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AL-BA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA BAHIA

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL


INQUÉRITO POLICIAL
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito Policial
Prof. Douglas de Araújo Vargas

SUMÁRIO
1. Inquérito Policial......................................................................................6
1.1. Conceito..............................................................................................6
2. Características do Inquérito Policial............................................................7
2.1. Administrativo......................................................................................7
2.2. Dispensável..........................................................................................8
2.3. Informativo........................................................................................ 10
2.4. Sigiloso............................................................................................. 12
2.4.1. Acesso aos Autos do IP..................................................................... 12
2.5. Presidência do Inquérito Policial............................................................ 16
Resumo.................................................................................................... 39
Questões de Concurso................................................................................ 41
Gabarito................................................................................................... 51
Gabarito Comentado.................................................................................. 53

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para FRANCISCO JURACI ALVES DA SILVA - 01832261352, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Inquérito Policial
Prof. Douglas de Araújo Vargas

DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS


Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017.

“Você é o seu limite.”

É um orgulho enorme integrar a equipe que vai ministrar as disciplinas contidas

no curso voltado para o certame da ALBA! E já vou tomar a liberdade de começar

nosso material te dando um conselho: não se apegue com absolutamente nenhuma

outra preocupação que não seja com o conteúdo programático. O momento é de

estudar – ser nomeado é consequência!

Muito costuma-se falar sobre a questão da quantidade de vagas e sobre a situ-

ação financeira do país quanto às nomeações de funcionários públicos. E sobre isso

tenho a te dizer: nunca sabemos o que pode acontecer no futuro. Como você verá

mais à frente, seu professor já passou tanto em boas colocações (entre os dez pri-

meiros de um certame) como em colocações não tão boas (como 1517º de outro).

Sabe o que aconteceu? Fui chamado em ambos.

Por isso, não vamos nos preocupar com o que não é relevante no momento. A

hora é de estudar. Depois de aprovados nos preocuparemos com as vagas e com o

que vem pela frente. Não se desmotive e nem se sabote! Quantas e quantas pes-

soas desistiram de um certame, só para ver que TODOS os aprovados acabaram

sendo chamados depois? Dito isso, o edital está aqui, fato que quando um edital

está aberto, tudo muda na vida do candidato. Absolutamente tudo!

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Muito embora a preparação para concursos públicos seja um projeto de longo

prazo – o que venho defendendo desde sempre – nunca, nunca devemos subesti-

mar o nosso potencial, nossa capacidade e a nossa dedicação!

Eu sei que o que você fez até agora, em relação aos seus estudos, pode ter va-

riado. Você pode ter se preparado de forma antecipada (recomendável) ou mesmo

ter começado a se preparar agora. Talvez você já estivesse muito focado, ou sem

foco algum, esperando algo acontecer.

Nesse exato momento, sabe qual a diferença prática entre esses dois casos?

Nenhuma.

Se você estava estudando muito, vai redobrar o seu foco. Se não estava, adivi-

nha? Vai também redobrar o seu foco! É hora de estudar mais e mais, tanto para o

candidato veterano quanto para o iniciante!

Vamos dar tudo de nós, e fazer o possível para atingir nossa aprovação. Faça-

mos nossa parte – e se for a nossa vez, as coisas irão dar certo. Acredito fielmente

nisso. O que você não pode é não levar a sério os seus estudos. Independentemen-

te do que fez até agora, não arrume uma desculpa. Se organize, se prepare e dê

tudo de si, pois não há outro caminho.

Dito isso, é meu objetivo como professor te apoiar ao longo dessa caminhada

– ainda mais nesse momento crucial, quando já sabemos a data da prova e o con-

teúdo que devemos dominar. Estaremos juntos durante esse percurso!

Vamos fazer muitos exercícios, caprichar bastante na parte teórica e utilizar

tanto questões da organizadora (FGV) quanto complementar nosso treinamento

com questões de bancas parecidas. Fique tranquilo(a): faremos tudo da melhor

forma possível! A chave da aprovação está em dois pilares: na dedicação do aluno e

na qualidade do material. E é nesse último ponto que mora meu compromisso com

você. O de entregar um material simples e completo, que atenda desde o estudante

mais experiente ao que está enferrujado, começando hoje ou que nunca estudou

direito na vida.
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O resto é com você.

“Sonhos não se tornam realidade através de mágica, e sim de


suor, determinação e trabalho duro.”

Colin Powell

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1. Inquérito Policial

Finalmente, a matéria favorita do seu professor! Juro que isso não tem nada

relacionado com a minha profissão...

Brincadeiras à parte, vamos ao que interessa. Todo mundo sabe o que é um in-

quérito policial (afinal de contas, basta ligar a TV). Mas qual o conceito acadêmico,

doutrinário de inquérito policial?

1.1. Conceito

É exatamente esse o nosso primeiro passo para estudar a disciplina. Vejamos o

que diz a doutrina, primeiro nos ensinamentos do mestre Nucci:

Trata-se de um procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo,


conduzido pela polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar
a prática de uma infração penal e sua autoria. Seu objetivo precípuo é a formação da
convicção do representante do Ministério Público, mas também a colheita de provas
urgentes, que podem desaparecer, após o cometimento do crime, bem como a com-
posição das indispensáveis provas pré-constituídas que servem de base à vítima, em
determinados casos, para a propositura da ação privada (Guilherme Nucci – Compêndio
de Direito Penal).

Além disso, costumo utilizar em minhas aulas o conceito de outro doutrinador,

Fernando Capez, que também apresenta informações muito importantes:

É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma


infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em
juízo. Trata-se de procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado
pela autoridade policial. Tem como destinatários imediatos o Ministério Público, titular
exclusivo da ação penal pública, e o ofendido, titular da ação penal privada; como des-
tinatário mediato tem o juiz, que se utilizará dos elementos de informação nele cons-
tantes, para o recebimento da peça inicial e para a formação do seu convencimento
quanto à necessidade de decretação de medidas cautelares (Fernando Capez – Curso
de Processo Penal).

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“Mas, professor, é muita informação contida em poucas linhas!”

Eu sei disso. E não espero que você absorva tudo isso só com uma leitura. Esses

conceitos são meramente uma apresentação. Desse momento em diante, vamos

detalhar cada termo presente nos conceitos acima, cada pequena característica do

inquérito policial.

Por ora, quero apenas que você entenda que o IP é um procedimento condu-

zido pela polícia judiciária para apurar uma infração penal e sua autoria. É, nesse

sentido, uma ferramenta básica no início da persecução penal, instaurada pela

autoridade policial para formalizar a busca pela verdade do que ocorreu em um

determinado crime.

Novamente, ressalto que não é o momento de dominar os conceitos doutriná-

rios. No final da aula, ao voltar nessa página para fazer uma nova leitura, garanto

que você verá de uma forma muito mais clara o que os autores resumiram acima.

Sigamos em frente. Agora que você e o inquérito policial já foram formalmente

apresentados, é hora de falar das características desse procedimento.

2. Características do Inquérito Policial

2.1. Administrativo

A primeira característica é uma das mais cobradas em prova. Os examinadores

adoram dizer que o inquérito é um procedimento judicial, e isso não faz sentido

algum!

O Inquérito Policial é um procedimento ADMINISTRATIVO, e não JUDICIAL.

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Essa afirmação é um tanto quanto óbvia – afinal de contas, o inquérito policial

sequer tramita no judiciário –, mas costuma ser cobrada em prova exatamente

dessa forma, simplesmente porque a polícia responsável pelo inquérito é a polícia

judiciária.

2.2. Dispensável

Outra característica da qual o examinador gosta muito é a dispensabilidade do

inquérito policial.

Imagine a seguinte situação hipotética: um indivíduo procura o Ministério Públi-

co (titular da ação penal) para denunciar um determinado crime. Apresenta todas

as provas necessárias para uma condenação: provas de materialidade (de que o

crime existiu) e provas de autoria (ou seja, relacionadas a quem praticou a

infração penal).

Em um caso como esse, qual motivo justificaria a instauração de um inquérito

policial, que serve justamente para apurar a materialidade e a autoria de um delito?

As provas já estão prontas, basta que o promotor (ou procurador) elabore e

ofereça a denúncia. O trabalho da polícia, em uma situação como essa, se tornou

dispensável e, consequentemente, o inquérito também.

Vamos retomar um pequeno trecho do primeiro conceito que abordamos nessa

aula para que você entenda melhor: “O Inquérito Policial é o conjunto de diligências

realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua

autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo...”

A ação penal não é o objeto de estudo dessa aula. No entanto, não faz mal de-

monstrar o fluxo da persecução penal para que você possa entendê-la como um

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todo e, por consequência, o motivo pelo qual o IP é dispensável. Veja só:

Veja, caro(a) aluno(a), portanto, que o objetivo é colher provas suficientes para

que o membro do MP, que é o titular da ação penal, possa ingressar em juízo e pe-

dir ao juiz que condene o acusado pela prática da infração penal.

Quem efetivamente vai atuar pedindo a condenação não é o delegado de polícia,

e sim o membro do MP (promotor ou procurador, a depender do caso). O trabalho

da autoridade policial, portanto, é apenas oferecer elementos que configurem a

chamada justa causa da ação penal.

Segundo a doutrina majoritária, a justa causa, na esfera penal, é configurada pela

prova da materialidade do delito e indícios de autoria.

Estando presentes os elementos que compõem a justa causa, a denúncia pos-

suirá o chamado suporte probatório mínimo para seguir em frente, possibilitando a

propositura da ação.

Agora que esclarecemos esse ponto, vamos retomar o exemplo anterior. Veja

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que na situação hipotética proposta, um indivíduo procura o MP e apresenta provas

idôneas tanto da materialidade quanto da autoria de um crime. Dessa forma, fica

fácil, pois já existirão elementos suficientes para configurar a justa causa, tornan-

do o inquérito totalmente dispensável.

É interessante também relembrar a famosa frase “quem pode o mais, pode o

menos”. Dessa forma é entendimento atual do STF, que o MP, por ser titular da

ação penal e possuir o direito maior (que é o de acusar), possui também o menor

(que é investigar). Ora, se o MP pode investigar por conta própria, por que tal

órgão iria depender da existência de um inquérito para oferecer uma ação penal?

Não faria sentido.

Resumindo: não caia em pegadinhas em que o examinador alega que uma ação

penal não pode ser proposta se um inquérito estiver em andamento. Se, por algum

motivo, o MP conseguir a justa causa da ação penal antes que a polícia conclua o

inquérito, poderá propor a ação normalmente!

Seguindo em frente, vamos para a próxima característica do IP.


2.3. Informativo

O inquérito policial é uma peça informativa. Nesse sentido, seus vícios, via de
regra, não têm o poder de causar a nulidade da ação penal.
Dessa forma, não será possível anular o processo penal subsequente apenas
com o argumento de que foi encontrada uma irregularidade no IP que a precedeu.
Inclusive, esse é o posicionamento do STF, publicado em seu Informativo 824.
Para conhecimento:

Informativo 824/STF
Vício em inquérito policial e nulidade de ação penal
É incabível a anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade verifica-
da em inquérito policial. Esse o entendimento da Segunda Turma, que, ao reafirmar a
jurisprudência assentada na matéria, negou provimento a recurso ordinário em habeas
corpus em que se pleiteava a anulação de atos praticados em inquérito policial presidido
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por delegado alegadamente suspeito.

“Mas, professor, as nulidades no IP então são irrelevantes?”

É claro que não. As irregularidades encontradas no inquérito policial são rele-


vantes, mas apenas para os atos aos quais estão relacionadas. Dessa forma, um
determinado ato contaminado de irregularidades no inquérito policial poderá ser
considerado nulo, mas isso não afetará o processo penal como um todo.

Apenas no caso em que todas as provas utilizadas para dar suporte à ação penal
estiverem contaminadas de nulidades é que a ação penal poderia ser contaminada
pelas nulidades do IP.

Nós sabemos que o IP, via de regra, é informativo e dispensável. Mas na prá-
tica, em alguns casos (na maioria dos casos reais, inclusive), é o inquérito policial
e seus procedimentos que irão fornecer o suporte probatório (justa causa) para o
oferecimento da denúncia.

E, nesses casos, se as provas no inquérito policial estiverem eivadas de algum

tipo de vício, ocorrerá a chamada ausência de suporte probatório mínimo, vis-

to que o MP não possuirá elementos suficientes para oferecer a denúncia. Nesses

casos, excepcionalmente, a nulidade no IP será suficiente para contaminar o pro-

cesso penal como um todo.

Veja que essa é uma situação totalmente atípica! Na prática, é muito difícil que um

inquérito policial esteja tão contaminado que nenhuma prova nele contida possa

ser aproveitada.

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2.4. Sigiloso

A regra na Administração Pública, como aprendemos ao estudar direito consti-

tucional, é a publicidade dos atos. Entretanto, o IP não se submete a esse prin-

cípio, que fica temporariamente mitigado, haja vista que o inquérito policial é um

procedimento essencialmente sigiloso!

“Mas, professor, por qual motivo o IP deve tramitar de forma sigilosa?”

Por incrível que possa parecer, o inquérito policial tramita de forma sigilosa no

interesse do investigado!

Como aprendemos ao estudar princípios do direito processual penal e do direito

penal, todos nós gozamos da chamada presunção de inocência. Somos inocen-

tes, é claro, até que se prove o contrário.

Nessa esteira de raciocínio, veja que o mero fato de que uma pessoa esteja sen-

do investigada pela polícia tem o poder de gerar consequências em sua vida. Por

isso, o inquérito é sigiloso, de modo a proteger a intimidade do investigado, até que

se tenha uma maior certeza de seu envolvimento nos fatos em apuração.

Sendo o inquérito policial sigiloso, a primeira pergunta que surge, naturalmen-

te, é a seguinte: quem possui acesso aos autos do inquérito?

Essa é uma questão muito interessante e muito cobrada em provas de concurso,

que merece um tópico especialmente dedicado a respondê-la!

2.4.1. Acesso aos Autos do IP

O primeiro indivíduo que possui acesso aos autos do inquérito é, obviamente, o

advogado, por força do Estatuto da OAB.

Muito embora o Estatuto da OAB não costume ser cobrado no conteúdo pro-

gramático de editais de concurso, algumas informações ali contidas são muito in-

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teressantes para o estudo do processo penal, e irei anexar aqui os trechos mais

relevantes. Nesse sentido, são prerrogativas do advogado:

XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo


sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos
ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital;
§ 10 Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exer-
cício dos direitos de que trata o inciso XIV;
§ 11 No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o
acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em
andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprome-
timento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.
Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/1994)

Muitas informações. Vamos analisar passo a passo!

Em primeiro lugar, veja que o advogado tem o poder de examinar investiga-

ções de qualquer natureza. Esse detalhe é importante, pois o inquérito policial

não é o único procedimento investigativo que existe. Diversas outras instituições

têm o poder de realizar investigações, e o advogado também deverá ter o acesso

garantido a esses procedimentos. Um exemplo de procedimento investigativo dife-

rente do IP é o PIC (procedimento de investigação criminal), utilizado pelo Minis-

tério Público nas investigações que são conduzidas pelo próprio órgão ministerial.

Continuando, note que o inciso XIV afirma que o advogado tem acesso mesmo

sem procuração. No entanto, cuidado! Se o procedimento for sigiloso (como é

o caso do inquérito policial), por força do § 10, o advogado deverá apresentar sim

procuração para exercício de seu direito de acesso aos autos!

Delimitação do Acesso

Muito embora o advogado tenha acesso aos autos do inquérito, veja que a

autoridade competente tem o poder de delimitar esse acesso quando houver

risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das

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diligências. Mas, na prática, como funciona isso? Vejamos um exemplo:

Uma determinada quadrilha que pratica assaltos a banco está sendo investi-

gada pela Polícia Federal. Por não encontrar outro meio de prova viável, no curso

da investigação, a autoridade policial representa pela interceptação telefônica dos

investigados, ato que é atendido pelo Judiciário.

Agora imagine, meu(minha) caro(a) aluno(a), se o advogado tiver acesso às

informações sobre a interceptação telefônica em curso!

Tal conhecimento obviamente tornaria a medida ineficaz, afinal de contas, bas-

taria que o defensor contasse ao seu cliente sobre a existência da interceptação,

que este iria, imediatamente, parar de usar o telefone.

É por esse motivo que em casos assim (note que a interceptação telefônica foi

só um exemplo) existe o poder da autoridade competente de delimitar o acesso

aos autos.

Direitos do Defensor

Vamos fazer uma breve lista sobre as prerrogativas do defensor em relação ao

inquérito policial, que também podem ser objeto de prova:

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Observe, no entanto, que as perguntas formuladas pelo defensor podem

ser indeferidas pela autoridade policial.

Além disso, é importante observar que quando o advogado requer a produção

de provas à autoridade policial, esta tem o poder de atender ou não ao pedido

do advogado, a seu critério (de maneira discricionária).

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Ainda sobre o assunto de acesso aos autos do inquérito, mas em outro giro,

devemos fazer uma observação muito importante:

Não caia na pegadinha de que o investigado possui acesso aos autos do inquérito.

Isso não é verdade!

Quem possui acesso garantido aos autos do IP é o advogado, por força de sua

prerrogativa funcional, e não o seu cliente pessoalmente!

Muito cuidado com esse detalhe! Se a questão afirmar que o investigado possui,

pessoalmente, o direito de acesso aos autos do inquérito, ela estará incorreta!

Outros Sujeitos com Acesso ao IP

Além do advogado, existem outros sujeitos processuais que possuem acesso ao

inquérito policial para que possam exercer suas atribuições no processo penal. São

eles:

• o Ministério Público; e

• o juiz.

Em outras palavras, o sigilo do inquérito policial não se aplica ao Magistrado e

nem ao membro do Ministério Público.

2.5. Presidência do Inquérito Policial

O inquérito policial é um procedimento cuja responsabilidade é da polícia ju-

diciária.

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Nesse sentido, quem deve presidir o inquérito é o delegado de polícia (autori-

dade policial). Simples assim.

Entretanto, existem algumas peculiaridades importantes em relação à condução

do inquérito policial. Vejamos:

Atribuições do Ministério Público

• Embora o membro do MP não seja o presidente do Inquérito Policial, tal órgão

tem o dever de acompanhar seu andamento.

• Nesse sentido, o MP tem a responsabilidade de exercer o chamado controle

externo da atividade policial.

Hierarquia MP X Polícia Judiciária

• Muito embora o MP possua a atribuição que citamos acima (controle exter-

no da atividade policial), é importante ressaltar que não existe hierar-

quia entre o MP e a Polícia Judiciária!

Indiciamento

Caro(a) aluno(a), você sabe o que é um indiciamento?

O indiciamento é um ato policial por meio do qual o presidente do inquérito conclui

haver suficientes indícios de autoria e materialidade do crime. É a imputação, a

alguém, da prática do ilícito investigado.

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De uma forma bem simples, o indiciamento é o ato por meio do qual a autori-

dade policial (o delegado de polícia) demonstra estar convencida da materialidade

de um delito e de que um investigado (ou vários) é o autor.

Note que o indiciamento é um ato privativo do delegado de polícia. Não cabe ao

promotor nem ao juiz determinar que o delegado de polícia indicie um investigado.

O delegado, portanto, ao fazer o relatório final de seu inquérito, apenas indiciará se

estiver convencido sobre a materialidade e sobre os indícios de autoria do delito.

Na polícia, temos o costume de dizer que um bom indiciamento é “meia denún-

cia”. Ou seja, o indiciamento possui um peso significativo na formação da opinião

do membro do Ministério Público.

Entretanto, essa frase demonstra uma característica interessante do indicia-

mento: ele não vincula o promotor ou procurador de justiça.

Assim, da mesma forma que o delegado só irá indiciar se entender que estão

presentes os elementos necessários para isso, o promotor de justiça também

só irá oferecer a denúncia se estiver convencido da justa causa para tal,

independentemente de a autoridade policial ter indiciado ou não algum

investigado.

Portanto, é perfeitamente possível que um delegado conclua um inquérito fa-

zendo o indiciamento de um investigado pela prática de um determinado crime e

que, posteriormente, o MP peça o arquivamento, por não concordar com a interpre-

tação da autoridade policial.

Nesse sentido, é claro que a última palavra será do Ministério Público, afinal de

contas, ele é o órgão titular da ação penal pública. Mas ainda falaremos mais sobre

isso no momento adequado.

Vamos para o próximo tópico!


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Autoritariedade

O inquérito policial também é regido pelo princípio da autoritariedade, o que

significa, simplesmente, que este é presidido por uma autoridade pública, que é

o delegado de polícia.

Oficiosidade

Ao estudar ação penal, você aprende que, em regra, os delitos são de ação

penal pública incondicionada. Ou seja: o titular da ação penal é o Estado, não

a vítima, e ela nem mesmo tem o poder de impedir que o Estado dê início à perse-

cução penal.

Nesse sentido, o inquérito também é regido, via de regra, pela oficiosidade (pelo

dever da autoridade pública de agir de ofício).

Assim, nesses crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade

policial terá o dever de agir de ofício (sem ser provocada) e investigar os crimes

dessa natureza de que tiver notícia.

Esse princípio evita, por exemplo, que uma equipe policial que se depare com

um corpo de uma vítima de homicídio decida não fazer nada. Eles não terão essa

opção. O inquérito deverá ser instaurado e as medidas legais deverão ser todas

exercidas, por força do princípio da oficiosidade!

Em alguns casos, como na ação penal privada, existirá uma exceção ao princípio

da oficiosidade – pois a autoridade pública necessitará de uma autorização para

proceder à instauração do inquérito e para realizar as apurações necessárias.

Mas esse assunto deve ser estudado em detalhes no tópico ação penal, moti-

vo pelo qual, por ora, basta que você saiba que o princípio da oficiosidade possui

exceções!
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Oficialidade

Muito cuidado para não confundir a oficialidade com a oficiosidade. Enquanto

a oficiosidade está relacionada com o dever da autoridade de agir de ofício (sem

provocação), a oficialidade está relacionada com a responsabilidade sobre o in-

quérito policial.

Por força da oficialidade, dizemos que o inquérito policial é de responsabilida-

de de um órgão oficial do Estado, especificamente a polícia judiciária!

Indisponibilidade

Essa é uma característica CAMPEÃ de provas de concurso. Por isso muita aten-

ção ao seu conceito!

A indisponibilidade do inquérito policial determina que a autoridade policial

(o delegado de polícia) não tem o poder de mandar arquivar os autos do

inquérito!

Esse princípio não tem exceção! Não importa a historinha que o examinador

conte para tentar te convencer – autoridade policial não pode arquivar o inquérito,

pronto e acabou!

Repetindo, pois esse ponto é realmente importante:

Delegado de Polícia não tem o poder de mandar arquivar os autos de inquérito.

Não se preocupe quanto ao procedimento correto para arquivar um inquérito

policial. Mais à frente iremos dedicar um trecho dessa aula exclusivamente para

falar de arquivamento, tamanha a sua importância para provas de concurso.

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Mas vamos continuar com as características do inquérito policial, que ainda não

acabaram!

Inquisitivo

O IP é um procedimento considerado pela doutrina como inquisitivo, isso sig-

nificar dizer que em seu tramite não são observados o contraditório e a ampla

defesa.

Não se assuste com essa limitação. O objetivo do legislador, ao decidir tratar

o inquérito policial dessa forma, foi simplesmente o de privilegiar a eficiência da

investigação, que seria tolhida se a polícia tivesse que, a todo tempo, observar o

contraditório.

Imagine o andamento de uma investigação se o Estado tivesse que comunicar,

o tempo todo, o que está fazendo para o investigado? Certamente os resultados

seriam prejudicados.

Nesse diapasão, dizemos que o legislador privilegiou a chamada busca da ver-

dade real.

Entretanto, não observar o contraditório e a ampla defesa tem consequências

relevantes, e a principal delas é a de impedir que um indivíduo seja condenado

com base apenas em provas produzidas durante o inquérito policial.

Via de regra, um indivíduo não pode ser condenado apenas com base em provas

obtidas durante o inquérito, pois tais evidências não foram obtidas sob o crivo do

contraditório.

Essa regra possui uma exceção (as chamadas provas cautelares, não repetíveis

e antecipadas), mas esse assunto será abordado em detalhes na aula específica

sobre PROVAS!
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Certo. Agora você já sabe que, via de regra, as provas colhidas sem a observân-

cia do contraditório (o que geralmente ocorre durante o IP) não conseguirão, por si

só, embasar a condenação do investigado.

“Então qual é a utilidade dessas provas, professor?”

Essa é uma excelente pergunta. Vejamos duas utilidades das provas produzi-

das sem o contraditório:

Para finalizar esse assunto, temos ainda uma outra observação importantíssima.

Embora o inquérito policial não seja regido pelo contraditório, existem inquéri-

tos que observam tal garantia!

Como exemplos podemos citar o inquérito de expulsão de estrangeiro e o in-

quérito de apuração de falta administrativa, procedimentos nos quais há a

observância do contraditório de forma regular.

Escrito

O inquérito policial é um procedimento formal e, por isso, tem como caracterís-

tica básica ser escrito.

Em outras palavras, isso significa que todo tipo de ato que for realizado

oralmente em um inquérito policial deve ser reduzido a termo!


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Assim, se a autoridade policial ouve uma testemunha, deverá reduzir a oitiva a

termo (com o auxílio do escrivão de polícia), de modo a respeitar a característica

escrita do inquérito policial.

Esquematizando

Finalmente chegamos ao fim das características do inquérito policial. São mui-

tas, mas não se iluda: é necessário que você conheça cada uma delas em seus

mínimos detalhes, pois são todos questões de prova em potencial.

Em assuntos assim tão extensos, considero importante fazer um pequeno resu-

mo esquematizado para facilitar a fixação. Tome nota!

Características do Inquérito Policial

E, assim, finalizamos o estudo das características do inquérito policial. Devemos

agora passar para análise de uma parte mais prática: como se dá a instauração e

o arquivamento do IP.

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Instauração do Inquérito

O inquérito policial pode ser iniciado (instaurado) de cinco maneiras diferentes.

Vejamos quais são elas:

De ofício

• Realizada pela autoridade policial, sem provocação. Ocorre por força do prin-

cípio da oficiosidade.

• Na instauração de ofício, a autoridade policial toma conhecimento de um deli-

to, no exercício de sua função, e procede à instauração do inquérito policial.

• Exemplo: equipe da polícia civil se depara com o corpo de uma vítima de ho-

micídio caída na rua. O delegado de polícia instaura o inquérito policial para

elucidar o fato.

Por requisição de alguma autoridade pública

• Em alguns casos, pode ser que uma autoridade pública (com prerrogativa

para tal) requisite a instauração de um inquérito policial.

• Nesses casos, o delegado será obrigado a instaurar o inquérito (pois o termo

requisição tem caráter de ordem).

• Exemplo: juiz ou promotor toma conhecimento de um delito e requisita a ins-

tauração de inquérito policial.

• Observação: em alguns delitos específicos, é também possível a requisição

do Ministro da Justiça. No entanto, nesses casos, a requisição não será uma

ordem, e sim uma autorização.

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Requerimento do Ofendido

• Nesse caso, o ofendido procura a polícia para comunicar que foi vítima de um

determinado delito, dando origem ao inquérito policial.

• Note que, nos casos de ação penal pública condicionada à representação

ou de ação penal privada, o requerimento é ainda mais importante, pois o

delegado de polícia não poderá instaurar o inquérito sem ser provocado.

• Exemplo: um crime de ameaça, no qual o indivíduo procura a delegacia de

polícia e solicita que o delegado apure o fato.

• Observação: requerimento não é ordem, e pode ser indeferido pelo delegado

de polícia (se entender que não existe motivo para instaurar o inquérito po-

licial). Nesses casos, caberá recurso ao chefe de polícia, segundo previsão

expressa do CPP (art. 5º, § 2º).

Denúncia de Terceiros

• Ocorre quando um terceiro (testemunha), não envolvido nos fatos, mas que

deles tem conhecimento, procura a autoridade policial e comunica sobre a

ocorrência da infração penal.

• Basta que a autoridade verifique a procedência da informação para que o in-

quérito policial possa ser instaurado.

• Observe, é claro, que a instauração sem o requerimento da vítima só pode

ser realizada nos delitos de ação penal pública incondicionada!

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Auto de Prisão em Flagrante

• Quando a autoridade policial se depara com um flagrante delito (seja ela pró-

pria ou apresentado por outro órgão de segurança, como a Polícia Militar),

deve instaurar o inquérito policial imediatamente.

• Assim, ao lavrar o auto de prisão em flagrante, o delegado de polícia também

irá instaurar o inquérito policial dos fatos que embasaram a lavratura do APF.

• Curiosidade: essa é a maneira mais comum de instauração de inquéritos po-

liciais!

Denúncia anônima não é meio idôneo para justificar a instauração de inquérito po-

licial!

Segundo o STF, a mera existência das chamadas peças apócrifas (ou seja, anô-

nimas) não é suficiente para embasar a instauração de um inquérito policial. Sa-

bendo disso, você deve estar se perguntando:

“Mas, professor, então o disque-denúncia não serve para nada?”

Claro que serve! Segundo o próprio STF, embora a denúncia anônima não sirva

como embasamento para a instauração de inquérito policial, ela é justificativa vá-

lida para que a autoridade policial apure a os fatos contidos na denúncia e recolha

mais informações.

Após tais diligências, estando convencido de que ocorreu uma infração penal, o

delegado de polícia poderá então instaurar o inquérito normalmente.

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Vejamos um trecho da decisão, para deixar bem demonstrado o raciocínio dos

Ministros do STF sobre esse ponto:

As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou


disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças apócrifas ou em escritos
anônimos...
...Nada impede, contudo, que o Poder Público, provocado por delação anônima (“dis-
que-denúncia”, p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em
averiguação sumária, “com prudência e discrição”, a possível ocorrência de eventual si-
tuação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança
dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a formal
instauração da “persecutio criminis”, mantendo-se, assim, completa desvinculação des-
se procedimento estatal em relação às peças apócrifas.
Denúncia Anônima – Persecução Penal (Transcrições)
HC 106664 MC/SP* RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO.

Instauração de Inquérito e Prerrogativa de Foro

“Foro privilegiado”, atualmente, é um dos termos mais utilizados nos jornais de

nosso país, certo? Termo esse que é bastante inadequado, pois o mais correto é

dizer foro por prerrogativa de função.

Como você já deve estar habituado(a) após tantas reportagens sobre o assunto,

alguns indivíduos, em razão do cargo que ocupam e do crime praticado, não são

julgados em juízos comuns, mas sim em Tribunais específicos, de acordo com o que

prevê a Constituição. E nesse sentido, se a autoridade policial tomar conheci-

mento de um delito praticado por um indivíduo em situação que justifique

a aplicação de prerrogativa de foro, poderá ela instaurar o inquérito para

apurar o fato?

A resposta é negativa! A autoridade policial não poderá instaurar inquérito em

face de autoridades em situação de aplicação do foro por prerrogativa de

função.
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Nesse caso, quem deverá fazê-lo é o próprio foro do investigado! Por exemplo,

no caso de um deputado federal que praticou crime no exercício do cargo, e com

relação à sua atividade (como corrupção passiva, por exemplo), caberá ao próprio

STF a instauração de um procedimento investigativo, que será presidido, excepcio-

nalmente, por um Ministro do STF! Note que isso não impede que o presidente da

investigação (no nosso exemplo, um Ministro do STF) solicite diligências (como a

realização de uma perícia) à polícia judiciária. O que não pode acontecer é somente

a instauração de um inquérito policial por parte do delegado de polícia!

Professor, e se DURANTE uma investigação, com o inquérito já instau-

rado, a polícia descobre o envolvimento de alguém com foro por prerroga-

tiva de função?

Essa é outra excelente questão! Digamos que uma investigação iniciou-se com

o foco em três cidadãos comuns, que não possuem foro por prerrogativa de função.

Entretanto, após um mês de diligências, a autoridade policial descobre o envolvi-

mento de um Senador no esquema criminoso, sendo que o crime investigado tem

relação com o exercício do cargo.

Nesse caso, deverá remeter os autos do inquérito ao foro competente –

que no exemplo do Senador, também seria o STF.

MUITO IMPORTANTE!

Recentemente, o STF restringiu as prerrogativas de foro dos Deputados

Federais e Senadores ao analisar questão de ordem na Ação Penal 937, de

modo que não são mais todos os crimes que se enquadram na regra que

exige a autorização do STF para investigação.


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Por isso, muita atenção ao quadro abaixo, o qual retrata o panorama

atual do foro por prerrogativa de função de Deputados Federais e Senado-

res:

Arquivamento do IP

Você já sabe – pois já observamos esse ponto – que o inquérito policial não

pode ser arquivado pela autoridade policial. Sendo assim, quem é a autorida-

de com esse poder?

Precisamos, antes de responder a essa pergunta, lembrar de uma das caracte-

rísticas da ação penal: o titular da ação penal é o Ministério Público.

A principal função do inquérito policial, nesse sentido, é a seguinte: formar a

opinião do membro do Ministério Público!

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Veja, caro(a) aluno(a), que o inquérito policial não serve para provar que um

indivíduo é culpado a todo custo ou para buscar acusações. O inquérito busca al-

cançar a verdade real dos fatos e oferecer os elementos encontrados ao membro

do MP, para que este tome uma decisão adequada diante do caso concreto!

Assim sendo, se não houve crime, ou se o investigado parece ser inocente, essa

informação também irá constar no inquérito policial, para que esse cumpra sua

principal razão de existir: ajudar a formar a opinião do promotor ou procura-

dor de justiça!

Nesse raciocínio, a persecução penal irá funcionar, via de regra, da seguinte forma:

o inquérito policial será concluído e entregue ao membro do MP que, com base nos

elementos ali presentes, poderá tomar uma das decisões abaixo.

Agora sim começa a ficar mais claro qual o procedimento legal que deve ocorrer

com o inquérito policial. Após seu envio ao MP, o órgão poderá decidir se oferece

a denúncia, se solicita diligências complementares ou se solicita o arquiva-

mento!

Fica claro, portanto, que a competência para solicitar o arquivamento do in-

quérito policial é do Ministério Público, e isso ocorre pois é o órgão ministerial o

titular da ação penal pública!

Ora, se o membro do MP é o titular, o verdadeiro “dono” da ação penal pública,

também caberá a ele decidir se o inquérito deve ser arquivado ou não (afinal de

contas, o inquérito é um mero elemento informativo, uma peça subsidiária para a

ação penal, que é muito mais importante do que aquele).

Entretanto, arquivar um inquérito policial não é algo corriqueiro. Afinal de con-


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tas, se fosse o caso, por que não autorizar que o delegado de polícia, que também

é bacharel em Direito, o fizesse sozinho?

Mesmo que se trate de uma peça dispensável e informativa, o IP tem o poten-

cial de conter informações importantíssimas sobre uma infração penal, motivo pelo

qual seu arquivamento não será feito pela decisão de uma só pessoa.

Com isso em mente, o legislador determinou que, se o membro do MP entender

que está diante de um caso de arquivamento do inquérito policial, deverá reque-

rer ao juiz, que poderá, ou não, concordar com o arquivamento. Se o juiz

concordar, o inquérito será arquivado! Mas e se o juiz não concordar, o que

acontece?

A resposta para todo esse procedimento está no art. 28 do CPP, que merece ser

lido na íntegra.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer


o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no
caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou
peças de informação ao Procurador-Geral, e este oferecerá a denúncia, desig-
nará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Ou seja: o juiz que discordou sobre o arquivamento do inquérito irá remetê-lo

ao Procurador-Geral, que, por sua vez, poderá fazer o seguinte:

O Procurador-Geral é um cara forte. Eu gosto dele. Sabe por quê? O cara tem

a última palavra no assunto! Sua decisão será vinculante, ou seja, obrigatória!

Em primeiro lugar: se ele insistir no arquivamento, o juiz estará obrigado a

atender! Não tem conversa. Se Procurador-Geral insistiu, o inquérito será arqui-


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vado, pronto e acabou!

Em segundo lugar: se ele designar outro membro do MP para oferecer a denún-

cia, este membro terá que oferecer a denúncia, concordando ou não com essa

decisão.

Os membros do MP têm independência funcional (atuam sem receber ordens de

seus pares). Entretanto, a obrigação em oferecer a denúncia por designação do

Procurador-Geral não fere a independência funcional do membro do MP – pois, nes-

se caso, o que está acontecendo é uma atuação por delegação, na qual o promotor

ou procurador estará representando o próprio Procurador-Geral.

Em terceiro lugar: poderá o próprio Procurador-Geral oferecer a denúncia.

Todo esse poder por parte do MP (que ao insistir no arquivamento, deve ser

atendido) se dá pela mesma razão que lhe traz legitimidade para oferecer a de-

núncia: o MP é o titular da ação penal, motivo pelo qual também é sua a última

palavra sobre o arquivamento do IP.

Uma última pergunta, que sei que você está se fazendo, é a seguinte:

“Professor, na prática, quem é o Procurador-Geral?”

O Procurador-Geral citado no CPP dependerá da esfera jurisdicional em que o

processo estiver tramitando:

• se for na Justiça Estadual, será o PGJ (Procurador-Geral de Justiça);

• se for na Justiça Federal, serão os procuradores das Câmaras de Coordenação

e Revisão do Ministério Público Federal (MPF).

Pronto. Finalizamos o estudo do arquivamento de um inquérito policial. Como


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esse é um assunto muito confuso, vamos mais uma vez esquematizar, o que vai

facilitar muito a compreensão definitiva do procedimento! Vejamos:

1) Arquivamento do Inquérito – Juiz concorda:

2) Arquivamento do Inquérito – Juiz discorda:

3) Arquivamento do Inquérito – Procurador-Geral concorda com o magistrado

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Arquivamento de Ofício do IP

Um ponto que costuma ser abordado em provas de concurso trata do arquiva-

mento de ofício do IP por parte do magistrado. Nesse sentido, note que o juiz

não tem o poder de determinar o arquivamento do IP sem o pedido do MP!

Classificações de Arquivamento do IP

Existem ainda algumas classificações de arquivamento que podem ser objeto de

prova. Vejamos:

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Arquivamento Indireto

• É aquele que ocorre porque o processo estava tramitando no juízo errado

(juízo incompetente).

• Assim, caso o Poder Judiciário perceba que o inquérito deveria ter sido

direcionado para outro juízo, providenciará a sua remessa para a vara

competente, e realizará o arquivamento do indireto do inquérito que tramitava

erroneamente em sua jurisdição.

Arquivamento Provisório

• Se dá quando um inquérito está dependendo de uma condição de procedibili-

dade para seu andamento regular.

• Um exemplo é um inquérito de ação penal privada cuja vítima se arrepende.

Sem a autorização do querelante, o inquérito fica suspenso (arquivado provi-

soriamente), até que a vítima resolva autorizar seu prosseguimento.

Arquivamento Tácito ou Implícito

• É aquele que decorre do silêncio do MP quanto ao acusado.

• Em uma ação penal com dois acusados. Por exemplo, o MP oferece a denún-

cia contra um e silencia quanto ao outro. Nesse caso, haveria o arquivamento

tácito para o acusado que não foi mencionado.

• O arquivamento tácito ou implícito não é aceito pela jurisprudência de

nosso país.

• Lembre-se, portanto, que em nosso ordenamento jurídico, o arquivamento do

IP deve ser sempre realizado de forma expressa!

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Desarquivamento do Inquérito Policial

Já sabemos que o inquérito pode ser arquivado (e também que esse arquiva-

mento dá um trabalho danado...). Depois de toda essa dor de cabeça, será possível

desarquivar um IP? A resposta é positiva! Vejamos o que diz o STF:

Súmula 524/STF
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de
justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

Essa súmula não cai em prova não, meu(minha) caro(a). Ela DESPENCA. Então,

leia e releia! Confie no seu professor!

Via de regra, o desarquivamento do inquérito é possível, desde que sejam apresen-

tadas novas provas.

Como toda boa regra, no entanto, essa regra para o desarquivamento também

possui algumas exceções, que também são objeto de prova.

“Professor, não entendi nada dessas duas exceções!”

Calma que eu explico. Quanto ao informativo 439/STF, o que a jurisprudência

quer dizer é o seguinte: se um inquérito for arquivado, pois se considerou que o

fato apurado não era crime (atipicidade do fato), ele não poderá ser desarquivado,

nem com novas provas.


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É o caso de um IP para apurar um crime de adultério (delito que foi revogado

desde 2005). Uma vez arquivado, as novas provas serão irrelevantes!

Já quanto ao posicionamento do STJ, entende-se que inquérito arquivado por

excludente de ilicitude também não pode ser desarquivado, nem com novas

provas.

Um exemplo seria o inquérito arquivado porque o autor de um homicídio agiu

em legítima defesa. Restando comprovada a atuação legítima do autor, que rea-

giu à injusta agressão para salvar a própria vida, o inquérito não poderá mais ser

desarquivado!

Incomunicabilidade durante o IP

Nosso último tópico dessa parte da aula é a incomunicabilidade do indiciado,

prevista no art. 21 do CPP. Vejamos o que diz a letra da lei:

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos au-


tos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
investigação o exigir.

Considero importante mencionar esse artigo pois sei que muitos alunos estu-

dam lendo a letra da lei (o que, inclusive, é altamente recomendável). Nesse sen-

tido, observe:

A incomunicabilidade prevista no art. 21 do CPP não existe mais. Esse artigo não

foi recepcionado pela CF/1988!

Indo ainda mais longe, é correto afirmar que não existe mais nenhuma hipó-

tese legal em que um preso, sob a vigência da CF atual, possa ficar incomunicável.

Portanto, desconsidere o art. 21 do CPP ao estudar!


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Prazos para Conclusão do IP

Mais um tópico da série que despenca em provas de concurso: prazos de

conclusão do inquérito.

Essa é uma parte muito chata da matéria. Infelizmente a única saída é ler várias

vezes, até decorar. E, acredite em mim: esses prazos realmente caem muito em

provas de concurso. Não estou exagerando!

Quando eu comecei a estudar, fiz o esquema abaixo em forma de tabela para

facilitar minha vida. E agora é hora de compartilhar com você!

Tipo de Inquérito Investigado Preso Investigado Solto


Comum (Justiça Estadual) 10 dias, improrrogáveis 30 dias, prorrogáveis
Comum (Justiça Federal) 15 dias + 15 30 dias, prorrogáveis
Lei de Tóxicos (Lei n. 11.343/2006) 30 dias + 30 90 dias + 90
IPM (Inquérito Militar) 20 dias, improrrogáveis 40 dias + 20
Crimes contra a Economia Popular 10 dias (improrrogáveis)

 Obs.: os prazos listados na tabela acima como prorrogáveis podem ser ampliados

mais de uma vez (indefinidamente), de acordo com a necessidade.

 Já os prazos fixos de prorrogação (como o prazo do inquérito com investiga-

do preso na justiça federal, 15+15) só podem ocorrer uma única vez!

“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência não é um ato – é

um hábito. ”
Aristóteles

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Inquérito Policial
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RESUMO

Vejamos um resumo dos tópicos abordados na aula de hoje.

Inquérito Policial
• Conceito:
–– É um procedimento administrativo conduzido pela polícia judiciária para
apurar uma infração penal e sua autoria, com o objetivo principal de formar
a opinião do membro do MP.

• Características:

• Instauração:
–– De ofício;
–– Por requisição de autoridades públicas;
–– Por requerimento do ofendido;
–– Por denúncia de terceiros;
–– Com a lavratura do auto de prisão em flagrante;
–– Não pode ser instaurado com base em denúncia anônima;
–– Não pode ser instaurado contra autoridades com prerrogativa de foro.
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• Arquivamento:

–– Não pode ser arquivado pela autoridade policial;

–– Quem requer o arquivamento é o membro do MP;

–– O juiz pode arquivar ou se recusar. Caso não concorde, remete ao Procura-

dor-Geral, que terá a última palavra sobre o assunto;

–– Não existe arquivamento de ofício pelo juiz;

–– Não existe arquivamento implícito de IP.

• Desarquivamento:

–– Só se pode desarquivar um inquérito em face de novas provas;

–– Não se pode desarquivar inquéritos arquivados com base na atipicidade do

fato ou em excludentes de ilicitude.

• Incomunicabilidade do Indiciado:

–– Não foi recepcionada pela CF/1988.

• Prazos para Conclusão:

Tipo de Inquérito Investigado Preso Investigado Solto


Comum (Justiça Estadual) 10 dias, improrrogáveis 30 dias, prorrogáveis
Comum (Justiça Federal) 15 dias + 15 30 dias, prorrogáveis
Lei de Tóxicos (Lei n. 11.343/2006) 30 dias + 30 90 dias + 90
IPM (Inquérito Militar) 20 dias, improrrogáveis 40 dias + 20
Crimes contra a Economia Popular 10 dias (improrrogáveis)

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciá-

ria, o órgão do Ministério Público requer o arquivamento do processado. O Juiz, por

entender que o Ministério Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou

a manifestação de arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá

a) encaminhar o Inquérito Policial à Corregedoria-Geral do Ministério Público.

b) indeferir o arquivamento do Inquérito Policial.

c) remeter o Inquérito Policial ao Procurador-Geral de Justiça.

d) indeferir o pedido de arquivamento e remeter cópias ao Procurador-Geral de

Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público.

e) remeter o Inquérito Policial à polícia judiciária para prosseguir na investigação.

2. (FCC/AL-MS/AGENTE DE POLÍCIA) A autoridade policial de uma determinada

cidade do Estado de Mato Grosso do Sul instaura inquérito policial para apurar um

crime de aborto cometido pelo médico X. No curso das investigações, a prisão pre-

ventiva do médico é decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Nes-

te caso, segundo estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá

ser concluído, a partir da data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de

a) cinco dias.

b) dez dias.

c) trinta dias.

d) quinze dias.

e) sessenta dias.

3. (FCC/MPE-PB/TÉCNICO) O Delegado de Polícia de um determinado Distrito da

cidade de Campina Grande, após receber a notícia de um crime de roubo cometido

na cidade, no qual a vítima Silvio teve o carro subtraído por um meliante no centro
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da cidade no dia 1º de maio de 2015, determina a instauração de Inquérito Policial.

No curso das investigações, especificamente no dia 4 de maio de 2015, o veículo

roubado é recuperado em poder de Manoel, o qual é conduzido ao Distrito Policial.

A vítima é chamada e reconhece Manoel como sendo o autor do crime de roubo. A

autoridade policial representa, então, ao juiz competente o qual, após manifesta-

ção do Ministério Público, decreta a prisão preventiva de Manoel, que é efetivada

no mesmo dia 4 de maio. Neste caso, o Inquérito Policial deveria estar encerrado e

relatado pelo Delegado de Polícia no prazo de

a) 15 dias após iniciado o Inquérito Policial.

b) 10 dias após iniciado o Inquérito Policial.

c) 5 dias após iniciado o Inquérito Policial.

d) 15 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.

e) 10 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.

4. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO) Jeremias foi preso em flagrante delito pelo

cometimento do fato previsto no art. 157, § 2º , I e II, do Código Penal, e no mes-

mo dia decretada a prisão preventiva com a legítima finalidade de garantir a ordem

pública. Com base nesses dados, sob pena de caracterizado o constrangimento ile-

gal (CPP, art. 648, II), impõe-se que o inquérito policial esteja concluído no prazo

máximo de

a) 60 dias.

b) 10 dias.

c) 05 dias.

d) 15 dias.

e) 30 dias.

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5. (FCC/TJ-CE/JUIZ) O inquérito policial

a) é imprescindível para a propositura da ação penal, mas não pode subsidiar com

exclusividade a prolação de sentença condenatória.

b) não pode ser retomado, se anteriormente arquivado por decisão judicial que re-

conheceu a atipicidade do fato, a requerimento do Promotor de Justiça, ainda que

obtidas provas novas.

c) deve terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, prazo que,

se excedido, levará a constrangimento ilegal sanável pela via do habeas corpus,

com prejuízo de prosseguimento do procedimento.

d) pode ser instaurado de ofício para apuração de crime de ação penal pública

condicionada.

e) não pode ser objeto de trancamento pela autoridade judiciária.

6. (FCC/TRE-RO/ANALISTA JUDICIÁRIO) A função institucional de exercer o con-

trole externo da atividade policial que lhe é atribuída pela Constituição Federal NÃO

permite que o representante do Ministério Público, no inquérito policial,

a) requisite diligências.

b) assuma a presidência do inquérito no lugar da autoridade policial.

c) acompanhe pessoalmente as provas colhidas pela autoridade policial.

d) ingresse em delegacias de cadeias a qualquer momento.

e) investigue desvios de função cometidos por policiais ao longo das investigações.

7. (FCC/MPE-AM/AGENTE TÉCNICO-JURÍDICO) João cometeu crime de ação penal

pública incondicionada; José praticou delito de ação penal pública condicionada à

representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo; Pedro

cometeu crime de ação penal de iniciativa privada que somente pode ser ajuizada

pelo ofendido ou por quem tenha qualidade para representá-lo. O delegado de po-

lícia poderá iniciar o inquérito policial, de ofício, no que concerne à acusação contra
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a) João, José e Pedro.

b) José, apenas.

c) João e José, apenas.

d) Pedro, apenas.

e) João, apenas.

8. (FCC/MPE-MA/ANALISTA) A respeito do inquérito policial, considere:

I – O inquérito policial regularmente instaurado por crime de ação penal pública

poderá ser arquivado pela autoridade policial mediante requerimento escrito

da vítima, ou de quem tenha qualidade para representá-la.

II – O inquérito, nos crimes em que a ação penal pública depender de represen-

tação, não poderá sem ela ser iniciado.

III – O ofendido ou seu representante legal e o indiciado poderão requerer qual-

quer diligência, cuja realização será obrigatoriamente determinada pela au-

toridade policial.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II.

e) III.

9. (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) O inquérito policial é um pro-

cedimento

a) formal, escrito, judicial, contraditório, inquisitório, cautelar, concomitante à ação

penal, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de apurar infrações penais

e sua autoria.
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b) informal, escrito, administrativo ou judicial, inquisitório, cautelar, preliminar à

ação penal, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de apurar infrações

penais e a sua autoria.

c) formal, escrito, administrativo ou judicial, inquisitório, cautelar, preliminar à

ação penal, presidido pela autoridade policial ou por membro do Ministério Público,

com o objetivo de apurar infrações penais e a sua autoria.

d) formal, escrito, administrativo, cautelar, preliminar à ação penal, presidido ex-

clusivamente pela autoridade policial, com o objetivo de apurar infrações penais e

a sua autoria.

e) informal, escrito, administrativo, contraditório, cautelar, preliminar à ação pe-

nal, presidido exclusivamente pela autoridade policial, com o objetivo de apurar

infrações penais e a sua autoria.

10. (FCC/MPE-PE/ANALISTA MINISTERIAL) Instaurado o inquérito policial por cri-

me de ação penal pública, a autoridade policial formulou pedido de prazo para a sua

conclusão. O juiz, no entanto, entendendo que não há prova suficiente da autoria,

a requerimento do indiciado, determinou o arquivamento dos autos. Nesse caso, o

juiz

a) só poderia ordenar o arquivamento se houvesse requerimento do Ministério Pú-

blico nesse sentido.

b) só poderia ordenar o arquivamento antes do encerramento do inquérito se hou-

vesse representação da autoridade policial nesse sentido.

c) poderia mandar arquivar o inquérito independentemente do assentimento do

Ministério Público e da autoridade policial.

d) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal privada.

e) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal pública con-

dicionada à representação do ofendido.


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11. (FCC/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao inquérito policial, é correto

afirmar que

a) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.

b) o ofendido poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a

juízo da autoridade.

c) poderá ser iniciado, por requerimento do Ministério Público, nos crimes de ação

penal privada.

d) deverá ser encerrado em cinco dias, estando o indiciado preso.

e) não pode ser iniciado de ofício, mesmo nos crimes de ação penal pública incon-

dicionada.

12. (FCC/TJ-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Estando o indiciado preso, o prazo para en-

cerramento do inquérito policial é de

a) quinze dias.

b) trinta dias.

c) vinte dias.

d) cinco dias.

e) dez dias.

13. (FCC/TRE-PR/ANALISTA JUDICIÁRIO) O inquérito policial, em regra, deverá

terminar no prazo

a) estabelecido pela autoridade policial, tendo em vista a complexidade das inves-

tigações.

b) de 10 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.

c) de 20 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

d) de 30 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.

e) de 60 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.


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14. (FCC/TRF/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Arquivado o inquérito policial por despacho

do juiz, a requerimento do Ministério Público, a ação penal

a) só poderá ser instaurada com base rer qualquer diligência.

em novas provas. e) será encaminhado ao juízo compe-

b) só poderá ser instaurada se o pedido tente desacompanhado dos instrumen-

de arquivamento do Ministério Público tos do crime, que serão destruídos na

tiver se baseado em prova falsa. delegacia de origem.

c) não poderá mais ser instaurada por


16. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁ-
ter se exaurido a atividade de acusação.
RIO) A doutrina e a jurisprudência ma-
d) não poderá mais ser instaurada, pois
joritárias admitem o denominado arqui-
implicaria revisão prejudicial ao acusa-
vamento implícito, que consiste no fato
do.
de o oferecimento de denúncia pelo Mi-
e) só poderá ser instaurada se houver
nistério Público por apenas alguns dos
requisição do Procurador-Geral de Jus-
crimes imputados ao indiciado impedir
tiça.
que os demais sejam objeto de futura

15. (FCC/TRE-RN/ANALISTA JUDICIÁ- ação penal.

RIO) O inquérito policial


17. (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICI-
a) não pode correr em sigilo, devendo
ÁRIO) O Ministério Público pode reque-
ser submetido à publicidade que rege o
rer ao juiz a devolução do inquérito à
processo penal.
autoridade policial, se necessária a rea-
b) não pode ser instaurado por requisi-
lização de nova diligência imprescindível
ção do Ministério Público.
ao oferecimento da denúncia, como, por
c) não pode ser arquivado pela auto-
exemplo, de laudo pericial do local ar-
ridade policial, mesmo se forem insufi-
rombado.
cientes as provas da autoria do delito.
18. (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDI-
d) é um procedimento que, pela sua na-
CIÁRIO) Após a realização de inquérito
tureza, não permite ao indiciado reque-
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policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autori-

dade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.

Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e

na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial,

embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, so-

mente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito.

19. (CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO) Comprovada, durante as diligências

para a apuração de infração penal, a existência de excludente de ilicitude que be-

neficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do

inquérito policial.

20. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Ainda que o con-

traditório e a ampla defesa não sejam observados durante a realização do inquérito

policial, não serão inválidas a investigação criminal e a ação penal subsequente.

21. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO) A autoridade poli-

cial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não ocor-

reu.

22. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO) Paulo e João fo-

ram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam

carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo

tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor

da Casa.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.


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Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela

polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da

denúncia.

23. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Em investigação

demandada à autoridade policial para apurar crime de ação pública, se houver indefe-

rimento de abertura de inquérito, o recurso deverá ser destinado ao chefe de polícia.

24. (CESPE/PG-DF/PROCURADOR) Segundo as normas processuais penais vigen-

tes, a autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito, salvo

se o MP, previamente consultado, concordar com tal determinação.

25. (CESPE/PCDF/AGENTE DE POLÍCIA) Considerando, por hipótese, que, devido

ao fato de estar sendo investigado pela prática de latrocínio, José tenha contratado

um advogado para acompanhar as investigações, julgue os itens a seguir.

Embora o inquérito policial seja um procedimento sigiloso, será assegurado ao ad-

vogado de José o acesso aos autos.

26. (CESPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO) O delegado de polícia, mediante

despacho nos autos do inquérito policial, poderá determinar a incomunicabilidade

do indiciado sempre que o interesse da sociedade ou a conveniência da investiga-

ção o permitir.

27. (CESPE/DPF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) O valor probatório do inquérito

policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz ab-

solva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos

colhidos na investigação.

28. (CESPE/DPF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O princípio que rege a atividade da polícia


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judiciária impõe a obrigatoriedade de investigar o fato e a sua autoria, o que resul-

ta na imperatividade da autoridade policial de instaurar inquérito policial em todos

os casos em que receber comunicação da prática de infrações penais. A ausência

de instauração do procedimento investigativo policial enseja a responsabilidade da

autoridade e dos demais agentes envolvidos, nos termos da legislação de regência,

vez que resultará em arquivamento indireto de peça informativa.

29. (CESPE/DPF/ESCRIVÃO) O prazo para a conclusão do inquérito policial referen-

te a crimes de competência da justiça federal é de 10 dias, se o réu estiver preso,

e de 30 dias, se estiver em liberdade.

30. (CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO) Via de regra, em crimes de atribuição

da polícia civil estadual, caso o indiciado esteja preso, o prazo para a conclusão

do inquérito será de quinze dias, podendo ser prorrogado; e caso o agente esteja

solto, o prazo para a conclusão do inquérito será de trinta dias, podendo, também,

ser prorrogado.

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GABARITO

1. c

2. b

3. e

4. b

5. b

6. b

7. e

8. d

9. d

10. a

11. b

12. e

13. b

14. a

15. c

16. E

17. C

18. C

19. E

20. C

21. E

22. C

23. C

24. E

25. C
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26. E

27. C

28. E

29. E

30. E

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GABARITO COMENTADO

1. (FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciá-

ria, o órgão do Ministério Público requer o arquivamento do processado. O Juiz, por

entender que o Ministério Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou

a manifestação de arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá

a) encaminhar o Inquérito Policial à Corregedoria-Geral do Ministério Público.

b) indeferir o arquivamento do Inquérito Policial.

c) remeter o Inquérito Policial ao Procurador-Geral de Justiça.

d) indeferir o pedido de arquivamento e remeter cópias ao Procurador-Geral de

Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público.

e) remeter o Inquérito Policial à polícia judiciária para prosseguir na investigação.

Letra c.

Quando o juiz não concordar com o pedido de arquivamento, deverá remeter os

autos ao Procurador-Geral. Como a questão afirma que o inquérito veio do MPE-SC,

sabemos que estamos tratando da justiça estadual. Por isso, é claro que os autos

devem ser remetidos ao PGJ (Procurador-Geral de Justiça).

2. (FCC/AL-MS/AGENTE DE POLÍCIA) A autoridade policial de uma determinada

cidade do Estado de Mato Grosso do Sul instaura inquérito policial para apurar um

crime de aborto cometido pelo médico X. No curso das investigações, a prisão pre-

ventiva do médico é decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Nes-

te caso, segundo estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá

ser concluído, a partir da data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
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a) cinco dias.

b) dez dias.

c) trinta dias.

d) quinze dias.

e) sessenta dias.

Letra b.

Questões de prazo são tristes, mas não tem o que fazer. Ler, reler e praticar! No

caso apresentado, temos um inquérito instaurado na justiça estadual, no qual o

investigado está preso. Investigado preso + justiça estadual, fica fácil: 10 dias!

3. (FCC/MPE-PB/TÉCNICO) O Delegado de Polícia de um determinado Distrito da

cidade de Campina Grande, após receber a notícia de um crime de roubo cometido

na cidade, no qual a vítima Silvio teve o carro subtraído por um meliante no centro

da cidade no dia 1º de maio de 2015, determina a instauração de Inquérito Policial.

No curso das investigações, especificamente no dia 4 de maio de 2015, o veículo

roubado é recuperado em poder de Manoel, o qual é conduzido ao Distrito Policial.

A vítima é chamada e reconhece Manoel como sendo o autor do crime de roubo. A

autoridade policial representa, então, ao juiz competente o qual, após manifesta-

ção do Ministério Público, decreta a prisão preventiva de Manoel, que é efetivada

no mesmo dia 4 de maio. Neste caso, o Inquérito Policial deveria estar encerrado e

relatado pelo Delegado de Polícia no prazo de

a) 15 dias após iniciado o Inquérito Policial.

b) 10 dias após iniciado o Inquérito Policial.

c) 5 dias após iniciado o Inquérito Policial.

d) 15 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.

e) 10 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.


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Letra e.

Essa questão é muito boa. Vamos raciocinar juntos. Estamos na justiça estadual, e o

investigado inicialmente estava solto. Logo, a autoridade policial tinha 30 dias para

concluir o inquérito. Como o indivíduo foi preso, o prazo passa a ser de 10 dias!

E agora, contar da data da prisão ou do início do inquérito? Essa é a questão! E a

resposta está no art. 10 do CPP:

“O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso

em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,

a partir do dia em que se executar a ordem de prisão...”

Aí ficou fácil, certo! Dez dias, a contar da data da efetivação da prisão!

4. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO) Jeremias foi preso em flagrante delito pelo

cometimento do fato previsto no art. 157, § 2º , I e II, do Código Penal, e no mes-

mo dia decretada a prisão preventiva com a legítima finalidade de garantir a ordem

pública. Com base nesses dados, sob pena de caracterizado o constrangimento ile-

gal (CPP, art. 648, II), impõe-se que o inquérito policial esteja concluído no prazo

máximo de

a) 60 dias.

b) 10 dias.

c) 05 dias.

d) 15 dias.

e) 30 dias.

Letra b.

Veja como a banca gosta de cobrar prazos de conclusão do inquérito. Aqui também

não tem segredo. Réu preso e delito de competência da justiça estadual. Dez dias,

e pronto!
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5. (FCC/TJ-CE/JUIZ) O inquérito policial

a) é imprescindível para a propositura da ação penal, mas não pode subsidiar com

exclusividade a prolação de sentença condenatória.

b) não pode ser retomado, se anteriormente arquivado por decisão judicial que re-

conheceu a atipicidade do fato, a requerimento do Promotor de Justiça, ainda que

obtidas provas novas.

c) deve terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, prazo que,

se excedido, levará a constrangimento ilegal sanável pela via do habeas corpus,

com prejuízo de prosseguimento do procedimento.

d) pode ser instaurado de ofício para apuração de crime de ação penal pública

condicionada.

e) não pode ser objeto de trancamento pela autoridade judiciária.

Letra b.

Conforme estudamos, o STF entende que, uma vez arquivado o IP por decisão que

reconheceu a atipicidade do fato, o mesmo não poderá ser desarquivado, mesmo

com a descoberta de novas provas.

6. (FCC/TRE-RO/ANALISTA JUDICIÁRIO) A função institucional de exercer o con-

trole externo da atividade policial que lhe é atribuída pela Constituição Federal NÃO

permite que o representante do Ministério Público, no inquérito policial,

a) requisite diligências.

b) assuma a presidência do inquérito no lugar da autoridade policial.

c) acompanhe pessoalmente as provas colhidas pela autoridade policial.

d) ingresse em delegacias de cadeias a qualquer momento.

e) investigue desvios de função cometidos por policiais ao longo das investigações.

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Letra b.

O representante do MP tem muito poder (visto que o órgão ministerial é o titular

da ação penal). Entretanto, conforme estudamos, a presidência do inquérito policial

é prerrogativa apenas da autoridade policial, de forma privativa, não podendo ser

suprida nem mesmo pelo membro do MP.

7. (FCC/MPE-AM/AGENTE TÉCNICO-JURÍDICO) João cometeu crime de ação penal

pública incondicionada; José praticou delito de ação penal pública condicionada à

representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo; Pedro

cometeu crime de ação penal de iniciativa privada que somente pode ser ajuizada

pelo ofendido ou por quem tenha qualidade para representá-lo. O delegado de po-

lícia poderá iniciar o inquérito policial, de ofício, no que concerne à acusação contra

a) João, José e Pedro.

b) José, apenas.

c) João e José, apenas.

d) Pedro, apenas.

e) João, apenas.

Letra e.

Essa é da série “questões gratuitas”! Conforme abordamos ao tratar do oficiosida-

de, apenas na ação penal pública incondicionada (que é a regra) é que a autoridade

policial pode iniciar o inquérito policial de ofício. Sendo assim, apenas no caso de

João é que ele poderá proceder sem ser provocado ou autorizado!

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8. (FCC/MPE-MA/ANALISTA) A respeito do inquérito policial, considere:

I – O inquérito policial regularmente instaurado por crime de ação penal pública

poderá ser arquivado pela autoridade policial mediante requerimento escrito

da vítima, ou de quem tenha qualidade para representá-la.

II – O inquérito, nos crimes em que a ação penal pública depender de represen-

tação, não poderá sem ela ser iniciado.

III – O ofendido ou seu representante legal e o indiciado poderão requerer qual-

quer diligência, cuja realização será obrigatoriamente determinada pela au-

toridade policial.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II.

e) III.

Letra d.

Essa é uma questão excelente. Vamos analisar cada um dos itens.

I. Errado. Autoridade policial não pode arquivar autos de inquérito, em hipótese

alguma.

II. Certo. É uma exceção à oficiosidade do inquérito policial, conforme estudamos.

III. Errado. A realização de diligências, nesses casos, é discricionária (a autorida-

de policial fará apenas se entender que deve). Lembre-se da discricionariedade do

inquérito policial. É importante observar, no entanto, que as requisições do juiz e

do MP têm caráter de ordem, sendo, portanto, obrigatórias!

Diante do exposto, só resta marcar que apenas o inciso II está correto!

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9. (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS) O inquérito policial é um pro-

cedimento

a) formal, escrito, judicial, contraditório, inquisitório, cautelar, concomitante à ação

penal, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de apurar infrações penais

e sua autoria.

b) informal, escrito, administrativo ou judicial, inquisitório, cautelar, preliminar à

ação penal, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de apurar infrações

penais e a sua autoria.

c) formal, escrito, administrativo ou judicial, inquisitório, cautelar, preliminar à

ação penal, presidido pela autoridade policial ou por membro do Ministério Público,

com o objetivo de apurar infrações penais e a sua autoria.

d) formal, escrito, administrativo, cautelar, preliminar à ação penal, presidido ex-

clusivamente pela autoridade policial, com o objetivo de apurar infrações penais e

a sua autoria.

e) informal, escrito, administrativo, contraditório, cautelar, preliminar à ação pe-

nal, presidido exclusivamente pela autoridade policial, com o objetivo de apurar

infrações penais e a sua autoria.

Letra d.

Questão pesada, na qual o examinador cobrou praticamente todas as característi-

cas do inquérito policial.

A assertiva correta é a letra D: formal, escrito, administrativo, cautelar, preliminar

à ação penal, presidido exclusivamente pela autoridade policial com o objetivo de

apurar infrações penais e sua autoria.

Uma observação importante é sobre o inquérito policial ser CAUTELAR. Embora

não seja um termo muito utilizado, realmente o IP tem essa natureza de cautela,

no sentido de que deve ser instaurado tempestivamente para impedir que algumas

provas possam vir a se perder com o decurso do prazo.


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10. (FCC/MPE-PE/ANALISTA MINISTERIAL) Instaurado o inquérito policial por crime

de ação penal pública, a autoridade policial formulou pedido de prazo para a sua

conclusão. O juiz, no entanto, entendendo que não há prova suficiente da autoria, a

requerimento do indiciado, determinou o arquivamento dos autos. Nesse caso, o juiz

a) só poderia ordenar o arquivamento se houvesse requerimento do Ministério Pú-

blico nesse sentido.

b) só poderia ordenar o arquivamento antes do encerramento do inquérito se hou-

vesse representação da autoridade policial nesse sentido.

c) poderia mandar arquivar o inquérito independentemente do assentimento do

Ministério Público e da autoridade policial.

d) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal privada.

e) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal pública con-

dicionada à representação do ofendido.

Letra a.

Questão muito boa, para a qual basta lembrar que o arquivamento do IP só pode

ser realizado pelo juiz se houver requerimento do MP (pois ele é o titular da ação

penal)!

Lembre-se: juiz nunca pode arquivar o IP de ofício, sem manifestação do Ministério

Público!

11. (FCC/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao inquérito policial, é correto

afirmar que

a) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.

b) o ofendido poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a

juízo da autoridade.

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c) poderá ser iniciado, por requerimento do Ministério Público, nos crimes de ação

penal privada.

d) deverá ser encerrado em cinco dias, estando o indiciado preso.

e) não pode ser iniciado de ofício, mesmo nos crimes de ação penal pública incon-

dicionada.

Letra b.

O ofendido pode sim requerer diligências. Como a requisição não tem caráter de

ordem, a autoridade policial realiza se entender que deve. Tal previsão, inclusive,

está expressa no art. 14 do CPP!

Vamos analisar essa questão caso a caso.

a) Errada. A autoridade policial não pode arquivar autos de inquérito.

c) Errada. Nos crimes de ação penal privada, será necessária a queixa do ofendido

(querelante). O MP é o titular da ação penal pública – não da privada!

d) Errada. No caso de indiciado preso, são 10 dias, e não 5, como afirma a ques-

tão.

e) Errada. Nos casos de ação penal pública incondicionada não só se pode, como

se DEVE iniciar o IP de ofício!

12. (FCC/TJ-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Estando o indiciado preso, o prazo para en-

cerramento do inquérito policial é de

a) quinze dias.

b) trinta dias.

c) vinte dias.

d) cinco dias.

e) dez dias.

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Letra e.

Se o examinador não especificar qual é a justiça na qual irá tramitar o processo

(estadual ou federal), presuma que ele está falando da justiça estadual (pois a pre-

visão genérica contida no art. 10 do CPP é para a justiça estadual).

Com isso em mente, fica fácil a questão. Justiça estadual + indiciado preso = 10

dias!

13. (FCC/TRE-PR/ANALISTA JUDICIÁRIO) O inquérito policial, em regra, deverá

terminar no prazo

a) estabelecido pela autoridade policial, tendo em vista a complexidade das inves-

tigações.

b) de 10 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.

c) de 20 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

d) de 30 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.

e) de 60 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Letra b.

Nessa o examinador incluiu o tipo da prisão para te confundir. Não ligue para esse

detalhe – ele é simplesmente irrelevante. O importante é o prazo ser compatível

com o previsto no CPP!

A resposta com certeza você já sabe – tendo em vista a frequência com que a ban-

ca examinadora cobra esse tema. Indiciado preso = 10 dias!

14. (FCC/TRF/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Arquivado o inquérito policial por despacho

do juiz, a requerimento do Ministério Público, a ação penal

a) só poderá ser instaurada com base em novas provas.


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b) só poderá ser instaurada se o pedido de arquivamento do Ministério Público tiver

se baseado em prova falsa.

c) não poderá mais ser instaurada por ter se exaurido a atividade de acusação.

d) não poderá mais ser instaurada, pois implicaria revisão prejudicial ao acusado.

e) só poderá ser instaurada se houver requisição do Procurador-Geral de Justiça.

Letra a.

Conforme estudamos, nos casos em que o inquérito seja a fonte dos elementos de

justa causa, ele será a base para a ação penal subsequente.

Nesses casos, se o inquérito for arquivado, via de regra, ele só poderá ser desar-

quivado para o prosseguimento da ação penal se surgirem novas provas!

15. (FCC/TRE-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO) O inquérito policial

a) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à publicidade que rege o pro-

cesso penal.

b) não pode ser instaurado por requisição do Ministério Público.

c) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se forem insuficientes

as provas da autoria do delito.

d) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao indiciado requerer

qualquer diligência.

e) será encaminhado ao juízo competente desacompanhado dos instrumentos do

crime, que serão destruídos na delegacia de origem.

Letra c.

Autoridade policial não arquiva autos de inquérito.

Essa questão merece uma análise de todas as assertivas. Vamos lá!

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a) Errada. Pelo contrário, o IP é um procedimento sigiloso!

b) Errada. O MP pode sim requisitar a instauração de inquérito à autoridade poli-

cial (o que inclusive tem caráter de ordem).

d) Errada. O indiciado pode sim requerer diligências à autoridade policial (art. 14

do CPP), que só as realizará, no entanto, se entender que deve.

e) Errada. Sobre esse ponto ainda não havíamos comentado. Os instrumentos do

crime não serão destruídos na delegacia de origem, pois devem acompanhar os

autos do inquérito, por expressa previsão do CPP (art. 11).

16. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO) A doutrina e a jurisprudência majori-

tárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o

oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes

imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal.

Errado.

Conforme estudamos, o arquivamento implícito não é admitido em nosso ordena-

mento jurídico, por força da jurisprudência majoritária.

17. (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO) O Ministério Público pode requerer ao

juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a realização de

nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de

laudo pericial do local arrombado.

Certo.

Exatamente isso. O MP tem o poder de requerer ao juiz a devolução de inquérito se

entender que existem diligências imprescindíveis para o oferecimento da denúncia.


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18. (CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO) Após a realização de inquérito policial

iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade po-

licial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.

Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e

na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial,

embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, so-

mente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito.

Certo.

Isso mesmo! O juiz pode sim requisitar a instauração de inquérito policial ao dele-

gado de polícia, porém o indiciamento é ato privativo da autoridade policial, e só

ela pode fazê-lo.

19. (CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO) Comprovada, durante as diligências

para a apuração de infração penal, a existência de excludente de ilicitude que be-

neficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do

inquérito policial.

Errado.

Repetimos esse ponto várias vezes, pois o examinador simplesmente adora bater

nessa tecla: delegado de polícia não pode determinar arquivamento de inquérito

policial! Não importa se existiam excludentes de ilicitude. Essa regra não possui

exceção!

20. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Ainda que o con-

traditório e a ampla defesa não sejam observados durante a realização do inquérito

policial, não serão inválidas a investigação criminal e a ação penal subsequente.


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Certo.

Exatamente. O IP é um procedimento inquisitivo e não observa o contraditório e

a ampla defesa. Entretanto, isso não é uma nulidade – é da própria natureza do

procedimento, a qual visa privilegiar a verdade real.

21. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO) A autoridade poli-

cial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato criminoso não ocorreu.

Errado.

De novo essa história de delegado arquivar inquérito policial. Não pode, em hipó-

tese alguma. Não tem conversa. Assertiva errada!

22. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/TÉCNICO LEGISLATIVO) Paulo e João fo-

ram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam

carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo

tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor

da Casa.

Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela

polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da

denúncia.

Certo.

O IP é sim um procedimento DISPENSÁVEL. Se a justa causa da ação penal puder

ser obtida de outras formas, a ação poderá ser intentada sem que se instaure um

inquérito policial, sem problema algum!


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23. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Em investigação

demandada à autoridade policial para apurar crime de ação pública, se houver indefe-

rimento de abertura de inquérito, o recurso deverá ser destinado ao chefe de polícia.

Certo.

É exatamente o que diz a norma do art. 5º, parágrafo segundo, do CPP. Letra da

lei, pura e simples!

24. (CESPE/PG-DF/PROCURADOR) Segundo as normas processuais penais vigen-

tes, a autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito, salvo

se o MP, previamente consultado, concordar com tal determinação.

Errado.

Até em prova de procurador caem questões sobre o arquivamento por parte do

delegado de polícia. A essa altura você com certeza já está vacinado(a)! Nem se o

MP concordar o inquérito poderá ser arquivado pela autoridade policial.

25. (CESPE/PCDF/AGENTE DE POLÍCIA) Considerando, por hipótese, que, devido

ao fato de estar sendo investigado pela prática de latrocínio, José tenha contratado

um advogado para acompanhar as investigações, julgue os itens a seguir.

Embora o inquérito policial seja um procedimento sigiloso, será assegurado ao ad-

vogado de José o acesso aos autos.

Certo.

Um dos indivíduos ao qual não se aplica o sigilo do Inquérito Policial é justamente o

defensor (advogado). Por força do estatuto da OAB, conforme estudamos, ele terá

sim acesso aos autos do inquérito, bastando que, para isso, apresente procuração

que o permita fazê-lo em nome de seu cliente!


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26. (CESPE/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO) O delegado de polícia, mediante

despacho nos autos do inquérito policial, poderá determinar a incomunicabilidade

do indiciado sempre que o interesse da sociedade ou a conveniência da investiga-

ção o permitir.

Errado.

Não existe mais incomunicabilidade do indiciado, em nenhuma hipótese! Conforme

estudamos, a norma do art. 21 do CPP não foi recepcionada pela CF/1988.

27. (CESPE/DPF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) O valor probatório do inquérito

policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz ab-

solva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos

colhidos na investigação.

Certo.

É isso mesmo. Embora, via de regra, seja vedada a condenação do acusado apenas

com base em provas colhidas na fase de inquérito (por ausência do contraditório),

a absolvição do réu é perfeitamente possível!

28. (CESPE/DPF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) O princípio que rege a atividade da polícia

judiciária impõe a obrigatoriedade de investigar o fato e a sua autoria, o que resul-

ta na imperatividade da autoridade policial de instaurar inquérito policial em todos

os casos em que receber comunicação da prática de infrações penais. A ausência

de instauração do procedimento investigativo policial enseja a responsabilidade da

autoridade e dos demais agentes envolvidos, nos termos da legislação de regência,

vez que resultará em arquivamento indireto de peça informativa.


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Errado.

Não se assuste com essas questões com enunciados gigantes. O examinador só

quer te distrair. A chave da questão está no fim: “o que resultará no arquivamento

indireto da peça informativa”. Negativo! Nosso ordenamento jurídico não admite o

arquivamento indireto do inquérito policial. Pode parar por aí!

29. (CESPE/DPF/ESCRIVÃO) O prazo para a conclusão do inquérito policial referen-

te a crimes de competência da justiça federal é de 10 dias, se o réu estiver preso,

e de 30 dias, se estiver em liberdade.

Errado.

Prazos, como sempre, basta decorar. Não tem muito segredo! Na questão acima, os

prazos são, na verdade, 15+15 para investigado preso, e 30 dias prorrogáveis em

caso de investigado solto. Assertiva incorreta!

30. (CESPE/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO) Via de regra, em crimes de atribuição

da polícia civil estadual, caso o indiciado esteja preso, o prazo para a conclusão

do inquérito será de quinze dias, podendo ser prorrogado; e caso o agente esteja

solto, o prazo para a conclusão do inquérito será de trinta dias, podendo, também,

ser prorrogado.

Errado.

Negativo! O prazo de conclusão do inquérito de atribuição da justiça estadual, com

investigado preso, é de 10 dias, e não 15, como afirma a questão.

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