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LEANDRO BORTOLETO
ROGÉRIO SANCHES CUNHA
Carreiras de Polícias
PRF – Polícia
Rodoviária Federal
347
QUESTÕES
COMENTADAS
Alternativa por alternativa
por autores especialistas
3ª edição
Revista, ampliada e atualizada
2018
Legislação
Relativa ao DPRF
Julio Ponte
Julio Ponte
1.2. SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios; os órgãos e entidades executivos
• Lei nº 9.503/97, artigos 5º a 25 rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios; a Polícia Rodoviária Federal; as Polícias
Militares dos Estados e do Distrito Federal; e as Juntas
02. (Funrio – Policial Rodoviário Federal/2009) O
Administrativas de Recursos de Infrações – JARI. O erro
Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos
da alternativa foi mencionar que a Polícia Federal com-
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fede-
põe o SNT.
ral e dos Municípios que tem por finalidade o exer-
cício das atividades de planejamento, administração,
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de 03. (Funrio – Policial Rodoviário Federal/2009)
veículos, formação, habilitação e reciclagem de con- Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios orga-
dutores, educação, engenharia, operação do sistema nizarão os respectivos órgãos e entidades executivos
viário, policiamento, fiscalização, julgamento de de trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo
infrações e de recursos e aplicação de penalidades. os limites circunscricionais de suas atuações. Sobre
NÃO compõem o Sistema Nacional de Trânsito os as competências atribuídas aos respectivos órgãos e
seguintes órgãos e entidades: entidades que compõem o Sistema Nacional de Trân-
sito é correto afirmar que
a) Os órgãos e entidades executivos de trânsito
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos a) compete ao Conselho Nacional de Trânsito (Con-
Municípios; os órgãos e entidades executivos tran) estabelecer as normas regulamentares
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito referidas neste Código e as diretrizes da Política
Federal e dos Municípios; e a Polícia Rodoviária Nacional de Trânsito e coordenar os órgãos do
Federal. Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a inte-
gração de suas atividades.
b) O Conselho Nacional de Trânsito – Contran, coor-
denador do Sistema e órgão máximo normativo b) compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito
e consultivo; os Conselhos Estaduais de Trânsito (CETRAN) e ao Conselho de Trânsito do Distrito
– CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal (Contrandife) avocar, para análise e
Federal – Contrandife, órgãos normativos, con- soluções, processos sobre conflitos de compe-
sultivos e coordenadores; e a Polícia Federal. tência ou circunscrição, ou, quando necessário,
unificar as decisões administrativas e dirimir
c) A Polícia Rodoviária Federal; as Polícias Militares
conflitos sobre circunscrição e competência de
dos Estados e do Distrito Federal; e as Juntas
trânsito no âmbito da União, dos Estados e do
Administrativas de Recursos de Infrações – JARI.
Distrito Federal.
d) O Conselho Nacional de Trânsito – Contran, coor- c) compete às Juntas Administrativas de Recur-
denador do Sistema e órgão máximo normativo sos de Infrações (JARI) cumprir e fazer cumprir
e consultivo; os Conselhos Estaduais de Trânsito a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
– CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito das respectivas atribuições; elaborar normas no
Federal – Contrandife, órgãos normativos, con-
âmbito das respectivas competências; responder
sultivos e coordenadores.
a consultas relativas à aplicação da legislação e
e) A Polícia Rodoviária Federal; as Polícias Milita- dos procedimentos normativos de trânsito.
res dos Estados e do Distrito Federal; as Juntas d) compete ao órgão máximo executivo de trânsito
Administrativas de Recursos de Infrações – JARI; da União julgar os recursos interpostos pelos
os órgãos e entidades executivos de trânsito da infratores; solicitar aos órgãos e entidades exe-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
cutivos de trânsito e executivos rodoviários infor-
Municípios; e os órgãos e entidades executivos
mações complementares relativas aos recursos,
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito
objetivando uma melhor análise da situação
Federal e dos Municípios.
recorrida; encaminhar aos órgãos e entidades
COMENTÁRIOS.` executivos de trânsito e executivos rodoviários
informações sobre problemas observados nas
Nota do autor: a composição do Sistema Nacio- autuações e apontados em recursos, e que se
nal de Trânsito (SNT), prevista no art. 7º do CTB, é recor- repitam sistematicamente.
rente nas provas sobre Legislação de Trânsito. e) compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito
Alternativa correta: letra “b” (responde todas as das rodovias e estradas federais, cumprir e fazer
alternativas): compõem o Sistema Nacional de Trânsito cumprir a legislação de trânsito e a execução das
os seguintes órgãos e entidades: o Conselho Nacional normas e diretrizes estabelecidas pelo Contran,
de Trânsito – Contran, coordenador do Sistema e órgão no âmbito de suas atribuições; proceder à super-
máximo normativo e consultivo; os Conselhos Estaduais visão, à coordenação, à correição dos órgãos
de Trânsito – CETRAN e o Conselho de Trânsito do Dis- delegados, ao controle e à fiscalização da exe-
trito Federal – Contrandife, órgãos normativos, consulti- cução da Política Nacional de Trânsito e do Pro-
vos e coordenadores; os órgãos e entidades executivos grama Nacional de Trânsito.
Legislação Relativa ao DPRF • Questões 429
5) Câmaras Temáticas: as Câmaras Temáticas, 2) Domínio do veículo pelo condutor (art. 28)
órgãos técnicos vinculados ao Contran, são inte- O condutor deverá, a todo momento, ter domínio
gradas por especialistas e têm como objetivo
de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados
estudar e oferecer sugestões e embasamento
técnico sobre assuntos específicos para decisões indispensáveis à segurança do trânsito
daquele colegiado.
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO:
6) Jari: junto a cada órgão ou entidade executivos
de trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Infração
Art. 169 – CTB. Dirigir sem atenção
Administrativas de Recursos de Infrações – JARI, – leve;
ou sem os cuidados indispensá-
órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento Penalidade
veis à segurança:
dos recursos interpostos contra penalidades por – multa.
eles impostas. 3) Trânsito de veículos: O trânsito de veículos nas
7) Convênios: os órgãos e entidades executivos vias terrestres abertas à circulação obedecerá às
do Sistema Nacional de Trânsito poderão cele- seguintes normas (art. 29):
brar convênio delegando as atividades previstas
neste Código, com vistas à maior eficiência e à I – a circulação far-se-á pelo lado direito da via,
segurança para os usuários da via. Os órgãos e admitindo-se as exceções devidamente sinali-
entidades de trânsito poderão prestar serviços de zadas;
capacitação técnica, assessoria e monitoramento II – o condutor deverá guardar distância de
das atividades relativas ao trânsito durante prazo segurança lateral e frontal entre o seu e os
a ser estabelecido entre as partes, com ressarci- demais veículos, bem como em relação ao
mento dos custos apropriados (art. 25).
bordo da pista, considerando-se, no momento,
a velocidade e as condições do local, da circula-
1.3. NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E ção, do veículo e as condições climáticas;
CONDUTA E INFRAÇÕES III – quando veículos, transitando por fluxos que
se cruzem, se aproximarem de local não sinali-
1) Obrigações e precauções do condutor (artigos
26 e 27). zado, terá preferência de passagem:
Os usuários das vias terrestres devem: a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente
de rodovia, aquele que estiver circulando por
I – abster-se de todo ato que possa constituir
ela;
perigo ou obstáculo para o trânsito de veícu-
los, de pessoas ou de animais, ou ainda causar b) no caso de rotatória, aquele que estiver cir-
danos a propriedades públicas ou privadas; culando por ela;
II – abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo c) nos demais casos, o que vier pela direita do
perigoso, atirando, depositando ou abando- condutor;
nando na via objetos ou substâncias, ou nela
IV – quando uma pista de rolamento comportar
criando qualquer outro obstáculo.
várias faixas de circulação no mesmo sentido,
Antes de colocar o veículo em circulação nas vias são as da direita destinadas ao deslocamento
públicas, o condutor deverá verificar a existência e as dos veículos mais lentos e de maior porte,
boas condições de funcionamento dos equipamentos de
quando não houver faixa especial a eles desti-
uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de
combustível suficiente para chegar ao local de destino. nada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassa-
gem e ao deslocamento dos veículos de maior
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO: velocidade;
seguem, precedem ou vão cruzar com ele, conside- I – não obstruir a marcha normal dos demais
rando sua posição, sua direção e sua velocidade. veículos em circulação sem causa justificada,
Manobra com descolamento lateral (art. 35): transitando a uma velocidade anormalmente
antes de iniciar qualquer manobra que implique um reduzida;
deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu II – sempre que quiser diminuir a velocidade de
propósito de forma clara e com a devida antecedência, seu veículo deverá antes certificar-se de que
por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes
fazendo gesto convencional de braço. para os outros condutores, a não ser que haja
Conceito de deslocamento lateral (art. 35, pará- perigo iminente;
grafo único): entende-se por deslocamento lateral a III – indicar, de forma clara, com a antecedência
transposição de faixas, movimentos de conversão à necessária e a sinalização devida, a manobra de
direita, à esquerda e retornos. redução de velocidade.
Ingresso em via procedente de lote lindeiro (art. Cruzamento (art. 44): ao aproximar-se de qual-
36): o condutor que for ingressar numa via, procedente quer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve
de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos demonstrar prudência especial, transitando em veloci-
veículos e pedestres que por ela estejam transitando. dade moderada, de forma que possa deter seu veículo
Conversões à esquerda e operação de retorno com segurança para dar passagem a pedestre e a veícu-
em vias providas de acostamento (art. 37): nas vias los que tenham o direito de preferência.
providas de acostamento, a conversão à esquerda e a Interseção de vias, impossibilidade de entrada e
operação de retorno deverão ser feitas nos locais apro- imobilização na área de cruzamento (art. 45): mesmo
priados e, onde estes não existirem, o condutor deverá que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorá-
aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista vel, nenhum condutor pode entrar em uma interseção
com segurança. se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o
Ingresso em vias (art. 38): antes de entrar à direita veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impe-
ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o con- dindo a passagem do trânsito transversal.
dutor deverá: Sinalização de advertência (art. 46): sempre que
I – ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o for necessária a imobilização temporária de um veículo
máximo possível do bordo direito da pista e exe- no leito viário, em situação de emergência, deverá ser
cutar sua manobra no menor espaço possível; providenciada a imediata sinalização de advertência, na
forma estabelecida pelo Contran.
II – ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-
se o máximo possível de seu eixo ou da linha Parada de veículo (art. 47): quando proibido o
divisória da pista, quando houver, caso se trate estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao
de uma pista com circulação nos dois sentidos, tempo indispensável para embarque ou desembarque
ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma de passageiros, desde que não interrompa ou perturbe
pista de um só sentido. o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.
Manobra de mudança de direção e cessão de Operação de carga e descarga (art. 47, parágrafo
passagem (art. 38, parágrafo único): durante a manobra único): a operação de carga ou descarga será regula-
de mudança de direção, o condutor deverá ceder pas- mentada pelo órgão ou entidade com circunscrição
sagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que tran- sobre a via e é considerada estacionamento.
sitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai Posicionamento do veículo imóvel (art. 48): nas
sair, respeitadas as normas de preferência de passagem. paradas, operações de carga ou descarga e nos estacio-
Operação de retorno nas vias urbanas (art. 39): namentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido
nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e
nos locais para isto determinados, quer por meio de junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exce-
sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ções devidamente sinalizadas.
ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições Veículo imóvel em vias providas de acosta-
de segurança e fluidez, observadas as características mento (art. 48, § 1º): nas vias providas de acostamento,
da via, do veículo, das condições meteorológicas e da os veículos parados, estacionados ou em operação de
movimentação de pedestres e ciclistas. carga ou descarga deverão estar situados fora da pista
Freada brusca (art. 42): nenhum condutor deverá de rolamento.
frear bruscamente seu veículo, salvo por razões de Estacionamento de veículo de duas rodas
segurança. (art. 48, § 2º): o estacionamento dos veículos motoriza-
Regulagem da velocidade (art. 43): ao regular dos de duas rodas será feito em posição perpendicular
a velocidade, o condutor deverá observar constante- à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando
mente as condições físicas da via, do veículo e da carga, houver sinalização que determine outra condição.
as condições meteorológicas e a intensidade do trân- Estacionamento do veículo sem abandono do
sito, obedecendo aos limites máximos de velocidade condutor (art. 48, § 3º): o estacionamento dos veículos
estabelecidos para a via, além de: sem abandono do condutor poderá ser feito somente
Legislação Relativa ao DPRF • Dicas 473
responsável por danos causados ao transportado 2. LEI DO SEGURO DPVAT (LEI 6.194/74)
quando incorrer em dolo ou culpa grave.
Ô Aplicação da teoria da aparência em pagamento de
• STJ 246. O valor do seguro obrigatório deve ser
indenização do seguro DPVAT.
deduzido da indenização judicialmente fixada.
É válido o pagamento de indenização do Seguro DPVAT aos
pais – e não ao filho – do “de cujus” no caso em que os geni-
INFORMATIVOS DO STJ tores, apresentando-se como únicos herdeiros, entregaram
os documen-tos exigidos pela Lei 6.194/74 para o aludido
pagamento (art. 5º, § 1º), dentre os quais certidão de óbito a
qual afirmava que o falecido era solteiro e não tinha filhos.
1. CRIMES DE TRÂNSITO REsp 1.601.533-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe
Ô Inaplicabilidade da causa de aumento descrita no 16.6.2016. 3ª T. (Info 585)
art. 302, § 1º, I, do CTB em virtude de CNH vencida. Ô Hipótese de ausência de cobertura do DPVAT.
O fato de o autor de homicídio culposo na direção de veí- O Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por veí-
culo automotor estar com a CNH vencida não justifica a culos automotores de via terrestre (DPVAT) não cobre os
aplicação da causa especial de aumento de pena descrita danos de acidente ocasionado por trem. REsp 1.285.647-SC,
no § 1º, I, do art. 302 do CTB. HC 226.128-TO, Rel. Min. Rogerio Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 2.5.2016. 4ª T. (Info 582)
Schietti Cruz, DJe 20.4.2016. 6ª T. (Info 581)
Ô Intimação para perícia médica em ação de cobran-
Ô Inaplicabilidade do arrependimento posterior em ça de seguro DPVAT.
homicídio culposo na direção de veículo.
Em ação de cobrança de seguro DPVAT, a intimação da
Em homicídio culposo na direção de veículo automotor parte para o comparecimento à perícia médica deve ser
(art. 302 do CTB), ainda que realizada composição civil pessoal, e não por intermédio de advogado. REsp 1.364.911-
entre o autor do crime e a família da vítima, é inapli- GO, Rel. Min. Marco Buzzi, DJ 6.9.2016. 4ª T. (Info 589)
cável o arrependimento posterior (art. 16 do CP). REsp
1.561.276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJ 15.9.2016.
6ª T. (Info 590)