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Línguas de sinais, sujeito surdo e sociedade

Falar sobre línguas de sinais e não falar sobre a relação do sujeito surdo com a
sociedade é antagônico, pois esses assuntos se relacionam fortemente.

Inicialmente, o surdo não encontrava espaço na sociedade. Eles eram


marginalizados e, devido ao conhecimento limitado da medicina, em muitos casos eram
consideradas pessoas desatentas, com problemas psicológicos e agressivas. Muitas
vezes, eram forçados a aprender a falar oralmente para serem, inclusive, reconhecidos
como cidadãos.

O desenvolvimento de uma metodologia específica para os surdos começou


apenas em 1755, na França, com Charles Michel. Nessa época, a comunicação
desenvolvida era feita devido a associação de figuras com palavras, para se ensinar a
leitura em francês. Sempre focando na comunicação com pessoas ouvintes; sendo os
métodos existentes o método oral puro e o método combinado, que utilizava a língua
de sinais para o ensino da fala.

Charles é considerado o pai dos surdos e chegou a fundar uma escola voltada
para pessoas nessas condições. Conseguiu auxílio público e fez treinamentos para
diversos professores na França e Europa.

À medida que a língua de sinais se desenvolveu, o problema continuou sendo o


mesmo, uma vez que se justificava o seu aprendizado para o ensino da fala e escrita,
sendo que este não é o objetivo do surdo. Seu objetivo sempre foi a comunicação com
seus próprios recursos, e o reconhecimento dessa língua.

Apesar dos avanços precários alcançados para a comunicação do surdo, um


congresso mundial de professores surdos, em 1880, proibiu a língua de sinais,
obrigando-os a se oralizar, mesmo contra sua vontade. Sendo somente após 80 anos,
que se reconheceu o fracasso dessa metodologia e foi então desenvolvida uma
comunicação total, voltada para o surdo, abrangendo os sinais, leitura labial e caso
fosse da vontade do surdo, a fala.

No Brasil, a história não diferiu muito. Em 1857, foi criado um instituto para
surdos-mudos, pelo professor Hernest Huet. Este instituto recebia homens que muitas
vezes haviam sido abandonados pelos pais e lá se utilizava o método combinado. Com
isso, os surdos brasileiros tiveram a primeira escola especializada, o que deu origem a
língua brasileira de sinais - LIBRAS.

Desde então, gradativamente, os surdos alcançaram novas conquistas, embora


não sendo o suficiente para serem, de fato, incluídos na sociedade. Apenas a partir das
décadas de 70 e 80 que começaram a surgir programas que auxiliam os surdos na
sociedade brasileira, como: a estimulação precoce para o atendimento de bebês de 0 a
3 anos; a especialização de professores na área da surdez; a criação da Federação
Nacional de Educação e Integração dos Surdos - FENEIS; e finalmente o ensino da
Libras passou a ser exigido, embora, somente no ano de 2000, a Libras foi reconhecida
pelo Governo Federal, e a partir daí passou a ser incluída nos cursos de graduação.

Embora tenham obtido grandes conquista é evidente que ainda há um grande


problema de inclusão dos surdos na sociedade brasileira. No dia a dia há dificuldade
enorme de comunicação entre surdos e ouvintes, na maior parte das vezes pela
ignorância dos ouvintes em como se comunicar por meio da língua de sinais, e
infelizmente, grande parte da população continua de olhos fechados para esse
problema social.

Dessa forma, faz-se necessário políticas de conscientização da população


brasileira, mediante as mídias sociais e o incentivo do Estado para que a população
tenha contato com a língua de sinais e inseri-la no currículo escolar desde as primeiras
séries escolares, de modo que facilite a comunicação e a inclusão dos surdos desde a
sua infância, para que as próximas gerações consigam viver numa sociedade mais
acolhedora.
Referências

GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da


​ e sinais e da realidade surda. São Paulo. Parábola Editorial, 2009.
língua d
CHIC, C. T. Um pouco da história da língua de sinais no mundo e no Brasil. 2013 .
Disponível em:
<https://diversidadeemcomunicar.wordpress.com/2013/0Ac8/06/um-pouco-da-historia-d
a-lingua-de-sinais-no-mundo-e-no-brasil/> esso em: 07 de novembro de 2018.

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