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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

KAREN LIMA BARRADAS


MARIA JOSÉ SANTOS BRANDÃO CARVALHO
MARIA TERESA SOUSA FONTENELE
MATHEUS HERNESTO MACEDO
MATHEUS OLÍMPIO BATISTA CAVALVANTE
RAQUEL DE SOUSA LIMA RODRIGUES LEAL
RENAN MARQUES CHAVES OLIVEIRA
TALENA MARA DA SILVA OLIVEIRA
THAISSE RIBEIRO DA CRUZ

INTOXICAÇÃO POR MEDICAMENTOS

TERESINA
NOVEMBRO – 2017
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KAREN LIMA BARRADAS


MARIA JOSÉ SANTOS BRANDÃO CARVALHO
MARIA TERESA SOUSA FONTENELE
MATHEUS HERNESTO MACEDO
MATHEUS OLÍMPIO BATISTA CAVALVANTE
RENAN MARQUES CHAVES OLIVEIRA
RAQUEL DE SOUSA LIMA RODRIGUES LEAL
TALENA MARA DA SILVA OLIVEIRA
THAISSE RIBEIRO DA CRUZ

INTOXICAÇÃO POR MEDICAMENTOS

Relatório de seminário apresentado à


disciplina de Saúde Ambiental do curso de
Medicina, do Centro Universitário
UNINOVAFAPI, ministrada pelo professor
Francisco Eugênio Deusdará de Alexandria.

TERESINA
NOVEMBRO – 2017
3

SUMÁRIO

1.0.Introdução.................................................................................................................4
2.0.Discussão..................................................................................................................6
2.1. Benzodiazepínicos........................................................................................6
2.2. Analgésicos (Ácido acetilsalicílico e paracetamol).....................................7
2.3. Barbitúricos................................................................................................11
2.4. Antidepressivos..........................................................................................14
2.5.Neurolépticos..............................................................................................18
3.0.Conclusão................................................................................................................20
Referências Bibliográficas......................................................................................21
Questões..................................................................................................................22
4

1. INTRODUÇÃO

A presença de uma extensa variedade de medicamentos favorece o surgimento de


problemas relacionados a estes produtos, representando um desafio à saúde pública em países
desenvolvidos, assim como nos países em desenvolvimento, como o Brasil.
Outros fatores que contribuem significativamente para esse quadro são: a frágil
regulação da publicidade acerca do medicamento, a facilidade na aquisição de fármacos sob
prescrição médica, a deficiência de legislação específica sobre embalagens seguras, escassas
iniciativas de desenvolvimento da atenção farmacêutica, e o padrão do consumo de
medicamentos pela população, caracterizado pela automedicação, polifarmácia, uso indevido
eindiscriminado, principalmente de psicotrópicose antibióticos.
Várias são as circunstâncias que podem levar a um quadro de intoxicação: exposição
profissional ou acidental, abuso, tentativa de suicídio e homicídio. Nessa perspectiva, no ano
de 2012 o Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox), que organiza e
disponibiliza as informações provindas da rede formada pelos 37 Centros de Informação e
Assistência Toxicológica do País, registrou27.008 (27,7%) pacientes intoxicados por tais
insumos, sendo que 101 deles evoluíram para a morte, resultando em uma taxa de letalidade
para essas ocorrências de 0,37%. Intoxicações medicamentosas surgem devido a mecanismos
complexos, que podem estar relacionados a características do indivíduo, a processos
farmacodinâmicos e farmacocinéticos, a propriedades farmacêuticas do produto, a interações
medicamentosas ou com outras substâncias e, ainda, ao modo de uso. Assim, o que difere o
evento tóxico de uma reação adversa é o fato de naquele, o dano biológico ocorrer, na maioria
das vezes, por exposição a doses excessivas.
Considerando todo o universo de intoxicações, das leves às graves, as mais comuns
provocadas por medicamentos estão relacionadas aos neurolépticos, aos antigripais e aos anti-
inflamatórios.
Para cada tipo de intoxicação existem normas e protocolos específicos de tratamento,
sendo necessárias algumas condutas para o socorro imediato às vítimas. Nas intoxicações
agudas, a avaliação clínica e o tratamento inicial devem ser o primeiro passo para a
identificação e correção de situações de risco.
A identificação do medicamento e a determinação da sua concentração plasmática
inicial são informações valiosas para o tratamento adequado, quando é possível obtê-las. Em
alguns casos, não é possível determinar o agente tóxico envolvido no episódio e a
identificação de sinais e sintomas, através do reconhecimento das síndromes neurotóxicas,
5

permite acompanhar o quadro clínico do paciente, para seguimento do tratamento e


considerações especiais cabíveis. É através do reconhecimento da síndrome que se tenta
orientar os testes diagnósticos e o tratamento.
Síndromes neurotóxicas são definidas como um conjunto complexo de sinais e sintomas
produzidos por doses tóxicas de substâncias químicas que, apesar de diferentes, têm efeitos
semelhantes. São classificadas de acordo com observações dos sinais vitais do paciente,
modificação do tamanho da pupila, temperatura corporal, estado de hidratação da pele e
mucosas, peristaltismo e estado mental, e as relacionadas a classes específicas de
medicamentos.
Enumeram-se em síndrome colinérgica, síndrome anticolinérgica, síndrome da
depressão neurológica, síndrome serotoninérgica, síndrome simpatomimética, síndrome
extrapiramidal e síndrome metemoglobinêmica.
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2. DISCUSSÃO
2.1. BENZODIAZEPÍNICOS
Benzodiazepínicos pertencem à um grupo de medicamentos de propriedades
farmacológicas, sejam ansiolíticas, sedativo-hipnóticas e/ou anticonvulsivantes, e efeitos
tóxicos consequentes de sua ação direta sobre o Sistema Nervoso Central. Atuam
potencializando a inibição neural mediada pelo GABA, aumentando a frequência de abertura
dos canais de cloro.
Em geral, esses fármacos são rápidos e completamente absorvidos por via oral, sendo
absorvidos, principalmente, pelo trato gastrointestinal, no período de 30 minutos a 2 horas.
No entanto, alguns como clordiazepóxido e oxazepam levam horas para atingir concentrações
sangüíneas máximas. A ligação proteica plasmática é variável e praticamente todos são
metabolizados no fígado por oxidação e/ou conjugação, com formação de metabólitos, muitos
dos quais ativos. A excreção é principalmente pela via urinária, como subprodutos conjugados
inativos ou livres (cerca de 2% inalterados).
Eles são classificados em vários grupos, de acordo com sua meia-vida de eliminação,
podem ser: Ação muito curta – Midazolam (Dormonid); Ação curta -Alprazolam (Frontal),
Lorazepam (Lorax, Mesmerim), Oxazepan (Clizepina); Ação Longa- Clordiazepóxido
(Psicosedin, Limbitrol, Relaxil), Diazepam (Calmociteno, Diazepan, Diempax, Kiatrium,
Valium), Flurazepam (Dalmadorm, Lunipax).
Certos benzodiazepínicos estão associados em casos de uso continuado com
dependência e alguns produzem reações de abstinência e tolerância. Possuem um índice
terapêutico elevado e crianças e idosos estão mais susceptíveis a qualquer efeito tóxico.

Toxicologia- Manifestações clínicas


Absorção de dose excessiva está usualmente associada com Sonolência, letargia,
sedação, ataxia, confusão mental, dificuldade de fala, hipotonia, hiporreflexia e amnésia.
Podem ocorrer depressão respiratória e hipotensão arterial. Ritmo e frequência cardíaca;
diâmetro e reflexo pupilar permanecem normais na ausência de hipóxia. Na maioria dos
casos a evolução é benigna, mas existem relatos de intensa depressão respiratória e coma e até
raros casos de óbitos após o uso de benzodiazepínicos, especialmente quando administrados
com outros depressores do SNC. Alguns depressores do SNC como álcool, barbitúricos,
opióides, antidepressivos, fenotiazinas, anestésicos etc - potenciam efeitos no SNC
aumentando o risco de depressão respiratória e a hipotensão. Certos inibidores enzimáticos
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(P450) como cimetidina, eritromicina, bloqueadores de canais de cálcio, contraceptivos orais,


dissulfiram e ciprofloxacino, reduzem a eliminação dos BZD.

Tratamento
É essencial assistência respiratória, manutenção de sinais vitais e vias aéreas, oxigênio
se necessário. Monitorar respiração, pressão arterial. Para descontaminação em casos de
ingestão: para BZD de ação muito curta, nunca induzir vômitos, início de depressão e coma
podem ser rápidos. Para BZD de ação longa, induzir vômitos somente em poucos minutos da
ingestão. Paciente consciente, dar via oral carvão ativado, catárticos. Paciente inconsciente
e/ou superdosagem: lavagem gástrica com intubação prévia para prevenir aspiração.
Administrar antídoto Flumazenil – reverte sedação dos BZD, há melhora parcial dos efeitos
respiratórios, mas não substitui a assistência respiratória. E em casos de hipotensão deve ser
feita a administração de fluidos endovenosos, manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e
vasopressores se necessário. Para abstinência: doses decrescentes de diazepínico de curta
duração. Continuar o tratamento com medidas sintomáticas e de manutenção.

2.2 ANALGÉSICOS (ÁCIDO ACETILSALICÍLICO E PARACETAMOL)


Analgésico é a classe de fármacos que tem por finalidade a diminuição ou interrupção
das vias de transmissão nervosa, suprimindo a dor. As drogas analgésicas incluem os anti-
inflamatórios não-esteroides (AINE), tais como os salicilados, drogas narcóticas como a
morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol e o demerol. Tanto
o ácido acetilsalicílico como o paracetamol fazem parte do grupo de fármacos denominados
analgésicos.

2.2.1 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS)


Comercialmente registrado como Aspirina®, é a droga mais usada no mundo inteiro.
É um analgésico (combate às dores) e antipirético (combate à febre), com propriedades anti-
inflamatórias (combate inflamações).
A farmacodinâmica, segundo a bula do AAS, diz que seus efeitos analgésicos,
antipiréticos e anti-inflamatórios são devidos às associações das porções acetil e salicilato da
molécula intacta, como também a ação do metabólito ativo salicilato. O efeito antiagregante
plaquetário deve-se a capacidade de doar do grupo acetil à membrana plaquetária e à inibição
irreversível da enzima ciclooxigenase. Inibe a atividade da enzima ciclooxigenase o que
diminui a formação de precursores das prostaglandinas e tromboxanos a partir do ácido
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araquidônico. Embora a maioria de seus efeitos terapêuticos possa dever-se à inibição da


síntese de prostaglandinas em diferentes tecidos, existem outras ações que também
contribuem.
Em relação à farmacocinética, sabe-se que a absorção é rápida e completa após a
administração oral; os alimentos diminuem a velocidade, porém, não o grau de absorção. Sua
união às proteínas (albumina) é alta, porém diminui conforme aumenta a concentração
plasmática, com baixas concentrações de albumina na disfunção renal e durante a gravidez.
A respeito da distribuição, sabe-se que a meia-vida é de 15 a 20 minutos (para a
molécula intacta), pois se hidroliza rapidamente em salicilato. A concentração plasmática
terapêutica como analgésico e antipirético é de 2,5 a 5 mg por 100 mL, alcançada geralmente
com doses únicas. Como anti-inflamatório/antirreumático de 15 a 30 mg por 100 mL, embora
para atingir o efeito máximo como antirreumático, possam ser necessárias 2 a 3 semanas de
tratamento contínuo.
Em relação à biotransformação, sabe-se que é rápida e parcialmente hidrolisado por
esterases contidas no tubo gastrintestinal, fígado e eritrócitos a ácido salicílico, que é 70% a
90% ligado a proteínas e conjugado com a glicina (formando ácido salicilúrico) e ácido
glicurônico (dando salicilglicuronídios acílico e fenólico); uma pequena fração do ácido
salicílico é hidroxilada a ácido gentísico e ácidos diidroxi e triidroxibenzoicos.
Por fim, a excreção do fármaco íntegro e dos seus metabólitos é feita principalmente
pela urina. É excretado, também, pelo leite materno, tendo sido detectadas concentrações
máximas de salicilato de 173 a 483 mg/mL, após a ingestão de uma dose única de 650 mg.

Toxicologia- Manifestações clínicas


Além do distúrbio do equilíbrio ácido-base e eletrolítico (perda de potássio),
hipoglicemia, erupções da pele e hemorragia gastrintestinal, os sintomas podem incluir
hiperventilação, zumbido, náuseas, vômitos, distúrbios visuais e auditivos, cefaleia, tontura e
confusão. Na intoxicação grave, podem ocorrer delírio, tremor, dispneia, sudorese,
hipertermia e coma.

Tratamento
O tratamento da intoxicação com ácido acetilsalicílico depende da extensão, do estágio
e dos sintomas clínicos do quadro. Recomendam-se medidas usuais para reduzir a absorção
do princípio ativo, acelerar a excreção e monitorar o balanço hídrico e eletrolítico, normalizar
a temperatura e a atividade respiratória.
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2.2.2. PARACETAMOL
É um fármaco com propriedades analgésicas, mas sem propriedades anti-inflamatórias
clinicamente significativas. Atua por inibição da cascata do ácido araquidônico, impedindo a
síntese das prostaglandinas, mediadores celulares pró-inflamatórios, responsáveis pelas várias
manifestações da inflamação, como o aparecimento da dor.
Esta substância tem também efeitos antipiréticos (combate à febre). É utilizado nas
seguintes formas de apresentação: cápsulas, comprimidos, gotas, xaropes e injetáveis.
Atualmente é um dos analgésicos mais utilizados, porém é altamente perigoso para o fígado
devido ao seu alto potencial hepatotóxico, não devendo ser utilizadas mais que 4000 mg
diárias (8 comprimidos de 500 mg). Crianças com menos de 37 kg tem a dose limite diária em
80 mg/kg. Em indivíduos adultos pode ocorrer toxicidade em doses únicas de 10 - 15 g (20 a
30 comprimidos de 500 mg) (150 – 250 mg/kg) e uma dose de 20 a 25 g (40 a 50
comprimidos de 500 mg) pode levar a fatalidade.
Segundo informações extraídas da bula do Paracetamol, em relação à farmacocinética
sabe-se que a absorção ocorre após a administração oral. A absorção no trato gastrointestinal é
rápida e praticamente total e a administração conjuntamente com alimentos retarda a absorção
do fármaco.
Em relação à distribuição, sabe-se que o Paracetamol atravessa a barreira
hematoencefálica e placentária. É encontrado no leite materno em concentrações de 10-15
mcg/mL, após uma a duas horas da ingestão de uma dose de 650 mg.
A respeito da biotransformação, o Paracetamol é metabolizado principalmente no
fígado (90-95%), por conjugação com ácido glicurônico, ácido sulfúrico e cisteína. Apresenta
meia-vida sérica da fase terminal em humanos de 1 a 4 horas; não é alterada em casos de
insuficiência renal, mas pode ser prolongada na superdosagem aguda. A meia-vida sérica é
ligeiramente mais longa em neonatos, em hepatopatas e no idoso. A meia-vida no leite
materno é de 1,35 a 3,5 horas.
A ação ocorre cerca de 30 minutos após a ingestão oral. O tempo para atingir a
concentração máxima varia entre 0,5 e 2 horas após administração e a sua duração de ação
pode variar de 4 a 6 horas. Sobre a eliminação sabe-se que cerca de 90% de uma dose
terapêutica são excretados na urina em 24 horas. Do material excretado, 1 a 4% é o
Paracetamol inalterado, 20-30% são metabólitos conjugados com sulfato e 40-60%
metabólitos conjugados com ácido glicurônico.
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Nesse cenário, esse fármaco tem um índice terapêutico muito ajustado. Isto significa
que a dose normal é próxima da dose em que se considera haver sobredosagem, tornando-o
um fármaco relativamente perigoso. Uma única dose de paracetamol de dez gramas ou doses
continuadas de cinco gramas/dia em um não consumidor de bebida alcoólica com boa saúde,
ou quatro gramas/dia num consumidor habitual de álcool, pode causar danos significativos no
fígado. Sem um tratamento adequado, no momento oportuno, a sobredosagem de paracetamol
pode originar uma falência hepática seguida de morte em poucos dias. Em virtude da fácil
aquisição, sem receita médica, o paracetamol é utilizado em muitas tentativas de suicídio.
O paracetamol não deve ser tomado quando se consome bebidas alcoólicas, visto que
o fígado, quando está a metabolizar o álcool, não pode metabolizar simultaneamente o
paracetamol, aumentando, portanto, o risco de hepatotoxicidade. Se usado de uma forma
adequada esta substância é um dos tratamentos mais seguros em analgesia. O composto não
tem efeitos sobre o sistema da ciclooxigenase, portanto, não tem efeitos negativos sobre o
esôfago, estômago, intestino delgado ou intestino grosso, ao contrário dos AINEs. Além
disso, os doentes com problemas renais podem tomar o paracetamol, enquanto que os AINEs
podem provocar insuficiência renal aguda em certos pacientes. Sem contar que o paracetamol
não tem o problema da interação com a maioria dos outros medicamentos.

Toxicologia- Manifestações clínicas


A respeito da superdosagem do Paracetamol, a bula do fármaco preconiza que os
sinais e sintomas iniciais que se seguem à ingestão de uma dose maciça, possivelmente
hepatotóxica, de Paracetamol são: náuseas, vômitos, dor ou sensibilidade à dor na área
abdominal superior ou “inchaço” da área abdominal, sudorese intensa e mal-estar geral.
Hipotensão arterial, arritmia cardíaca, icterícia, insuficiência hepática e renal são também
observadas. Os sinais clínicos e laboratoriais de toxicidade hepática podem não estar
presentes até 48 a 72 horas após a ingestão da dose maciça.

Tratamento
A bula informa que o estômago deve ser imediatamente esvaziado, seja por lavagem
gástrica ou por indução ao vômito com xarope de ipeca. Deve-se providenciar nos centros
com metodologia e aparelhagem adequadas, a determinação dos níveis plasmáticos de
Paracetamol. As provas de função hepática devem ser realizadas inicialmente e repetidas a
cada 24 horas até normalização.
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Independentemente da dose maciça referida, deve-se administrar imediatamente o


antídoto considerado eficaz, a N-acetilcisteína a 20%, desde que não tenha decorrido mais de
16 horas da ingestão. A N-acetilcisteína deve ser administrada por via oral, na dose de ataque
de 140 mg/kg de peso, seguida a cada 4 horas por uma dose de manutenção de 70 mg/kg de
peso, até um máximo de 17 doses, conforme a evolução do caso. A N-acetilcisteína a 20%
deve ser administrada após diluição a 5% em água, suco ou refrigerante, preparada no
momento da administração. Além da administração da N-acetilcisteína, o paciente deve ser
acompanhado com medidas gerais de suporte, incluindo manutenção do equilíbrio
hidroeletrolítico, correção de hipoglicemia, administração de vitamina K, quando necessário e
outras. Após a recuperação do paciente, não permanecem sequelas hepáticas, anatômicas ou
funcionais.

2.3. BARBITÚRICOS
Barbitúricos é o nome dado a um composto químico orgânico sintético derivado do
ácido barbitúrico e foram descobertos no começo do século XX por Adolf Von Baeyer. A
história relata que em um bar, na comemoração da síntese de um desses medicamentos pela
primeira vez, no calor do entusiasmo, o nome fez referência a uma linda garçonete chamada
Bárbara. Em 1903, foi lançado no mercado farmacêutico o Veronal, o qual se mostrava um
promissor hipnótico a substituir os remédios menos eficientes até então existentes. Como
visto, essa classe foram amplamente empregados como hipnóticos até o aparecimento das
benzodiazepinas, na década de 60 e suas indicações se restringiram.

Os barbitúricos são substâncias que agem como depressoras do sistema nervoso


central, deprimindo o córtex sensorial, reduzindo a atividade motora e alterando a função
cerebelar. Portanto, produzem um amplo espectro de efeitos, desde a sedação leve a anestesia.
Eles também são efetivos como ansiolíticos, hipnóticos e anticonvulsivantes. Segundo a
Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, esses fármacos não possuem analgésico e, em dose
terapêutica alta ocorre anestesia. Outrossim, o uso continuado pode causar tolerância e
dependência, o que justifica as altas taxas de intoxicação.

Classificação e usos
Esses produtos são divididos em ação ultracurta, curta, intermediária e longa, de
acordo com seu tempo de meia-vida. O uso pode ser oral, intramuscular, endovenoso ou retal;
independente da via de administração, eles se distribuem uniformemente pelos tecidos. Após
a absorção, eles se ligam a proteínas do sangue e vão agir principalmente no cérebro, devido
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ao seu alto fluxo sanguíneo. Os efeitos depressores aparecem entre 30 segundos e 15 minutos,
dependendo do tipo de barbitúrico utilizado.

Embora empregados há muito tempo como ansiolíticos e hipnóticos, atualmente, as


benzodiazepinas suplantaram largamente essa classe de fármacos, como já citado. Isso, deve-
se ao menor potencial para overdose fatal que elas possuem.

A seguir são apresentados alguns fármacos com seus nomes genéricos, comerciais e a
duração de suas ações.

Nome Genérico Nome comercial Duração da ação


Amobarbital Amytal Curta a intermediária
Barbital Veronal Prolongada
Butabarbital Butisol Curta a intermediária
Fenobarbital Gardenal, Luminal Prolongada
Hexobarbital Evipal Curta a intermediária
Mefobarbital Mebaral Prolongada
Pentobarbital Nembutal Curta a intermediária
Secobarbital Seconal Curta a intermediária
Tiamilal Surital Ultra-curta
Tiopental Delvinal Curta a intermediária
Fonte: Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP

De acordo com o Laboratório de Tecnologias Cognitivas da UFRJ, três são


comercializados no Brasil: fenobarbital, pentobarbital e tiopental. Estes dois últimos,
respectivamente de ação curta e ultracurta, são injetáveis e utilizados em ambiente hospitalar,
como centros cirúrgicos ou centros de terapia intensiva (CTI). Aquele é administrado como
anticonvulsivantes em pessoas que sofrem desordens que provocam convulsões. Ele também
tem sido utilizado no tratamento de delirium tremens (tipo de psicose) durante a
desintoxicação de álcool. Todavia, os benzodiazepínicos são considerados mais seguros e são
mais usados.

Além disso, o fenobarbital e metilfenobarbital são usados por duas razões principais:
durante a noite para tratar insônia e durante o dia como sedativo no tratamento de tensão e
ansiedade. Ademais, é interessante notar a meia-vida longa do fenobarbital (de 80 a 120
horas).
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Mecanismo de ação
Esses medicamentos se ligam alostericamente ao receptor GABA-A, em local
diferente dos benzodiazepínicos, aumentando a afinidade do neurotransmissor a seu sítio ativo
do receptor. Quando o GABA se liga ao receptor, há influxo de cloreto, o que gera
hiperpolarização de membrana e, como consequência, dá-se a diminuição da condução
neuronal, provocando a inibição do sistema nervoso central (SNC).

Toxicologia- Manifestações clínicas


Quando comparados a outros medicamentos, constituem o grupo de drogas com maior
morbimortalidade. Em virtude disso, aliado à falta de especificidade de efeitos do SNC ao seu
baixo índice terapêutico (quando comparado aos benzodiazepínicos) e ao grande número de
interações medicamentosas, o uso de barbitúricos como sedativos hipnóticos tem caído
consideravelmente.

Didaticamente, a intoxicação por esses fármacos pode ser dividida em leve, moderada
e grave. A primeira tem como características clínicas o aparecimento de depressão do nível de
consciência, com sonolência e confusão mental, alterações na marcha, aparecimento de ataxia
e de alterações do equilíbrio; a linguagem pode ser incompreensível e alterações visuais
subjetivas podem aparecer. O paciente reage quando solicitado, mas de maneira pouco
intensa. Os reflexos podem estar diminuídos e observam-se alterações pupilares ou
respiratórias. No segundo tipo, cria-se uma maior depressão do nível de consciência do
paciente, com sono profundo ou torpor, pouca resposta aos estímulos dolorosos, sem resposta
aos comandos verbais, reflexos diminuídos e distúrbios respiratórios leves.

Na intoxicação grave, o paciente apresenta-se em coma geralmente profundo, podendo


ocorrer alterações pupilares de tipo midríase ou miose, ou alternância desses estados, pupilas
fixas ou foto reagentes. O paciente não reage à dor, seus reflexos tendinosos diminuem, não
há deglutição e graus variados de depressão respiratória podem ser encontrados. Esse estado
pode evoluir para uma midríase bilateral sem reação à luz, parada respiratória, respiração de
Cheyne-Stokes, secreção brônquica excessiva evoluindo com broncopneumonia, hipóxia e
hipercapnia, hipotensão e choque e óbito.
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Tratamento
Inicialmente, é necessária assistência respiratória com aspiração de secreções de vias
aéreas, intubação endotraqueal, ventilação mecânica, monitorização respiratória e
cardiovascular, aliada à correção da hipovolemia com infusão de fluidos cristaloides e aminas
vasoativas. Além disso, é preciso reestabelecer a temperatura normal e verificar a
possibilidade de infecção.

As medidas específicas variam de acordo com indicações. Diante disso, êmese só é


indicada em poucos minutos após ingestão. Já a lavagem gástrica com intubação (previne
aspiração) pode ser feita até 24 horas ou mais após ingestão. O uso de carvão seriado por até
dois aliados ao uso catártico salino é recomendado.

A nível de informações complementarias necessárias, o pH sanguíneo deve ficar em


torno de 7,4-7,45 o que aumenta a excreção do fenobarbital em cinco a dez vezes. Deve-se
avaliar função renal, eletrólitos, gasometria e pH urinário. No caso de paciente com
insuficiência renal, pode ser necessária a hemodiálise.

2.4. ANTIDEPRESSIVOS

A depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comuns. Cerca 5-6% da população


sofre com isso e se estima que 10% das pessoas possam apresentar prevalência em toda vida.
Apresenta-se, em geral, com humor deprimido, diminuição no interesse pelas atividades
normais, anorexia, insônia, fadiga e incapacidade de concentração.

A descoberta, no final da década de 50, de drogas antidepressivas conjunta a sua


utilização na prática clínica, trouxe um avanço importante no tratamento dos transtornos
depressivos. Até os anos 80, existia duas classes de antidepressivos: os tricíclicos (ADTs) e os
inibidores de monoaminoxidase (IMAOs). Apesar de serem muito eficazes, apresentavam
efeitos colaterais indesejáveis causados pela inespecificidade de sua ação farmacológica e
eram potencialmente letais em casos de superdosagem.

Nas últimas duas décadas, novas classes surgiram, diferenciando-se dos clássicos
ADTs e IMAOs, irreversíveis pela seletividade farmacológica, modificando e atenuando os
efeitos colaterais.
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2.4.1. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADTs)


Os ADTs podem ser perigosos se utilizados em quantidades excessivas por serem
antagonistas potentes dos receptores muscarínicos colinérgicos. As tentativas de suicídio são
frequentemente mortais com doses elevadas e na ausência de tratamento precoce.

Toxicologia- Manifestações clínicas


As reações tóxicas resultam, em primeiro lugar, das ações desses agentes sobre o SNC
e sistema cardiovascular. No SNC se apresenta: psicoses tóxicas observadas, principalmente,
em pacientes idosos, além de confusão mental nessa faixa etária. Amitriptilina pode causar
sonolência e sedação excessiva. Eles podem causar insônia, agitação e aparecimento de
tremores finos. Com relação ao sistema nervoso autônomo, devido ação anticolinérgica,
observa-se secura da boca, dilatação da pupila, visão turva, glaucoma, polaciúria, retenção
urinária, constipação, diminuição do desempenho sexual (ejaculação retardada e dificuldade
de ereção) e raramente, íleo paralítico.

No mesmo cenário, em vista o aparelho cardiovascular, esses fármacos são


indiscutivelmente cardiotóxicos em superdosagens. Taquicardia e hipotensão ortostática são
frequentes, esta última pode provocar quedas com fratura, infarto do miocárdio e mais
raramente, morte súbita. Produzem também alteração de condução elétrica cardíaca, podendo
ser observado no ECG: aumento do intervalo QT, depressão de ST e achatamento da onda T,
e tais alterações podem preceder o aparecimento de taquicardia ventricular. Outrossim,
algumas vezes, observam-se reações alérgicas de pele (prurido, urticária, eritema) e sudorese
excessiva que é um efeito comum. A agranulocidose é raramente descrita. Icterícia colestática
discreta foi descrita com a imipramina.

Tratamento
Efeitos anticolinérgicos graves podem ser tratados pela fisostigmina (1-3mg) em
infusão IV lenta com monitorização cardíaca. Sintomas leves como boca seca podem
melhorar com o tempo. A constipação responde a dieta laxante e, em casos mais intensos,
indicam-se laxativos. Para o caso de retenção urinária utiliza-se o betanecol, 10 -25 mg ,3 a 4
vezes ao dia. No caso de psicose tóxica, os antidepressivos devem ser suspensos, tais
complicações requerem tratamento com neurolépticos. Os efeitos adversos autonômicos
podem melhorar com o tempo.
16

2.4.2. INIBIDORES DE MONOAMINA OXIDASE (IMAO)


Os IMAOs de primeira geração, irreversíveis e inespecíficos quanto à inibição dos
diferentes subtipos de monoamina oxidase (MAO), tiveram seu uso limitado durante muitos
anos, em decorrência de efeitos adversos. Neles, incluíam-se crises hipertensivas, casos de
necrose hepática aguda e interações adversas com outras drogas. Após o desenvolvimento dos
inibidores específicos, em relação aos diferentes subtipos de MAO, houve diminuição dos
efeitos adversos.

Toxicologia- Manifestações clínicas


O uso dos IMAOs em doses elevadas pode estar associado a numerosos efeitos
adversos que podem se manifestar dentro de poucas horas. A maioria dos casos está
relacionada com pacientes que não seguiram a restrição alimentar, havendo elevados níveis
circulantes de tiramina, a qual ficará livre para interagir com terminais nervosos
noradrenérgicos simpáticos.
Vale ressaltar a importância das manifestações no sistema cardiovascular, em que
apesar de ação hipotensora, essas drogas não interferem na condução cardíaca, nem na
frequência. Dentre as reações tóxicas mais importantes está o “efeito queijo”, que é uma
reação de incompatibilidade, rara, caracterizada por hipotensão arterial e cefaleia de
aparecimento súbito de localização occipital, acompanhando o quadro vômitos, hiperpirexia,
dor torácica, fasciculações musculares e impaciência. Essa síndrome pode desaparecer em
poucas horas ou se complicar com hemorragia intracraniana; além disso, ela se deve ao
aumento de teor plasmático de tiramina, como já citado, induzido pela ingestão de alimentos
que contém essa amina, como queijo não pasteurizado. A tiramina tem sua concentração
aumentada quando se usa IMAO.
Outras manifestações envolvem a participação de Hidrazima, que tem potencial raro
de produzir síndrome semelhante a Lúpus e hepatotoxidade. Discrasias sanguíneas são raras.
Reações de pele como rash macopapular pode raramente acontecer.

Tratamento
Depende do tipo e da gravidade da reação. Intoxicação aguda pode exigir lavagem
gástrica e suporte da função cardiovascular. A manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico é
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essencial. Estimulação central, quando intensa, pode exigir suspensão do tratamento. Diante
de hepatotoxidade e aparecimento de crise hipertensiva, deve-se fazer suspensão imediata.

2.4.3. ANTIDEPRESSIVOS NÃO-TRICICLICOS E NÃO-IMAO


Esses são os antidepressivos de segunda geração, os quais estão os inibidores seletivos
da recaptação de serotonina (ISRS); os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina
(IRSN); os antidepressivo noradrenérgico e serotonérgico específico (ANASE); os inibidor
seletivo da recaptação de noradrenalina(ISRN); os inibidor da recaptação de noradrenalina e
dopamina(IRND).

Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)


Toxicologia- Manifestações clínicas
Distúrbios gastrintestinais, cefaleia, agitação, pânico, insônia. Em overdose possui
baixa toxicidade, seguros para pacientes com ideação suicida.

Tratamento
Em caso de superdosagem pelos ISRS, pode-se oferecer apenas um tratamento de
suporte, visto que o grande volume de distribuição impede a remoção por diálise. Além disso,
a descontaminação gastrintestinal é indicada nas primeiras 24 horas após a intoxicação, a qual
se utiliza técnicas para lavagem gástrica e uso de carvão ativado.

Antidepressivo noradrenérgico e serotoninérgico específico (ANASE)


Toxicologia- Manifestações clínicas
A mirtazapina apresenta alguma segurança em casos de intoxicação (relato de ingestão
de até 30 vezes a dose recomendada), sendo mais segura do que a imipramina. Os sinais e
sintomas presentes em casos de intoxicação por esse medicamento incluem desorientação,
tonturas, comprometimento de memória, taquicardia, sedação excessiva.

Tratamento
Medidas de suporte geral e monitorização das funções vitais. Pode-se empregar
medidas para reduzir a absorção, como indução de êmese e lavagem gástrica seguida da
administração de carvão ativado.
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Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina (ISRN)


Toxicologia- Manifestações clínicas
Dentre os efeitos, percebe-se secura da boca, constipação, insônia, sudorese, aumento
da frequência cardíaca, tontura, retenção urinária, impotência. Quando administrado acima de
12mg pode causar hipotensão ortostática, ansiedade, hipertensão, como visto com o fármaco
Reboxetina.

Tratamento

Deve-se fazer a monitorização da função cardíaca e monitorização dos sinais vitais.

2.5. NEUROLÉPTICOS

Os neurolépticos ou antipsicóticos são um grupo de medicamentos capazes de inibir as


funções psicomotoras. São considerados como estabilizadores do humor, sendo indicados em
crises epilética, transtorno bipolar do humor, dentre outros. Possui uma classificação que se
baseia em seu mecanismo de ação - predominantemente bloqueio de receptores da dopamina
(D) nos típicos, e bloqueio dos receptores dopaminérgicos e serotonérgicos (5HT) nos
atípicos, o que acarreta um diferente perfil de efeitos colaterais, em geral melhor tolerados
nestes últimos.

Toxicologia- Manifestações clínicas


Podem ocorrer com doses terapêuticas ou overdose. No sistema cardiovascular: ocorre
bloqueio alfa-adrenérgico periférico, vasodilatação direta, depressão reflexa do centro
vasomotor e depressão miocárdica direita. Nos sistemas gastrointestinal e genitourinário
acontece o bloqueio dos receptores colinérgicos e muscarínicos. No sistema endócrino há
bloqueio do receptor dopamínico resultando em hiperprolactinemia.
Com relação ao SNC, esses fármacos possuem efeito inibitório sobre vários
receptores. Quando a atividade dopaminérgica excede a colinérgica, resulta em distonias.
Quando a atividade colinérgica excede a dopaminérgica, resulta em maiores reações
extrapiramidais e parkinsonismo. Pode ocorrer discinesia tardia, que se retrata pela
supersensibilidade dos receptores dopaminérgicos com o aumento da secreção de dopamina.
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Tratamento
No tratamento de episódios psicóticos, inicia-se em geral com doses baixas,
aumentando gradualmente em função da tolerância aos efeitos colaterais, até atingir as doses
médias diárias recomendadas. A preferência atual é pelos atípicos (exceto a clozapina) em
razão de serem maisbem tolerados, igualmente ou mais efetivos em relação aos tradicio-nais.
Apresentam ainda menos risco de provocarem discinesia tardia, e provo-cam menos prejuízo.
Em compensação são medicamentos mais caros.
Em pacientes com sintomas psicóticos graves, agitação, ou hostilidade oferecendo
risco para si ou seus familiares, eventualmente as doses iniciais devam ser maiores ou
administradas por via intramuscular, para uma sedação imediata, podendo ser utilizado
haloperidol ou os atípicos: risperidona e olanzapina.
O efeito terapêutico, quando o antipsicótico é administrado por via oral pode demorar
de 3 a 9 semanas para ser. Deve-se aguardar este período, em uso de doses efetivas, para
decidir quanto à continuidade do tratamento: manutenção, aumento da dose ou troca de
medicamento.
Quando a resposta é parcial, a primeira estratégia recomendada é a elevação da dose
até os níveis máximos recomendados e mantendo tais níveis por mais duas semanas,
avaliando novamente a situação depois deste período. Alguns pacientes poderão responder a
esta estratégia, que dependerá também da aceitação e da tolerância aos efeitos colaterais.

Caso não ocorra uma melhora, as alternativas são a troca de medicamento, a


combinação de drogas, o uso de clozapina ou a eletroconvulsoterapia. Na troca de
medicamentos recomenda-se a substituição por um antipsicótico de classe diferente (p. ex.,
uma butirofenona por uma fenotiazina ou por um atípico.
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3. CONCLUSÃO
Analisando-se os dados epidemiológicos que revelam a grande prevalência de
intoxicação medicamentosa, no Brasil é necessária a instauração de medidas educativas e
políticas públicas que visem a divulgação das formas e procedimentos corretos para
manuseio, armazenamento e utilização de medicamentos.
Dessarte, segundo as recomendações, os medicamentos dever ser armazenados ou
guardados longe de crianças, em locais altos, evitar ofertar recipientes de remédios para
crianças brincarem, bem como evitar tomar fármacos na frente das mesmas, com intuito de
evitar a imitação da ação. Sob hipótese nenhuma praticar a automedicação e não usar
medicamentos orientados por leigos. Outrossim, enfatizar sempre à criança que remédio é
remédio e só pode ser tomado quando orientado pelo médico. Deve-se atentar bem quando um
medicamento cair no chão, para não deixá-lo no lugar que caiu. Sempre conferir a dose no
momento da administração, usando medidor para remédios líquidos e atentar para verificação
do nome do produto comprado, se corresponde ao nome que consta no receituário.
Nesse contexto, cada prescrição é individual e tem considerações diferentes para cada
caso. Ter cuidado com remédios em preço promocional, observando sempre o prazo de
validade e nunca aceitar ou os ingerir com data vencida. Não aceitar substituições de receitas
sem autorização do médico. É ultra importante se atentar para as condições da embalagem:
não compre se esta estiver amassada, com tampa violada, com vazamento ou alterações de
cor. Se o fármaco pode ter uma utilidade em um futuro próximo ou se o médico recomendar o
uso novamente, você deve conservá-lo em ambiente adequado e verificar a validade antes de
voltar a tomar. Não guarde, principalmente, antibióticos que tenha curto prazo de validade
depois de aberto.
Quanto aos profissionais de saúde, é essencial prescrever a receita com uma letra
legível e orientar o paciente quanto ao nome, uso, efeitos colaterais, intervalos de doses e
armazenamento do fármaco.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária [homepage na internet]. Medicamentos.


Disponível em: http://www.anvisa.org.br Acesso em 2 nov. 2017.

2. KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2006.

3. KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre:


AMGH, 2014.

4. MAGALHÃES, J.V.; MONTE, B.S.; SANTOS, M.B. et al. Caracterização das


intoxicações medicamentosas registradas no centro de informações toxicológicas
do Piauí no período de 2007 a 2012. Journal of Research Fundamental Care Online,
v.6, p.55-63. Dez 2013. Disponível em:
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3368/pdf_1120.

5. Mahadevan SBK, McKiernan PJ, Davies P, Kelly DA. Paracetamol induced


hepatotoxicity. Arch Dis Child. 2006; 91: 59-603. Disponível
em:https://link.springer.com/article/10.1007/s12519-016-0046-6. Acesso em 2 nov.
2017.

6. MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld; SOARES, Márcia Britto de


Macedo. Psicofarmacologia de antidepressivos. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo ,
v. 21, supl. 1, p. 24-40, May 1999 . Available from
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44461999000500006&lng=en&nrm=iso.

7. PSIQUIATRA EM CRIANÇAS ADOLESCENTES E ADULTOS (Belo


Horizonte). Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos).Disponível em:
<https://sites.google.com/site/marciocandiani/antipsicoticos-tipicos-neurolepticos>.
Acesso em: 02 nov. 2017.

8. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES TÓXICO-FARMACOLÓGICAS


(SINITOX) – Disponível em: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais>.
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QUESTÕES

1) Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a droga de
escolha para o tratamento da insônia. O declínio de seu uso deu-se por vários motivos
como: mortes por ingestão acidental, o uso em homicídios e suicídios, e
principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os benzodiazepínicos. Hoje
em dia, os barbitúricos ainda são utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e
na indução da anestesia geral. Os barbitúricos são produzidos através da condensação
de derivados do ácido malônico e da ureia e constituem o grupo de drogas com maior
morbi-mortalidade, em comparação com outros medicamentos, porém, o seu uso como
sedativo-hipnótico diminuiu muito devido à falta de especificidade de efeitos no
sistema nervoso central, ao seu baixo índice terapêutico, quando comparado aos
benzodiazepínicos, e ao grande número de interações medicamentosas. Analisando-se
as estruturas abaixo, podemos concluir que:

A) A intoxicação leve (moderada) por barbitúricos cria uma maior depressão do nível
de consciência do paciente, com sono profundo ou torpor, pouca resposta aos
estímulos dolorosos, sem resposta aos comandos verbais, reflexos diminuídos e
distúrbios respiratórios leves.

B) A dose letal estimada para o fenobarbital é de 12 a 15 gramas ( 5 a 10g) , se a


ingestão for isolada. Em associação com outros depressores do sistema nervoso
central, e principalmente com álcool, a dose letal pode ser menor.

C) A absorção por via oral é completa, porém lenta ao nível intestinal. Eles têm
grande afinidade por tecidos com baixo (alto) teor lipídico e a ligação com as
proteínas é muito variável. O metabolismo é hepático, através do sistema
enzimático microssomal, e produz metabólitos ativos. A excreção é renal, e 25%
do fenobarbital é eliminado de forma inalterada na urina.

D) No sistema nervoso central, em doses terapêuticas, eles potencializam a ação


inibitória sináptica mediada pelo ácido gama-aminobutírico (GABA),
principalmente no nível dos canais de sódio (cloro). Doses mais altas podem ser
consideradas GABA-miméticas.

E) Os benzodiazepínicos potencializam os efeitos dos barbitúricos no Sistema


Nervoso Central, devido à interação medicamentosa.
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2) Antidepressivos são uma substâncias consideradas eficazes na remissão de


sintomas característicos da síndrome depressiva, em pelo menos um grupo de
pacientes com transtorno depressivo.Há três classes de fármacos usados na depressão:
inibidores dos transportadores das monoaminas (tricíclicos), inibidores seletivos do
transportador da serotonina (ISRSs) e inibidores da enzima MAO. Esses fármacos
funcionam aumentando as concentrações de dopamina, noradrenalina e serotonina
entre os neurônios (sinapses). Deste modo aumenta a excitação nas vias cerebrais
cujos neurônios utilizam estes neurotransmissores, que são aquelas relacionadas com o
bem-estar emocional. Qual das seguintes afirmações é correta no que diz respeito ao
tratamento da intoxicação aguda por antidepressivos cíclicos?

A) O uso da fisostigmina é recomendado para o tratamento de arritmias cardíacas


decorrentes de distúrbios da condução.
B) A alcalinização da urina pela infusão IV de bicarbonato de sódio facilita a
eliminação dos antidepressivos tricíclicos, mas não afeta a eliminação dos
tetracíclicos.
C) O uso do carvão ativado em doses repetidas por sonda gástrica interfere no ciclo
entero-hepático dos antidepressivos tricíclicos.
D) A hemodiálise é comprovadamente ineficaz, mas a hemoperfusão com carvão
ativado está indicada nos casos graves de intoxicação por antidepressivos cíclicos.
E) Nenhuma das alternativas anteriores é correta.

Respostas das questões

1. e) Os benzodiazepínicos potencializam os efeitos dos barbitúricos no Sistema Nervoso


Central, devido à interação medicamentosa.

2. c) O uso do carvão ativado em doses repetidas por sonda gástrica interfere no ciclo entero-
hepático dos antidepressivos tricíclicos.

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