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RESUMO:
O presente artigo tem por objetivo analisar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito
do posicionamento favorável ao reconhecimento jurídico da união estável entre pessoas do mesmo
sexo. Para isso, será dada ênfase ao papel fundamental dos movimentos sociais para o
reconhecimento dos direitos das minorias, em especial o dos homossexuais, dentro de um Estado
Democrático de Direito. Serão utilizados também os referenciais teóricos de Jürgen Habermas, em
seu livro “A inclusão do outro”. Procurar-se-á demonstrar que as lutas por reconhecimento e
inclusão das minorias encontram respaldo em diversos princípios constitucionais e terminam por
exigir do sistema jurídico a criação de direitos que atendam os anseios de uma sociedade cada vez
mais pluralista. Este trabalho foi orientado pela Prof.ª Dr.ª Maria Sueli Rodrigues de Sousa.
Este artigo procurou demonstrar que os movimentos sociais, perante uma sociedade
pluralista, configuram-se como uma nova fonte de produção de direitos levando em conta
principalmente os anseios e as reivindicações dos grupos desprivilegiados e das minorias étnicas.
A articulação desses movimentos resultou na aquisição de novos direitos, principalmente para os
grupos defensores dos direitos dos homossexuais.
A decisão do STF que equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo à união estável
entre homem e mulher deve ser entendida como reflexo dos diversos movimentos que há anos
reivindicam igualdade de direitos e não como um caso isolado.
A contribuição de Habermas ao presente debate deve-se ao fato da sua constante
preocupação com a inclusão social de grupos minoritários, proposta semelhante à adotada pela
corrente do Pluralismo Jurídico. Contudo, a forma de legitimação segue caminhos distintos. Para
Habermas todo direito legitimo deve emanar do Estado de forma procedimental, enquanto que para
o Pluralismo Jurídico, por meio dos movimentos sociais, torna-se necessário a emergência de novas
fontes de produção jurídica.
A decisão do STF, portanto, foi de extrema importância para luta dos homossexuais dentro
do Estado Democrático de Direito brasileiro. Ela é apenas um passo inicial que abre caminho para
a criação de uma lei especifica por parte do legislativo que regulamente a união homoafetiva.
Contudo, há muito o que ainda ser feito, uma vez que práticas preconceituosas persistem mesmo
após o reconhecimento jurídico.
REFERÊNCIA: