Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
TARUMÃ-AÇU, MANAUS/AM.
Kadja Santana dos Sontos1; Maria do Socorro Rocha da Silva2; Sebastião Atila Fonseca Miranda2;
Hillândia Brandão da Cunha2; Regison da Costa de Oliveira3; Rodrigo Araújo de Miranda1
Resumo: A micro bacia do Tarumã-Açu está localizada na zona Oeste de Manaus, sua área
compreende setores diferenciados, com vegetação ainda nativa, alguns animais silvestres e uma rica
fauna aquática, e outros já fortemente impactados. Este visa a elaboração de um índice de qualidade
da água (IQA) e avaliação da qualidade das águas da micro bacia do Tarumã-Açu. Inicialmente foi
realizado um levantamento dos dados físicos e químicos de projetos realizados no Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia nos anos de 2002 a 2014, posteriormente selecionados cinco
pontos de coletas e determinadas: pH e condutividade elétrica por potenciometria, oxigênio
dissolvido pelo método de Winkler e o íon amônio por espectrofotometria. Na elaboração do
índice de qualidade da água levou-se em consideração para o processo de normalização relacionar
os valores na escala de 80 a 100 representando a melhor qualidade ambiental foi usado como
referência os igarapés (Barro Branco e Acará) por ser ambiente natural. De acordo com os
resultados dos IQA as águas que apresentaram as melhores qualidades foram as dos igarapés Barro
Branco, Acará e km 30, pela localização em área rural. Enquanto que os piores índices de qualidade
da água foram encontrados no igarapé da Bolívia, por se encontrar em área urbana e sofre forte
pressão antrópica com a entrada de efluentes domésticos sem tratamento responsável pela
degradação na qualidade da água.
1
Bolsista do Programa IC –– CNPq /Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA;
2
Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA;
3
Bolsista do Programa IC –– FAPEAM /Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA
INTRODUÇÃO
Foram determinadas as seguintes variáveis: oxigênio dissolvido por método de Winkler, com
duplicatas, as amostras fixadas e usando como titulante solução de tiossulfato de sódio 0,1N,
condutividade elétrica por condutivimetria, pH por potenciometria com pH-metro Quimis
Aparelhos Científicos LTDA, modelo Q-400HM e Ìon amônio determinado por espectrofotometria
com auxílio do FIA (análises de fluxo continuo).
Para o cálculo do índice de qualidade (IQA) nas águas, utilizou a metodologia aplicada por
(Andrade et al., 2005), com algumas adaptações, levando também em consideração características a
serem atendidas por este índice como: representar a qualidade da água em termos de proteção da
vida aquática, comtemplar o estado natural e atual de degradação da água.
Neste trabalho levou-se em consideração para o processo de normalização relacionar os
valores na escala de 80 a 100 para as águas consideradas de melhor qualidade usando como
referencia os igarapés Barro Branco e Acará, por estarem pela localizados no interior da Reserva
florestal Adolfo Ducke, sendo igarapés naturais com cobertura vegetal ainda original, e como
ambiente impactado, o igarapé Bolívia localizado na área urbana receptor de efluentes domésticos e
industriais, considerando ambiente degradado na escala >50. (Tabela 1).
O IQA foi calculado pelo somatório da qualidade individual de cada variável (qi) ponderado
pelo peso (wi) desta variável na avaliação da variabilidade total da qualidade da água, segundo a
fórmula:
n
IQA = ∑qi wi Equação 1
i=1
Variável peso
pH 0,2
CE 0,3
OD 0,3
NH4+ 0,2
∑ 1
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores do pH nas águas apresentaram variações entre os pontos amostrados, variando de
3,6 a 6,9 com o menor valor encontrado no ponto 02 do igarapé Acará e o maior no ponto 03 na
Ponte da Bolívia. Segundo SIOLI (1985) os ecossistemas aquáticos naturais da região de Manaus
são classificados como de águas pretas e claras apresentando o pH com características ácidas
decorrentes da decomposição da matéria orgânica gerando os ácidos húmicos e fúlvidos. Esses altos
valores encontrados no ponto 03 está relacionado com a ocupação do solo nas áreas do entorno do
igarapé e a entrada de efluente doméstico, conforme Santos et.al (2006) .
A condutividade elétrica apresentou variações entre os pontos amostrados, variando de
5,30µS/cm-1 a 158,60 µS/cm-1 com o menor valor encontrado no ponto 04 do Igarapé Mariano e o
maior no ponto 03 na Ponte da Bolívia. SILVA (1996) estudando sedimentos de fundo de igarapés
de Manaus encontrou valores em ambientes naturais variando de 7,7 µS/cm-1 a 38,5 µS/cm-1,
diferentes dos encontrados nos igarapés que cortam a área urbana que variou de 82,0 µS/cm -1 a
182,0 µS/cm-1. Valores altos similares aos encontrados neste estudo no ponto 03 da ponte da
Bolívia, demostrando uma forte influência antrópica nos igarapés que cortam a área urbana de
Manaus.
O oxigênio dissolvido apresentou variações entre os pontos amostrados, variando de 0,43
mg.L a 8,71 mg.L-1 com o menor valor encontrado no ponto 03 da Ponte da Bolívia e o maior no
-1
ponto 05 Igarapé do km 30. COSTA (2003) estudando igarapés das bacias hidrográficas do São
Raimundo, Educando e Tarumã encontrou valor de 7,49 mg.L-1 no igarapé Mariano pertencente a
bacia do Tarumã- Açu; NASCIMENTO et al., (2005) encontrou valor de 3,01 na ponte da Bolívia;
valores este similar ao encontrado nestes mesmo ponto neste estudo. As menores concentrações
encontradas no ponto 03 podem estar relacionadas à entrada de matéria orgânica por meio de
despejos domésticos a qual promove o consumo de oxigênio pelos microrganismos, no processo de
XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5
degradação causando a redução deste elemento.
A amônio apresentou variações, com diferenças entre os pontos amostrados, variando de
0,046 mg.L-1a 7,75 mg.L-1 com o menor valor encontrado no ponto 01 Igarapé Barro Branco e o
maior no ponto 03 Ponte da Bolívia, com valor médio de 0,499 mg.L-1. SILVA et al. (2013)
encontraram nos rios da Amazônia valores variando de 0,02 a 3,1 constatando a presença desta
variável tanto em ambientes lóticos como lênticos. SILVA et al., (2009) estudando o efeito tóxico
do íon amônio sobre as larvas de insetos verificou que concentração acima de 3,5 mg.L-1 pode
afetar a sobrevivência dos mesmos, apesar de estar em conformidade com a Resolução CONAMA
IQA
100
90
80
70
60
IQA
50
40
30
20
10
0
P1 P2 P3 P4 P5
Figura 02. Valor médio do IQA dos pontos estudados.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS