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Rodrigo M. Pereira∗
Instituto de Fı́sica, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
(Data: 12 de dezembro de 2008)
ou explicitando as componentes
∂L ∂ −gµρ gνσ ρ σ 1 ∂Φ
= (∂ A − ∂ σAρ )(∂ µAν − ∂ νAµ ) −∇·A ~ = 0, (12)
∂(∂ βAα ) ∂(∂ βAα ) 16π c ∂t
−gµρ gνσ h
= (δβρ δασ − δβσ δαρ )(∂ µAν − ∂ νAµ ) + a condição do calibre de Lorenz. Escrevendo Fβα em
16π
função de A temos
i
+ (∂ ρAσ − ∂ σAρ )(δβµ δαν − δβν δαµ )
−1 ∂ β Fβα = ∂ β (∂β Aα − ∂α Aβ ), (13)
= [(gµβ gνα − gµα gνβ )(∂ µAν − ∂ νAµ ) +
16π
+ (∂ ρAσ − ∂ σAρ )(gβρ gασ − gαρ gβσ )] mas no calibre de Lorenz o último termo se anula e
1
= − (∂βAα − ∂αAβ )
4π ∂ β Fβα = ∂ β ∂β Aα ≡ Aα . (14)
1
= − Fβα ,
4π Com isso a equação de Proca fica
de modo que 4π
Aα + µ2 Aα = Jα . (15)
β ∂L 1 c
∂ β α
= − ∂ β Fβα . (8)
∂(∂ A ) 4π
É interessante notar que na ausência de fontes esta é a
Igualando (7) e (8) temos a equação de Euler-Lagrange equação de Klein-Gordon, descrevendo um bóson massivo
4π livre. Para uma configuração estática ∂Aα /∂t = 0, e (15)
∂ β Fβα + µ2 Aα = Jα , (9)
c dá
conhecida como equação de Proca. Vemos que as 4π
∇2 Aα − µ2 Aα = − Jα , (16)
equações de Maxwell não homogêneas c
1 β 1 No caso de uma carga pontual q em repouso na origem
∂ Fβα = Jα
4π c
são alteradas pela adição de um termo dependente da J = (cq δ(~x), 0, 0, 0),
massa. E como ele contém explicitamente o campo A,
a única componente não nula de A é A0 = Φ e de (16)
os potenciais passam a ter um significado fı́sico real (o
que não ocorre no eletromagnetismo clássico), e isso já é ∇2 Φ − µ2 Φ = −4πq δ(~x). (17)
um problema para teoria pois ela deixa de ser invariante
É simples verificar que a solução dessa equação é o po-
de calibre – simetria considerada fundamental nas teorias
tencial de Yukawa
que descrevem as partı́culas elementares conhecidas. As
equações de Maxwell homogêneas por outro lado não se e−µr
Φ(~x) = q , (18)
alteram: o tensor dual F µν é definido da mesma maneira, r
suas propriedades de simetria são as mesmas e portanto sendo r a distância de ~x à origem. De fato:
a demonstração de que ∂µ F µν = 0 é idêntica à na teoria e−µr (∇2 e−µr )
1
1
de Maxwell usual. ∇2 = + 2(∇e−µr ) · ∇ + e−µr ∇2
r r r r
Contraindo (9) com ∂ α resulta
4π α
∂ α ∂ β Fβα + µ2 ∂ α Aα = ∂ Jα . (10) mas
c
2µe−µr
2 −µr 1 ∂ 2 ∂ −µr
O primeiro termo é zero pois possui o operador diferencial ∇ e = 2 r e = µ2 e−µr − ,
r ∂r ∂r r
∂ α ∂ β , simétrico em relação à troca α ↔ β, contraı́do com
F αβ , anti-simétrico, de modo que a soma nos ı́ndices se
µe−µr
1
anula. O lado direito da equação também deve ser zero (∇e−µr ) · ∇ = ,
r r2
para que haja conservação da corrente. Dessa forma nos
resta apenas e
1
∂ α Aα = 0, (11) ∇2 = −4πδ(~x),
r
3
explicitamente para o campo elétrico é explicar o efeito Meissner (1933), a expulsão do campo
eletromagnético do interior de um material supercon-
~ = −4πρ − µ2 Φ,
∇·E (22)
dutor quando ele realiza a transição do estado normal
corrigindo a lei de Gauss. Considerando como primeira (T > Tc ) para o estado supercondutor (t < Tc ). Se o
aproximação o potencial constante Φ = V0 e integrando campo é aplicado no estado supercondutor ele penetra
no espaço temos uma distância muito curta denominada profundidade de
penetração de London λL (tipicamente algumas dezenas
4 Q µ2 V0 r
E · 4πr2 = 4πQ − µ2 V0 πr3 ⇒ E = 2 + . (23) de nanômetros). Nesse efeito, que exploraremos a seguir,
3 r 3
tudo se passa como se os fótons adquirissem massa de
A menos de constantes, o potencial que daria origem a
acordo com a teoria de Proca.
esse campo seria
Iniciamos com uma discussão fenomenológica, im-
Q µ2 V0 r2 pondo que o fluxo de corrente no interior do supercondu-
Φ= − , (24)
r 6 tor é causado pelo movimento não-relativı́stico de porta-
garantindo E ~ = −∇Φ. Essa seria a primeira apro- dores de carga Q, com massa efetiva mQ e densidade nQ .
ximação auto-consistente para Φ. A diferença de poten- Se a média local de velocidades desses portadores é ~v , a
cial entre as esferas fica densidade de corrente é
µ2 V0 2
1 1 J~ = Q nQ ~v . (27)
Φab = Q − − (a − b2 ). (25)
a b 6
Dividindo Φab por Q obtemos a capacitância do sistema. O momento canônico conjugado à variável posição na
O primeiro termo corresponde ao valor usual dado pela teoria de Maxwell é dado por
teoria de Maxwell, enquanto o segundo seria justamente e~
P~ = p~ + A
a primeira correção proveniente de efeitos da massa do c
fóton. Concluı́mos que essa correção é da ordem de µ2 d2 , onde p~ = γm~v é o momento ordinário. Para o caso não-
onde d é uma distância tı́pica do sistema, nesse caso d = relativı́stico γ ≈ 1 e substituindo ~v em (27)
(a2 + b2 )1/2 .
Q Q2
Como no circuito sugerido ω02 = (LC)−1 , a verdadeira J~ = nQ P~ − ~
nQ A. (28)
mQ mQ c
diferença relativa entre as freqüências deve ser da mesma
ordem da diferença entre as capacitâncias, i.e., em vez Um teorema não publicado atribuı́do a Felix Bloch [8, 9]
de (21) vale e estendido ao caso com interações por David Bohm [10]
mostra que na ausência de campo externo o estado fun-
∆ω
∝ O(µ2 d2 ). (26) damental possui momento canônico com valor esperado
ω0
nulo. Os irmãos Fritz e Heinz London haviam simples-
Vemos que o fator c2 , que sugeria uma grande ampli- mente admitido essa condição [11] e pouco depois Leon
ficação do desvio, foi substituı́do por d2 . As correções Brillouin [12] fizera a conexão com a discussão de Bloch.
por conseguinte só poderiam ser observadas em peças de A idéia é que mesmo após a aplicação do campo o estado
dimensões muito grandes, não compatı́veis com um cir- supercondutor comporte-se coerentemente mantendo a
cuito usual de laboratório. condição de momento zero, de forma que (28) se trans-
forma na equação de London:
II. MASSA EFETIVA DO “FÓTON” NA Q2
SUPERCONDUTIVIDADE E PROFUNDIDADE J~ = − ~
nQ A. (29)
mQ c
DE PENETRAÇÃO DE LONDON
~ no gauge de Lorenz
A equação de ondas obedecida por A
Uma aplicação da eletrodinâmica de Proca se encon- é
tra na teoria de London para o comportamento eletro- ~
~− 1 ∂2A 4π
magnético de supercondutores. Ela foi formulada para ∇2 A 2 2
= − J~
c ∂t c
5
Como a incidência é normal a onda depende somente de A impedância superficial, dada pela razão entre os cam-
x, e no interior do material então teremos pos transversos na superfı́cie, é
√ 2 2 2 √ 2 2 2
Ay = (αe− µ −ω /c x + βe µ −ω /c x )e−iωt . (37) 4π Ey 4πiω
Zs = =− p . (41)
c Bz c2 µ2 − ω 2 /c2
Tomamos β = 0 para evitar um crescimento exponencial,
e em x = 0 (37) deve se igualar a (33), o que nos dá
Substituindo µ = 1/µL e ω = 2πc/λ chegamos na dese-
α = a + b. A solução final no interior do supercondutor
jada relação entre impedância e profundidade de pene-
é portanto
tração
√ 2 2 2
Ay = (a + b)e− µ −ω /c x e−iωt . (38)
8π 2 λL 1
Zs = −i p , (42)
Os campos na interface interior são c λ 1 − (2πλL /λ)2
1 ∂ ~
A iω
~ =0 )=−
E(x +
= (a + b)e−iωt ŷ (39) que no limite λL ≪ λ nos dá simplesmente
c ∂t + c
x=0
8π 2 λL
Zs = −i . (43)
~ = 0+ ) = ∇ × A
~ c λ
p
B(x = − µ2 − ω 2 /c2 (a+b)e−iωt ẑ.
x=0+
(40)
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