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GUIA DE CAMPO
INSETOS
Matéria base para a especialidade
Edson Luiz
INSETOS
Os primeiros insetos viveram há mais de 300 milhões de anos. Estes seres praticamente habitam o mundo todo, desde os
desertos, passando por florestas até lugares onde exista neve. Estão presentes em todos os ambientes. P ertencem a
Classe Insecta, Filo Arthropoda, Reino Animalia, com cerca de 1 milhão de espécies, sendo a mais numerosa classe.
Uma das principais características externas de identificação imediata dos insetos é que todos possuem cabeça, tórax e
abdome distintos e 3 pares de pernas articuladas. São animais invertebrados e possuem uma proteção chamada
exoesqueleto. Nessas duas últimas partes, pode-se notar uma segmentação mais evidente. Na cabeça, encontram-se um
par de antenas e um par de olhos não-pedunculados, ou seja, diretamente colocados junto à superfície. Esses olhos são
compostos, e formam uma imagem "em mosaico". Cada unidade visual chama-se omatídeo.
Junto à boca, estão as peças ou aparelhos bucais, equipamentos especializados nos diversos tipos de alimentação dos
insetos. Há aparelhos bucais trituradores, sugadores, mastigadores, picadores, lambedores, etc.
Os insetos são os responsáveis pela polinização de mais de 70% de todas as plantas fanerógamas da terra, ou seja,
plantas que possuem flores. Muitos estão diretamente relacionados com a transmissão de doenças para os seres
humanos, como a malária, a doença de Chagas, a dengue, a febre amarela e outras. A produtividade agrícola e a
estocagem dos alimentos sofrem grandes perdas pela ação destruidora de muitas espécies de insetos que devoram
lavouras inteiras, como os gafanhotos, ou transmitem doenças para as plantações.
Pela maneira de viver podemos dividir os insetos em solitários e sociais. Entre os insetos sociais destacam-se as formigas,
cupins e abelhas, por serem mais conhecidas.
A ciência que estuda os insetos chama-se ENTOMOLOGIA (entomon = inseto do grego e logia = estudo). Em relação aos
homens, muitos insetos são úteis (ex. abelhas), enquanto outros acabam sendo prejudiciais (mosquito).
Apesar de numerosos os insetos são praticamente as primeiras vítimas da degradação ambiental que vem ocorrendo
como o desmatamento e principalmente com a aplicação de inseticidas.
Em relação à reprodução, o s insetos apresentam fecundação interna, e as fêmeas depositam os ovos para se
desenvolverem fora do corpo. São, portanto, ovíparas. Em muitos insetos, observam-se algumas formas especiais de
reprodução: partenogênese , desenvolvimento de um embrião a partir de um óvulo não-fecundado, é verificada em
abelhas; pedogênese , desenvolvimento de mais de um indivíduo a partir de uma única larva, ocorre em moscas;
poliembrionia , desenvolvimento de múltiplos embriões geneticamente idênticos a partir de um único zigoto, é encontrada
em algumas vespas.
Uma característica marcante de muitos insetos é a passagem por estágios larvais e a ocorrência de metamorfose (do
grego metabole, "mudança").
A seguir, você poderá conhecer um pouco mais da grande diversidade de insetos existentes no Brasil:
ABELHAS NATIVAS
No Brasil existem centenas de abelhas nativas, todas elas muito importantes nos ecossistemas, como polinizadoras de
diversas plantas. Muitas destas plantas, entrariam em extinção, caso estas abelhas não realizassem este trabalho.
Os nomes comuns variam de região para região e podemos citar alguns: abelha-cachorro, Jatai, irapuá, arapuá, mombuca,
moçabranca, mandaçaia, uruçu, jandaíra, mirim, mirim-preguiça, abelha limão, mosquito, entre outros.
Algumas abelhas não possuem ferrão e pertencem à família Meliponidae. Muitas espécies são criadas para a retirada de
produtos como a abelha Jataí. Algumas das abelhas que amedrontam pessoas são as mamangabas, grandes e peludas.
As espécies brasileiras são, na maioria das vezes, de coloração negra com áreas amareladas no corpo.
Com o estabelecimento da Lei n o 5197, de 03/01/67, Lei de Proteção à Fauna foi estabelecida a proibição da sua
utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha, portanto fica proíbido o extermínio de abelhas nativas, pois estão
protegidas por lei. O DECRETO No 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999, dispõe sobre a especificação das sanções
aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
As abelhas nativas são bem menores que a abelha melífera ( Apis mellifera ). Elas são muito importantes para o meio
ambiente, pois coletam o néctar e o pólen das flores possibilitando a fecundação. Desta forma, muitas plantas só se
reproduzem, ou seja, produzem flores e frutos graças às abelhas. Sem elas muitas espécies de plantas entrariam em
extinção. Estas espécies nativas não produzem tanto mel quanto a Apis mellifera , mesmo assim têm sua importância
econômica e ecológica. Espécies como a jataí, mandaçaia, urucu e jandaíra, são criadas por meliponicultores de várias
regiões do Brasil, observando-se o hábitat de cada uma das espécies. O mel produzido por essas abelhas, apesar de ser
em menor quantidade, apresenta qualidades medicinais e sabores diferenciados, o que garante a comercialização do
produto com valor muito superior em relação ao mel da abelha melífera. O interesse por estas abelhas vem crescendo
muito, o que incentiva a produção artificial de colônias com valores considerados. Também, por não apresentarem
qualquer perigo para o homem, as abelhas sem ferrão vêm sendo utilizadas para educação ambiental nas escolas.
espécie agressiva podendo atacar outras abelhas sem ferrão principalmente nas flores. Destrói botões florais de algumas
plantas. Para fazer seus ninhos elas utilizam fibras de vegetais. Costuma ser um problema para os produtores de citros.
Elas atacam flores e folhas novas e até a casca do tronco da planta para retirar resina para a construção de seus ninhos.
Quando as plantas estão em flor o prejuízo é maior, pois a irapuá faz um orifício nos botões florais prejudicando a
frutificação. O crescimento das plantas também é retardado devido ao ataque destas abelhas. Além dos citros atacam
também bananeiras, jabuticabeiras, jaqueiras, mangueiras, pinheiro-do-paraná, entre outros.
Alimentação: néctar e pólen
Predadores naturais: aves, pássaros, lagartos e irara
Hábitos: a entrada da colônia é constituída por um tubo de cerume rendilhado com base
firme. Nos ninhos novos ou fracos, essa entrada é fechada durante a noite. É
característico a presença de abelhas guardas ou sentinelas que ficam voando nas
proximidades do tubo, formando uma pequena nuvem. As abelhas campeiras apresentam
movimento bem diferente, pois entram e saem do ninho rápida e constantemente. Elas
podem entrar carregando pólen nas patas ou néctar no abdome. Ninho com invólucro de
cerume abundante, com várias camadas finas. O alimento é armazenado em potes
ovóides. O mel é de excelente qualidade. As jataís constroem as células de cria em forma
de favos, geralmente dispostos paralelamente. As células de cria são construídas
simultaneamente, em bateria, de modo que ficam prontas para receber o alimento larval
todas de uma vez. Muitas vezes as operárias botam ovos tróficos para a rainha, redondos
e grandes. A rainha se alimenta desses ovos antes de colocar os seus.
Alimentação: néctar e pólen
Predadores naturais: aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças: destruição do habitat e extração indiscriminada.
BARATA
Características: são os insetos mais comuns ao convívio humano, no entanto, das cerca de 4.000 espécies existentes, a
sua maioria é silvestre. Apenas menos de 1% busca o convívio com o homem, devido às condições propícias relacionadas
à disponibilidade de alimento, abrigo e água. Estas espécies são chamadas de baratas domésticas. Assim, baratas
domésticas são aquelas que vivem dentro de residências (domicílios ou outras estruturas construídas pelo homem), no
peridomicílio (ao redor de estruturas) e seus anexos, tais como caixa de gordura, esgoto, bueiros e outros locais úmidos e
escuros. Estudos de fósseis de baratas demonstram que estes animais mudaram muito pouco nos aproximadamente 300
a 400 milhões de anos que existem na face da terra. Por isso, a barata é considerada uma das espécies de maior
capacidade de adaptação e resistência do reino animal, podendo adaptar-se às mais variadas condições do meio
ambiente. Baratas são insetos de pequena importância médica, quando comparados a outros insetos transmissores de
doenças, tais como a dengue, malária, etc. Não há evidência de que as baratas causem doenças ou zoonoses por
transmissão direta (não são vetores). Possuem corpo ovalar e deprimido. Seu tamanho pode variar de alguns milímetros a
quase 10 centímetros, tendo em geral coloração parda, marrom ou negra. Existem, no entanto, espécies coloridas.O
formato e o tamanho variam dependendo da espécie, sendo que, genericamente podemos dizer que: machos são
menores que as fêmeas; quando diferem pelas asas, os machos tem asas mais desenvolvidas que a fêmea; em algumas
espécies os machos são alados e fêmeas ápteras. A cabeça é curta, subtriangular, apresentando olhos compostos
grandes e geralmente dois ocelos (olhos simples).As antenas encontram-se inseridas entre os olhos compostos,
apresentando formato filiforme e podendo atingir o dobro do comprimento do corpo. Elas desempenham um papel
fundamental na sobrevivência da barata servindo não apenas como elemento de direção, mas também podendo captar
vibrações no ar ou ainda cheirar alimentos ou feromônios.O aparelho bucal é mastigador, possibilitando roerem papéis,
roupas sujas de alimento (cola, doces, etc.), pelos, pintura, mel, pão, carne, batatas, gorduras, lombadas dos livros e os
seus dourados. Algumas se alimentam de madeira (celulose), sendo tal alimento digerido por microrganismos como
sucede entre os cupins. O tórax apresenta o seu primeiro segmento bem desenvolvido, com o pronoto largo, achatado,
cobrindo a cabeça. As pernas são ambulatórias, tornando as baratas andarilhas excepcionais. Apresentam coxa grande,
fêmures e tíbias com espinhos e, em geral, têm tarsos pentâmeros. O abdome é séssil, alargado e deprimido,
apresentando em geral 10 segmentos. Apresenta um par de cercos no último urômero, acrescido de um par de estilos nos
machos. São insetos hemimetábolos, ou seja, apresentam metamorfose gradual ou parcial (simples) em três estágios: ovo,
ninfa e adulto. As mais comuns no Brasil são a Barata alemã (Blatella germanica) e a Barata-de-esgoto (Periplaneta
americana). As baratas não são bons insetos voadores, sendo que o meio de disseminação mais comum é propiciado pelo
próprio homem. As baratas escondem-se em engradados, caixas e sacos, atingindo o mundo todo.
Habitat: ambientes com pouca luminosidade e úmidos.
Ocorrência: cosmopolitas, encontrando-se nos mais diversos ambientes ao redor do mundo (menos nas calotas polares).
A maior parte das espécies é de origem tropical ou subtropical, havendo referências de serem procedentes do continente
africano. Popularmente, as baratas são consideradas veiculadoras de doenças causadas por disseminação mecânica de
patógenos diversos tais como esporos de fungos, bactérias, vírus, etc., nas pernas e corpo, adquiridas quando percorrem
esgotos e lixeiras ou outros lugares contaminados.
Hábitos: hábitos noturnos, sendo mais ativas à noite, quando saem do abrigo para alimentação, cópula, oviposição,
dispersão, vôo. O hábito noturno das baratas pode ser explicado através do mecanismo de seleção natural. Durante sua
evolução as baratas que se mantinham ativas à noite sobreviviam, ao contrário daquelas que tinham hábitos diurnos.
Estes insetos passaram assim a predominar no ambiente, transmitindo a seus descendentes este comportamento
chamado de fototropismo negativo, significando que elas procuram sempre a escuridão ao invés da luz. Durante o dia
ficam abrigadas da luz e da presença de pessoas, algumas condições especiais contribuem para o seu aparecimento
diurno, tais como: excesso de população; falta de alimento ou água (stress). Embora não sejam animais sociais, como as
abelhas, cupins e formigas, as baratas são gregárias, sendo comum ocorrerem em grupos.
Alimentação: onívoras, ou seja, comem de tudo que tenha algum valor nutritivo para elas. São particularmente atraídas
por alimentos doces, gordurosos e de origem animal. No entanto, podem se alimentar de queijos, cerveja, cremes,
produtos de panificação, colas, cabelos, células descamadas da pele, cadáveres, matérias vegetais.
Reprodução: a postura dos ovos é feita dentro de uma cripta genital em uma capsula denominada ooteca, em forma de
bolsa fechada, a qual contém duas fileiras de ovos justapostas e separadas por uma membrana. O número de ovos varia
com a espécie podendo variar de 4 a 50 ovos. A ooteca é colocada, pela maioria das espécies, em um lugar seguro,
próximo à uma fonte de alimentos, cerca de dois dias após sua formação. Apenas a Barata alemã (B. germanica) carrega
a ooteca até cerca de 24-48 horas antes da eclosão dos ovos. As próprias ninfas rompem a ooteca na maioria das
espécies, à exceção da Barata-de-esgoto (P. americana) onde as formas jovens são liberadas com o auxílio da mandíbula
materna. As formas jovens (ninfas) parecem-se com as adultas. Um casal de B. germanica pode produzir em condições
ideais no período de um ano, cerca de 10.000 indivíduos considerando-se a primeira e segunda gerações.
Predadores naturais: aves, pássaros, lagartos e cobras.
Em nossas residências podemos facilmente criar "habitats" para as baratas, através do acúmulo de jornais e livros,
acúmulo de lixo, furos e rachaduras em paredes, azulejos soltos, forros de gesso e madeira, vãos entre a instalação
elétrica/hidráulica e as paredes, espaço entre o fundo de armários embutidos e gabinetes em relação a parede. Também
em armários e ambientes fechados pouco ventilados, com acúmulo de materiais como em maleiros de guarda-roupas,
cabine de quadros de energia e relógio de água, porões, sótãos.
Barata-de-esgoto - a Periplaneta americana, também denominada de barata grande,
barata voadora, barata-de-esgoto, é uma das espécies domésticas mais comuns no
Brasil. As baratas americanas podem viver em grandes grupos sobre paredes nuas,
desde que não haja perigo ou distúrbios constantes, como predadores naturais ou
outros riscos (limpeza, etc.). No entanto, normalmente apresentam um comportamento
mais tímido, vivendo em ambientes mais reclusos e maiores, uma vez que se tratam de
insetos grandes, que não podem se esconder em qualquer lugar. Normalmente, a
barata americana deposita a ooteca em um lugar seguro (abrigo) próximo de uma fonte
de alimento e numa inspeção, lugares como rodapés, rachaduras, cantos e frestas,
ralos, caixas de gordura, etc, devem ser inspecionados para avaliar o grau de
infestação desta praga.
BESOURO
A ciência já descreveu 350 mil espécies de coleópteros, ordem a qual pertencem os besouros, os vaga-lumes e as
joaninhas. Eles representam um terço de todas as espécies animais existentes no planeta. Possui compacta estrutura que
se assemelha a uma carapaça e envolve a parte superior do inseto e um par de asas dobradas. Voando, os élitros
(designação científica da tal carapaça) entreabertos e imóveis conferem certa aerodinâmica ao vôo. Entre os besouros do
mundo existe uma formidável variedade de formas, tamanhos e hábitos. Mas a presença dos élitros é comum a todos,
classificando-os dentro de um mesmo grupo entre os insetos: a ordem dos coleópteros. A palavra originou-se do grego
koleos (estojo) e pteron (asa). Estojo refere-se aos élitros. São aproximadamente 350 mil as espécies de coleópteros já
descritas pela ciência, o que corresponde a cerca de 40% das espécies de insetos ou um terço de todas as espécies
animais. No Brasil, 26 mil espécies estão descritas. Não há uma ordem tão grande no reino animal. Joaninhas e vaga-
lumes, por exemplo, são coleópteros. A expressividade desses números indicam que são animais muito bem-sucedidos
evolutivamente. O motivo principal, segundo informam os biólogos, é exatamente a presença dos élitros, que conferem
proteção e um formato compacto aos besouros, possibilitando-os explorar diferentes ambientes. Os besouros aquáticos,
por exemplo, quando estão debaixo d'água guardam o ar na cavidade formada entre as asas e o corpo. E, nos besouros
do deserto, os élitros protegem as cavidades respiratórias, evitando perda de água para o ambiente. O maior coleóptero do
mundo de que se tem registro é a espécie amazônica Titanus giganteus, com até 20 centímetros de comprimento, e os
menores são os ptiliídeos, com cerca de um quarto de milímetro. Há espécies aquáticas de besouros, chamados
girinídeos, que possuem os olhos subdivididos em duas partes, uma inferior e outra superior, dando a impressão de ter
quatro olhos. Quando está flutuando, a parte superior enxerga o que se passa acima da linha da água e a de baixo
enxerga dentro da água.
A mosca
causa irritação por se alimentar de sangue, e para isso pica os animais, causando dor, estresse e danificando o couro dos
bichos, sendo assim o animal perde muito peso e em alguns casos a capacidade reprodutora. O pequeno besouro se
adaptou bem ao cerrado e ao clima quente da região, que acelera o processo de multiplicação dos besouros. Eles se
alimentam dos ovos da mosca dos chifres que são depositados nas fezes frescas dos bovinos. O controle da praga é
eficiente, apenas 5% dos ovos conseguem se desenvolver. Além de controlar a população da mosca do chifre, ele suga
todo material orgânico e leva pra dentro da terra ajudando na adubação do solo. Desta forma ele contribui para a melhoria
da qualidade do pasto que garante o ganho de peso dos bovinos. Vários produtores já adotaram o controle biológico para
combater a mosca dos chifres. Têm a característica de separar uma porção de estrume da massa, rolar a uma
determinada distância do ponto de origem e depois enterrar ou cobrir com grama. Constroem dois tipos de bolas: as bolas-
alimento para os adultos, e as bolas-ninho, estas moldadas mais cuidadosamente e enterradas em profundidades maiores.
Ele contribui para a aeração do solo ao cavar os buracos para enterrar as bolas de fezes. Isso melhora a fertilidade do
terreno, pela incorporação de matéria orgânica e reciclagem de nitrogênio e fósforo, e diminui a infestação das pastagens
por larvas de helmintos gastrintestinais. Os inseticidas existentes no mercado são capazes de eliminá-los. Por isso, deve-
se evitar colocá-los nas fezes de animais que receberam inseticidas nos últimos 40 dias.
Serra pau (Hedypathes betulinus e Oncideres impluviata) - dentro da família dos cerambicídeos, a maioria das espécies
alimenta-se, na fase larval, de madeira em diferentes estágios de decomposição. Algumas larvas comem madeira recém-
abatida e portanto a mãe precisa cortar um galho para em seguida nele introduzir os ovos. Daí o nome popular serra-pau.
O trabalho é feito meticulosamente usando as mandíbulas. No sul do Brasil, larvas da espécie conhecida como corintiano
(Hedypathes betulinus) são pragas agrícolas da cultura do mate, e fêmeas adultas de Oncideres impluviata cortam galhos
da acácia-negra, árvore cultivada comercialmente para extração de tanino. Os membros da família dos cerambicídeos, que
conta com cerca de 30 mil espécies no mundo e 4 mil no Brasil, são facilmente reconhecíveis pelas antenas bastante
alongadas, em geral maiores que o corpo. Na fase adulta, esses besouros têm vida curta, suficiente apenas para copular e
realizar a postura. Em compensação, o ciclo larval de algumas espécies chega a durar entre dois e três anos. São
coleópteros que medem cerca de 30 mm de comprimento com coloração parda. As fêmeas e machos serram os ramos de
arbustos e árvores e após a queda destes, realizam a postura de seus ovos sob a casca. As larvas ao emergirem se
alimentam do lenho do ramo caído. O ciclo de desenvolvimento destes insetos é longo, podendo atingir 370 dias conforme
a espécie. Encontramos muitas vezes em nossos pomares ramos de laranjeiras e abacateiros caídos devido ao ataque
destes besouros. Prejudicam plantios de eucaliptos, mogno, árvores frutíferas e outras plantas. Os ramos caídos devem
ser removidos e queimados para evitar a emergência de novos insetos.
Oncideres impluviata
Bicudos - em 1983, uma nova praga chegou às plantações de algodão do Brasil,
muito provavelmente de avião vinda dos EUA: o bicudo do algodoeiro (Anthonomus
grandis), da família dos curculionídeos. Voraz, esse besouro fura os botões florais
para retirar o pólen e pôr os ovos. Na época em que se constatou a presença do
bicudo, pensou-se que, com o custo do combate ao besouro, a cultura não seria
mais viável economicamente. Porém, logo a cotonicultura migraria do Sudeste e
Nordeste para o Centro-Oeste, em busca de terrenos mais planos para facilitar a
mecanização que estava em curso. No cerrado, o bicudo não encontrou boas
condições para se proliferar. Exigente em umidade, não foi capaz de desenvolver
muitas gerações durante o ano pois não se adaptou bem à rigorosa estação seca
da região. Hoje, o bicudo existe nos algodoais, mas em populações que não
inspiram grandes cuidados. Os membros da família dos curculionídeos são
reconhecíveis pela presença de antenas dobráveis e um rostro (bico) de tamanho
variado. Trata-se da maior família de coleópteros, com 50 mil espécies descritas no
mundo e 5 mil no Brasil. Há espécies que atacam plantas cultivadas e outras
importantes agentes polinizadoras. A oviposição ocorre preferencialmente em
botões florais, flores e maçãs do algodão. Para a postura, a fêmea coloca apenas
um ovo por orifício, feito com seu rostro (peça alongada que se projeta da parte
anterior da cabeça). A cavidade é posteriormente fechada por uma secreção
gelatinosa. Os ovos são brilhantes e medem cerca de 0,8 mm de comprimento por
0,5 mm de largura. Cada fêmea põe
cerca de 6 ovos por dia, totalizando uma média de 100 a 300 ovos por ciclo. O período de incubação é de 3 a 4 dias. As
larvas são brancas de cabeça marrom-clara, sem pernas e com 5 mm a 10 mm de comprimento. Alimentam-se de todo o
interior do botão, que cai em uma semana. Passam à fase de pupa após 7 a 12 dias. As pupas são formadas em câmaras
construídas nas próprias estruturas atacadas. Possuem coloração branca e, após 3 a 5 dias, transformam-se em adultos.
Adulto, o besouro atinge 7 mm de comprimento apresentando coloração cinza ou castanha, com o rostro bastante
alongado, correspondendo à metade do comprimento do corpo. Apresenta dois espinhos no fêmur do primeiro par de
pernas. Em geral as fêmeas são maiores e mais vorazes que os machos. Apresentam longevidade de 20 a 40 dias.
Terminado o ciclo da cultura, parte da população migra para abrigos naturais e aí permanece em diapausa, por períodos
variáveis de 150 a 180 dias até um novo ciclo da cultura. No Brasil, devido à condição tropical, ocorre a quiescência, onde
o inseto não paralisa totalmente suas atividades no inverno.
Hábitos: inofensivo, ele é capaz de ficar horas sem se mexer, para escapar dos predadores. O bicho-pau passa horas a
fio completamente paralisado. As pernas ficam esticadas, as da frente encobrindo a cabeça e as antenas. É preciso ser
muito observador para identificá-lo no meio dos galhos secos. De movimentos lentos, vale-se desta curiosa estratégia para
se defender dos predadores. Não bastasse a perfeita camuflagem, certos bichos-pau ainda emitem um fluido leitoso e
repugnante para se defender. Outras espécies têm o poder de regenerar membros perdidos.
Alimentação: folhas e brotos
Reprodução: sexuada e assexuada por partenogênese. Também interessantes são os ovos desses insetos, muito
parecidos com sementes. Lançados ao acaso no solo pelas fêmeas, sem nenhuma proteção especial, eles podem ficar
mais de um ano inativos, antes de eclodir. Há espécies nas quais os machos são raros e em que a reprodução se faz por
partenogênese. Ou seja, as fêmeas põem ovos que formam novos indivíduos sem que tenham sido fecundados, e deles
originam-se quase sempre novas fêmeas. De maneira geral, elas não escolhem lugares especiais para a postura.
Simplesmente deixam os ovos caírem no chão. O desenvolvimento do embrião é lento, demorando de 100 a 150 dias para
o ovo eclodir. Em algumas espécies, esse prazo pode estender-se até dois anos. A forma jovem do inseto é chamada de
ninfa logo após a eclosão, mas é semelhante à dos adultos. Curiosamente, pouco depois do nascimento, fica bem maior
do que o ovo que o abrigava. Isso ocorre porque o corpo do inseto distende assim que ele sai do ovo.
Predadores naturais: pássaros
Ameaças: agrotóxicos e destruição do habitat.
BORBOLETAS
Características: insetos alados que fascinam as pessoas pela beleza de suas formas e cores. As borboletas são eternos
visitantes de nossos jardins em qualquer época do ano. No inverno com menor abundância e o auge na primavera-verão.
Habitat: existem espécies para todo tipo de ecossistema.
Ocorrência: cosmopolita
Hábitos: estão ativas logo cedo. Algumas espécies possuem hábito gregário, ou seja, ficam agrupadas durante o dia e no
final da tarde se separam em busca de alimento, voltando a se agrupar novamente. O agrupamento serve para se
protegerem de predadores.
Alimentação: néctar
Reprodução : as plantas hospedeiras são aquelas que fornecem alimento e abrigo as formas jovens (lagartas). As
borboletas selecionam a(s) planta(s) hospedeira(s) para a postura dos ovos e cujas lagartas, ao eclodirem, se alimentarão
da mesma. A fêmea pode depositar seus ovos isoladamente ou em massa.
Predadores naturais: pássaros, sapos, formigas e outros predadores. Uma revoada de borboletas torna-se um banquete
para algumas espécies de aves.
Ameaças: são várias as espécies de borboletas ameaçadas de extinção no Brasil.
das mesmas, que são fecundadas com suas asas ainda não completamente distendidas. Os adultos costumam, dormir em
grupos de até cem borboletas, na ponta de galhos secos. Alimentam-se de néctar. Procriam-se durante todo o ano. O ciclo
completo é de um mês e meio e o adulto vive durante seis meses. As fêmeas escolhem os brotos novos de diversas
espécies de maracujá para efetuarem as posturas gregárias de até duzentos ovos, 1 mm. Mais de uma fêmea pode utilizar
o mesmo broto, formando na haste terminal do vegetal uma massa amarela de ovos. Pássaros, anfíbios, formigas entre
outros são seus predadores naturais. A espécie encontra-se ameaçada pela destruição do habitat, caça indiscriminada,
tráfico de animais e agrotóxicos.
Possivelmente a mais comum das borboletas. As belas crisálidas (17 mm), cor de
ouro, mais parecem jóias que o estágio de um inseto. O adulto pode viver vários
meses. Habitam as florestas úmidas e bordas de matas, ocorrendo em quase todo
o Brasil. Voa durante os doze meses do ano, lentamente e próxima ao solo, em
locais sombreados e úmidos ou em clareiras e bordas das matas, à procura de sua
flor preferida Eupatorium (Asteraceae). Alimenta-se de néctar e nitrogênio
deixado pelo excremento de aves sobre as folhas das plantas, e mesmo de
matérias orgânicas em decomposição. Seu ciclo vital é curto, aproximadamente um mês de ovo a adulto. Os ovos
agrupados são colocados em solanáceas, na face superior, e medem aproximadamente 1 mm. As lagartas mantêm-se
juntas até o período pré-pupa e, às vezes, mesmo nesse estágio, não se dispersam, não sendo raro encontrarem-se várias
crisálidas sob uma mesma folha da planta-alimento. Pássaros, anfíbios, formigas entre outros são seus predadores
naturais. Está ameaçada pela destruição do habitat, caça indiscriminada, tráfico de animais e agrotóxicos.
Borboleta da Praia (Parides ascanius)
Bela borboleta negra com detalhes brancos e rosa escuro e com cauda de
andorinha. É grande e vistosa com rubras manchas em suas asas. A crisálida, 30
mm, imita um galho seco. Seu habitat se restringe apenas a certos tipos de
restinga pantanosa entre o litoral de Campos (Praia de Atafona) e o de
Mangaratiba (Muriqui), RJ, regiões que vêm sendo drenadas e colonizadas pelo
homem. Ocorre na reserva de Poço das Antas, área protegida, o que talvez evite o
total desaparecimento desta bela espécie de borboleta. Seu vôo, pela manhã e à
tarde, é lento e gracioso, sobre a vegetação arbustiva, à procura do néctar de
diversas flores, tais como o cambará (Lantana camara) e o gervão. Alimenta-se de
néctar. As fêmeas, que podem viver até três semanas, colocam seus
ovos isoladamente, às vezes sob a folha da Aristolochia, ou perto da mesma, em galhos secos ou outros suportes. Os
ovos são parasitados por pequenas vespas, o que limita a população do inseto e mantém o equilíbrio necessário entre a
lagarta, 60 mm, e o hospedeiro vegetal. É evitada por predadores como os pássaros, que a distinguem como impalatável.
Isto ocorre, porque a espécie assimila um veneno da única planta-alimento de suas lagartas, Aristolochia macroura. A
espécie está na lista de ameaçadas de extinção. Cabe ainda ressaltar, que a caça predatória não é fator determinante da
ameaça de extinção em que a espécie se encontra, sendo a exploração imobiliária ao longo do litoral do Rio de Janeiro o
real fator.
É uma das mais conhecidas borboletas brasileiras, símbolo dos trópicos e da sua
exuberância. Chamada vulgarmente de azul-seda, o azul é provocado pela
refração da luz em minúsculas escamas transparentes, inseridas nas asas da
borboleta, e atrai as fêmeas virgens que os procuram para o acasalamento. O
macho que pode chegar até 125 mm de envergadura. A fêmea pode ser de um
azul não tão metálico quanto o do macho, com os bordos das asas manchados de
branco, de amarelo sobre preto . Há fêmeas com o mesmo padrão, só que de asas
amareladas ao invés de azuis. O lado ventral das asas de ambos os sexos é
marrom, com manchas ocelares. A coloração azul-metálica é uma adaptação
morfológica para as borboletas cujo vôo ocorre sob os raios solares diretos, pois reflete o calor. Esse azul fascinante das
asas do macho serve também para atrair fêmeas virgens. Embora habite o topo das grandes árvores de florestas tropicais,
nos dias quentes e secos, cedo, pela manhã, desce aos lugares úmidos para sugar a água. Ocorre no centro e sudeste
brasileiros, sendo comum no Rio de Janeiro, nos meses de verão, principalmente fevereiro. Seu vôo é alto, lento e
majestoso, aproveitando as correntes aéreas, contrastando-se com o fundo verde da floresta. Os adultos machos realizam
breves disputas aéreas. Em março começa a desaparecer, depois da reprodução, ressurgindo no verão seguinte. Os ovos
isolados são colocados na parte superior das folhas de diversas plantas, tais como a grumixama (Eugenia), o arco-de-pipa
(Erythroxylum pulchrum) e a caneleira. As lagartas, logo que nascem, 3mm, comem a casca do ovo e se alojam na parte
inferior da folha, onde tecem uma seda para se fixarem. No crepúsculo, saem para se alimentar, voltando após para o
mesmo local, onde passam o dia. Crescem lentamente e em abril ainda estão no primeiro estágio. Antes da fase de
crisálida, a lagarta muda de cor, aos 40 mm, cor esta que será da crisálida, 35 mm, e que passa a cinza , pouco antes da
eclosão do inseto adulto. Os pássaros são seu maiores predadores naturais. Está ameaçada pela caça criminosa, tráfico
de animais silvestres e destruição do habitat.
Heliconius nattereri
Espécie endêmica da Mata Atlântica com ocorrência restrita a uma área que situa-
se entre os estados do Espírito Santo e o sul da Bahia. No passado, dentro dessa
região, todas as espécies de borboletas do gênero Heliconius alimentavam-se de
uma ampla gama de espécies de maracujás. O desmatamento atual dessa região,
gerou uma concorrência entre esta espécie e outras do gênero Heliconius , pela
planta alimento da lagarta, o maracujá selvagem (Tetrastylis ovalis). Encontra-se
classificada na categoria de ameaçada devido à destruição do habitat.
Mimoides lysithous harrisianus
Borboleta preta, com uma faixa branca nas asas e outra na cor rosa, mais
embaixo. Ocorre entre o sul do Espírito Santo e a costa do Rio de Janeiro.
Todavia, as únicas populações atualmente conhecidas estão restritas à Reserva
Biológica de Poço das Antas, município de Barra de São João. Voa lentamente por
cima das plantas. encontra-se ameaçada pela exploração imobiliária, o principal
fator que determina o seu processo de extinção.
88 (Diaethria clymena)
Seu nome é devido aos arabescos existentes no lado ventral das asas posteriores,
que formam o número 88. Apresentam, em média, 60 mm de envergadura.
Habitam o cerrado, mata atlântica e nos mais diversos ambientes. Voam em locais
abertos e iluminados, muitas vezes em busca de frutos caídos, para se alimentar.
Alimentam-se de néctar e frutos caídos na mata. A fêmea põe ovos isolados na
planta-alimento. A lagarta, ao completar as mudas, instala-se na superfície da
folha e se transforma em crisálida. Os pássaros são seus maiores predadores
naturais. A espécie está ameaçada pela destruição de seu habitat e à caça.
Azulão-branco (Morpho athena)
Hábitos: algumas espécies possuem hábito noturno enquanto outras são observadas forrageando durante o dia.
Alimentação : variedade de alimentos, desde substâncias adocicadas até insetos.
Reprodução: a s colônias podem apresentar milhares de operárias. A reprodução ocorre pelo vôo nupcial.
GRILO
JOANINHA
para caminhar. O abdome é alongado e cilíndrico. Apresenta 10 segmentos. Em ambos os sexos o segmento terminal
apresenta 1 par de apêndices anais. Os machos possuem os esternos dos segundo e terceiro segmentos modificados em
genitália. Fêmeas com ovipositor desenvolvido. V ôo poderoso e muito ágil. Base das asas posteriores mais largas que as
anteriores. Os adultos em repouso têm as asas afastadas e estendidas na horizontal, por vezes dirigidas para frente.
Habitat : áreas urbanas e rurais, jardins, margens de matas próximas à água.
Ocorrência: em todo o Brasil
Hábitos: atividade tipicamente diurna, mas eventualmente crepuscular e mesmo noturna. Em geral apresentam
comportamentos complexos de corte e defesa de territórios.
Alimentação: completamente inofensivos para o ser humano, também exercem uma ação purificadora sobre o ambiente.
Eles são predadores insaciáveis de moscas, mosquitos, besouros, abelhas, vespas que apanham em vôo e, em alguns
momentos, se alimentam da sua própria espécie. Só por isto já deviam merecer um pouco mais da nossa atenção.
Reprodução: voam em grandes bandos pelos leitos dos rios para efetuarem a sua desova. A cópula pode ocorrer várias
vezes num mesmo dia, no ar ou sobre algum substrato. Os machos seguram as fêmeas e a transferência de esperma
ocorre pelo contato das genitálias, através de flexão do abdome da fêmea. Ocorre comportamento de corte, envolvendo
estímulos táteis, químicos e visuais. Os ovos e as larvas deste inseto se desenvolvem na água. As fêmeas depositam os
ovos no interior de plantas aquáticas ou na superfície de rios, lagos e pântanos. Em geral, o estágio de ninfa dura de 6 a
18 meses, com extremos conhecidos de 8 a 10 semanas. As formas jovens das odonatas vivem escondidas entre
vegetação submersa, entre a vegetação das margens ou sobre pedras. As larvas desses insetos dependem do oxigênio
contido na água para sua respiração, por isso a preferência por águas bem oxigenadas e límpidas.
Predadores naturais: pássaros, aves, peixes, répteis e anfíbios.
Ameaças: no momento que o meio encontra-se poluído, baixa o nível de oxigênio, ocasionando um desequilíbrio da
espécie. Por isso serve como bioindicador da qualidade ambiental do local que em que encontram. Poluição e destruição
do habitat. Fêmeas adultas também podem ser atacadas quando depositando seus ovos na água e tanto machos quanto
fêmeas podem ser predados por aranhas, vespas e pássaros insetívoros. Os ovos podem sofrer ataque de hymenópteros
parasitóides.
MARIPOSA
Protambulix strigilis
Procitheronia principalis
Othorene cadmus
Pseudoautomeris hubneri
Rothschildia aurota speculifer Rothschildia hesperus betis
espinal, peste bubônica, entre outras. Muitas doenças causadas por vírus também podem ser transmitidas pela mosca
doméstica, tais como, varíola, poliomielite, oftalmia purulenta, etc. Veiculam ainda protozoários, podendo causar a
disenteria amebiana, além de vermes, pois trazem seus ovos quando pousam em fezes humanas ou esterco de animais e
logo a seguir entram em contato com o alimento humano.
Alimentação: alimenta-se de quase todo tipo de restos alimentares, estrume e líquidos, como sucos, sangue, chorume do
lixo, etc. Suas larvas também não são exigentes no quesito alimentação, evoluindo rapidamente até a fase adulta, que é
alcançada em aproximadamente uma semana, no verão.
Reprodução: ovos são brancos e ovóides, com uma das extremidades mais larga, medindo cerca de 1mm de
comprimento. Cada fêmea coloca por volta de 120 a 150 ovos de cada vez, sendo depositados em substâncias orgânicas,
como lixo, esterco ou qualquer outro tipo de matéria orgânica em decomposição. Os ovos demoram geralmente de 8 a 24
horas para a eclosão das larvas, dependendo da temperatura. As larvas recém eclodidas são brancas e muito ativas e
passam por 3 estágios de desenvolvimento, também denominados estádios ou ínstares. É na fase larval que a mosca
cresce, assim, o tamanho da mosca adulta depende do tamanho máximo que a larva alcançar. Podem pupar na própria
matéria orgânica em decomposição ou abandonam o lugar onde vinham se alimentando e procuram um local mais seco,
como a terra fofa ou arenosa, onde penetram. O pupário, no qual encontra-se a pupa, é endurecido, escuro e tem forma de
um pequeno barril. No verão a fase de pupa dura de 3 a 6 dias, mas nos dias mais frios este período pode ser prolongado,
chegando a várias semanas. Assim que a mosca completa sua transformação para o estágio adulto, que ocorre dentro da
pupa, a mosca abre uma das extremidades do pupário com a cabeça, estende suas asas e sai. As fêmeas copulam logo
após a emergência ou 24 horas depois. Iniciam a postura dos ovos após 2 ou 3 dias, sendo que este período pode se
prolongar até o vigésimo dia após a emergência. Uma fêmea pode fazer até 6 posturas, depositando a média de 400 a 900
ovos durante toda a sua vida.
Predadores naturais: aves, pássaros, aracnídeos, répteis e anfíbios.
MOSCA VAREJEIRA (Chrysomya sp.)
Larvas são anfíbias com forma de cones alongados. Têm dois ganchos na cabeça e o abdome almofadado. Isso lhes
permite rastejar em chão úmido sobre plantas aquáticas. As mandíbulas da mutuca são como um par de espadas afiadas,
com saliências nos lados como se fossem serras, e que se cruzam como as lâminas de uma tesoura. Suas maxilas são
como pequenas lanças de ponta aguçada, capazes de entrar e sair de um orifício como se fossem uma broca pneumática.
Mas isso não é tudo. Esse estranho cirurgião, como se estivesse numa sala cirúrgica, suga o sangue de sua vítima,
usando seu aparelho sugador. Finalmente, usa um anticoagulante para que o sangue não coagule. A picada da mutuca
em si não é prejudicial, embora seja dolorosa, contudo, pode transmitir moléstias: a doença do sono ao ser humano na
África e aos cavalos na Índia. No campo este inseto incomoda o gado e cavalos, pousando geralmente na região da anca,
dorso do animal, pescoço e patas, locais onde o animal dificilmente consegue "espantá-las". Além de perturbarem o
hospedeiro, podem transmitir agentes infecciosos e desencadear reações alérgicas.
Habitat : áreas rurais, pastagens e capoeiras. Vivem em geral próximas aos criadouros, abrigando-se nas matas.
Ocorrência: todo o Brasil
Hábitos: pica durante as horas quentes do dia. Raramente invadem casa e estábulos, preferindo picar animais a céu
aberto. Predominam nos meses quentes e chuvosos, emergindo os adultos sempre nas mesmas estações do ano.
Alimentação: as larvas são carnívoras, alimentam-se de pequenos invertebrados de água doce. As fêmeas alimentam-se
de sangue, isto é, são hematófagas. Os machos alimentam-se de pólen e néctar das flores.
Reprodução: os ovos são colocados às centenas em plantas aquáticas e junto das águas e as larvas desenvolvem-se na
água.
Predadores naturais: peixes, anfíbios, aves, pássaros e répteis.
coagulação do sangue, por isso ocasionam a coceira. Porém, esta só se inicia após algumas semanas da picada,
indicando que, quando ela ocorre, a pessoa já está com piolhos há pelo menos um mês. Os piolhos não transmitem
doenças, são simplesmente um incômodo para a pessoa infestada. É muito comum crianças serem infestadas por piolhos.
A infestação ocorre através de contato direto com objetos infestados com piolhos, tais como chapéus, escovas de cabelo,
pentes, travesseiros, encostos de cadeiras, assentos de carros ou contato com pessoas com piolho.
Reprodução: seus ovos são endurecidos e de coloração branco perolada e são vulgarmente conhecidos por lêndias.
Estas são depositadas no fio de cabelo, próximo ao couro cabeludo. Os locais preferidos para postura são no cabelo da
região da nuca e próximo as orelhas, porém, as lêndias podem ser encontradas aderidas aos fios de cabelo de toda a
cabeça. Após cinco a quatorze dias da postura dos ovos nascem as ninfas, que são muito semelhantes aos piolhos
adultos. Estas crescem e trocam de pele três vezes, isto é, sofrem três mudas antes de atingirem o estágio adulto. Quando
adultas, as fêmeas depositam de 50 a 100 ovos antes de morrer. O ciclo de vida completo de um piolho dura
aproximadamente um mês. A maturidade sexual nos adultos ocorre em 4 horas, com cópula imediata.
causam somente desconforto ao homem e seus animais domésticos, mas também problemas de saúde, tais como,
dermatites alérgicas, transmitem viroses, vermes e doenças causadas por bactérias (peste bubônica, tularemia e
salmonelose). Apesar das picadas serem raramente sentidas, a irritação causada pelas secreções salivares pode se
agravar em alguns indivíduos. Algumas pessoas sofrem uma reação severa resultante de infecções secundárias
ocasionadas pelo ato de coçar a área irritada. Picadas no tornozelo e pernas podem, em algumas pessoas, causar dor que
pode durar alguns minutos, horas ou dias, dependendo da sensibilidade do indivíduo. Em algumas pessoas não ocorre
qualquer reação. A reação típica da picada é a formação de uma pequena mancha dura, avermelhada com um ponto em
seu centro. Pode viver até 513 dias.
Ocorrência: em todo o Brasil
Hábitos: a ausência de movimento detona processos biológicos que levam as larvas a eclodirem dos ovos e os adultos a
emergirem de suas pupas. Por isso, que a falta de movimento na casa durante as férias ou durante o período em que um
imóvel não é alugado é fator determinante na infestação de pulgas. Os ovos e as pupas são "impermeáveis" à inseticidas,
cuja ação se restringe às larvas e aos adultos da pulga. As vezes, famílias que viajam por um período razoável de tempo,
quando voltam, encontram a residência infestada por pulgas. Isto ocorre porque a casa fica fechada sem hospedeiros
(cães e gatos). Assim que a família retorna, ela é atacada pelas pulgas que nasceram no período. São excelentes
saltadoras, podendo saltar verticalmente uma altura de aproximadamente 18 cm e horizontalmente 33 cm.
Alimentação: somente o adulto é hematófago, isto é, alimenta-se de sangue que pode ser de aves ou mamíferos.
Algumas espécies de pulgas dão preferência a uma única espécie de hospedeiro, porém, a maioria pode sugar várias
espécies de animais. Por este motivo, as pulgas transmitem doenças ao homem e a outros animais. As larvas das pulgas
não possuem pernas, são cegas e evitam a luz. Seu alimento consiste de fezes das pulgas adultas, pele, pêlo e penas.
Elas não sugam sangue. As fêmeas adultas não conseguem depositar ovos sem uma refeição, mas os adultos, tanto
machos, quanto fêmeas podem sobreviver de dois meses a um ano sem se alimentar.
Reprodução: o s ovos das pulgas são depositados sobre o hospedeiro, em seu ninho, ou no chão. São esbranquiçados,
lisos e ovais. As fêmeas adultas botam ovos (ovipositam), que se transformam em larvas quando encontram boas
condições ambientais que, por sua vez, empupam para se transformarem em adultos. Este ciclo se completa por volta de
30 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade. As pupas possuem um casulo de seda fabricado pela
larva de último ínstar onde ficam aderidos pêlos de animais, poeira e outras sujeiras. Em aproximadamente 5 a quatorze
dias as pulgas adultas emergem ou permanecem em repouso dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que
pode ser ocasionada pelo movimento de um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. A emergência pode
ser ocasionada também pelo calor, barulho ou pela presença de dióxido de carbono que significa que uma fonte potencial
de alimento está presente.
Predadores naturais: pássaros
PULGÃO
Características: são de grande importância econômica, pois podem ocasionar
sérios prejuízos às plantas cultivadas. Apresentam corpo mole, piriforme, isto é,
em forma de pêra sendo encontrados em grande quantidade sobre os ramos e
botões florais. Provocam o enrolamento ou murchamento da planta, além de serem
vetores de microrganismos que causam doenças às plantas. Alguns pulgões
podem apresentar asas que, em repouso, são mantidas verticalmente sobre o
corpo. Na parte posterior do abdome dos pulgões existe um par de cornículos,
estruturas tubulares que funcionam como tubos secretores de cera.
Habitat: são muito comuns nas plantas ornamentais, principalmente nas roseiras.
Ocorrência: em todo o Brasil
Alimentação: sugam a seiva das plantas eliminando uma substância adocicada denominada "honeydew". Esta substância
corresponde ao excesso de seiva sugada pelo inseto, que uma vez em contato com a planta possibilita o crescimento de
um fungo negro denominado fumagina. Este fungo impede que a planta exerça suas funções podendo levá-la a morte. As
formigas também são atraídas pelo "honeydew".
Reprodução: por partenogênese, isto é, as fêmeas não precisam ser fecundadas para dar origem a outras fêmeas. No
entanto, em algumas épocas do ano, é possível visualizar machos na população. Quando isto acontece, ocorre
reprodução sexuada (com cópula), dando origem a machos e fêmeas. Os machos normalmente aparecem quando existe
superpopulação de pulgões em uma única planta hospedeira, a planta hospedeira está morrendo, a temperatura ambiente
está mais baixa, entre outras situações. Fêmeas vivíparas, isto é, que dão a luz formas jovens, sem botar ovos,
produzem óvulos antes de nascerem. Isto significa que um embrião pode existir dentro de outro maior e mais maduro, já
que elas reproduzem assexuadamente, como descrito anteriormente. Desta forma, um pulgão fêmea pode conter dentro
de si não só os embriões de suas filhas, mas também os de suas netas, que já estão se desenvolvendo dentro de suas
filhas. A partenogênese, combinada com estas gerações telescópicas dão aos afídeos uma capacidade incrível de
reprodução, onde ocorrem imensas populações em um tempo muito curto.
Predadores naturais: joaninhas, pássaros, anfíbios, répteis, pequenos mamíferos (primatas).
Características: foi introduzida no Brasil em 1961, originário da Ásia Oriental, que se propagava no fícus,
o tripes ou lacerdinhas são insetos de tamanho pequeno com aparelho bucal do tipo raspador. São pragas
importantes de diversas culturas e, quando presentes em grandes populações, causam danos
consideráveis às plantas. Plantas atacadas pelos tripes ficam com coloração prateada, as folhas ficam
retorcidas e caem prematuramente. Além do dano direto que provocam pela alimentação os tripes
também podem transmitir vírus para as plantas, o que causa, muitas vezes, sua morte. Asas estreitas com
longas franjas em suas margens. A coloração é normalmente amarelada ou preta brilhante. As ninfas,
fase jovem dos tripés, assemelham-se muito aos adultos com o corpo bastante alongado, porém não
apresentam asas. Os machos são de menor tamanho do que as fêmeas. Este inseto provoca intensa
irritação nos olhos dos passantes, chegando a provocar graves acidentes de trânsito.
Habitat: dentro de folhas enroladas ou na superfície inferior das destas.
Ocorrência: em todo o Brasil, nas lavouras de cacau, da cebola, do algodão, bem como no cultivo de
plantas ornamentais.
Hábitos: quando perturbadas, muitas espécies de tripes podem curvar a ponta de seu abdome para cima.
Alimentação: fitófagos, isto é, alimenta-se de plantas.
Reprodução: o ciclo de vida dos tripes inclui o ovo, dois estágios de ninfa que se alimentam, um estágio de pré-pupa e
pupa que não se alimentam e o adulto. Os ovos são muito grandes em relação ao tamanho da fêmea e são depositados
dentro do tecido da planta.
Habitat: lavouras
Ocorrência: em todo o Brasil.
Alimentação: alimentam-se de folhas e as danificam, deixando-as perfuradas. Os principais danos são causados pelas
larvas que fazem pequenos furos na raiz, diminuindo o seu valor comercial. Além do dano direto, a perfuração na raiz
facilita a entrada de fungos e bactérias.
Reprodução: a fêmea põe os ovos no solo, normalmente em fendas de dessecamento ou junto às raízes das plantas, ou
na base do caule da planta. Os ovos são branco-translúcidos e incubam por cerca de 13 dias. As larvas são de hábito
subterrâneo e se alimentam de raízes ou tubérculos. Possuem corpo vermiforme branco-amarelado, com cabeça e escudo
anal marrom escuros. No seu completo desenvolvimento atinge até 12 mm de comprimento. Ocorrem várias gerações
anuais.