Vous êtes sur la page 1sur 4

GEOLOGIA ESTRUTURAL DO COMPLEXO CRUZETA NA FOLHA

MOMBAÇA (SB.24-V-D-V) - CEARÁ

João Luís Carneiro Naleto1, Felipe Grandjean da Costa1, Carlos Eduardo Ganade de
Araújo1, Antonio Maurílio Vasconcelos1
1
CPRM-Serviço Geológico do Brasil, Av. Antonio Sales 1418, CEP 60135-101, Fortaleza-CE,
joao.naleto@cprm.gov.br

INTRODUÇÃO
Este trabalho contém os dados preliminares referentes à Geologia Estrutural do
Complexo Cruzeta (região central do Estado do Ceará) oriundos do mapeamento geológico
em escala 1:100.000 da Folha Mombaça (SB.24-V-D-V), que se encontra em execução pela
CPRM – Serviço Geológico do Brasil – Residência de Fortaleza.

CONTEXTO GEOLÓGICO
O Complexo Cruzeta, amplamente exposto no designado “Maciço de Tróia” (Brito
Neves, 1975), situa-se no Domínio Ceará Central, na porção setentrional da Província
Borborema e, segundo Vasconcelos et al. (1998), é compreendido por três unidades arqueanas
retrabalhadas no Proterozóico: Mombaça, Pedra Branca e Tróia.
A Unidade Mombaça é composta por uma associação gnáissico-migmatítica
homogênea com predomínio de biotita gnaisses e biotita gnaisses metatexíticos estromáticos,
cinzentos, ortoderivados, de composição predominantemente granodiorítica a localmente
tonalítica e granítica, com abundantes lentes de anfibolitos de espessura variável,
concordantes com a foliação regional. A Unidade Pedra Branca é compreendida por uma
associação gnáissico-migmatítica heterogênea composta, majoritariamente, por ortognaisses
cinzentos, em parte migmatíticos, de composição variando de tonalítica a granodiorítica, com
subordinada presença de trondhjemito, que servem de encaixantes para os litotipos da
Unidade Tróia, diques e sills máficos e sheets de leucogranitos de textura pegmatítica. A
Unidade Tróia é composta por uma associação plutônica máfica-ultramáfica constituída por
metagabros, metadioritos e tonalitos, metaultramáficas representadas por hornblenditos,
serpentinitos, cromititos e cumulatos ultramáficos; uma associação intermediária composta
por metatonalitos e metagranodioritos com enclaves máficos; e, ainda, por restos de uma
sequência metavulcanossedimentar constituída por metabasaltos, metaultramáficas
serpentinizadas, metatufos máficos, xistos máficos, paragnaisses, gnaisses feldspáticos, rochas
calcio-silicáticas, metacalcários e quartzitos.

GEOLOGIA ESTRUTURAL
O tratamento estatístico dos dados estruturais envolvendo as três unidades do
Complexo Cruzeta (Fig. 1) mostra que as unidades Pedra Branca e Tróia apresentam um
padrão de foliação de baixo ângulo, com direção principal NNE-SSW, cujas atitudes
preferenciais são N130/20 e N100/30, respectivamente para cada unidade. Já a Unidade
Mombaça apresenta um padrão de foliação com direção preferencial NE-SW e mergulhos
essencialmente de alto ângulo tanto para SE como para NW, com planos preferenciais
N140/70 e N335/68. Os dados relativos à lineação mineral mostram para as três unidades uma
maior concentração das direções no quadrante NE, com atitudes preferenciais N60/15 para a
Unidade Mombaça, N50/20 para a Unidade Pedra Branca e N40/15 para a Unidade Tróia.
Porém, para as duas últimas, observa-se também uma dispersão das direções nos quadrantes
SE e SW, mantendo-se ainda assim o caráter sub-horizontal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estruturalmente, as unidades Tróia e Pedra Branca são afetadas por uma deformação
tangencial associada à tectônica de nappes (Pessoa & Archanjo, 1984; Caby & Arthaud,
1986), enquanto que a Unidade Mombaça é marcada por foliações de alto ângulo, associadas
às zonas de cisalhamento transcorrente Senador Pompeu e Sabonete-Inharé (Fig. 1). No que
se relaciona às lineações de estiramento, o Complexo Cruzeta, como um todo, exibe um
padrão compatível com uma tectônica transcorrente, com mergulhos suaves e direção
preferencial NE. Enquanto que, no âmbito da área de exposição das unidades Pedra Branca e
Tróia, as lineações mostram também, subordinadamente, direções SE, perpendiculares à
direção principal das foliações, concordantes com uma tectônica tangencial. Assim, duas fases
de deformação são atribuídas para área: D n, relativa à tectônica tangencial evidenciada pelas
foliações de baixo ângulo e lineações de direção SE, registradas nas unidades Pedra Branca e
Tróia; e Dn+1, relativa à tectônica transcorrente associada às zonas de cisalhamento que
bordejam a Unidade Mombaça. Este último evento deformacional (D n+1) imprimiu as
lineações de direção NE nas três unidades do Complexo Cruzeta e a foliação de alto ângulo na
Unidade Mombaça.
REFERÊNCIAS
Brito Neves, B.B. de 1975. Regionalização Geotectônica do Precambriano Nordestino. Tese de Doutoramento,
Instituto de Geociências/USP. 198 p.
Caby, R. & Arthaud, M.H. 1986. Major Precambrian Nappes of the Brazilian Belt, Ceará, Northeast Brazil.
Goelogy, v. 14, p: 871-874.
Oliveira, J.F. & Cavalcante, J.C. 1993. Geologia e Recursos Minerais da Folha Mombaça (SB-24-V-D-V).
Escala 1:100.000. 195p.
Pessoa, R. R.; Archanjo, C. J. 1984. Tectônica de empurrões na região de Tróia-CE. Congresso Brasileiro de
Geologia, 33, Rio de Janeiro: SGB, 1721-1728.
Vasconcelos, A.M. et al. 1998. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Iguatu. Folha SB.24-Y-
B. Estado do Ceará. Organizado por Antônio Maurílio Vasconcelos e Francisco Edson Mendonça
Gomes. Escala 1:250.000. Brasília: CPRM, 1998.
Fig.1: A – Esboço geológico da Folha Mombaça, modificado de Oliveira & Cavalcante (1993) mais dados de levantamento recente; perfil
geológico e estereogramas. B – Localização da Folha Mombaça no setor norte da Província Borborema.

Vous aimerez peut-être aussi