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SIMULADO DE PORTUGUÊS PARA 2º ANO B

A guerra das regras

Durante muito tempo astronomia e astrologia foram a mesma coisa: misto de ciência e
adivinhação que se propunha tanto a orientar os navegantes quanto a prever o futuro. Durante
muito tempo, quem se ocupou de estudar as propriedades da matéria foi a alquimia. E ela tanto
descobriu substâncias importantes, que usamos até hoje, quanto perseguiu objetivos quiméricos,
como transformar metais sem valor em ouro.
Foram necessários séculos para que a astronomia se separasse definitivamente da
astrologia, e a química se afirmasse como ciência distinta de alquimia. Da mesma forma, há ao
menos um século a linguística se destacou da gramática tradicional, especulativa e normativista.
O curioso é que, enquanto as aulas de ciência ensinam química e astronomia e não alquimia ou
astrologia, nas de português ainda impera a visão eugenista do certo e do errado.
Tal visão imprime nos alunos a crença na velha oposição “certo x errado”, quando o que
deveria ser discutido é a adequação ou não das variedades linguísticas a cada contexto de
comunicação. E, o que é mais grave, essa visão está baseada numa norma desatualizada,
calcada em escritores do passado, sobretudo lusitanos, e não no uso efetivo que os falantes
cultos fazem da língua no Brasil. Parece que as aulas de língua passam incólumes aos
progressos científicos, e quase nada do que se pesquisa nas universidades chega aos bancos
escolares.
(...) Na mídia, professores de português cuja titulação acadêmica quase nunca vai além
de bacharel ou licenciado fazem sucesso doutrinando o público como se fossem pastores. Eles
pregam a virtude que conduz ao paraíso (as formas gramaticais “corretas”) e procuram afastar
os “fiéis” do pecado do erro, digno do inferno – que é a discriminação linguística.
(...) É preciso que haja uma revisão urgente da gramática normativa, para modernizá-la
(adequá-la ao efetivo uso culto atual e incorporar à norma as mudanças que o idioma sofreu),
bem como racionalizá-la – dar tanto quanto possível soluções às irregularidades e às
incoerências da gramática que os falantes já eliminam na prática.

Aldo Bizzocchi, Revista Língua, julho de 2011.

01. Lendo o texto, pode-se afirmar que

A) os progressos da ciência não podem ser aplicados ao estudo das línguas.

B) na “guerra” contra as regras gramaticais a linguística se firma frente ao estudo da norma-


padrão, e o estudo da Língua Portuguesa nas escolas deixa de ser tão doutrinário.
C) o enunciador prioriza o estudo do certo e do errado em todos os contextos comunicativos.

D) atualmente nas aulas de português se desenvolve a consciência de que é preciso adequar a


linguagem aos diversos contextos de comunicação.

E) já há indícios no Brasil de que o ensino de Língua Portuguesa evoluiu, assimilando as


transformações de outras ciências.

A morte de um dos maiores humoristas do país mostrou que a gramática estava errada. O
jornal carioca O Dia mostrou isso ao estampar em primeira página a oração “Morreram Chico
Anysio”. O sujeito da oração é “Chico Anysio”. A forma verbal, porém, não está no singular, não
é “morreu”. Chico não era um, era vários, era dezenas, era mais de duas centenas. Chico
morreram.
Menelau Júnior http://www.jornalvanguarda.com.br/

02. O texto verbal da manchete jornalística chama a atenção por contrariar uma norma prevista
pela norma-padrão. O que parece erro gramatical é, na verdade, uma

A) metáfora, que consiste no emprego de uma palavra com sentido que não lhe é comum pelo
resultado de uma relação de semelhança.

B) anáfora, que consiste em retomar palavras ou expressões já citadas.

C) ironia, que consiste em dizer o contrário do que se pensa.

D) concordância com a linguagem não verbal, que se dá no plano da ideia.

E) elipse, que consiste na supressão de um termo que pode, facilmente, ser entendido pelo
contexto.
O texto na era digital
Houve um tempo em que o hábito de manter cadernos de anotações era algo bastante
corriqueiro.
[...] Hoje, com mais de 37 milhões de usuários de internet só no Brasil, essa tradição de
escrita parece mais viva do que nunca, impulsionada por novas tecnologias e amplificada pela
comunicação em rede. Não é exagero afirmar que e-mails, blogs e redes de relacionamento já
deixaram sua marca na produção textual contemporânea. Para o escritor Michel Laub [...]:
— O texto da internet é um texto em geral mais coloquial, menos “literário”, no sentido de
ser mediado por truques de estilo. A internet não inventou a coloquialidade, mas fez com que ela
passasse a soar mais natural para muito mais gente e, estatisticamente ao menos, virou um certo
padrão — afirma.
Já o crítico em tecnologia Nicholas Carr dá a entender que a experiência de ler (na internet)
é bastante superficial.
[...] a professora de português Rosângela Cremaschi acredita que a diversidade de
códigos e linguagens tem deixado os jovens mais atentos e receptivos.
Michel Laub também vê com bons olhos os novos hábitos de leitura incutidos pela
tecnologia. Para ele, a propensão a textos mais curtos em sites e blogs não nos tornou
necessariamente mais dispersos ou desatentos. Ao contrário: lê-se mais que antigamente.
A internet não deve ser vista como algo negativo, pois amplia nossas possibilidades de
leitura. É claro que é preciso um olhar crítico, e esse é o papel do educador, o de orientar a
busca, seleção e gerenciamento de informações que estão disponíveis na rede.

Adaptado de MURANO, Edgar. Língua portuguesa, n. 54. p. 28-33.

03. Nesse texto, observam-se alguns juízos de valor acerca do uso da internet. Partindo das
informações nele expressas, conclui-se que

A) a internet, de certo modo, introduziu a tradição da escrita entre os jovens de hoje.

B) a internet eliminou o caráter literário do texto, ainda que tenha ampliado o uso da escrita.

C) os hábitos de leitura diminuíram à medida que os textos se tornaram mais curtos em blogs.

D) entre os aspectos positivos da internet destaca-se a superficialidade na experiência de ler.

E) a presença de muitos códigos na comunicação escrita aumenta a receptividade e a atenção


dos jovens leitores.
04. A partir desses números apresentados no gráfico, podemos inferir que

A) o conjunto dos países apresentados agrupa sociedades com altos padrões de


desenvolvimento econômico e social.

B) há relação direta entre o grau de desenvolvimento do país e a inserção da mulher no mercado


de trabalho.

C) nações industrializadas e urbanizadas, portadoras de um PIB per capita elevado, têm mais
mulheres no mercado de trabalho.

D) fatores culturais atuam na composição do mercado de trabalho e condicionam a participação


efetiva das mulheres na vida social, mesmo em países desenvolvidos.

E) com exceção do Brasil, as mulheres, em países desenvolvidos, não têm necessidade de


participar do mercado de trabalho.

Português brasileiro entra em campo


Língua falada no Brasil vira sexto idioma em site da Fifa

Segundo anúncio da Fifa, a língua portuguesa falada no Brasil passa a ser o sexto idioma
oficial do site, [...] A entidade afirmou que a decisão de incluir o português brasileiro se deve ao
fato de o Brasil ter abrigado a Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014,
além de contar com uma população de mais de 200 milhões de habitantes. Contudo, notícias do
futebol lusitano serão escritas em português de Portugal, uma vez que brasileiros e portugueses
apresentam vocabulários distintos para o mesmo esporte. [...]

*Vocabulário futebolístico

Português brasileiro Português de Portugal

Ao vivo Em directo
Atacante Avançado
Camisa Camisola
Campo Relvado
Goleiro Guarda-redes

Adaptado de Língua portuguesa, n. 52, p. 8.

05. Pela leitura do texto, infere-se que

A) Portugal e Brasil possuem idiomas diferentes do ponto de vista lexical.

B) o título da nota jornalística — Português brasileiro — é inadequado, uma vez que brasileiros
e portugueses possuem a mesma língua.

C) o português é a língua comum a portugueses e brasileiros; no entanto, por fatores geográficos,


usam variedades diferentes.

D) a variedade falada no Brasil é a mais atual, por isso foi adotada no site da Fifa como sexto
idioma.

E) é mais apropriado dizer português brasileiro porque o Brasil possui um número maior de
habitantes que Portugal.

RESTOS
Minha Nossa Senhora do Bom Parto! O caminhão do lixo já deve ter passado! Eu juro, seu
poliça, foi nessa lixeira aqui! Nessa mesminha! Eu vim catar verdura, sempre acho umas tomate,
umas cenoura, uns pimentão por aqui. Tudo bonzinho, é só lavar e cortar os pedaço podre, que
dá pra comer... Aí quando eu puxei umas folha de alface, levei o maior susto. Quase desmaiei,
até.
Eu, uma mulher assim fornida que nem o seu poliça tá vendo, imagine: fiquei de pernas
bamba, me deu até tontura. Acho que também por causa do fedor... Uma carniça que só o senhor
cheirando, pra saber. Mas eu juro por tudo que é mais sagrado! Tinha sim um anjinho morto
nessa lixeira! Nessa aqui! Coitadinho... Deve ter se esgoelado de tanto chorar. A gente via pela
sua carinha de sofrimento. Ele tava com a boquinha aberta, cheinha de tapuru. Eu nem reparei
se era menino ou menina, porque eu fiquei morrendo de pena... E de medo, também... Os olho...
É do que mais me alembro... Esbugalhados, mas com a bola preta virada pra dentro, sabe? Ai!
Soltei um berro e saí correndo.
Eu demorei pra lhe chamar porque eu não queria que o pessoal do supermercado me
visse aqui, ainda mais com um poliça. Já me escorraçaram uns par de vez...! Prefere deixar as
coisas apodrecer do que ajudar a matar a fome dos outros.
Nem no Natal esse povo tem pena de ninguém.
Eu não duvido nada que o anjinho que tava aqui fosse filho de um deles.
Essa raça não presta mesmo! Vai saber...
Agora, eu não. Eu pari e to criando. Tudinho. Os cinco.
Às vez a gente passa fome, ou nem tem lençol pra todo mundo se cobrir, mas eu crio
tudinho.
Uma judiação fazer aquilo com um anjinho daquela idade. Vamo atrás do caminhão? Eu
sei onde fica o aterro, moro lá perto. Só venho aqui pra ver se arranjo umas verdura melhorzinha.
O seu poliça me dá uma carona e lá a gente acha o anjinho. Se algum cachorro ou urubu não
comer ele antes. Vamo? O quê? Aí atrás? No camburão? Mas a minha roupa não tá suja, não
vou melar os banco ali na frente.
Presa? Mas... Minha Nossa Senhora do Bom Parto! Espere, espere... O quê que eu fiz pra
ir presa?

Luciano Serafim Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 4, t. 4 http://www.filologia.org.br

06. No texto, o tema do “diálogo” entre os personagens é

A) a indigência social e a exclusão dos direitos de cidadania


B) a relação hierárquica de poder, em que o policial representa a ordem social
C) a religiosidade de uma personagem anônima.
D) uma criança morta encontrada por uma catadora de lixo numa lixeira de supermercado.
E) a história vivida e contada por uma só voz.

Como então dizer quem fala


ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da Serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.

João Cabral de melo Neto. Morte e Vida Severina

07. Identifica-se a caracterização metafórica dada à terra e a estreita relação com o homem que
nela habita no trecho

A) “... é o Severino / da Maria do Zacarias, / lá da Serra da Costela, / limites da Paraíba...”

B) “... se ao menos mais cinco havia / com nome de Severino...”

C) “... vivendo na mesma serra / magra e ossuda em que eu vivia.”

D) “Somos muitos Severinos / iguais em tudo na vida...”

E) “... e iguais também porque o sangue / que usamos tem pouca tinta.”
08. Tendo em vista as variações linguísticas no Brasil quanto ao léxico, o argumento da
personagem no terceiro quadrinho expressa

A) a afirmação da identidade regional.

B) a fragilização multicultural brasileira.

C) o ressurgimento do preconceito.

D) o bairrismo presente em todo o território nacional.

E) o fortalecimento do separatismo estadual.

Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de


infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma
alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de
desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos
níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a
capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses
casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida.Época. 23 mar. 2009.

09. As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na


construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que

A) o conectivo "mas também" exprime ideia de contraste.

B) a expressão "Além disso" introduz nova informação em convergência com as já ditas


anteriormente.

C) o termo "como", em "como morte súbita e derrame", introduz uma generalização.

D) o termo "Também" exprime uma justificativa.

E) o termo "fatores" retoma coesivamente "níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

O Santa Cruz perdeu para o Santos pelo placar de 3 a 2, com um gol no final da partida. O
cenário era para ser de tristeza, já que a equipe pernambucana deu mais um passo para o
rebaixamento da série A, mas não foi bem isso que aconteceu. Ao final do jogo, toda a imprensa
elogiou o espírito de luta dos tricolores.
Perguntado sobre possíveis vaias da torcida no Recife, o atacante Graffite, enquanto
descia aos vestiários, ironizou o repórter:
—Vaias? Que vaias?
Disponível em: http://oglobo.globo.com (adaptado).

10. A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas que se estabelecem entre
as partes do texto. Tais relações podem ser apresentadas explícita ou implicitamente pelo
emprego de conectivos ou expressões conectoras. Considerando o texto,

A) no primeiro parágrafo, o conectivo já que marca uma relação de consequência entre os


segmentos do texto.

B) no primeiro parágrafo, o conectivo mas explicita uma relação de adição entre os segmentos
do texto.

C) o conectivo enquanto estabelece uma relação de explicação entre os segmentos do texto.


D) a construção “Perguntado” deve ser entendida como ideia de condição.

E) a fala do jogador deixa implícita uma relação de oposição à pergunta do repórter.

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