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Direito Constitucional

DIREITO
CONSTITUCIONAL
PROFESSOR: RUY WALTER – FESUDEPERJ 2014
E-MAIL: ruywalter@globo.com

CURSO ÊNFASE - PROFESSOR JOÃO MENDES - 2012

Livro: Direito Constitucional esquematizado 2014 - autor: Pedro Lenza

Bibliografias:

1) Gilmar Mendes: para o professor é o principal livro da matéria no Brasil. É bom em doutrina e
bom em jurisprudência. Algumas posições são peculiares do Gilmar, tem que tomar cuidado com
isso.

2) Marinoni, Sarletis, Mitidiero: é interessante e trouxe algo de novo. É incompleto. É o melhor em


direitos fundamentais e muito bom em controle de constitucionalidade. Tem que ser
complementado com outro.

3) Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto: é muito bom. Extremamente profundo. Cada
volume tem aproximadamente mil páginas. Teoria da Constituição.

4) Barroso tem dois livros muito importantes: Curso de Direito Constitucional Contemporâneo (não é
completo, mas é muito bom em Poder Constituinte, Reforma Constitucional e Interpretação
Constitucional) e o livro de Controle que é muito importante para concurso).

5) Pedro Lenza: é um bom primeiro livro. Não é suficiente para maioria dos concursos.

6) Marcelo Novelino: é bom. Não tem influência em banca.

7) Bernardo Fernandes: é bom também. Não tem influência em banca.

8) Uadi Lumengo Bulos – Curso ao alcance de todos

PONTOS IMPORTANTES PARA DP:


I – Poder Constituinte
II – Normas Constitucionais
III – Processo Legislativo e espécies (aspectos jurídicos)
IV – Controle (Legalidade, Constitucionalidade e Convencionalidade)

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Direito Constitucional

V – Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

Aula em azul = Saber Direito e aulas em vídeo


Aula em preto e azul = Pedro Lenza
Aula em verde = DP

1° Aula – 29/03/2014 - Princípios constitucionais / Poder Constituinte Originário


2° Aula – 05/04/2014 – Poder Constituinte originário ilimitado / poder const. Derivado / poder const.
Derivado reformador / poder constituinte derivado decorrente estadual / normas constitucionais
3° aula – 26/04/2014 – normas constitucionais / plano das normas / divisão tricotômica J.A.S
4° aula – 15-05-2014 – normas constitucionais e Processo Legislativo
5° aula – 16-04-2014 – Processo Legislativo
6° aula – 09-08-2014 – Final de proc. legislativo / controle de constitucionalidade
7° aula – 30-08–2014 – Controle de constitucionalidade
8° aula – 06-09-2014 – Controle de Constitucionalidade
9° aula – 06/12/2014 – teoria dos direitos fundamentais
10° aula – 10/01/2015 – teoria dos direitos fundamentais

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Direito Constitucional

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Direito Constitucional

CONSTITUCIONALISMO
É um movimento social, político e jurídico, cujo principal objetivo é limitar o poder do Estado
por meio de uma Constituição para que os direitos dos indivíduos sejam garantidos.

O constitucionalismo se contrapõe com o absolutismo (O Estado sou eu “L'État c'est moi”)

Ideias básicas:
a) Princípio do governo limitado;
b) Garantia de direitos;
c) Separação dos poderes;

Quem foi o responsável pela criação da separação de poderes?


A ideia foi criada por Aristóteles, porém, Montesquieu desenvolveu e aprimorou esta ideia. A ideia de separação
dos poderes defende que todo aquele que detêm poder sem limites tende a dele abusar, a separação dos poderes
serve para limitar tendo em vista que um poder limita a atuação do outro.

Etapas de evolução do Constitucionalismo:

 1ª fase – Constitucionalismo Antigo1 (começa na antiguidade e vai até fim do século XVIII)
O Estado Ebreu teve a primeira experiência constitucionalista de limitação do Poder, pois o
poder do monarca era limitado em virtude das leis divinas (estado teocrático).
Outros países que tiveram experiência do constitucionalismo antigo: Grécia Antiga, Roma e
Inglaterra.
Inglaterra teve reflexo do constitucionalismo através da “Magna Carta de 1215” outorgada
pelo rei inglês João I (João sem terra). Na prática a magna carta não foi cumprida nem por João sem
terra e nem pelos reis seguintes. Porém, é dela que se originou o “Habeas Corpus” (que não tinha este
nome, mas já mencionava a respeito da liberdade de locomoção) e “devido processo legal” (jui process
of law – law of the land lei da terra).

Principais características:
a) Conjunto de princípios que garantem a existência de direitos perante o monarca;
b) As constituições nesta época eram consuetudinárias (costumeiras e baseada nos precedentes
jurisprudenciais, não quer dizer que não haja lei)
c) Supremacia do Parlamento;
d) Forte influência da religião;

 2ª fase – Constitucionalismo Clássico ou Liberal (fim do Século XVIII à 1ª Guerra Mundial-


1918)

Maioria dos doutrinadores defendem que o constitucionalismo inicia apenas neste período,
pois, é neste momento que surgem as primeiras constituições escritas.

1
Há doutrinas que não mencionam esta fase, Marcelo Alexandrino acha interessante termos esta noção.

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Direito Constitucional

Duas experiências que marcaram esta fase:


a) Surgimento da 1ª constituição norte americana: escrita, formal, dotada de supremacia
(constitucionalismo norte americano - EUA de 1787);
Contribuições:
1- No Constitucionalismo Antigo a supremacia era do Parlamento, com o
constitucionalismo clássico a supremacia passa a ser da Constituição;
2- Surgimento do controle difuso de constitucionalidade;
Decisão proferida em 1803 no famoso caso Madison vs Marshal (a rigor não
foi o 1° caso de controle, e sim dois precedentes: Tribunal inferior distrito um lei
inconstitucional e depois a Suprema Corte chegou a analisar a constitucionalidade de
uma lei mas a declarou constitucional, ambas anteriores a do Madison), embora não
tenha sido o primeiro caso foi a primeira decisão em que a Corte declarou
inconstitucionalidade de uma lei e estabeleceu as bases para o controle de
constitucionalidade.
3 - República;
4 - Federalismo (quem criou foram os norte americanos);
5 - Criação do sistema presidencialista (EUA);
6- Declarações de direitos formuladas a partir de 1776, que é quando foi criada o
Virgínia new of rights, protegendo os direitos fundamentais;

b) Surgimento da constituição francesa 1791


Contribuições:
1. supremacia do parlamento;
2. garantia de direitos e separação dos poderes (esta garantia ainda está prevista na
Declaração de Direitos do Homem 1789 da França, fazendo parte até os dias
atuais parte do bloco do controle de constitucionalidade);
3. ideia de poder constituinte originário e derivado (Abade Sieyes);
4. Escola da Exegese (teve seu auge 1830 e decadência 1880), surgiu a partir do
Código de Napoleão de 1804 a interpretação era uma atividade meramente mecânica,
onde o juiz era mero representante da lei e não cabia interpretação.

Obs1.: não são as cláusulas pétreas que caracterizam a rigidez de um Constituição e sim o processo
mais solene (dificultoso).

Obs2.: constituições consuetudinárias se contrapõe as constituições rígidas.

No constitucionalismo clássico surge a 1ª geração (dimensão) de direitos fundamentais, quais


sejam, valores ligados à liberdade, conhecido como direitos civis e políticos (direitos negativos), são
direitos individuais que asseguram o indivíduo face o Estado (eficácia vertical dos direitos
fundamentais) e oponíveis tão somente ao Estado.
*dimensões dos direitos fundamentais foi criada por Karel Vasak, difundida por Noberto Bobbio no
livro a Era dos direitos e no Brasil divulgado através de Paulo Bonavides2.

2
Obs.: concurso público geralmente traz as ideias de Paulo Bonavides e esta que será adotada no presente
resumo.

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Direito Constitucional

-> Surgimento do Estado de Direito (ou Estado Social, ou Estado democrático ou Estado
Liberal) existem 3 experiências principais de concretização:
1) Due of law (governo das leis e não governo dos homens) (Inglaterra);
2) Rechstsstaat (Alemanha)
3) État legal (França)

O liberalismo pode ser visto sob duas perspectivas distintas:


- liberalismo político - que é uma ideia de estado limitado. Sua característica é: a) limitação do
Estado pelo Direito; b) a Administração Pública tem sua atuação pautada em lei; c) fracionamento das
funções estatais; d) direitos individuais assegurados contra o Estado.
Esses direitos que eram assegurados em regra são direitos da burguesia, sendo assegurada tão
somente a igualdade formal (ex.: mulher não votava, pessoas sem escolaridade, pessoas sem posses).
- liberalismo econômico - postula um Estado mínimo. Sua característica é assegurar a ordem e
segurança pública.

As técnicas principais que o Constitucionalismo Liberal utiliza para limitar o poder do Estado são
duas:

a) Direitos fundamentais de 1ª geração: esses direitos são concebidos como direitos de defesa,
são concebidos como direitos que o indivíduo tem para exigir do estado prestações estatais
negativas, abstenções, um não fazer. Ex.: liberdade de expressão, de religião, etc. através da
imposição de deveres negativos se busca a limitação do poder do Estado para proteção do indivíduo.

b) Separação dos Poderes: esse princípio tem como pai Montesquieu. A premissa que ele partia
era tipicamente liberal, os liberais desconfiam de tudo, é premissa de pessimismo
antropológico, todo homem que tem poder absoluto tenderá a abusar dele. A única forma de se
controlar o poder é dando igual poder a outra pessoa. “A ambição vai conter a ambição”. A
ênfase dele é na separação das funções estatais. A premissa básica dele é que o órgão que faz
as leis não pode ter o poder de aplicá-las, pois ao contrário o poder seria absoluto e
incontrolável. O foco da doutrina de Montesquieu é a separação das funções. Um autor
português chama essa noção de “separação orgânico funcional dos poderes”, vez que o foco
é primeiro diferenciar a função legislativa da executiva e dar cada uma delas para órgãos
diferentes. Hoje outra ideia foi somada a essa que é a ideia de “freios e contrapesos” criada
por Madison, que diz que não há dúvida de que as funções estatais devem ser separadas, mas é
preciso ir além, é necessário ainda que um poder controle o outro, é necessário que haja
instrumento de controles recíprocos. Exemplo: veto do Presidente à projeto de lei, controle de
constitucionalidade, impeachment, etc.

Separação de poderes na visão moderna é tanto separação das funções entre poderes
independentes quanto controle mútuo.

Outro ponto importante sobre o Constitucionalismo Liberal é entender a ideia de liberalismo,


os quais existem duas vertentes que são inconfundíveis: a) liberalismo político e econômico.

a) liberalismo político - me refiro a esse propósito básico do Constitucionalismo que é


limitação jurídica do poder do Estado, que a CF e o direito garantam que o poder político
será limitado para se garantir o respeito a liberdade individual. Governo limitado.

b) liberalismo econômico – me refiro a governo mínimo, a estado mínimo, ou seja, uma


forma do Estado atuar no âmbito da economia, é uma forma que preconiza a interferência
mínima do Estado na economia. O Estado tem que confiar nas leis do mercado que se auto

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Direito Constitucional

regula com as próprias leis, o Estado só atua excepcionalmente de forma coercitiva. É um


Estado mínimo.

 3ª fase – Constitucionalismo Moderno (ou Social) - fim da 1ª G. Mundial 1918 até 2ª Guerra
Mundial

*A divisão em fases não quer dizer que a cada etapa os direitos são realmente modificados, é apenas
uma visão didática dos pontos marcantes.
O liberalismo só é eficaz quando há uma igualdade de condições aos indivíduos. Quando há
desequilíbrio faz-se necessário a intervenção do Estado.
O liberalismo entrou em crise com o fim da 1ª Guerra Mundial em virtude da crise econômica
aumentando as desigualdades os quais os indivíduos começaram a questionar se realmente existia
igualdade.
Neste período há duas constituições que são paradigmas de consagração de direitos sociais:
- Constituição mexicana de 1917
- Constituição de Weimar de 1919

Nesta fase surge a 2ª dimensão de direitos fundamentais, direitos ligados à igualdade material
(ou substancial) (tendo em vista que a igualdade formal já era prevista na 1ª geração de direitos),
sociais, econômicos e culturais, esses direitos tem caráter positivo, pois, exigem uma prestação do
Estado sejam elas jurídicas ou materiais.

Sofisticação da interpretação, começa a evoluir como os métodos desenvolvidos por Savigny:


elemento gramatical, elemento histórico, elemento lógico e elemento sistemático.
*elemento teleológico (finalidade da lei) - surgiu com a jurisprudência e não por Savigny.

-> Surgimento do Estado Social decorrência da transformação do Estado de Direito em um


estado intervencionista. Características:
a) Estado abandona sua postura abstencionista e passa a intervir nas relações sociais, econômicas e
laborais;
b) papel decisivo na produção e distribuição de bens;
c) garantia de um bem estar social mínimo (well fear state) (ex.: salário social - BPC LOAS);

*Três exemplos de Constituições após o nascimento do Constitucionalismo Moderno:


Espanha 1812
Portugal 1822
Brasileira 1824

 Princípios Fundamentais do Constitucionalismo Moderno:

1) Supremacia da constituição

2) Efetividade das Normas Constitucionais

3) Função Promocional das Constituições Modernas

4) Contrário às Teses do Grau Zero da Eficácia Constitutiva do Direito Constitucional: o


constitucionalismo moderno entende que as normas da constituição são normas dotadas de

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Direito Constitucional

efetividade, que devem produzir efeitos concretos, reais, não são ou não devem ser normas
meramente simbólicas ou ilustrativas, devem ser normas concretizáveis, com efeitos concretos,
reais, pois são superiores as demais normas.

5) Soberania Popular

6) Direitos Fundamentais

- O postulado de governo limitado, do que deriva:


 O princípio da separação dos poderes
 O princípio da independência do judiciário: não há liberdade efetiva se não há um judiciário
que garanta isso.
 E a responsabilidade dos governantes

 4ª fase – Constitucionalismo Contemporâneo (pós 2° Guerra mundial meados 1950 até os dias
atuais)

Fruto do pós-positivismo, tendo como marco teórico a “força normativa da Constituição”


sendo seu principal objetivo a maior eficácia da Constituição, principalmente dos direitos
fundamentais.
A dignidade da pessoa humana passa a ter valor supremo após a 2ª guerra mundial, sendo um
valor absoluto por não existir gradação entre as pessoas sendo igual para todos.

Surgimento da 3ª dimensão dos direitos fundamentais fraternidade ou solidariedade, sendo os


direitos defendidos: direito ao desenvolvimento ou progresso, direito de autodeterminação dos povos,
meio ambiente, direito de comunicação e direito de propriedade sobre o patrimônio comum da
humanidade (tem doutrinadores que defendem ser o direito de visitar o patrimônio comum). Este rol é
exemplificativo. São direitos transindividuais.
Há doutrinadores que incluem nesta dimensão: direitos dos idosos e da criança, direito de
defesa do consumidor.

-> Surgimento do Estado democrático de Direito (ou Estado Constitucional democrático)3


No estado democrático de Direito sua ideia central é o império da lei, enquanto o Estado
Constitucional democrático é a supremacia e normatividade da Constituição.
O Estado democrático tenta superar as deficiências e sintetizar as conquistas dos modelos
anteriores. Não será um terceiro modelo totalmente diferente, mas um modelo de Estado que reúne
características boas do Estado Liberal e Social e incluir novas conquistas.

Características:
a) universalização do sufrágio e ampliação dos mecanismos de participação popular direta.
A CF brasileira de 1824 e 1891 as mulheres e as pessoas sem posse não podia votar no
Brasil.
b) conceito de democracia passa a abranger uma dimensão material ao lado da dimensão
meramente formal;

3
obs.: Marcelo Novelino defende que o Brasil já ultrapassou o Estado do bem estar social e sim estamos num
novo estado, o Estado constitucional democrático.

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Direito Constitucional

A dimensão material (substancial) impõe o respeito aos direitos fundamentais de


todos, inclusive das minorias. Nem toda vontade da maioria pode ser considerada democrática
deve se verificar se a vontade majoritária respeita os direitos da minoria. Ex.: casamento
homoafetivo..
c) preocupação com a efetividade e com a dimensão material dos direitos fundamentais.

d) fortalecimento do Poder Judiciário.


Porque se o legislativo e executivo não cumpre os direitos fundamentais e o Judiciário
é buscado este não pode se negar a resolver o litígio devendo ser proativo é nestes casos que
ocorre o chamado ativismo judicial.
e) limitação do legislador abrange os aspectos formais e materiais.
Não apenas as condutas comissivas, mas também as condutas omissivas do legislador.
Hoje, temos ação para quando o legislador age (ADI/ADC/ADPF) e quando não age (MI e
ADO).
Foi somente em 1874 na Constituição da Iugoslávia que surgiu pela 1ª vez o controle
de constitucionalidade por omissão. 1976 Portuguesa e Brasileira de 1988 que criou o
Mandado de Injunção que não tinha em nenhum outro País.

Marco – histórico: após a 2° guerra mundial (meados 1950)


Marco-filosófico: fruto do pós positivismo
Marco-teórico: força normativa da Constituição (Konrad Hesse)
*A Constituição é uma norma o qual impõe deveres a serem cumprido pelo Estado.

TIPOLOGIA

A- Constitucionalismo Liberal
- Fase Inicial –predomínio da concepção individual

B- Constitucionalismo Social
- Intervencionismo Estatal
- Limitação do Poder Econômico (não político como o neoliberal, é o estado intervindo na sociedade
impedindo o abuso de poder econômico de grupos por outros grupos, promove a igualdade entre todos
os indivíduos, que é o fundamento dos chamados direitos sociais).
- Previsão de Direitos Sociais: fundamento é a igualdade do indivíduo.
- Estado Social de Direito: não é mais o estado liberal do Direito.
Exemplos:
•Constituição do México –1917
•Constituição de Weimar–1919
•Constituição Brasileira -1934
Não é comunismo, mantém as liberdades individuais e o poder político, mas promove a
igualdade.

C- Constitucionalismo Contemporâneo
- Estágio que nos encontramos.

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- Constituições amplas e analíticas


- “Totalitarismo Constitucional”
- Previsão de temas acessórios, supérfluos e pormenores.
- Significa que a CF se propõe a disciplinar todos os aspectos políticos e sociais da nação de um
determinado estado, o que gera um risco de dispor temas acessórios, pormenores. Exemplo: percentual
de subsídio de um ramo da magistratura para o outro e colégio Pedro II.
- Compromisso entre o Liberalismo Capitalista e o Intervencionismo Estatal
- É tentar achar um equilíbrio entre esses dois extremos. Art. 1º, IV da CF.
- Cultura do Constitucionalismo Exacerbado (tentativa de resolver tudo). Exemplo: constituição
dirigente
- Previsão de Promessas Irrealizáveis (a CF se torna tão detalhista e estabelecendo tantos direitos
sociais e tantas previsões de evolução social que se convertem em promessas que por serem utópicas
se tornam irrealizáveis). Isso gera para o povo uma perda do sentimento constitucional. Há um autor
chamado Pablo Lucas que tem um livro chamado “O sentimento constitucional” que seria uma
convicção interior da bondade e justiça intrínsecas à CF. é o sentimento que o povo nutre de que a CF
é essencialmente boa e justa. Isso leva a que um autor mineiro dizer que a CF em boa medida demanda
uma certa dose de fé constitucional, é esse acreditar na constituição. Para acreditar na CF o povo deve
ter esse sentimento constitucional de que ela é essencialmente boa e justa, na medida em que apresenta
promessas que nãos e realizam, o povo perde esse sentimento constitucional, e há um descrédito dela,
o que prejudica sua eficácia.

D -Constitucionalismo do Futuro (internacional ou universal)


- Constitucionalismo do Futuro ou do Porvir (José Roberto Dromi)
- Valores que irão prevalecer na CF do futuro:
 Veracidade: ausência de promessas irrealizáveis.
 Solidariedade dos povos.
 Continuidade: adaptação às novas exigências, sem perda das conquistas passadas. Não quer
romper com o que passou, quer manter as conquistas do passado e criar novas.
 Participatividade: participação popular nos negócios do Estado.
 Integracionalidade: integração entre o interno e o internacional (entidades supranacionais).
 Universalidade: atenção aos D. Humanos Internacionais.

E - Constitucionalismo Internacional (ou globalizado ou universal)


- Acento para os direitos humanos universais, plasmados em tratados internacionais.
Exemplos:
.Declaração Universal dos Direitos Humanos -1948.
.Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
.Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
•Ambos de 1966.
.Sistemas Regionais (Europeu, Americano e Africano).

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PÓS POSITIVISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO

Nomenclatura

Há uma divergência quanto a nomenclatura, tendo duas acepções defendidas:


a) neoconstitucionalismo passou a ser utilizado no lugar do pós positivismo (Antônio Maia4) - sendo
defendido como sinônimos;
b) o pós positivismo é o marco filosófico do neoconstitucionalismo (Luis Roberto Barroso5) - não são
idênticos o pós positivismo é uma concepção filosófica com pretensão de ser universal (teoria
universal – ser aplicados para todos os Países). Já o neoconstitucionalismo é uma teoria particular,
sendo aplicável apenas ao modelo de Estado Constitucional Democrático.;

Concepções jus filosóficas


O pós positivismo é considerado uma terceira via entre o jusnaturalismo e o jus positivismo.
O pós positivismo visa superar o positivismo sem abandonar suas contribuições, sendo uma
teoria intermediária.

a) Positivismo
a.1) positivismo jurídico exclusivo
a.2) positivismo jurídico inclusivo

b) Não Positivismo
b.1) tese forte (ou jusnaturalismo) - Robert Alexy
b.2) tese fraca (pós positivismo)

Relação entre Direito e moral:

Positivismo jurídico não há uma conexão necessária entre direito e moral. Os positivistas
defendem uma insularidade da ciência jurídica em relação às demais ciências, em especial, a ética e a
política (princípio da autonomia).
a.1) Positivismo jurídico exclusivo - exclui qualquer possibilidade de se incorporar
argumentos morais ao direito, ou seja, no direito só pode ser utilizado argumentos de caráter
jurídico.

a.2) Positivismo jurídico inclusivo – a incorporação de argumentos morais é possível, mas não
necessária (relação contingente entre direito e moral).
*Principal expoente Herbert Hart.
Ex.: art.1º, III,CF a dignidade da pessoa humana é moral para o positivismo jurídico e não será
utilizado no positivismo jurídico inclusivo este argumento moral passa a ser parte do Direito podendo e
devendo ser utilizado.

No positivismo defende a existência de uma relação necessária entre direito e moral. O direito
não pode ser analisado sem o conteúdo de suas normas.

4
Artigo – Antônio Maia - As transformações nos sistemas constitucionais contemporâneo (artigo interessante,
vale a leitura)
5
Artigo – Luis Roberto Barroso sobre pós positivismo

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Direito Constitucional

b.1) Tese forte (não positivismo exclusivo) os defeitos morais sempre devem ter como efeito a
perda da validade jurídica. Havendo conflito entre direito natural e direito positivo prevalecerá
o direito natural.

b.2) Tese fraca (não positivismo inclusivo ou pós positivismo – Ronald Dworkin e Robert
Alexy) - apenas quando o direito for extremamente injusto ele perde sua validade jurídica (tese
conhecida como “fórmula de Radepuch”).
Ex.: na época do nazismo existia uma norma que permitia o confisco dos judeus pelos alemães. Após
alguns anos uma senhora judia ingressou na justiça pleiteando uma indenização pela perda dos bens, e
o Tribunal Alemão entendeu que embora houvesse previsão legal o confisco foi completamente injusto
aplicando o jusnaturalismo e concedendo indenização a mesma.

Pós Positivismo metodológico (neoconstitucionalismo metodológico)


- Positivismo jurídico (ou juspositivismo) a ciência do direito deve ter uma função meramente
descritiva (princípio da neutralidade)
- Pós positivismo o direito deve ter um caráter descritivo e prescritivo. Caráter prescritivo é
um mecanismo para que o direito seja melhor, é uma visão valorativa.
Obs.: a tese fraca no não positivismo é tanto uma tese jus naturalista quanto pós positivista.
- Neoconstitucionalismo metodológico - descreve as mudanças ocorridas no modelo de
constituição e de Estado (caráter descrito) e prescreve mecanismos aptos a apurar este novo modelo
(caráter prescritivo).

Concepções Teóricas:
Quando se analisa o fenômeno de aplicação do direito se analisa a norma e a situação
conflitiva a ser resolvida e qual o procedimento que será aplicado.
*Concepção filosófica é uma metateoria do direito que significa uma teoria sobre a aplicação do
direito (teoria jurídica), ou seja, teoria sobre a teoria. A teoria jurídica trata do fenômeno de aplicação
do Direito (juízo de 1º ordem).

- Neoconstitucionalismo teórico – se contrapõe ao positivismo jurídico teórico (do século


XIX onde o juiz era mera boca da lei e a aplicação era mecânica).

1) Descrição (nada mais é que a descrição do constitucionalismo contemporâneo


“neoconstitucionalismo como modelo de constituição e de Estado”):

a) força normativa da Constituição (Conrad Hesse6) - norma tem caráter vinculante;

b) superioridade da Constituição (supremacia formal e material);

c) rematerialização das Constituições, hoje as CFs são prolixas cuidando de várias temas;
obs.: Atualmente é inconcebível que um dispositivo da Constituição não seja vinculante e
obrigatório como é o caso das normas de eficácia programática, pois, com o
neoconstitucionalismo a normas previstas na CF são vinculantes devendo ser cumprida.

d) Centralidade da Constituição e dos direitos fundamentais (Constitucionalização do Direito);


obs.: Constitucionalização do direito tem três aspectos: 1) consagração cada vez maior de

6
Conrad Hesse livro: a força normativa da Constituição e no Brasil traduzido por Gilmar Mendes.

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Direito Constitucional

normas dos outros ramos do direito no texto constitucional; 2) interpretação das leis conforme
à Constituição (pcp. da interpretação conforme – interpretação de outros ramos do direito à luz
da Constituição); 3) eficácia horizontal dos direitos fundamentais;

e) fortalecimento do Poder Judiciário;


“judicialização da política e das relações sociais” que é a judicicialização de questões que
antes eram resolvidas apenas no âmbito social hoje são levadas ao judiciário.
Ex.: ação para obrigar o Estado a entregar medicamentos.
Ex.: feto anencéfalo.
Ex: relações homoafetivas.
Ex.: busca da regularização de um medicamento a base de maconha.

f) maior eficácia dos direitos fundamentais (ex.: direitos sociais, mandado de injunção)
Exemplo de decisões com reflexo no neoconstitucionalismo: feto anencéfalo, aborto judicial...

2) Premissa no aspecto prescrito


As transformações ocorridas no modelo de constituição e de Estado tornaram as teorias jus
positivistas tradicionais (séc. XIX) insuficientes para dar conta das complexibilidades envolvendo este
novo modelo. Prescreve a revisão de três teorias do jus positivismo:

a) teoria das fontes – substituição do legicentrismo jus positivista pela centralidade da


Constituição, a lei não está mais no centro e sim a CF.
*Este ponto ainda está em construção.

b) teoria das normas – na visão positivista tradicional fazia distinção entre princípio e norma
como coisas distintas, onde a norma tinha caráter obrigatório e o princípio era uma diretriz, os
princípios gerais do direito era o último recurso a ser utilizado quando a lei fosse omissa.
Hoje, os antigos princípios gerais do direito nada mais é que os princípios constitucionais
não podendo ser o último recurso a ser analisados e sim o primeiro em virtude do seu grau
máximo de normatividade. Bem, como hoje não há distinção entre regras e princípios os quais
são gêneros das norma, tendo norma-princípio e norma-regra (Noberto Bobbio, Alexy, Robert
Dworkin).

c) teoria da interpretação – o formalismo jurídico e a aplicação automática da lei são substituídos


por novos cânones interpretativos, pela argumentação jurídica e pela ponderação.
*Antes o único método de aplicação era a subsunção onde se tem uma premissa maior (norma) a
premissa menor (fato) aí se tem a subsunção lógica que é a aplicação da norma ao fato, ou seja,
enquadramento da norma ao fato.
Não existe aplicação do direito sem subsunção, no entanto, em alguns casos é necessário
introduzir uma etapa intermediária denominada de ponderação.
A ponderação não é utilizado em todos os casos, sendo utilizado somente em casos
peculiares onde há conflitos entre norma e princípios.
Portanto, hoje é utilizada as duas técnicas subsunção e ponderação.

Constitucionalimo Social – previsão constitucional dos direitos sociais: educação, saúde,


propriedade, moradia, alimentação...
Sua origem no mundo a 1° foi no México de 1917, a mais famosa é da Alemanha “Const.
Weimar” de 1919. No Brasil sua previsão foi na 3° Constituição de 1934.

Constitucionalismo Liberal – previa os direitos fundamentais como (vida..), porém, não havia

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Direito Constitucional

efetividade por parte do Estado.

Constitucionalismo do Futuro (do porvir) (criado por Argentino José Roberto Dromi) – sua ideia é
que as futuras constituições devem ser pautadas por valores como: veracidade e solidariedade.
Veracidade = devem prever promessas exequíveis
Solidariedade = auxílio recíproco que vale para pessoas e países. Obs.: Já um princípio da CF
brasileira (art.3°, I, art. 4°, IX, ambos do CF).
A solidariedade já orientou o STF na ADIN sobre biosegurança o qual Aires Brito considerou sua
constitucionalidade com base no pcp. da solidariedade.

Transconstitucionalismo (Marcelo Neves) - é a relação entre o direito interno e o direito


internacional, para melhor tutela dos direitos fundamentais.
Marcelo Neves: “o transconstitucionalismo é o entrelaçamento de ordens jurídicas diversas,
tanto estatais como transnacionais, internacionais e supranacionais, em torno dos mesmos problemas
de natureza constitucional. Ou seja, problemas de direitos fundamentais e limitação de poder que são
discutidos ao mesmo tempo por tribunais de ordens diversas. Por exemplo, o comércio de pneus
usados, que envolve questões ambientais e de liberdade econômica. Essas questões são discutidas ao
mesmo tempo pela Organização Mundial do Comércio, pelo Mercosul e pelo Supremo Tribunal
Federal no Brasil. O fato de a mesma questão de natureza constitucional ser enfrentada
concomitantemente por diversas ordens leva ao que eu chamei de transconstitucionalismo”.
“O transconstitucionalismo significa que ordens constitucionais se deparam com problemas de
ordens que não aderem aos critérios do constitucionalismo. Mas não é possível uma imposição
unilateral. Tem que haver um diálogo constitucional. Como ordens diversas, com pontos de partida
diversos, é possível dialogar sobre questões constitucionais comuns que afetam ao mesmo tempo
ambas as ordens”. Por exemplo, o caso de Caroline de Mônaco contra a Alemanha. O Tribunal
Constitucional Alemão afirmou que figuras proeminentes, diante da imprensa, não têm a mesma
garantia de intimidade que o cidadão comum. A corte constitucional alemã decidiu que as fotos tiradas
de Caroline de Mônaco por paparazzi, mesmo na esfera privada, não poderiam ser proibidas. Vetou
apenas aquelas que atingiam os filhos dela, porque eram menores”. O caso chegou ao Tribunal
Europeu de Direitos Humanos, e o tribunal decidiu o contrário: não há liberdade de imprensa que
atinja a intimidade da princesa, mesmo sendo ela uma figura pública. Neste caso, não há uma
hierarquia entre os dois tribunais, mas o mesmo caso é tratado de maneira diversa. Como é que
podemos, então, resolver essa questão se não houver uma pretensão de diálogo, de aprendizado
recíproco? Ou seja, é preciso haver uma constante adequação recíproca e não a imposição de uma
ordem sobre a outra”.
“Esse tipo de conflito é comum na área esportiva. Um ciclista espanhol, diante do Tribunal
Arbitral do Esporte, em Lausanne, defendeu seu direito de entrar na Justiça espanhola contra a decisão
que o condenou por dopping. O laboratório credenciado pelo direito esportivo, que é o laboratório da
Universidade da Califórnia, acusou dopping”. O ciclista defendeu-se apresentando teste negativo
realizado em um laboratório na Espanha. O Tribunal Arbitral não se interessou pelo resultado do
laboratório espanhol. Pelo princípio da igualdade do esporte, todos os desportistas devem subordinar-
se à mesma instância. Caso contrário, cada um recorreria ao seu país e não haveria critérios comuns”.
A Existência de diversas instâncias decisórias caracteriza o que se convencionou chamar de
“proteção multinível dos direitos”.
Situação atual: lei de anistia brasileira
–STF: a lei é constitucional e, portanto, válida.
–Corte Interamericana dos DH: a lei é inválida por violação a TIDH.

Proposta de Marcelo Neves:

14
Direito Constitucional

“o caminho mais adequado em matéria de direitos humanos parece ser o ‘modelo de articulação’, ou
melhor, de entrelaçamento transversal entre ordens jurídicas, de tal maneira que todas se apresentem
capazes de reconstruírem-se permanentemente mediante o aprendizado com as experiências de ordens
jurídicas interessadas concomitantemente na solução dos mesmos problemas jurídicos constitucionais
de direitos fundamentais ou direitos humanos” (p. 264)

Constitucionalismo Transnacional – possibilidade de elaboração de uma só Constituição para vários


países.
Quase aconteceu na União Europeia.

INTERCONSTITUCIONALISMO - Relação entre diversas constituições em um mesmo espaço


político, havendo a concorrência, convergência, justaposição e conflitos de várias constituições e
poderes constituintes.

Rede de Constituições
–União e Estados-membros
–De Vários Estados Soberanos –aqui está o maior problema
Exemplo: âmbito da União Europeia onde os vários estados têm suas constituições.

No caso de cima o critério é da hierarquia superior. Agora nesse caso, não há relação
hierárquica entre as diversas constituições. Nesse caso, o problema se aproxima do problema do
transconstitucionalismo e talvez a solução seja uma relação dialógica entre as constituições.

P: Hoje em que fase do Cosntitucionalismo nos encontramos?


R: Neoconstitucionalimo

15
Direito Constitucional

CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO
Constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969 (EC n°1), 1988.
Constituições Outorgadas: 1824, 1937 e 1967

Documentos Jurídicos com força constitucional: Decreto n. 1, de 15 de novembro de 1889, e o


Decreto n. 19.398, de 11 de novembro de 1930, emanados de governos revolucionários.
Esses documentos determinam uma mudança política tão profunda que tem força constituição.

 Constituição Política do Império do Brazil (de 25 de Março de 1824)


 Precedentes:
–1822: Independência
–1823: D. Pedro I convoca uma Assembléia-Geral Constituinte e Legislativa.
–Posteriormente dissolvida pelo mesmo, por força do caráter liberal que a constituição assumiria, o
que significaria limitação do poder do imperador.
 A Constituição:
–Elaborada por um Conselho de Estado.
–Outorgada pelo Imperador D. Pedro I, em 25.03.1824.
–Influência de Benjamin Constant, com a configuração de um Poder Moderador.
–Adota-se, assim, o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.
–O Estado é unitário, com repartição em Províncias (é o que hoje chamamos de Estado).
–O Governo é Monárquico.

Foi a mais longa das constituições e também a menos efetiva de todas, talvez o maior exemplo seja
que ela reconhecia a liberdade e era época de escravidão.
Realidade constitucional: por vezes é diferente do texto constitucional.

 Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 24 de Fevereiro de 1891)

 Constituição Promulgada
 Precedentes:
–15/11/1889: Proclamação da República
–1889 a 1891: Governo Provisório.
–Decreto n. 1, de 15/11/1889 (tem status constitucional).
–1890: Formação da Assembleia Constituinte.
 A Constituição:
–Influência do Modelo Norte-americano, por meio de Rui Barbosa (Relator da Constituição).
–Forma de Estado é a Federação e de Governo é a República.
–O Sistema de Governo é o Presidencialismo (seria mais adequado adotar o parlamentarismo em razão
do momento histórico).

A primeira vez que o povo pode escolher a república foi em 1993. Já sobre o presidencialismo o
povo pode se manifestar duas vezes, em 63 e 93.

 Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 16 de Julho de 1934)

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Direito Constitucional

 Constituição Promulgada
 Precedentes:
–Revolução de 1930: Término da República Velha (república do café com leite) e Início do Segundo
Governo Provisório, Dec. n. 19.398, de 11.11.1930.
–Chegada de Getúlio Vargas ao Poder.

 A Constituição:
–Influência da Constituição de Weimar, 1919 (Alemanha), inaugurando no Brasil o
Constitucionalismo Social (estado que adota uma postura de maior intervenção na economia),
com a previsão de direitos sociais.
–Mantém a tripartição dos Poderes, a República, a Federação e o Presidencialismo.

 Constituição dos Estados Unidos do Brasil (de 10 de Novembro de 1937)


 Constituição Outorgada
 Precedentes:
–Embate entre a Direita Fascista (Ação Integralista Brasileira) e a Esquerda (Aliança Nacional
Libertadora).
–Decretação de Estado de Sítio para combater o comunismo.
–Decretação de Estado de Guerra.
–1937: Golpe de Vargas e Fechamento do Congresso Nacional.

 A Constituição:
–Influência da Constituição Polonesa (fascista) de 1935. “Constituição Polaca”.
–Feição nitidamente ditatorial.
–O art. 187 exigia plebiscito para confirmação da constituição, mas que não chegou a ser realizado.
–A forma de governo é a República, a de Estado é Federação (apenas na aparência) e mantém-se a
Tripartição dos Poderes.

Até aqui não temos uma vida política estável efetivamente falando.

 Constituição dos Estados Unidos do Brasil (de 18 de Setembro de 1946)


 Constituição Promulgada
 Precedentes:
–1945: Queda do Estado Novo e de Getúlio Vargas (por militares).
–O presidente do STF, José Linhares, assume a presidência da República (entre 29/10/45 e 31/01/46).
–Lei Constitucional n. 13, de 12/11/45, que atribui poderes constitucionais ao Parlamento, eleito em
02/12/45, para feitura da nova Constituição.
–Eleição direta de novo Presidente: General Gaspar Dutra.
–01/02/46: instalação da Assembleia Constituinte.
–Redemocratização do Estado.

 A Constituição:
–Influência das Constituições de 1891 e 1934.
–A forma de governo é a República, a de Estado é Federação e mantém-se a Tripartição dos Poderes.

 Constituição da República Federativa do Brasil de 24 de Janeiro de 1967

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Direito Constitucional

 Constituição Outorgada
 Precedentes:
–25/08/61: Renúncia de Jânio Quadros.
–Assume o Vice-presidente: João Goulart.
–02/09/61: Instituição do Parlamentarismo (golpe branco – é uma ação destinada a retirada de poder
de forma não prevista constitucionalmente).
–06/01/63: consulta popular, com a aprovação do retorno ao Presidencialismo.
–31/03/64: Golpe Militar, com a alegação de vinculação do Presidente ao Comunismo. Os militares se
autodenominavam revolucionários.
–Formação de um grupo de direção dos militares: Supremo Comando da Revolução.

Tanto o golpe como a revolução são formas de retomada do poder, sendo a diferença que no
primeiro nãos e tem apoio popular e no segundo não.
No golpe de 1964 houve um consentimento popular bastante significativo, conferindo certo
grau de legitimidade ao movimento.

 A Constituição:
–Forma de Governo: República
–Forma de Estado: Federação, mas com forte centralismo na União.
–Tripartição do Poderes: mantido, mas com reforço do Poder Executivo.

 Emenda Constitucional nº 1, de 17 de Outubro de 1969.


 Considerada uma nova Constituição.
 Precedentes:
–Ato Institucional n. 5, de 13/12/1968: Violento ato que promoveu o aumento dos poderes do Pres. da
República, suspensão de diversas garantias constitucionais, possibilidade de suspensão de direitos
políticos e de cassação de parlamentares, exclusão da apreciação judicial dos atos praticados sob o AI
n. 5 e seus atos complementares.
–Este Ato Institucional só veio a ser revogado em 17/10/1978.

 Precedentes:
–Fechamento do Cong. Nac., conforme o Ato Complem. n. 38, 13/12/68.

 A Constituição:
–A EC n. 1/69 foi elaborada por uma junta militar, no exercício do governo, já que o Presidente Costa
e Silva estava afastado por motivo de saúde e o Congresso Nacional estava fechado.
–Há a “constitucionalização” dos Atos Institucionais.
–Segue-se um período de aumento do poder ditatorial.

 Promulgação da Constituição de 1988


É uma constituição amplamente democrática.
Traz vários avanços no campo dos direitos individuais e sociais.
É a CF com maior adesão popular.
Adotaram a premissa de que tudo que os militares aprovavam era maligno.

18
Direito Constitucional

CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO

1 - Sociológico (Ferdinand Lassali – livro :O que é constituição?)


“Constituição não é uma folha de papel. É a soma dos fatores reais de poder que emanam da
população. Todo o Estado tem uma Constituição”

2 - Sentido Político (Carl Schimitt) – decisão política fundamental (posição decisionista).


Distinção entre a Constituição e Lei Constitucional.
Diferença entre norma materialmente constitucional e norma formalmente constitucional.
- Norma materialmente constitucional – conteúdo constitucional. ex. Direitos fundamentais, separação
dos poderes....
- Norma formalmente constitucional – está no texto constitucional, não importando seu conteúdo. Ex.:
art.242, §2°, CF – Colégio Pedro II.
Basicamente poderíamos afirmar que hoje no Brasil, o parâmetro de constitucionalidade,
também chamado de bloco de constitucionalidade, abrange o texto constitucional escrito, os tratados
internacionais de direitos humanos aprovados na forma do §3º art. 5º da CF e ainda admite-se a
existência de princípios constitucionais implícitos definidos a partir do próprio sistema constitucional.
Constituição segundo a concepção política de Carl Smitt é o conjunto de decisões políticas
fundamentais, o que não for é norma apenas formalmente constitucional.

Constituição Formal Constituição Material


Lei Constitucional Decisões Políticas Fundamentais
- Texto

Organização do Estado
Organização dos Poderes
Direitos Fundamentais

3 – Sentido Jurídico (Hans Kelsen)

a) jurídico-positivo - constituição é a lei mais importante de todo o ordenamento jurídico. É o


pressuposto de validade de todas as leis. A norma jurídica inferior obtém sua validade na norma
jurídica superior.

b) sentido lógico-jurídico – acima da CF há uma norma não escrita (“norma fundamental


hipotética”), cujo único mandamento é “obedeça a constituição”.

3 – Sentido Culturalista (Meirelles Teixeira) – a CF é fruto da cultura de um país e dela também é


condicionante.

19
Direito Constitucional

ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES

1 – Elementos orgânico – organizam a estrutura do Estado.


Ex.: art.2° - separação dos poderes, art.18° - federação, art.92 – organiza o poder judiciário)

2 – Elementos Limitativos – limitam o poder do Estado, fixando direitos à população.


ex.: art.5°

3 – Elementos Socioideológicos – fixam uma ideologia estatal


ex.: art.1° - fundamentos da República, art.4° - princípios que regem as relações internacionais

4 – Elementos formais de aplicabilidade – auxiliam na aplicação de outros dispositivos


constitucionais.
ex.: art 5°, §1° “normas definidoras dos direitos fundamentais tem aplicação imediata

5 – Elementos de estabilização constitucional – buscam a estabilidade em caso de tumulto


institucional.
ex.: arts. 34 a 36 – intervenção / art.136 – estado de defesa - medida regional / art.137 e ss – estado
de sítio – caráter nacional

ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
Preâmbulo Parte permanente ADCT

PRÊAMBULO (tem caído em prova!!!)


É uma ideia de carta de intenções.

P: O preâmbulo é obrigatório?
R: Embora presentes em todas as constituições brasileiras o preâmbulo não é obrigatório.

Percebe-se que o preâmbulo de 1988 tem maior preocupação com os direitos fundamentais,
motivo pelo qual deu-se o nome de uma constituição cidadã.
Ex.: O preâmbulo de 1937 dizia “diante da ameaça comunista...” reflete o momento de ditadura.

P: Preâmbulo é norma constitucional?


R: Segundo o STF, o preâmbulo não é norma constitucional, servindo para uma influência
interpretativa.
Consequências:
- não é norma de repetição obrigatória nas Constituições Estaduais.

20
Direito Constitucional

- o preâmbulo não pode ser usado como parâmetro no controle de constitucionalidade (nunca poderá
uma lei alegar inconstitucionaliedade por ferir o preâmbulo)
- a palavra Deus não fere a laicidade do Estado brasileiro.

PARTE PERMANENTE (art.1° a 250)


Admite reforma constitucional

ADCT
P: ADCT é norma constitucional?
R: duas posições
1° Marco Aurélio – não é norma constitucional
2° - STF - majoritário – é norma constitucional. Visto que admite emendas constitucionais.
A diferença é que o ADCT é um conjunto de normas constitucionais temporárias ou excepcionais.
ex.: art.2°, ADCT – convocou um plebiscito no Brasil para perguntar qual a forma de Estado e Governo.

Ativismo Judicial

1.1 – Jurisdição Constitucional


Iniciou-se nos EUA 1787 o qual trouxe na Constituição a Tripartição de Poderes, trazendo em
seu bojo o poder judiciário.
1° marco – caso Merguri X madson 1803 – conflito entre ex-presidente e presidente atual. A
corte americana e chefe do poder executivo. O judiciário cresce como um poder que acima do poder
executivo.

1.2 Ativismo Judicial (DP)


Temos como marco nossa Constituição.
Conceituação do ativismo judicial = construção de constituições com termos lacunoso, ou
abrangentes (ex.: penas cruéis, correspondência (correio ou via e-mail?) cujo significado é remetido a
hermenêutica ou intérprete.
Estamos numa sociedade complexa o qual muita das vezes nossas leis não conseguem
acompanhar com a mesma velocidade.
Casos difíceis, os quais necessitam de ponderação de valores para resolução do caso.
EUA 1947 revista Fortune jornalista Orthos Legis Junior ele propunha uma leitura e fazia o
mapeamento dos julgamentos da Suprema Corte. Novamente teve um confronto entre Suprema Corte
e poder executivo.
Franklin Delano Roosevelt inicia um confronto aberto com a Corte, tentando intimidar de alguma
forma os poderes atribuídos ao Judiciário.
Orthos tenta fazer a leitura da Constituição juntamente com o ministro Black fazendo seu
artigo classificando 2 expressões: ativismo judicial e jurisprudência de alta contenção.
Os que defendiam o ativismo judicial no seu julgamento entrava na substância (conteúdo, essência) e
não deixavam de julgar os chamados casos sensíveis invocando recursos formais, resolvendo assim a

21
Direito Constitucional

lide. Enquanto os julgadores de linha defensiva (alta contenção) não ingressavam neste debates, não
tentavam preencher os campos semânticos lacunosos.

Neoconstitucionalismo (marco inicial obra de Miguel Carbonel 2003 lançou livros a respeito
do neoconstitucionalismo) – uma leitura constitucional com base em princípios e a possibilidade de
aproximação do direito e moral.
Reconhecimento de princípios e a colisão entre princípios, princípios e regras, princípios e
normas. Na linha de Robert Alex tentou criar um ideal de ponderação, por qual o julgador confere
peso maior a um direito sem esvaziar o outro, prevalecendo naquele caso concreto um em detrimento
do outro, numa convivência constante e pacífica.

Elementos estruturantes do neoconstitucionalismo:


- aproximação do direito e moral
- reconhecimento de uma jurisdição constitucional capaz de concretizar direitos fundamentais
- estruturação principiológica de constituições
- ponderação de valores nos casos concretos
Deve-se reconhecer à Constituição uma força normativa (carga eficacial).

Debates entre Procedimentalistas x Substancialistas


Procedimentalistas – juristas que enxergam como competência jurisdicional assegurar o
pleno exercício do canais democráticos.
Autor: Democracia e desconfiança – John Hart Elay – introduz uma temática defendendo que a
democracia constitucional não extravasa.
Substancialistas – compreendem que a atuação ingressa no conteúdo do debate, além de ser
dar pleno exercício dos canais democráticos aqui tem se a possibilidade da jurisdição constitucional
definir os semâticos abertos (o que é direito à vida ou tentar criar elementos estruturantes do direito à
saúde, educação).
O judiciário não assegura apenas o acesso, mas a eficaz utilização dos direitos.
Autor defensor Ronald Workman

CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO (PRENDA FIPAS)


Quantas emendas de revisão foram feitas no Brasil?
Apenas 6 emendas de revisão adotando o art.3°, ADCT. Porém, não pode adotar mas esse sistema de
acordo com o STF.
E como se faz hoje?
Não se admite hoje mas a revisão da Constituição, caso queira altera-lo só poderá fazê-lo de acordo
com o art. 60, §°2, ou seja, através das emendas constitucionais.

1 – Quanto a Origem : Promulgada (democrática ou popular)


É a constituição democrática, feita pelos representes do povo (Assembleia Nacional
Constituinte) eleitos diretamente pelo povo para representar a vontade popular.
Meios de ativismo judicial: referendo, plebiscito e iniciativa popular.
Ex.: Constituições Promulgadas: 1891 / 1934 / 1946 e 1988.

22
Direito Constitucional

A atual constituição teve 6 emendas de revisão e 93 emendas constitucionais, fruto do poder


constituinte derivado reformador.

IMPORTANTE: EC 45/2004 alterou o art.5,§3°, CRFB, conferindo ampliação de direitos e garantias


fundamentais através de tratados e convenções internacional de direitos humanos, devendo ser
observado as formalidades das emendas constitucionais.

P: Qual a diferença e entre Carta e Constituição?


R: Carta é outorgada (imposta) por um agente de forma unilateral e arbitrária.
Constituição é criada por representantes do povo de forma democrática.

2 – Quanto a Escrita (Forma): Instrumental


É um documento solene. Criada por um sistema de ideias sistematizadas e agrupadas em um
documento único, onde estabelece normas fundamentais do Estado.
OBS: Porém, atualmente no Dir. brasileiro tem sido encontrada algumas normas constitucionais em
dispositivos esparsos e por isso há quem defenda que a constituição é não escrita. Ex.: art.5,§3°,
CRFB, tratados e convenções internacional de direitos humanos

3 – Quanto a Extensão: Analítico


Constituição extensa, visto que no Dir. Brasileiro o constituinte aborda temas os quais o povo
acreditou serem fundamentais, sendo a constituição extensa e abrangente.

4 – Quanto ao Conteúdo: Formal


Além de possuir matéria constitucional, possui outros temas.
Não importa o seu conteúdo, mas a forma pela qual foi aprovada (há um processo mais
rigoroso a ser seguido para formação da Constituição)
Ex.: art.242, §2°, CF (Colégio Pedro II)
OBS.: Conceito Misto - Com a introdução da EC 45/2004 – art.5°,§3°, CF, nos traz o novo conceito
quanto ao conteúdo, ou seja, conteúdo misto. Em virtude de sua norma trazer conceito material
(direitos humanos) e conceito formal (rigoroso quórum a ser aprovada na Casa, 2 turnos e 3/5 dos
votos.

5 – Quanto a Elaboração: Dogmática


Fruto de um trabalho legislativo específico e ela reflete os dogmas de um momento da história.
Todas as Constituições brasileiras foram dogmáticas.

6 – Quanto a Alterabilidade (Rigidez, Estabilidade ou Mutabilidade): Rígida (ou Superrígida)


Possui um procedimento de alteração mais rigoroso que o destinado para outras leis. Nossa
Constituição adota um critério rígido para alteração de suas normas. Devendo ser utilizado um
rigoroso e árduo processo. Ex.: art.60, §2°, CF (3/5 em 2 turnos nas duas casas do Congresso
Nacional)
Porém, há matérias que são inalteráveis, como é o caso das “cláusulas pétreas”. Parte da
doutrina entende que a CF é superrígida, visto que além de possuir um procedimento mais rigoroso de
alteração, possui um conjunto de matérias que não podem ser suprimidas, as famosas cláusulas pétreas
(60,§4°).

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Direito Constitucional

Cláusulas Pétreas:

1° - federação (forma federativa de Estado) – é a união de vários Estados, cada qual com uma parcela
de autonomia.
Obs.: a CF veda a Emenda CF tendente a abolir cláusula pétrea. Ex.: emenda constitucional que reduz
excessivamente a competência dos Estados.

P:O Presidencialismo é cláusula pétrea?


R:O Sistema de governo presidencialista não é cláusula pétrea.

P: A República é cláusula pétrea?


R: A forma de governo republicana não é cláusula pétrea expressa na Constituição. Mas, a doutrina
majoritária entende que a República é cláusula pétrea implícita .

2 °- voto (direto, secreto, universal e periódico)


P: Voto obrigatório é cláusula pétrea?
R: Não.

3 °- separação dos Poderes (art.2°, CF)


Segundo STF, o CNJ não fere a separação dos Poderes, pois, é um órgão do Poder Judiciário (art.92,
CF)

4 °- direitos e garantias individuais


Não estão apenas no art.5°, CF.
Ex.: art.16 (anterioridade eleitoral)
art.150 (anterioridade tributária)
(DP-SP) Segundo o STF os direitos sociais também são cláusulas pétreas.

IMPORTANTE: STF nas cláusulas pétreas


O STF alterabilidade “rígida” e não superrígida nas cláusulas pétreas. O STF tem admitido
a alteração de matérias contidas no art. 60, § 4.º, desde que a reforma não tente abolir os preceitos ali
resguardados e dentro de uma ideia de razoabilidade e ponderação, e desde que respeite-se o núcleo
mínimo do direito (núcleo intangível). Foi o caso da reforma da previdência que admitiu a taxação dos
inativos, mitigando, assim, os direitos e garantias individuais (as situações já consolidadas das pessoas
aposentadas que passaram a ser taxadas – taxação dos inativos – princípio da solidariedade).

Art.5, §3° - equipara os tratados internacionais de direitos humanos a emendas


constitucionais, devendo ser utilizado para aprovação o mesmo quórum e forma das emendas – 3/5 em
2 turnos nas 2 casas do Congresso Nacional. (chamado de constitucionalização de tratados e
convenções internacionais de Direitos Humanos) (norma supralegal)

Constituição semirrígida (semiflexível) – uma parte é de difícil modificação e outra parte pode ser
modificada como lei ordinária (quórum simples). Ex.: A 1°CF brasileira era semiflexível (ano de 1824).

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Direito Constitucional

7 – Quanto a sistemática (sistematização): Reduzidas (ou Unitárias ou Codificadas)


Codificada são aquelas que se acham contidas inteiramente num só texto, com os seus
princípios e disposições sistematicamente ordenados e articulados em títulos, capítulos e seções,
formando em geral um único corpo de lei”.

Art.5°, §2°, CF “a Constituição não se limita ao texto constitucional dela também fazendo parte os
princípios dela decorrentes e os tratados internacionais sobre direitos humanos.
Porém, diante da ideia do bloco de constitucionalidade o qual para a verificação da
inconstitucionalidade devemos ter por parâmetro não só a Constituição mas princípios e Tratados
Internacionais de Direitos Humanos.

Art.5°, §3°, CF “equipara os tratados internacionais de direitos humanos a emendas Constitucionais”.


Ex.: Tratado dos portadores de deficiência – equiparada a emenda constitucional.

Estamos caminhando de maneira tímida para uma sistemática legal ou variada onde as normas
constitucionais encontram-se em diferentes dispositivos de forma esparsa. Ex.: Art. 5°, §3°, CF –
“sobre tratados e convenções de Direitos Humanos” os quais embora encontra-se de maneira esparsa
no código tem natureza constitucional.
OBS.: Defender em concurso a sistemática de reduzida / unitária ou codificada.

8 – Quanto a dogmática (ideologia): eclética


Combina a existência entre várias ideologias de um país.
Canotilho chama eclética de compromissória.

9 – Quanto o compromisso com a realidade – critério ontológico: Normativa


Busca-se identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto
constitucional.
Constituições normativas (BR – CF 88) - pretendida limitação ao poder, ou seja, são aquelas
em que o processo de poder está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do
poder subordinam -se às determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental.
Maioria das doutrinas e concurso tem adotado a Normativa.

OBS.: As Constituições de 1824, 1891, 1934 e 1946 foram nominais (contêm disposições de limitação
e controle de dominação política, sem ressonância na sistemática de processo real de poder, e com
insuficiente concretização constitucional).
E as Constituições de 1937, 1967 e a EC n. 1/69 foram semânticas (são mais autoritárias,
servindo como mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas, sem limitação do seu
conteúdo).

10 – Quanto ao Sistema: Principiológica (já caiu na prova da DP-SP)

BR - Principiológica – “predominam os princípios, identificados como normas


constitucionais providas de alto grau de abstração, consagradores de valores, pelo que é necessária a
mediação concretizadora” Guilherme Peña de Moraes

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Direito Constitucional

Preceitual – possui mais regras que princípios.

Diferença entre princípios e regras:

Classificação Majoritária (Robert Alexy)


Princípios Regras
Regras de conteúdo mais abstrato (amplo) “alto grau de Normas de conteúdo mais restrito.
abstração” Ex.: art.77, CF – regra p/ eleição presidencial.
Ex: Direito à vida
São “mandamentos de otimização” – devem ser cumpridos na Devem ser cumpridas integralmente
maior intensidade possível.

P: A dignidade da pessoa humana é uma norma regra ou uma norma princípio?


R: Norma princípio visto seu conteúdo ser mais amplo.

DP - 11 – Quanto à função: provisórias ou definitivas


Provisórias (pré -Constituição, Constituição revolucionária) - conjunto de normas com a
dupla finalidade de definição do regime de elaboração e aprovação da Constituição formal e de
estruturação do poder político no interregno constitucional.
Constituição garantia – limita-se a fixar os direitos e garantias fundamentais.
BR*Constituição Dirigente – além de fixar os direitos e garantias fundamentais, fixa metas
estatais. Ex.: art.196 / art.205, §3°, CF

12 – Quanto à origem de sua decretação: Autônomas, autoconstituições e homoconstituições -


Ideia desenvolvida por Jorge Miranda

- Autônomas, autoconstituições e homoconstituições - na medida em que elaboradas e decretadas


dentro do próprio Estado que irão reger.
- Homoconstituições (fazendo um contraponto “heteroconstituições” à terminologia proposta por
Miguel Galvão Teles).
- Heterocontituição ou heterogênea – feita por um país para vigorar em outro.
Ex.: Constituição do Chipre...

13 – Segundo Raul Machado Horta : Expansiva / Plástica.


Expansiva – além de prever novos temas, amplia temas antes tratados.
Plástica – permite sua ampliação por meio da legislação infraconstitucional.

14 – Constituição Simbólica (Marcelo Neves) – caiu muito em prova – ler no livro do Pedro lenza
Cujo simbolismo é maior que seus efeitos práticos.
Segundo Marcelo a CF brasileira é simbólica:
1° - número excessivo de normas programáticas de difícil realização.

26
Direito Constitucional

2° - reafirmação de valores absolutamente abstratos (cidadania, soberania...)

Classificação da Constituição:
P R E N D A R I F A

R R E N D A R I F A
O E C O O U I N O N
M D L R G T G S R A
U U E M M O I T M L
L Z T A A N D R A I
G I I T T O A U L T
A D C I I M M I
D A A V C A E C
A A A N A
T S
A
L O
M
N A
O
M
A
CLASSIFICAÇÃO DA
CONSTITUIÇÃO, Quanto à:
1 – Origem:Promulgada
2 – Escrita: Instrumental
3 -Extensão: Analítica
4 - Conteúdo: Formal
5 - Elaboração: Dogmática
6 - Alterabilidade: Rígida
7 - Sistemática: Reduzida
8 - Dogmática: Eclética
9 – Ontológico: Normativa
10 – Sistema: Principiológica
11 – Função: Provisórias ou Definitivas
12 – Decretação: Autônomas

Constituição: garantia, balanço e dirigente (Manoel Gonçalves Ferreira Filho)


A Constituição garantia - busca garantir a liberdade, limitando o poder;
A Constituição balanço - reflete um degrau de evolução socialista
*Constituição Dirigente - estabelece um projeto de Estado (ex.: portuguesa). Estabeleceria um
plano para dirigir uma evolução política, e se caracterizaria em consequência de normas programáticas
(que para não caírem no vazio reclamariam a chamada inconstitucionalidade por omissão...). A ideia
de Constituição -dirigente é sobremodo encarecida por juristas de inspiração marxista, como o
português Canotilho, que desejam prefigurar na Constituição a implantação progressiva de um Estado
socialista, primeiro, comunista, a final.
Exemplo: a Constituição portuguesa de 1976”. (P.L pg96)

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Constituições Expansivas (Raul Machado Horta)


Constituições expansivas em virtude da função dos temas novos e da ampliação conferida a
temas permanentes. Dividindo-se em três planos distintos:
- conteúdo anatômico e estrutural da Constituição: destaca -se a estruturação do texto e sua divisão
em títulos, capítulos, seções, subseções, artigos da parte permanente e do ADCT.
- comparação constitucional interna: relaciona-se a CF/88 com as Constituições brasileiras
precedentes, considerando a extensão de cada uma e as suas alterações.
- comparação constitucional externa: relaciona a Constituição brasileira com as Constituições
estrangeiras mais extensas.

1. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO ( L.EC.A.S.O )

Há divergência na doutrina, porém, o José Afonso da Silva parece ter o mais completo rol de
elementos:

1 - elementos orgânicos: são as normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.


Exemplos: a) Título III (Da organização do Estado); b) Título IV (Da organização dos Poderes e do Sistema de Governo);

2 - elementos limitativos: manifestam -se nas normas que compõem o elenco dos direitos e garantias
fundamentais (direitos individuais e suas garantias, direitos de nacionalidade e direitos políticos e
democráticos), limitando a atuação dos poderes estatal.
Exemplo: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), Excetuando o Capítulo II do referido Título II (Dos Direitos
Sociais), estes últimos definidos como elementos socioideológicos;

3 - elementos socioideológicos: revelam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista


e o Estado social, intervencionista.
Exemplos: a) Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais); b) Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira);

*4 - elementos de estabilização constitucional: consubstanciados nas defesa da Constituição, do


Estado e das instituições democráticas. Constituem instrumentos de defesa do Estado e buscam
garantir a paz social.
Exemplos: a) art. 102, I, “a” (ação de inconstitucionalidade); b) arts. 34 a 36 (Da intervenção nos Estados e Municípios);

5 - elementos formais de aplicabilidade: encontram -se nas normas que estabelecem regras de
aplicação das Constituições.
Exemplos: a) preâmbulo; b) disposições constitucionais transitórias; c) art. 5.º, § 1.º, quando estabelece que as normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata .
OBS.: J. H. Meirelles Teixeira, vislumbrava quatro categorias de elementos, a saber: orgânicos,
limitativos, programático -ideológicos e formais ou de aplicabilidade (Curso de direito constitucional,
p. 183 -184).

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Direito Constitucional

3 – HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES

Ver na Doutrina de Pedro Lenza.

4 - HERMENÊUTICA: MUTAÇÃO X REFORMA. REGRAS X


PRINCÍPIOS. “DERROTABILIDADE”. POSTULADOS NORMATIVOS.
CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO. ESTRUTURA DA
CONSTITUIÇÃO

4.1 – HERMENÊUTICA : MUTAÇÃO X REFORMA CONSTITUCIONAL


1) Hermenêutica – é função desempenhada por estudiosos (exegetas), o qual irá buscar o
significado real da norma criada pelo legislador. O hermeneuta, dessa forma, levará em
consideração a história, as ideologias, as realidades sociais, econômicas e políticas do Estado,
definirá o verdadeiro significado do texto constitucional.

2) Reforma Constitucional – modificações do texto constitucional, através de mecanismos


previstos em normas pelo Poder Constituinte Originário (emendas), tais modificações podem:
suprir, alargar ou limitar direitos.

3) Mutação constitucional - reinterpretação da norma, ou seja, alterações do significado e


sentido interpretativo da norma sem alteração formal do texto. A mutação exterioriza o seu
caráter dinâmico e prospectivo através de processos informais.

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL (ou Vicissitude constitucional tácita, ou Processo


informal de mudança da Constituição, ou Mudança constitucional silenciosa, ou
Processo de fato de mudança constitucional)

Conceito: é um processo hermenêutica que consiste em processo informal de mudança da


Constituição, que ocorre quando surgem modificações significativas nos valores sociais ou no quadro

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empírico subjacente ao texto constitucional, que provocam a necessidade de adoção de uma nova
leitura da Constituição ou de alguns de seus dispositivos. Resulta da dissociação entre norma e texto.
*processo informal de modificação da constituição sem alteração do texto.

As Constituições que possuem maior número de cláusulas abertas e conceitos jurídicos


indeterminados são dotadas de maior plasticidade, se tornando mais sujeitas à mutação. Algumas
questões que influenciam a mutação, como, por exemplo: idade (quanto mais antiga, maior a
necessidade de mutação); dinamismo social (quanto mais dinâmica a sociedade, maior é a necessidade
de mutação); rigidez: quanto mais difícil for o processo de alteração formal do texto, maior será,
também, a possibilidade de ocorrência de mutações.

Destaquem-se as palavras do Prof. Luis Roberto Barroso: “Coube à teoria


constitucional alemã, em elaborações sucessivas, e à própria jurisprudência do Tribunal CF,
o desenvolvimento e comprovação da tese da ocorrência de alterações na Constituição
material de um Estado, sem qualquer mudança no texto formal. Com efeito, a modificação da
Constituição pode dar-se por via formal e por via informal. (...) A via formal se manifesta por
meio da reforma constitucional (emendas constitucionais). De tal circunstância resulta a
rigidez constitucional. Já a alteração por via informal se dá pela denominada mutação
constitucional, mecanismo que permite a transformação do sentido e do alcance de normas
da Constituição, sem que se opere, no entanto, qualquer modificação em seu texto. A mutação
está associada à plasticidade de que são dotadas inúmeras normas constitucionais. Dessa
forma, é o conteúdo da norma que sofre o efeito da passagem do tempo e das alterações da
realidade de fato.

No entanto, é importante ter em vista que a mutação não pode contrariar o texto
expresso da CF, sob pena de ofensa à rigidez e força normativa da Constituição Federal.

Que tal analisarmos algumas possibilidades de mutação constitucional?

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Limites: as cláusulas pétreas explícitas e implícitas, tais como, direitos fundamentais, estado
democrático de direito, voto direto, secreto, obrigatório e periódico, garantias individuais, forma
federativa de estado.

Ex.: Significado de “muher honesta”do art.215 do CP altera-se de acordo com o século, localidade em que se
vive..
Ex2: Súmula 394 do STF. O STF modificou o entendimento sobre a competência para julgar HC impetrado em
face de decisão de turma recursal, determinando a competência para o TJ.
Ex3.: inconstitucionalidade de lei estatual admitir que o Governador do Estado para ser processado por crime
de comum e de responsabilidade necessite de autorização prévia da Assembleia Legislativa (info. 863,STF,
2017)

A mutação é realizada pelos hermeneutas.

Há três situações que legitimam a mutação constitucional e a superação de jurisprudência


consolidada:
a) mudança na percepção do direito;
b) modificações na realidade fática; e
c) consequência prática negativa de determinada linha de entendimento.

4.2 – PRINCÍPIOS X REGRAS

Primeiramente, é importante esclarecer que princípios e regras são espécies da “norma”


(gênero). Não guardam hierarquia diante da ideia de unidade da Constituição.
Princípios – se um ordenamento só houvessem princípios tal seria flexível, devido aos comandos
vagos, ocasionando problemas de coordenação, conhecimento, custos e controle de poder.
Regras– em contrapartida num ordenamento onde houvesse apenas regras seria rígido, não ocorreria o
almodamento do caso concreto.

Diferenciação de regras e normas:


Segundo, Canotilho:

Regras Princípios
Grau de abstração abstração relativamente grau de abstração relativamente elevado
reduzida
grau de determinabilidade são susceptíveis de aplicação vagos e indeterminados, carecem de
no caso concreto direta mediações concretizadoras (do legislador, do
juiz),
um papel fundamental no ordenamento
fundamentalidade no jurídico devido à sua posição hierárquica no
sistema das fontes de sistema das fontes (ex.: princípios
direito constitucionais) ou à sua importância
estruturante dentro do sistema jurídico

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“proximidade” da ideia de podem ser normas vinculativas são ‘standards’ juridicamente vinculantes
direito: com um conteúdo meramente radicados nas exigências de ‘justiça’
funcional”
são fundamentos de regras, isto é, são normas
natureza normogenética que estão na base ou constituem a ratio de
regras jurídicas, desempenhando, por isso,
uma função normogenética fundamentante

Para Ronald Dworkin:

regras: relatos descritivos de condutas a partir dos quais, mediante subsunção, havendo
enquadramento do fato à previsão abstrata, chega-se à conclusão. Diante do conflito entre regras,
apenas uma prevalece dentro da ideia do tudo ou nada (“all or nothing”).
A regra somente deixará de incidir sobre a hipótese de fato que contempla se for inválida, se
houver outra mais específica ou se não estiver em vigor” (ou seja, acrescente -se, critérios hierárquico,
da especialidade ou cronológico);

princípios: a previsão dos relatos se dá de maneira mais abstrata, sem se determinar a conduta correta,
já que cada caso concreto deverá ser analisado para que o intérprete dê o exato peso entre os eventuais
princípios em choque (colisão). Assim, a aplicação dos princípios “não será no esquema tudo ou nada,
mas graduada à vista das circunstâncias representadas por outras normas ou por situações de fato”.
Destaca-se, assim, a técnica da ponderação e do balanceamento, sendo, portanto, os princípios
valorativos ou finalísticos.

Robert Alexy, entende que os princípios são mandamentos (ou mandados de otimização), não
podendo ser confundidas pela diferença apresentada pelo Ronald Dworkin.

Regras: são normas que são sempre satisfeitas ou não satisfeitas. Se uma regra vale, então, deve se
fazer exatamente aquilo que ela exige; nem mais, nem menos. Regras contêm, portanto, determinações
no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. Isso significa que a distinção entre regras e
princípios é uma distinção qualitativa, e não uma distinção de grau. Toda norma é regra ou um
princípio.

Princípios: normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das
possibilidades jurídicas e fáticas existentes. Princípios são, por conseguinte, mandamentos de
otimização, que são caracterizados por poderem ser satisfeitos em graus variados e pelo fato de que a
medida devida de sua satisfação não depende somente das possibilidades fáticas, mas também das
possibilidades jurídicas. O âmbito das possibilidades jurídicas é determinado pelos princípios e regras
colidentes.
Portanto, com as ideias expostas podemos diferenciar regras e princípios da seguinte forma:

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PROJETO DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS (PEC) – Art. 60, CF

Pessoas que podem propor – art.60, incisos:


- 1/3 do Senado (27 senadores) ou Deputados Federais (121 deputados)
- Presidente da República
- + metade da Assembléia Legislativa (14) manifestando-se cada uma pela maioria relativa

Sistema de aprovação -art.60, §2°


3/5 em 2 turnos nas 2 casas do Congresso Nacional
obs.: 2 votações no Senado e 2 votações dos Deputados = 4 votações

Promulgação – art.60, §3°


Mesa da Câmara do Senado (composição: 1 presidente, 2 vices, 4 secretários)
Mesa da Câmara dos Deputados (composição: 1 presidente, 2 vices, 4 secretários)

OBS.: Não existe sanção nem veto de emenda constitucional.

Publicação: Após publicado já esta valendo.

P: O que é limitação material as mudanças constitucionais?


R: São as famosas cláusulas pétreas (núcleos constitucionais intangíveis, cerne fixo, cláusulas
inabolíveis, cláusulas de inamobilidade) não admite redução de direitos – art. 60, §4°, CF - cláusula
expressa.
Obs.: Existe também as chamadas cláusula pétreas implícita – ex. 142, ex.: 127, caput, art.60, CF

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