Resenha Crítica - “Superando Desafios Metodológicos” Ostrom, Poteete e Janssen.
Basicamente o texto trata de uma questão muito delicada as ciências humanas: a
questão dos métodos. Gosto as vezes de visitar a etimologia das palavras, pois de certo modo ajuda a entender do que estamos falando afinal. A origem da palavra é grega (methodos) meta significa “por meio de” e hodos significa “caminho”. Há vários caminhos possíveis para um determinado fim, o método afinal é a escolha de um desses caminhos, porém ele não pode vir desacompanhado da técnica que é o conjunto de procedimentos necessários para se trilhar um caminho. Se o método é a estrada, a técnica são as botas para andar nessa estrada. As ciências humanas não tem um consenso de qual conjunto é melhor, ou mesmo um padrão fixo de aplicabilidade de um método. Na realidade o texto destaca a possibilidade de combinação entre diversos métodos na elaboração de uma pesquisa, para além da discussão quanti e quali, o que é destacado aqui é talvez uma identidade caótica desse modo de fazer ciência tão contestado por ser diferente das ciências naturais. As ciências naturais, através de um método de simplificação, tem um controle maior das variáveis, por tanto têm um resposta mais sólida aos fenômenos, mesmo que de forma incompleta. No meu modo de ver o objeto das exatas tem uma constância maior no tempo, ele se altera lentamente, enquanto que o objeto das humanas é um ente criativo, dotado de vontade e que está a todo tempo a fazer transformações. Obviamente que qualquer tentativa dura de explicação vai falhar piamente nesse campo. A multiplicidade dentro das ciências humanas deveria ser abraçada como uma dádiva divina, ela não menos do que o reflexo da veia criativa humana capaz de inventar coisas únicas. O risco maior aqui é do relativismo, mas se todos os cuidados forem tomados, as ciências do humano deveria assumir para si a sua identidade e sua posição única dentro do corpo de conhecimento. O texto parece colaborar com isso ao colocar os problemas, desafios e limitações, como por exemplo a formação de profissionais capacitados a avaliar as pesquisas que usam de multimétodos, ou a mudança de incentivo na formação das pessoas, incentivo para as obras colaborativas. Eu vejo isso como um bom caminho a ser seguido, afinal, quando vamos montar um móvel ou reformá-lo, não pegamos um martelo e está tudo resolvido, na realidade temos uma caixa de ferramentas, e as vezes uma função pode ser executada por uma ou mais ferramentas diferentes. Da mesma forma construímos ou reformamos o conhecimento nas ciências humanas. Mas devo confessar que a pesar de todo meu discurso, sou inexperiente na área. Sou apenas um estudante de graduação que utilizou algumas técnicas brevemente.