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Introdução
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Trabalho apresentado na 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 03 e 06 de
agosto de 2014, Natal/RN
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conta, do ponto de vista da tradição antropológica, de contextos etnográficos tão
diversos, como os são em África. Além disso, retomo relatos etnográficos sobre
supostas “práticas homossexuais”, além dos registros historiográficos da Santa
Inquisição, para argumentar que se devemos estar bem atentos à atraente tese
essencialista do ser homossexual – desprendida, portanto, de tempo e espaço – tais
dados sobre homoerotismo no continente não podem ser simplesmente descartados, pois
contribuem para um poderoso argumento que desontologiza as teses exogênicas.2 Em
outras palavras, procurei um caminho que escapasse da dicotomia teórica entre
essencialistas versus construtivistas. Na segunda parte deste paper, busco sintetizar, em
linhas gerais, os resultados de minha pesquisa de campo em Cabo Verde e constatar
aproximações e afastamentos deste país dentro do cenário panafricano.
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“Teses exogênicas” (MIGUEL, 2014) é como chamo o conjunto de argumentos que afirmam que a
homossexualidade é uma prática ou uma identidade exógena ao continente africano, que só as teria
incorporado por uma influência ocidental após a colonização européia.
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comportamentos corporais são relativos e podem variar de sociedade para sociedade.
Nesse sentido, é preciso estar atento ao acervo etnográfico que supõe tratar do domínio
da (homo)sexualidade, sem, contudo, descartá-lo a priori.
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Outro pesquisador que se dedicou a compilar referências acerca do
homoerotismo em África foi James Neil, autor do livro “The Origins and Role of Same-
Sex Relations in Human Societies” (2011). Nesta obra, o autor dedica algumas páginas
para tratar dos “difusos costumes homossexuais entre os povos nativos africanos”
(2011:53). Entre as referências expostas, algumas nos reconduzem à obra de Dynes,
anteriormente citada. Reproduzirei nas páginas que seguem as referências sobre
“homossexualidade”, “sodomia” e “pederastia” encontradas nestas e em outras obras
que tratam do continente africano, para somente depois tecer algumas conclusões a
respeito delas.
os meninos da tribo Nayakyusa deixavam a casa dos pais por volta dos
dez anos e iam viver com outros rapazes em um acampamento nos
arredores da vila principal, onde teriam relações sexuais com jovens
da mesma idade até que se casassem. Meninos pastores de Qemant e
Amhara, na Etiópia, desenvolveriam relações homossexuais com os
outros, o que inclui o sexo anal, até o momento em que se casam.
(NEIL, 2011:54, tradução minha)
Ainda de acordo com Neil (2009), antropólogos como De Becker (1969)
relataram que entre as tribos ubangi do Congo, “os homens consideravam as mulheres
como existindo essencialmente para a procriação e os adolescentes do sexo masculino
propriamente para o prazer” (NEIL, 2009:54). Por sua vez, sobre as tribos de língua
berbere da área do Oasis Siwan, no deserto da Líbia, pesquisadas por Ford & Beach
(1951), destaca Neil, “todos os homens buscam relações sexuais com os rapazes, com
os quais eles se envolvem em relações sexuais anais.” Esta atividade seria tão comum
que os homens que não praticam essas relações, segundo Neil, seriam considerados
como desviantes. Homens Siwan emprestariam seus filhos para os outros homens e eles
falariam sobre seus “casos amorosos” masculinos de forma tão aberta quanto eles
discutem o amor das mulheres (NEILL, 2009:54).
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tribal vivendo onde hoje se localiza Camarões, Guiné Equatorial e Gabão. A partir do
relato de Günter Tessmann (1913) sobre este grupo de língua Bantu, o antropólogo
Stephen Murray (1990) acrescenta que a homossexualidade era encarada como
“remédio para o bem-estar, que seria transmitido do passivo para o ativo no intercurso
sexual anal” (MURRAY, 1990:23).
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cristianismo é justificada por Murray pela rejeição cristã das investidas sexuais deste
rei, sem explicitar, contudo, quais seriam tais investidas (MURRAY, 1990:23)3.
De acordo com “pesquisadores” não identificados por Neil, seria “comum aos
homens Hottentot [da África do Sul] entrarem em pactos de assistência mútua, que
frequentemente acabariam por evoluir para relações „sexuais‟” (NEIL, 2011:53). Sobre
os Thonga, também da África do Sul, Murray cita o antropólogo suíço Henry Junod
(1927), para criticar a oscilação do argumento deste autor em atribuir razões à
homossexualidade nativa ora pela falta de mulheres ora pelas preferências sexuais dos
indivíduos. Em trabalho mais recente sobre grupos correlatos, Marc Epprecht trata dos
ngotshana nas populações indígenas do Zimbabwe. Tratar-se-iam de “casamentos
pederásticos” datados do início do século XX (EPPRECHT, 1998).
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Tal argumento, contudo, será desafiado por outros pesquisadores, como recuperarei mais tarde.
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Entre as várias tribos em que papeis homossexuais ou trangêneros
foram relatados estão os Nandi do Quênia, os Dinka e Nuer do Sudão,
os Konso and Amhara da Etiópia, os Ottoro da Nubia, os Fanti de
Gana, os Ovimbundu de Angola, os Thonga do Zimbabwe, os Tanala
e Bara de Madagascar, os Wolof do Senegal e os Lango, Iteso, Gisu e
Sebei de Uganda, entre outros (NEIL, 2011:54)
Sobre as práticas homossexuais entre mulheres, as informações são mais
escassas. De acordo com Neil (2011), relações “lésbicas” também seriam comuns entre
os Nandi do Quênia, e praticamente universal entre as mulheres solteiras Akan de Gana,
por vezes, continuando depois do casamento. Também seria uma prática comum entre
os Nkundo do Congo e as adolescentes Dahomey do sexo feminino (NEIL, 2011:53).
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ocidentalmente compartimentado da sexualidade? Apenas o trabalho de campo seria
capaz de responder.
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Há, porém, quem sugira que em algumas culturas africanas o forte apelo à descendência inviabiliza as
ideias de homossexualidade e homoparentalidade. Para o caso Yorubá, ver Oduwole, 2013.
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LGBTs em África (TUSHABE, 2013). Segundo a autora, a militância LGBT em vários
países do continente segue erroneamente a estratégia de apostar nas identidades de seu
acrônimo, a partir do que seria o “paradigma do armário” (SEDGWICK apud TUSHBE,
2013:147). A autora defende que este paradigma importado do ocidente, ao ser usado
para lidar com o que chama de “non sex-crossing sexualities‟ (ou sexualidades não
heterossexuais) em África, corrobora com a atitude colonial, ao pressupor uma
identidade sexual civilizada – a homossexual – que é assumida em determinado
momento da vida (na saída do armário), como em um processo autocivilizatório
(TUSHABE, 2013:149). De acordo com esta autora, a identidade homossexual,
contraposta à heterossexual, fora imposta pelos impérios coloniais de forma já
criminalizável e que não corresponderia às experiências indígenas nativas. Como
demonstração de seu argumento, a autora revela o mito ugandense do ebihindi, contado
em sua própria infância por sua avó, e que parece ter inscrito sua subjetividade dentro
de outras premissas:
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“homossexualidade” teria mais a ver com um parceiro (um outro), com uma experiência
específica e não como identidade (O‟MARA, 2013:172).
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O presidente nigeriano Goodluck Jonathan assinara no dia 14/01/2013 uma lei que criminalizara a
homossexualidade, com penas de até 14 anos de prisão para quem viver uniões de fato com pessoas do
mesmo sexo e para quem participe de organizações em defesa dos direitos homossexuais no país
(Publico.pt, 2014). No dia 24 do mês seguinte, seria a vez do presidente de Uganda, Yoweri Museveni
assinar lei que condena os homossexuais à prisão perpétua (Globo.com, 2014).
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Ao mesmo tempo, é interessante notar certo lugar de exceção do arquipélago de Cabo Verde neste
cenário pan-africano. Não somente não há relatos de prisões ou julgamentos, como Cabo Verde destaca-
se como o segundo país do continente a realizar uma parada do orgulho gay com a anuência das
autoridades locais.
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e uma identidade estranha introduzida pelos agentes do empreendimento colonial, as
“práticas homoeróticas” já se encontravam em várias tradições culturais deste
continente (MOTT, 2005; NEILL, 2009)7. Para o antropólogo Luis Mott, que advoga
pela comprovação da existência do homoerotismo através de registros históricos, a
“homossexualidade nativa” africana teria sofrido um incremento e
“diversificação/mestiçagem cultural” com a chegada do europeu. Este, munido da
moralidade judaico-cristã tentou impor a penalização (frequentemente, o exílio) e o fim
das práticas de travestismo e de relação sexual entre indivíduos do mesmo sexo, através
de uma série de processos jurídico-religiosos da Santa Inquisição (MOTT, 2005). Tal
fato corroboraria com a tese de Marc Epprecht, de Murray e tantos outros pesquisadores
contemporâneos de que a “homofobia” – e não a homossexualidade – seria exógena à
tradição africana, uma vez que a partir da colonização, negar a “homossexualidade” foi
associado à civilização e ao progresso (apud KAOMA, 2009, p. 14).
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Em Cabo Verde, porém, à diferença de muitos outros países africanos, não encontro na atualidade
qualquer discurso que associe negativamente e de forma direta “homossexualidade” e o “ocidente”. Entre
outras razões possíveis para o fenômeno, o fato da sociedade crioula cabo-verdiana já ter nascido do
encontro entre europeus e africanos e não nutrir, nos dias de hoje, essa severa crítica ao “ocidente”, visto
que muitas vezes os cabo-verdianos se consideram dele fazendo parte.
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recente de globalização das identidades sexuais. Não quero negar a existência de
recentes fluxos globais de valores e ideias, principalmente no que diz respeito à
emergência de movimentos LGBT no continente (entre eles a Associação Gay Cabo-
verdiana, como veremos adiante), mas os registros coloniais não devem ser descartados
imediatamente, pois eles podem ser um poderoso argumento de desnaturalização de
discursos que ontologizam a não-existência das práticas sexuais entre indivíduos do
mesmo sexo em áreas etnográficas como África.
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“[...]as pinturas rupestres das cavernas de San, atribuídas aos bosquímanos da África Austral, datadas de
15 mil anos, onde são evidentes „egrégias práticas sexuais tais como sexo anal ou intracrural em grupo‟”
(MOTT, 2005, p. 12).
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Murray aponta criticamente e com razão para a preocupação de vários autores construtivistas sociais que
argumentam pela contingência história da “homossexualidade”, mas que neste exercício acabam por
essencializar outras categorias como “heterossexualidade”, “sexualidade”, “raça”, “classe” etc (Murray
apud ROSCOE, 1996, p.209).
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Como tratarei em momento mais oportuno, o “Sistema Hipocrisia” – com letras maiúsculas – é a
objetivação que fiz para estabilizar a percepção dos gays cabo-verdianos em relação ao seu próprio
sistema de gênero. Tanto as categorias “sistema” quanto “hipocrisia” são êmicas, mas passaram por um
processo de esvaziamento da carga moral para se tornarem uma categoria de análise objetificante e,
portanto, virtual. Os dois movimentos chaves para se compreender o Sistema Hipocrisia de Cabo Verde
são o silenciamento diante da existência da homossexualidade e a contradição entre a heteronorma e as
práticas homossexuais. No segundo capítulo, pretendo explorar o Sistema Hipocrisia a fundo.
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práticas propriamente (homo)sexuais11. Mostrarei ainda quais são as significações
êmicas para “homossexual”, a crítica dos sujeitos gays ao seu sistema de gênero e a
dificuldade dos sujeitos em conjugar os valores românticos aos seus exercícios de
(homo)sexualidade.
Cabo Verde é um país arquipelágico, composto por dez ilhas, sendo apenas nove
delas habitadas. O arquipélago, que é uma ex-colônia portuguesa, localiza-se na região
chamada Macaronésia, próxima à Costa Ocidental da África, na altura do sahel. Realizei
meu trabalho de campo em duas de suas ilhas mais habitadas, Santiago e São Vicente.
Contudo, era nesta última que surgira – apesar do “machismo” estruturante da sociedade
cabo-verdiana – a primeira organização LGBT do país, que acompanhei
etnograficamente por um mês e meio na cidade do Mindelo.
É nos rituais de cortejo, e entre eles o mandar boca, que se explicita a tensão
entre o tradicional “macho” cabo-verdiano e o seu desejo homoerótico envergonhado13.
Pelo menos, é isso que sempre acusavam meus interlocutores gays. Dizem eles que em
Cabo Verde, existe algum “sistema de hipocrisia”. Mas esta é apenas uma das
perspectivas possíveis para interpretar a sexualidade masculina no arquipélago.
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Apesar de ser possível no Mindelo atual, como veremos, que os sujeitos transgridam em seus corpos as
normas de gênero hegemônicas.
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Adiante, neste paper, explicitarei o que entendo por “não-gays”.
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No capítulo dois de minha dissertação, tratei a fundo do ritual de mandar bocas. Aqui é suficiente que
se esclareça que se trata de um evento em que os rapazes provocam os sujeitos gays pelas ruas da cidade.
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No primeiro capítulo de “Levam má bô” (MIGUEL, 2014) – chamado –
“História e mito do cosmopolitismo”, mostrei que o homoerotismo em Cabo Verde
parece existir há muito mais tempo do que dizem algumas das atuais vozes do país.
Neste sentido, busquei dados historiográficos que demonstraram que no período da
Santa Inquisição registraram-se alguns relatos de experiências homoeróticas públicas no
arquipélago. Contudo, também busquei construir eu mesmo uma memória oral dos
meus interlocutores gays a respeito de suas sexualidades pelo menos nas últimas quatro
décadas. Tais dados corroborariam com a tese de que o homoerotismo não é nem novo
nem exógeno ao continente africano.
Assim, sugeri que após a Santa Inquisição, parece haver uma atitude histórica de
desprezo do sistema penal de Cabo Verde em relação às práticas homossexuais ou
homoeróticas. Atitude estatal esta que pode estar estreitamente relacionada, eu sugiro, à
atitude mais ampla e típica dos crioulos em se silenciar quanto à evidência empírica da
(homo)sexualidade. Um exercício sexual quase indizível, que parece ser muito comum
em todo o continente (O‟MARA, 2013:166).
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Neste sentido, o mais importante foi perceber a construção histórica,
historiográfica e mítica do “cosmopolitismo” e “liberalidade” dos sampadjudus14. Essas
características, fortemente incorporadas na auto-imagem dos mindelenses ou
sampadjudus, tornam mais plausível, nesta e não em outras ilhas de Cabo Verde, a
possibilidade de insurreição das travestes15, no evento que denominei “A Revolta das
Tchindas”, assim como do movimento LGBT que derivou deste evento.
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de “Sistema Hipocrisia”. Esvaziei-a de sua carga moral e denunciativa, tal qual
pronunciada pelos sujeitos gays, e pretendi com ela apenas dar conta da sistematização
desses dados.
Figura 2 - Manifestante exibe uma placa contra a "hipocrisia" na Primeira Parada do Orgulho Gay de Cabo Verde
em 2013, o Mindelo Pride (AGC/Facebook/Divulgação)
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“modelo simétrico” desponta como outra possibilidade de conformação das
subjetividades masculinas em relação à (homo)sexualidade em Cabo Verde.
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Figura 3 - Manifestante exibe uma placa pró casamento gay em Cabo Verde no Mindelo Pride
(AGC/Facebook/Divulgação)
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Verde pode ser explicada por uma busca pela modernidade e cosmopolitismo, típicos na
sociedade mindelense onde este movimento nasce e se mantém restrito. Além disso, o
movimento LGBT local, encarnado na Associação Gay Cabo-verdiana Contra a
Discriminação, pode ser explicado não somente por pretensões políticas e pessoais de
seus líderes, dominantes da gramática ocidental, como também refletindo um
descontentamento difuso em relação às possibilidades de construção de pessoa dos
sujeitos “homossexuais” naquele país.
É neste debate, que surge, ao fim, uma análise do ritual do mandar bocas – um
hábito encontrado nas ruas do Mindelo, em que rapazes provocam os sujeitos gays.
Argumento que este ritual em Cabo Verde não só não pode ser apressadamente
compreendido como atos “homofóbicos”, pois muitas vezes as intenções da provocação
é a consumação do ato sexual com os gays, como este ritual, quando analisado de perto,
pode revelar que a suposta dominação masculina, encarnada na performance sexual da
penetração, pode ser simbolicamente invertida, contradizendo em parte o “modelo
hierárquico” proposto por Fry (1982b), como tento deixar claro no terceiro capítulo.
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Assim, a síntese cultural cabo-verdiana contida na cantada de Julio se reflete em
alguns trechos, como quando surgem: 1) a virilidade do homem cabo-verdiano e de sua
abordagem; 2) a exaltação do corpo feminino como signo de sociabilidade entre os
homens; 3) a dominação masculina pressuposta no “modelo hierárquico”, que segrega
“ativos” e passivos”, conferindo-os valores distintos; 4) a menção e afiliação à
religiosidade católica; 5) a aproximação cultural com o Brasil e as atualizações que este
exporta para Cabo Verde; e 6) a simulação da “homofobia” através das bocas e
obscenidades ditas.
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se aproximam por não vislumbrarem se relacionar com os sujeitos gays de forma afetiva
e conjugalizada, como propagado por certos modelos.
Por último, para além das estratégias de abordagem do Julio, existe algumas
outras possibilidades de abordagem dos rapazes, quando estes pretendem obter sexo
com os sujeitos gays. Seja através do olhar, do assovio ou do mandar boca, esses
rapazes encontram formas de chamar a atenção dos gays e de ter com eles17. Mas este
não é um exercício unilateral: também os sujeitos gays possuem estratégias de atração
dos rapazes. Entre essas estratégias, chama a atenção: o uso da linguagem fática e do
acionamento do parentesco, ainda que fictício. Ambas têm o objetivo de não amedrontar
os rapazes.
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Ter com é uma locução crioula que abrange alguns de significados no campo semântico das relações
pessoais. Quando um sujeito tem com outro, isso poderá significar que o sujeito teve uma única relação
sexual com o outro ou que com ele mantém relações sexuais contínuas. Por outro lado, a expressão pode
se referir também a um relacionamento afetivo/sexual com alguma fixidês que se estabeleça entre dois
sujeitos. A locução, contudo, não está restrita ao universo homoerótico e é também acionada em relações
heterossexuais.
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plenamente seus projetos de sujeito gay cosmopolita dentro de uma cultura nacional
como a sua.
Bibliografia
DE BECKER, R. (1969). The Other Face of Love. New York: Grove Press.
LOBO, A. d. (2012). Tão Longe Tão Perto - Famílias e "Movimentos" na Ilha de Boa Vista
de Cabo Verde. Praia: Edições Uni-CV.
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Centre for the Study of Brazilian Culture and Society, King’s College, (pp. 10-11).
Londres.
O‟MARA, K. (2013) “Kodjo Besia, Supi,Yags and Eagles: being tacit subjects and non-
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NEILL, J. (2009). The Origins and Role of Same-Sex Relations in Human Societies.
Jefferson: McFarland & Company.
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