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Meta da aula
Apresentar a influência e as diferenças entre a abordagem
antropológica e as crônicas dos viajantes e missionários dos
séculos XV ao XVIII.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo
desta aula, você seja capaz de:
Introdução
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Estudos Antropológicos
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Aula 1 • Missionários e viajantes
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Aula 1 • Missionários e viajantes
As viagens do descobrimento
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Atividade
Atende ao Objetivo 1
1. Quais são as principais características das crônicas dos via�
jantes do descobrimento?
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Resposta Comentada
As crônicas dos viajantes do descobrimento dos séculos XVI e XVII
tinham objetivos políticos, militares e comerciais. Suas observa-
ções sobre os nativos incorporam visões fantásticas ou mitológicas,
como o mito do Éden, e estiveram imersas em juízos de valor sobre
os nativos.
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Aula 1 • Missionários e viajantes
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Atividade Final
Atende aos Objetivos 1, 2 e 3
A partir dos textos apresentados a seguir, diferencie qual você
considera que é uma crônica de viajantes, qual um relato de
naturalistas e qual o resultado de uma pesquisa antropológica.
Justifique a resposta.
Texto 1
A insensibilidade é neles um vício de sua constituição al�
terada; eles são de uma preguiça imperdoável, não inventam
nada, não empreendem nada, e não estendem a esfera de
sua concepção além do que vêem, pusilânimes, covardes, ir�
ritados, sem nobreza de espírito, o desânimo e a falta abso�
luta daquilo que constitui o animal racional os torna inúteis
para si mesmos e para a sociedade.
Texto 2
Os índios ojibwa, da ilha Parry, possuem, entre outros “totens”,
a águia e o esquilo. Esses animais são símbolos das árvores
que frequentam: a águia frequenta o abeto e o esquilo, o cedro.
O interesse dos ojibwa pelo esquilo é portanto dirigido a uma
árvore. O mesmo esquilo é proibido às mulheres grávidas,
pelos fang do Gabão, em fase de considerações de outra or�
dem: esse animal se refugia na cavidade dos troncos das ár�
vores e a futura mão que comer sua carne arrisca-se a que o
feto imite o animal e recuse sair do útero.
Texto 3
Os colonos, com a ajuda de seus escravos, abriram uma
vereda através da inata até a primeira queda do rio Jua�
gua; e no dia 10 de setembro fizemos nossa incursão ao
Cuchivano. À medida que avançávamos, a vegetação ia-
se fazendo mais densa. Em vários lugares as raízes das
árvores tinham quebrado a rocha calcária, metendo-se
pelas rachaduras que separam os estratos. Era um prob�
lema carregar as plantas que colhíamos a cada passo.
Os bambus, as heliconias com lindas flores roxas, as hervas
e ou-tras plantas da família das amomáceas aqui alcançam
de oito a dez pés de altura e sua frescura e tenro verdor, seu
sedoso brilho e o extraordinário desenvolvimento do parên�
quima formam um surpreendente contraste com o marrom
dos fetos quase do tamanho de uma árvore, cuja folhagem
está tão delicadamente delineada.
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Resposta Comentada
Como você deve ter percebido, o texto 1 se refere a um relato de
viajante. Trata-se da crônica Pesquisas sobre os americanos ou Rela-
tos interessantes para servir à historia da espécie humana (1774), de
um viajante inglês chamado De Pauw. Nela podemos identificar um
grande maniqueísmo e juízos de valor sobre os nativos (preguiça
imperdoável, covardes etc.). O texto 2 é um trecho do livro O pen-
samento selvagem (1960) do antropólogo Lévi-Strauss. Vemos que
suas descrições são mais objetivas fazendo alusão a conceitos como
o de “totem”. Vemos também que o autor não emite juízos pessoais
acerca do comportamento do grupo social pesquisado. O texto 3 é
um relato do naturalista von Humboldt sobre uma região da Venezu-
ela. Nesse relato, vemos que a descrição sobre a natureza é mais
importante que a descrição dos colonos e dos escravos. Vemos tam-
bém que a descrição da natureza combina elementos científicos de
classificação (exemplo: “plantas da família das amomáceas”) com
imagens literárias (exemplo: “as amomáceas aqui alcançam de oito
a dez pés de altura e sua frescura e tenro verdor”).
Resumo
As crônicas de viajantes e missionários do século XVI ao XVIII
podem ser consideradas precursoras da Antropologia. Entre�
tanto, entre ambas as práticas existem muitas diferenças. Pri�
meiramente, o objetivo dos viajantes não era o estudo desses
povos. As crônicas dos viajantes do Descobrimento tinham fins
políticos, mercantis e religiosos, e as crônicas dos naturalistas
tinham objetivos científicos relativos ao conhecimento da flora
e da fauna. Em segundo lugar, as crônicas não são registros que
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Estudos Antropológicos
Leituras Complementares
BELLUZO, A. O Brasil dos viajantes. São Paulo: Objetiva, 1999.
GUIMARÃES, M. História e natureza em Von Martius: esquadrinhando o Brasil para cobrir
a Nação. História, Ciência e Saúde: Manguinhos, v. VII, 2000, p 389-410.
OLIVEIRA, R. Cardoso de. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. In: ______.
O trabalho do antropólogo. Araraquara: Ed. UNESP, 1998.
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