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Introdução
DEFINIÇÃO:
Fundações Profundas são aquelas cujo mecanismo de ruptura de base não atinge a superfície do
terreno. A NBR 6122 considera fundação profunda aquela cuja base está implantada a mais de
duas vezes sua menor dimensão, e a pelo menos 3 m de profundidade, projetada para transmitir
a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), pelo fuste (resistência de atrito lateral) ou
por uma combinação das duas. As fundações profundas dividem-se em três categorias: estacas,
tubulões e caixões.
i) ESTACA: elemento estrutural de fundação profunda, esbelto, que colocado no solo por
processo de cravação, prensagem, vibração ou por escavação, ou de forma mista (dois ou mais
processos), têm a finalidade de transmitir cargas ao mesmo, seja pela resistência sob sua
extremidade inferior (ponta), seja pela superfície lateral ao longo do fuste (atrito/adesão lateral).
ii) TUBULÃO: elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que, pelo menos na
sua fase final de execução, há a descida de operário.
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Estacas
Estacas Pré-moldadas
Definições
Ec = w h
w: peso do martelo
h: altura de queda do martelo.
Estacas Pré-moldadas
O controle da cravação da estaca pode ser feita pela NEGA.
No Brasil, utilizam-se os seguintes critérios para controle da NEGA:
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ILUSTRAÇÃO DAS OS PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS.
(a) estaca metálicas; (b) pré-moldadas de concreto vibrado; (c) pré-moldada de concreto
centrifugado; (d) tipo Franki e Strauss; (e) tipo raiz; (f) escavadas; (g) tubulão a céu
aberto, sem revestimento; (h) tubulão, com revestimento de concreto e (i) tubulão, com
revestimento de aço.
Fundação Mista
É aquela formada pela conjugação do elemento estrutural de uma fundação superficial e o
de uma fundação profunda. São exemplos desse tipo de fundação as estacas T, as
estapatas, o radier sobre estacas e o radier sobre tubulões.
Estacas mistas: a) estaca associada à sapata (estaca T); b) estaca abaixo de sapata
(estapata); c) radier sobre estacas; d) radier sobre tubulões.
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Escolha do Tipo de Fundação
• Vale ressaltar que cada obra tem suas peculiaridades. Portanto, para cada projeto deve
ser feita uma análise de maneira individual.
• A decisão quanto ao tipo de fundação escolher num projeto deve passar pelo
julgamento de importantes parâmetros:
(i) Madeira.
(ii) Aço.
(iii) Concreto.
(iv) Mistas.
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A Tabela 6.1 apresenta uma classificação dos tipos mais comuns de estacas, abordando
os efeitos do método executivo no grau deslocamento lateral e vertical do solo provocado
durante sua instalação.
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http://www.santabarbara.sp.gov.br/v4/noticias/noticias_fotos.php?id=15672
Acesso em 20/10/2011.
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O engenheiro deve consultar um geólogo de engenharia.
Estes aspectos freqüentemente impõem a elaboração do projeto em fundações profundas,
uma vez que a solução em fundação superficial é afastada por conta da possibilidade do
solapamento de sua base. Outro aspecto importante a considerar é o tipo de acesso à
ponte (ver Figura 6.3).
Observe que na Figura 6.3, o primeiro tipo a ponte (a) tem extremos em balanço e o
aterro de acesso tem saia em talude. Ou outro tipo, mostrado no lado direito da figura (b),
é o que adota encontros, nos quais se apóiam as extremidades da ponte. Na ocorrência de
argila mole na região de acessos, as fundações serão naturalmente em estacas, as quais
serão sujeitas ao efeito Tchebotarioff 1, que será mais severo no caso de encontros.
O método executivo poderá restringir as opções de fundação, em função da
disponibilidade de equipamentos e de mão de obra local. Dessa forma, dispondo-se da
locação dos pilares da ponte, passa-se a estudar, juntamente com a capacidade estrutural
dos elementos de fundação para transmitir os esforços da estrutura ao solo, o processo
executivo de tais elementos. A Figura 4 mostra algumas destas maneiras em função da
situação topográfica local. Quando os pilares estão próximos das margens é possível se
utilizar bate-estacas convencionais sobre plataformas provisórias de madeira (ver
Figura 6.4a) ou bate-estacas que atuam suspensos por lança de guindastes (ver Figura
6.4b). No caso de pilares distantes das margens do rio, a execução das fundações pode
ser executada através de flutuantes (ver Figuras 6.4c,e), conforme o modelo empregado
na construção da ponte Aracaju-Barra dos Coqueiros – SE, ou plataformas auto-elevatórias
(ver Figura 6.4d). Estes modelos de plataformas também podem ser empregados na
execução de tubulões2.
1 Deformação lateral da estaca causada pelo desenvolvimento de elevadas tensões horizontais do maciço.
2 Os tubulões a ar comprimido continuam sendo a solução de fundação de pontes mais empregada no Brasil. 16
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1 Estacas de Madeira
São confeccionadas com troncos de árvores, retilíneos, preparados nas extremidades
(topo e ponta) para a cravação e limpos na superfície lateral (Figura 6.5).
Em obras permanentes, passam por um processo de tratamento.
Empregadas no Brasil praticamente para obras provisórias.
Uso atualmente bastante restrito no país, em razão das questões de natureza ambiental.
Há um forte controle do IBAMA quanto à exploração de madeira no país, embora
permaneça ainda a prática ilegal de comercialização de madeira na região Norte.
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Tipos de Estacas Quanto ao Material
1 Estacas de Madeira
Principais vantagens:
i) duração ilimitada quando submersas
ii) facilidade de manuseio, corte, preparação para cravação e após a cravação.
Desvantagem marcante:
se submetidas a alternância de secura e umidade, se deterioram rapidamente.
Sobre a deterioração das estacas de madeira, são as seguintes as causas:
i) apodrecimento pela presença de vegetais, cogumelos ou fungos
ii) ataque de térmitas ou cupins (menos freqüentemente)
iii) ataques por brocas marinhas, entre as quais crustáceos e moluscos
A Tabela 6.3, com dados da mesma norma alemã (DIN 4026), mostra a ordem de
grandeza das cargas admissíveis para servir de orientação na elaboração de projetos,
válida para estacas de madeira com comprimento mínimo de 5m, implantada em
areia compacta ou argila rija ao longo de uma espessura suficiente.
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Recomendações para cravação: Sugere-se que o peso do martelo (w) seja duas vezes o
peso da estaca (Pestaca).
w = 2Pestaca
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2 Estacas Metálicas
São encontradas em diversas formas, desde perfis laminados (ou soldados)
até tubos. Entre os perfis laminados estão os trilhos ferroviários, que são
reutilizados depois de retirados das ferrovias (trilhos usados).
Os perfis podem ser usados isoladamente ou associados (duplos ou triplos),
conforme mostrado na Figura 6.6.
Na Tabela 6.4 são apresentados os valores das cargas de serviço para os
perfis laminados mais empregados.
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Estacas metálicas.
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PRINCIPAIS DESVANTAGENS:
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
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Martelo (w)
No caso de estacas para carga admissível
de até 1000kN (100tf), quando empregado
martelo de queda livre, a relação entre o
peso do martelo e o da estaca deve ser a
sempre maior possível, não se usando
relação menor que 0,5 e martelo com peso h
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Estacas de Concreto
De todos os materiais de construção, o concreto é o que mais se presta à
confecção de estacas, por causa da sua resistência perante os agentes
agressivos e pela sua estabilidade diante de processos alternados de secagem
e umedecimento. Além disso, com o concreto é possível a execução de
estacas tanto de pequena quanto de grande capacidade de carga. As estacas
de concreto são divididas em duas categorias:
a) pré-moldadas
b) Moldadas no Solo (in loco ou in situ)
ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO
São moldadas em canteiro ou em usina e podem ser classificadas,
quanto à forma de confecção em:
i) concreto vibrado
ii) concreto centrifugado
iii) por extrusão
Quanto à armadura as estacas pré-moldadas podem ser em concreto
armado ou em concreto protendido. Seções transversais e longitudinais
típicas de estacas pré-moldadas são mostradas na Figura 6.8.
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PRINCIPAIS VANTAGENS
i) boa qualidade do concreto (pode-se fazer o controle da concretagem)
ii) os agentes agressivos, encontrados no solo não agem sobre a cura do concreto
iii) segurança na passagem de camadas de solos muito moles
PRINCIPAL DESVANTAGEM
i) dificuldades de adaptação às variações do terreno, visto que se a profundidade em
que se encontra a camada resistente não for relativamente constante e se a previsão
de comprimento não for feita cuidadosamente, será enfrentado o problema do corte
ou da emenda de estacas, ocasionando prejuízos econômicos para a obra.
MANIPULAÇÃO
Exigem dimensionamento específico para resistir aos esforços que poderão sofrer por
ação da estrutura (compressão, tração, forças horizontais e momentos), e aos esforços
de manipulação e cravação. Os esforços de manipulação são calculados a partir dos
modos de levantamento (suspensão) para carga, descarga e estocagem e de içamento
para cravação, previstos para a estaca. Portanto, ao se manipular estacas pré-moldadas
são necessários cuidados especiais. A Figura 6.9 mostra os modos de suspensão e
içamento mais comumente empregados.
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SUSPENSÃO:
As estacas deverão ser suspensas, sempre que for utilizado guindaste, em dois pontos
eqüidistantes das extremidades de L/5. O mesmo procedimento é adotado no caso da
estocagem sobre caibros (Figuras 6.9 e 6.10).
IÇAMENTO:
O bate-estacas, por meio de cabo de aço adequado, levantará cada estaca para ser
cravada, dando-se uma laçada bem apertada próximo da extremidade que deverá ser
superior, e a uma distância desta igual a 3L/10 (Figura 6.9). Esta operação deverá ser
cuidadosa.
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ESTOCAGEM
Há duas categorias:
i) Estacas pré-moldadas de concreto armado vibrado executadas nos próprios
canteiros de obra, geralmente com seções de 20cm x 20 cm até 40cm x 40 cm
e comprimentos de 4m a 12m
Na Tabela 6.6 são reproduzidos os valores das cargas admissíveis para estacas pré-
moldadas de acordo com a norma alemã (DIN 4026).
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EMENDAS DE ESTACAS pré-moldadas
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Os principais tipos empregados no Brasil são apresentados nos itens seguintes.
Estaca Tipo Broca
OBS: Há uma prática originada no interior do Estado de São Paulo, principalmente em Bauru e São Carlos, onde se utiliza uma
estaca semelhante a Strauss, todavia, sem revestimento. Denominada “estaca apiloada”, essa variante da Strauss é executada com
auxílio de um soquete que produz uma perfuração no terreno, sem a necessidade de contenção das paredes do furo.
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Estaca Tipo Franki
É uma das estacas mais difundidas no Brasil, possuindo, inclusive diversas
variantes do modelo original (Standard). A estaca Franki foi originalmente
desenvolvida pelo engenheiro belga Edgard Frankignoul, por volta de 1910
(Velloso e Lopes, 2002).
Existência da base alargada, o que contribui para conferir à estaca geralmente
uma grande capacidade de carga.
As operações que envolvem a execução de uma estaca Franki são
apresentadas na Figura 6.13.
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http://www.geodactha.com.br/obras/kobayashi1.htm
Acesso em 21/10/2011.
Base de uma Franki
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CONTROLE DE EXECUÇÃO:
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DIÂMETRO DO PILÃO:
- A Tabela 6.7 apresenta os valores mínimos indicados para execução de estacas Franki.
BASE ALARGADA:
- Na confecção da base alargada, é necessário que os últimos 0,15 m3 de concreto
sejam introduzidos com uma energia mínima de 2,5 MN.m, para as estacas de diâmetro
inferior ou igual a 450 mm e 5 MN.m para as estacas de diâmetro superior a 450 mm.
ARMADURA:
- Usa-se uma armadura mínima necessária, por motivos de ordem construtiva, mesmo
que as solicitações a que a estaca será submetida não exija qualquer armadura. A
armação básica de uma estaca Franki sugerida pela ABEF (2004) é mostrada na Figura
6.13a, inclusive com detalhes das possíveis emendas.
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Armaduras - Franki
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NOTAS TÉCNICAS DE UMA ESTACA FRANKI
CONCRETAGEM:
- A execução do fuste deve ter um consumo mínimo de 350 kg/m3 de concreto sendo
usados os seguintes procedimentos:
i) o concreto é lançado em pequenas quantidades que são compactadas
sucessivamente, à medida que se retira o tubo e
ii) o tubo é inteiramente enchido de concreto plástico, e em seguida, é retirado com
utilização de procedimentos que garantam a integridade do fuste. O controle tecnológico
do concreto tanto do fuste quanto da base pode ser feito através da ruptura de corpos
de prova (em geral com 15cm de diâmetro por 30cm de altura) coletados a cada 30m3
de concreto.
CARGA ESTRUTURAL ADMISSÍVEL:
- Na fixação da carga estrutural admissível, não se pode adotar um fck superior a 20MPa
e γc = 1,5. A Tabela 6.8 mostra as principais características das estacas Franki, segundo
o catálogo de Estacas Franki Ltda.
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É uma associação de fuste premoldado ancorado em uma base alargada, que é principal
característica da estaca Frank;
São recomendadas nas seguintes situações:
i) estacas com um trecho acima do N.A. (fundações de pontes, obras marítimas, etc) e
ii) ocorrência de águas excepcionalmente agressivas.
Ela apresenta a vantagem de reunir a grande capacidade de carga da estaca Franki e a
boa qualidade do concreto usado no elemento premoldado.
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Estaca Tipo Franki com Fuste Vibrado
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É uma variante do método precedente, sendo que o tubo é cravado pela ação
de um martelo automático. Além disso, a clássica bucha é substituída por uma
chapa de aço, com a qual o tubo é cravado até a profundidade especificada
em projeto. Após essa etapa, coloca-se em operação o pilão de queda livre
que desloca a chapa até então fixada na extremidade inferior do tubo e se
executa a base alargada. Por fim, é colocada a armadura e substitui-se o
martelo pelo vibrador, executando-se o fuste vibrado, conforme mostrado na
Figura 6.16.
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Referências Bibliográficas:
1. ALONSO, U. R. Exercício de Fundações. 9a edição. Edgard
Blucher, 1995.
2. ALONSO, U. R. Dimensionamento de Fundações Profundas. 1a
edição, Edgard Blucher, 1994.
3. Anjos, G. M. – Apostila Fundações – UFPA.
4. HACHICH, W.; FALCONI, F.; FROTA, R.; CARVALHO, C.S.;
NIYAMA, S. Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini,
2003.
5. Soares , J. M. D. Apostila de Fundações. UFSM.
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