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MONOGRAFIA
1
SÃO PAULO - 2008
MÁRCIO SOARES BELTRÃO DE LIMA
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SÃO PAULO - 2008
Banca examinadora
3
A arte não é apenas básico, mas fundamental na
Educação de um pais que se desenvolve. Arte não é
enfeite. Arte é cognição, e profissão, é uma forma
diferente da palavra para interpretar o mundo, a
realidade, o imaginário, e é conteúdo. Como conteúdo,
arte é o melhor do ser humano. Arte é qualidade e
exercita nossa habilidade de julgar e de formular
significados que excedem nossa capacidade de dizer em
palavras. É o limite de nossa consciência excedem o
limite das palavras.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6
VIOLÃO
......................................................................................................................
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6. A PROPOSTA METODOLÓGICA TRIANGULAR NO ENSINO
MULTICULTURAL ..................................................................................................
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ANEXOS .................................................................................................................... 85
PARTITURAS ............................................................................................................ 95
INTRODUÇÃO
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muitas vezes, coincidentes – desdobramentos teóricos, como, por exemplo, a noção
triangular da semiótica peirceana e o tripé educacional apresentado por diversos e
consagrados autores.
Notamos, então, que o número três estava presente em diversos saberes e
sociedades e, justamente por conta disso, fizemos uma aproximação entre as diversas
propostas teórico-pedagógicas, na tentativa de se buscar uma melhor formação para o
aluno – a de um aluno mais consciente no ato de aprender a aprender, de aprender a
fazer, de aprender a conviver e de aprender a ser.
No decorrer de nosso trabalho conhecemos a proposta do Ensino Coletivo
(Cruvel), do ensino holístico do Bem-Estar (Arun), da Sensibilização Musical (Enny
Parejo), e outras mais. E, do embate entre o pensamento Cartesiano e o modo de pensar
Complexo, nosso trabalho encontrou múltiplos caminhos. A opção foi uma proposta
dialética para o ensino do violão e, sempre que possível, sua adaptação aos métodos
ativos de Musicalização para as aulas de instrumento (violão).
Com o objetivo de levar uma maior liberdade ao estudo do violão erudito
(clássico), usamos a releitura da obra de arte como um importante referencial teórico –
dos mais importantes, a saber, porque se escora nas idéias de Ana Mãe, para depois
fazer eco nos ditames de Paulo Freire, em sua Pedagogia da Autonomia.
O que se segue são exemplos de uma pesquisa-ação, que procuram mostrar os
resultados advindos da releitura proposta para artes-visuais no ensino do violão, bem
como princípios filosóficos de um ensino para libertação e transformação social.
1. UMA VISÃO SOBRE A QUESTÃO DO ENSINO
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Educar, então, seria a arte de fazer desabrochar, de possibilitar, o crescimento, o
desenvolvimento a eclosão de tudo quanto o ser humano já carrega embrionariamente
dentro de si...Tem mais a ver com provocação do que com doutrinação. E não tem nada
a ver com um tipo de pratica que parece mais encher vasilhas, supostamente vazias...
Educar é uma arte, e arte tem a ver, antes de tudo, com disciplina...Não é por
nada que a palavra “arte“ vem da mesma raiz indo-européia, isto e do sânscrito, `rtam,
que as palavras “aritmética”, “ritmo“, e “rito”...Toda arte tem seu metro, suas regras,
seus parâmetros, seu ritual... é coisa de paciência, de cuidado, de capricho, de paixão,
de tesão, supõe dedicação ,consagração, esmero, entrega gratuita e prazerosa de se
próprio a obra que se pretende realizar...
Se isso vale para arte, imagine para educação, a arte de fazer as pessoas
desabrocharem, florirem, frutificarem, brilharem “... gente é pra brilhar... não pra morrer
de fome...” Caetano Veloso.
É claro que o artista precisa sobreviver para da conta de sua arte. E precisa
sobreviver com dignidade. Mas arte é mais prazer do que meio de vida. Segundo
entrevista com o professor Ronoel Simões: “... violão não dá dinheiro...” ,
Portanto, deixar de realizar bem a sua obra porque se é mal remunerado, por
exemplo, não é coisa de artista, de um verdadeiro educador. Aliás, quanto mais se
dedica à sua arte, à sua obra, a aos seus educandos, à uma educação de qualidade, é que
o arte-educador terá condições, se for o caso, de reivindicar uma melhor remuneração.
Se o arte-educador se descuida de sua arte, perde seu valor como artista e seu
direito como profissional.
Mas educar também tem a ver com autoridade. E autoridade também vem do
latim augere, isto é, “crescer”, “aumentar”, que na grafia antiga, mais fiel à raiz latina,
se escrevia augmentar, tanto intransitiva, quanto transitivamente, quer dizer, “crescer”
e “fazer crescer”, fazer aumentar...
Da mesma raiz vem “autor”, em latim, auctor, isto é, alguém que, pela sua arte,
é capaz de fazer surgir alguma coisa, alguém que cria algo novo, alguém que enriquece
a realidade.
“Autoridade” é então a qualidade ou a competência de quem, primeiro, é capaz
de fazer crescer, de enriquecer a realidade, de aumentar a beleza, o belo e a bondade do
mundo, de realizar o novo, de fazer existir o que não existia. Por isso mesmo, num
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segundo momento, ele mesmo, cresce aos olhos de quem admira sua capacidade de
fazer surgir alguma coisa ou fazer alguém crescer, de fazer surgir o novo, de contribuir
com alguma coisa de novo para o bem da humanidade. O papel da “autoridade”, então,
é fazer os outros crescerem. Outra pretensa expressão de autoridade é a imposição, a
impostura, o abuso de poder, a mistificação, a enganação etc.
Mas os antigos diziam, em latim, que auctoritas est ille qui silet, quer dizer,
autoridade é aquele que silencia, que cala, que pára pra escutar. Parece ser o
primeiro requisito da verdadeira autoridade e do verdadeiro educador: a capacidade de
calar e de escutar. Alguém que só tenha o que dizer, a partir do que escuta, do que
observa; alguém que sinta profundamente as pessoas e os acontecimentos; alguém que
tenha aprendido a ler os rostos, os semblantes, e a se colocar no lugar do outro.
Uma educação “alternativa” – que vem do latim alter, altera, quer dizer, outro,
outra, diferente –, que em nossa proposta significa práticas que se justapõem ao que já
existe, que se colocam ao lado das demais... Jeitos de educar existindo paralelamente a
outros... Atividades educacionais diferentes, novas, modernas, criativas, dinâmicas,
sofisticadas, realizadas ao lado de outras consideradas tradicionais, superadas,
monótonas, caretas, cafonas, por exemplo... Educar a partir do:
A arte de suscitar:
1. novas relações entre as pessoas (comunidade planetária) Edgar Morin
2. novas relações com o cosmos, com a terra (tomada de consciência de nossa
terra pátria) Edgar Morin
3. novas relações com o micro e o macro mundo, com o complexo. (cidadania
terrena) Edgar Morin.
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desafio de existir. Respostas dos seres interdependentes em relações interpessoais. Desta
forma, teremos três eixos:
1. O passado: a tradição e o legado herdado historicamente.
2. O presente: a continuidade, atualidade, criatividade e mudança.
3. O futuro: a projeção, o sonho permanente de superação.
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Neste sentido, as diretrizes curriculares nacionais, de 1996, elaboraram um
currículo paralelo da cidadania, um currículo interdisciplinar e transdiciplinar, que
transcende os conteúdos a priore estabelecidos, sendo estes:
1. Saúde
2. Sexualidade
3. Vida familiar e social
4. Meio ambiente
5. Trabalho
6. Ciência e tecnologia
7. Cultura
8. Linguagem.
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produção historico-social em toda sua diversidade, que possibilita a identificação de
qualidades estéticas, e essencial, e cabe ao professor promover esse acesso, pois assim
ele estará promovendo conhecimento e cidadania.
Na sociedade moderna, a arte torna-se um meio de
preservação e fortalecimento da comunicação pessoas-a-
pessoa e de sublimação da melancolia, do medo e da
desalegria - fenômenos que ocorrem pela manipulação
bitolada das instituições públicas e se tornam fatores hostis à
comunicação. A arte transforma-se em instrumento do
progresso, ou melhor, da transformação, do soerguimento da
personalidade e de estímulo à criatividade.
Como instrumento de libertação, a arte torna-se um meio
indispensável de educação, pelo fato de oferecer uma
contribuição essencial à formação do ambiente humano.
Assim, através de sua integração na sociedade, a arte tornar-
se-á um traço central da sociedade moderna, desde que por
meio desta sua integração, ela vença sua alienação social e
sobreviva à sua crise.1
Com o acesso à arte, poderemos diminuir o fosso existente entre pobres e ricos,
na direção de uma sociedade mais justa e democrática. O social é, pois, base do
humano. Nossa perspectiva filosófica é humanista guiada por concepções comprometida
com a dignidade humana:
1. A justiça social;
2. A ética democrática;
3. A construção da cidadania.
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Assim como a Música os elementos que a compõem (melodia, ritmo, harmonia,
densidade, frases, temas, formas...) E esse conteúdo que se ensina em arte, e a partir da
posse desse conhecimento, qualquer pessoa pode utilizá-lo para se comunicar/
expressar, para ler a produção artística da humanidade e compreender e desvelar a
existência de múltiplas culturas e subjetividades. A arte e um laboratório insubstituível
para a invenção, a descoberta, a investigação, o sonho e a realidade, a contestação, o
imaginário, o debate, a resistência, a provocação.
Arte é linguagem, e sistema de representação, e comunicação. Uma linguagem
intertextual, pois articula diversas linguagens, e um mosaico de diversidades, pois no
palco o instrumentista utiliza varias competências e habilidades, além de aspectos
cognitivos e estéticos, pois lidamos com questões inerentes ao desenvolvimento e
formação da memória muscular, coordenação motora fina, sincronismo,
psicomotricidade, além de conhecimentos de estilos e movimentos artísticos. A
linguagem Musical e democrática por excelência, pois reduz os desníveis sociais.
É a partir do domínio da linguagem que passamos a construir sentidos, a da
forma ao pensamento. Construir, descobrir a linguagem e aprender a utilizar os signos
da arte em toda sua expressividade.
Dentro dos novos paradigmas do ensino, temos que estar atentos a nossa
diversidade cultural, para não darmos continuidade a exclusão as etnomusicais, agindo
assim, estaremos colaborando para o fim da segregação cultural, da supremacia da arte
hegemônica européia, que trata outras culturais como inferiores. Pois a
multiculturalidade é a convivência de diversas culturas dentro de um mesmo campo e
compreende as representações de raça, classe e gênero como resultado de lutas sociais,
neste sentido e importante analisar repertórios tecnicamente substituíveis, dando
oportunidade de escolha aos nossos alunos.
Um professor que ensina um instrumento devera estar atento a formação do
aluno completo, complexo, indissociável, isto é , não só para a preparação do artista,
mas também para a preparação de um cidadão critico e consciente e que este seja um
veiculo onde o conhecimento e a aventura do espírito humano se manifeste.
A estética do capitalismo é a estética do individualismo, que propõe o
hedonismo inconsciente de um consumo capitalista desenfreado. E cabe a nos
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educadores provocar nossos alunos para construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.
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Procedimento, técnica ou meio de se fazer alguma coisa, especialmente de acordo com um plano.
Processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, apresentação etc. Ordem,
lógica ou sistema que regula uma determinada atividade. Modo de agir; meio, recurso. Qualquer
procedimento técnico, científico. Conjunto de regras e princípios normativos que regulam o ensino ou a
prática de uma arte. Conjunto sistemático de regras e procedimentos que, se respeitados em uma
investigação cognitiva, conduzem-na à verdade.
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O somatório de operações e disposições preestabelecidas que garantem o conhecimento, tais como a
busca de evidência, o procedimento analítico, a ordenação sistemática que parte do simples para o
complexo, ou a recapitulação exaustiva da totalidade do problema investigado. No pensamento de Edgar
Morin, atitude intelectual que busca a integração das múltiplas ciências e de seus procedimentos
cognitivos heterogêneos, tendo em vista o ideal de um conhecimento eclético e complexo
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3. Escola ativa: segundo Weigel (1988, p. 17), o aluno passa a ser visto
como ser participativo, propiciando um ensino atuante.
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6. A lógica
7. A ética
Falhas:
- O homem ausente do
processo;
- A importância única da
especulação, o cosmo.
SKNNER
Comportamentalista
ESCOLA FILÓSOFO GREGO
Behaviorismo
Tradicional
Instrumentalista
Positivista
Tipo de ensino
Ensino centrado no objeto
centrado no
Características programa,disciplinas.
O conhecimento é uma
gerais:
descoberta e é nova para o
O aluno executa as
individuo que a faz/ tabula rasa.
tarefas fixadas.
Produto do conhecimento Produto do meio/ o que importa é
Homem:
previamente fornecido a produção.
Mundo: O mundo é externo ao Há dois lados a experiência o
individuo e este ira levara a um deles.
conhecendo-o através dos O mundo já é construído e o
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homem é produto do meio.
modelos fixos.
O meio seleciona.
Lugar onde se realiza a
Reproduz a idéia do poder
educação/ restrita na sala de
Escola: dominante.
aula num processo de
Agencia de controle social
transmissão.
A ênfase é dada na sala Tendência comportamental
de aula, na “instrução”. Não há modelos ou sistema ideal
Ensino- O aluno é visto como de instrução.
aprendizagem Deposito de conhecimento O aluno será estimulado
A aprendizagem é um fim através de elogios, notas, prêmios
em si mesmo O ensino visa a,”ascensão social
Relação vertical: O
professor detém o poder e O professor detém o processo
Professor-alunado decide quanto a O professor é considerado
metodologia, conteúdo, planejador e o aluno o executante.
avaliação,etc...
Este tipo de ensino Ambiente social é o que
emprega-se em qualquer chamamos de cultura.
sociedade e cultura, pois Cultura é o espaço experimental
Sociedade-cultura este ensino visa a utilizado no estudo do
perpetuação das bases comportamento.
“verdadeiras”, imutáveis da Cultura social nessa abordagem
classe dominante representa costumes dominantes.
Resultado direto da experiência
Conhecimento Bancário
planejada
Esta ligada a transmissão da
cultura.
A educação é provinda A educação devera transmitir
da escola e serve para a conhecimentos e comportamentos
Educação
manutenção dos padrões éticos e sociais.
éticos, morais e sociais. Serve para a manipulação e
controle social e cultural da
burguesia.(liberalismo)
Método maieutico, os
Individualização, especificação
professores pensam que
Metodologia de objetivos, envolvimento dos
provocam pesquisa pessoal
alunos e respeito ao seu ritmo.
do aluno.
Quantitativa, devolução Observa o nível atingido por
Avaliação do conhecimento cada aluno relacionada com os
fornecido objetos
O que não é programado não é
Considerações Aluno passivo e
desejável
finais reprodutor de ideologias.
O aluno é visto individualizado.
VIGOTSKI
ESCOLA ROGER PIAGET PAULO FREIRE
Humanista Cognitiva Sócio-cultural
Construtivismo
Características- Ensino centrado Ensino é um Preocupação com
Gerais: no sujeito. processo de a cultura popular, visa
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Ênfase nas interação do
a onscientização
relações inter- sujeito com o
social.
pessoais. objeto
Processo
continuo de
descoberta do Eu * O homem é o
O homem e o
Ser único e somatório do: sócio-
Homem: mundo são
original econômico/ cultural e
interligados
Auto-critica político.
*O mundo e o
homem estão
interligados, o
mundo é para o
O homem é a
homem
Feito pelo soma das
*O homem
Mundo: homem e para o percepções
chegara a ser sujeito
homem. individuais mais
através das reflexões
social.
sobre o ambiente
concreto(mundo)
para intervir na
realidade e mudá-la.
Deve respeitar a *Questiona a
Representara
hora que cada verdade
recurso para o
Escola: aluno tem na *Professor e aluno
desenvolvimento
descoberta do em mutua
de cada aluno.
saber. descoberta
Centrado na Aprender é * Pedagogia do
pessoa (sujeito) assimilar o conhecimento,
Ensino-
dirigir a pessoa objeto a dialogo dentro do
aprendizagem
a sua própria esquemas mentais contexto social. (auto-
experiência em situação social critica).
O professor
O professor é o não oferece
facilitador e deve solução pronta.
A relação
Professor- conquista a Os objetos
horizontal não
alunado confiança dos são explorados
importa
alunos e seus pelos alunos e o
interesses professor é um
orientador.
Sociedade- Proposta de Desenvolvime Resulta na ação
cultura sociedade aberta nto do homem
onde os indivíduos Evolução O homem cria a
assumem suas Reconstrução cultura na medida em
responsabilidades. que intera-se nas
Correlação condições do seu
impessoal contexto de vida,
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reflete sobre ele e da
respostas aos
desafios que
encontra.
Se faz através
Inacabável, de etapas a ser
cada individuo superadas A partir da
Conhecimento constrói ao construção conscientização e
decorrer de sua continua do pratica.
historia. individuo com o
meio.
A educação
não consiste na
transmissão de
Toda educação
É ampla e a verdades,
para ser valida deve
partir do próprio demonstrações e
ser precedida de
Educação aluno. modelos.
reflexão sobre o
Não esta restrita O aluno
homem e sua vida
as escolas aprende por se
concreta.
só, suas
verdades e as
conquista
Estratégias
Trata dos
secundarias.
meios e Método de
Não se enfatiza
indivíduos alfabetização por
técnica ou método
Metodologia Trabalho em Paulo Freire, através
Uso de estimulo
grupo de situações da vida
O aluno escolhe
Sociável em real .
Há vários tipos
equipe.
de recursos.
Auto-
avaliação Avaliação mutua e
Avaliação Auto- avaliação
Avaliação permanente
coletiva
Ênfase no
Considerações sujeito Busca a auto- Visa mudanças
finais Busca o próprio motivação. Sociais.
eu.
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No pensamento setecentista, é a descrição filosófica dos fenômenos, em sua natureza aparente e ilusória,
manifestados na experiência aos sentidos humanos e à consciência imediata. Para Husserl, é o método
filosófico que se propõe a uma descrição da experiência vivida da consciência, cujas manifestações são
expurgadas de suas características reais ou empíricas e consideradas no plano da generalidade essencial.
Reconhecida como uma das principais correntes filosóficas do século XX, influenciou autores como
Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty. É, também, qualquer formulação teórica que busque ressaltar
descritivamente a experiência vivida da subjetividade, em detrimento de princípios, teorias ou valores
preestabelecidos.
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2. OS MÉTODOS ATIVOS NO ENSINO DA MUSICALIZAÇÃO
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Dalcroze Kodaly Orff Suzuki
Musicalização Explora todos os modos Desenvolve ouvido Aprendizado pela Aprendizado pela
de aprendizagem: interno; solfejo atividade criativa; imersão e pela
auditivo, sinestésico, relativo; música elemental identificação com
visual. Busca melhor alfabetização (canto, fala, os pais, mestres e
coordenação entre olhos, Musical movimento, ritmo, amigos - papel
ouvidos, mente e corpo. dança) - método preponderante da
Euritmia = bom holístico família
movimento: não há som da família
sem movimento
Aspectos Introduzidos tardiamente; Introduzidos desde Aprender fazendo; Aprender
teóricos/ deve-se deixar a partitura cedo, com leitura e só depois se lê escutando; só
de lado assim que escrita. Solfejo depois se lê
leitura/ escrita aprendemos a peça. relativo. Inicia com
Quem lê não internaliza, grupos (d-r, d-r-m,
pois focaliza apenas o etc.), depois
visual. Solfejo relativo e trabalha a escala
fixo. pentatônica, e só
depois os outros
modos
Execução Qualquer que seja o Privilegia a voz Todo tipo de Visa a boa
instrumento, deve-se cantada; só se vai percussão (palmas, interpretação
interagir com a partitura, ao instrumento pés, tambores) e Musical no
e não apenas reagir; a depois de saber instrumentos Orff; instrumento
repetição mecânica faz cantar. Ênfase na voz falada. (violino), buscando
perder a concentração. É consciência da expressar
preciso haver sempre melodia e da sentimento e
desafio, experimentação, harmonia, coloridos sutis
criação. Pequenas associando sempre desde as primeiras
variações mantêm a o solfejo à peças.
atenção - se a partitura execução. Atenção
diz “forte”, vamos ao ouvido interno.
experimentar vários
níveis de forte. Assim
pode-se ter uma prática
que dá prazer. Uma das
principais tarefas do
professor é ensinar o
aluno a estudar, a criar
bons hábitos para sua
prática diária.
Composição/ Improvisação com Improvisação Improvisação com Variações sobre os
improvisação movimentos corporais, através do solfejo, palavras e rimas temas são
depois com sons (solfejo) desde os primeiros apresentadas
grupos d-r-m como modelos
Repertório Variado, com uso de Folclore húngaro, Rimas, provérbios, Peças clássicas
inicial improvisação (som e em uníssono ou a canções de roda e/ou folclóricas
movimentos) pelo duas e três vozes ou populares,
professor e alunos palavras, danças,
folclore
Estruturação Euritmia - método Sistematizou não criou um Sistematizou os
do método estruturado, com lições material folclórico, método, mas princípios de
detalhadas e exercícios com arranjos bem reuniu vasto aprendizagem da
sugeridos cuidados e material de língua materna e
gradação trabalho adaptou-os à
minuciosa das educação Musical
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peças; mas não
criou propriamente
um método
pedagógico
Aspectos Manter o interesse Identificação com a Valorização da Motivação e
psicológicos através da criatividade “língua Musical experiência sobre a identificação com
(pro-active attitude) e da nativa” (o folclore intelectualização; os pais,
ludicidade; explorar a simbolizando o trabalho em grupo professores e
gestalt da música; país, a terra, as cooperativo; a colegas (ambiente
organizar e energizar origens); empenho recompensa pelo de aprendizagem
(otimizar) o tempo de em manter vivas e aprendizado é o colaborativa).
prática do aluno, criando valorizadas as próprio prazer do
objetivos específicos - tradições processo de
assim, ao final do estudo, nacionais. aprender.
o aluno se sente tendo
atingido uma meta
Objetivos- integrar o movimento alfabetizar sensibilizar todas desenvolver
chave corporal na vivência Musicalmente toda as crianças para a talentos, formar
Musical e na a população música (criação e músicos
performance, tornando-a húngara e resgatar audição), instrumentistas
mais expressiva. (ou valorizar) a mostrando um excepcionais.
canção folclórica caminho de
do país. conhecimento e
prazer através da
experiência
Musical pessoal.
Palavras-chave Movimento corporal Voz cantada Voz falada Talento /
instrumento
3. MÉTODOS DE VIOLÃO
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IMAGEM DA NOME E DESCRIÇÃO COMETÁRIOS
CAPA
COMECE A ESTUDAR VIOLÃO PELAS
CORDAS SOLTAS
Vicente Alves Ferreira
Método de violão para principiantes, que
apresenta a postura correta, afinação do Abordagem cartesiana. Você encontrara
instrumento, exercícios de cordas soltas, exercícios do nível elementar e
exercícios gradativos com cordas presas, gradativamente se vai aumentando o grau
pequenas peças para aplicação dos de dificuldade.
tópicos abordados, escalas maiores e
menores, um pequeno sumário de
acordes, noções de cifras e alguns ritmos
básicos.
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RITMOS BRASILEIROS
Este é um método e o primeiro volume que
foi baseado em quase três anos de
colunas mensais escritas pelo músico
André Martins sobre ritmos, harmonia e
standards brasileiros na revista Cover
Guitarra. Amplamente revisado e
atualizado, este material provou ser
atemporal, mostrando excelentes
características didáticas no aprendizado
dos ritmos diversos da música brasileira.
Vale lembrar que este método foi feito
originalmente tendo em mente a
abordagem de um dos assuntos mais
importantes na vida de um guitarrista e/ou
violonista, principalmente se ele for Método que expõe ritmos brasileiros
brasileiro: a função e importância do violão escritos em pentagrama, muito bom para
e da guitarra dentro do escopo da música estudantes de violão clássico, ampliando o
feita no Brasil, com todas as suas criativas conhecimento destes em relação a nossa
variações e vertentes. diversidade cultural.
Estão aqui neste primeiro volume
exercícios e aspectos teóricos de ritmos
como Samba, Bossa-Nova, Baião, Frevo e
Choro, além de analises de melodia e
harmonia características de cada estilo,
tudo embalado com muitos exemplos
Músicais e fotos explicativas.
Tentar cobrir todo o universo Musical de
um país do tamanho do Brasil é, com
certeza, um desafio. É por isso que o autor
aqui resume aspectos importantes e
didaticamente pertinentes, para que o leitor
possa realmente aprender um pouco sobre
os estilos mais importantes da música
brasileira.
24
acorde dominante alterado, uso de notas
complementares ao som modal (“outside”)
e passagens cromáticas também são
analisados. Finalmente, uma aula que traz
à tona toda a possibilidade Musical dos
modos gregorianos gerados pela escala
maior.
Este DVD contêm as vídeoaulas em VHS
volume 1 e 2, em gravação digital na
íntegra, além de extras e informações
complementares. Acompanha livreto com
partitura e tablatura.
25
um CD de música instrumental com o
grupo Tilt. É coordenador educacional da
Guitar School Academia de Música. Carlos
Rebello tem o apoio de: captadores
Spanich guitarras Tagima Audio Place
Studio
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cifradas com baixos na pauta e tablatura.
Livro de 146 páginas, com 2 CD’s,
contendo os fundamentos básicos do
violão de 7 cordas.
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Com este livro, Luiz Otávio Braga pretende
atender ainda mais a grande quantidade
de alunos que o vem procurando para
cursos de violão popular e para a iniciação
deste instrumento, que já consagrou
nomes como Dino 7 Cordas, Rafael
Rabello e Darly Lousada, entre muitos
outros.
PEDAGOGIA DO VIOLÃO
IRMÃOS VITALE Assim como o Método Pratico para Violão-
Caderno auxiliar para professores e alunos Paraguassu, Método pratico para violão-
de violão, contendo gráficos para posições Cacique/ Annibal Augusto Sardinha
de acordes, pentagramas, noções de cifras (Garoto), a Pedagogia do Violão, mostra
e de afinação do instrumento, identificação gráficos do braço do violão para posições
das casas, dedos da mão direita, dedos da de acordes da mesma forma que o método
mão esquerda, tonalidades, sinais mais de Gaspar Sanz (1674), sendo este ultimo
usados no cifrado, acordes maiores e grafado com a mão do executante no
acordes menores, além de uma relação braço do violão,
generosa de acordes ditos dissonantes.
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originalidade passo-a-passo, com dezenas
de exercícios complementares e dicas
valiosas. Seja você estudante de violão
iniciante, seja um profissional do
instrumento ou mesmo um apaixonado por
este que é o mais expressivo no Brasil,
"Violão Prático" traz conceitos e dicas
originais e muito importantes na formação
e educação Musical.
CURSO DE VIOLÃO
OBRAS DE GRANDES MESTRES
Nilo Sergio Sanchez
Conheci o professor Nilo no Curso de
Curso completo de violão desenvolvido a Sensibilização Musical da pos -graduação
partir da prática adquirida por Nilo Sergio, na faculdade de Música Carlos
professor da Fundação Liceu Pasteur de Gomes(2008), recomendo este método
São Paulo. A primeira parte do método pela sua apresentação coerente dos
aborda, de maneira equilibrada, elementos princípios abordados, Nilo também é
teóricos para o aprendizado e os colaborador da revista Violão Pro. Onde
exercícios práticos necessários. Na tem uma coluna onde transcreve para o
segunda parte, são apresentadas violão pecas originarias para Alaúde, como
partituras e tablaturas numéricas de também pecas de caráter popular de
melodias de grande mestres eruditos e compositores idôneos da Música popular
populares, tais como: Antonio Rago, Badi brasileira (MPB).
Assad, Edson Lopes, Duofel, Mozart
Bicalho, Paulinho Nogueira, Caetano
Veloso e Toquinho. O violonista Ronoel
Simões apresenta o método.
IMPROVISAÇÃO
PRÁTICAS CRIATIVAS PARA
COMPOSIÇÃO MELÓDICA
Turi Collura
O volume 2 aprofunda o estudo da
construção melódica, tratando dos campos Como tantos outros livros, neste consta de
harmônicos, da correlação escala-acorde, um embasamento teórico sobre formação
dos clichês harmônicos, turnarounds, da de acordes, harmonias e fraseados.
improvisação moderna baseada nas
Estruturas Superiores. Apresenta, enfim,
quatro diferentes técnicas de
improvisação: Técnica Paralela; Derivativa;
Lydian Chromatic e Tom Comum.
ACOMPANHA CD.
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COLEÇÃO APRENDA FÁCIL VIOLÃO
Método prático com Livro + DVD - Nível
Básico
A Editora Escala lança a Coleção Aprenda
Fácil Violão pensando em você que quer
aprender a tocar de verdade este
instrumento! Este primeiro volume traz
uma série de exercícios para iniciantes
além de outras informações fundamentais
para quem deseja virar um mestre nesta
arte! Comece aprendendo sobre a teoria
Como tantos outros livros, neste consta de
Musical, a história das notas, como afinar o
um embasamento teórico sobre formação
violão, a classificação dos intervalos e tudo
de acordes, harmonias e fraseados.
o que você precisa saber para já começar
a dedilhar e tocar sozinho suas primeiras
músicas!
São três fascículos – nível básico, nível
médio e nível avançado – compostos de
Revista e DVD explicativo com acordes,
ritmos, exercícios e músicas. Ou seja, um
método prático e rápido para você
aprender a tocar e explorar cada vez mais
o seu talento! Adquira esta edição e
comprove!
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IMPLEMENTO DE TÉCNICA
VIOLONÍSTICA
Manoel São Marcos
Coletânea de estudos sobre escalas ao
violão, de autoria de São Marcos,
enfocando os seguintes tópicos: escalas Método Cartesiano para construção do
maiores e menores, melódicas em duas e conhecimento no violão.
três oitavas, escala cromática, escalas
com ornamentos, exercícios sobre escalas
em uma só corda, exercícios sobre escalas
maiores em terças, sextas, oitavas,
décimas e exercícios em décimas com
ligados.
LIÇÕES PRELIMINARES
Benedicto Moreira
Método de violão destinado a iniciantes,
que apresenta os seguintes pontos:
afinação, exercícios com apoio do dedo
indicador simultâneo com o polegar, Método Cartesiano para construção do
exercícios rítmicos, leituras Músicais, conhecimento no violão.
exercícios em oitavas, escala com pestana
completa, ligaduras simples ascendentes e
descendentes, ligadura a três notas e
quadro geral das notas contidas em todo o
braço do violão.
31
outros.
MÉTODO ÚNICO
POSIÇÕES DOS ACORDES Assim como o Método Pratico para Violão-
Paraguassu, Método pratico para violão-
Patrício Teixeira Cacique/ Annibal Augusto Sardinha
(Garoto), e a Pedagogia do Violão, o
Método prático para violão contendo método único mostra gráficos do braço do
gráficos com as posições dos acordes de violão para posições de acordes da mesma
todas as tonalidades maiores e menores, o forma que o método de Gaspar Sanz
que facilita àqueles que preferem (1674), sendo este grafado com a mão do
acompanhar canções com o auxílio do executante no braço do violão,
ouvido.
32
MEUS CHORINHOS
MÚSICAS PARA VIOLÃO SOLO COM
CIFRAS
Gastão Weyne
Álbum contendo 19 chorinhos de autoria
de Gastão Weyne, intelectual e amante da Este não é um método de violão, mas é um
música, compostos em homenagem a álbum que contem chorinhos para aqueles
grandes personalidades do choro brasileiro que são apaixonados pela Música
(Canhoto da Paraíba, Antonio Rago, brasileira.
Ronoel Simões, Izaías do Bandolim e
Luizinho Sete Cordas, entre outros). As
composições são muito agradáveis e de
fácil execução. Os arranjos para violão do
álbum poderão ser ouvidos através do CD
que o acompanha.
33
NOVO MÉTODO DE VIOLÃO - OP. 59
INCLUINDO 10 ESTUDOS OP. 60 E 5
MÚSICAS FAMOSAS
Matteo Carcassi
Um dos mais completos métodos de violão
clássico mundial, que inclui desde a
postura e afinação até peças de fôlego.
Ampliado com a inclusão dos "10 Estudos Este método contem um vasto repertorio
- Opus 60" do mesmo autor, este "Novo indispensável para a formação de um
Método" de Matteo Carcassi é um programa de concerto que contemple o
importante material de estudo para quem conhecimento historicamente construído
quer chegar a um nível técnico satisfatório pela humanidade.
para tocar grandes obras escritas para o
instrumento. Ao final do método estão
inclusos 5 clássicos do repertório
violonístico: Irma (valsa de A. Bernardini),
Guardame las vacas (Luiz de Narvaez),
Sarabande (transcrição para violão da obra
de Bach), Sonatina (Paganini) e Adelita
(mazurca composta pelo mestre do violão
espanhol Francisco Tarrega).
34
didático, contemplando as necessidades
iniciais do aluno de aprender os
fundamentos do instrumento.
Considerado pelo professor Ronoel
Simões um dos métodos mais
LA ESCUELA DE KLA GUITARRA – fundamentais e interessantes que existem,
OBRA COMPLETA DIVIDIDA EN 7 a obra de Arenas consiste em uma
VOLUMENS progressão didática cartesiana, tendo, por
exemplo, o primeiro volume exercícios
Mario Rodriguez Arenas
básicos de corda solta e o sétimo, por sua
vez, obras mais elaboradas de maior
dificuldade.
CURSO T. K. T. DE VIOLAO Composto por seis volumes, Stelzer
aborda conceitos do violão clássico e
Luis Stelzer
repertorio popular.
Weizmann tem seu trabalho registrado na
Biblioteca Nacional. Nossa pesquisa
MERTODOLOGIA DO ENSINO encontrou três livros: Metodologia do
COLETIVO ensino coletivo – iniciação; Coleção Violão
Orquestral vol. 1 – Metodologia do ensino
Cláudio Weizmann
coletivo e 20 arranjos completos para
orquestra de violões; e Violão orquestral –
iniciante, intermediário e avançado.
INICIAÇÃO AO VIOLÃO VOL.1
Henrique Pinto
A finalidade da elaboração deste método
foi a de parcelar cada problema durante as Henrique Pinto é o único professor
várias etapas da iniciação violonística. A brasileiro que tem seu trabalho organizado
individualização de cada fase irá acentuar com bases técnicas e filosóficas, sendo ele
de uma forma positiva e concreta os o maior expoente, na atualidade, no ensino
primeiros reflexos que são os mais do violão no Brasil.
importantes, pois sobre esta base irá ser
construída toda a evolução instrumental.
35
CURSO PROGRESSIVO DE VIOLÃO Embora o próprio Henrique não considere
Henrique Pinto como um método, este esta organizado
com um repertório de crescente grau de
Para 2º, 3º, e 4º Ano. Estudos de Violão. dificuldade, auxiliando e organizado desta
forma os programas de concertos para os
alunos do curso médio.
36
O livro O equilibrista das seis cordas foi o único método adequadamente
“ativo” para a musicalização infantil através do violão. E os livros de Henrique Pinto –
O violão: um olhar pedagógico e Antologia violonística – são os livros mais
fundamentados filosoficamente para a educação através do violão.
Longe de esgotar todos os métodos, manuais e revistas de violão editados no
Brasil, este trabalho visa a uma adaptação dos métodos ativos para o ensino do violão, e
ainda mais, transpor a proposta metodológica triangular de artes plásticas da doutora
Ana Mae Barbosa para o ensino do violão no Brasil.
Segundo Dudeque (1994), “Nuevo modo de cifra para tener la guitarra com
variedad y perfeccion”, de Nicolau Doizi de Valasco, este método, foi a primeira obra
de instrução para guitarra realmente compreensível, que ensinava teoria, encordoamento
e afinação. (DUDEQUE, 1994, p.40)
A guitarra citada é a guitarra de cinco ordens da “Escola Espanhola”.
A proposta triangular foi sistematizada, no Brasil, por Ana Mae Barbosa nos
anos 80/90; embora tenha sido gestada para as artes visuais, ela vem sendo discutida e
reelaborada por arte-educadores das linguagens de teatro, dança e Música. No entanto,
na Música a pesquisa metodológica triangular e avançada na Musicalização infantil com
seus métodos ativos, mas no ensino do instrumento há pouco conhecimento gerado a
partir desta metodologia.
37
Esta abordagem busca articular conteúdos referentes às três ações do processo
de ensino aprendizagem, aqui compreendidas como eixos: a leitura da arte e de outras
manifestações estéticas como o fazer artístico do aluno e a contextualização (histórica,
geográfica, sociais, culturais, psicológicas, antropológicas, entre outras). A
contextualização pode ser estabelecida pelo professor, de acordo com seus
conhecimentos e pode, também, ser uma exigência da obra ou objeto de arte em estudo.
LER
ARTE
FAZER CONTEXTUALIZAR
38
com símbolos da realidade e experiências compartilhadas, o que e fundamental para a
compreensão social e do mundo em que vivem. Expressão pessoal e interpretação
pessoal não construtos espontâneos, mas resultado da ativa negociação entre o individuo
e a sociedade, capacidade e necessidade, liberdade e legalidade, particularidade e
universalidade (no prelo).
Conforme o texto citado a educação devera nortear a criatividade, a
multiculturalidade e a dialética entre o mundo interno e externo.
Considerações metodológicas do ensino segundo a abordagem triangular de Ana
Mae Barbosa:
Compreende-se que o objeto de estudo, investigação e leitura da arte são as
obras/ objetos de arte e as manifestações artísticas e culturais nas diferentes linguagens
e contextos.
Segundo Martins, Piosque e Guerra (1998), o professor é um mediador
entre o universo da arte e o aluno. Dessa forma, torna-se incumbência do professor
planejar as situações e promover encontros com artistas e/ ou com a arte que seja
provocadora, instigante e significativa. Para tal, algumas atitudes são consideradas
relevantes, tais como:
Escolher cuidadosamente as obras, levando em consideração o conteúdo dos
aprendizes e o conteúdo curricular, tendo clareza do foco que será abordado,
“O currículo padrão, o currículo de transferência é uma forma
mecânica e autoritária de pensar sobre como organizar um
programa, que implica, acima de tudo, numa tremenda falta de
confiança na criatividade dos estudantes e na capacidade dos
professores! Porque, em última análise, quando certos centros
de poder estabelecem o que deve ser feito em classe, sua
maneira autoritária nega o exercício da criatividade entre
professores e estudantes. O centro, acima de tudo, está
comandando e manipulando, à distância, as atividades dos
educadores e dos educandos. Mecanicismo e autoritarismo do
currículo negando a criatividade entre professores e
estudantes.” (FREIRE, 2001, p. 97)
39
teatros, salas de concerto-[...] Atividades especialmente provocantes, quando o caráter
de passeio ou vista e transformado em expedição- artística, exploratória, cientifica-
planejada anteriormente com os alunos; um livro uma historia, um conto bem contado,
um vídeo, uma montagem de exposição com boa curadoria, um catalogo ou programas
de espetáculos podem ser também mediadores instigantes; e não se pode esquecer das
esculturas nas praças, os murais nos bancos e os grupos de teatro amador( p. 141 ).
Embora esta postura seja para o professor do ensino fundamental, vale salientar
que o professor de instrumento é um mediador estético e lhe cabem tais procedimentos
pedagógicos.
A partir de uma postura pedagógica inclusiva, chama-se a atenção para
importância dessa mediação com alunos com necessidades especiais, para os quais
poderemos pensar em formas diferenciadas de contato com a arte. Precisamos vivenciar
e descobrir outras e novas estratégias, pois o processo de inclusão tem se ampliado pela
legitimação do direito de acesso a todos, tornando-se mais um desafio e objeto de
estudo no nosso ensinar. Temos por exemplo o violonista e Maestro da Banda Sinfônica
da Cidade do Recife, Nenél Liberalquino, que tem deficiência física e conforme sua
deficiência com a técnica tradicional do violão, jamais poderia tocá-lo, portanto ele
adaptou o instrumento colocando-o na horizontal e desta forma se tornado um grande
instrumentista superando suas dificuldades, mas isso graças a sua família e orientadores
que acreditaram na sua superação e adaptação de barreiras encontradas. Segundo
Birkenshaw-Fleming (1993) é importante evitar os conceitos pré-fixados sobre o que as
crianças ou indivíduos portadores de necessidades especiais podem ou não fazer.
É importante manter a mente aberta e uma atitude de encorajamento para com
os alunos, valorizando sua auto-estima despertando suas competências.
40
Perceber e reconhecer de forma contextualizada os parâmetros do
som (altura, intensidade, duração, timbre e densidade); os elementos básicos da Música
(melodia, ritmo e harmonia) bem como, os gêneros e estilos nas produções Musicais.
Comunicar-se, articulando os códigos da linguagem Musical
(parâmetros do som e elementos da Música), o pensamento critico e o senso estético.
Elaborar e construir brinquedos sonoros e/ou instrumentos
Musicais convencionais e /ou não convencionais, a partir da pesquisa de diversos
materiais , recursos e articulação com os conhecimentos básicos da linguagem.
Improvisar, interpretar e/ ou compor com objetos sonoros, voz,
corpo e/ ou instrumento Musicais, fazendo uso das descobertas e conhecimentos
construídos, atuando individualmente e / ou participando de conjuntos (grupos)
instrumentais e /ou vocais.
Agir com autoconfiança, respeito aos outros e cooperação ao
desenvolver a pratica Musical (vocal, corporal e/ou instrumental) individual e
coletivamente.
A partir das competências em Música poderemos explorar o violão com
afinações diferentes, descobrindo timbres e tocando também coletivamente com nossos
alunos, como também usando os recursos da voz para complementar a comunicação
Musical nas aulas de instrumento.
Na seqüência, a exposição dos três eixos da metodologia triangular,
separadoss em conteúdos:
A. Contextualizar: multiculturalidade:
Multiculturalismo na Música;
Música produzida nas diferentes culturas,gêneros,etnias e minorias;
Construção de conceitos:
Multiculturalidade;
Música como linguagem;
Som/ silencio;
Música/ ruído;
Eventos sonoros/ sonoplastia;
Orquestra;
41
Compositor/ intérprete/ regente;
Melodia/ ritmo/ harmonia;
Instrumentos (percussão, sopro, corda);
Gêneros/ estilos/ movimentos (nomenclatura)
Compositores/ intérpretes/ orquestras/ grupos (temporalidades e
culturais diversas);
Locais;
Regionais;
Nacionais;
Latino-americanos;
Internacionais;
Gêneros /estilos/ movimentos (história/ contextos)
Folclórica;
Popular;
Instrumental;
Erudita;
Acústica;
Eletrônica;
Outros...
C. Fazer artístico:
Improvisação/ composição Musical:
Produção Musical com o corpo, a voz, objetos, instrumentos.
42
4.2 O DIÁRIO DE CLASSE
5
Prática. Ação concreta. Maneira de proceder na prática. Ação de aplicar, usar,
exercitar uma teoria, arte, ciência ou ofício. No aristotelismo, conjunto de atividades
humanas autotélicas, cuja manifestação mais representativa é a política, e caracterizadas
especialmente por sua natureza concreta, em oposição à reflexão teórica. No marxismo,
ação objetiva que, superando e concretizando a crítica social meramente teórica, permite
ao ser humano construir a si mesmo e o seu mundo, de forma livre e autônoma, nos
âmbitos cultural, político e econômico.
43
professor de instrumento só estava preocupado com a parte técnica, afastando dessa
forma a estética barroca da interpretação.
44
professor(a) necessariamente faz na busca de saber o que
ensina para provocar nos alunos seu ato de conhecimento
também. Por isso, ensinar é um ato criador, um ato crítico e
não mecânico. A curiosidade do(a) professor(a) e dos alunos,
em ação, se encontra na base do ensinar-aprender. (FREIRE,
2007, p. 81)
Neste contexto fica cada vez mais tênue a divisão do que e inerente as
artes visuais, cênicas e Músicais. Tento, portanto, aproximar as áreas metodológicas do
ensino das artes visuais aplicando-as ao ensino do violão.
Faz-se necessário uma atualização da qualidade do ensino, para que
este não seja apenas técnico (ou seja, voltado somente para o instrumento), mas que
parta do instrumento e transcenda para um conhecimento:
1. Holístico;
2. Emocional; e
3. Artístico.
Utilizando e modificando, através de uma nova experiência do aprender,
o conhecimento da visão de homem e mundo do aluno. Trata-se então não apenas de
ensinar, mas do ensinar aprendendo e, em ultima instancia, ensinar a aprender.
Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de
ensinar-aprender participamos de uma experiência total,
diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica,
estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos
dadas com a decência e a seriedade. (FREIRE, 1997, p. 26)
45
Ao se expandir os meios que esta identificação possa ocorrer, a
metodologia expande também o espectro das possibilidades de se despertar em alunos,
com formação e níveis culturais diversificados, seus vínculos criativos pessoais. Aqui a
proposta metodológica triangular de Ana Mae Barbosa se alinha com a proposta da
pedagogia da autonomia do educador Paulo freire.
Aprendemos porque simbolizamos, experienciamos,
pesquisamos, nos envolvemos com nosso fazer e o do outro,
seja criança ou artista. Aprendizagem fazer, do ler, do pensar,
do expressar e comunicar idéias e sentimentos. Nova
alfabetização com outros códigos, instrumentalizando o
sujeito-autor. (FREIRE, 1992, p. 7)
46
Estágios do desenvolvimento estético para a fruição artística:
1. Descritivo, narrativo:
Frases do expectador (leitor):
“- Olha aqueles veleiros grande”.
“- Eu gosto um pouco daquela rocha”.
O leitor fala da obra como se estivesse em movimento, (obra-viva)
O primeiro estágio é o que a obra significa a partir da forma. Cor e tema.
Leitura egocêntrica - considera apenas o seu ponto de vista
Frases do expectador (leitor):
“- O que é isso?“.
2. Construtivo:
Relaciona partes entre o todo, compara a obra com sua visão de mundo.
Frases do expectador (leitor):
“- O que significa isso?”.
“- Como isso e feito?”.
Prestam atenção às propriedades formais:
Frases do expectador(leitor):
“- Estou pensando sobre a textura”
“- Tem um bom colorido”
“- Eestou tentando entender porque o cinza foi colocado ali...”
Seu julgamento e pessoal no que se acredita ser verdade, justo, bom
correto, apropriado, etc...
Obra utilitária igual ao mundo real.
Julga a obra em relação ao mundo físico moral.
47
4. Interpretativo:
Resposta estética individualizada, leitura das informações e memória
carregada de afetos.
Encontro emocional entre a obra e o leitor.
Frases do expectador (leitor):
“- Você pode ouvir seu grito, mesmo sendo isso uma pintura.”
Justificativa que o coletivo entenda.
Frases do expectador (leitor):
“- A textura me lembra o vento.”
Recordações afetivas na interpretação dos símbolos.
Frases do expectador (leitor):
“- É como o silencio da luz do farol durante o dia”.
5. Re-criativo:
Frases do expectador (leitor):
“- Como? O que?”
Tensão, suavidade e dureza das cores.
Visão discerne e seletiva mais emoções e historia
O leitor reflete sobre a obra, sobre si próprio e experiência estética, e o
equilíbrio da cognição com a emoção.
Frases do expectador (leitor):
“- O que, como, por que e quando?”.
A arte é um dos meios de conhecer a si mesmo e o mundo.
48
apreciação expostos anteriormente. Todos estes fundamentos teóricos serão utilizados
para a adaptação da metodologia que proponho para o ensino do violão.
Em artes visuais, segundo Ana Mae, o aluno ao estudar miro, por
exemplo: aprende sua estética, estilística, histórica, sociológica e aprecia varias obras do
autor, suas idéias de linhas, traços e sua intencionalidade de desenhar como uma
criança. Depois, dentro de um processo de identificação artístico-criativa, aos moldes de
miro, o aluno cria seu próprio trabalho, despertando assim a criatividade e a
improvisação. É exatamente isso que proponho transpor para o ensino do violão erudito,
estimulando os alunos, sua consciência motora e sua memória muscular, como também
introduzindo o interesse dos mesmos a pesquisar o estilo, época e estética da obra
executada.
Exemplo de releitura
49
Figura 1 - Imagens artísticas, percebidas em simples ímãs de geladeira, adquiridos em feira popular
organizada no Shopping Center 3 (São Paulo-2007).
50
Primeiro quadro: o homem do primeiro plano é substituído por
Hommer Simpson, personagem de um desenho animado, que trabalha numa fábrica de
energia nuclear. A imagem do Simpson cria uma alusão de desastre nuclear, e também a
de um conflito familiar, devido a imagens das irmãs de sua esposa (Marggie) no final da
ponte. As cores do quadro original e o grito fazem esta representação.
Nas duas figuras podemos ver um olhar forte querendo dizer algo. Na
Gioconda, podemos especular, imaginar alusões etc. No retrato de Frida, podemos
constatar todo o seu sofrimento e força, devido ao conhecimento de sua bibliografia.
O sorriso também é embutido e enigmático, como também é embutido
todo o seu sofrimento devido a um grade acidente de automóvel.
A posição das mãos é quase a mesma.
Frida usa cores, jóias, maquiagem, coisas proibidas na época de Da
Vinci.
51
até os ângulos, podem ser divididas em vários triângulos. O triângulo está na base da
formação da pirâmide.
O triângulo eqüilátero simboliza:
1. A dinvidade,
2. A harmonia,
3. A proporção.
Entre as diferentes figuras geométricas, após o triângulo eqüilátero, vem
o quadrado e o pentágono. O pentágono estrelado torna-se um pentagrama que
simboliza a harmonia universal. As correspondências entre os números e as figuras
geométricas são absolutas.
O Três é um número fundamental universalmente. Exprime uma ordem
intelectual e espiritual, em Deus, no cosmo ou no homem.
O Três, de acordo com os chineses, é um número perfeito (tch`eng), e a
expressão da totalidade, da conclusão.
O Três é o casamento da terra com o céu que gera um filho (o homem) e
completa a trindade.
O Três é a unidade divina, a trindade: Pai, Filho e Espírito santo = Deus,
sendo este um em três pessoas.
O Três para o Budismo representa a jóia tripla, ou triratina (Buda,
Darma e Sanga), traduzida pelos Taoistas para o seu uso como Tao.
O Três também é encontrado no tempo:
1. passado;
2. presente;
3. futuro.
O Três também é a representação do mundo: terra, atmosfera e céu.
O Três faz parte da divindade no hinduismo (trimurti): brama, vixemu
e xiva. Respectivamente correspondendo aos aspectos de produtor, conservador e
transformador.
O Três também são os três reis magos.
O Três é o Cristo: Rei, Sacerdote e Profeta.
O Três é a obra alquímica: o enxofre, o mercúrio e o sal.
O Três também, são os três irmãos do universo:
52
1. Zeus, o céu e a terra;
2. Poseidon, os oceanos;
3. Hades, os infernos.
O símbolo chinês tsi, antigamente representado pelo triângulo, só ou
contendo o tetragrama hebraico, ou ainda o Olho divino, é o símbolo da trindade; é
também um símbolo da grande trindade chinesa.
O Três aparece na antiga religião iraniana:
1. Bom pensamento;
2. Boa palavra;
3. Boa ação.
Esses três Bukht, também são designados os três salvadores;
paralelamente o espírito do mal também é dividido em três:
1. O mal pensamento;
2. A ma palavra;
3. A ma ação.
Uma cerimônia antiga mágico-religiosa consiste em tirar a sorte atirando
três varas de bambu (ou três flechas). Este rito também esta no Islã e nos beduínos
árabes. Quando um nômade árabe hesitava em tomar uma decisão, escolhia três flechas:
1. A primeira: “O meu Senhor me ordena”.
2. A segunda: “O meu Senhor me proíbe”.
3. A terceira não trazia inscrição. Se tirasse essa flecha, voltava a
executar a operação.
O Três também esta no campo ético. São três as coisas que destroem a fé
do homem:
1. A mentira;
2. A imprudência; e
3. O sarcasmo.
Também são três as que levam o homem ao inferno:
1. A calunia;
2. O endurecimento; e
3. O ódio.
Por outro lado, são três as coisas que conduzem o homem à fé:
53
1. O pudor;
2. A cortesia; e
3. O medo do juízo final.
Para a Cabala, o três significa:
1. O princípio atuador, causa ou sujeito da ação;
2. A ação desse sujeito, seu verbo;
3. O Objeto dessa ação seu efeito ou seu resultado.
Esses três são inseparáveis e são reciprocamente necessários uns aos
outros.
Os primeiros Sefirot (números, segundo a cabala) são classificados em
três ternários.
1. O primeiro é de ordem intelectual e corresponde ao pensamento puro
ou ao espírito; inclui o Pai-principio, o Verbo- pensamento criador, a Virgem- Mãe que
concebe, compreende.
2. O Segundo ternário é a ordem moral e relativo ao sentimento e ao
exercício da vontade, ou seja, `a alma; reúne a graça misericordiosa, o julgamento
rigoroso e a beleza sensível.
3. O terceiro ternário e de ordem dinâmica: relaciona-se com a ação
realizadora e, por isso, com o corpo; engloba o principio que dirige o progresso, a
ardem correta da execução, as energias realizadoras do plano.
Os psicanalistas vêem, com Freud, o três como um símbolo sexual. O
triângulo é o símbolo masculino e se este estiver com o vértice para baixo simboliza o
feminino. Nas religiões antigas a tríade era composta pelo Pai, Mãe e Filho, mas este
dogma foi substituído, retirando, assim, desta forma, o elemento feminino da religião
crista, instituindo o monoteísmo. O Islã excluiu também, a Mãe para não ameaça a
crença na unidade de Ala.
O 3 designa, ainda, os níveis de vida humana, nas dimensões:
1. Material;
2. Racional;
3. Espiritual ou Divino.
O 3 designa também, as três fases da evolução mística:
1. Purgativa;
54
2 lIuminativa;
3. Unitiva.
O três também representa a existência:
1. Aparecimento ou nascimento;
2. Evolução ou crescimento;
3. Destruição (Transformação), ou morte.
E, por fim, ainda também, na simbologia geral – Chavalier (2007),
segundo a tradição da astrologia e nas três fases da existência:
1. Evolução, nascimento, aparecimento;
2. Culminação, crescimento, evolução;
3. Involução, morte, destruição (ou transformação).
55
2. O campo da percepção estética da natureza (envolvendo a beleza da
natureza e as relações estéticas homem-natureza)
3. O campo do conteúdo estético das relações sociais (relações
interpessoais)
professor
música
aluno pais
56
1. O ouvir: (propicia condições fisiológicas, psicológicas e emocionais
do aluno, levando-os a estados de 1. Relaxamento, 2. Concentração, 3. Percepção e
bem-estar);
2. O expressar-se: (com 1. O corpo, 2. A voz , 3. O instrumento )
desenvolvendo capacidades criativas individuais: 1. Do sentir, 2.do
fazer, 3.do relacionar-se com o outro;
3. O interagir : (o grupo torna-se um organismo, uma teia de relações
delicadas e profundas. A trama emocional tecida pelo grupo e internalizada por cada um
de seus membros e é fundamental para a prática pedagógica)
57
som meditativo, AUM-Representação fonética do símbolo do som original, também
representado como OM.
E por ser um som universal, é de fácil acesso para o iniciante no
desenvolvimento de padrões da habilidades ao iniciante do violão. Sendo de fácil acesso
para a iniciação ao instrumento relatamos a seguir a experiência no ensino do
instrumento no Conservatório do Brooklin Paulista.
58
3. Arpejos com P-I-M-A / P-M-I-A/ P-M-A-I/ P-A-M-I/ P-A-I-A/ P-I-A-M.
4. Pestana ,
5. Harmônicos nos pontos indicados,
6. Ponteio- Aperta nas casas marcadas e depois solta a corda,
7. ligados,
8. Sonorização de historias- explorando diversos timbres e sonoridades a
partir de descobertas pesquisadas atravez de experiências próprias,
9. Construção de partituras (códigos) criados pelos próprios alunos.(partitura
de desenhos).
59
Figura 2 - Imagens de alunos do Conservatório do Brooklin, em atividades pedagógicas.
60
5. Se for fraco, a criança também escolherá um desenho (neste caso, se
escolheu a tartaruga).
“Há um ponto onde as cordas não estão nem frouxas, nem tensas
- e apenas um mestre pode reconhecer. É fácil tocar algo em um
violão: é difícil trazer o instrumento àquela afinação na qual a
Música nasce naturalmente, nasce sem esforço. Uma pessoa se
torna um mestre, ou um maestro, quando conseguir afinar seu
instrumento. Tocar não é tão difícil: afinar é mais difícil –
porque para afinar é necessário saber onde se situa o equilíbrio
perfeito. Você tem que esta muito alerta, muito sensitivo. Seu
ouvido tem que ser muito, muito sensível. Apenas então você
pode encontrar o ponto médio, de equilíbrio”(Osho)
www.osho.com e www.oshobrasil.com.br
61
4.10 A COMPLEXIDADE
Tecendo a manhã
João Cabral de Melo Neto
62
A linha e o linho
Gilberto Gil
Tô
Tôm Zé
63
Tô dividindo, pra poder sobrar
Gïta
Raul Seixas e Paulo Coelho
64
Às vezes você me pergunta por que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada nem fico sorrindo ao seu lado
Você pensa em mim toda hora me come me cospe e me deixa
Talvez você não entenda mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco a força da imaginação
O blefe do jogador eu sou, eu fui, eu vou
Eu sou o seu sacrifício, a placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro e as juras de maldição
Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo, eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta? Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra, do fogo, da água e do ar
Você me tem todo dia mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você, mas você não está em mim
Das telhas eu sou o telhado a pesca do pescador
A letra A tem meu nome dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco sou raso, largo, profundo
Eu sou a mosca na sopa e o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego e a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua a mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio, o início, o fim e o meio
Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando
Foi justamente num sonho que ele me falou
Às vezes você me pergunta por que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada nem fico sorrindo ao seu lado
Você pensa em mim toda hora me come me cospe e me deixa
Talvez você não entenda mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar
65
Eu sou o medo do fraco a força da imaginação
O blefe do jogador eu sou, eu fui, eu vou
Eu sou o seu sacrifício a placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro e as juras de maldição
Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo, eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta? Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra, do fogo, da água e do ar
Você me tem todo dia, mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você, mas você não está em mim
Das telhas eu sou o telhado a pesca do pescador
A letra A tem meu nome dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco sou raso, largo, profundo
Eu sou a mosca na sopa e o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego e a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua a mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio, eu sou o início, o fim e o meio...
4.11 O ÓCIO
66
2. arte; e
3. liberdade.
4.13 COMPETÊNCIAS
67
1. pegue uma cadeira de rodas, vá à escola com ela por uma semana e
sinta como é a vida de um deficiente físico no Brasil.
2. Coloque uma venda nos olhos e vivencie o mundo como os cegos o
vivenciam.
3. Escolha um vereador qualquer e observe o que ele faz ao longo de
uma semana de trabalho. Observe quanto ele ganha por tudo o que faz ou não faz.
Se você realmente quiser ter idéias novas, ser criativo, ser inovador e ter
uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no caminho
certo para começar a pensar.
4.14 SITUAÇÃO-PROBLEMA
68
vários recursos cognitivos complementares, entre os quais
estão o conhecimento” (PERRENOUD, 1999, p. 7).
69
2.O Reike ou o Passe Espírita?
3.A oração Protestante, O mantra Budista ou a reza católica?
4.A filosofia Seisho-no-ei, Budista, Taoista ou o pensamento positivo da
programação neuro lingüística (pnl) e na filosofia do livro: The Secret (O Segredo) de
Rhonda Byrne da editora ediouro?
5. A prece, a reza ou a oração não estaria focando a mesma coisa? Não
seriam de fato a transmissão de energias positivas?
Na exposição Genômica, realizada no Parque Ibirapuera, no Pavilhão
Engenho Armando de Arruda Pereira, em (2008), percebemos que toda biodiversidade
(humanos, animais, plantas, fauna e flora) tem algum ponto do DNA em comum. É
preciso, portanto, reintegrarmo-nos à natureza e voltarmos à nossa origem etérea.
A ciência fala que o tempo é a deslocação da massa no espaço, a Bíblia
diz que um ano para o homem é mil anos para Deus, sabemos, pois, que cada ano
representa a volta de um planeta ao redor do sol. Entretanto cada planeta leva mais ou
menos tempo para completar este circulo (ciclo) no sistema solar...
E mais: ainda existem galáxias e vias-lácteas desconhecidas. Daí:
Não estariam a ciência e a religião falando da mesma coisa?
Não estariam a religião e a ciência mais próximas do que imaginamos?
70
O problema é que tanto a religião quanto a ciência se fecham em seus
paradigmas. Da mesma forma que a escola tradicional quanto às escolas nova:
construtivistas/ sócio-construtivistas/ etc... Fecha-se em seus procedimentos
metodológicos perdendo assim a dialogicidade e o crescimento, sejam eles espirituais
ou científicos.
O Tao é uma linha de transformação, não tem começo, nem meio e
nem fim, como no pensamento cartesiano. Estamos sempre em processo, assim como
na fisiologia da voz no ato da respiração em um fluxo continuo de troca de gazes.
“Estes sistemas provocam a disjunção entre as humanidades e
as ciências, assim como a separação das ciências em
disciplinas hiperespecializadas, fechadas em si mesmas”.
(MORIN, 2007, p. 40)
71
desse intercambio que, processando o pensamento generalizante, estrutura e
contextualiza o raciocínio, já que interfere nas relações sociais.
Na educação no século XXI devemos esta voltados para a preparação da
vida:
1. Do gozar a vida,
2. Do usufruir o ser,
3. Do cuidar da saúde e do bem/ estar:
1.físico,
2.psíquico,
3.moral e ético
72
trabalho e da convivência social, sugerimos uma proposta pedagógica pautada na
estética das relações sociais, na busca pelo o belo.
73
Faz-se necessário o dialogo à ser aplicado nas escolas de Música, sejam
elas a nível profissionalizante ou na graduação em relação aos repertórios a priori
estabelecidos, ensina-se: a execução violonística, através de técnica instrumental e os
processos da boa interpretação Musical, mas, portanto, o repertorio poderá ser discutido,
avaliado, ate mesmo substituído, seja pelo gosto estético pessoal de cada aluno, ao pela
necessidade momentânea no estudo de certa técnica especifica a ser desenvolvida em
seus padrões de habilidades necessárias em cada etapa do desenvolvimento
instrumental.
74
para a elaboração de novos significados e sentidos, para uma linguagem que preserve os
valores da:
1. Solidariedade,
2. Liberdade,
3. Participação e justiça social,
Visando à formação de alunos ativos e participativos com senso estético
e princípios éticos, que repercutem de maneira transformadora e benéfica na
coletividade.
Visando à coletividade e a transformação social o projeto guri, projeto de
inclusão social através da Música, trabalha o ensino coletivo do violão; a metodologia
aplicada no projeto já tem um histórico cientifico catalogado pela pesquisadora Flavia
Maria Cruvinel que e mestre em Música pela escola de artes cênicas da universidade
federal de Goiás (EMAC/UFG), onde também se formou em direito. Desde 1994 atua
como professora de violão e desde 2000 e professora de cordas nas oficinas de Música e
teatro da EMAC/ UFG, local onde foi levada a cabo a pesquisa que resultou no livro:
Educação Musical e transformação social - uma experiência com ensino coletivo de
cordas.
Todos estamos conscientes da gravidade da conjuntura que atravessamos
no nosso sistema social diante a violência e a falta de estética das relações humanas,
onde “homens agridem homens a cada momento” é preciso portanto rever nossos
currículos diante o mal da violência diária em que nos estamos inseridos e dentre uma
teia complexa, ensinar nossos “preciosos conteúdos Músicas”, ainda enclausurados em
sua redoma acadêmica. Ensinar de uma forma contextualizada no sistema sociocultural
em que nossos alunos estão inseridos.
75
5. PROPOSTA METODOLÓGICA TRIANGULAR PARA O ENSINO DO
VIOLÃO
Cada leitor interpretara as imagens devido aos seus conhecimentos prévios. Sem
o domínio gramatical o leigo provavelmente ira fruir a Obra de uma forma diferente de
quem a conhece. Portanto a fruição existira de alguma maneira, de algum nível. O que
proponho para o ensino do vilão é que nosso aluno comece a explorar o instrumento,
sem preocupações gramaticais, e que possa explorar a releitura da Obra sem
necessariamente saber as regras de harmonia e contraponto. Isso não significa a falta de
interesse pelo estudo da composição Musical, muito pelo contrario, a releitura
estimulara nosso aluno a criar, e na necessidade de evoluir nas releituras, o aluno terá
mais interesse no estudo da Música e do instrumento.
Com o intuito de ir além das praticas interpretativas, oriento meus alunos a
construção de uma nova obra dentro da concepção de releitura proposta pela doutora
Ana Mae Barbosa. A releitura se da em mudar algum padrão rítmico, arpejo, harmônico
ou alguma idéia retirada da obra original para desenvolver a “fantasia” da nova obra.
Na obra original de J.S. Bach no bourée da suíte para alaúde BWV 966 “por
exemplo” (peça esta onde a grande maioria dos estudantes de violão estudam sem
conhecimento a priori do que é uma suíte barroca), oriento os alunos a manter o baixo
original e a compor uma nova melodia com mesmo padrão rítmico. Em seguida, em um
novo arranjo, dou a orientação para manter a mesma melodia e modificar o baixo com o
mesmo padrão rítmico. Depois, dentro de um trabalho de releitura da obra, proponho
que se modifique a melodia, e também o seu ritmo, mantendo o mesmo baixo. Numa
terceira etapa modifica-se o baixo por completo e para finalizar se juntam todas as
partes modificadas, dando forma a uma nova obra. Assim trabalho a criatividade e a
pedagogia da autonomia proposta pelo educador Paulo freire. O aluno trabalha com o
professor a criatividade, a improvisação e a criação independente das aulas de harmonia
e composição e de sua compreensão a cerca delas.
Quando jovem, aprendi que a beleza e a criatividade não
podiam viver escravas da devoção à correção gramatical. Essa
compreensão me ensinou que a criatividade precisava de
liberdade. Então, mudei minha pedagogia, como jovem
professor, no sentido da educação criativa. Isto foi um
76
fundamento, também, para que eu soubesse, depois, como a
criatividade na pedagogia está relacionada com a criatividade
na política. Uma pedagogia autoritária,ou um regime político
autoritário, não permite a liberdade necessária à criatividade, e
é preciso criatividade para se aprender. (FREIRE, 1997, p. 31)
77
6. A PROPOSTA METODOLÓGICA TRIANGULAR NO ENSINO
MULTICULTURAL
78
Os parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) avançam quando tocam na questão
da pluralidade cultural, mas ela é colocada como tema transversal, e, para o ensino da
arte ela precisa ser mais que um tema transversal, precisamos ir além da
transversalidade. Da maneira como esta no documento pluralidade e multiculturalidade
são tratados como sinônimos. Em seu livro Tópicos Utópicos Ana Mae Barbosa chama
atenção para que “a pluralidade aditiva vem sendo veementemente criticada por
sociólogos, antropólogos, educadores e arte-educadores. Por abordagem aditiva
entendemos a atitude de apenas adicionar à cultura dominante alguns tópicos relativos a
outras culturais”. (1999).
Esse adicionar muitas vezes se resume aos clichês das culturas, como por
exemplo, o origami japonês, a festa do halloween norte-americana, os ovos de páscoa
ucranianos entre outros.
Além da multiculturalidade, já se utiliza o termo “interculturalidade”, que propõe
uma inter-relação entre culturas. Em arte significa uma inter-relação entre códigos
culturais de diferentes grupos.
A seguir mostraremos um trabalho intercultural realizado em Recife.
Figura 4 – Fusão dos tambores de maracatu (alfaias) com os tambores japoneses (taiko).
79
CORAL MULTICULTURAL
80
realidade. Desta forma, nos professores deveremos nos atualizar e buscar currículos
mais adequados a nossa realidade. (currículos de violão de escolas de Música segue-se
em anexo).
Num mundo globalizado as minorias são engolidas pelos grupos culturas
dominantes. Faz-se necessário, que os índios, negros e outras minorias desconstruam a
classificação de inferiores em relação aos grupos dominantes.
E tem sido a arte, sob suas diversas formas de expressão, que tem levado a
multiculturalidade a uma rápida expansão. A forca da Música, como identificação e
reconhecimento de similaridades entre grupos, promovendo um cruzamento cultural,
ampliando a troca e a assimilação de códigos. Podemos citar, como por exemplo, o rap e
a embolada, inter-relacionando duas culturas. O rap é um veiculo de protesto e denuncia
contra a dominação, a arbitrariedade, o preconceito e a descriminação. Mas temos que
esta atentos para que seja uma via de mão dupla.
No nosso pais as minorias, índios, negros e mestiços, formam as camadas mais
pobres da população, e sua arte é considerada de segunda categoria, classificadas como
folclore, arte popular, não acadêmica, portanto, excluída. Se o código erudito sempre foi
negado a maioria da população, fica restrito`a elite dominante, não é motivo para ser
colocada como superior. São diversos códigos que coexistem, e é arte brasileira,
independente de quem a produziu. Se continuamos a dicotomizar a arte brasileira entre
erudita e popular ou folclórica, estaremos contribuindo mais uma vez para colocar a arte
erudita, de herança européia branca como superior, e a dos outros povos como
inferiores. Nos currículos de violão (em anexo). É fácil ver a prioridade do estudo de
repertorio de compositores chamados eruditos em detrimento aos chamados populares.
E porque essa diferença existe? A imagem criada pela elite branca, ajudada
por cientistas sociais, é um dos mais poderosos instrumentos de dominação. O caráter
miscigenador da sociedade brasileira é portanto, pluriétnica. Excluídos da produção
cultural do pais, os negros, índios e mestiços só estão culturalmente assimilados quando
estão revestidos de erudição.
Somos uma diversidade cultural, além das três raças que formaram nossa gênese
étnica, assimilamos culturas de imigrantes de diversos paises, somos ricos de
diversidade cultural, mas infelizmente pobres na desigualdade social e no respeito pela
produção estética das minorias.
81
branco
negro índio
Miscigenação
82
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vamos trabalhar o violão sem exaltar, sem diminuir nenhum estilo, escola ou
gênero Musical, trabalhar as inúmeras “Músicas” que existem e não só a de código
erudito, mas as multifaces do instrumento como veiculo de comunicação e expressão de
diversas etnias. As escolas européias e todas as outras.
O professor de instrumento (violão) é um facilitador da experiência do aprender
que só poderá ser vivido por quem está experienciando na pratica o instrumento, ou
seja, o próprio aluno.
Nas propostas pedagógicas analisadas vemos que a dialética entre elas é o
melhor caminho para o ensino do instrumento, visto, pois, que em etapas inicias é
necessário certos procedimentos tradicionais, tecnicista e cartesiano. A dialogicidade se
dar na relação aluno-professor, mais é necessário que haja uma certa confiança do aluno
em relação aos exercícios propostos pelo professor, em certos estágios (etapas) do
desenvolvimento técnico e musical, nas etapas inicias fica difícil à aplicação do método
sócio-construtivista, pois se pressupõem que cada professor transfira sua técnica
83
instrumental para seus alunos, desta forma a educação é vista na concepção de Freire
como uma educação Bancaria, onde o aluno é visto como uma esponja ou um banco a
ser depositado informações. Cada professor de violão tem sua técnica na qual acredita
ser a melhor para resolver certas passagens musicais; o aluno iniciante neste estagio é
considerado uma tabula rasa, pois a discussão técnica fica difícil neste nível. Entretanto
a concepção humanista do professor poderá ser aplicada na relação inter-pessoal no
processo ensino-aprendizagem.
Os métodos de violão por nos analisados mostram claramente um processo
cartesiano, onde a dosagem de exercícios se dar paulatinamente do mais fácil ao mais
difícil. Por exemplo: exercícios de cordas soltas, em terças, quartas, quintas, sextas,
oitavas, e pequenas frases com o indicador, médio, anular, e as varias combinações
possíveis para a digitação, com o polegar, polegar e indicador simultâneos, polegar e
médio e polegar e indicador. Tanto na técnica da mão direita quanto no repertorio
expostos nos métodos mostram um cuidado em traçar uma linha de grau de dificuldade
do mais simples ao mais difícil. Este procedimento tradicional se dar em todos os
métodos de violão clássico (erudito), como também os métodos chamados “práticos”,
ou seja, aqueles que tem como propósito o conhecimento da harmonia para formação de
acordes, no ensino do “violão popular”, que serve para o acompanhamento de canções
com arpejos (dedilhados) e batidas de ritmos diversos.
Acreditamos que o método cartesiano é necessário para construção de
conhecimentos no violão, entretanto sendo Dialético, Complexo, Construtivista e Sócio-
construtivista, poderemos usar a Metodologia Triangular para exercitar a criatividade do
aluno tanto na releitura das obras estudadas, Como também nos exercícios propostos. O
aluno poderá criar seus próprios exercícios de cordas soltas, e nas combinações de
digitações diversas. Quanto à técnica de ataque e no formato de unhas é necessário que
o aluno seja um discípulo do seu professor, pois não é possível que o professor ensine
procedimentos que não estão dentro de seu espectro de conhecimentos.
Pelo exposto do relato da experiência do violonista Nenél Liberalquino,
constatamos que a técnica não é uma verdade absoluta e que nos professores deveremos
estar atentos na adaptabilidade da técnica a cada aluno nas suas diferentes
especificidades em relação a cada corpo (físico), tamanho de mão, dedos, etc...Em
contato com o violão.
84
Cada professor tem sua formação com diferentes experiências. Os que tem
Bacharelado em Violão Clássico tem sua técnica pautada na:
“Escola de Tarrega”, mas não teve tempo para organizar todo
o seu material, assim sistematizando seu pensamento
pedagógico. Emilio Pujol, seu aluno mais dedicado é que mais
compreendeu seu sistema, demonstrado em seus livros
“Escuela Razonada de la Guitarra”. (PINTO, 2005, p. 13)
Assim como Pujol, Abel Carlevaro (Uruguai 1.918-2.001), que absorveu toda
sua técnica e acrescentou muitos detalhes construindo o que hoje podemos definir
como “técnica Carlevariana” (PINTO, 2005, p. 14)
85
ANEXOS
86
RONOEL SIMÕES EM ENTREVISTA CONCEDIDA EM SÃO PAULO
(FEVEREIRO-2008)
87
ambiente de violão quando ele chegou. Mas ele ajudou muito a difundir o violão por
aqui. Ele dava muita aula, tinha muitos alunos, era muito dinâmico, gostava de muitos
movimentos. De maneiras que ele trabalhou muito o violão. Antes do Sávio, o ambiente
era mais retraído. Eu comecei a estudar [violão] em 1941. Se fosse um ano depois,
talvez eu ainda tivesse estudado com o Sávio. Ele era muito conhecido e, inclusive, eu
sempre fui muito amigo dele. Mesmo estudando com o [Attilio] Bernardini, outro
professor, eu freqüentava a casa do Sávio. E, nesse ponto, ele era um homem superior:
sabendo que eu estudava com o outro, nunca quis me tirar do outro. Me atendia muito
bem, éramos amigos. Até gravamos umas coisas particulares juntos – eu tocava muito
com ele. Eu ia na casa dele e tocava aqueles “24 duos”, de Carulli, e outras coisas
mais... os duos dele mesmo também. Nós tocávamos muita coisa junto, como passa-
tempo mesmo. Ele fazia muito movimento com o violão, gostava de ensinar bastante. E,
se o aluno não pudesse pagar, ele ensinava até de graça. De maneiras que era um
homem que ajudou muito o violão aqui em São Paulo. Era muito bom. Entendia muito
de violão. Inclusive nós tivemos aqui o Barbosa Lima, a Maria Lívia São Marcos, que
foram os primeiros alunos do Sávio aqui em São Paulo. A primeira foi uma aluna
chamada Julieta Correia Antunes, mas tinha outros. Isso em 1941, 1942.
Agora, os métodos para violão, depois que a gente entende um pouco, todos eles
são bons, depende de saber usar. O Arenas – como eu já disse – é um método muito
bom, mas está mal digitado. Mas o professor, naturalmente, pode fazer uma outra
digitação. Agora, é um método muito usado. Na ocasião que eu dava aula – e isso foi em
1953 – eu tinha um aluno velho que trabalhava com um negócio de cinema e ele
estudava violão comigo. E ele quis uma coisa muito lógica: ele quis os métodos 1 e 2 de
Arenas gravados em cassete. Eu gravei para ele – gravei os dois em duas horas. E tem
até hoje isso: já passei até para CD. Ele queria que eu gravasse os outros mais. Eu falei:
“Escuta, não dá para gravar. Só dá para gravar o um e o dois”. O três já não dava para
gravar, porque os outros já são estudos meio difíceis. O dois mesmo eu gravei lendo da
partitura e está mal tocado. Agora, o três já não deu para gravar.
88
senhor considera indispensáveis para a formação de um violonista? Quais as
técnicas devem ser necessariamente estudadas?
Bom, aí, nesse caso, o Villa-Lobos já é um complemento. Claro que é muito útil,
porque são estudos difíceis. O Leo Brouwer tem aqueles estudos dele, mas já são bem
mais fáceis. Villa-Lobos é mais difícil, mas é muito útil. Agora, já está muito mais
avançado que os outros. Mas que é útil, é útil. Lá em Recife, parece que era o Henrique
Annes quem dava aula, não é?
89
importantes os estudos do Villa-Lobos. Eu usei também esses estudos. Eu não tocava
violão, mas para mostrar para o aluno dava. Agora, eu sempre acompanhei muito esses
estudos. Tem muitos violonistas que gravaram esses estudos. O Edson Lopes, de Tatuí,
tem gravados esses estudos por um professor, por outro. Ele tem feito um trabalho
muito bonito nessas gravações. Eu sempre tive interesse nesses estudos, porque quem
leciona deve ter o interesse de conhecer as coisas e eu tinha o interesse de conhecer a
dificuldade dos estudos. De maneiras que eu estudava tudo aquilo. Aguado-Sinopoli é
um método muito bom, muito adotado na Argentina, juntamente com o Arenas, que
também é argentino. Os primeiros foram editados em Buenos Aires em 1923. Também o
Sagreras e outros mais... Mas, é isso.
Depois se aposentou?
É. Em 1984 me aposentei. O Dilermando Reis deu aula por 35 anos e eu, por 31
anos. Eu comecei mais velho que ele.
90
O primeiro [método] que eu conheço é mesmo o Arenas. Inclusive, nós
fundamos a Academia em 1953 e muita gente ia lá pedir o programa de estudos da
Academia. E, como naquele tempo isso não existia, a gente dava o programa.
O senhor tem alguma história interessante sobre algum aluno seu, que o
senhor queira contar para encerrar a entrevista?
Bom, eu tinha um aluno que começou comigo. Mas, como eu e o Guerra
trabalhávamos juntos, ele depois estudou com o Guerra: é o Carlos Ferreira Pinto Filho.
Ele, outro dia, veio aqui me visitar. Ele é aviador da Varig, viaja para o mundo inteiro de
91
avião. Ele não seguiu a carreira de concertista, porque o violão não dá dinheiro, não é?
Ele, como aviador, ganha mais. Tanto que, na mesma ocasião, o Álvaro Pierre – que era
uruguaio, ou argentino – seguiu a carreira de concertista. Mas o Carlinhos não quis
seguir porque ele achou que não dava dinheiro e ele precisava ganhar dinheiro. Mas ele
ainda toca até hoje. Toca para ele, mas toca muito bem. Eu dando aula para ele era como
se fosse o Sávio dando aula para o Barbosa Lima. O Sávio é quem contava que o
Barbosa Lima chegava com aqueles estudos difíceis e ele mesmo fazia o arranjo. Então
o Sávio aprovava tudo. E eu também, com o Carlos Ferreira. Ele chegava tocando
“Conversa de baiana”, de Dilermando Reis, tirado da gravação e bem tocado!
92
conservatório de Madri – sem pagar – porque ele solfejava – inclusive de trás para
diante – tudo perfeito. O estudo tem que ser assim. Eu ensinei um pouquinho assim
também, não muito, porque eu também não sabia muito. Teve até uma aluna minha,
uma mocinha, que ia bem no solfejo cantado. Porque o solfejo tem que ser cantado.
Então o senhor acha importante que o aluno, além de tocar, cante e entoe as
notas todas que está estudando?
Tem que entoar. É importante, sim. O aluno, quando vai estudar uma música,
deveria conseguir cantar a música, sem instrumento.
93
alguma coisa de violão?”. Ele respondeu: “Não sei, mas ele dá aula desde 1953”. O
conselho que eu dou é fazer tudo com muita perfeição. O solfejo tem que ser cantado,
tem que ser estudado com muito rigor. Tem que se estudar direito, com muita perfeição.
O negócio é muito sério. Perguntaram para o Segóvia uma vez: “Escuta, o senhor estuda
violão desde menino, não é?” Ele respondeu: “Antes de nascer eu já tocava violão”.
Tem que estudar muito. Tem que estudar o instrumento. Estudar música, ouvir muita
música. A pessoa, antes de estudar uma música, tem que ter essa música no ouvido, tem
que conhecer a música. Tem que estudar tudo com muita perfeição. E o estudo tem sido
muito mal feito. Tem alguns bons, mais rigorosos, claro, como os da ULM
[Universidade Livre de Música], o Everton [Gloeden], o Edelton [Gloeden], o
Henrique Pinto, de Porto Alegre. Mas tem uns que ensinam muito superficialmente.
Precisa de mais rigor.
94
Precisa conhecer, porque o estudo não tem limite. Eu falava muito com o Sávio:
“tem que conhecer tudo, tem que conhecer o porquê das coisas”. Então o estudo tem
que ser levado com muito rigor.
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