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DESENVOLVIMENTO DE UMA PRENSA

HIDRÁULICA PARA MEDIÇÃO DO ATRITO EM


CONFORMAÇÃO PLÁSTICA1

Mario Vitor Leite2, Phillip von Pritzelwitz3, David Campos4, Marcelo Pires5 e
Amilton Sinatora6.

RESUMO
Apresenta-se o projeto de uma prensa hidráulica dedicada ao estudo do atrito e
desgaste de ferramentas de conformação mecânica. Os recursos disponíveis
neste equipamento são: célula de carga com capacidade para 1471 kN, sensor de
deslocamento linear com resolução para 0,01 mm e principalmente a válvula
servossolenóide VACAP – Rexroth que permite uma grande sensibilidade e
controle do fluxo hidráulico fornecendo velocidades entre 0,06 mm/s a 2 mm/s.
Todos esses sensores são controlados por um CLP com rápida aquisição de
dados em conexão com um computador pessoal convencional.

1- Contribuição Técnica a ser apresentada na 13ª Conferência Internacional em


forjamento, Porto Alegre / Brasil – 14 a 16 de outubro de 2009.
2- M. Eng., Villares Rolls;
3- M. Eng., Laboratório de Fenômenos de Superfície da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (LFS/EPUSP);
4- Eng., Oleodinâmica Sistemas Hidráulicos e Pneumáticas Ltda.
5- Eng., Oleodinâmica Sistemas Hidráulicos e Pneumáticas Ltda.
6- Prof. Titular Dr., Laboratório de Fenômenos de Superfície da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo (LFS/EPUSP).
1. Introdução
O Laboratório de Fenômenos de Superfícies (LFS) do Departamento de Engenharia
Mecânica, juntamente com o Departamento de Metalurgia e Materiais, da
Universidade de São Paulo e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo, vem desenvolvendo estudos tribológicos de materiais metálicos e cerâmicos
há mais de uma década.
Neste período foram estabelecidas parcerias com empresas do segmento siderúrgico
e automotivo e dentre estas parcerias aquela de maior importância, seja em termos de
capital investido ou de continuidade dos trabalhos, foi com a Villares Rolls,
fabricante de cilindros que pertencente ao Grupo Gerdau.
Parte dos equipamentos disponíveis no LFS foi comprada ou construída para atender
as demandas de desenvolvimento dos cilindros de laminação da Villares Rolls. A
Figura 1 apresenta alguns dos equipamentos do LFS.

a) tribômetro LFS-1. b) tribômetro Plint TE67.

c) tribômetro Plint TE79. d) tribômetro LFS-3.


Figura 1. Tribômetros do Laboratório de Fenômenos de Superfície.
Todos os tribômetros apresentados na Figura 1 são dedicados para o estudo do
desgaste, atrito e lubrificação dos materiais em desenvolvimento no regime elástico,
ou seja, as amostras não sofrem deformações plásticas macroscópicas. Os
tribômetros LFS-1 e Plint TE79 possibilitam estudar os fenômenos associados ao
desgaste por abrasão enquanto que a Plint TE67 e a LFS-3 são dedicadas ao estudo
do desgaste por deslizamento.
Em virtude do constante crescimento do setor siderúrgico, vivenciados nos últimos
anos e interrompido no final do ano de 2008, há uma demanda por materiais mais
resistentes ao desgaste, seja para atingir maiores níveis de produção ou para produzir
com menores custos. Com o objetivo de desenvolver materiais mais resistentes ao
desgaste, o LFS busca por equipamentos que possam reproduzir condições ainda não
estudadas nos tribômetros que dispõem, como exemplo, cita-se o desenvolvimento
de um tribômetro para o estudo do desgaste abrasivo a quente, o LFS-5.
Durante a condução de uma tese de doutorado, conduzida por Hioki (2006) no LFS,
onde foi iniciado um estudo do efeito do acabamento superficial de um material para
conformação plástica no desgaste por deslizamento, foi identificada a necessidade de
um tribômetro para estudar os fenômenos tribológicos em condições de conformação
plástica volumétrica. Aproveitando a oportunidade proporcionada pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Edital
do Projeto Universal de 2008, o LFS submeteu um pedido de auxilio à pesquisa com
o projeto de titulo: Determinação de valores de coeficiente de atrito em função da
topografia de matriz usada para conformação plástica empregando o método do
ensaio do anel. O projeto foi contemplado com o auxilio e assim, descreve-se neste
trabalho, o projeto e construção do tribômetro LFS-6, dedicado ao estudo do desgaste
atrito e lubrificação em condições de conformação plástica.
2. Desenvolvimento do projeto da prensa
Para realizar o ensaio de compressão do anel é necessário um equipamento capaz de
produzir deformações permanentes nos corpos-de-prova. Para isso, são utilizadas
prensas. Na Universidade de São Paulo – Campus Cidade Universitária – há
disponível apenas uma máquina que está localizada no Departamento de Engenharia
Metalúrgica e de Materiais. Porém um fator que limita sua utilização é a capacidade
de aplicação de força, 300 kN (~ 30 tf). Esta força impossibilita estudar deformações
em anéis de aço ao carbono superiores a 40 % de redução em altura com dimensão
do diâmetro externo maior que 20 mm. Reduzir as dimensões do anel para obter
maiores deformações restringe a área nominal de contato e dificulta o estudo do
efeito topográfico no atrito.
Outros equipamentos possíveis de serem utilizados e situados neste Campus são de
difícil utilização ora por suas grandes dimensões, como a prensa de 15.000 kN do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ora por falta de automatização, como a
máquina para ensaios de compressão de materiais para a construção civil do
Departamento de Engenharia de Construção Civil.
Encontrar equipamentos para realizar estes ensaios em ambiente industrial tem sido
uma tarefa difícil, pois quando há disponibilidade para realizar os experimentos não
há funcionários para acompanhar o pesquisador.
O projeto de um tribômetro para ensaios em condições de conformação plástica teve
início com a determinação das condições de contorno, que são: custo, sensibilidade
para controle da velocidade de deformação, controle de carga e posicionamento e
sistema de aquisição de dados. A seguir, descrevem-se as etapas de projeto.
2.1 Determinação das características da prensa
O Edital do Projeto Universal limitava o custo do projeto a R$ 150 mil. Este valor é
inferior, por exemplo, ao valor de uma máquina para ensaios de compressão e
também de uma prensa comercial com capacidade de carga superior a 980 kN
(~ 100 tf). Dessa forma, optou-se por construir um equipamento limitado pelo valor
do Edital do Projeto Universal e ainda capaz de atender as necessidades do LFS, que
estão listadas a seguir:
i/ realizar ensaios de compressão e extrusão; ii/ utilizar materiais metálicos ferrosos e
não ferrosos; iii/ trabalhar com temperaturas próximas a de fusão dos materiais e a
temperatura ambiente; iv/ estudar lubrificantes; v/ estudar o efeito da velocidade de
deformação; vi/ estudar o efeito da carga de conformação; vii/ estudar o efeito do
grau de deformação; viii/ obter propriedades dos matérias seguindo os critérios
normatizados de ensaios de compressão.
As necessidades estabelecidas pelo LFS foram convertidas em requisitos de projeto,
dentro do orçamento disponível, da seguinte forma:
i/ prensa hidráulica; ii/ capacidade de carga entre 980 kN e 1.960 kN (100 tf e 200
tf); iii/ área útil de trabalho de 400 mm por 400 mm; iv/ válvula proporcional de
vazão; v/ sensor de carga; vi/ sensor de deslocamento linear com resolução de
0,01 mm; vii/ controlador lógico programável (CLP) integrado a um computador
pessoal (PC); viii/ velocidade de deslocamento entre 0,06 mm/s e 2 mm/s.
2.2 Detalhamento do projeto do tribômetro LFS-6
O projeto deste equipamento foi basicamente dividido em três partes: estrutura,
hidráulica e eletrônica.
2.2.1 Estrutura
Optou-se por uma estrutura do tipo bastidor, comercial, com capacidade de carga
para 1.471 kN (~ 150 tf) com cilindro de duplo. Nesta estrutura comercial foram
adaptadas mesa e guias cilíndricas, conforme apresentado na Figura 2.

cilindro de duplo efeito

guia cilíndrica mesas adaptadas

estrutura comercial tipo bastidor

Figura 2. Desenho ilustrativo da estrutura e peças adaptadas.

As mesas são de uma espessura acima das normais e foram projetadas visando uma
grande rigidez. Optou-se por fixação do porta ferramentas (bolster) por furos
roscados ( típicos em máquinas de forja) evitando-se os rasgos T que diminuiriam a
rigidez da mesa.
O porta ferramentas, apresentado na Figura 3, foi projetado para ferramentas
cilíndricas com diâmetro de 120 mm. Ainda no porta ferramentas pode ser montado
um sistema de aquecimento por condução que permitirá realizar ensaios com as
ferramentas aquecidas até 300 °C. O porta ferramentas possui guias cilíndricas que
visam garantir a concentricidade entre as ferramentas.
Figura 3. Vista explodida do conjunto porta-ferramenta.
2.2.2 Sistema hidráulico
Foi desenvolvido um sistema hidráulico juntamente com a Oleodinâmica
(representante autorizado Rexroth) capaz de atender os requisitos de projeto.
Um componente usual em prensas hidráulicas, que é a válvula de preenchimento, foi
abolido, pois um requisito é evitar que a mesa superior desça em queda livre e ao
atingir a peça transfira energia cinética ao processo, interferindo nos resultados de
estudo.
Dessa forma, o sistema de alimentação do cilindro e a válvula proporcional foram
projetadas de acordo com o diagrama apresentado na Figura 4.

Figura 4. Diagrama do sistema hidráulico.


A escolha de uma hidráulica proporcional que atendesse a precisão exigida e a gama
de velocidades exigida descartou soluções mais triviais como bombas de vazão
variável e válvulas proporcionais comuns. A escolha recaiu sobre a válvula tipo
4WRPEH6, uma válvula servossolenoíde com eletrônica integrada e vazão nominal
de 24 l/min (ver Figura 5).

a) fotografia da válvula. b) representação esquemática da válvula.


Figura 5. Válvula 4WRPEH6 (Rexroth – catálogo de produtos).

2.2.3 Sistema eletrônico


A opção de eletrônica foi por um comando via CLP integrado com um PC. O
controle tem uma interface amigável permitindo fácil definição das condições de
ensaio e arquiva os resultados dos ensaios para posterior análise.
A integração dos sistemas é feita por meio de um CLP Rexroth, as medidas de força
são feitas por meio de uma célula de carga com capacidade máxima de 150 tf
(Transtech – manual de instruções) e as medidas de posição por um sensor linear
com precisão de 0,01 mm.
A arquitetura do programa de controle permite a inclusão de novas sub-rotinas para
futuros ensaios a serem desenvolvidos.

2.3 Montagem do tribômetro LFS-6


A montagem do tribômetro esta na etapa final, restando apenas ajustes do sistema
eletrônico e concluir a confecção das ferramentas para iniciar os ensaios
preliminares. A Figura 6 apresenta uma fotografia da estrutura do equipamento.
sensor linear
guia cilíndrica
cilindro de duplo efeito

célula de carga

porta-ferramenta mesas adaptadas

Figura 6. Componentes do sistema estrutural e de aquisição de dados.


A Figura 7 apresenta uma fotografia do sistema hidráulico.

trocador de calor
tanque de óleo

Figura 7. Unidade hidráulica.


A Figura 8 apresenta uma fotografia do painel de controle.

comunicação via rede

Figura 8. Fotografia do painel de controle.


A Figura 9 apresenta uma fotografia com uma visão geral do equipamento.

Figura 9. Fotografia do tribômetro LFS-6.


3. Resultados esperados com o tribômetro LFS-6
Os resultados que poderão ser obtidos com o tribômetro LFS-6 permitirá ao LFS
utilizar um método de desenvolvimento de materiais resistentes aos desgaste que não
pode ser utilizado atualmente. Este novo método consiste em avaliar / estudar os
materiais em solicitações / condições mais próximas daquelas que serão encontradas
durante sua utilização.
O método atual de desenvolvimento dos materiais, conduzido pelo LFS, consiste em
utilizar modelos simplificados dos sistemas reais. Uetz e Wiedemeyer, 1984,
apresentam uma divisão dos métodos que são utilizados durante o desenvolvimento
de um sistema de interesse, no exemplo, apresentado na Figura 10, trata-se do
desenvolvimento do sistema de transmissão de um caminhão.
Conforme apresentado pelo exemplo, o LFS poderá utilizar para alguns casos, como
por exemplo, em ferramentas de forjamento, o método de desenvolvimento baseado
nos ensaios de componentes em escala real. Isto permitirá a transferência mais segura
para as aplicações de estudos sobre materiais, filmes e topografias para ferramentas
ou dos materiais para serem forjados ou estampados, lubrificantes e aditivos para
conformação plástica. Adicionalmente, fruto de ser um ensaio mais próximo da
escala real o equipamento LFS-6 permitirá o estudo de variáveis dos processos de
forjamento e estampagem bem como do projeto das ferramentas.

ilustrações

ensaios de campo

ensaios com os componentes


em escala real

ensaios em escala reduzida e com


corpos-de-prova

Figura 10. Representação dos estágios de desenvolvimento de um sistema mecânico


(Uetz e Wiedemeyer, 1984).
4. Conclusões
Uma prensa hidráulica, denominada neste trabalho como tribômetro LFS-6, foi
projetada e construída de acordo com os requisitos de projeto e recursos financeiros
obtidos pelo processo CNPq N° 476051/2008 8. A próxima etapa deste projeto é
verificar o funcionamento deste equipamento em todos os seus níveis de operação.
5. Referências bibliográficas
Hioki, D. Influência dos parâmetros de corte do fresamento HSM sobre o
comportamento tribológico do aço AISI H13 endurecido. Tese (Doutorado em
Engenharia Mecânica) – Escola Politécnica da USP.
Rexroth – Bosh Group. Componentes hidráulicos para aplicação industrial, Volume
2: Válvulas industriais, amplificadores eletrônicos e acessórios industriais. (catálogo
de produtos).
Transtec – Transdutor Tecnologia Ltda. Transdutor de força tipo N-400. Manual de
instruções.
Uetz, H., Wiedemeyer, J., Tribologie der Polymere. Hanser, 1984, 378 p.

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