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Revisão

TRANSTORNOS DE HUMOR

1. Definição

Os transtornos de humor constituem um grupo de condições clínicas


caracterizadas pela perda do senso controle sobre o humor e as expressões afetivas
e pela experiência subjetiva de grande sofrimento. O DSM-V não usa mais o termo
“transtornos do humor”, e sim “transtorno bipolar e relacionados”, e “transtornos
depressivos”.

2. Epidemiologia

O transtorno depressivo é o transtorno de humor mais comum, com uma


prevalência durante a vida de 15 a 25% entre as mulheres. A prevalência de
depressão nas mulheres é duas vezes maior do que nos homens, levando a acreditar
que o modo de vida feminino ou as diferenças hormonais entre os sexos sejam
fatores predisponentes.

A incidência também é alta e situa-se em torno de 10% da população geral e 15%


dos pacientes hospitalizados. O transtorno bipolar é menos comum, com uma
prevalência 1%. A idade média de início é 30 anos, enquanto a idade média de início
do transtorno depressivo é maior, cerca de 40 anos. Não há variação da prevalência
dos transtornos do humor entre as raças ou situação socioeconômica.

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Resumo de Transtornos de Humor 2

A depressão ocorre mais frequentemente em pessoas que não têm relações


interpessoais íntimas ou são divorciadas. O transtorno bipolar pode ser mais comum
em indivíduos divorciados e solteiros, mas esta diferença talvez reflita o
aparecimento de discórdia conjugal precocemente nestes pacientes.

3. Fisiopatologia

Dados genéticos indicam fortemente que um fator significativo no


desenvolvimento do transtorno é a genética, sendo esta mais forte para a
transmissão do transtorno bipolar do que para a do transtorno depressivo. Foi
demonstrado que a incidência nas famílias é maior do que na população geral, e a
concordância entre gêmeos monozigóticos é maior do que nos dizigóticos. Filhos
adotivos permanecem com risco aumentado de desenvolver transtorno de humor,
mesmo que afastados dos pais biológicos acometidos por este tipo de transtorno.

A noradrenalina e a serotonina são os dois neurotransmissores mais envolvidos


na fisiopatologia dos transtornos de humor. Alterações dos hormônios tireoidianos
podem causar tanto depressão quanto mania. Por este motivo, preconiza-se a
investigação da função tireoidiana em todos os pacientes com transtorno do humor,
mesmo que não apresentem queixas típicas de acometimento da glândula. Também
foram descritas alterações no GH e alterações adrenais, principalmente relacionadas
ao cortisol, podendo afetar o estado imunológico destes pacientes. Não há nenhum
traço ou tipo de personalidade de estabelecido como predisponente à depressão ou
ao transtorno bipolar.

Os acontecimentos vitais estressantes precedem mais frequentemente os


primeiros episódios de humor, tanto depressivos quanto maníacos, do que
subsequentes. A presença de agentes estressores permanentes precipita e
influencia o curso dos transtornos de humor, interfere na sintomatologia e na
recuperação, independente das estratégias terapêuticas adotadas.

Os transtornos do humor podem ser causados por uma variedade de


condições médicas, como medicamentos, alterações metabólicas, infecções,

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neoplasias, doenças endócrinas, cardiovasculares, autoimunes, neurológicas, entre


outros.

4. Clínica

A caracterização clínica do transtorno de humor depende da polaridade de humor


prevalente na doença. As variações do humor podem ser do tipo depressivas,
polaridade negativa que são caracterizadas por humor rebaixado, baixa autoestima,
tristeza (Ver resumo de Transtornos depressivos). E podem ser ainda do tipo
maníacas, caracterizadas por euforia, ou alegria patológica.

Para a caracterização da síndrome maníaca é fundamental, e quase sempre


presente, a aceleração de todas as funções psíquicas. Podem ser observar os
seguintes sinais e sintomas: aumento da autoestima; intensa satisfação pessoal e
bem-estar exagerado; sentimento de expansão e engrandecimento do eu; Sintomas
vegetativos aumento da libido, perda de peso, anorexia e insônia, geralmente
associada à sensação de diminuição da necessidade de sono; logorreia; pressão
para falar; a atenção voluntária está reduzida e a espontânea apresenta-se
aumentada; irritabilidade e arrogância; agitação psicomotora e heteroagressividade;
desinibição social e sexual.

Os transtornos depressivos são marcados pela presença quase exclusiva da


polaridade do humor rebaixado, e serão melhor explicados em resumo próprio. Já os
transtornos bipolares se caracterizam pela alternância entre os polos e podem ser
classificados da seguinte forma:

- Transtorno bipolar tipo I: episódios depressivos leves a graves, intercalados com


fases de normalidade e fases maníacas bem caracterizadas.

- Transtorno bipolar tipo II: episódios depressivos leves a graves, intercalados com
períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas. O paciente não
apresenta episódios maníacos.

- Transtorno bipolar de ciclagem rápida: episódios maníacos e depressivos


alternados, separados por intervalos de 48-72 horas.

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Os episódios maníacos podem ser:

a) Episódio maníaco grave: é a forma mais intensa da mania, com taquipsiquismo


acentuado, agitação psicomotora importante, heteroagressividade, fuga de
ideias e delírios de grandeza.

b) Episódio maníaco irritado ou disfórico: predomina a irritabilidade, o mau humor,


a hostilidade em relação às pessoas, podendo ocorrer heteroagressividade e
destruição de objetos.

c) Episódio misto: há sintomas maníacos e sintomas depressivos ao mesmo tempo


ou alternando-se rapidamente.

d) Estupor maníaco: assim como no episódio depressivo, estão presentes


características catatônicas, tais como atividade motora extrema, aparentemente
sem propósito, maneirismos, ecolalia ou ecopraxia, negativismo.

e) Hipomania: é uma forma atenuada de episódio maníaco que muitas vezes passa
despercebida e não recebe atenção médica.

5. Diagnóstico

Critérios para episódio maníaco (DSM-V)

A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo


ou irritável, durando pelo menos uma semana (ou qualquer duração, se a
hospitalização é necessária).

B. Durante o período de perturbação do humor, três ou mais dos seguintes


sintomas persistirem (quatro, se o humor é apenas irritável) e estão presentes em
um grau significativo:

(1) autoestima inflada ou grandiosidade;


(2) necessidade de sono diminuída;
(3) mais falante do que o habitual ou pressão por falar;
(4) fuga de ideias ou experiência subjetiva de pensamento acelerado;

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Resumo de Transtornos de Humor 5

(5) distratibilidade;
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola
ou sexualmente) ou agitação psicomotora;
(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para
consequências dolorosas (compras impulsivas, indiscrições sexuais ou
investimentos financeiros tolos).

C. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar prejuízo


acentuado no funcionamento ocupacional, nas atividades sociais ou
relacionamentos costumeiros com outros, ou para exigir a hospitalização, como meio
de evitar danos a si mesmo e a outros, ou existem aspectos psicóticos.

D. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância


(droga de abuso, um medicamento ou outro tratamento) ou de uma condição médica
geral.

6. Tratamento

O tratamento dos transtornos do humor deve ser dirigido para vários objetivos:
garantir a segurança do paciente, avaliação diagnóstica completa e plano
terapêutico que aborde não apenas os sintomas imediatos, mas também o bem-
estar futuro do paciente. Embora a tendência atual seja enfatizar a farmacoterapia
e psicoterapia, o tratamento também deve procurar reduzir o número e a severidade
dos estressores na vida do paciente. Indicações claras de hospitalização são
necessidade de procedimentos diagnósticos, risco de suicídio ou homicídio e
capacidade reduzida de autocuidados básicos.

O tratamento de escolha para transtorno bipolar baseia-se no uso de agentes


estabilizadores de humor, principalmente, carbonato de lítio, ácido valproico e
carbamazepina. Nos casos resistentes, pode ser feita associação entre os
estabilizadores do humor. A olanzapina tem sido considerada eficaz no controle da
mania aguda e como estabilizador do humor.

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Resumo de Transtornos de Humor 6

Novos anticonvulsivantes têm sido testados para tratar o transtorno bipolar


como a oxcarbazepina, gabapentina, lamotrigina e topiramato. Ainda não existem
muitos estudos controlados com esses medicamentos, o que faz com que eles sejam
empregados com cautela e para casos resistentes aos tratamentos já estabelecidos.

Nos casos de mania aguda, o tratamento geralmente inclui a utilização de drogas


sedativas, como clonazepam e antipsicóticos. O tratamento de manutenção está
geralmente indicado na profilaxia do transtorno bipolar.

Referências bibliográficas

1. KAPLAN, HI. & SADOCK, B. Compêndio de Psiquiatria. 9ª edição. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2007.
2. ASSOCIATION AP. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais.
5 ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.
3. Steel Z, Marnane C, Iranpour C, Chey T, Jackson JW, Patel V, et al. The global
prevalence of common mental disorders: a systematic review and meta-analysis
1980–2013. International Journal of Epidemiology. 2014;43(2):476-93.
4. Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre
RS: Artmed; 2008.

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