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DIREITO BANCÁRIO

Facilitador: Prof. Dr. Francisco Paulo Brandão Aragão


Discente: Eduardo Martins de Mendonça Gomes

Crédito Documentário ou Carta de Crédito (L/C).

DEFINIÇÃO

Em termos simples, uma carta de crédito é um compromisso bancário de pagamento separado de


operações de vendas ou outros contratos em que se baseia. É uma maneira de reduzir os riscos de
pagamento associados ao movimento de mercadorias.
É um compromisso escrito por um banco (banco emissor) dado ao vendedor (beneficiário), a pedido
e de acordo com instruções de pagamento do comprador (requerente) — podendo ser o pagamento
ser a vista (at sight), ou prazo mediante aceite ou negociação de letras de câmbio (drafts ou bill of
exchange) — até um montante determinado, contra documentos estipulados e dentro de um prazo
estabelecido.
Por sua natureza os créditos documentários, são utilizados basicamente nas operações de comercio
exterior, relacionados a importação de bens tangíveis, entretanto, existem outras modalidades de
“carta crédito” que podem garantir, sob certas condições, operações ou negócios não vinculados ao
comercio de bens, como por exemplo na importação de serviços.
É uma modalidade de operação regulamentada pela Câmara de Comércio Internacional (CCI), Paris,
pela Publicação 600.
Embora seja regulamento de aceitação universal, para que um crédito, seja submetido as regras da
Uniform Customs and Pratice for Documentary Credits (2007 revision) UCP 600 (ou qualquer
outra versão anterior ou posterior) é obrigatória sua indicação no expressa no corpo do Crédito,
como veremos mais adiante.

PORQUE USAR UMA CARTA DE CRÉDITO?

A necessidade de uma carta de crédito é uma consideração no curso das negociações entre o
comprador e o vendedor quando a importante questão do método de pagamento está sendo discutida.
O pagamento de uma operação comercial pode ser feito de várias maneiras diferentes: pelo comprador
remetendo recursos diretamente para a conta do vendedor (Remessa sem Saque/Open Account);
através de cobrança documentaria através de um banco (Cobrança/Collection) quando o comprador
paga ao banco cobrador, que por sua vez credita a conta do vendedor em troca do envio de documentos
que incluem, na maioria dos casos, os documentos de posse das mercadorias (Fatura e Conhecimento
de Embarque). Nos referidos métodos de pagamento, o vendedor depende totalmente da vontade e da
capacidade do comprador de efetuar o pagamento da transação comercial.
Quando o vendedor tem dúvidas sobre a solvabilidade do comprador e deseja assegurar pagamento
pontual da transação comercial, o vendedor pode exigir que o contrato de venda preveja o pagamento
por carta de crédito irrevogável.
Além disso, se o banco emissor da carta de crédito (banco emissor) é desconhecido para o vendedor
ou se o vendedor não tem certeza da capacidade do banco emissor de honrar sua obrigação, o vendedor
pode, com a aprovação do banco emissor, solicitar ao seu próprio banco ou a um banco que ele
conhece ou confia para a assumir o risco do banco emissor, confirmando a carta de crédito.
Nas operações comerciais garantidas por um crédito documentário, o pagamento da importação é
assegurado pelo banco (emitente) desde que o Beneficiário (exportador) comprove o seu cumprimento
(termos e condições), mediante a apresentação de certos documentos exigidos no texto da própria
carta de crédito.
Via de regra, é uma modalidade de pagamento previamente acordada entre o importador e o
exportador, considerado nesse caso situações envolvendo o risco de crédito do importador ou risco
soberano do país do importador, ou, quando os valores das operações comerciais superam os limites
operacionais ou de crédito franqueados pelo exportador ao importador ou ao país do importador.

BENEFÍCIOS DA CARTA DE CRÉDITO

PARA O EXPORTADOR/VENDEDOR

• Cartas de crédito abre as portas ao comércio internacional, fornecendo um


mecanismo seguro de pagamento no momento do cumprimento das obrigações
contratuais.
• Um banco substituí o vendedor como principal pagador dos bens ou serviços
exportados.
• O banco emissor se compromete a efetuar o pagamento, desde que todos os termos
e condições estipuladas na carta de crédito sejam respeitadas.
• Oportunidades, tais como financiamento pré-embarque, garantidos por uma carta
de crédito, financiamento e/ou desconto de saques sacados sob cartas de crédito,
estão disponíveis em muitos países.
• O conhecimento e experiência do banco ajuda que as transações de comércio
sejam conduzidas com menor risco.
• Pagamento da mercadoria exportada pode ser efetuado ao banco de seu
relacionamento ou um banco de sua livre escolha.
PARA O IMPORTADOR/COMPRADOR

• Pagamento só será feito para o exportador/vendedor quando são respeitadas os


termos e condições da carta de crédito.
• O importador pode controlar as datas de envio das mercadorias que estão sendo
comprados.
• Os recusos do seu caixa não ficam comprometidos.

REGRAS UNIFORMES E PRÁTICAS GERAIS ENVOLVIDAS NO CRÉDITO

As regras uniformes e práticas para créditos documentário é um conjunto de regras


estabelecidas internacionalmente por um acordo que envolvem todas as partes
relacionadas ao crédito em todos os tipos de operações de crédito. As regras, que foram
aprovadas pela câmara de comércio internacional, em Viena, em 1933, foram revistas
várias vezes e são utilizadas pelos bancos em praticamente todos os países.

As regras uniformes e prática para créditos documentário (UCP600), atualmente em vigor,


é um conjunto de regras que, quando não em contravenção com as leis locais, são
vinculativas para as partes que as adotaram ou a elas se subordinaram. A autoridade do
UCP (Uniform Customs and Pratices) reside na sua aceitação universal, que é
reconhecida por uma declaração estabelecida na própria carta de crédito.

PRINCÍPIOS GERAIS DA UCP

• Os créditos, por sua natureza, são transações separadas e independentes de


contratos de venda ou qualquer tipo de contrato, sobre os quais possam estar
baseados nos termos do artigo 4º da UCP 600. Os bancos intervenientes no
crédito, não são de forma alguma, relacionados ou ligados a estes contratos,
mesmo que seja feita referência a eles no crédito.
• Os Bancos negociam estritamente documentos e ignoram a característica das
mercadorias, da qualidade dos serviços ou da performance do beneficiário do
crédito nos termos do artigo 5º da UCP 600. Os bancos intervenientes no crédito,
não são de forma alguma, responsáveis por qualquer defeito, qualidade, ou
divergência entre os produtos e serviços entregues com aqueles informados nos
documentos.
• Antes de ser efetuado o pagamento ou aceitação de saques, os bancos têm a
responsabilidade pela análise dos documentos para garantir que eles
aparentemente estão em conformidade com os termos e condições da carta de
crédito.
• Bancos não assumem nenhuma responsabilidade pela: forma ou a autenticidade
dos documentos; para as mercadorias descritas nos documentos; ou pela
performance do vendedor dos bens.

FUNÇÕES DOS BANCOS

BANCO EMITENTE OU INSTITUIDOR (ISSUING BANK): É o banco que, em


conformidade com a proposta de abertura de carta de crédito emitido pelo importador
e o contrato de abertura de carta de crédito firmado com o tomador do crédito, emite
a carta de crédito segundo as instruções contidas na proposta e previamente acordadas
entre as partes.Suas responsabilidades estão definidas no artigo 7º da UCP 600.

BANCO AVISADOR (ADVISING BANK): aquele que, a pedido do banco emitente,


faz chegar ao conhecimento do beneficiário a existência e as condições do crédito,
transmitindo-lhe os seus termos, sem qualquer responsabilidade de sua parte. O Banco
avisador também deve conferir a aparente autenticidade da carta de crédito. Suas
responsabilidades estão definidas no artigo 9º da UCP 600.

BANCO CONFIRMADOR (CONFIRMING BANK): aquele que, a pedido do


banco instituidor, ou atendendo à solicitação do beneficiário (nesse caso sem
responsabilidade do banco instituidor), ratifica o crédito, constituindo essa ratificação
obrigação firme de sua parte de pagar ao beneficiário o valor do crédito
(adicionalmente à obrigação do banco instituidor), e sem direito de regresso contra o
beneficiário do crédito, exceto se a confirmação for solicitada por este. Portanto é o
avalista do banco emitente. Suas responsabilidades estão definidas no artigo 8º da
UCP 600.

BANCO NEGOCIADOR (NEGOTIATING OR NOMINATED BANK): aquele


especificamente nomeado no crédito (Nominated Bank) para negociar os documentos
apresentados pelo beneficiário, chamado no jargão cambial de crédito com
negociação restrita ou, quando o crédito for livremente negociável caso em que poderá
figurar como banco negociador qualquer banco (Negotiating Bank), acatando a
documentação exigida , cumpre o crédito, isto é, paga o valor ao beneficiário, ou
aceita as letras de câmbio (Bill of Exchange) por ele emitidas, para pagamento no
vencimento. Cabe ao Banco Negociador realizar a análise dos documentos
apresentados pelo beneficiário e considera-los como bons ou discrepantes em relação
ao crédito. Suas responsabilidades estão definidas no artigo 12º da UCP 600.

BANCO REEMBOLSADOR (REIMBURSING BANK): é o banco nomeado e


autorizado pelo banco emitente para pagar o crédito ao banco negociador. Suas
responsabilidades estão definidas no artigo 13º da UCP 600.

MODALIDADES DE CRÉDITO DOCUMENTARIO

O crédito documentado pode revestir-se de várias modalidades, com relação ao conteúdo


obrigacional. Há quatro características básicas de cartas de crédito, cada uma delas tem
duas opções. Estas são descritas abaixo.

Cada carta de crédito pode ter uma combinação de cada uma das quatro características.

Todos os créditos devem indicar, claramente, se são revogáveis ou irrevogáveis;


confirmados ou não confirmados, transferíveis ou intransferíveis na ausência dessa
indicação, o crédito será considerado revogável, não confirmado e intransferível.

REVOGÁVEL OU IRREVOGÁVEL (REVOCABLE OU IRREVOCABLE)

Crédito revogável é aquele que pode ser alterado ou cancelado a qualquer momento, sem
aviso prévio ao beneficiário. Seu uso vem caindo, vez que o exportador não quer correr o
risco de ter o crédito alterado ou cancelado unilateralmente pelo tomador, às vésperas do
embarque da mercadoria já preparada.

Normalmente, o crédito revogável é utilizado por empresas do mesmo grupo financeiro,


interligadas ou multinacionais, já que dado o relacionamento entre o comprador e o
vendedor entende-se que vai ser cumprido dentro do prazo de validade, sem maiores
formalidades.

Os créditos revogáveis não se subordinam as regras UCP 600 e dificilmente serão


confirmados, por um Banco Confirmador.

O crédito documentário irrevogável é a forma mais usual no comércio internacional. É


fixado quando o banco assume o firme e irretratável compromisso de pagamento ou de
aceitar saques sacados contra o crédito mediante a entrega dos documentos exigidos no
crédito.

Não pode ser alterado ou cancelado sem a concordância de todas as partes envolvidas. A
aceitação mesmo que parcial de uma alteração não produzirá efeito sem a concordância
de todas as partes intervenientes e interessadas.

O crédito irrevogável, portanto, dá menos flexibilidade ao comprador (tomador). De outra


parte, dá ao vendedor maior segurança de pagamento já que a ordem não pode ser
revogada ao bel prazer de quaisquer das partes.

NÃO CONFIRMADA OU CONFIRMADA (UNCONFIRMED OR CONFIRMED)

Uma carta de crédito não confirmada carrega a obrigação do banco emissor de honrar
todas as negociações de documentos havidas sobre o crédito, desde que os termos e
condições da carta de crédito, forem cumpridas.

Uma carta de crédito confirmada carrega adicionalmente a obrigação de outro banco, que
normalmente é conhecido pelo beneficiário ou está localizado no país do beneficiário,
dando ao beneficiário o conforto de lidar com um banco conhecido ou de sua confiança.

TRANSFERÍVEL OU INTRANSFERÍVEL (TRANSFERABLE OR


INTRANSFERABLE)

Crédito transferível é a aquele que o beneficiário tem o direito de solicitar ao banco


designado (Transferring Bank) que torne o crédito utilizável no todo ou em parte, por
outra ou outras partes (segundos beneficiários), conforme artigo 38º da UCP 600.

É normalmente é usado quando o primeiro beneficiário não pode ele próprio fornecer as
mercadorias, pois é um agente ou um intermediário; por isso, deseja transferir parte, ou o
total de seus direitos e obrigações a um outro fornecedor, ou a outros fornecedores, como
segundos beneficiários.

O crédito transferível somente pode ser transferido uma única vez. Frações dele (que no
total não excedam o valor do crédito) podem ser transmitidas separadamente, desde que
não tenham sido proibidos embarques parciais e o conjunto de tais transferências em
separado será considerado como constituindo uma só.

É preciso notar que um crédito somente pode ser instituído como “transferível” sob
específicas instruções do tomador. Isto quer dizer que tanto a solicitação do crédito como
o crédito propriamente dito devem mostrar claramente que o crédito é transferível, e
somente o crédito irrevogável será instituído dessa forma.

Já o crédito intransferível, como sua própria característica determina, somente pode ser
utilizado pelo beneficiário citado na carta de crédito.

A VISTA OU A PRAZO (SIGHT OR TERM/USANCE)

Cartas de crédito pode permitir que o beneficiário seja pago imediatamente, mediante a
apresentação dos documentos especificados (carta de crédito à vista), ou em uma data
futura, conforme estabelecido no contrato de venda (carta de crédito a prazo).

CARACTERISTICAS ESPECIAIS DE CRÉDITO DOCUMENTARIO

CRÉDITO ROTATIVO (REVOLVING CREDIT)

É aquele onde, sob condições e termos próprios, o valor é renovado ou restabelecido sem
necessidade de emenda específica. Pode ser revogável ou irrevogável. Pode, ainda, ser
revogável em relação ao tempo, ou ao valor.

EM RELAÇÃO AO TEMPO

No caso de um crédito instituído como rotativo em relação ao tempo, isto é utilizável até
determinada importância por mês, durante um período pré-fixado, por exemplo, 12 (doze)
meses, o crédito é utilizável automaticamente por aquele valor, em cada mês,
independentemente da qualquer quantia que tenha sido sacada durante o mês anterior,
dentro do limite pactuado. Tal crédito pode ser cumulativo ou não cumulativo. Se o
crédito estabelece ser cumulativo, qualquer soma não utilizada durante um período fica
acumulada e pode ser utilizada durante período ou períodos subsequentes. Se o crédito é
não cumulativo, qualquer soma não utilizada no período não mais poderá ser utilizada,
isto é, não fica acumulada para o período ou períodos subsequentes.

EM RELAÇÃO AO VALOR

Nesses casos a importância (valor) do crédito é restabelecida após a utilização, dentro de


um dado período de validade. Pode o crédito estipular o restabelecimento automático
imediatamente após a apresentação dos documentos especificados, ou pode estipular o
restabelecimento somente após a recepção dos documentos pelo banco emitente. Este tipo
de crédito envolve o tomador (comprador) e o banco emitente em responsabilidades
incalculáveis, razão por que não é de uso comum. Para dar um maior grau de controle, é
necessário especificar o valor geral total que pode ser sacado sob o crédito. Tal importância
deverá ser decidida pelo tomador e pelo beneficiário para satisfazer suas exigências, e com
a concordância do banco emitente.

Um crédito para o valor total de mercadorias a serem embarcadas, mas exigindo


quantidades específicas para embarque semanal, quinzenal, mensal, e permitindo
embarques parciais (partial shipments), não é um crédito rotativo; é um crédito utilizável
parceladamente.

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