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Constitucionalismo
É através dos textos constitucionais que os liberais legitimam o seu poder político,
sustituindo um regime assente na ordem jurídica. Esse regime pode mesmo revestir
a forma de uma monarquia, pois os liberais não hostilizam, desde que ele seja
constitucional. As constituições liberais de dois processos: quando votadas pelos
representantes da Nação são Constituições propriamente ditas. Quando são
outorgadas pelos soberanos, como um gesto da sua boa vontade e magnanimidade
são Cartas Constitucionais. Para o lieralismo moderado ou conservador, devia ser o
rei, fazendo uso dos privilégios que historicamente detém, a outorgar um
documento constitucional que se transforme no código político da nação. Se há uma
constituição há os direitos assegurados dos cidadãos e leis que protege todos os
homens de abusos de poder.
A representação da nação
O liberalismo põe em prática o princípio iluminista da soberania popular. No entanto,
a Nação soberana não exerce o poder de forma direta , mas confia-o a uma
representação dos “prudentes”, que são os proprietários. Aos cidadãos que possuem
um certo grau de fortuna, pertence-lhes a exclusividade do direito de eleger e de ser
eleito. Nos parlamentos, denominados de Câmara, Direta, Estados Gerais, ou,
simplesmente, Assembleia, encontra-se a representação nacional, a quem cabe as
funções bicameralismo, segundo o qual uma Câmara Alta, composta pelos
descendentes da aristocracia ou outros vultos superiores, todos eles da escolha do
monarca. Tanto na Europa como na América, o sistema legislativo bicameral
constituiu um garante do constitucionalismo e um dos traços definidores do
lieralismo moderado do séc. XIX
O liberalismo económico
Ao contrário daquilo que defendia o mercantilismo, o liberalismo económico
opunha-se à intervenção do Estado na economia. De acordo com o valor iluminista
do individualismo, devia dar-se total liberdade à iniciativa privada, pois a procura
individual do lucro resultaria, naturalmente, na riqueza e progresso de toda a
sociedade. Destacaram-se vários pensadores na formulação dos princípios do
liberalismo económico:
- Adam Smith defende a inteira liberdade de iniciativa dos indivíduos para produzir e
comerciar; o Estado não precisa de se imiscuir na economia pois esta rege-se por leis
próprias, em particular a lei da oferta e da procura e a livre concorrência;
- Quesnay advoga o fisiocratismo, doutrina económica segundo a qual a base da
riqueza de cada país está na agricultura, pelo que se deve incentivar todos os
cidadãos a serem agricultores e a comercializarem, em regime de livre concorrência,
os seus produtos agrícolas; o fisiocratismo serviu de base ideológica à revolução
agrícola inglesa do século XVlll;
- Gournay exprimiu o ideal de livre concorrência na famosa expressão "laissez faire,
laissez passer" ("deixai produzir, deixai comercializar").