80
122
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A partir de um apanhado geral das normas para espaços de telecomunicações, destacam-se alguns
pontos primordiais de forma resumida para o perfeito funcionamento do sistema de cabeamento
estruturado. São eles:
• Requisito 3 – altura: as normas especificam que a altura entre o piso acabado e o teto do
espaço seja de pelo menos 2,4 metros, além do vão entre as lajes de pavimentos, que deve ser
de pelo menos 3 metros.
Especificamente o cabo de par metálico deve ser certificado e aprovado quando obtiver sucesso nos
testes a seguir:
123
Unidade IV
• 2º teste: comprimento;
• 4º teste: diafonia;
O primeiro e mais fácil dos testes em cabos de pares balanceados é o wiremap, que verifica o mapa
de fios, bem como a continuidade e a conectorização (terminação) dos pares metálicos nas tomadas de
telecomunicações fio a fio.
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8
T568A T568B
Figura 81
124
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A figura a seguir mostra a configuração de terminação dos pares nas tomadas de telecomunicações:
1 1
2 2
3 3
6 6
4 4
5 5
7 7
8 8
Figura 82
• continuidade pino a pino: demonstra se os pares estão íntegros e sem quaisquer descontinuidades
ou rompimentos;
• pares invertidos: demonstra se há uma inversão acidental dos fios de um determinado par;
• split-pair (pares divididos): verifica se um condutor de um par está invertido com o condutor
de outro par.
O segundo teste a ser apresentado é o teste de comprimento, que verifica se o lance de cabos de
pares metálicos atende às exigências da norma. O parâmetro comprimento é fortemente relacionado e
dependente do parâmetro velocidade de propagação nominal.
O terceiro teste é conhecido por perda de inserção, ou popularmente chamado de teste de atenuação
nos cabos. A atenuação representa o enfraquecimento da potência do sinal elétrico transportado no
meio físico, devido às características resistivas do material condutor e da capacitância mútua entre os
condutores e entre os condutores e a terra.
A perda de inserção é sempre medida em decibel, conhecido apenas por dB por unidade de
comprimento, normalmente o metro. Os cálculos com dB envolvem o logaritmo da base 10 da
125
Unidade IV
Circuito ou canal
Sinal de de transmissão Sinal de
entrada saída
Figura 83
A fim de fornecer uma ideia das variações em dB, verifique a tabela a seguir:
Tabela 12
Relação de potência dB
2 para 1 3
10 para 1 10
20 para 1 13
40 para 1 16
100 para 1 20
200 para 1 23
1.000 para 1 30
Observação
As perdas de inserção não têm uma variação linear e proporcional ao
lance de cabos. Isso porque existem outros fatores oriundos de componentes
que contribuem para o enfraquecimento do sinal.
O quarto teste é a diafonia, também conhecida como crosstalk ou linha cruzada, que ocorre a
partir dos mecanismos de acoplamento indutivo e capacitivo, limitando o desempenho do sistema
de comunicação. A diafonia pode ser também compreendida como interferência eletromagnética
propagada em diferentes pares de fios.
126
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Os efeitos da diafonia são atenuados ou ampliados a partir dos seguintes fatores: bitola dos
condutores, trancamento dos pares, existência ou não de blindagem e isolante utilizado. Portanto, para
minimizar os seus efeitos, é possível tomar algumas ações, tais como:
A diafonia pode ser classificada, de forma geral, em dois modos: paradiafonia e telediafonia. A
paradiafonia é conhecida pelo acrônimo NEXT (Near End Crosstalk), sendo medida no par interferido que
está na mesma extremidade do par interferente (origem da interferência). A telediafonia é conhecida
pelo acrônimo FEXT (Far End Crosstalk), sendo medida no par interferido na extremidade oposta ao par
interferente (origem da interferência).
Par 1
Par 2
FEXT
NEXT Par 3
Par 4
Figura 84
Observação
Existem duas metodologias de teste de NEXT e FEXT conhecidas: NEXT (ou FEXT) par a par e powersum
NEXT (ou FEXT).
A primeira é conhecida como NEXT par a par e é obtida a partir da influência dos pares uns
nos outros de forma individual. A NEXT par a par foi a primeira metodologia utilizada em cabos
127
Unidade IV
• P1 P2
• P1 P3
• P1 P4
• P2 P3
• P2 P4
• P3 P4
Par 1
Figura 85
Par 2
Figura 86
128
CABEAMENTO ESTRUTURADO
NEXT 3-2
Par 2 FEXT 3-2
Par 3
Figura 87
NEXT 4-2
Par 2 FEXT 4-2
NEXT 4-4
Par 3 FEXT 4-4
Par 4
Figura 88
A segunda é conhecida como powersum NEXT, também chamada de PS-NEXT, que substituiu a NEXT
par a par e é utilizada nas categorias superiores à categoria 5, contabilizando o efeito de todos os pares
em um mesmo par. As combinações encontradas são as seguintes:
• P1 P2, P3, P4
• P2 P1, P3, P4
• P3 P1, P2, P4
• P4 P1, P2, P4
Para encontrar o PS-NEXT, os equipamentos encontram primeiro o NEXT par a par e somam os seus
efeitos. A figura a seguir apresenta os efeitos do PS-NEXT no par 4:
129
Unidade IV
Par 1
Par 2
Par 3
Figura 89
Par 2
Par 3
Par 4
Figura 90
Par 1
PS-FEXT, Par 2
PS-NEXT, Par 2
Par 2
Par 3
Par 4
Figura 91
130
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Par 1
Par 2
PS-FEXT, Par 3
PS-NEXT, Par 3
Par 3
Par 4
Figura 92
O quinto teste utilizado em cabos de pares metálicos trata-se de uma relação entre a diafonia e a
atenuação, estabelecendo um parâmetro para certificação que reporte influências conjuntas desses dois
aspectos. Os dois métodos encontrados nesse teste são: ACRN (Attenuation to Crosstalk Ratio Near End)
e o ACRF (Attenuation to Crosstalk Ratio Far End).
Da mesma forma que ocorre com a diafonia, os testes de ACRN e ACRF também possuem as suas
variações, podendo ser medidos par a par e powersum. Assim, temos:
• ACRN par a par: diferença entre a resposta de atenuação par a par em um lance de cabos com
diferentes NEXT par a par.
• ACRF par a par: diferença entre a resposta de atenuação par a par em um lance de cabos com
diferentes FEXT par a par.
• PS-ACRN: diferença entre a resposta de atenuação de cada par em um lance de cabos com
diferentes combinações de PS-NEXT.
• PS-ACRF: diferença entre a resposta de atenuação de cada par em um lance de cabos com
diferentes combinações de PS-NEXT.
O alien crosstalk é o sexto teste feito em sistemas de cabeamento estruturado utilizando pares
metálicos. Esse teste tem o intuito de verificar a interferência dos pares de um cabo em pares de outros
cabos ou feixes de cabos. Ele é de grande importância em redes que utilizam aplicações em gigabit
ethernet ou 10 gigabit ethernet.
Da mesma forma que na diafonia, ACRN e ACRF, o alien crosstalk também pode ser medido par a par
e em powersum, em suas variações NEXT e FEXT.
131
Unidade IV
O sétimo teste a ser destacado é a perda de retorno, que representa a medida de todas as reflexões
causadas por descasamento de impedância característica em um lance de cabos. O descasamento de
impedância ocorre porque não há uma continuidade no canal (meio físico), que precisa ser conectorizado
em distribuidores, conectores, dentre outros, causando as reflexões.
A perda de retorno, também conhecida como relação de onda estacionária, varia com a frequência
do sinal. A unidade de medida da perda de retorno é o decibel (dB).
As normas ISO/IEC 11801 e NBR 14565 especificam valores para perda de retorno em cabeamento
estruturado que podem ser vistos na tabela a seguir:
Tabela 13
TX RX
Conector
Figura 93
O oitavo teste é o atraso de propagação, como a medida de tempo utilizado por um sinal ao
propagar-se no lance de cabo entre a origem e o destino. A medida de atraso está fortemente
relacionada às características construtivas e elétricas do cabo, tais como resistência, indutância,
capacitância e condutância.
O delay skew é o nono teste, também conhecido como desvio do atraso de propagação. Ele expressa
a diferença no tempo entre atrasos de propagação de pares que têm maior velocidade e aqueles mais
lentos em um cabo de par metálico.
132
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A tabela a seguir apresenta os valores referenciais de atraso de propagação e de delay skew para
cabos de categoria 5e e 6:
Tabela 14
490 ns
Par 1
505 ns
Par 2
Desvio de atraso de
propagação = 20 ns
500 ns (510 - 490)
Par 3
510 ns
Par 4
Figura 94
O teste de campo é o trabalho de certificação propriamente dito em cabos de pares metálicos. Esses
testes podem ocorrer das seguintes formas: enlace permanente e canal.
133
Unidade IV
A B
T T
90 m (máximo)
Equipamento Equipamento
teste teste
Figura 95
Observação
Lembrete
Para o teste de canal, são considerados os elementos permanentes e todos os cordões de manobra
e patch cords.
134
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Área de trabalho
Ponto de (WA)
Distribuidor de piso Cabeamento consolidação (CP)
horizontal TO
C D
B
E
100 m (máximo)
Figura 96
Observação
Assim como ocorre com os cabos de pares metálicos, os cabos de fibra óptica precisam ser
adequadamente testados, com o objetivo de garantir eficiência e eficácia no uso desse meio físico no
sistema de cabeamento estruturado.
135
Unidade IV
Observação
Os dois parâmetros testados nas fibras ópticas são a atenuação e o comprimento. A atenuação,
como primeiro parâmetro, é normalmente função do comprimento de onda do sinal de luz transmitido.
O comprimento do enlace óptico, como parâmetro físico importante, influencia decisivamente o
desempenho do sistema de cabeamento estruturado.
Lembrete
A atenuação nas fibras ópticas pode se dar a partir de diversos fatores, tais como:
• espalhamento (oposto à absorção), quando o sinal de luz atinge partículas presentes no núcleo
e são refletidas e refratadas;
Tabela 15
136
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Observação
As medições dos testes nos segmentos de cabos de fibra óptica são feitas por um instrumento
conhecimento pelo seu acrônimo OTDR (Optical Time Domain Reflectometer), que significa refletor
óptico no domínio do tempo. O OTDR injeta pulsos de sinais luminosos no núcleo da fibra óptica para
medir o seu comprimento utilizando o princípio da reflectometria no domínio no tempo. O pulso
gerado pelo OTDR é transmitido para o destino e refletido de volta, possibilitando a verificação do
cabeamento óptico.
Os OTDR conseguem localizar os pontos de falhas nos enlaces, porque cada vez que o pulso de
luz encontra quaisquer emendas, acompladores e até descontinuidades, o sinal é refletido de volta
para a origem.
Na medição de atenuação, é comum o uso de um método, descrito nas normas, chamado de jumper
de referência. A figura a seguir ilustra esse modelo de teste:
Acoplador
Acoplador óptico Jumper de teste 2
óptico (J2)
Figura 97
A atenuação total em sistemas de cabeamento estruturado que utilizam fibras ópticas é a somatória
dos seguintes itens:
As normas especificam valores de referência para atenuação máxima na emenda óptica em 0,3 dB.
Para os acopladores ópticos, a atenuação máxima é de 0,75 dB.
Saiba mais
Para conhecer mais sobre testes no cabeamento estruturado, leia o
capítulo 6 de:
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do
projeto à instalação. 4. ed. São Paulo: Erica, 2013.
Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam que um projeto é como um empreendimento único temporário,
ou seja, com início e fim determinados, utilizando recursos e conduzido por pessoas, com a finalidade de
criar um produto ou serviço único.
Monteiro (2008) cita a definição de projeto dada pelo Conjunto de Conhecimento para Gestão
de Projetos (PMBOK – Project Management Body of Knowledge): um empreendimento de caráter
temporário com atividades relacionadas e executadas progressivamente para atingir uma meta definida,
com um produto ou serviço único.
Rabechine Junior et al. (2002) citam que projeto é um processo único, consistindo de um grupo de
atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, composto de pessoas dedicadas
que visam atingir a um propósito ou objetivo específico.
Partindo das definições apontadas por esses autores, percebe-se pelo menos três características
inerentes à definição de projeto. São elas:
• Temporal: essa característica denota a limitação de tempo inerente a um projeto, ou seja, ele
tem “dia e hora” para iniciar e para acabar.
• Exclusividade: entregável, seja produto, seja serviço, produzido por um projeto é algo único,
exclusivo, diferente de qualquer outro produto ou serviço já visto.
• Objetiva: um projeto sempre tem uma meta/objetivo definido.
os projetos de cabeamento não são iguais, cada um tem a sua particularidade. Sobre a característica objetivo,
é possível entender que o projeto de cabeamento estruturado sempre tem uma meta a cumprir.
As realidades que envolvem os projetos de forma geral (não somente em cabeamento estruturado)
envolvem pessoas, processos, ferramentas e práticas que sem as quais não é possível atingir os objetivos
ligados a eles.
Os autores Marques Junior e Plonski (2011) afirmam que os projetos têm papel preponderante na
estratégia organizacional, comportando-se como vetores de mudanças e inovações, trazendo vantagens
competitivas para as empresas.
Dinsmore e Barbosa (2009) afirmam ainda que o ciclo de vida de um projeto é composto de fases,
que são determinadas por características específicas e necessidades de cada projeto.
3
Execução 4
Conclusão
1
Planejemento
1
Concepção/
Iniciação
Figura 98
139
Unidade IV
Após a coleta das informações prestadas pela engenharia e pelo usuário, executa-se uma visita de campo,
a fim de confirmar os dados repassados anteriormente pela engenharia e pelo usuário. Esse trabalho contribui
para o estabelecimento de um escopo de atividades e integra a etapa de planejamento do projeto.
Um projeto de cabeamento estruturado chega ao seu sucesso quando atende a pelo menos três
condições fundamentais: tempo (execução dentro do prazo estipulado); custo (execução dentro do
custo desenhado); escopo (com a qualidade planejada, de acordo com os requisitos de negócios e dentro
das expectativas dos clientes).
Esses fatores de sucesso são descritos por meio da restrição tripla, representada por um triângulo
que indica um perfeito equilíbrio entre três itens: prazo, custo e escopo.
Seja qual for a combinação das três restrições, sempre é preciso levar em consideração o adequado
equilíbrio, no intuito de alcançar a satisfação do cliente dentro da qualidade almejada por ele.
Essas três restrições podem impactar os objetivos e o sucesso dos projetos, e também cada uma
delas pode influenciar outras, uma vez que:
140
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Cu
op
Qualidade
sto
Esc
e satisfação
do cliente
Prazo
Figura 99
Uma das metodologias mais utilizadas para gerenciamento de projetos é o PMBOK (Project
Management Body of Knowledge). Ele foi elaborado pelo Project Management Institute (PMI)
conjuntamente com diversos profissionais e especialistas filiados; há diversas versões e atualizações
publicadas desde a sua primeira versão em 1996.
O PMBOK fornece vocabulário comum aos gerentes de projetos, assim como um guia de processos,
ferramentas e técnicas que são extremamente úteis na condução dos projetos de uma organização.
Segundo Fernandes e Abreu (2012), o método do PMBOK pode ser utilizado nos mais variados
projetos possíveis, incluindo os de Tecnologia da Informação (TI).
141
Unidade IV
O PMBOK recomenda que os projetos sejam gerenciados em ciclos de vidas, que incluem um conjunto
de processos que necessitam ser seguidos para a boa administração do projeto. Esses processos se
dividem em cinco grandes grupos de gerenciamento de processos relacionados, que são:
O mapeamento dos grupos de processos do gerenciamento de projetos pode ser visto na figura a seguir:
Monitoramento
e controle
Planejamento
Iniciação Encerramento
Execução
Figura 100
142
CABEAMENTO ESTRUTURADO
O grupo de processos de iniciação reúne os processos de definição de um novo projeto ou nova fase
do projeto, incluindo as aprovações para comprometimento dos recursos organizacionais necessários ao
início de um projeto ou de uma fase específica.
O grupo de processos de planejamento inclui os processos que estabelecem o escopo total do esforço,
determinando um planejamento, bem como revisitando e refinando as metas e objetivos do projeto.
Essa é uma das fases mais importantes de um ciclo de vida de gerenciamento de projetos
Os processos dos grupos de processos interagem e se sobrepõem uns aos outros, de formas muitas
vezes iterativas, devendo ser revisitados várias vezes ao longo do ciclo de vida. Esses processos produzem
saídas que são entradas em outros processos, inclusive de grupos diferentes, conforme pode ser verificado
na figura a seguir:
143
Unidade IV
Iniciação
Planejamento
Execução
Monitoramento e
controle
Encerramento
Figura 101
Além dos grupos de processos, o modelo PMBOK é constituído por nove áreas de conhecimento
em gerenciamento de projetos: gerenciamento da integração do projeto; gerenciamento do escopo do
projeto; gerenciamento do tempo do projeto; gerenciamento dos custos do projeto; gerenciamento da
qualidade do projeto; gerenciamento dos recursos humanos do projeto; gerenciamento das comunicações
do projeto; gerenciamento dos riscos do projeto; gerenciamento das aquisições do projeto.
145
Unidade IV
Na instalação do cabeamento de cobre, as normas recomendam envolver pouca tensão nas cintas
que organizam os cabos e desencorajam o uso de abraçadeiras plásticas, apresentando as fitas de velcro
como opção.
Outro importante detalhe, ainda no cabeamento de par metálico, é o raio de curvatura. Este é um
dos parâmetros mais críticos na instalação do cabeamento. A tabela a seguir apresenta a recomendação
de raios mínimos de curvatura:
Tabela 16
146
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Observação
Caso o segmento de cabo seja dobrado além de suas especificações, seu
desempenho ficará comprometido.
Figura 102
Sobre a tensão máxima de tração no puxamento dos cabos, os fabricantes e as normas apontam as
suas especificações, mas essa não é uma grande preocupação. A recomendação é sempre a utilização do
bom senso no emprego da força para puxar cabos.
O destrançamento é mais um critério que precisa ser observado para que o balanceamento elétrico
não seja afetado. Para cabos de categoria 3, recomenda-se o destrançamento na terminação no valor de
75 mm. Para os cabos de categoria 5e e superiores, a recomendação é destrançar 13 mm.
O cabo precisa ser decapado corretamente, bem como crimpado de forma adequada, com o
ferramental recomendado para as atividades que envolvem o cabeamento estruturado. A figura seguir
apresenta algumas dessas ferramentas:
Figura 103
147
Unidade IV
As normas também recomendam sobras de cabos tanto na área de trabalho (30 cm) quanto nos
espaços de telecomunicações (3 metros). Essas sobras são destinadas a manutenções necessárias no
sistema de cabeamento estruturado.
Sobre a construção de patch cords, as normas não recomendam sua construção pelo instalador. Não
obstante, há uma prática de mercado em que se autoriza esse procedimento quando todos os recursos
utilizados procedem do mesmo fabricante.
Figura 104
N. ímpar N. par
B A
A B
N. par N. ímpar
Acopladores Numeração Numeração Acopladores
B para A consecutiva consecutiva A para B
Legenda
Conector SC simplex Posição A Fibras pares
Acoplador 568SC Posição B Fibras ímpares
Figura 105
148
CABEAMENTO ESTRUTURADO
A instalação pode ser feita dessa maneira porque os acopladores ópticos são instalados na ordem
inversa, conforme visto na figura anterior.
Os raios de curvatura nas fibras ópticas são ainda mais críticos. A tabela a seguir apresenta as
particularidades de raio de curvatura nas fibras ópticas:
Tabela 17
Acrilato
Fibra
Buffer
Capa
Figura 106
Para executar esse processo, é necessária uma máquina de fusão de fibras ópticas de alta precisão,
que efetua a fusão em dois passos: alinhamento dos núcleos das fibras ópticas e geração do arco
voltaico capaz de fundir as fibras e soldá-las umas às outras.
• Etapa 5: inserção do tubete: deve-se inserir um tubete com uma barra de reforço da fusão para
que ele cubra a emenda após a fusão. Esse tubete é um material termorretrátil que se molda à
fusão sob aquecimento. A barra metálica confere uma resistência maior à emenda. A figura a
seguir apresenta o tubete:
Tubete de proteção Fibra óptica
Fibra óptica
Emenda por fusão
Barra de reforço da fusão
a) Detalhe da instalação do tubete sobre a) Exemplo de um tubete para
a emenda para proteção mecânica proteção de emenda óptica
Figura 107
• Etapa 6: clivagem e limpeza da fibra: a fibra é clivada e limpada com um pano embebido de
álcool isopropílico e colocada na máquina de fusão.
• Etapa 7: fusão: as fibras são colocadas, juntamente com o tubete e sua barra de reforço, na
máquina de fusão, que efetua a emenda óptica.
Saiba mais
Para conhecer mais sobre o processo de fusão das fibras ópticas, leia o
capítulo 5 de:
150
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Figura 108
As normas indicam que os cabos precisam ser encaminhados em compartimentos somente a eles
dedicados, ou seja, sem quaisquer tipos de compartilhamentos. Os caminhos trilhados pelos cabos
devem estar adequados às características do ambiente, respeitando as proibições das normas.
• Suportes tipo gancho ou anel devem ter a sua capacidade limitada para não gerar deformações
geométricas nos cabos. A figura a seguir mostra esse tipo de suporte:
Figura 109
151
Unidade IV
Figura 110
Figura 111
• Para eletrodutos fechados, a ocupação inicial será de 30% e a ocupação final de 50%,
observando o que dizem as normas e o que está descrito na tabela a seguir:
Tabela 18
152
CABEAMENTO ESTRUTURADO
É possível utilizar uma série de boas práticas de gestão de infraestrutura de Tecnologia da Informação.
Não obstante, o cabeamento estruturado é dotado de algumas particularidades que precisam ser
consideradas para uma adequada gestão desse recurso.
A classe I é caracterizada por ter espaços atendidos por uma única sala de equipamentos e não há
sala de telecomunicações, cabeamento de backbone ou sistemas de cabeamento de planta externa.
Devido à simplicidade da infraestrutura gerenciada, os encaminhamentos não precisam integrar o
sistema de gerenciamento.
A classe II é caracterizada por ter um único edifício com várias salas de telecomunicações, e os
encaminhamentos não fazem parte do sistema de gerenciamento do cabeamento estruturado.
A classe III é caracterizada por ter uma infraestrutura de campus dotada de uma planta externa
de cabeamento.
A classe IV é caracterizada por ter uma infraestrutura com vários campi em um único sistema
de gerenciamento.
153
Unidade IV
A tabela a seguir resume as identificações que precisam existir em cada classe de gerenciamento:
Tabela 19
Resumo
154
CABEAMENTO ESTRUTURADO
Exercícios
I – Sistema de climatização 24 horas, 365 dias por ano, com temperaturas variando entre 18º e 24º
C e uma umidade entre 30% e 55%.
A) I e IV, apenas.
B) II e III, apenas.
C) I, II e IV, apenas.
• Sistema de climatização 24 horas, 365 dias por ano, com temperaturas variando entre 18º e 24º C
e uma umidade entre 30% e 55%.
• Iluminação com pelo menos 540 luxes, de forma que não haja problemas na manutenção
do cabeamento.
• Situada em uma área do pavimento cujo acesso seja independente do acesso a outros espaços.
Questão 2. Para ser certificado o cabo de par metálico deve ser aprovado em alguns testes. Assinale
a alternativa que apenas apresenta testes aos quais os cabos devem ser submetidos:
156
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017. p. 12.
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
SOUZA, L. B. Redes de computadores: guia total. São Paulo: Érica, 2011. Adaptada.
Figura 10
SOUZA, L. B. Redes de computadores: guia total. São Paulo: Érica, 2011. Adaptada.
157
Figura 11
SOUZA, L. B. Redes de computadores: guia total. São Paulo: Érica, 2011. Adaptada.
Figura 12
TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. J. Redes de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: Person Prentice Hall,
2011. p. 62.
Figura 13
TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. J. Redes de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: Person Prentice Hall,
2011. p. 63.
Figura 14
TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. J. Redes de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: Person Prentice Hall,
2011. p. 64.
Figura 15
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 179.
Figura 16
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 179.
Figura 17
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 185.
Figura 18
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 175.
Figura 19
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 186.
158
Figura 20
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 187.
Figura 21
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 191.
Figura 22
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 370.
Figura 23
SHIMONSKI, R. J.; STEINER R.; SHEEDY, S. Cabeamento de rede. Rio de Janeiro: LTC, 2014. p. 91.
Figura 24
SHIMONSKI, R. J.; STEINER R.; SHEEDY, S. Cabeamento de rede. Rio de Janeiro: LTC, 2014. p. 92.
Figura 25
SHIMONSKI, R. J.; STEINER R.; SHEEDY, S. Cabeamento de rede. Rio de Janeiro: LTC, 2014. p. 95.
Figura 26
SHIMONSKI, R. J.; STEINER R.; SHEEDY, S. Cabeamento de rede. Rio de Janeiro: LTC, 2014. p. 95
Figura 27
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 372.
Figura 28
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 373.
Figura 29
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 374.
Figura 30
SOUZA, L. B. Redes de computadores: guia total. São Paulo: Érica, 2011. Adaptada.
159
Figura 31
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 19.
Figura 32
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 19.
Figura 33
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 19.
Figura 34
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 388.
Figura 35
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 398.
Figura 36
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 22.
Figura 37
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 23.
Figura 38
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 24.
Figura 39
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 26.
160
Figura 40
Figura 41
Figura 42
MOSHARRAF, F.; FOROUZAN, B. A. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre:
AMGH, 2013. p. 586.
Figura 43
KEISER, G. Comunicações em fibras ópticas. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. p. 66.
Figura 44
MOSHARRAF, F.; FOROUZAN, B. A. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre:
AMGH, 2013. p. 586.
Figura 45
MOSHARRAF, F.; FOROUZAN, B. A. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre:
AMGH, 2013. p. 587.
Figura 46
MOSHARRAF, F.; FOROUZAN, B. A. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre:
AMGH, 2013. p. 587.
Figura 47
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 424.
Figura 48
TORRES, G. Redes de computadores. Rev. e atual. 2. ed. Rio de Janeiro: Novaterra, 2016. p. 424.
Figura 49
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISSO/IEC 14565: Cabeamento
Estruturado para edifícios comerciais e data centers. Rio de Janeiro, 2013. p. 18.
161
Figura 50
PINHEIRO, J. M. S. Guia completo de cabeamento de redes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. p. 12.
Figura 51
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISSO/IEC 14565: Cabeamento
Estruturado para edifícios comerciais e data centers. Rio de Janeiro, 2013. p. 22.
Figura 52
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 36.
Figura 53
LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2014. p. 141.
Figura 54
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 36.
Figura 55
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 37.
Figura 56
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 44.
Figura 57
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 42.
Figura 58
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 43.
162
Figura 59
CAETANO, S. S. Cabeamento estruturado. São José-SC: Instituto Federal Santa Catarina, 2011. p. 56.
Figura 60
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 39.
Figura 61
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 47.
Figura 62
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 48.
Figura 63
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 49.
Figura 64
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 44.
Figura 65
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 44.
Figura 66
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 45.
Figura 67
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 46.
163
Figura 68
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 69
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 70
LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2014. p. 142.
Figura 71
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 72
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 73
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 74
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 75
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 76
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 77
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 78
LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2014. p. 136.
164
Figura 79
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 80
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 81
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 82
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 83
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 84
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 85
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 86
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 87
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 88
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 89
Grupo Unip-Objetivo.
165
Figura 90
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 91
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 92
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 93
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 94
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 95
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 96
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 97
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 98
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 99
Figura 100
Figura 102
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 71.
Figura 103
LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2014. p. 154.
Figura 104
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 73.
Figura 105
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 106
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 107
Grupo Unip-Objetivo.
Figura 108
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 86.
Figura 109
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 84.
Figura 110
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São Paulo:
Erica, 2013. p. 88.
167
Figura 111
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013. p. 85.
REFERÊNCIAS
Textuais
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISSO/IEC 14565: Cabeamento
Estruturado para edifícios comerciais e data centers. Rio de Janeiro, 2013.
BERNAL, P. S. M. Voz sobre o protocolo IP: a nova realidade da telefonia. São Paulo: Erica, 2007.
FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2012.
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017.
KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de computadores e a internet. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2006.
LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson, 2014.
168
LOUREIRO, C. A. H. et al. Redes de computadores III. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MARÇULA, M.; BENINI FILHO, P. A. Informática: conceitos e aplicações. São Paulo: Erica, 2013.
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo: do projeto à instalação. 4. ed. São
Paulo: Erica, 2013.
MIYOSHI, E. M.; SANCHES, C. A. Projetos de sistemas de rádio. São Paulo: Erica, 2008.
MOSHARRAF, F.; FOROUZAN, B. A. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre:
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