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DIREITO AO ESQUECIMENTO¹
Kaykison Maquey Bonfim Almeida,
Thaylon Garcia Lopes²
1. Trabalho apresentado a Faculdade de Rolim de Moura – FAROL, como requisito parcial de nota do curso de
graduação Direito. Outubro de 2018.
2. Acadêmicos: Kaykison Maquey Bonfim Almeida e Thaylon Garcia Lopes. E-mail: kaykison@gmail.com
RESUMO: O artigo busca trazer uma discussão a respeito do conflito entre o direito ao esquecimento e o direito
de liberdade de imprensa. Pois diante de uma sociedade tão evoluída tecnologicamente, tal embate se dá entre a
liberdade da mídia, de expressão, os valores atuais da informação, onde tudo deve ser publicado, espalhado e
difundido, e que consequentemente ferem os direitos da personalidade de algumas pessoas no que se refere
diretamente ao direito ao esquecimento, à honra, à privacidade, à intimidade e à imagem. Pretende-se neste artigo
propor uma análise da possível aplicação expressado direito ao esquecimento diante de fatos pretéritos de
publicações realizados pela imprensa.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo trata de uma pesquisa sobre o conflito de interesses dentro do direito,
na qual ambos os direitos estão regulamentados pela Constituição Federal de 1988, que são
eles: o direito da personalidade, que refere se à proteção da dignidade humana, na qual confere
a pessoa o direito de ser esquecido e de não relembrar de fatos que ferem a sua honra, imagem
e a sua dignidade, e em contrapartida temos o direito de liberdade de imprensa, de informação,
onde tais conteúdos armazenados e disponíveis na internet podem trazer à tona registros, fatos,
lembranças que nem todos gostariam de rememorar.
Nos dias atuais a internet é o grande palco onde milhões de pessoas se expressam e se
informam. Os conteúdos armazenados na rede mundial de computadores são acessíveis por
qualquer pessoa. Esse acesso universal e sem limite de tempo e a qualquer informação sobre
uma pessoa como é a base para reflexão sobre a necessidade de impor limites a capacidade de
se recordar de fatos e os transformá-los em um presente contínuo na vida dessas pessoas.
O direito ao esquecimento é a resposta para a ameaça que a tecnologia faz aos direitos
da personalidade. Pois o armazenamento permanente de informações pessoais na rede mundial
de computadores, cuja divulgação ao longo do tempo pode afetar negativamente a vida de uma
pessoa por produzir um desajuste entre o fato publicado e a realidade atual.
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2 METODOLOGIA
aplicabilidade de tal direito, pois há muitos anos se discute sobre tal direito em diversas
localidades do mundo. Por exemplo, temos o Fraçois Ost (2005, p. 161) que menciona sua
decisão, de 1983, no tribunal de última instância de Paris, nos seguintes termos:
Temos também o caso Lebach “assassinato dos soldados Lebach”, onde um dos
envolvidos ao saber que seria transmitido um filme sobre o ocorrido, entrou com pedido para
que tal filme não fosse transmitido em virtude de ferir seus direitos, seu pedido foi acatado pela
corte constitucional.
Na faculdade de a pessoa não ser molestada por atos ou fatos do passado que não
tenham legítimo interesse público. Trata-se do reconhecimento jurídico à proteção da
vida pretérita, proibindo-se a revelação do nome, da imagem e de outros dados
referentes à personalidade.
A Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 5º, incisos XIV e XIV, garante
que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença, assegurando também a todos o acesso à informação
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
No “Caso Lebach”, em 1970, quatro soldados foram assassinados durante o sono. Um dos
participantes do crime foi condenado a seis anos. Prestes a progredir ao livramento condicional,
com referência aos nomes dos envolvidos, para impedir a divulgação do programa. Refazer a
frase O tribunal entendeu que embora a regra seja o da prevalência do interesse na informação,
impediram que fosse ao ar, pois o interesse público analisado acaba cedendo em face do direito
à ressocialização.
Anos mais tarde houve nova tentativa da mídia para divulgar um novo documentário
do Caso Lebach, um dos autores ingressou com pedido para que o documentário fosse impedido
de ir ao ar. Entretanto desta vez a rede de televisão que impetrou uma reclamação constitucional
tendo em vista o cerceamento do direito de imprensa, obtendo sucesso, pois o Tribunal
concordou que o documentário não tinha elementos suficiente para reconhecimento dos
envolvido assim não ferindo o direito da personalidade dos envolvidos.
Ele entrou na Justiça com pedido de indenização, alegando sua citação no programa
que o levou a público, em rede nacional, situação que estava começando a superar, foi obrigado
a abandonar a comunidade para preservar sua segurança e de seus familiares.
A TV Globo por meio de seu programa Linha Direta relatou o caso, o que teria gerado
dor, sofrimento e transtornos aos familiares da vítima do homicídio. Os irmãos da vítima
apelaram pelo direito ao esquecimento no revolvimento de fatos. A Corte reconheceu que se
tratava de fato histórico e que não houve extrapolação da imprensa quanto à narrativa do fato,
ainda evidencia interesse público
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COSTA JUNIOR, Paulo José. Agressões à intimidade. São Paulo: Malheiros, 1997,
p, 33. Acesso em: 10 jun. 2018.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas,
1991. p.159. Acesso em: 09 jun. 2018.
SANTANA, Mirian Ilza. Censura no período da ditadura. Ano 2015. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/historia/censura-no-periodo-da-ditadura/> Acesso em:
11.jun.2018 Acesso em: 09 jun. 2018.