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UNIÃO HOMOAFETIVA

Comentários a Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

RESUMO:

O presente artigo tem por objetivo analisar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito
do posicionamento favorável ao reconhecimento jurídico da união estável entre pessoas do mesmo
sexo. Para isso, será dada ênfase ao papel fundamental dos movimentos sociais para o
reconhecimento dos direitos das minorias, em especial o dos homossexuais, dentro de um Estado
Democrático de Direito. Serão utilizados também os referenciais teóricos de Jürgen Habermas, em
seu livro “A inclusão do outro”. Procurar-se-á demonstrar que as lutas por reconhecimento e
inclusão das minorias encontram respaldo em diversos princípios constitucionais e terminam por
exigir do sistema jurídico a criação de direitos que atendam os anseios de uma sociedade cada vez
mais pluralista. Este trabalho foi orientado pela Prof.ª Dr.ª Maria Sueli Rodrigues de Sousa.

FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL DA DECISÃO:

Praticamente todos os argumentos apresentados na ADI 4277, na ADPF 132 e na votação


dos ministros basearam-se em princípios constitucionais. De acordo com o exposto na ADI 4277,
a legitimidade do reconhecimento das uniões homoafetivas pode ser extraída dos seguintes
princípios constitucionais: princípio da dignidade da pessoa humana (Art. 1°, inciso III), princípio
da igualdade (Art. 5°, caput), princípio da vedação de discriminações odiosas (Art. 3°, inciso IV)
e princípio da proteção à segurança jurídica.
O relator das ações ministro Ayres Brito, afirmou que não se pode interpretar a Constituição
de maneira reducionista e foi incisivo ao considerar inconstitucional o Art. 1.723 do Código Civil
que considera a união estável apenas entre homem e mulher. Tal argumento torna-se extremamente
interessante, pois não enxergar a pluralidade é reduzir a Constituição.
O ministro Luiz Fux apontou em sua argumentação a intolerância e o preconceito como
principais empecilhos para o reconhecimento dos direitos dos casais homossexuais. Tais práticas é
que devem ser consideradas inconstitucionais, uma vez que a união homoafetiva está amparada
pelo princípio constitucional da igualdade.
A ministra Carmen Lúcia afirmou que todas as práticas preconceituosas devem ser abolidas
para que se tenha uma sociedade democrática. Destacou ainda que em um Estado Democrático de
Direito não deve haver cidadãos considerados de segunda classe. Segundo ela, os que fazem a
opção pela união homoafetiva não devem ser desigualados da maioria. As escolhas pessoais livres
e legitimas devem ser respeitadas e entendidas como válidas. “o Direito existe para a vida, não a
vida para o Direito”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Este artigo procurou demonstrar que os movimentos sociais, perante uma sociedade
pluralista, configuram-se como uma nova fonte de produção de direitos levando em conta
principalmente os anseios e as reivindicações dos grupos desprivilegiados e das minorias étnicas.
A articulação desses movimentos resultou na aquisição de novos direitos, principalmente para os
grupos defensores dos direitos dos homossexuais.
A decisão do STF que equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo à união estável
entre homem e mulher deve ser entendida como reflexo dos diversos movimentos que há anos
reivindicam igualdade de direitos e não como um caso isolado.
A contribuição de Habermas ao presente debate deve-se ao fato da sua constante
preocupação com a inclusão social de grupos minoritários, proposta semelhante à adotada pela
corrente do Pluralismo Jurídico. Contudo, a forma de legitimação segue caminhos distintos. Para
Habermas todo direito legitimo deve emanar do Estado de forma procedimental, enquanto que para
o Pluralismo Jurídico, por meio dos movimentos sociais, torna-se necessário a emergência de novas
fontes de produção jurídica.
A decisão do STF, portanto, foi de extrema importância para luta dos homossexuais dentro
do Estado Democrático de Direito brasileiro. Ela é apenas um passo inicial que abre caminho para
a criação de uma lei especifica por parte do legislativo que regulamente a união homoafetiva.
Contudo, há muito o que ainda ser feito, uma vez que práticas preconceituosas persistem mesmo
após o reconhecimento jurídico.

REFERÊNCIA:

 Âmbito Jurídico – “Decisão Favorável do STF com relação à União Homoafetiva”:


http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_i
d=10012
Acesso em: 11/10/2018, às 17h30.

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