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Director: Rui de Carvalho: Cell: 82- 381 2091 * Chefe de Redacção : Osvaldo Tembe : Cell: 84-58 77195 * Maputo, 21 de Novembro de 2011 * Edição N.º 115 * Ano I * Telefax:21-414382 * Email - publico.elect@gmail.com
Distribuição de recargas da mcell
ADEMO consolida-se ao serviço dos deficientes ´´No entanto, existe ainda muitos resis-
tentes a mudanças, são pessoas que igno-
ram esta causa, olhando para o deficiente
A Associação dos Deficientes de Moçambique (ADEMO) comple- como uma pessoa não igual a qualquer ou-
tra, ou seja, discriminando-a´´, denunciou.
tou na passada sexta-feira, 18 de Novembro, 22 anos de existência Segundo apurou o Jornal aos 22 anos da
e segundo os seus responsáveis, foram anos de sacrifícios, ganhos sua fundação, a ADEMO congrega nes-
de experiência acumulada mas e sobretudo de desafios, para uma te momento cerca de 60 mil membros
organização sem fins lucrativos e que foi a primeira no país a lidar em todo o território nacional, possuindo
com questões de deficientes. representações em todas as capitais pro-
vinciais e nalguns distritos, porém, o se-
Para Abel Machavate, secretário execu- e parceiros desta agremiação´´ ressal- cretário executivo queixa-se do facto de a
tivo da ADEMO, volvidos 22 anos após vou, Machavate, para depois ajuntar que associação não possuir um banco de da-
o surgimento da organização é caso para ´´estamos cientes dos problemas e acima dos devidamente organizado.Machavate
dizer que se está a trilhar um bom cami- de tudo das dificuldades com que a pes- afirma estar realizado, pois a ADEMO é
nho, daí que continua a merecer toda a soa portadora de deficiência passa neste das poucas organizações que lida com o
confiança dos seus parceiros. país´´. deficiente a todos níveis e que ainda con-
´´Olhando para aquilo que já fizemos para De acordo com Machavate, em muitas segue dar resposta às preocupações dos
a pessoa portadora de deficiência desde o partes do mundo e do nosso país, a ques- seus membros, e para tal tem desenvolvi-
nosso surgimento, é caso para dizer que tão de deficiência ainda é encarada com do diversas actividades de geração de ren-
estamos a cumprir com os nossos propó- muito tabu, embora haja tendência para da que só este ano abrangeu cerca de 600
sitos, daí que queria aproveitar esta opor- mudar, muita gente já começa a entender pessoas nas províncias de Maputo, Gaza e
tunidade para saudar a todos os membros que um deficiente é uma pessoa normal Sofala. (Sérgio Macuácua)
Quatro olhos “capturam” Grande Hotel sempre uma fotografia nos trespassa
como uma flecha. Nem sempre nos co-
move”.
Grande Hotel é a exposição da dupla Mário Macilau, moçambica- Na exposição “Grande Hotel”, patente
no, com o espanhol Héctor Mediavilla a inaugurar terça-feira, no
no Núcleo de Arte de 22 de Novem-
bro a 15 de Dezembro de 2011, os fotó-
Núcleo de Arte, um resultado do trabalho dos dois artistas emer- grafos Mário Macilau (Moçambique)
gentes da geração actual, provenientes de distintas culturas e expe- e Héctor Mediavilla (Espanha) cons-
riências e convergidos num ponto através da arte fotográfica. Com troem uma narrativa social – humana
a bolsa da AECID e da embaixada espanhola os dois fotógrafos – através de imagens que perturbam.
trabalharam juntos através de um intercâmbio de criação de um Que perfuram. A alegria pungente das
projecto novo em foco sobre o Grande Hotel na cidade da Beira, no
crianças nas minas de pedras do Ban-
gladesh (Mário). O glamour anacróni-
centro do país. co dos sapeurs do Congo cultivando o
DUAS PERSPECTIVAS, UMA ES- tografia Roland Barthes chamava-lhe mito da elegância (Héctor). Ou a deca-
SÊNCIA punctum: o elemento intangível -- di- dência áurea do Grande Hotel da Bei-
ficilmente traduzível em palavras – de ra, num encontro a quatro olhos que
Num breve ensaio sobre o conteúdo da uma fotografia que nos rasga e prende. se debruça sobre um largo espectro de
exposição a jornalista, Cristiana Pe- «O punctum de uma fotografia é esse determinantes psicossociais: pertença,
reira, que é uma amante da fotografia, acaso que nela me fere (mas também poder, ecologia, auto-estima, sobrevi-
começa por dizer “o pensador da fo- me mortifica, me apunhala)». Nem to- vência, entre outros.