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Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016!

Aula 02 – Organização da Administração Pública


Prof. Fabiano Pereira

Aula 02 – Organização da Administração Pública

Olá!

Hoje iremos conhecer a organização e estruturação da Administração


Pública brasileira, tema muito frequente em provas de concursos.
Tentei ser o mais sucinto possível, mas o tópico é muito abrangente, o que
fez com que a aula ficasse um “pouquinho” grande. Sei que você não está
preocupado com isso, pois é melhor sobrar do que faltar conhecimento, mas, por
via das dúvidas, prometo que as outras aulas serão um pouco menos extensas.
No mais, se você possui alguma sugestão ou crítica que possam aumentar
a qualidade do curso, não deixe de enviá-las para o e-mail
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br ou diretamente para o fórum.
Lembre-se sempre de que o curso está sendo desenvolvido para que você
possa ter um excelente desempenho na prova de Direito Administrativo.
O meu grande desejo é que você também possa sentir a gratificante
sensação de ser um servidor público, assim como sinto, todos os dias, ao exercer
as minhas funções no Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Minas Gerais.
Conte comigo nesta bela jornada!
Bons estudos!

Fabiano Pereira.
FACEBOOK: (www.facebook.com.br/professorfabianopereira)

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SUMÁRIO

1. Conceito de Administração Pública ........................................... 03


2. Órgãos Públicos
2.1. Teorias que buscam justificar a natureza jurídica da relação
entre Estado e agentes públicos
2.1.1. Teoria do mandato ...................................................... 04
2.1.2. Teoria da representação .............................................. 04
2.1.3. Teoria do órgão ........................................................... 05
2.2. Conceito de órgão público .............................................. 05
2.3. Criação e extinção dos órgãos públicos .......................... 13
2.4. Capacidade processual ................................................... 14
2.5. Principais características dos órgãos públicos ................ 16
2.6. Classificação .................................................................. 17
3. Centralização e descentralização
3.1. Centralização e descentralização política ....................... 19
3.2. Centralização e descentralização administrativas ......... 19
3.2.1. Descentralização Administrativa Territorial ................ 21
3.2.2. Descentralização administrativa por serviços ou outorga 22
3.2.3. Descentralização por delegação ou colaboração ........... 22
4. Administração Pública Direta e Indireta
4.1. Administração Pública Direta ........................................... 24
4.2. Administração Pública Indireta ........................................ 25
4.3. Criação das entidades da Administração Indireta ............ 26
5. Revisão de Véspera de Prova – RVP ............................................ 30
6. Entidades Administrativas em espécie ........................................ 33
7. Agências Reguladoras, Executivas e Entidades Paraestatais ...... 78
8. Questões comentadas ................................................................. 116

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Órgãos Públicos – Informações gerais

1. Conceito de Administração Pública


A expressão “Administração Pública” não apresenta um sentido único, pois
pode ser estudada e analisada sob vários enfoques diferentes. Dentre os vários
sentidos que podem ser atribuídos à referida expressão, encontram-se o sentido
objetivo, material ou funcional e, ainda, o sentido subjetivo, formal ou
orgânico.
Em sentido subjetivo, a Administração Pública pode ser entendida como
o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas (entidades políticas e entidades
administrativas) e agentes públicos encarregados do exercício da função
administrativa. Esse é um sentido que as bancas examinadoras gostam muito de
exigir em suas provas, portanto, é necessário ficar atento.
Ao utilizar a expressão “Administração Pública” em sentido subjetivo, a
banca estará se referindo à composição e organização das entidades e órgãos
que integram a sua estrutura, a exemplo das autarquias, empresas públicas,
entidades políticas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) etc.

No concurso público para o plano de cargos e salários do Ministério da


Fazenda – PECFAZ, realizado em 2013, a ESAF considerou correto o
seguinte enunciado: “De acordo com o critério funcional, o conceito de
Administração Pública é um complexo de atividades concretas e imediatas
desempenhadas sob os termos e condições da lei, visando o atendimento das
necessidades coletivas”.

De outro lado, em sentido objetivo, material ou funcional, a expressão


administração pública (que deve ser grafada com as iniciais minúsculas), consiste
na própria função administrativa exercida pelos órgãos, entidades e agentes
que integram a Administração Pública em sentido subjetivo. Nesse caso,
estudaremos as atividades finalísticas exercidas pela administração, a
exemplo do fomento, serviço público, polícia administrativa e intervenção
administrativa, e não a sua composição e estruturação. Em outras palavras,
analisaremos o que a administração pública faz no dia a dia.

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A partir de agora, utilizarei a expressão Administração Pública somente em


seu sentido subjetivo, pois iremos restringir o nosso estudo, neste momento,
aos órgãos e entidades que a integram. E os agentes públicos, serão
esquecidos? É claro que não, iremos estudá-los posteriormente, em uma aula
específica, já que também integram a Administração Pública em sentido
subjetivo.

2. Órgãos públicos
Todos aqueles capazes de contrair direitos e obrigações são conhecidos
como pessoas ou sujeitos de direito, podendo estabelecer relações jurídicas
com outras pessoas ou sujeitos de direito, pois é a existência de uma
personalidade que possibilita o estabelecimento de relações jurídicas.
O Estado é considerado um ente personalizado, ou seja, é dotado de
personalidade jurídica. Entretanto, não possui vontade própria, não consegue
se expressar diretamente para estabelecer relações jurídicas com outras pessoas
ou sujeitos de direito.
Sendo assim, é obrigado a manifestar a sua vontade através da atuação de
seus agentes públicos, cujos atos praticados lhe são diretamente imputados
(quando o agente público pratica um ato no exercício da função pública é como
se o próprio Estado o tivesse praticado e, portanto, é o ente estatal que
inicialmente deverá ser responsabilizado pelos prejuízos que eventualmente
forem causados a terceiros).
Diversas teorias foram criadas para tentar justificar a possibilidade de se
atribuir a uma pessoa jurídica (Estado) atos praticados por pessoas físicas
(agentes públicos). E, como não poderia ser diferente, são frequentes as
questões em provas sobre o tema.

2.1. Teorias que buscam justificar a natureza jurídica da relação


entre Estado e agentes públicos
2.1.1. Teoria do mandato
Essa teoria considerava o agente, pessoa física, como mandatário da
pessoa jurídica. Tem origem no Direito Civil, sendo a mais antiga das teorias
criadas para explicar a ligação do Estado (que é uma pessoa jurídica) a uma
pessoa natural (agente público).
Alegavam os seus defensores que os agentes públicos atuavam em nome
do Estado em virtude de uma “suposta” procuração fictícia que lhes havia sido
outorgada.

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Várias críticas surgiram em oposição à teoria do mandato. A principal delas


afirma que, como o Estado não tem vontade própria, não poderia outorgar uma
procuração a alguém. Assim, a teoria restou superada e você precisa saber de
sua existência apenas para fins de concursos públicos.

2.1.2. Teoria da representação


Se comparada com a teoria anterior, possui critérios mais sensatos e
razoáveis, pois afirma que a atuação dos agentes públicos expressaria a vontade
do Estado em decorrência de lei. O agente público seria equiparado a um tutor
ou curador e o Estado seria um “incapaz”.
Essa teoria também foi muito criticada, tendo sido descartada
doutrinariamente, pois apresentava a ideia de que o Estado estaria escolhendo
os seus próprios representantes, o que não acontece na tutela ou curatela.
Ademais, se o representante ultrapassasse os poderes de representação e
causasse prejuízo a terceiros, o Estado não poderia ser responsabilizado, o que
é inadmissível.

2.1.3. Teoria do órgão


Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, a teoria do órgão declara que o
Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos públicos, que são
titularizados por agentes públicos. Os atos praticados pelos órgãos são
imputados à pessoa jurídica a cuja estrutura estão integrados, o que se
convencionou denominar de imputação volitiva.
A teoria do órgão distingue a entidade, que possui personalidade jurídica,
do órgão público, que é desprovido de personalidade jurídica.

A TEORIA DO ÓRGÃO TEVE GRANDE ACEITAÇÃO DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL


NO BRASIL, PORTANTO, É IMPORTANTE QUE VOCÊ SE LEMBRE DE QUE O ESTADO
MANIFESTA A SUA VONTADE ATRAVÉS DE SEUS ÓRGÃOS PÚBLICOS, QUE SÃO
“OCUPADOS” POR AGENTES PÚBLICOS E NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA.
ESSE É O ENTENDIMENTO QUE DEVE SER GUARDADO PARA FINS DE CONCURSOS
PÚBLICOS!

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No processo seletivo simplificado para órgãos da União, realizado


em 2008, a ESAF considerou correta a seguinte assertiva: “os órgãos
públicos constituem partições internas da pessoa jurídica que integram
e, se investidos de poder jurídico, ainda que só aparente, possuem o
poder de manifestação da vontade do próprio Estado, assim o defende a
teoria do órgão”.

Para responder às questões do CESPE: As ações dos entes políticos – como


União, estados, municípios e DF – concretizam-se por intermédio de pessoas
físicas, e, segundo a teoria do órgão, os atos praticados por meio desses agentes
públicos devem ser imputados à pessoa jurídica de direito público a que pertencem
(Procurador Federal/AGU 2007/CESPE). Assertiva correta.

2.2. Conceito de órgão público


A conceituação de órgão público mais explorada pelas bancas é a do
professor Hely Lopes Meirelles, que os conceitua como “centros de
competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de
seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”.
Uma das principais características do órgão público, que nada mais é do
que uma unidade organizacional (divisão administrativa) dentro de
determinada entidade, é o fato de não possuir personalidade jurídica própria,
já que os seus atos são atribuídos (imputados) à pessoa jurídica a qual
pertencem.

Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Os órgãos públicos


são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais,
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que
pertencem (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010). Assertiva considerada
correta pela banca.

É importante conhecer o conceito de órgão público, pois, no


concurso público para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal,
realizado no ano de 2005, a ESAF cobrou uma questão que exigia dos
candidatos as suas características, nos seguintes moldes:

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(ESAF/Auditor Fiscal – Receita Federal/2005) Assinale, entre as


seguintes definições, aquela que pode ser considerada correta como a de
órgão público.
a) Unidade personalizada, composta de agentes públicos, com competências
específicas.
b) Centro funcional, integrante da estrutura de uma entidade, com personalidade
jurídica de direito público.
c) Conjunto de agentes públicos hierarquicamente organizados.
d) Centro de competências, com patrimônio, responsabilidades e agentes
próprios, criado para uma determinada atividade.
e) Unidade organizacional, composta de agentes e competências, sem
personalidade jurídica.

Gabarito: Letra “e”.

Antes de analisarmos as suas principais características, é necessário que


você saiba que os órgãos públicos são consequência da desconcentração
administrativa.
Pergunta: Professor, o que significa desconcentração administrativa?
A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada,
criada com o objetivo de tornar mais ágil e eficiente a execução das finalidades
administrativas previstas em lei.
A desconcentração pode ser efetuada tanto pelos entes que compõem a
Administração Direta (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal), quanto
pelos entes que integram a Administração Indireta (autarquias, fundações
públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas).
Em provas de concurso público é mais comum você encontrar questões
afirmando que a desconcentração ocorre no âmbito de uma entidade
pertencente à Administração Direta, o que não está errado. Contudo, lembre-
se de que também poderá ocorrer a criação de órgãos dentro das entidades
administrativas, ou seja, aquelas que integram a Administração Indireta. É o
que ocorre, por exemplo, quando o INSS cria as suas Gerências Executivas,
abrangendo regiões previamente determinadas.
Essa é a informação prevista expressamente no § 2o, artigo 1º, da Lei
9.784/1099 (Lei de processo administrativo federal):
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:

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I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da


Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
A UNIÃO é pessoa jurídica regida pelo Direito Público, portanto, possui
personalidade jurídica própria, podendo contrair direitos e obrigações. E, para
facilitar a persecução de seus objetivos, tanto o texto constitucional quanto
a lei criaram vários órgãos dentro de sua estrutura (desconcentração),
encarregando cada um deles de funções específicas.
Todavia, os atos praticados pelos órgãos públicos federais (da União) serão
imputados à própria União, pois eles não detêm personalidade jurídica e,
portanto, não podem contrair direitos e obrigações.
Dificilmente você encontrará uma questão em prova afirmando que a União
criou uma lei “X”, a União julgou o processo “W” ou a União criou o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Mas, por quê? É simples. Porque a União possui
em sua estrutura vários órgãos especializados e cada um deles é responsável por
uma função específica.
Exemplo: No âmbito da União, a Constituição Federal criou alguns órgãos
públicos, denominados independentes, que assumiram a responsabilidade de
criar leis (Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal), de
julgar (Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça, Juízes
Federais, etc.) e de administrar a máquina estatal (Presidência da República).
Assim, deve ficar bem claro que a União resolveu criar centros
especializados de competências (órgãos públicos) para facilitar o alcance de
seus objetivos, estabelecidos expressamente no artigo 2º da CF/1988.

Todos esses órgãos a que me referi e que estão previstos diretamente no


texto constitucional não possuem personalidade jurídica. Assim, os atos que
praticam são imputados diretamente à União, que possui personalidade
jurídica e pode contrair direitos e obrigações. Caso um servidor do Senado
Federal no exercício de suas funções públicas, por exemplo, pratique ato que
cause prejuízos a um particular, este deverá acionar judicialmente a União,
caso queira pleitear uma indenização por danos materiais e/ou morais, e não
o Senado Federal.

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Mas, por quê? Porque o Senado Federal é um órgão e, portanto, não


possui personalidade jurídica, fato que impede a sua responsabilização pelos
supostos danos materiais e/ou morais.
A desconcentração não ocorre somente no âmbito da Administração Direta
da União, mas também nas esferas estadual, municipal e distrital. Ademais,
também pode ocorrer no âmbito das entidades da Administração Pública
Indireta.
Exemplos: Uma Secretaria Estadual de Fazenda, assim como todas as
demais secretarias de governo de um Estado, são órgãos públicos estaduais. O
mesmo ocorre na esfera municipal, em relação às secretarias municipais de
governo, que também são órgãos.
Nos mesmos moldes, como consequência da necessidade de especialização
técnica e respeito ao princípio constitucional da eficiência, os órgãos também
podem ser criados na estrutura de entidades integrantes da Administração
Pública Indireta.
Exemplo: O IBAMA, autarquia pertencente à Administração Pública
Federal Indireta e detentora de personalidade jurídica de Direito Público, possui
em sua estrutura diversos órgãos, cada um deles com atribuições e competências
próprias. Como não possuem personalidade jurídica, esses órgãos não atuam
em nome próprio, mas sim em nome do IBAMA. Portanto, todas as atividades
administrativas executadas pelos órgãos que integram a estrutura do IBAMA
consideram-se praticados pela própria autarquia, o que é muito lógico.

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Para ficar ainda mais fácil o entendimento, vamos analisar rapidamente a


organização da Presidência da República e dos Ministérios, que está prevista na
Lei Federal 10.683/03.
A Presidência da República é o órgão mais importante dentro da
organização administrativa do Poder Executivo Federal. Nos termos da Lei
10.683/03, a Presidência da República possui, dentro de sua própria
estrutura, diversos outros órgãos, que lhe são subordinados.
Pergunta: Professor, dentro da estrutura de um órgão independente
(Presidência da República, por exemplo), seria possível a criação de outros
órgãos, subordinados ao primeiro?
Com certeza! Em conformidade com o artigo 1º da citada lei (que é alterada
constantemente, diga-se de passagem), a Presidência da República é constituída,
essencialmente, pela Casa Civil; pela Secretaria de Governo da Presidência da
República; pela Secretaria de Comunicação Social; pelo Gabinete Pessoal; pela
Casa Militar da Presidência da República; pela Secretaria de Portos e pela
Secretaria de Aviação Civil, além de vários outros órgãos de assessoramento.
Ademais, é importante destacar que os Ministérios também são órgãos
diretamente subordinados a outro órgão: a Presidência da República (o
Ministério da Previdência, por exemplo, é subordinado à Presidência da
República).
É bom que você conheça os nomes dos Ministérios que atualmente
integram a estrutura da União, pois, se você se deparar com a questão
abaixo (aplicada no concurso público para o cargo de Atendente
Judiciário, em 2002), é só computar os pontos da questão e comemorar!

(ESAF/Atendente Judiciário – TJ CE/2002) Constitui exemplo de órgão da


Administração Pública Federal:
a) O Ministério da Justiça
b) Uma empresa pública
c) Uma sociedade de economia mista
d) Uma fundação pública
e) Uma autarquia.

Resposta: letra “a”.

Aprofundando um pouquinho mais, é válido destacar que os Ministérios


também podem desconcentrar a sua estrutura administrativa, criando outros
órgãos internos.

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Para responder às questões do CESPE: A desconcentração pressupõe a


existência de apenas uma pessoa jurídica (Analista Judiciário/TRE GO
2009/CESPE). Assertiva correta.

Exemplo: O inciso XII, artigo 29, da Lei 10.683/03, declara que o


MINISTÉRIO DA FAZENDA possui em sua estrutura vários outros órgãos, que
lhe são subordinados. Entre eles, podemos citar o Conselho Monetário Nacional,
o Conselho Nacional de Política Fazendária, o Conselho de Recursos do Sistema
Financeiro Nacional, o Conselho Nacional de Seguros Privados, o Conselho de
Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada
Aberta e de Capitalização, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, a
Câmara Superior de Recursos Fiscais, os 1o, 2o e 3o Conselhos de Contribuintes,
o Conselho Diretor do Fundo de Garantia à Exportação - CFGE, o Comitê Brasileiro
de Nomenclatura, o Comitê de Avaliação de Créditos ao Exterior, a Secretaria da
Receita Federal do Brasil, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a Escola de
Administração Fazendária (ESAF) e até 05 (cinco) secretarias.

Não se desespere! Você não precisa ficar decorando todos esses órgãos,
pois apenas estou explicando como é que se constitui a estruturação de um órgão
público.

Para conseguir visualizar o que estou escrevendo, observe bem o seguinte


organograma do Ministério da Fazenda, que indica perfeitamente como estão
dispostos os órgãos que integram a sua estrutura administrativa:

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Atenção: No organograma do Ministério da Fazenda estão presentes todos


os órgãos e também entidades que fazem parte de sua estruturação. Todavia,
lembre-se de que entidade não é órgão público, pois possui personalidade
jurídica própria (a exemplo do BNB, SUSEP, CEF, Banco Central etc.). Apesar de
estarem inseridas em seu organograma, as entidades administrativas não estão
subordinadas ao Ministério, mas somente vinculadas, conforme estudaremos
posteriormente.
Aprofundando novamente no assunto, é válido esclarecer que todos os
órgãos que integram a estrutura do Ministério da Fazenda também podem
desconcentrar as suas atividades administrativas, como acontece com a ESAF.

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Observe que, na estrutura da ESAF, iremos encontrar diversos outros


órgãos, tais como diretorias, centros regionais, gerências e chefias e, sendo
assim, todos eles são fruto da desconcentração.
E para não ficar muito cansativo, gostaria apenas de ressaltar que todos os
órgãos citados também podem se desconcentrar, dando origem a novos órgãos
em suas respectivas estruturas. Na sequência, os novos órgãos criados também
poderão se desconcentrar e assim por diante.
Bem, vai chegar um determinado momento em que a desconcentração não
mais será possível, por questão de lógica.
De qualquer forma, lembre-se de que, independentemente do nível ou do
número de órgãos que foram criados, sempre estaremos nos referindo a uma
única pessoa jurídica. Desse modo, os atos praticados por todos os órgãos que
apresentei deverão ser imputados à União, que deu origem a toda essa
desconcentração.

No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho, realizado


em 2010, a ESAF considerou correto o seguinte enunciado: “A Criação de
delegacia regional do trabalho a ser instalada em municipalidade recém
emancipada e em franco desenvolvimento industrial e no setor de serviços, é
fenômeno da desconcentração”.

2.3. Criação e extinção dos órgãos públicos


Nos termos do artigo 61, § 1º, II, “e”, combinado com o artigo 48, XI, da
Constituição Federal, os órgãos públicos somente podem ser criados ou extintos
através de lei.
No momento da desconcentração, podem ser levados em conta o critério
territorial ou material. Quando os órgãos públicos são criados em função de
sua localização territorial, a exemplo da Superintendência Regional da Polícia
Federal em Minas Gerais, em São Paulo, na Bahia, no Amazonas e em outros
Estados, ocorre a desconcentração territorial.
Por outro lado, a desconcentração pode ocorrer em razão da natureza
das atividades a serem exercidas pelo órgão público, a exemplo do Ministério
da Saúde, Ministério da Educação, Ministério dos Transportes, Ministério da
Previdência, entre outros. Neste caso, estaremos diante da denominada
desconcentração material.

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Apesar de a criação de órgãos públicos depender de instrumento legal, é


importante esclarecer que a organização e o funcionamento desses órgãos pode
ocorrer mediante a edição de decreto autônomo, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (artigo 84, VI, “a”, da
CF/88).
Sendo assim, deve ficar bem claro que o Presidente da República não pode
criar ou extinguir órgãos públicos, mas pode expedir decreto para organizar o
funcionamento desses órgãos na Administração Pública Federal, desde que não
implique aumento de despesas. Por simetria, tal prerrogativa também deve ser
estendida aos demais Chefes do Executivo em âmbito estadual, distrital e
municipal.

2.4. Capacidade processual ou judiciária


Segundo o entendimento majoritário da doutrina, é possível definir a
capacidade processual como a capacidade de estar em juízo, ou seja, a
aptidão para atuar pessoalmente na defesa de direitos e obrigações, de exercer,
por si só, os atos da vida civil.
O artigo 70 do Novo Código de Processo Civil declara expressamente que
"Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo".

Pergunta: Professor, como os órgãos públicos não são pessoas (físicas ou


jurídicas), existe a possibilidade de figurarem no polo ativo ou passivo de uma
relação processual (uma ação judicial)?
Em regra, não. Entretanto, em caráter excepcional, existem algumas
situações nas quais os órgãos públicos, mesmo não possuindo personalidade
jurídica, poderiam integrar uma relação processual:
1ª) Para a defesa de suas prerrogativas funcionais: nesse caso, é
assegurada capacidade processual aos denominados órgãos independentes e
autônomos para ingressarem com mandado de segurança para a defesa de suas
competências, quando violada por outros órgãos.
Exemplo: Imaginemos que o Poder Executivo deixe de repassar ao
Tribunal de Contas as verbas orçamentárias que lhes são devidas, no prazo
previsto no texto constitucional, desrespeitando a sua autonomia financeira.
Nesse caso, o próprio Tribunal poderá propor um mandado de segurança com
o objetivo de defender as suas prerrogativas constitucionais (direito ao
recebimento dos repasses orçamentários, pois, sem esses recursos, o Tribunal

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de Contas não consegue sequer arcar com as suas despesas básicas de


funcionamento).
2ª) Na defesa dos interesses e direitos dos consumidores: nos
termos do inciso III, artigo 82, do Código de Defesa do Consumidor, alguns
órgãos públicos (mesmo não possuindo personalidade jurídica) são legitimados a
ingressarem com ação judicial na defesa dos interesses e direitos dos
consumidores, individualmente ou a título coletivo.
Exemplo: apesar de ser um órgão público, o PROCON tem importante
atuação em favor dos consumidores. O Superior Tribunal de Justiça, no
julgamento do Recurso Especial 200827/SP, reconheceu a sua capacidade
processual para ingressar com ação judicial:
“Ação civil pública. Direitos individuais homogêneos. Cobrança de taxas
indevidas. Candidatos a inquilinos. Administradoras de imóveis.
Legitimidade ativa do PROCON - Coordenadoria de Proteção e Defesa do
Consumidor, por meio da Procuradoria Geral do Estado para ajuizar ação
coletiva para proteção de direitos individuais homogêneos. Prescrição.
Multa do art. 84, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor. Repetição em
dobro. Multa do art. 538, parágrafo único, do Código de Processo Civil.
Súmula n° 07 da Corte.
1. O PROCON - Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor, por
meio da Procuradoria Geral do Estado, tem legitimidade ativa para ajuizar
ação coletiva em defesa de interesses individuais homogêneos, assim
considerados aqueles direitos com origem comum, divisíveis na sua
extensão, variáveis individualmente, com relação ao dano ou à
responsabilidade. São direitos ou interesses individuais que se identificam
em função da origem comum, a recomendar a defesa coletiva, isto é, a
defesa de todos os que estão presos pela mesma origem. No caso, o liame
está evidenciado, alcançando os candidatos a inquilinos que são cobrados
de taxas indevidas (STJ, Resp 200827/SP, relator Ministro Carlos
Alberto Menezes Direito, 3ª T., j. 26/08/2002, DJ 09/12/2002, p.
339).

No concurso público para o cargo de Advogado do Instituto de


Resseguros do Brasil – IRB, realizado em 2004, a ESAF elaborou questão
sobre o tema “capacidade judiciária” dos órgãos públicos, nos seguintes
termos:

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(ESAF/Advogado IRB/2004) Órgãos e entidades compõem a


Administração Pública brasileira. Assinale no rol abaixo a prerrogativa
que todas as entidades possuem, mas que se faz presente somente em
alguns órgãos, de natureza constitucional, para a defesa de suas
atribuições institucionais:
a) autonomia funcional
b) orçamento próprio
c) patrimônio próprio
d) capacidade judiciária
e) titularidade de serviços públicos

Gabarito: Letra “d”.

Em 27/04/2015 foi publicada no DJe a Súmula nº 525 do Superior Tribunal


de Justiça, que é clara ao afirmar que “a Câmara de Vereadores não possui
personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo
demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais”.

É importante destacar que mesmo antes da publicação da Súmula


525, do Superior Tribunal de Justiça, o tema era frequentemente cobrado
em concursos públicos:

No concurso público para o cargo de Defensor Público do Estado de


Roraima, realizado em 2013, o CESPE considerou incorreto o seguinte
enunciado: “a Assembleia Legislativa Estadual, por se caracterizar como órgão
público desprovido de personalidade jurídica, não pode ingressar em juízo em
defesa de prerrogativas institucionais concernentes à sua organização e ao seu
funcionamento”.

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2.5. Principais características dos órgãos públicos


Os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sintetizaram muito bem
as principais características dos órgãos públicos, que estão presentes na maioria
deles (não em todos):
1ª) Integram a estrutura de uma pessoa jurídica;
2ª) Não possuem personalidade jurídica;
3ª) São resultado da desconcentração;
4ª) Alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;
5ª) Podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão
com outros órgãos ou com pessoas jurídicas (CF, art. 37, § 8º.);
6ª) Não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram;
7ª) Alguns têm capacidade processual para a defesa em juízo de suas
prerrogativas funcionais;
8ª) Não possuem patrimônio próprio.

2.6. Classificação
São várias as classificações de órgãos públicos elaboradas pelos
doutrinadores brasileiros, contudo, nas provas de concursos, a do professor Hely
Lopes Meirelles ainda é a mais utilizada.
1º) Quanto à posição ocupada na escala governamental ou
administrativa (quanto à posição estatal): órgãos independentes,
autônomos, superiores e subalternos.
Independentes são os órgãos previstos diretamente no texto
constitucional, representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional,
Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de
Vereadores), Executivo (Presidência da República, Governadoria dos Estados,
DF e Prefeituras) e Judiciário (com todos os seus órgãos). É possível incluir
nessa classificação também o Ministério Público e os Tribunais de Contas.
Destaca-se que esses órgãos não estão subordinados a quaisquer outros e
são ocupados por agentes políticos.
Autônomos são os órgãos que se encontram diretamente subordinados
aos órgãos independentes, apesar de figurarem no topo da hierarquia
administrativa. Detêm autonomia técnica, administrativa e financeira. Dentre
eles, podemos citar os Ministérios, os órgãos integrantes da estrutura

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administrativa da Presidência da República (Casa Civil, Secretaria-Geral,


Secretaria de Relações Institucionais, etc), entre outros.
Os órgãos superiores são aqueles que detêm poder de direção, controle,
decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre
sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Nessa
categoria, podemos incluir os órgãos que estão diretamente subordinados aos
órgãos autônomos e, em alguns casos, até mesmo aos órgãos independentes,
tais como as gerências, as coordenadorias, as procuradorias, os departamentos,
as secretarias-gerais etc.
Os órgãos subalternos são aqueles que têm reduzido poder decisório,
responsáveis por atribuições meramente executivas. Segundo o professor Hely
Lopes Meirelles, esses órgãos “destinam-se à realização de serviços de rotina,
tarefas de formalização de atos administrativos, cumprimento de decisões
superiores e primeiras decisões em casos individuais, tais como os que, nas
repartições públicas, executam as atividades-meio e atendem ao público,
prestando-lhes informações e encaminhando os requerimentos, como as
portarias e as seções de expediente”.

2º) Quanto à estrutura: simples e compostos.


Podemos entender como órgãos simples aqueles constituídos por um
único centro de competência. São órgãos que não possuem em sua estrutura
outros órgãos que lhe sejam subordinados, atuando de forma isolada. Não
possuem subdivisões internas.
O número de agentes públicos que compõem o órgão não é relevante para
essa definição, o que interessa é a inexistência de outros órgãos em sua
estrutura, sendo possível citar como exemplo uma portaria ou uma seção de
cópias de documentos.
Os órgãos compostos são fruto da desconcentração administrativa e
reúnem, em sua estrutura, diversos outros órgãos, que lhes são subordinados.
Podemos citar como exemplo o Ministério da Fazenda, que possui em sua
estrutura diversos outros órgãos, como a Receita Federal do Brasil, Secretaria do
Tesouro Nacional, ESAF, entre outros.

3º) Quanto à atuação funcional: órgãos singulares ou unipessoais


e colegiados ou pluripessoais.

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Órgãos singulares ou unipessoais são aqueles cujas atuações e


decisões mais importantes estão centralizadas em um único agente, que é o
seu titular. Isso não quer dizer que o órgão tenha que ser formado por um único
agente (na maioria das vezes, o órgão é formado por diversos agentes), mas sim
que as decisões sejam tomadas pelo seu representante máximo. Como exemplo,
podemos citar as chefias do Poder Executivo (Presidência da República,
Governadoria dos Estados e do DF e Prefeituras), pois, nesses casos, as decisões
são centralizadas na autoridade máxima (Chefe do Executivo),
independentemente da quantidade de agentes públicos que trabalhem no órgão.
Colegiados ou pluripessoais são aqueles que atuam mediante a
manifestação obrigatória e conjunta de seus principais membros, mediante
votação, sendo necessária a observância das regras previstas nos respectivos
regimentos internos. Podemos citar como exemplo as casas legislativas, os
tribunais integrantes do Poder Judiciário (o plenário do STF é um caso típico) e
os órgãos que têm a denominação de comissão, conselho, turma, etc.

4º) Quanto às funções exercidas: ativos, consultivos e de controle.


Órgãos ativos são aqueles que editam atos administrativos com o objetivo
de materializar as atividades administrativas, como acontece com os Ministérios,
por exemplo.
Órgãos consultivos são aqueles que elaboram pareceres com o objetivo
de subsidiar as decisões de outros órgãos públicos, a exemplo do Conselho de
Defesa Nacional.
Órgãos de controle são aqueles que exercem atribuições de fiscalização
e controle em relação a outros órgãos, a exemplo dos Tribunais de Contas.

3. Centralização e descentralização
3.1. Centralização e descentralização política
As expressões “centralização” e “descentralização” podem ser estudadas
tanto no âmbito do Direito Constitucional quanto no âmbito do Direito
Administrativo.
Analisando-as sob o âmbito constitucional, a expressão “centralização”
refere-se à manutenção do poder político (poder de legislar) em um único
núcleo. Nesse caso, a função legislativa não é repartida entre vários entes,
mas centralizada em um ente central, que é o único responsável pela edição de
leis, que são de âmbito nacional. É o que ocorre nos denominados Estados
Unitários, sendo possível citar como exemplos o Uruguai, a França e a Itália.

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Na “descentralização” ocorre justamente o contrário, pois o poder de


legislar (poder político) é repartido entre várias pessoas jurídicas, como
acontece no Brasil. Nesse caso, além da União (através do Congresso Nacional),
também podem criar leis os Estados, Distrito Federal e os Municípios, através de
suas respectivas casas legislativas.
A descentralização política é característica marcante nos países que adotam
a Federação como forma de Estado, como ocorre no Brasil e nos Estados Unidos.

3.2. Centralização e descentralização administrativas


Sob o enfoque do Direito Administrativo, a “centralização” ocorre quando
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios exercem diretamente, em face
dos beneficiários, as atividades administrativas que estão em suas respectivas
competências, sem interferência de outras pessoas físicas ou jurídicas.
Nesse caso, além de o ente estatal ser o titular da função administrativa,
ainda será o responsável pela execução de tal atividade, que ocorrerá através
de seus respectivos órgãos e agentes públicos.
Exemplo: Na esfera municipal, o serviço de ensino fundamental é exercido
diretamente pelo Município, através das escolas públicas, que são órgãos
públicos.
Pergunta: Diante do que acabei de afirmar, suponhamos que um
estudante sofra graves lesões corporais no interior da escola, causadas por um
professor. Caso o pai decida ajuizar uma ação de reparação pelos respectivos
danos morais e materiais sofridos pelo filho, quem responderá judicialmente? O
Município, a Secretaria Municipal de Educação ou a própria escola? Pense bem...
Tem certeza?
É claro que será o Município, pois, dentre as alternativas apresentadas, é o
único que possui personalidade jurídica. A Secretaria Municipal de Educação é
apenas um órgão inserido na estrutura administrativa do Município, assim como
a escola pública também é um órgão, nesse caso, inserido na estrutura da
Secretaria Municipal.
Por outro lado, ocorre a “descentralização administrativa” quando um
ente estatal (União, Estados, DF e Municípios) transfere a outra pessoa, pública
ou privada, o exercício de uma determinada atividade administrativa. Nesse caso,
a função administrativa não será executada por órgãos públicos, mas por outra
pessoa jurídica, com personalidade jurídica distinta do ente estatal que
transferiu a execução da função administrativa.

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Conforme afirma Celso Antônio Bandeira de Mello, na “descentralização, o


Estado atua indiretamente, pois o faz através de outras pessoas, seres
juridicamente distintos dele, ainda quando sejam criaturas suas e por isso mesmo
se constituam, como ao diante se verá, em parcelas personalizadas da totalidade
do aparelho administrativo estatal”.
Na descentralização administrativa, existirá uma pessoa interposta entre
o Estado e o beneficiário da atuação estatal, que será denominada entidade
descentralizada. Esta será responsável por desempenhar a atividade
administrativa, ou seja, prestar o serviço público, exercer o poder de polícia
administrativa ou praticar atividades de fomento público.

(Técnico Administrativo/MPU 2010/CESPE) Considere que o órgão responsável


pela infraestrutura de transporte de determinada região repassou para outra
pessoa jurídica a atribuição de executar obras nas estradas sob sua jurisdição.
Nessa situação, caracteriza-se a ocorrência de desconcentração.
A desconcentração ocorre sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, dando origem
a órgãos públicos. Dessa forma, como o texto da assertiva afirmou que a execução de
obras foi repassada para “outra pessoa jurídica”, ficou caracterizada a descentralização da
atividade.

A doutrina majoritária apresenta três espécies de descentralização


administrativa: a descentralização territorial (ou geográfica); a
descentralização por serviços ou outorga (descentralização funcional ou
técnica); descentralização por colaboração ou delegação.

3.2.1. Descentralização Administrativa Territorial


Antes de a Constituição Federal de 1988 determinar a extinção dos
territórios, existia, no Brasil, a denominada descentralização territorial ou
geográfica. Nessa espécie de descentralização, cria-se um território (que terá
personalidade jurídica de Direito Público interno) e a ele é concedida capacidade
administrativa genérica.
A descentralização territorial ocorre tipicamente nos Estados Unitários,
como é o exemplo da França. No Brasil, atualmente, não temos esse tipo de
descentralização, pois a Constituição Federal de 1988 determinou a
transformação dos antigos territórios de Roraima e do Amapá em Estados da
Federação (artigo 14 do ADCT da CF/88). Da mesma forma, o antigo território de

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Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Pernambuco, nos moldes do


artigo 15 do ADCT da CF/88.
Apesar de não existirem territórios no Brasil, lembre-se de que o artigo 18
da CF/88 afirma que “os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas
em lei complementar”.
Sendo assim, caso posteriormente o Congresso Nacional decida pela
criação de um novo território, este será fruto de uma descentralização
administrativa da União, integrando a sua estrutura.

3.2.2. Descentralização administrativa por serviços ou outorga


Na descentralização por outorga, uma entidade política (União, Estados,
DF e Municípios) cria ou autoriza a criação,em ambos os casos por meio de lei
específica, de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de uma determinada atividade
administrativa.
Exemplo: O inciso VI, artigo 23, da CF/1988, declara expressamente que
“é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios protegerem o meio ambiente e combaterem a poluição em qualquer
de suas formas”. Sendo assim, na esfera federal, a União poderia exercer
diretamente essa atribuição administrativa de proteger o meio ambiente,
criando um órgão público específico para tal.
Entretanto, com o objetivo de diminuir o excesso de atividades
administrativas que estão sob a sua responsabilidade e, ainda, em respeito ao
princípio constitucional da eficiência, a União decidiu descentralizar essa
atividade, criando o IBAMA.
O IBAMA foi criado sob a forma de autarquia e recebeu, por meio de lei
específica, a titularidade e a execução, em todo o território nacional, do poder
de polícia administrativa na área ambiental, por prazo indeterminado.
É válido destacar que, por ser uma autarquia, o IBAMA será uma pessoa
jurídica de Direito Público, ou seja, terá personalidade jurídica própria e,
portanto, estará apto a contrair direitos e obrigações em seu próprio nome.

3.2.3. Descentralização por delegação ou colaboração

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Na descentralização por delegação, uma entidade política (União,


Estados, DF e Municípios) ou administrativa, através de contrato
administrativo ou ato unilateral, transfere o exercício de determinada
atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica, que já atuava
anteriormente no mercado.
Algumas diferenças existentes na descentralização por outorga e
delegação são muito cobradas em concursos e, portanto, vejamos as principais:
1ª) Na outorga ocorre a transferência da titularidade e da execução do
serviço, enquanto na delegação ocorre apenas a transferência da execução, ou
seja, a titularidade do serviço permanece com o ente estatal.
Exemplo: Em âmbito municipal, é muito comum a contratação de
empresas privadas para a prestação do serviço público de transporte coletivo
urbano, apesar de esta atividade ser prevista no inciso V do artigo 30 da CF/88
como de competência do Município.
Isso ocorre em virtude da descentralização por delegação, que
possibilita ao ente estatal firmar um contrato administrativo de concessão de
serviço público, através do qual será transferida ao particular apenas a
execução do serviço e não a titularidade.
Apesar da delegação do serviço, compete ao Município exercer uma ampla
fiscalização dos serviços que estão sendo prestados pela concessionária,
garantindo-se, assim, a qualidade, a eficiência e a satisfação dos usuários.
2º) Na outorga, a transferência da titularidade e da execução dos serviços
ocorre através de lei, enquanto, na delegação, ocorre através de contrato
administrativo ou ato unilateral (nos casos das autorizações de serviços
públicos, por exemplo).
3º) Em regra, a outorga ocorre por prazo indeterminado, enquanto a
delegação tem prazo determinado em contrato.

Para responder às questões do CESPE: Considere que um estado crie, por meio de
lei, uma nova entidade que receba a titularidade e o poder de execução de ações de
saneamento público. Nessa situação, configura-se a descentralização administrativa
efetivada por meio de outorga (Técnico Administrativo/MPU 2010/CESPE).
Assertiva correta.

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DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

Ocorre no âmbito de uma MESMA pessoa Ocorre quando a Administração Pública Direta
jurídica e dá origem à criação de órgãos públicos, transfere a particulares ou às entidades da
desprovidos de personalidade jurídica própria. Administração Pública Indireta a titularidade e/ou
execução de atividades administrativas. Envolve
duas pessoas jurídicas distintas.

Sempre que você se deparar com a expressão Sempre que você se deparar com a expressão
“desconcentração”, lembre-se de “órgãos “descentralização”, lembre-se de entidades da
públicos”. Administração Indireta ou de particulares que
prestam serviços públicos.

Os órgãos públicos devem ser criados por lei. As entidades da Administração Indireta, fruto da
descentralização, poder ser CRIADAS ou
AUTORIZADAS por lei específica.

A desconcentração pode ocorrer no âmbito da A descentralização sempre irá envolver outra


Administração Pública Direta (criação de pessoa jurídica, seja integrante da Administração
ministérios pela União, por exemplo) ou Pública Indireta ou particulares (concessionários ou
Administração Pública Direta (criação de agências permissionários de serviços públicos). Não existe
executivas pelo INSS, por exemplo). descentralização no âmbito de uma mesma pessoa
jurídica.

4. Administração Pública Direta e Indireta

São muito comuns as questões em provas diferenciando Administração


Pública Direta e Indireta. Entretanto, tenho certeza de que você jamais errará
esse tipo de questão em prova, pois iremos estudar profundamente o tema,
analisando todas as espécies de entidades que integram a Administração Pública,
principalmente a indireta.

4.1. Administração Pública Direta


O Decreto-Lei nº. 200/67, em seu artigo 4º, inciso I, declara
expressamente que a Administração Pública Federal compreende a
“Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos ministérios” e ainda a
Administração Indireta.
Como é possível perceber, o conceito de Administração Pública Direta está
previsto diretamente no texto legal, não comportando maiores dúvidas ou
discussões. Na esfera federal, é composta pela União (que detém personalidade

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jurídica de direito público) e de todos os órgãos que integram a estrutura da


Presidência da República, previstos na Lei 10.683/03: Ministérios, Casa Civil,
Secretaria de Governo da Presidência da República, Secretaria de Comunicação
Social, Gabinete Pessoal, entre outros.
Da mesma forma que ocorre na esfera federal, os Estados, Distrito Federal
e Municípios possuem autonomia política para se auto-organizarem. Entretanto,
o que se observa na prática é que todos os entes políticos estaduais e municipais
têm seguido a estrutura administrativa estabelecida no âmbito da União.

4.2. Administração Pública Indireta


Além de apresentar expressamente o conceito de Administração Direta, o
Decreto-Lei 200/67, em seu artigo 4º, II, “a”, declara ainda que a Administração
Pública Federal Indireta compreende as autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas, todas dotadas de
personalidade jurídica própria.
Todavia, é importante destacar que a Lei 11.107/05, que dispõe sobre os
consórcios públicos, estabelece expressamente em seu artigo 6º, § 1º, que “o
consórcio público com personalidade jurídica de Direito Público integra a
administração indireta de todos os entes da Federação consorciados”.
A ESAF já abordou essa informação em suas provas, mais
precisamente no concurso público para o cargo de Analista Técnico da
SUSEP, realizado em 2010:

(ESAF/Analista Técnico – SUSEP/2010) Em nossos dias, embora sequer sejam


citadas (os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, também integram a administração
indireta as(os):

a) Organizações Sociais de Interesse Público.


b) Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos.
c) Organizações Sociais.
d) Consórcios Públicos com personalidade jurídica de direito público.
e) Parceiros Público-Privados sem fins lucrativos.

Gabarito: letra “d”.

Atenção: No conceito de Administração descentralizada,


anteriormente estudado, estão incluídas todas as entidades que integram a
Administração Indireta, ou seja, as autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas, que recebem a incumbência de executarem
uma determinada função administrativa mediante outorga.

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Além disso, é válido lembrar que também se incluem nesse conceito as


pessoas físicas ou jurídicas privadas que executam atividades administrativas
mediante delegação, a exemplo dos concessionários, permissionários e
autorizatários de serviços públicos.

As expressões “Administração Descentralizada” e “Administração Indireta” não são


sinônimas. Nesta última, não se incluem os concessionários, permissionários e
autorizatários de serviços públicos.

4.3. Criação das entidades integrantes da Administração Indireta


As regras constitucionais para a criação das entidades integrantes da
Administração Pública Indireta estão previstas no inciso XIX, artigo 37, da
Constituição Federal de 1988:
“XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação”.
Como é possível observar, algumas entidades serão criadas diretamente
por lei específica (autarquias e fundações públicas de direito público) e outras
terão a sua criação autorizada por lei específica (fundações públicas de Direito
Privado, empresas públicas e sociedades de economia mista). Fique atento, pois
essas peculiaridades são muito cobradas em provas de concursos.

(FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Somente por Lei Específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação. Assertiva considerada correta pela banca
examinadora.

Caso a entidade seja criada diretamente por lei específica, será instituída
com personalidade jurídica de direito público. Entretanto, se a criação for
apenas autorizada por lei específica, será regida pelo direito privado.

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Uma questão que anteriormente gerou bastante polêmica, mas que parece
ter sido pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, refere-se à existência de duas
espécies de fundações públicas: de Direito Público e de Direito Privado.
A polêmica foi criada porque até a promulgação da emenda constitucional
19, que alterou o artigo 37, XIX, da CF/1988, as fundações públicas não podiam
ter a criação autorizada por lei específica, somente podiam ser criadas por lei
específica. O texto anterior era o seguinte:
“XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresas
públicas, sociedades de economia mista, autarquias ou fundações
públicas”.

O Supremo Tribunal Federal já se manifestou por várias vezes no sentido


de que existem duas espécies de fundações públicas: as de Direito Público e
as de Direito Privado. As primeiras são criadas por lei específica, nos mesmos
moldes das autarquias e, portanto, são regidas pelo Direito Público. A segunda
espécie terá a criação autorizada por lei específica e, portanto, será regida pelo
Direito Privado.
Além disso, independentemente do regime adotado (público ou privado),
as fundações públicas somente poderão atuar em áreas definidas em lei
complementar, que, até o momento, ainda não foi criada.

No processo seletivo para o plano de cargos e salários do Ministério da


Fazenda, realizado em 2013, a ESAF considerou incorreto o seguinte
enunciado: “A definição das áreas de atuação de uma fundação instituída pelo
Poder Público deve ser feita por meio de lei ordinária de iniciativa privativa do
Presidente da República”.

No processo de criação de autarquias e fundações públicas de Direito


Público, a própria lei específica será responsável por conceder personalidade
jurídica a essas entidades, independentemente de registro posterior de seus atos
constitutivos nos órgãos competentes (Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas
ou Junta Comercial, por exemplo).

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Em relação às entidades que têm a criação apenas autorizada em lei


específica (fundações públicas de Direito Privado, empresas públicas e sociedades
de economia mista), a personalidade jurídica somente será assegurada com a
edição de decreto pelo chefe do Poder Executivo (que será responsável pela
organização e estruturação da entidade) e o respectivo registro de seus atos
constitutivos na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas.
Nas pessoas jurídicas de Direito Público, a própria lei criadora concede
“existência jurídica” à entidade, ou seja, personalidade jurídica que culmina na
possibilidade de contrair direitos e obrigações em nome próprio.
Em relação às entidades regidas pelo Direito Privado, essa possibilidade de
contrair direitos e obrigações somente ocorrerá com a publicação da lei específica
autorizando a criação e, na sequência, com a elaboração e registro do ato
constitutivo (decreto do Chefe do Executivo) nos órgãos competentes.
Outro dispositivo que merece destaque é o inciso XX, do artigo 37, da
Constituição Federal de 1988, que apresenta as regras gerais sobre a criação de
subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia mista:
“XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada”.
Inicialmente, é válido esclarecer que, para a criação de subsidiárias, não
existe a necessidade de lei específica, mas somente autorização legislativa
(qualquer espécie legislativa). Além disso, nos termos constitucionais, a
autorização legislativa tem que ser concedida em cada caso, ou seja, a cada
criação de uma nova subsidiária.
Contudo, apesar de o texto constitucional ser expresso ao afirmar a
necessidade de autorização legislativa para cada caso, o Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da ADI 1649, decidiu que a autorização legislativa
específica para a criação de empresas subsidiárias é dispensável nos casos em
que a lei autorizativa de criação da sociedade de economia mista ou empresa
pública matriz também previu a eventual formação das subsidiárias.
"ADI 1649 / DF. EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 9478/97.
AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS
2º E 37, XIX E XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO
IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 não autorizou a instituição de empresa de economia
mista, mas sim a criação de subsidiárias distintas da sociedade-matriz, em consonância
com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37 da Constituição Federal. 2. É dispensável a
autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão
para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em
vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente."

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Assim, o entendimento que deve prevalecer para concursos públicos é o de


que a autorização para a criação de subsidiárias pode ser genérica (conforme o
entendimento do STF), ou, ainda, que deve ser concedida autorização legislativa
em cada caso (quando a questão cobrar o texto literal do inciso XX, do artigo
37, da CF/1988).
Fique atento ao modelo de questão, pois podem ser cobrados os dois
entendimentos. Todavia, você saberá identificar a resposta facilmente, pois a
banca não apresentará as duas possibilidades na mesma questão (pelo menos eu
ainda não vi!).
No concurso para o cargo de Analista do Ministério da Integração
Nacional, realizado em 2012, a ESAF abordou uma questão sobre a
necessidade de “lei específica” para a criação de entidades
administrativas.
No caso específico, a banca examinadora fez um “paralelo” entre a
necessidade de “lei específica” e “autorização legislativa”, nos termos
do art. 37, incisos XIX e XX da Constituição Federal de 1988, o que
acabou confundindo alguns candidatos.

(ESAF/Analista – Ministério da Integração Nacional/2012) Nos termos de nossa


Constituição Federal e de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, depende de autorização em lei específica:
a) a instituição das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de fundações,
apenas.
b) a instituição das empresas públicas e das sociedades de economia mista, apenas.
c) a instituição das autarquias, das empresas públicas, das sociedades de economia mista
e de fundações, apenas.
d) a participação de entidades da Administração indireta em empresa privada, bem assim
a instituição das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
e subsidiárias das estatais.
e) a participação de entidades da Administração indireta em empresa privada, bem assim
a instituição das empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações e
subsidiárias das estatais.

Gabarito: Letra “a”.

Ultrapassada esta parte “introdutória” sobre a Administração Pública,


começaremos a estudar, a partir de agora, cada uma das entidades que integram
a Administração Pública Indireta, com as suas respectivas peculiaridades. Por
serem várias as entidades (autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista e consórcios públicos de Direito Público),
procurarei ser bastante objetivo, restringindo-me às informações que são
realmente importantes para as provas.

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RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP

1. Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, a teoria do órgão declara que a o
Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos, que são compostos de
agentes públicos. Sendo assim, a vontade do órgão é imputada à pessoa jurídica
a cuja estrutura está integrado, o que se convencionou denominar de imputação
volitiva;
2. Não confunda desconcentração e descentralização. A primeira nada mais
é que a distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa
jurídica, ou seja, a criação de órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura
hierarquizada, criada com o objetivo de tornar mais eficiente a execução das
finalidades administrativas previstas em lei. A segunda ocorre quando a União,
DF, Estados ou Municípios desempenham algumas de suas funções por meio de
outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe a existência de duas
pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por
ter recebido do Estado essa atribuição;
3. As principais características dos órgãos públicos, que estão presentes na
maioria deles (não em todos), são: integram a estrutura de uma pessoa jurídica;
não possuem personalidade jurídica; são resultado da desconcentração; alguns
possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; podem firmar, por
meio de seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos ou com
pessoas jurídicas (CF, art. 37, § 8º.); não tem capacidade para representar em
juízo a pessoa jurídica que integram; alguns tem capacidade processual para a
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais e não possuem patrimônio
próprio.
4. Independentes são os órgãos previstos diretamente no texto constitucional,
representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional, Senado, Câmara
dos Deputados, AssembléiasLegilativas e Câmara de Vereadores) Executivo
(Presidência da República, Governadoria dos Estados, DF e Prefeituras) e
Judiciário (com todos os seus órgãos). É possível incluir nesta classificação
também o Ministério Público e os Tribunais de Contas;

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5. Fique atento para não confundir descentralização por outorga e


descentralização por delegação. Na outorga ocorre a transferência da titularidade
e da execução do serviço, enquanto na delegação ocorre apenas a transferência
da execução, ou seja, a titularidade do serviço permanece com o ente estatal;
6. Algumas entidades administrativas serão criadas diretamente por lei específica
(autarquias e fundações públicas de direito público) e outras terão a sua criação
autorizada por lei específica (fundações públicas de direito privado, empresas
públicas e sociedades de economia mista). Fique atento, pois essas
peculiaridades são muito cobradas em provas;
7. O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que existem duas
espécies de fundações públicas, as de direito público e as de direito privado. As
primeiras são criadas por lei, nos mesmos moldes das autarquias e, portanto,
serão regidas pelo direito público. As segundas terão a criação autorizada por lei
e, sendo assim, serão regidas pelo direito privado.
8. É válido esclarecer que para a criação de subsidiárias não existe a necessidade
de lei específica, mas somente autorização legislativa (qualquer espécie
legislativa). Além disso, a autorização legislativa tem que ser concedida em cada
caso, ou seja, a cada criação de uma nova subsidiária. Contudo, apesar do texto
constitucional ser expresso ao afirmar a necessidade de autorização legislativa
para cada caso, em 2004 o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI
1649, decidiu que a autorização legislativa específica para a criação de empresas
subsidiárias é dispensável nos casos em que a lei autorizativa de criação da
empresa de economia mista ou empresa pública matriz também previu a eventual
formação das subsidiárias.

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oria Geral do Direito Administrativo


Entidades da Administração Pública Indireta

1. Considerações iniciais ............................................................. 34

2. Espécies de entidades integrantes da administração pública indireta


2.1. Autarquias ..................................................................... 35
2.1.2. Autarquias em regime especial ................................... 47
2.1.3. Autarquias profissionais ............................................. 48
2.2. Fundações públicas ........................................................ 50
2.3. Empresas públicas e sociedades de economia mista ..... 56
2.4. Consórcios públicos ........................................................ 70

3. Revisão de véspera de prova – “RVP”......................................... 75

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Administração Pública Indireta

1. Considerações iniciais
De início, é importante que você saiba diferenciar algumas expressões que
são muito comuns em provas: “entidades, entes ou pessoas políticas”, “entidades
ou entes estatais” e “entidades ou entes administrativos”.
As expressões “entidades, entes ou pessoas políticas”, bem como
“entidades ou entes estatais”, são expressões sinônimas, utilizadas para se
referir à União, Estados, Municípios e Distrito Federal. De outro lado, as
expressões “entidades ou entes administrativos” são utilizadas para designar
as autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e consórcios públicos de Direito Público.
Os entes políticos ou estatais sempre serão pessoas jurídicas de Direito
Público interno. Por outro lado, as entidades administrativas podem ser
instituídas sob a forma de pessoas jurídicas de Direito Público (autarquias,
fundações de direito público e consórcios públicos) ou de Direito Privado
(fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de
economia mista).
E não pense que, em razão de sua simplicidade, esse tema não é
cobrado em provas. No concurso público para o cargo de Auditor da
Prefeitura do Recife, realizado em 2003, por exemplo, a ESAF elaborou a
seguinte questão sobre o assunto:

(ESAF/Auditor – Prefeitura do Recife/2003) No sistema brasileiro, a


noção de pessoa política engloba as seguintes entidades:
a) Estados-Federados, autarquias e fundações públicas
b) União Federal e Municípios
c) Distrito Federal e empresas públicas
d) Municípios, Distrito Federal e autarquias
e) Autarquias e fundações públicas
Gabarito: letra “b”.

O mesmo ocorreu na prova para o cargo de Analista Judiciário do


TRE/GO, realizada pelo CESPE em 2009:

Para responder às questões do CESPE: A União, os estados, os municípios e o


Distrito Federal são entidades políticas que compõem a administração pública
direta (Analista Judiciário/TRE GO 2009/CESPE). Assertiva correta.

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2. Espécies de entidades integrantes da Administração Pública indireta


2.1. Autarquias
Conforme nos informa o saudoso professor Diógenes Gasparini, o vocábulo
autarquia, de origem helênica, significa comando próprio, autogoverno.
Entretanto, conforme veremos mais adiante, não é conveniente que se faça uma
estrita ligação entre o vocábulo “autarquia” e “governo próprio”, pois outras
entidades administrativas também possuem essas características e, nem por
isso, são denominadas autarquias.
Cuidado! Não é correto afirmar que as autarquias possuem autonomia
política (autonomia de governo), pois essa é uma característica inerente às
entidades estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). As autarquias
possuem capacidades exclusivamente administrativase, para exercê-las
com maior eficiência, possuem autoadministração.
A principal característica das autarquias está relacionada à natureza das
atividades que desenvolvem: atividades típicas de Estado, em regra. Estão
incluídas no âmbito das atividades típicas de Estado segurança pública,
diplomacia, arrecadação e fiscalização de tributos e contribuições previdenciárias,
vigilância sanitária, fiscalização e proteção ao meio ambiente, entre outras.
Apesar do que acabei de afirmar, é importante esclarecer que nem sempre
as autarquias exercerão atividades típicas de Estado, a exemplo da UFMG
(autarquia federal), que desempenha atividades de pesquisa, ensino e
extensão universitários, que não são típicas de Estado, já que também são
realizadas por particulares.

2.1.1. Conceito
As autarquias possuem personalidade jurídica de Direito Público e
integram a Administração Indireta e Descentralizada, sendo criadas por lei
específica para o exercício de funções administrativas típicas de Estado, tais
como previdência e assistência social (INSS), polícia administrativa (IBAMA),
regulação de determinados setores da economia (Banco Central e Comissão de
Valores Mobiliários - CVM), assistência social (INCRA) e até mesmo atuação na
área de saúde, em situações excepcionais.
O Decreto-Lei 200/67, em seu artigo 5º, I, conceitua autarquia como “o
serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da administração pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada”.

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Doutrinariamente, é interessante o conceito formulado pela professora


Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para quem autarquia é uma “pessoa jurídica de
Direito Público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o
desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle
administrativo exercido nos limites da lei”.
As autarquias se caracterizam como um “braço” do próprio Estado, sendo
as primeiras entidades administrativas a quem foram transferidas a titularidade
e a execução de atividades administrativas específicas.

Caso você encontre as expressões “função ou atividade típica de Estado” ou


“função ou atividade típica do Poder Público” em uma questão de prova sobre
Administração Indireta, provavelmente a resposta estará relacionada com a
autarquia. Moleza!

No concurso público para o cargo de Analista Técnico da SUSEP, por


exemplo, realizado pela ESAF no ano de 2010, a banca considerou correta
a seguinte assertiva: “A SUSEP é uma autarquia, atua na regulação da
atividade de seguros (entre outras), e está sob supervisão do Ministério
da Fazenda, logo, é correto dizer que ela executa atividade típica da
Administração Pública”.

2.1.2. Natureza jurídica


As autarquias possuem personalidade jurídica de Direito Público, podendo
contrair direitos e obrigações em nome próprio, pois são entidades distintas
daquelas responsáveis pela sua criação.
Exemplo: o IBAMA, que é uma autarquia federal, foi criado pela União,
mediante lei específica, para o exercício do poder de polícia administrativa na
área ambiental. Entretanto, o IBAMA possui personalidade jurídica própria,
distinta da União e, portanto, deve atuar de maneira autônoma no exercício de
suas funções administrativas. O mesmo ocorre com o BANCO CENTRAL, que
também é uma autarquia federal e, portanto, possui personalidade jurídica
distinta da União.
A personalidade jurídica de Direito Público, atribuída às autarquias, é
consequência direta dos fins e atividades administrativas que ficam sob a sua
responsabilidade. Em regra, como exercem funções típicas de Estado, nada mais

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coerente do que atribuir às autarquias todas as “prerrogativas” provenientes do


regime jurídico-administrativo, assim como acontece com as entidades estatais
(que também são regidas pelo Direito Público).
No mesmo sentido, como consequência da autonomia e independência
autárquica, é perfeitamente possível que a União, por exemplo, ajuíze uma ação
judicial em face do IBAMA, ou vice e versa, pois ambas as entidades têm
personalidade jurídica própria.

No concurso público para o cargo de Analista Técnico da SUSEP, realizado


em 2010, a ESAF considerou correta a seguinte assertiva: “A SUSEP é uma
autarquia, atua na regulação da atividade de seguros (entre outras), e está sob
supervisão do Ministério da Fazenda. Logo, é correto dizer que ela é integrante da
chamada Administração Indireta e tem personalidade jurídica própria, de direito
público”.

2.1.3. Criação e extinção


Nos termos do inciso XIX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988,
somente por lei específica, poderá ser criada uma autarquia, seja ela federal,
estadual, municipal ou distrital.
A personalidade jurídica de uma autarquia tem início com a vigência da
lei responsável pela sua criação, contrariamente ao que ocorre em relação às
pessoas jurídicas de Direito Privado, que são regidas pelas regras constantes no
artigo 42 do Código Civil Brasileiro, que assim dispõe:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de Direito
Privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder
Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.
A capacidade da autarquia para contrair direitos e obrigações em nome
próprio independe do registro de seus atos constitutivos perante os órgãos
competentes. A sua existência legal terá início com a publicação do texto da
lei criadora no Diário Oficial, que assegurará o início de sua vigência e, ainda,
da personalidade jurídica da autarquia.
Em regra, a iniciativa legislativa para a criação de autarquias é privativa
do Chefe do Executivo (artigo 61, § 1º, II, “e”, da CF/88), em todos os níveis
federativos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

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Depois de criada por lei, está autorizado o Chefe do Poder Executivo a


editar decretos que tenham por objetivo organizar e estruturar o funcionamento
da autarquia. O Presidente da República, por exemplo, poderá editar um decreto
com a finalidade de aprovar o regimento interno ou o estatuto de uma autarquia
recém-criada.
Analisando-se o texto do artigo 37, caput, da CF/88, conclui-se ser possível
a criação de autarquias vinculadas ao Poder Judiciário e, ainda, ao Poder
Legislativo. Nesses casos, a apresentação do projeto de lei de criação dependeria
de cada Poder específico, e não do Chefe do Executivo.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência [...]
Como exemplo de autarquia vinculada ao Poder Judiciário podemos citar
o Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária – IPRAJ, criada junto ao
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (por meio da Lei Estadual nº 4.348/84),
com o objetivo de “planejar, coordenar, dirigir, executar e controlar as atividades
de apoio administrativo em matéria financeira, de pessoal, de suprimento, de
desenvolvimento de recursos humanos e organizacionais, assistência e
previdência social do Tribunal”.
Assim, apesar de o Conselho Nacional de Justiça - CNJ, em decisão
proferida no processo administrativo nº 337.015, ter sido contrário à existência
de autarquia vinculada ao Poder Judiciário, constata-se que, em tese, é possível
a criação de tais entidades vinculadas ao Poder Judiciário e Legislativo (análise
extraída do artigo 37 da CF/88).
Em respeito ao princípio do paralelismo das formas, como se exige lei
específica para criação de autarquia, da mesma forma, exige-se lei específica
para a sua extinção. Desse modo, uma autarquia jamais poderá ser extinta por
Decreto editado pelo Chefe do Executivo, pois não foi criada por Decreto, mas
sim por lei específica.
Para que você consiga visualizar o processo de criação de uma autarquia,
basta efetuar uma leitura do artigo 2º da Lei 7.735/89, alterado pela lei
11.516/07, que criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA:
“Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, autarquia federal dotada de personalidade jurídica de Direito
Público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente, com a finalidade de:

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I - exercer o poder de polícia ambiental;


II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às
atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da
qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização,
ao monitoramento e ao controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do
Ministério do Meio Ambiente; e (Incluído pela Lei nº. 11.516, 2007).
III - executar as ações supletivas de competência da União, de conformidade com
a legislação ambiental vigente”.

Para responder às questões do CESPE: As autarquias possuem personalidade


jurídica de direito público, e sua criação deve se dar por lei específica (Auditor
Interno/AUGE-MG 2009/CESPE).

2.1.4. Responsabilidade civil perante terceiros


As autarquias responderão objetivamente pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa, nos termos do § 6º, artigo 37, da
Constituição Federal de 1988.
Como as autarquias possuem personalidade jurídica própria,respondem
civilmente pelos danos que seus agentes, no exercício de função pública,
causarem a terceiros. O ente estatal responsável pela criação da autarquia
somente será acionado para cumprir a obrigação quando a autarquia tornar-
se inadimplente.
Entende a doutrina majoritária que os entes estatais respondem
subsidiariamente pelos danos a terceiros causados em virtude de ações ou
omissões de agentes das autarquias. O ente criador (União, Estados, Municípios
e DF) somente pode ser acionado após a exaustão dos recursos financeiros da
autarquia e, portanto, não é correto falar-se em responsabilidade solidária, mas
sim subsidiária, já que as autarquias possuem personalidade jurídica e
patrimônio próprios,
Somente se a autarquia não possuir recursos financeiros suficientes
para cobrir os prejuízos causados a terceiros é que o ente estatal poderá ser
acionado, subsidiariamente.

2.1.5. Patrimônio

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O patrimônio da autarquia é constituído por bens móveis e imóveis, que


são considerados integralmente bens públicos, não existindo participação da
iniciativa privada em sua constituição.
Nos termos do artigo 98 do Código Civil, “são públicos os bens do domínio
nacional pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público interno; todos os
outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem”.
Pergunta: Professor, como esses bens móveis e imóveis passam a integrar
o patrimônio de uma autarquia?
Esses bens podem ser transferidos através da própria lei responsável pela
criação da autarquia ou, ainda, através de lei posterior, que irá agregar novos
bens ao patrimônio original.
Exemplo: No momento da criação do IBAMA, a própria Lei 7.735/89, em
seu artigo 4º, declarou expressamente que os bens que iriam integrar o
patrimônio inicial da entidade seriam provenientes de outras entidades extintas.
“Art. 4º O patrimônio, os recursos orçamentários, extra-orçamentários e
financeiros, a competência, as atribuições, o pessoal, inclusive inativos e
pensionistas, os cargos, funções e empregos da Superintendência da Borracha -
SUDHEVEA e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF, extintos
pela Lei nº. 7.732, de 14 de fevereiro de 1989, bem assim os da Superintendência
do Desenvolvimento da Pesca - SUDEPE e da Secretaria Especial do Meio Ambiente
- SEMA são transferidos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis, que os sucederá, ainda, nos direitos, créditos
e obrigações, decorrentes de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive nas
respectivas receitas”.

Como os bens integrantes do patrimônio das autarquias são considerados


públicos, gozam das mesmas prerrogativas asseguradas aos bens
pertencentes às entidades da Administração Direta: a imprescritibilidade (não
podem ser objeto de ações de usucapião apresentadas por terceiros), a
alienabilidade condicionada (apenas os bens dominicais podem ser alienados
e desde que cumpridas todas as exigências legais) e a impenhorabilidade (não
podem ser penhorados para garantir o pagamento de créditos de terceiros).

2.1.6. Regime de pessoal


Ao analisarmos o regime de pessoal das autarquias, é necessário e
imprescindível diferenciarmos duas espécies de agentes: os servidores
públicos e os seus dirigentes.

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a) Servidores Públicos
O texto original do artigo 39 da Constituição Federal de 1988 estabelecia
que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam criar, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único (apenas estatutário,
celetista ou outro regime legal) para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas.
Na esfera federal, decidiu-se adotar o regime estatutário (Lei 8.112/90)
para todos os servidores públicos federais vinculados à União, seus respectivos
órgãos, autarquias e fundações públicas de Direito Público.
Entretanto, em 04 de junho de 1998, foi promulgada a emenda
constitucional nº. 19, que acabou com a obrigatoriedade de um regime jurídico
único para todos os servidores públicos.
A partir de então, o regime jurídico das referidas entidades e órgãos
públicos poderia ser estatutário ou celetista (nos termos da CLT), ou, ainda,
qualquer outro previsto em lei. Em tese, seria possível então que uma autarquia
federal, por exemplo, tivesse em seu quadro uma parte de servidores regidos por
estatuto (Lei 8.112/90) e outra parte regida pela CLT.
Todavia, no dia 02 de agosto de 2007, o Plenário do Supremo Tribunal
Federal deferiu medida cautelar na ADIn nº. 2.135, para declarar inconstitucional
a nova redação dada pela EC nº. 19/98 ao caput do artigo 39 da CF, sob a
alegação de que a alteração do referido artigo não teria sido aprovada pelo
processo legislativo previsto no texto constitucional (quórum favorável de, no
mínimo, 3/5 dos membros das duas Casas do Congresso Nacional, em dois
turnos de votação, como exige o art. 60, §2º, da CF/88).
Segundo os partidos que apresentaram a ADIn 2.135 (PT, PDT, PCdoB e
PSB), a alteração do texto do artigo 39 da CF somente teria sido aprovada no
Senado, sem a manifestação obrigatória da Câmara dos Deputados.
Sendo assim, com a suspensão, pelo STF, da alteração que havia sido
efetuada pela emenda constitucional nº 19, voltou a vigorar no Brasil o famoso
regime jurídico único.
A alteração efetuada pela EC nº. 19/98 (fim do regime jurídico único) no
artigo 39 da CF/88 foi suspensa liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal e,
portanto, as autarquias federais atualmente só podem contratar servidores
públicos pelo regime estatutário (Lei 8.112/90), pelo menos até a decisão
final de mérito na ADIn 2.135.

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Atenção: As sociedades de economia mista e as empresas públicas


não foram afetadas pelas modificações citadas neste tópico, pois os seus
empregados sempre foram regidos exclusivamente pelo regime celetista,
conforme veremos adiante.

b) Dirigentes
Além dos servidores públicos, ainda fazem parte do quadro de pessoal das
autarquias os seus respectivos dirigentes, que serão escolhidos na forma da lei
instituidora ou dos respectivos estatutos.
Em regra, os dirigentes das autarquias ocupam cargos em comissão
(também denominados cargos de confiança), nos termos do inciso II, artigo
37, da CF/1988, e a competência para efetuar tanto a nomeação quanto a
exoneração é do Presidente da República (artigo 84, XXV, da CF/1988).
Da mesma forma e em respeito ao princípio da simetria (que determina
que as entidades federativas estaduais, municipais e distrital, ao organizarem
suas constituições estaduais e leis orgânicas, devem obediência às normas de
organização previstas na Constituição Federal), tal competência também será
assegurada aos Governadores dos Estados, do DF e aos Prefeitos, em suas
respectivas esferas de atuação.
Existem casos específicos em que a própria Constituição Federal afastou a
discricionariedade do Presidente da República para a nomeação dos dirigentes de
autarquias, como acontece, por exemplo, no inciso XIV, do artigo 84, que
condiciona a nomeação dos diretores e presidente do Banco Central (autarquia
federal) à aprovação prévia do Senado Federal.
O Supremo Tribunal Federal já declarou ser constitucional a exigência
legal que condiciona a nomeação de dirigentes de autarquias e demais entidades
administrativas regidas pelo Direito Público, pelo Chefe do Executivo, à prévia
aprovação do Poder Legislativo respectivo.
Todavia, é inconstitucional a lei que estabeleça a necessidade de
aprovação prévia pelo Legislativo das nomeações de dirigentes para as
empresas públicas e sociedades de economia mista efetuadas pelo Chefe
do Poder Executivo (ADI 1.642/MG).

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Apesar de ser possível a exigência legal de aprovação prévia do Legislativo para a


nomeação de dirigentes das autarquias e fundações públicas, o Supremo Tribunal
Federal considera inconstitucional qualquer tipo de lei que condicione a exoneração
dos dirigentes das autarquias, pelo chefe de Poder Executivo, à prévia aprovação do
poder Legislativo, pois caracterizaria uma violação ao princípio da separação dos
Poderes.

2.1.7. Prerrogativas (ou privilégios) processuais


Em função de serem regidas pelo direito público, as autarquias gozarão
dos mesmos “privilégios” processuais outorgados à Fazenda Pública (entidades
da Administração Direta). Dentre eles podemos citar:
1) Prazo em dobro para todas as manifestações processuais, nos termos
do art. 183 do Novo Código de Processo Civil.
É importante destacar que, no texto do antigo CPC, o revogado art. 188
assegurava o prazo em quádruplo para contestar uma ação e em dobro
para recorrer. Todavia, o prazo em quádruplo para contestar foi extinto.
Além disso, deve ficar claro que o § 2º, art. 183, do Novo CPC, dispõe que
não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer,
de forma expressa, prazo próprio para o ente público. É o que ocorre, por
exemplo, no âmbito dos Juizados Especiais.

2) Dispensa de apresentação, por seus procuradores, do instrumento de


mandato (procuração) para atuar em juízo, nos termos da Súmula 644 do
Supremo Tribunal Federal:
Súmula 644 – Ao procurador autárquico não é exigível a
apresentação de instrumento de mandato para representá-lo em
juízo.
3) Remessa necessária: trata-se de mecanismo que dispõe que a
sentença proferida em desfavor da Fazenda Pública (União, Estados,
Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações públicas de direito
público) somente produzirá os seus efeitos depois de confirmada pelo
respectivo tribunal (duplo grau de jurisdição obrigatório). A mesma
regra se aplica à sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, os
embargos à execução fiscal, nos termos do art. 496 do Novo Código de
Processo Civil.

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Nas hipóteses citadas, transcorrido o prazo de 15 (quinze) dias para a


interposição de recurso de apelação, o juiz ordenará o envio dos autos ao
tribunal respectivo. Se não o fizer, o presidente do aludido tribunal poderá
avocar a demanda.
Nos termos do art. 496, § 3º, do Novo CPC, não se aplica a remessa
necessária quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa
for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e
fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal,
as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que
constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.
No mesmo sentido, dispõe o § 4º que também não se aplica a remessa
necessária para o Tribunal quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa.

4) Pagamento de custas judiciais apenas ao término da ação judicial,


quando vencidas, nos termos do artigo 91 do Novo CPC.

2.1.8. Imunidade tributária


Nos termos do artigo 150, VI, “a”, da Constituição Federal de 1988, “é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros” e, por força do
§ 2º do mesmo artigo 150, a vedação se estende “às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda
e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes”.

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É importante esclarecer que a imunidade tributária, prevista no artigo


150, VI, “a”, da CF/88, não se aplica de forma plena às autarquias. A imunidade
tributária somente irá incidir sobre o patrimônio, a renda e os serviços das
autarquias que estejam vinculados às suas finalidades essenciais ou às que
delas decorram.
Exemplo: o IBAMA, que é autarquia federal, não está obrigado a pagar
IPTU relativo a imóvel integrante de seu patrimônio e que é utilizado como sede
de suas atividades administrativas (finalidade essencial). No mesmo sentido,
se o IBAMA possui imóvel que esteja desocupado e decide alugá-lo, não será
exigido o pagamento do IPTU, desde que o valor do aluguel seja utilizado para a
satisfação de suas finalidades essenciais.
Esse entendimento foi ratificado pela Súmula Vinculante nº 52 do Supremo
Tribunal Federal, que assim dispõe: "Ainda quando alugado a terceiros,
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo artigo 150, inciso VI, alínea ‘c’, da Constituição Federal, desde que
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades
foram constituídas”.
Para que você não seja surpreendido nas provas, lembre-se sempre de que
a imunidade tributária não alcança todas as espécies de tributo, como as taxas
e as contribuições de melhoria, mas apenas os impostos, que são espécies do
gênero tributo.

2.1.9. Prescrição quinquenal


Todos aqueles que possuem créditos a receber de autarquias deverão
promover a cobrança no prazo máximo de 05 (cinco) anos, sob pena de
prescrição (não poder mais exigi-lo). O referido prazo consta expressamente no
Decreto Federal 20.910/32, que foi estendido às autarquias pelo Decreto-Lei
4.597/42.

2.1.10. Foro judicial


Nos termos do inc. I, artigo 109, da Constituição Federal de 1988, as causas
em que entidade autárquica federal for interessada na condição de autora, ré,
assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na justiça federal.
Entretanto, nos casos de autarquias estaduais ou municipais, as causas deverão
tramitar na justiça estadual.

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Da mesma forma, nos termos do inciso VIII, artigo 109, da CF/1988, os


mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal
(dirigentes de autarquias, por exemplo), excetuados os casos de competência
dos tribunais federais, também serão propostos na justiça federal de 1ª instância.
No momento, os servidores das autarquias somente podem vincular-se à
entidade pelo regime jurídico estatutário, pois o Supremo Tribunal Federal
restabeleceu a obrigatoriedade do regime jurídico único. Contudo, entre 04 de
junho de 1998 (promulgação da EC 19) e 02 de agosto de 2007 (data na qual
o STF concedeu medida cautelar para restituir o regime jurídico único), as
autarquias puderam contratar agentes públicos tanto pelo regime estatutário
quanto celetista.
Assim, caso os servidores estatutários de uma autarquia federal
necessitem recorrer ao judiciário para exigir o pagamento de alguma verba
remuneratória (horas extraordinárias, por exemplo), deverão acionar a justiça
federal. Por outro lado, caso os agentes autárquicos sejam regidos pela
CLT(contratados no período em que havia sido extinto o regime jurídico único) e
desejam exigir o pagamento de horas extraordinárias não recebidas, deverão
acionar a justiça trabalhista.
Deve ficar bem claro que a competência judicial para processamento e
julgamento das ações propostas pelos servidores públicos, em face da
Administração, está intimamente relacionada com o regime jurídico adotado.
Caso o regime jurídico adotado seja o celetista (empregados públicos), a ação
judicial pleiteando adicional de insalubridade, por exemplo, deverá ser proposta
na justiça trabalhista. Do contrário, caso o regime seja estatutário (Lei 8.112/90,
por exemplo), a ação deverá ser proposta na justiça federal comum de 1ª
instância.

2.1.11. Controle finalístico

As entidades autárquicas não estão subordinadas às entidades políticas


responsáveis pela respectiva criação, mas apenas vinculadas. As entidades
criadoras, da Administração Direta, exercem sobre as autarquias apenas o
denominado “controle finalístico” ou “supervisão ministerial” (essa última
denominação é utilizada apenas no âmbito federal, já que não temos Ministérios
no âmbito estadual e municipal, mas apenas Secretarias).
Pergunta: Professor, o que seria essa tal de supervisão ministerial?

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Primeiramente, é necessário esclarecer que as autarquias possuem


autonomia administrativa, ou seja, capacidade de autoadministração segundo as
regras constantes da lei responsável pela sua criação.
Em virtude dessa autonomia administrativa, as autarquias não estão
subordinadas às entidades da Administração Direta, mas somente vinculadas a
um Ministério (na esfera federal) responsável pela sua área de atuação.
Nos termos do artigo 26 do Decreto-Lei 200/67, os Ministérios ficarão
responsáveis por exercer uma supervisão, um controle finalístico sobre as
autarquias, visando assegurar, essencialmente, a realização dos objetivos
fixados nos atos de constituição da entidade. Trata-se de uma supervisão
(fiscalização) geral com o objetivo de verificar se as autarquias realmente estão
cumprindo as suas respectivas finalidades legais.
Exemplo: O INSS está vinculado, mas não subordinado ao Ministério da
Previdência Social; o IBAMA está vinculado ao Ministério do Meio Ambiente; o
Banco Central e a CVM estão vinculados ao Ministério da Fazenda; o INCRA está
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, etc.
No concurso público para o cargo de Analista Técnico da SUSEP,
realizado em 2010, a ESAF elaborou uma questão tratando
especificamente sobre a relação de vinculação existente entre a
Administração Pública Direta e as autarquias:

(ESAF/Analista Técnico – SUSEP/2010) A SUSEP é uma autarquia, atua


na regulação da atividade de seguros (entre outras), e está sob
supervisão do Ministério da Fazenda. Logo, é incorreto dizer que ela:
a) é integrante da chamada Administração Indireta.
b) tem personalidade jurídica própria, de direito público.
c) está hierarquicamente subordinada a tal Ministério.
d) executa atividade típica da Administração Pública.
e) tem patrimônio próprio.

Gabarito: Letra “c”.

2.1.12. Licitação e concurso público


Apenas para que não reste qualquer dúvida, as autarquias estão obrigadas
a licitar previamente a contratação de obras, serviços, compras e alienações,
nos termos do inciso XXI, do artigo 37, da CF/1988. Nos mesmos moldes, as
autarquias também estão obrigadas a realizar concurso público para a seleção
de novos servidores para o seu quadro de pessoal, nos termos do inciso II, artigo
37, da CF/1988.

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PIT STOP

AUTARQUIAS
São pessoas jurídicas de direito público CRIADAS por lei específica.

A responsabilidade civil é OBJETIVA pelos danos que seus agentes públicos, nessa
qualidade, causarem a terceiros.

Seus bens são considerados PÚBLICOS, portanto, estão “protegidos” pela


impenhorabilidade, imprescritibilidade e inalienabilidade (ou alienação condicionada).

Atualmente só podem contratar agentes públicos, após concurso público, pelo regime
estatutário (Lei 8.112/1990, na esfera federal).

Gozam de diversas prerrogativas processuais, a exemplo do prazo em dobro no que


se refere às manifestações judiciais (contestações e recursos, por exemplo), nos
termos do art. 183 do Novo CPC.

Possuem imunidade tributária (não pagam impostos) sobre o patrimônio, a renda e os


serviços que estejam vinculados às suas finalidades essenciais ou às que delas
decorram.

2.1.13. Autarquias em regime especial


Em nosso ordenamento jurídico, algumas autarquias passaram a receber
um tratamento especial do legislador em virtude de possuírem prerrogativas
peculiares e, portanto, passaram a ser denominadas “autarquias especiais”.
Como exemplos dessas autarquias em regime especial, podemos citar as
Universidades Públicas Federais que, em razão de o artigo 207 da CF/88
assegurar-lhes autonomia didática, científica, administrativa e de gestão
financeira e patrimonial, acabaram recebendo o título de “especiais”.
As agências reguladoras também são exemplos de autarquias em regime
especial e, por sinal, as bancas adoram cobrar questões sobre o tema. Todavia,
somente no próximo módulo iremos conhecer as características básicas das
agências reguladoras e outras espécies de autarquias, como as agências
executivas.

2.1.14. Autarquias profissionais


Apesar de não serem comuns questões em provas sobre o tema, é
importante que você saiba que os conselhos profissionais (Conselho Federal
de Farmácia, Conselho Regional de Enfermagem, Conselho Federal de
Contabilidade, entre outros) possuem a natureza jurídica de autarquias e,
portanto, são regidos pelo Direito Público.

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Esse foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal no julgamento da


ADI 1.717-DF, em 22/09/1999, ao reconhecer que o serviço de fiscalização de
profissões constitui atividade típica de Estado, fundamentando o exercício do
poder de polícia e a aplicação de penalidades aos profissionais que
desrespeitarem os preceitos legais normatizadores de cada profissão.
Outro ponto importante e que merece destaque é a natureza jurídica sui
generis da Ordem dos Advogados do Brasil, que não pode ser confundida com
os demais conselhos profissionais (assim se manifestou o Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do EREsp nº 503.252/SC, em 25/08/2004).
No julgamento da ADI nº 3.026-4/DF, o Supremo Tribunal Federal
declarou, entre outros, que:
1º) a OAB não se sujeita aos ditames impostos pela Administração Pública
Direta e Indireta;
2º) a OAB não integra a Administração Indireta da União;
3º) a OAB é um serviço público independente;
4º) a OAB não é uma autarquia em regime especial;
5º) a OAB não está sujeita ao controle da Administração Pública;
6º) a OAB não precisa realizar concurso público para a contratação de seus
empregados;
7º) a OAB é uma categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas do
Direito brasileiro.

Questão do CESPE para análise: De forma geral, as autarquias corporativas, como a


OAB e os demais conselhos de profissões regulamentadas, devem prestar contas ao
Tribunal de Contas da União (TCU), fazer licitações e realizar concursos públicos para
suas contratações (Analista Judiciário/TRE GO 2009/CESPE).
Resposta: Os conselhos profissionais (Conselho Federal de Farmácia, Conselho Regional
de Enfermagem, Conselho Federal de Contabilidade, entre outros) possuem a natureza
jurídica de autarquias e, portanto, são regidos pelo Direito Público.
Esse foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 1.717-DF,
em 22.09.1999, ao reconhecer que o serviço de fiscalização de profissões constitui
atividade típica de Estado, fundamentando o exercício do poder de polícia e a aplicação
de penalidades aos profissionais que desrespeitarem os preceitos legais normatizadores
de cada profissão.

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Como são considerados autarquias, os conselhos profissionais estão submetidos às


regras constitucionais da licitação e da obrigatoriedade de concurso público para
contratação de pessoal, além de se sujeitarem, ainda, à prestação de contas ao Tribunal
de Contas da União.
Entretanto, é importante esclarecer que a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB
possui natureza jurídica sui generis, não se confundindo com os demais conselhos. No
julgamento da ADI 3.026-4/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou, entre outros, que
a OAB não se sujeita aos ditames impostos pela Administração Pública Direta e Indireta.
Assim, não está obrigada a licitar ou a realizar concursos públicos para a contratação de
pessoal, bem como não está sujeita ao controle da Administração Pública.
Portanto, o texto da assertiva está incorreto.

2.1.15. Autarquias interestaduais

O professor José dos Santos Carvalho Filho, com a clareza que lhe é
peculiar, afirma que “em virtude da autonomia de que são titulares, na forma do
art. 18, da CF, cada uma das pessoas federativas tem competência para instituir
suas próprias autarquias, que ficarão vinculadas à respectiva Administração
Direta. Todavia, não são admissíveis autarquias interestaduais e
intermunicipais. Se há interesse de Estados e de Municípios para executar
serviços comuns, devem os interessados, por si mesmos ou por pessoas
descentralizadas, como é o caso de autarquias, celebrar convênios ou consórcios
administrativos, constituindo essa forma de cooperação a gestão associada
prevista no art. 241 da Constituição, tudo, é óbvio, dentro do âmbito das
respectivas competências constitucionais. Esta é que deve ser a solução, e não a
criação de autarquia única (ou outra pessoa descentralizada) para interesse de
diversos entes. Semelhante hipótese provocaria deformação no sistema de
administração direta e indireta, segundo o qual cada pessoa descentralizada é
vinculada apenas ao ente federativo responsável por sua instituição, e não
simultaneamente a várias pessoas federativas. Inexiste, por conseguinte,
vinculação pluripessoal.

Com esse correto entendimento, o STF julgou injurídica a criação de


entidade considerada autarquia interestadual de desenvolvimento porque ‘não há
a possibilidade de criação de autarquias interestadual mediante a convergência
de diversas unidades federadas’, além do fato de que a matéria relacionada a
desenvolvimento, planejamento e fomento regional se insere na competência da
União Federal”.

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2.2. Fundações Públicas


2.2.1. Aspectos gerais
Para fins de concursos públicos, é possível citar três espécies básicas de
fundações: fundações privadas; fundações públicas de Direito Privado e
fundações públicas de Direito Público.
As fundações são figuras jurídicas originárias do Direito Privado,
constituídas pela atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio
preordenado a um fim social. É tão grande a importância do patrimônio em
uma fundação que, frequentemente, você encontra questões de concursos
“apelidando-as” de patrimônio personificado.
No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal do Tesouro
Estadual do Rio Grande do Norte, por exemplo, realizado pela ESAF em
2005, a banca elaborou a seguinte questão:

(ESAF/Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – SET-RN/2005) O patrimônio


personificado, destinado a um fim específico, que constitui uma entidade
da Administração Pública, com personalidade jurídica de direito público,
cuja criação depende de prévia autorização expressa por lei, se conceitua
como sendo
a) um órgão autônomo.
b) um serviço social autônomo.
c) uma autarquia.
d) uma empresa pública.
e) uma fundação pública
Gabarito: Letra “e”.

Nos termos do Código Civil, para criar uma fundação privada o seu
instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira
de administrá-la. A fundação privada somente poderá constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Tornando-se ilícita, impossível ou inútil à finalidade a que visa a fundação
ou, vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público (que é o
responsável por zelar pelas fundações privadas) ou qualquer interessado lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, a outra fundação, designada pelo
juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Como exemplos de fundações privadas, podemos citar a Fundação Roberto
Marinho, Fundação Bradesco, Fundação Ayrton Senna, Fundação Abrinq, entre

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outras. Entretanto, para concursos públicos, o nosso foco serão as fundações


públicas.

2.2.2. Natureza jurídica


Fundações Públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de
Direito Público ou Privado, sem fins lucrativos, criadas por lei (Direito
Público) ou em virtude de autorização legislativa (Direito Privado) para o
desenvolvimento de atividades de interesse público, como educação, cultura,
saúde e pesquisa, sendo regulamentadas por decreto do Chefe do Executivo.

Para responder às questões elaboradas pelas bancas, é necessário que você


saiba que as fundações públicas podem ser regidas pelo Direito Público ou
pelo Direito Privado, bem como as consequências da adoção de cada regime.
Apesar de o tema ser constante em provas de concursos públicos e de o
próprio Supremo Tribunal Federal já ter se manifestado pela existência das
duas espécies de fundações públicas (julgamento do recurso extraordinário
nº. 101.126/RJ), ainda é grande a divergência na doutrina. Entretanto, como
o nosso objetivo é ingressar no serviço público, vamos adotar o
posicionamento do STF.

Até a promulgação da emenda constitucional nº. 19, que alterou o artigo


37, XIX, da CF/1988, as fundações públicas não podiam ter a criação autorizada
por lei específica, somente podiam ser criadas por lei específica. O texto anterior
era o seguinte:
“XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresas públicas,
sociedades de economia mista, autarquias ou fundações públicas”.
Entretanto, com a promulgação da EC nº.19/98, o inciso XIX do artigo 37
passou a vigorar com seguinte teor:
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizadaa
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação.
Nesse contexto, é possível concluir que as fundações públicas de Direito
Público são criadas por lei específica e, segundo o entendimento do Supremo

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Tribunal Federal, seriam uma espécie de autarquia, gozando de todas as


prerrogativas atribuídas a essa entidade administrativa. Quando regidas pelo
Direito Público, as fundações públicas são usualmente denominadas de
“autarquia fundacional” ou “fundação autárquica”.
Por outro lado, as fundações públicas de Direito Privado têm a criação
autorizada por lei e, portanto, não podem ser consideradas espécies de
autarquias (pelo menos esse é o entendimento da doutrina majoritária). As
fundações públicas de Direito Privado são criadas nos moldes do art. 37, XIX, da
CF, por decreto do Chefe do Poder Executivo após autorização concedida por
lei específica, que deverá ser registrada nos órgãos competentes para que se
tenha início a personalidade jurídica.

Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: As fundações


instituídas ou mantidas pelo poder público têm natureza de autarquia
(FCC/Executivo Público Casa Civil/2010).

Na questão acima, aplicada pela Fundação Carlos Chagas no ano de


2010, a banca não deixou claro se a fundação pública foi instituída com
personalidade jurídica de direito público ou direito privado, o que acabou
complicando a interpretação por parte dos candidatos. Como a assertiva foi
considerada correta, aconselho que você assimile o respectivo conteúdo e a
considere novamente correta caso venha a encontrá-la em provas futuras.
Como exemplos de fundações públicas de Direito Público, podemos citar
a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), a Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Universidade
de Brasília (UNB), a Fundação Oswaldo Cruz, entre outras.
Em relação às fundações públicas de Direito Privado, podemos citar o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a
Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) e a Fundação Cultural Palmares.

2.2.3 Características das fundações públicas de Direito Privado


O regime de Direito Privado é a regra para as fundações públicas de Direito
Privado, sejam elas federais, estaduais, municipais ou distritais. Entretanto,
também é correto afirmar que são regidas por um regime jurídico híbrido, pois
a elas se aplicam também alguns preceitos do Direito Público, como passaremos
a elencar:

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1ª) Controle Finalístico: estão sujeitas ao controle, fiscalização e gestão


financeira pelos Tribunais de Contas (artigo 71, II e III, da CF/88) e ainda, nos
termos do inciso X, artigo 49, da CF/1988, à fiscalização do Congresso Nacional.
Ademais, é válido esclarecer ainda que as fundações públicas de Direito Privado
estão sujeitas ao controle finalístico, também denominado de supervisão
ministerial;

2º) Licitação: independentemente da natureza jurídica da fundação


governamental, seja de Direito Público ou de Direito Privado, existe a
obrigatoriedade de submissão às regras licitatórias previstas no inciso XXI,
artigo 37, da CF/1988;

3º) Responsabilidade civil: se estiver incumbida da prestação de


serviços públicos responderão objetivamente pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros;

4º) Patrimônio: é constituído por bens móveis, imóveis, valores e direitos


adquiridos em razão de doações terceiros, receitas da própria entidade ou, ainda,
em razão de cessão gratuita de bens públicos, mediante lei. O entendimento
doutrinário majoritário é no sentido de que os bens integrantes do patrimônio
das fundações públicas de Direito Privado não podem ser considerados bens
públicos e, portanto, são penhoráveis e suscetíveis de usucapião.

5º) Regime de pessoal: apesar de serem regidas pelo Direito Privado,


existe consenso entre os doutrinadores de que será necessária a realização de
concurso público para a contratação de seus agentes públicos. Entretanto, os
seus agentes serão regidos pelo regime contratual, ou seja, celetista.

6º) Foro judicial: como o inciso I, do artigo 109, da Constituição Federal,


não diferenciou as fundações públicas regidas pelo Direito Público das fundações
públicas regidas pelo Direito Privado, predomina o entendimento de que ambas
possuem prerrogativa de foro na Justiça Federal, quando forem instituídas pela
União. Esse pelo menos é o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, que
já se pronunciou nesses termos no julgamento do Conflito de Competência
37681/SC e 39431/PE.

7º) Imunidade tributária recíproca: aplicam-se às fundações públicas


regidas pelo Direito Privado as regras estabelecidas no § 2º, artigo 150, da
CF/1988, gozando de imunidade em relação ao pagamento de impostos sobre
os seus bens, serviços e rendas, quando vinculados às atividades fins.

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Assim, para responder às questões de concursos públicos, tenha sempre


em mente que as fundações públicas de Direito Público são espécies de
autarquias, e, portanto, gozam das mesmas prerrogativas destas. Por outro
lado, as fundações públicas de Direito Privadonão gozam de todas as
prerrogativas das autarquias, mas somente aquelas que foram elencadas acima.

No concurso público para o cargo de Analista Tributário da Receita


Federal do Brasil, realizado em 2009, a ESAF considerou correta a
seguinte assertiva: “A Administração Pública, ao criar fundação de
direito privado, submete-a ao direito comum em tudo aquilo que não for
expressamente derrogado por normas de direito público”.

No julgamento do recurso extraordinário nº 215.741/SE, de relatoria do Ministro Maurício


Corrêa, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “a Fundação Nacional de Saúde,
que é mantida por recursos orçamentários oficiais da União e por ela instituída, é entidade
de direito público. Nesses termos, compete à Justiça Federal processar e julgar ação em
que figura como parte fundação pública, tendo em vista sua situação jurídica conceitual
assemelhar- se, em sua origem, às autarquias. Ainda que o artigo 109, I da Constituição
Federal, não se refira expressamente às fundações, o entendimento desta Corte é o de
que a finalidade, a origem dos recursos e o regime administrativo de tutela absoluta a
que, por lei, estão sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia”.

(Promotor de Justiça Substituto / MPE ES 2010 / CESPE) As fundações de


direito público e as de direito privado detêm alguns privilégios que são próprios
das autarquias, como o processo especial de execução, a impenhorabilidade dos
seus bens, o juízo privativo, prazos dilatados em juízo e duplo grau de jurisdição.
Assertiva incorreta.

2.2.4. Controle do Ministério Público


Ainda existe divergência doutrinária em relação à possibilidade de o
Ministério Público fiscalizar as atividades finalísticas das fundações públicas.
Alguns autores afirmam que o Ministério Público deve exercer esse controle,
assim como ocorre em relação às fundações privadas instituídas por particulares.
Outros afirmam que não existe a necessidade de qualquer tipo de controle por
parte do Ministério Público, pois a “supervisão ministerial” (também
denominada de controle finalístico) exercida pela Administração Direta seria
suficiente para controlar a realização dos objetivos fixados nos atos de
constituição da entidade.

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A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, por exemplo, afirma que “a


fiscalização pelo Ministério Público, com relação às fundações governamentais,
mesmo a de direito privado, é totalmente desnecessária, pois somente serve
para sobrecarregar a entidade com duplicidade de controles que têm o mesmo
objetivo”.

No concurso público para o cargo de Analista de Finanças e Controle da


Secretaria do Tesouro Nacional, realizado em 2008, a ESAF considerou correta
a seguinte assertiva: “As fundações públicas de direito público, de natureza
autárquica, não se submetem aos órgãos de controle fundacional do Ministério Público”.

Nesse caso, não temos mais dúvidas em relação às fundações públicas de


direito público (pelo menos para as provas da ESAF), pois a banca já se
posicionou em relação à desnecessidade de controle do Ministério Público.
Entretanto, permanece a dúvida em relação às fundações públicas de direito
privado, pois a ESAF e demais bancas ainda não elaboraram questões sobre
esse tópico.
De qualquer forma, para responder às questões de prova, penso que é mais
prudente adotar o entendimento da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro,
que é no sentido da desnecessidade de fiscalização do Ministério Público em
relação às fundações públicas, inclusive as de direito privado.

PIT STOP

FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Podem ser instituídas com personalidade jurídica de direito público ou de direito
privado. No primeiro caso, são CRIADAS por lei específica. No segundo caso, lei
específica apenas AUTORIZA a criação.

As fundações públicas de direito público são consideradas espécies de autarquias. Esse


é o entendimento do Supremo Tribunal Federal.

As fundações públicas de direito público possuem vínculo ESTATUTÁRIO com seus


agentes (na esfera federal, Lei 8.112/1990). Por sua vez, o vínculo com as fundações
públicas de direito privado é de natureza CELETISTA. Ambas estão obrigadas a
realizar concurso público.

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2.3. Empresas públicas e sociedades de economia mista

2.3.1. Noções gerais


Apesar de as empresas públicas e sociedades de economia mista possuírem
algumas características distintas, estudaremos as duas conjuntamente, o que
facilitará bastante a assimilação das informações. De início, analisaremos as
características comuns e, posteriormente, os tópicos que as distinguem.
Primeiramente, é válido esclarecer que são várias as expressões utilizadas
pelas bancas examinadoras ao se referirem às empresas públicas e sociedades
de economia mista, a exemplo de “empresas governamentais”, “empresas
estatais”, entre outras.
No concurso público para o cargo de Oficial de Chancelaria, por
exemplo, realizado em 2002, a ESAF utilizou a expressão “empresas
estatais”, conforme se constata na questão abaixo:
“(ESAF/Oficial de Chancelaria – MRE/2002) Quanto às empresas
estatais, assinale a afirmativa falsa”.
Diante disso, fique atento para não confundir as expressões “empresas
governamentais” e “empresas estatais” com a expressão “entidade paraestatal”,
pois esta última é utilizada para se referir às pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, que colaboram com o Estado na execução de atividades de
interesse coletivo, a exemplo das Organizações Sociais, OSCIP´s e Serviços
Sociais Autônomos.
No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita
Federal, realizado em 2009, a ESAF fez referência às “entidades
paraestatais”, considerando incorreta a assertiva que afirmava que tais
pessoas jurídicas integravam a Administração Pública Federal:

(ESAF/Auditor Fiscal – Receita Federal/2009) Quanto à organização


administrativa brasileira, analise as assertivas abaixo e assinale a opção
correta.
I. A administração pública federal brasileira indireta é composta por autarquias,
fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e entidades
paraestatais.
Resposta: assertiva considerada incorreta.

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2.3.2. Classificação
As empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
de Direito Privado, instituídas pelo Estado para a exploração de atividade
econômica ou prestação de serviços públicos, sendo possível classificá-las
sob dois critérios:
1º)Dependência financeira: a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar 101/00) utiliza-se do critério da dependência financeira para
diferenciar as entidades integrantes da Administração Indireta. Nos termos do
inciso III do artigo 2º, empresa estatal dependente é aquela que recebe do
ente controlador (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou
de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária.
Por outro lado, empresa estatal independente é aquela que consegue
se manter com recursos próprios e, portanto, não se sujeita integralmente à Lei
de Responsabilidade Fiscal, ao contrário das empresas estatais dependentes.
Esse critério também é utilizado para submeter ou não os empregados das
empresas estatais ao teto geral remuneratório previsto no inciso XI, artigo 37,
da CF/1988, que dispõe que o teto aplica-se somente “às empresas públicas e às
sociedades de economia mista e suas subsidiárias, que receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral”.
2º) Objeto de atuação (prestação de serviços públicos ou
exploração de atividade econômica): apesar de o texto constitucional referir-
se apenas às empresas estatais exploradoras de atividades econômicas (§ 1º do
artigo 173), é pacífico na doutrina o entendimento de que também podem prestar
serviços públicos.
a) Empresas estatais exploradoras de atividades econômicas: nos
termos do artigo 173 da CF/1988, o Estado somente está autorizado a explorar
atividades econômicas em duas situações excepcionais: quando necessária aos
imperativos de segurança nacional ou existir relevante interesse coletivo.
Em regra, a exploração de atividades econômicas deve ficar sob a
responsabilidade das empresas particulares e o Estado somente irá intervir nessa
seara supletivamente.
Como exemplos de entidades estatais exploradoras de atividades
econômicas, podemos citar o Banco do Brasil (sociedade de economia mista
federal), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES (empresa pública federal), a Caixa Econômica Federal (empresa

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pública federal), o Banco do Nordeste do Brasil (sociedade de economia mista


federal) e a Petrobrás (sociedade de economia mista federal).
Ainda sobre o tema, outro ponto que merece destaque é a distinção entre
atividade econômica de “produção ou comercialização de bens” ou de “prestação
de serviços”.
O § 1º, art. 173, da Constituição Federal de 1988, afirma claramente que
a exploração de atividade econômica poderá ocorrer através da “produção ou
comercialização de bens” ou ainda através da “prestação de serviços”. Em relação
à primeira hipótese, podemos citar como exemplo o caso da Petrobrás (sociedade
de economia mista federal), que realiza a produção e a comercialização de
produtos derivados do petróleo. Em relação à segunda hipótese, podemos citar
como exemplo a Caixa Econômica Federal (empresa pública federal) e o Banco
do Brasil (sociedade de economia mista federal), que realizam a prestação de
serviços bancários.
Atenção: O § 1º, art. 173, da Constituição Federal, refere-se aos serviços
que não são públicos, ou seja, àqueles que são explorados pelas empresas
privadas e que, somente quando estiver em risco asegurança nacional ou
existir relevante interesse coletivo, serão explorados pelo Estado. O serviço
bancário não é considerado um serviço público, muito pelo contrário, caracteriza-
se como atividade econômica.
b) Empresas estatais prestadoras de serviços públicos: além de
explorarem atividades econômicas, as empresas estatais também exercem
funções típicas de Estado, ou seja, prestam determinados serviços públicos
que são da competência das entidades integrantes da Administração direta.
Como exemplo de empresas estatais prestadoras de serviços públicos,
podemos citar a INFRAERO (empresa pública federal), os CORREIOS (empresa
pública federal), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU
(sociedade de economia mista federal), a Cia Energética de Minas Gerais –
CEMIG (sociedade de economia mista estadual), a Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF
(empresa pública federal), entre outras.
No concurso público para o cargo de Oficial de Chancelaria,
realizado em 2002, a ESAF considerou incorreta a seguinte assertiva: “As
empresas estatais somente podem ter por objeto social a exploração de
atividades econômicas”.
Analisando-se as informações apresentadas nos parágrafos
anteriores, não restam dúvidas de que as empresas estatais podem
explorar atividades econômicas ou prestar serviços públicos.

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2.3.3. Regime jurídico


Independentemente da atividade que exercerem (exploração de atividade
econômica ou prestação de serviços públicos) as empresas estatais serão
predominantemente regidas pelo Direito Privado. Entretanto, não é correto
afirmar que essas entidades são regidas exclusivamente pelo direito privado,
pois a elas também se aplicam regras do Direito Público, tais como a
obrigatoriedade de licitação para a contração de obras, bens e serviços e ainda
a necessidade de realização de concurso público para a contratação de seus
empregados.

No concurso público para o cargo de Técnico da Receita Federal, realizado em


2006, a ESAF considerou incorreta a seguinte assertiva: “As sociedades de
economia mista, constituídas com capitais predominantes do Estado, são pessoas
jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Pública Indireta, regidas pelas
normas comuns aplicáveis às empresas particulares, estando fora do âmbito de
incidência do Direito Administrativo”.
Na oportunidade, a banca considerou incorreta a assertiva porque as
sociedades de economia mista são de regime híbrido, isto é, sujeitam-se ao
direito privado e, em muitos aspectos, ao direito público (Direito
Administrativo).

O inc. II, § 1º, do artigo 173, da Constituição Federal, estabelece que


quando as empresas estatais explorarem atividades econômicas estarão
sujeitas ao regime próprio das empresas privadas, submetendo-se às mesmas
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias.
Determina ainda § 2º do mesmo artigo que as referidas entidades não
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas privadas de sua
área de atuação, evitando-se, assim, uma possível concorrência desleal entre as
empresas governamentais e privadas.
Você consegue imaginar o tamanho do prejuízo que poderia ser causado
aos bancos privados caso a imunidade tributária recíproca também se estendesse
ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal? Esses bancos simplesmente
engoliriam o restante do mercado.

2.3.4. Criação e extinção

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As empresas estatais são criadas após autorização concedida em lei


específica, nos termos do inciso XIX, artigo 37, da Constituição Federal, que
assim dispõe:
Art. 37. [...] XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizadaa instituição de empresa pública, de sociedade de economia
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir
as áreas de sua atuação.

Além de autorização legal, para que a empresa estatal adquira


personalidade jurídica, será necessária ainda a edição de decreto pelo Chefe
do Executivo e o respectivo registro perante a Junta Comercial ou Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas, dependendo da forma jurídica adotada.
Não é a lei que confere existência jurídica às empresas estatais. Nos
termos do artigo 45 do Código Civil brasileiro, “a existência legal das pessoas
jurídicas de Direito Privado começa com a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar
o ato constitutivo”.
Em respeito ao princípio da simetria, se foi exigida autorização legal para a
criação das empresas estatais, também será exigida autorização legal para a
respectiva extinção.

a) Criação de subsidiárias
Nos termos do inciso XX, artigo 37, da Constituição Federal, depende de
autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das empresas
estatais, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
Para a criação de subsidiárias, não existe a necessidade de lei específica,
mas somente autorização legislativa (qualquer espécie legislativa). Além
disso, nos termos constitucionais, a autorização legislativa tem que ser concedida
em cada caso, ou seja, a cada criação de uma nova subsidiária.
Contudo, apesar de o texto constitucional ser expresso ao afirmar a
necessidade de autorização legislativa para cada caso, o Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da ADI 1649, decidiu que a autorização legislativa
específica para a criação de empresas subsidiárias é dispensável nos casos em
que a lei autorizativa de criação da sociedade de economia mista ou empresa
pública matriz também previu a eventual formação das subsidiárias.

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"ADI 1649 / DF. EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI


9478/97. AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR SUBSIDIÁRIAS.
OFENSA AOS ARTIGOS 2º E 37, XIX E XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 não autorizou a
instituição de empresa de economia mista, mas sim a criação de subsidiárias distintas da
sociedade-matriz, em consonância com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37 da
Constituição Federal. 2. É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas
subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa
de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida
autorizadora. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente."

O ENTENDIMENTO QUE DEVE PREVALECER É O DE QUE A AUTORIZAÇÃO PARA


A CRIAÇÃO DE SUBSIDIÁRIAS PODE SER GENÉRICA (CONFORME O
ENTENDIMENTO DO STF) OU, AINDA, QUE DEVE SER CONCEDIDA
AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA EM CADA CASO (QUANDO A QUESTÃO COBRAR O
TEXTO LITERAL DO INCISO XX, ARTIGO 37, DA CF/1988).

2.3.5. Regime de pessoal


O quadro de pessoal encarregado de executar as atividades desenvolvidas
pelas empresas públicas e sociedades de economia mista será regido pela CLT
(regime celetista). O inciso II, § 1º, do artigo 173, da Constituição Federal,
estabelece que as empresas estatais que explorarem atividades econômicas
estarão sujeitas ao regime próprio das empresas privadas, inclusive na esfera
trabalhista.
O quadro de pessoal da Petrobrás (sociedade de economia mista), por
exemplo, será regido pela CLT, assim como acontece com os empregados das
demais empresas privadas que atuam no mesmo setor econômico (Ipiranga,
Texaco etc.).
Como os empregados das empresas estatais são regidos pela CLT, é da
competência da justiça trabalhista decidir os conflitos relativos à relação de
emprego. Caso um empregado público do Banco do Brasil, por exemplo, queira
exigir judicialmente o pagamento de horas extraordinárias realizadas e não
recebidas, deverá acionar a Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 114 da
Constituição Federal de 1988.

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Apesar de ser adotado o regime celetista nas relações entre as empresas


estatais e os seus empregados, também incidem sobre essa relação diversas
normas provenientes do Direito Público, por isso as bancas costumam afirmar
que sobre essas entidades incide um regime híbrido:
1º) A obrigatoriedade de realização de concurso público para a
contratação de empregados pelas empresas estatais;
2º) A proibição da acumulação de cargos e empregos públicos, nos
termos do inciso XVI, artigo 37, da CF/88;
3º) A submissão dos salários dos empregados públicos ao teto geral
remuneratório previsto no inciso XI, artigo 37, da CF/88, desde que as
empresas estatais recebam da entidade política criadora (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) recursos para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral (§ 9º, artigo 37, da CF/88).
Apesar da exigência de aprovação em concurso público para ingresso nas
empresas estatais, é válido esclarecer que os empregados públicos não
possuem estabilidade, que é privativa dos servidores titulares de cargos
efetivos, nos termos do artigo 41 da Constituição Federal de 1988.

NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 589.998, QUE OCORREU EM


21/03/2013, O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DECLAROU QUE “É OBRIGATÓRIA A
MOTIVAÇÃO DA DISPENSA UNILATERAL DE EMPREGADO POR EMPRESA ESTATAL E
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA TANTO DA UNIÃO, QUANTO DOS ESTADOS, DO
DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS”.
NESSES TERMOS, DEVE FICAR CLARO QUE APESAR DE OS EMPREGADOS DE EMPRESAS
ESTATAIS NÃO POSSUÍREM ESTABILIDADE NO EMPREGO PÚBLICO, SOMENTE PODEM
SER DEMITIDOS MEDIANTE ATO MOTIVADO, ISTO É, QUE APRESENTE OS
FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO QUE JUSTIFICARAM A RESPECTIVA DISPENSA.

2.3.6. Licitação
O inciso III, § 1º, artigo 173, da CF/88, afirma expressamente que a
leiestabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre
licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública.

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Analisando-se o referido dispositivo, conclui-se que o próprio texto


constitucional estabelece a necessidade de criação de um regime licitatório
específico para as empresas estatais exploradoras de atividade econômica,
que se dará nos termos da lei.
A criação desse novo regime certamente tornará mais simplificado o
processo licitatório, aumentando a competitividade e a eficiência das empresas
públicas e sociedades de economia mista.
É importante destacar que o citado dispositivo constitucional não se refere
às empresas estatais prestadoras de serviços públicos, mas somente àquelas
que exploram atividades econômicas. Diante desse contexto, surge a
seguinte dúvida: as empresas estatais prestadoras de serviços públicos estão
obrigadas a realizar licitação para a contratação de obras, bens e serviços?
Certamente. Apesar de o texto constitucional não mencioná-las, é válido
esclarecer que as empresas estatais prestadoras de serviços públicos exercem
atividades típicas de Estado, assim como os órgãos da Administração Direta
federal, estadual, municipal e distrital, bem como as autarquias e fundações
públicas. Assim, também se submetem às regras do inciso XXI, artigo 37, da
CF/1988, que apresenta como obrigatória a realização de licitação.
Diante de tudo o que foi apresentado, é possível concluir que a lei deverá
criar um estatuto licitatório próprio para as empresas estatais exploradoras de
atividade econômica. Todavia, enquanto o referido estatuto não for criado,
aplicam-se a essas entidades as regras da lei geral de Licitações (Lei
8.666/93).
Pergunta: As empresas estatais prestadoras de serviços públicos também
se submetem à Lei 8.666/93?
Sim, pois exercem atividades tipicamente estatais.

2.3.7. Imunidade tributária


Empresa estatal que explora atividade econômica atua no mercado
competindo diretamente com empresas privadas e, portanto, não pode gozar de
privilégios tributários que não sejam assegurados também aos particulares, sob
pena de caracterização de concorrência desleal.
O § 2º, artigo 150, da CF/1988, estende a imunidade de pagamento de
impostos sobre os seus bens, rendas e serviços somente às autarquias e
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, além, é claro, das entidades
políticas criadoras (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

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Em relação às empresas estatais prestadoras de serviços públicos o


entendimento é um pouco diferente. Para fins de concursos públicos, é
conveniente que adotemos o entendimento do professor José dos Santos
Carvalho Filho, segundo o qual as empresas públicas e as sociedades de economia
mista, que executam “serviço público monopolizado”, poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado.
Esse entendimento encontra amparo em decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal, mais precisamente no recurso extraordinário nº 407.099/RS,
através do qual se considerou inconstitucional a cobrança de IPVA (imposto
estadual) dos veículos integrantes do patrimônio da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos.
No julgamento ficou assentado que a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos é executora de, no mínimo, dois serviços de manutenção obrigatória
para a União (serviços postais e correio aéreo nacional, conforme o artigo 21, X,
da CF/1988). Assim, nos mesmos moldes que a União, também goza de
privilégios fiscais.

O Supremo Tribunal Federal reconheceu às empresas estatais que prestam


serviços públicos em regime de exclusividade, como é o caso dos Correios, a
imunidade em relação ao pagamento de impostos. Além disso, assegurou ainda
as demais prerrogativas inerentes às entidades regidas pelo Direito Público
(entes estatais, autarquias e fundações públicas de Direito Público), a exemplo
da impenhorabilidade e imprescritibilidade dos bens, pagamento de seus
débitos judiciais através do regime de precatórios, entre outros.

2.3.8. Falência
Consta expressamente no inciso I, artigo 2º, da Lei 11.101/2005 (que
regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária), que não se aplicam às empresas públicas e às
sociedades de economia mista as regras gerais sobre a falência,
independentemente de explorarem atividade econômica ou prestarem serviços
públicos.

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2.3.9. Responsabilidade civil


O regime de responsabilização civil da empresa estatal dependerá da
atividade exercida. Se a empresa pública ou sociedade de economia mista
prestar serviços públicos, é incontestável que se submeterão às regras do §
6º, artigo 37, da CF/1988, ou seja, responderão objetivamente pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
Entretanto, caso a empresa pública ou sociedade de economia mista
explorem atividades econômicas, a responsabilidade será subjetiva,
regulada pela legislação civil.

2.3.10. Patrimônio
O patrimônio da empresa pública e da sociedade de economia mista é
constituído, inicialmente, mediante transferência efetuada pelo ente político
criador (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
Enquanto integravam o patrimônio das citadas entidades políticas, os bens
eram considerados públicos. Todavia, a partir do momento que são transferidos
para o patrimônio das empresas estatais assumem a característica de bens
privados e, portanto, não gozam dos atributos da imprescritibilidade,
impenhorabilidade e alienabilidade condicionada.
Todavia, é necessário ficar atento ao entendimento do Supremo
Tribunal Federal quanto às empresas públicas e sociedades de economia
mista que prestam serviços públicos em regime de exclusividade. Nesse
caso, os respectivos bens das entidades serão considerados públicos,
conforme se constata na decisão proferida pelo STF em 2003:

No julgamento do recurso extraordinário nº 230051/SP, de relatoria do Ministro Maurício


Corrêa, o Supremo Tribunal Federal decidiu que à empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio da
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Na oportunidade, o tribunal
assegurou a observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do disposto
no artigo 100 da Constituição Federal.

2.3.11. Fiscalização pelo Tribunal de Contas


Não restam dúvidas de que as empresas públicas e sociedades de economia
mistas se submetem à fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas da União,
nos termos do art. 71, II, da Constituição Federal:

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
[...] II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

No julgamento do Mandado de Segurança nº 25.092/DF, de relatoria do Ministro Carlos


Velloso, o Supremo Tribunal Federal ratificou esse entendimento ao afirmar que “ao
Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da Administração Direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e
as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). As empresas
públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta,
estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores
estarem sujeitos ao regime celetista”.

2.3.12. Diferenças entre as empresas públicas e sociedades de


economia mista
Nos itens anteriores foram apresentadas as características comuns entre
as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Entretanto, para
responder às questões de prova, é imprescindível conhecer as principais
diferenças entre as duas entidades, a saber:

a) Foro judicial
Nos termos do inciso I, artigo 109, da Constituição Federal de 1988, as
causas em que a empresa pública federal for interessada na condição de
autora, ré, assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na
justiça federal comum. Entretanto, nos casos de empresas públicas estaduais
ou municipais, as causas deverão tramitar na justiça estadual.
As sociedades de economia mista não gozam dessa prerrogativa e,
portanto, todas as ações judiciais em que for autora, ré, assistente ou oponente,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral

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e à Justiça do Trabalho, tramitarão na justiça estadual, independentemente de


serem entidades federais, estaduais ou municipais.
Nos termos da Súmula n° 517 do Supremo Tribunal Federal “as
sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal quando a
União intervém, como assistente ou opoente”.

(FCC/Analista Judiciário TRT 9ª Região/2010) As sociedades de economia


mista apenas têm foro na Justiça Federal quando a União intervém como
assistente ou opoente ou quando a União for sucessora da referida sociedade.
Assertiva considerada correta pela banca.

b) Forma jurídica
As sociedades de economia mista somente podem ser constituídas sob a
forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas federais, estaduais, municipais
ou distritais. Por outro lado, as empresas públicas podem ser constituídas sob
qualquer forma jurídica prevista em lei (sociedade anônima, sociedade
limitada ou sociedade em comandita por ações).
Na esfera federal, as empresas públicas ainda podem ser constituídas sob
uma forma jurídica inédita, que ainda não existia e foi criada apenas para
aquela determinada empresa pública. Isso se deve ao fato de que compete à
União legislar sobre direito comercial, nos termos do inciso I, artigo 22, da
Constituição Federal de 1988.
As empresas estatais estaduais e municipais somente podem ser instituídas
sob uma forma jurídica já existente, já que os Estados e Municípios não podem
legislar sobre Direito Comercial.
No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita
Federal, realizado em 2005, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “É possível, na esfera federal, uma empresa pública ser
organizada sob a forma de sociedade anônima, sendo a União Federal a
sua única acionista”.

(FCC/Analista Judiciário TRT 9ª Região/2010) As empresas públicas podem


adotar qualquer forma societária, inclusive a forma de sociedade "unipessoal".
Assertiva considerada correta pela banca.

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c) Capital
As empresas públicas são constituídas por capital exclusivamente estatal
(público). O capital deve pertencer integralmente a entidades da Administração
Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) ou Indireta (outras
empresas públicas, autarquias, fundações públicas e sociedades de economia
mista), sendo vedada a participação de particulares na integralização do capital.
Para que uma empresa pública seja considerada federal, é necessário que
a maioria do capital votante esteja sob o domínio da União. Nesses termos,
podemos considerar como federal uma empresa pública em que 60% do capital
votante pertença à União (mais da metade), 20% a um Estado, 10% a uma
sociedade de economia mista e 10% a um Município.
Por outro lado, as sociedades de economia mista são instituídas mediante
a integralização de capital proveniente do Poder Público e iniciativa privada
(particulares). É o denominado “capital misto”.

(Auditor Interno/AUGE-MG 2009/CESPE) As empresas públicas e as


sociedades de economia mista são constituídas por capital público e privado, com
participação majoritária do poder público. Assertiva incorreta.

O inciso III, artigo 5º, do Decreto-Lei 200/67, estabelece que, para ser
configurada como federal, a maioria das ações com direito a voto da sociedade
de economia mista deve pertencer à União.

Nos termos do conceito previsto no Decreto 200/1967, uma empresa com maioria do
capital votante pertencente à União, e o restante do capital atribuído a outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da Administração Indireta da
União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, é dita empresa pública.

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PIT STOP

EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

As ações judiciais contra as empresas públicas As ações judiciais propostas contra as sociedades
federais devem ser propostas na JUSTIÇA de economia mista FEDERAIS, ESTADUAIS ou
FEDERAL. Quando se tratar de empresa pública MUNICIPAIS devem ser propostas na JUSTIÇA
estadual ou municipal, as ações judiciais devem ser ESTADUAL. Não há distinção de foro judicial.
propostas na JUSTIÇA ESTADUAL.

As empresas públicas podem ser constituídas sob


As sociedades de economia mista somente podem
qualquer forma jurídica prevista em lei
ser constituídas sob a forma de sociedade
(sociedade anônima, sociedade limitada ou
anônima (S.A.), sejam elas federais, estaduais,
sociedade em comandita por ações).
municipais ou distritais.

As sociedades de economia mista são instituídas


As empresas públicas são constituídas por capital
mediante a integralização de capital proveniente do
exclusivamente estatal (público).
Poder Público e iniciativa privada (particulares). É o
denominado “capital misto”.
.

2.4. Consórcios públicos

2.4.1. Noções gerais


O tópico “consórcios públicos” não tem sido muito cobrado em provas de
concursos públicos, mas, em respeito ao princípio da precaução, é bom ficar
atento às principais informações sobre essa “nova” entidade integrante da
Administração Pública Indireta.
O art. 241 da Constituição Federal de 1988 estabelece expressamente que
“a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de
lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos”.
Nesses termos, em 06 de abril de 2005, foi criada a Lei 11.107/2005, que
teve por objetivo regulamentar o citado dispositivo constitucional e dispor sobre
normas gerais de contratação de consórcios públicos.

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Os consórcios públicos nada mais são que parcerias estabelecidas entre


Municípios, Municípios e Estados, ou, ainda, Municípios, Estados e União para a
realização de objetivos comuns a todos os entes que o integram, a exemplo do
gerenciamento do tratamento de água e esgoto, da demanda por leitos nos
hospitais, do recolhimento e destinação de lixo, entre outros.
Os consórcios públicos poderão ter um ou mais objetivos e os entes
consorciados poderão se consorciar em relação a todos ou apenas a parcela
deles.

(Analista de Atividades do Meio Ambiente/IBRAM 2009/CESPE) Para a


realização de objetivos de interesse comum, a União, o Distrito Federal (DF), os
estados e os municípios podem contratar consócio público Para a realização de
objetivos de interesse comum, a União, o Distrito Federal (DF), os estados e os
municípios podem contratar consórcio público. Assertiva correta.

2.4.2. Conceito
O artigo 2º do Decreto Federal 6.017/07 define o consórcio público como
“a pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da
Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa,
inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como
associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza
autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”.

2.4.3. Natureza jurídica

Os consórcios públicos podem ser instituídos com personalidade jurídica de


Direito Público ou de Direito Privado. Na primeira hipótese serão
denominados também de “associação pública”, “autarquia interfederativa" ou,
ainda, “autarquia multifederada”, integrando a Administração Pública
Indireta de todos os entes consorciados.

Caso seja instituído com personalidade jurídica de Direito Público, o


consórcio público gozará de todas as prerrogativas asseguradas às autarquias.
Por outro lado, caso seja instituído com personalidade jurídica de Direito Privado,
não integrará a Administração Pública, mas deverá submeter-se às regras
administrativas de licitação, prestação de contas e admissão de pessoal, este
regido pela CLT.

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No concurso público para o cargo de Analista Técnico da SUSEP,


realizado em 2010, a ESAF reafirmou o entendimento legal de que os
consórcios públicos de direito público integram a Administração Pública
Indireta, ao elaborar a seguinte questão:

(ESAF/Analista Técnico – SUSEP/2010) Em nossos dias, embora


sequer sejam citadas (os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, também
integram a administração indireta as(os):
a) Organizações Sociais de Interesse Público.
b) Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos.
c) Organizações Sociais.
d) Consórcios Públicos com personalidade jurídica de direito público.
e) Parceiros Público-Privados sem fins lucrativos.

Resposta: Letra “d”.

A regulamentação dessa nova figura administrativa consta expressamente


na Lei 11.107/05, que, dentre outras providências, estabeleceu que a “União
somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos
os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados”.
Assim, não é possível que exista um consórcio público constituído
exclusivamente pela União e um ou vários Municípios, sem a participação do
respectivo Estado em que o (s) Município (s) esteja (m) localizado (s). Da mesma
forma, não é possível que seja instituído um consórcio público formado por um
Estado (Minas Gerais, por exemplo) e um ou vários Municípios integrantes de
outro Estado (São Paulo, por exemplo).

2.4.4. Protocolo de intenções


A constituição de consórcio público dependerá da prévia celebração de
protocolo de intenções subscrito pelos representantes legais dos entes da
Federação interessados. O protocolo de intenções pode ser definido como um
contrato preliminar que, ratificado pelos entes da Federação interessados,
converte-se em contrato de consórcio público.
A ratificação deverá ocorrer mediante lei aprovada nas casas legislativas de
cada um dos respectivos entes consorciados, com a devida publicação no órgão
oficial de imprensa.

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O protocolo de intenções deverá estabelecer também o prazo de duração


do mandato e a forma de eleição do representante do consórcio público, que
deverá ser escolhido entre os Chefes do Poder Executivo dos entes federativos
que o integram.
Salvo previsão em contrário dos estatutos, o representante legal do
consórcio público, nos seus impedimentos ou na vacância, será substituído ou
sucedido por aquele que, nas mesmas hipóteses, o substituir ou o suceder na
Chefia do Poder Executivo.
É nula a cláusula do protocolo de intenções que preveja determinadas
contribuições financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio
público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis
e as transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada
de serviços públicos.
Nas hipóteses de criação, fusão, incorporação ou desmembramento que
atinjam entes consorciados ou subscritores de protocolo de intenções, os novos
entes da Federação, salvo disposição em contrário do protocolo de intenções,
serão automaticamente tidos como consorciados ou subscritores.

2.4.5. Princípio da publicidade


Para permitir o acesso de todos os interessados ao seu conteúdo, o
protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.
Ademais, os consórcios públicos deverão tornar públicas as decisões que
digam respeito a terceiros e as de natureza orçamentária, financeira ou
contratual, inclusive as que digam respeito à admissão de pessoal, permitindo
que qualquer do povo tenha acesso a suas reuniões e aos documentos que
produzir, salvo, nos termos da lei, os considerados sigilosos por prévia e motivada
decisão.

2.4.6. Responsabilidade subsidiária dos entes consorciados


Os entes da Federação consorciados respondem subsidiariamente pelas
obrigações do consórcio público. Além disso, os dirigentes do consórcio público
responderão pessoalmente pelas obrigações por ele contraídas caso pratiquem
atos em desconformidade com a lei, os estatutos ou decisão da assembléia geral.

2.4.7. Contrato de rateio

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O contrato de rateio pode ser definido como o contrato por meio do qual os
entes consorciados comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a
realização das despesas do consórcio público. Trata-se do único instrumento
apto a fundamentar a entrega de recursos do ente consorciado ao consórcio
público.
O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro, com
observância da legislação orçamentária e financeira do ente consorciado
contratante e depende da previsão de recursos orçamentários que suportem o
pagamento das obrigações contratadas.
Havendo restrição na realização de despesas, de empenhos ou de
movimentação financeira, ou qualquer outra derivada das normas de direito
financeiro, o ente consorciado, mediante notificação escrita, deverá informá-la
ao consórcio público, apontando as medidas que tomou para regularizar a
situação, de modo a garantir a contribuição prevista no contrato de rateio.
A eventual impossibilidade de o ente consorciado cumprir obrigação
orçamentária e financeira estabelecida em contrato de rateio obriga o consórcio
público a adotar medidas para adaptar a execução orçamentária e financeira aos
novos limites.
O prazo de vigência do contrato de rateio não será superior ao de vigência
das dotações que o suportam, com exceção dos que tenham por objeto
exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em
plano plurianual.

2.4.8. Contrato de programa


O artigo 2º do Decreto Federal 6.017/07 define o contrato de programa
como o “instrumento pelo qual devem ser constituídas e reguladas as obrigações
que um ente da Federação, inclusive sua administração indireta, tenha para com
outro ente da Federação, ou para com consórcio público, no âmbito da prestação
de serviços públicos por meio de cooperação federativa”.
Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como
condição de sua validade, as obrigações contraídas por ente da Federação,
inclusive entidades de sua administração indireta, que tenham por objeto a
prestação de serviços por meio de gestão associada ou a transferência total ou
parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos
serviços transferidos.

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Considera-se prestação de serviço público por meio de gestão associada


aquela em que um ente da Federação, ou entidade de sua administração indireta,
coopere com outro ente da Federação ou com consórcio público,
independentemente da denominação que venha a adotar, exceto quando a
prestação se der por meio de contrato de concessão de serviços públicos
celebrado após regular licitação.
O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o
contrato de consórcio público ou o convênio de cooperação que autorizou a gestão
associada de serviços públicos. Além disso, a extinção do contrato de programa
não prejudicará as obrigações já constituídas e dependerá do prévio pagamento
das indenizações eventualmente devidas.

2.4.9. Das disposições gerais


O artigo 10 da Lei 11.107/05 declara expressamente que, para o
cumprimento de suas finalidades, o consórcio público poderá:
a) firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber
auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas;
b) ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da
Federação consorciados, dispensada a licitação; e
c) caso constituído sob a forma de associação pública, ou mediante previsão
em contrato de programa, promover desapropriações ou instituir servidões
nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou de
interesse social.

Por outro lado, a contratação de operação de crédito por parte do consórcio


público se sujeita aos limites e condições próprios estabelecidos pelo Senado
Federal, de acordo com o disposto no art. 52, inciso VII, da Constituição.

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RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP

1. As autarquias exercem funções típicas de Estado e são apelidadas de


“serviços públicos personificados”;
2. Somente por lei específica poderá ser criada uma autarquia, seja ela federal,
estadual, municipal ou distrital;
3. Em regra, a iniciativa legislativa para a criação de autarquias é privativa do
Chefe do Executivo;
4. As autarquias responderão objetivamente pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros;
5. O patrimônio de uma autarquia é constituído por bens públicos e, portanto,
imprescritíveis e impenhoráveis;
6. As autarquias possuem prazo em dobro no que se refere às manifestações
judiciais (contestações e recursos, por exemplo), nos termos do art. 183 do Novo
CPC.
7. As autarquias são abrangidas pela imunidade tributária recíproca;
8. As autarquias federais possuem prerrogativa de foro na justiça federal;
9. As entidades da Administração não estão subordinadas à Administração
Direta, mas somente vinculadas;
10. As fundações públicas de Direito Público são criadas por lei e as fundações
públicas de Direito Privado tem a sua criação autorizada por lei;
11. As empresas públicas e sociedades de economia mista podem explorar
atividade econômica ou prestar serviços públicos, mas, em ambos os casos, serão
regidas pelo Direito Privado;
12. As empresas estatais têm a sua criação autorizada por lei;
13. O entendimento que deve prevalecer para concursos públicos é o de que a
autorização para a criação de subsidiárias pode ser genérica (conforme o
entendimento do STF) ou ainda que deve ser concedida autorização legislativa
em cada caso (quando a questão cobrar o texto literal do inciso XX do artigo 37
da CF/88);

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14. Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista são


regidos pela CLT, portanto, não possuem estabilidade;
15. O próprio texto constitucional estabelece a necessidade de criação de um
regime licitatório específico para as empresas estatais exploradoras de atividade
econômica, que se dará nos termos da lei;
16. Empresa estatal que explora atividade econômica atua no mercado
competindo diretamente com empresas privadas e, portanto, não pode gozar de
privilégios tributários que não sejam assegurados também aos particulares, sob
pena de caracterização de concorrência desleal;
17. As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão sujeitas à
lei de falência;
18. Se a empresa pública ou sociedade de economia mista prestarem serviços
públicos, é incontestável que se submeterão às regras do § 6º do artigo 37 da
CF/88, ou seja, responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros. Entretanto, caso a empresa pública ou
sociedade de economia mista explorarem atividades econômicas, a
responsabilidade será subjetiva, regulada pela legislação civil;
19. As sociedades de economia mista somente podem ser constituídas sob a
forma de sociedade anônima (S.A.), enquanto as empresas públicas podem ser
constituídas sob qualquer forma existente no Direito;
20. O capital das sociedades de economia mista é formado pela conjugação de
recursos públicos e de recursos privados. As empresas públicas, por sua vez,
possuem capital integralmente público, ou seja, proveniente de entidades da
Administração Pública Direta ou Indireta.

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A reforma do Estado Brasileiro e suas inovações

1. Considerações iniciais ............................................................. 78

2. Contrato de gestão .................................................................... 78


2.1. Agências Executivas ....................................................... 84

3. Agências reguladoras
3.1. Noções gerais ................................................................ 88
3.2. O surgimento das agências reguladoras “propriamente ditas”
no Direito brasileiro ............................................................... 89
3.3. Conceito e natureza jurídica ........................................... 90
3.4. Características ................................................................ 91
3.5. Regime de pessoal .......................................................... 95
3.6. Controle .......................................................................... 98

4. Entidades paraestatais e terceiro setor


4.1. Serviços Sociais Autônomos ........................................... 101
4.2. Organizações Sociais ...................................................... 103
4.3. Organizações da sociedade civil de interesse público .... 111

5. Revisão de véspera de prova – “RVP”......................................... 115

6. Questões comentadas ............................................................... 117

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1. Considerações iniciais

No módulo anterior, estudamos detalhadamente cada uma das entidades


administrativas que integram a Administração Pública Indireta (autarquias,
fundações públicas de direito público e de direito privado, empresas públicas,
sociedades de economia mista e os consórcios públicos), oportunidade em que
conhecemos as suas principais peculiaridades para fins de concursos públicos.
Entretanto, é importante esclarecer que existem outras entidades
administrativas, também integrantes da Administração Indireta, que somente
iremos estudar agora, a exemplo das agências executivas e das agências
reguladoras.
Professor, mas por que não estudamos essas entidades anteriormente?
É simples a resposta. Não estudamos anteriormente porque são
entidades que possuem características especiais, apesar de serem autarquias
(nos casos das agências reguladoras), ou autarquias ou fundações públicas
(no caso das agências executivas).
Optei por apresentá-las separadamente para que você possa assimilar com
mais facilidade o conteúdo, pois as agências reguladoras e as agências
executivas são figuras recentes, provenientes das reformas administrativas
instituídas no âmbito da Administração Pública nas últimas duas décadas.
Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que as agências
executivas e as agências reguladoras não representam uma nova categoria de
entidades integrantes da Administração Indireta.
As agências reguladoras nada mais são que autarquias em regime
especial. Por outro lado, as agências executivas são autarquias ou fundações
públicas que, após receberem uma qualificação proveniente de decreto
expedido pelo Presidente da República, passam a receber essa denominação.

2. Contrato de gestão
O contrato de gestão tem origem na França e foi muito utilizado por
diversos países europeus, após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de
introduzir na Administração Pública uma atuação visando à busca por
resultados.
O contrato de gestão, também denominado acordo-programa, está
intimamente relacionado com o princípio da eficiência, que deve servir de
parâmetro para toda a Administração Pública.

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Segundo Peter Drucker, o contrato de gestãoé um método de


planejamento e avaliação baseado em fatores quantitativos, pelo qual superiores
e subordinados elegem áreas prioritárias, estabelecem resultados a serem
alcançados, dimensionam as respectivas contribuições (metas) e procedem ao
acompanhamento sistemático do desempenho.
Restringindo-nos ao contrato de gestão no âmbito da Administração
Pública, mais precisamente a brasileira, é possível defini-lo, nas palavras de
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino como
[...] um ajuste firmado entre a Administração Direta Centralizada e entidades da
Administração Indireta, ou entre órgãos da própria Administração Direta, em
decorrência do qual estes órgãos ou entidades assumem o compromisso de
cumprir determinadas metas e, em contrapartida, ganham maior liberdade em
sua atuação administrativa, passando a sujeitar-se, basicamente, ao controle
relativo ao atingimento dos resultados pactuados.

Sendo assim, deve ficar bem claro que o principal objetivo do contrato
de gestão é aumentar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira de
órgãos e entidades públicos, facilitando assim o alcance de suas finalidades
previstas em lei.
Pergunta: Professor, até agora não consegui entender como a assinatura
de um contrato de gestão pode ampliar a autonomia de uma entidade ou órgão
público, seria possível explicar melhor?
Claro! Irei citar dois exemplos apresentados pelos professores Vicente
Paulo e Marcelo Alexandrino que destacam a ampliação da autonomia dos órgãos
e entidades que firmam um contrato de gestão:
1º) A ampliação dos limites de valor de contratações até os quais a licitação
é dispensável. Para a Administração em geral, é dispensável a licitação
quando o valor de contrato é de até 10% do valor máximo admitido para a
utilização da modalidade convite. Para as agências executivas, esse limite
até o qual a licitação é dispensável é o dobro, ou seja, 20% do valor máximo
admitido para a utilização da modalidade convite (Lei 8.666/93, artigo 24,
parágrafo único). Registramos que esse limite de 20% também é aplicável
aos consórcios públicos e a todas as empresas públicas e sociedades de
economia mista, por estarem incluídos na regra do mesmo parágrafo único
do art. 24 da Lei Geral de Licitações e Contratos; nesse caso, porém, não
há nenhuma relação com celebração de contratos de gestão.
2º) A Lei nº. 9.962/2000, que regula a contratação de empregados públicos
celetistas pela Administração Direta, autarquias e fundações públicas
federais, enumera, em seu art. 3º as hipóteses em que poderá a
Administração Pública rescindir, unilateralmente, o contrato de trabalho de

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seus empregados públicos. Dentre as hipóteses taxativamente


enumeradas, encontra-se a “insuficiência de desempenho, apurada em
procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico
dotado de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio
conhecimento dos padrões mínimos exigidos para a continuidade da relação
de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as
peculiaridades das atividades exercidas” (art. 3º, inciso IV). O parágrafo
único desse mesmo art. 3º, cuja interpretação mostra-se algo nebulosa,
afirma que os procedimentos previstos não são obrigatórios na hipótese
das “contratações de pessoal decorrentes da autonomia de gestão de que
trata o § 8º do art. 37 da Constituição Federal”.
Para facilitar ainda mais o entendimento, é possível concluir que o contrato
de gestão se resume a dois pontos principais:
1º) A fixação de metas a serem atingidas por um órgão ou entidade
integrantes da Administração, tais como o aumento de arrecadação, o aumento
na qualidade dos serviços prestados ou, ainda, a diminuição de gastos e despesas
correntes, por exemplo.
2º) A ampliação da autonomia gerencial, financeira e orçamentária
do órgão ou entidade administrativa para que sejam atingidas as metas fixadas.
O professor Paulo Modesto nos informa que as metas devem ser previstas
no contrato de gestão de modo claro e quantificado, com prazos certos,
correspondendo proporcionalmente aos benefícios que serão deferidos à parte
que firma o vínculo com o ente federativo.
Se for expressiva a majoração na transferência de recursos orçamentários,
ou se for cedido maior número de servidores e bens públicos, deverá o Poder
Público exigir ampliação significativa do atendimento das demandas sociais, com
aperfeiçoamento concreto da ação desenvolvida pela entidade contratada. Em
contrapartida, não é admissível que o Poder Público exija da entidade metas
desproporcionais ao incentivo outorgado e disponível.
A Constituição Federal de 88, em seu § 8º, artigo 37, declara
expressamente que “a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre:
1º - o prazo de duração do contrato;
2º - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

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3º - a remuneração do pessoal.”

Os contratos de gestão podem ser assinados entre a Administração Direta e


Administração Indireta; entre órgãos da própria Administração Direta; ou,
ainda, entre a Administração Direta e pessoas jurídicas de Direito Privado
não integrantes da Administração (dando origem às Organizações Sociais).

Para ilustrar e facilitar a assimilação do conteúdo, apresento abaixo alguns


exemplos hipotéticos, que demonstram o objetivo básico de um contrato de
gestão.
1º Exemplo: O Ministério do Meio Ambiente (órgão da Administração
Direta Federal) poderia formalizar um contrato de gestão com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA (autarquia), nos seguintes termos:

METAS DO IBAMA CONTRAPARTIDA DO MINISTÉRIO

Redução de 10% (dez por cento) no Repasse de R$ 100.000.000,00 (cem


número de desmatamentos ilegais milhões) de reais para investimento em
ocorridos na Amazônia, nos próximos treinamento e aquisição de
24 (vinte e quatro) meses, levando-se equipamentos necessários para o
em conta o índice do ano anterior. alcance das metas estabelecidas.

Aumento de 20% (vinte por cento) no Cessão de 200 (duzentos) servidores


número de fiscalizações efetuadas em públicos com o objetivo exclusivo de
madeireiras legais e/ou ilegais em auxiliar as operações de fiscalização na
funcionamento da região da Amazônia região da Amazônia legal.
legal.

2º Exemplo: Da mesma forma, nos termos do § 8º, artigo 37, da CF/1988,


é possível que o Ministério do Meio Ambiente (órgão da Administração Direta
Federal) firme um contrato de gestão com a Secretaria de Extrativismo e
Desenvolvimento Rural Sustentável (que também é um órgão integrante da
própria estrutura do Ministério) com o objetivo de aumentar em 15% (quinze por
cento), nos próximos 30 (trinta) meses, o número de propostas de estudos e
estratégias para a recuperação de áreas degradadas no meio rural.

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Em contrapartida, o Ministério do Meio Ambiente, que é órgão


hierarquicamente superior à Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural
Sustentável, poderia suspender alguns dos controles hierárquicos exercidos em
face da Secretaria, além de aumentar o repasse de recursos financeiros em 10%
(dez por cento), em comparação ao ano anterior.
Pergunta: Professor, pelo que entendi, no exemplo acima teríamosum
órgão (Ministério do Meio Ambiente) celebrando um contrato de gestão com
outro órgão (Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável).
Isso é possível, já que os órgãos não possuem personalidade jurídica?
Eis um tema bastante divergente na doutrina. Você certamente se recorda
de que anteriormente afirmei que os órgãos não possuem personalidade jurídica,
e que, portanto, os atos praticados pelos órgãos devem ser imputados à pessoa
jurídica criadora. Seguindo-se esse raciocínio, teríamos a União (a quem devem
ser imputados os atos praticados pelos agentes do Ministério do Meio Ambiente)
assinando um contrato com ela mesma (que também é responsável
juridicamente pelos atos praticados pela Secretaria de Extrativismo e
Desenvolvimento Rural Sustentável).
A possibilidade de um órgão firmar contrato de gestão com outro órgão é
muito criticada pelos principais doutrinadores brasileiros. A ausência de
personalidade jurídica exclui a possibilidade dos órgãos exercerem direitos e
assumirem obrigações, afastando, consequentemente, a viabilidade concreta de
celebrar contrato de gestão com ente de que é parte integrante.
A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que
Como os órgãos da Administração Direta não são dotados de personalidade
jurídica própria, mas atuam em nome da pessoa jurídica em que estão
integrados, os dois signatários do ajuste estarão representando
exatamente a mesma pessoa jurídica. E não se pode admitir que essa
mesma pessoa tenha interesses contrapostos defendidos por órgãos
diversos. Por isso mesmo, esses contratos correspondem, na realidade,
quando muito, a termo de compromissos assumidos por dirigentes de
órgãos, para lograrem maior autonomia e se obrigarem a cumprir metas.
Além disso, correspondem àquelas que estão obrigadas a cumprir por força
da própria lei que definem as atribuições do órgão público; a outorga de
maior autonomia é um incentivo ou um instrumento que facilita a
consecução das metas legais.
Pergunta: Entendi a explicação professor, mas o que devo responder se a
banca exigir esse tópico em uma questão de concurso?

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Olha só a questão elaborada pela FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS: No que se


refere aos órgãos públicos, é CORRETO afirmar ser característica destes (algumas
não presentes em todos), dentre outras, o fato de que podem firmar, por meio de
seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos (FCC/Analista
Judiciário TRF 4ª Região/2010). Assertiva considerada correta.

Como não poderia ser diferente, a ESAF tem o hábito de cobrar em


suas provas questões sobre o tema, a exemplo do que ocorreu no
concurso para o cargo de Analista da Secretaria da Fazenda do Ceará,
realizado em 2007:

(ESAF/Analista – SEFAZ CE/2007) A autonomia gerencial, financeira e


orçamentária dos órgãos e entidades da Administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante
a) termo de parceria.
b) protocolo de intenções.
c) contrato de gestão.
d) convênio.
e) consórcio.

Resposta: Letra “c”.

2.1. Agências Executivas


A Lei Federal 9.649/98 introduziu no Brasil a possibilidade de autarquias
e fundações públicas celebrarem contratos de gestão e serem submetidas a
um regime jurídico especial, que tenha por objetivo aumentar a produtividade
e a eficiência na execução de suas atividades.

No concurso público para o cargo de Especialista em Políticas


Públicas do Ministério do Planejamento, realizado em 2008, a ESAF
elaborou uma questão abordando o contrato de gestão e o princípio da
Administração Pública que fundamenta a sua formalização:

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(ESAF/Especialista em Políticas Públicas - MPOG/2008) A Agência


executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre
contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha
vinculada, introduzida no direito brasileiro em decorrência do movimento
da globalização. Destarte, assinale qual princípio da administração
pública, especificamente, que as autarquias ou fundações
governamentais qualificadas como agências executivas visam observar
nos termos do Decreto n. 2.487/98:
a) eficiência
b) moralidade
c) legalidade
d) razoabilidade
e) publicidade
Resposta: Letra “a”.

As autarquias e fundações públicas são as únicas entidades da


Administração Indireta que podem ser qualificadas como agências executivas
e, mesmo assim, desde que cumpram os seguintes requisitos:
1º) ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional em andamento;
2º) ter celebrado com o respectivo Ministério supervisor um Contrato
de Gestão, que terá periodicidade mínima de um ano e estabelecerá os
objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade,
bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a
avaliação do seu cumprimento.
No concurso público para o cargo de Procurador da Fazenda
Nacional, realizado em 2003, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “A qualificação como agência executiva pode recair tanto
sobre entidade autárquica quanto fundacional, integrante da
Administração Pública”.

Para responder às questões do CESPE: À agência executiva é vedada a


celebração de contrato de gestão com órgão da administração direta (Analista
Administrativo/MPU 2010/CESPE). Assertiva

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A qualificação da autarquia ou fundação pública como Agência Executiva


será feita por Decreto expedido pelo Presidente da República, que também
editará medidas específicas visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem
como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento dos objetivos e metas definidos no contrato de gestão, conforme
estabelecido no artigo 51 da Lei 9.649/98.
Os planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento
institucional definirão diretrizes, políticas e medidas voltadas para a
racionalização de estruturas e do quadro de servidores, a revisão dos processos
de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o fortalecimento da
identidade institucional da Agência Executiva.

A EXPRESSÃO “AGÊNCIA EXECUTIVA” NÃO DESIGNA UMA NOVA ENTIDADE


INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. TRATA-SE SOMENTE DE UMA
QUALIFICAÇÃO QUE É CONCEDIDA PELO PODER PÚBLICO ÀS FUNDAÇÕES PÚBLICAS
OU AUTARQUIAS QUE TENHAM CELEBRADO UM CONTRATO DE GESTÃO COM A
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E ATENDAM AOS DEMAIS REQUISITOS PREVISTOS NOS
ARTIGOS 51 E 52 DA LEI 9.649/98.

Será assegurada às autarquias e fundações públicas a manutenção da


qualificação como Agência Executiva desde que o contrato de gestão seja
sucessivamente renovado e que o plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional tenha prosseguimento ininterrupto, até a sua
conclusão.
Por outro lado, nos casos de extinção do contrato de gestão ou de
interrupção ou suspensão da execução do plano estratégico de reestruturação,
será efetuada a desqualificação da autarquia ou fundação pública por iniciativa
do Ministério supervisor, mediante Decreto expedido pelo Presidente da
República.
São raros os exemplos de fundações públicas ou autarquias que se
qualificaram como agências executivas. Um desses exemplos é o INMETRO
(autarquia federal) que, em julho de 1998, com sucessivas prorrogações, firmou
contrato de gestão com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior - MDIC, objetivando aumentar sua credibilidade, reconhecimento e
confiabilidade perante a população brasileira, além de aumentar a qualificação de
seus servidores.

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Em contrapartida, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior ampliou a autonomia do INMETRO através das seguintes medidas (é
claro que as bancas examinadoras não cobrarão essas informações em prova,
exceto em um concurso para o próprio INMETRO, se for o caso):
“I - Fica delegado ao Presidente do INMETRO competência para:
a) aprovação ou readequação de sua estrutura regimental ou seu estatuto, sem
aumento de despesas, observadas as disposições específicas previstas em lei e o
quantitativo de cargos destinados à entidade;
b) autorização de afastamento do País dos servidores civis da instituição, tratada
no art. 2º do Decreto n° 1.387, de 7 de fevereiro de 1995;
c) regulamentação do registro de freqüência de seus funcionários;
d) fixação de limites específicos, aplicáveis ao INMETRO, para a concessão de
suprimento de fundos para atender a despesas de pequeno vulto, previstas no
inciso III do art. 45 do Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, observadas
as demais disposições do referido Decreto;
e) edição de regulamento próprio dispondo sobre valores de diárias no País e
condições especiais para sua concessão, observado o disposto no art. 2º do
Decreto nº 343, de 19 de novembro de 1991, nos §§ 1º e 3º do art. 58 da Lei nº
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e os valores máximos unitários estabelecidos
em tabela editada pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
III - Fica o INMETRO dispensado da celebração de termos aditivos a contratos e a
convênios de vigência plurianual, quando objetivarem unicamente a identificação
dos créditos à conta dos quais devam correr as despesas relativas ao respectivo
exercício financeiro”.

Outra medida que também é garantida às agências executivas, conforme


destacado pelos professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, é a ampliação
dos limites de valor de contratações até os quais a licitação é dispensável. Para
a Administração em geral, é dispensável a licitação quando o valor de contrato é
de até 10% do valor máximo admitido para a utilização da modalidade convite.
Para as agências executivas esse limite até o qual a licitação é dispensável é o
dobro, ou seja, 20% do valor máximo admitido para a utilização da modalidade
convite (Lei 8.666/93, artigo 24, parágrafo único). Registramos que esse limite
de 20% também é aplicável aos consórcios públicos e a toda as empresas
públicas e sociedades de economia mista, por estarem incluídos na regra do
mesmo parágrafo único do art. 24 da Lei Geral de Licitações e Contratos; nesse
caso, porém, não há nenhuma relação com celebração de contratos de gestão.

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É correto afirmar que a qualificação da entidade como agência executiva permite que
ela usufrua de determinadas vantagens previstas em lei, como, por exemplo, o
aumento dos percentuais de dispensa de licitação, previsto na Lei nº 8.666/93.

3. Agências reguladoras

3.1. Noções gerais


No Brasil, sempre existiram órgãos e entidades encarregados do
acompanhamento e fiscalização das atividades de caráter público executadas
por entes públicos ou particulares, mediante outorga ou delegação, e, dentre
eles, podemos citar:
1º)Banco Central do Brasil: criado em 1964, o BCB tem por finalidade a
formulação, a execução, o acompanhamento e o controle das políticas monetária,
cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; a organização,
disciplina e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional; a gestão do Sistema de
Pagamentos Brasileiro e dos serviços do meio circulante.
2º)Comissão de Valores Mobiliários (criada em 1976): dentre outros,
tem por objetivo assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de
bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões
irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de
companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; evitar ou
coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições
artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no
mercado.
3º)Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE (criado
em 1962): tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de
poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e da repressão a tais
abusos.
Entretanto, muitos desses órgãos e entidades não conseguiram realmente
exercer a função de regulação e fiscalização que lhes havia sido outorgada por
lei, pois o próprio Poder Central exercia um excesso de controle sobre as
atividades fiscalizatórias desses órgãos e entidades, o que lhes restringia a
atuação.

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Sendo assim, não é “totalmente” correto afirmar que as agências


reguladoras são um instituto novo, surgido apenas a partir da década de 90,
pois, mesmo antes desse período, já existiam entes com as mesmas funções
executadas atualmente pelas agências reguladoras.

3.2. O surgimento das agências reguladoras “propriamente ditas”


no Direito brasileiro
Como afirmei anteriormente, antes da criação das agências reguladoras no
Brasil nós já tínhamos em funcionamento vários entes que também exerciam
funções regulatórias.
Entretanto, somente no ano de 1996 foi criado, com a denominação
“agência reguladora”, o primeiro ente de regulação no Brasil: a Agência Nacional
de Energia Elétrica - ANEEL, instituída pela Lei nº 9.427/96.
Na sequência, diversas outras agências foram criadas, a exemplo da
Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL (Lei nº 9.472/97), a Agência
Nacional do Petróleo - ANP (Lei 9.478/97), a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – ANVISA (Lei 9.782/99), a Agência Nacional de Saúde Suplementar –
ANS (Lei 9.961/00), a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT (Lei
10.223/01) e várias outras.
Os Estados, Municípios e Distrito Federal, nos mesmos moldes da União,
também estão autorizados a criar agências reguladoras. O que se observa é que
os demais entes federativos fizeram opção por criar agências reguladoras
atuando simultaneamente em diversas áreas, objetivando, principalmente, a
redução de custos.
Como exemplos de agências reguladoras criadas fora da estrutura da União
podemos citar a Agência Reguladora de Serviços Públicos – ASEP (Criada
pela Lei fluminense nº 2.686/97) e a Agência Estadual de Regulação de
Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia –
AGERBA (criada pela Lei estadual 7.314/98), dentre outras.

(Analista Administrativo/ANATEL 2009/CESPE) As agências reguladoras


têm caráter nacional, sendo vedado aos estados e ao Distrito Federal criar suas
próprias agências estaduais quando se tratar de serviço público, por ausência de
previsão constitucional. Assertiva incorreta.

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Informação interessante e que você tem que saber para responder às


questões de concursos é que de todas as agências reguladoras existentes,
somente a ANATEL (artigo 21, XI) e a ANP (artigo 177, § 2º, III) possuem
previsão constitucional, todas as demais estão amparadas somente em lei.
Para exemplificar, destaca-se que o artigo 21, XI, da CF/88 estabelece
expressamente que compete à União “explorar, diretamente ou mediante
autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais”. O citado dispositivo
constitucional foi alterado pela emenda constitucional 08/95.

3.3. Conceito e natureza jurídica


Todas as agências reguladoras criadas no direito brasileiro nada mais são
que “autarquias em regime especial” e, portanto, integrantes da Administração
Pública indireta.
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, autarquia especial é "aquela a
que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua
autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir
preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública".
Como as agências reguladoras geralmente são autarquias em regime
especial, obedecem às mesmas normas constitucionais e legais no que se refere
ao processo de criação e extinção, seleção de servidores (obrigatoriedade de
concurso público), licitação, controle externo dos Tribunais de Contas,
prerrogativas e sujeições inerentes ao Direito Público.
Entretanto, é importante destacar que não existe qualquer determinação
constitucional ou legal para que as agências reguladoras sejam instituídas sob a
forma de autarquias em regime especial. Assim, existe a possibilidade de que
sejam criadas sob outras formas jurídicas, inclusive com a natureza jurídica de
órgãos públicos.
No concurso público para o cargo de Analista Administrativo da
Agência Nacional de Águas, realizado em 2009, a ESAF elaborou questão
sobre a desnecessidade de criação de agências reguladoras sob a forma
de autarquias, vejamos:

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(ESAF/Analista Administrativo – ANA/2009) Sobre as Agências


Reguladoras, é correto afirmar que integram a:
a) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.
b) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia em regime
especial.
c) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.
d) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia em
regime especial.
e) Administração Indireta e, embora esse tenha sido o lugar-comum até hoje, não
são obrigadas a adotar a forma de autarquia, muito menos em regime especial.

Resposta: Letra “e”.

De uma forma geral, comparando-se as autarquias genéricas com as


autarquias denominadas “especiais”, é possível constatar como principais
características distintivas entre ambas o mandato fixo aos seus dirigentes e a
ausência de ingerência hierárquica da Administração Central sobre os atos
decisórios relativos à respectiva área de atuação.

3.4. Características
Analisando-se as questões de concursos públicos aplicadas pelas bancas
examinadoras nos últimos anos, bem como o entendimento dos principais
doutrinadores do país, é possível apontar as seguintes características inerentes
às agências reguladoras:
1ª) Autonomia administrativa
Grande parte dos doutrinadores nacionais aponta a autonomia
administrativa das agências reguladoras como a sua principal característica.
A escolha por um sistema independente de administração em relação à
Administração Direta é uma espécie de “medida cautelar contra a concentração
de poderes nas mãos do Estado”, nos dizeres do professor Carlos Ari Sunfeld.
Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, citando Floriano
Marques Neto, apresentam os principais elementos caracterizadores da ampla
autonomia outorgada às agências reguladoras, e que constantemente são
cobrados em provas:
a) A estabilidade dos dirigentes (somente devem ser afastados no caso de
cometimento de ilícitos, ou de outros desvios de conduta, ou se a
agência não estiver cumprindo a política pública definida nos termos da
lei para o setor);

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b) A autonomia de gestão;
c) O estabelecimento de fontes próprias de recursos, se possível geradas
pelo próprio exercício da atividade regulatória (taxas pelo exercício do
poder de polícia e preços públicos específicos);
d) A não-subordinação hierárquica a qualquer instância de governo;
e) A inexistência de instância revisora hierárquica de seus atos, ressalvada
a revisão judicial;
f) A indicação dos dirigentes pautada por critérios técnicos, sendo
preferível que sua nomeação não seja ato exclusivo do Poder Executivo,
devendo envolver o Legislativo, mediante sabatina e aprovação, pela
instância parlamentar, dos nomes indicados.

No concurso público para o cargo de Analista Administrativo da ANA,


realizado em 2009, a ESAF considerou correto o seguinte enunciado:
“Entre as garantias asseguradas a fim de conceder às agências reguladoras maior
autonomia e independência, estão, em regra, a formação de quadro próprio de
servidores, receitas próprias e dirigentes escolhidos pelo chefe do Poder
Executivo, aprovados pelo Senado Federal e com mandato fixo”.

2ª) Exercício de atividade regulatória (normativa)


As agências reguladoras podem expedir normas jurídicas que conduzam
o setor regulado aos fins públicos, cuja preservação cabe ao Estado em prol da
sociedade, mas esses atos não podem ser editados em substituição às leis.
As agências reguladoras somente podem editar atos normativos
secundários, ou seja, atos normativos delegados ou autorizados pela lei. Nesses
termos, a lei será responsável pelo estabelecimento de diretrizes relativas ao
setor que deverá ser regulado e, com o objetivo de implementar a vontade da
lei, as agências reguladoras expedirão tais atos secundários (infralegais)
respaldadas em critérios técnicos, já que estão mais próximas do contexto
regulado e conhecem com mais profundidade o setor.
É importante que você entenda que os atos normativos editados pelas
agências reguladoras não podem regular matéria reservada à lei, muito menos
contrariar o seu teor. Em síntese, devem ser editados nos termos da lei e estão
sujeitos ao controle judicial.

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Nesses termos, é correto concluir que as agências reguladoras não gozam


de capacidade legislativa, pois essa prerrogativa é assegurada com exclusividade
aos entes estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
No concurso público para o cargo de Analista de Finanças e Controle
da Controladoria Geral da União, realizado em 2006, a ESAF considerou
correta a seguinte assertiva: “Pelo sistema constitucional brasileiro, a
categoria das agências reguladoras apresentam competência de
natureza exclusivamente administrativa”.

3ª) Poder sancionatório


É assegurada às agências reguladoras a prerrogativa de aplicar sanções
consistentes na aplicação de advertências, multas ou mesmo cassações de
licenças. Da mesma forma, também gozam da prerrogativa de obrigar o
particular a reparar um consumidor ou a corrigir os efeitos de uma conduta lesiva
a algum valor ou interesse tutelado pelo regulador.

4ª) Definitividade administrativa de suas decisões


O ordenamento jurídico brasileiro confere às agências reguladoras o poder
de arbitrar os conflitos entre o Estado, o prestador do serviço e os cidadãos que
surgirem no respectivo setor regulado. As decisões proferidas pelas agências
reguladoras possuem caráter de definitividade na esfera administrativa, ou
seja, não são passíveis de recursos para instâncias administrativas superiores.
Entretanto, o inciso XXXV, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988,
dispõe expressamente que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito”. Nesses termos, as decisões proferidas pelas agências
reguladoras estão sujeitas a posterior análise do Poder Judiciário, caso seja
provocado pelo interessado.
Caso o particular não esteja satisfeito com a decisão administrativa
proferida pela agência reguladora, poderá recorrer ao Poder Judiciário
requerendo uma nova decisão sobre o mesmo caso anteriormente decidido.
Para ser mais claro, entenda que as decisões administrativas proferidas
pelas agências reguladoras podem ser anuladas pelo Judiciário sempre que
aquele que sentiu prejudicado com a decisão acioná-lo e comprovar a ilegalidade
da decisão.
Pergunta: Professor, você acabou de afirmar que as decisões das agências
reguladoras possuem caráter de definitividade na esfera administrativa.
Entretanto, encontrei uma questão afirmando que para as decisões proferidas

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pelas agências reguladoras seria cabível “recurso hierárquico impróprio”, desde


que previsto em lei. O que significa “recurso hierárquico impróprio”?
Bem, para fins de concursos públicos, é necessário que você entenda que
a lei pode estabelecer a possibilidade de o interessado apresentar recurso
hierárquico impróprio em face das decisões proferidas pelas agências
reguladoras.
O professor Sérgio Guerra nos ensina que recurso hierárquico impróprio,
em síntese, “é aquele endereçado à autoridade administrativa que não é
hierarquicamente superior àquela de que exarou o ato recorrido”. Nas palavras
de Celso Antônio Bandeira de Mello: ‘Os recursos administrativos são propostos
na intimidade de uma mesma pessoa jurídica; por isso são chamados de recursos
hierárquicos. Se, todavia, a lei previr que da decisão de uma pessoa jurídica cabe
recurso para a autoridade encartada em outra pessoa jurídica, o recurso será,
em tal caso, denominado de recurso hierárquico impróprio’.

O recurso hierárquico impróprio somente poderá ser proposto face às decisões


proferidas pelas agências reguladoras ou demais entidades da Administração Pública
Indireta, se existir a expressão previsão legal ou constitucional.

Nesse caso, o recurso hierárquico impróprio seria analisado pelo Ministério


Supervisor da área de atuação da agência reguladora ou demais entidades da
Administração Indireta.
Além de todas as características apresentadas acima, é necessário que
você conheça ainda alguns poderes enumerados pelo Professor Floriano Azevedo
Marques Neto e que são imprescindíveis para o eficiente exercício da atividade
regulatória.

1º) Poder de outorga, consistente na prerrogativa de emissão, em


consonância com as políticas públicas aplicáveis ao setor, de atos concretos
de licenças, autorizações, injunções, com vistas a franquear ou interditar o
exercício de uma atividade regulada a um particular;
2º) Poder de fiscalização do setor, a qual se revela tanto pelo
monitoramento das atividades reguladas (de modo a manter-se
permanentemente informada sobre as condições econômicas, técnicas e de

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mercado do setor), quanto na aferição das condutas dos regulados de modo


a impedir o descumprimento de regras ou objetivos regulatórios;
3º)Poderes de conciliação, que se traduzem na capacidade de, dentro
do setor, conciliar ou mediar interesses de operadores regulados,
consumidores isolados ou em grupos de interesses homogêneos, ou ainda
interesses de agentes econômicos que se relacionam com o setor regulado
(malgrado não explorarem diretamente a atividade sujeita à regulação
setorial) no âmbito da cadeia econômica; e
4º)Poderes de recomendação, consistentes na prerrogativa, muitas
vezes prevista na lei que cria a Agência, do regulador subsidiar, orientar ou
informar o poder político, recomendando medidas ou decisões a serem
editadas no âmbito das políticas públicas.

3.5. Regime de pessoal


A Lei 9.986, publicada em 18 de julho de 2000, estabeleceu que o quadro
de pessoal das agências reguladoras seria regido pela Consolidação das Leis
do Trabalho, pois a emenda constitucional nº 19/98 havia acabado com a
obrigatoriedade da adoção de regime jurídico único na Administração Pública
(no caso, a lei 8.112/90) para os seus servidores.
Entretanto, ainda durante a tramitação do projeto que culminou na Lei
9986/00, vários juristas apontaram a inconstitucionalidade da escolha pelo
regime contratual (celetista), pois as agências reguladoras exercem atividades
típicas de Estado, que caracterizam necessidade pública contínua e não
transitória. Sendo assim, seus servidores deveriam ser regidos por estatuto legal
(no âmbito federal, Lei 8.112/90) e não pela CLT.
Em 19 de dezembro de 2000, ao analisar o pedido de liminar requerido
na ADI nº 2.310/DF, o Ministro Marco Aurélio (Supremo Tribunal Federal) decidiu
suspender os efeitos do artigo 1º da Lei 9986/200, que estabelecia o regime
celetista para os servidores das agências reguladoras.
Em sua decisão, o Ministro Marco Aurélio afirmou que os servidores das
agências reguladoras exercem funções de fiscalização, que são típicas de
Estado e que, portanto, deveriam titularizarcargos públicos de provimento
efetivo.
A partir da decisão liminar proferida pelo Supremo Tribunal Federal, as
agências reguladoras ficaram impedidas de realizar novos concursos públicos.
Por um lado, não podiam mais selecionar candidatos para o regime celetista em
virtude da concessão da medida cautelar (liminar) pelo STF. Por outro, como

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não possuíam cargos públicos efetivos em sua estrutura (que era a exigência do
STF), não poderiam fazer concurso público para a contratação de novos
servidores.
Diante disso, tiveram que aguardar a solução do problema pelo Congresso
Nacional, que somente ocorreu em 2004, com a publicação da Lei 10.871/04,
responsável pela criação de diversos cargos de provimento efetivo no âmbito das
agências reguladoras.

Atualmente os servidores das agências reguladoras federais são regidos pela Lei
8.112/1990 (regime estatutário), portanto, titularizam cargos públicos.

3.5.1. Dirigentes
Um dos elementos configuradores da autonomia administrativa das
agências reguladoras é o “mandato a prazo certo” exercido pelos seus
dirigentes, que, segundo o entendimento da doutrina majoritária, trata-se de
essencial e necessário instrumento de garantia contra ingerências externas,
principalmente político-eleitorais.
Nos termos da Lei 9986/00, as agências reguladoras serão dirigidas em
regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou Diretoria composta por
Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o Diretor-Geral
ou o Diretor-Presidente.
O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente e os demais
membros do Conselho Diretor ou da Diretoria serão brasileiros, de reputação
ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos
cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente
da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos
termos da alínea “f”, inciso III, art. 52, da Constituição Federal.
Após terem sido indicados e nomeados pelo Presidente da República,
com referendo do Senado Federal, os dirigentes das agências reguladoras
exercerão mandato a prazo certo, cuja duração será definida na lei de criação
de cada agência.

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Depois de nomeados, os dirigentes somente perderão o mandato em caso


de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo
administrativo disciplinar, desde que a lei de criação da agência não tenha
estabelecido outras hipóteses de perda do mandato.

(Analista Administrativo/ANATEL 2009/CESPE) Os conselheiros e os


diretores das agências reguladoras somente perdem o mandato em caso de
renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo
administrativo disciplinar, não podendo a lei de criação da agência prever outras
condições para a perda do mandato. Assertiva incorreta.

Além disso, o artigo 8º da Lei 9986/00 ainda estabelece um período de


“quarentena” que deve ser cumprido pelos ex-dirigentes das agências
reguladoras federais após deixarem as respectivas entidades. Segundo o texto
da lei, o ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar
qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período
de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato.
Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo
jus à remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que
exerceu e aos benefícios a ele inerentes. A “quarentena” é aplicável também
ao ex-dirigenteexonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis
meses do seu mandato.
Pergunta: Professor Fabiano, por que os ex-dirigentes estão submetidos
às regras da “quarentena”?
São várias as explicações, mas, resumidamente falando, a obrigatoriedade
de respeito à quarentena está relacionada à grande quantidade de informações
privilegiadas (conhecimento de mercado, planejamento estratégico do setor de
atuação, entre outras) que o ex-dirigente possui e que, logicamente, são de
interesse das empresas privadas que atuam no setor de atuação do ex-dirigente.
Pergunta: E o que pode acontecer com o ex-dirigente que desrespeitar as
regras da “quarentena”?
Estará praticando crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às
penas de 01 (um) mês a 01 (um) ano de detenção ou multa, sem prejuízo das
demais sanções administrativas e civis.

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No concurso público para o cargo de Juiz do Trabalho do TRT da 7ª


Região, realizado em 2005, a ESAF elaborou questão abordando as
principais peculiaridades que envolvem os dirigentes das agências
reguladoras, vejamos:

(ESAF/Juiz do Trabalho – TRT 7ª Região/2005) A gestão das agências


reguladoras mereceu um tratamento legislativo especial, tendo em vista
a complexidade de suas atividades. Entre as inovações constantes de seu
regramento, está a figura da denominada "quarentena" de seus ex-
dirigentes. Sobre esse instituto, assinale a opção falsa.
a) O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades no setor regulado
pela respectiva agência por um período de quatro meses, contados da exoneração
ou término do mandato.
b) A quarentena aplica-se, também, ao ex-dirigente que tenha sido exonerado a
pedido, desde que tenha cumprido pelo menos um ano de seu mandato.
c) O ex-dirigente que violar o impedimento de exercer as atividades no respectivo
setor, no período da quarentena, incorrerá na prática do crime de advocacia
administrativa.
d) No período de impedimento, o ex-dirigente fará jus à remuneração
compensatória equivalente à do cargo que exerceu e aos benefícios a ele
inerentes.
e) Tratando-se de ex-dirigente servidor público, pode o mesmo optar pela
quarentena ou pelo retorno ao seu cargo efetivo, desde que não haja conflito de
interesse.

Resposta: Letra “b”.

3.6. Controle
A ampla autonomia administrativa assegurada às agências reguladoras não
as exime do controle realizado pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
além do Ministério Público e dos próprios cidadãos, através da aplicação de vários
dispositivos constitucionais e legais.
Como estão vinculadas (e não subordinadas) ao Poder Executivo, as
agências reguladoras estão submetidas ao mesmo controle finalístico (ou
supervisão ministerial) exercido em relação às entidades da Administração
Pública Indireta, nos termos do artigo 84, II e 87, parágrafo único, da CF/88.

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(Técnico Administrativo/MPU 2010/CESPE) A agência reguladora não se


sujeita a qualquer forma de tutela dos ministérios, ao contrário do que ocorre com
a agência executiva. Assertiva incorreta.

As agências reguladoras estão sujeitas ao controle direto e indireto do


Poder Legislativo. Nos termos do inciso X, artigo 49, da CF/1988, é de
competência do Congresso Nacional “fiscalizar e controlar, diretamente, ou por
qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta”.
Ademais, o artigo 70 da Constituição Federal dispõe que a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, com o
auxílio do Tribunal de Contas.
Apenas para reforçar, pois já afirmei anteriormente, lembre-se de que as
agências reguladoras possuem autonomia para decidir em última instância
administrativa os conflitos oriundos do seu setor de atuação.
Entretanto, toda e qualquer decisão proferida por essas entidades pode
voltar a ser discutida perante o Poder Judiciário, em respeito ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição, expressamente disposto no inciso XXXV, do
artigo 5º, da Constituição Federal de 1988.

As agências reguladoras no Brasil por vezes são tratadas explicitamente na legislação


federal como "autoridades administrativas independentes". Essa independência não
exime a sujeição de seus atos ao controle dos três Poderes do Estado, devendo
compatibilizar sua atuação com os mecanismos de controle previstos no ordenamento
jurídico.

4. Entidades paraestatais e terceiro setor


A estruturação de uma sociedade organizada comporta três âmbitos ou
setores de atuação, que podem assim ser definidos:

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Primeiro Setor: é aquele constituído pelos órgãos e entidades públicos


incumbidos de organizar as políticas e diretrizes do Estado (governo) e os
respectivos instrumentos para a sua execução (órgãos e entidades
administrativas);
Segundo Setor: é o setor da sociedade que agrega as instituições de
interesse privado, mantidas pela própria iniciativa privada, e que existem
para servir diretamente ao setor privado, vislumbrando “lucro”, “dinheiro”.
O segundo setor é constituído pela indústria, comércio, empresas de
prestação de serviços, etc.
Terceiro Setor: é o setor da sociedade que agrega as instituições de
interesse público mantidas pela iniciativa privada. São regidas pelo
Direito Privado, mas não possuem fins lucrativos.
Apesar de as entidades do Terceiro Setor não possuírem fins lucrativos, é
incorreto afirmar que somente o primeiro e o segundo setores operam com
dinheiro, como se fosse possível renunciar a este instrumento. É possível
caracterizar cada setor da sociedade da seguinte forma:
a) Primeiro Setor: dinheiro público para fins públicos;
b) Segundo Setor: dinheiro privado para fins privados;
c) Terceiro Setor: dinheiro privado para fins públicos (nada impede,
todavia, que o poder público destine verbas para o Terceiro Setor, pois é
seu dever promover a solidariedade social).
A partir de agora iremos estudar as entidades privadas que compõem o
Terceiro Setor, mais precisamente as Organizações Sociais, os Serviços Sociais
Autônomos e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
denominadas de Entidades Paraestatais.
Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, as entidades
paraestatais podem ser definidas como
[...] pessoas privadas que colaboram com o Estado desempenhando atividade não
lucrativa e às quais o Poder Público dispensa especial proteção, colocando a
serviço delas manifestações de seu poder de império, como o tributário, por
exemplo; não abrangem as entidades da Administração Indireta; trata-se de
pessoas privadas que exercem função típica (embora não exclusiva do Estado),
como as de amparo aos hipossuficientes, de assistência social, de formação
profissional. Exatamente por atuarem ao lado do Estado, recebem a denominação
de entidades paraestatais; nessa expressão podem ser incluídas todas as
entidades integrantes do chamado terceiro setor, o que abrange as declaradas de
utilidade pública, as que recebem certificado de fins filantrópicos, os serviços
sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI), as organizações sociais e as organizações
da sociedade civil de interesse público.

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Atenção: no momento de responder às questões de prova, tenha muito


cuidado para não confundir as expressões “empresas estatais” com “entidades
paraestatais”.
Nos módulos anteriores, utilizei a expressão “empresas estatais” para me
referir às empresas públicas e às sociedades de economia mista, que integram a
Administração Pública Indireta. A partir de agora utilizarei a expressão
“entidades paraestatais” (que é muito parecida com a primeira) quando
precisar fazer referência às entidades privadas, sem fins lucrativos, que
colaboram com o Estado no exercício de funções típicas (embora não exclusivas),
ou seja, as Organizações Sociais, os Serviços Sociais Autônomos e as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

As entidades paraestatais não integram a Administração Pública brasileira, pois apenas


exercem atividades “paralelamente” ao Estado, em colaboração e com o auxílio deste.

4.1. Serviços Sociais Autônomos


Nas palavras do saudoso professor Hely Lopes Meirelles, Serviços Sociais
Autônomos “são todos aqueles instituídos por lei, com personalidade jurídica de
Direito Privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais
ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações
orçamentárias ou por contribuições parafiscais”.
Essas entidades ministram assistência ou ensino a determinadas
categorias ou grupos profissionais e integram o denominado “Sistema S”,
formado por várias pessoas jurídicas de Direito Privado que têm a sua
denominação iniciada com a letra “s”.
Como exemplos podemos citar o Serviço Social da Indústria – SESI (que
atua na área de assistência aos trabalhadores da indústria), o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial - SENAI (que, basicamente, ministra ensino aos
trabalhadores da indústria), o Serviço Social do Comércio – SESC (que atua
na área de assistência aos trabalhadores do comércio), o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial – SENAC (que, basicamente, ministra ensino aos
trabalhadores do comércio), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural –
SENAR (que tem o objetivo de organizar, administrar e executar em todo o

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território nacional o ensino da formação profissional rural e a promoção social


do trabalhador rural), dentre outros.
Apesar de essas pessoas jurídicas serem criadas para prestarem assistência
a certos grupos ou categorias profissionais, atualmente é muito ampla a área de
atuação dessas entidades, alcançando inclusive pessoas que não integram as
respectivas categorias profissionais.

4.1.1 Criação e extinção


Os Serviços Sociais Autônomos podem ser criados ou ter a sua criação
autorizada por lei. O SENAR, por exemplo, foi criado pela Lei 8.315/91, em
respeito ao artigo 62 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
Em contrapartida, o Decreto-Lei 9.403/46 autorizou a Confederação Nacional
da Indústria a criar o SESI, mas não foi responsável direta pela criação.
Independentemente de terem sido criadas ou autorizadas por lei, as
referidas entidades sempre serão regidas pelo Direito Privado e nunca
integrarão a Administração Pública.

No concurso público para o cargo de Analista Tributário da Receita Federal


do Brasil, realizado em 2009, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não
integram a Administração direta nem a indireta”.

4.1.2. Recursos financeiros


Os Serviços Sociais Autônomos são mantidos por contribuições
parafiscais cobradas compulsoriamente pela Receita Federal do Brasil sobre o
montante da remuneração paga aos empregados pelas pessoas jurídicas de
Direito Privado, ou a elas equiparadas, que exerçam atividades na área abrangida
pela entidade integrante do Sistema “S”.
Além disso, ainda poderão ser beneficiadas com dotações orçamentárias
do Poder Público e gerar receita através de serviços prestados a particulares.

4.1.3. Concurso público e licitação

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Os Serviços Sociais autônomos não estão obrigados a cumprir


integralmente a Lei geral de licitações (Lei 8.666/93) para contratar obras ou
adquirir bens e serviços. Segundo o Tribunal de Contas da União (Decisão de
Plenário 907/97), as referidas entidades devem apenas observar os princípios
gerais que norteiam as licitações públicas no momento de suas contratações,
definindo previamente as regras relativas aos contratos que serão celebrados.
Apesar de não estarem submetidas à Lei 8.666/93, é válido destacar que
as citadas entidades estão obrigadas a prestar contas ao Poder Público (Tribunais
de Contas), já que podem receber recursos públicos.
Além disso, destaca-se que os seus empregados são regidos pela CLT e
não existe a obrigatoriedade de realização de concurso público para a
contratação de pessoal, mas somente de um processo seletivo.
Por último, é válido destacar que os Serviços Sociais Autônomos não
gozam das prerrogativas asseguradas às entidades de Direito Público integrantes
da Administração Pública, tais como os privilégios processuais, a prescrição
quinquenal e a impenhorabilidade e imprescritibilidade de seus bens. Entretanto,
nos termos da alínea “c”, inciso VI, artigo 150, da CF/1988, poderão gozar da
imunidade tributária em relação ao pagamento de impostos sobre a sua renda,
patrimônio ou serviços prestados.

4.2. Organizações Sociais


A expressão “organização social” nada mais é que uma qualificação
concedida pelo Poder Público a uma entidade privada, sem fins lucrativos, a
exemplo das sociedades, fundações privadas e associações, a fim de que possam
receber determinados benefícios e incentivos do Poder Público (dotações
orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus objetivos, que
devem ser obrigatoriamente de interesse coletivo.
Não se trata da criação de uma nova entidade, pois é concedida apenas
uma qualificação de “organização social” a uma entidade já existente ou
recém-criada.
Nos dizeres da professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “organização social
é a qualificação jurídica dada à pessoa jurídica de Direito Privado, sem fins
lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do
Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público
de natureza social”.

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(FCC/Assessor Jurídico TJ PI/2010) O Poder Executivo poderá qualificar como


"organizações sociais" pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
para o desempenho de determinadas atividades de caráter social. Assertiva
considerada correta pela banca.

As organizações sociais surgiram com o objetivo de absorver atividades


publicizáveis mediante qualificação específica, nos termos da Lei 9.637/98 (que
dispõe sobre a qualificação de entidades privadas como organizações sociais).
Todavia, é importante esclarecer que tais entidades não integram a
Administração Pública brasileira.

No concurso público para o cargo de Procurador da Fazenda Nacional,


realizado em 2003, a ESAF considerou incorreta a seguinte assertiva: “As
entidades qualificadas como Organizações Sociais, pela União Federal, passam a
integrar, para efeitos de supervisão, a Administração Pública Descentralizada”.

O Estado continuará a fomentar as atividades publicizadas e exercerá sobre


elas um controle estratégico: demandará resultados necessários ao atingimento
dos objetivos das políticas públicas através de um contrato de gestão.
Pergunta: Professor, não entendi o significado da expressão
“publicização”, é possível explicar melhor?
É claro! Na verdade, ao analisar o texto da Lei 9.637/98, é possível perceber
que, com a qualificação de pessoas jurídicas de Direito Privado como
organizações sociais, o Estado pretende transferir a responsabilidade pela
execução de alguns serviços e atividades, não exclusivas do Estado, para o setor
privado de interesse público, através da concessão de benefícios e incentivos.
O Estado passa de executor ou prestador de serviços para regulador,
provedor ou promotor destes, principalmente dos serviços sociais. Fala-se em
publicização porque o Estado está concedendo uma série de incentivos e
benefícios inerentes ao setor público a pessoas jurídicas de direito privado para
que possam executar funções e atividades que anteriormente eram exercidas
pelo próprio Estado.

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Em outras palavras, estar-se-ia “quase” tornando pública (publicizando)


uma atividade que anteriormente já era exercida pelo particular, em virtude dos
diversos subsídios e benefícios concedidos pelo Poder Público.
No anexo I da Lei 9.637/98 é possível constatar o que acabei de afirmar.
Nesse tópico da lei está prevista a extinção do órgão público “Laboratório Nacional
de Luz Síncrotron”, integrante da estrutura do CNPq, e da “Fundação Roquette
Pinto”, anteriormente vinculada ao Ministério da Administração Federal e Reforma
do Estado, com a respectiva transferência das atividades anteriormente
exercidas.
Com a promulgação da lei, as atividades executadas pelos entes extintos
foram transferidas para pessoas jurídicas de direito privado (Organizações
Sociais), sem fins lucrativos, que continuaram a exercer as mesmas
atividades, mas em regime de direito privado e amparadas por alguns benefícios
e incentivos concedidos pelo Poder Público.
ANEXO I
(Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998)
ÓRGÃO E ENTIDADE ENTIDADE AUTORIZADA
REGISTRO CARTORIAL
EXTINTOS A SER QUALIFICADA

Primeiro Ofício de Registro de


Associação Brasileira de Títulos e Documentos da Cidade
Laboratório Nacional de Luz
Tecnologia de Luz de Campinas - SP, nº de ordem
Síncrotron
Síncrotron - ABTLus 169367, averbado na inscrição
nº 10.814, Livro A-36, Fls 01.

Registro Civil das Pessoas


Jurídicas, Av. Pres. Roosevelt,
126, Rio de Janeiro - RJ,
Associação de apontado sob o nº de ordem
Fundação Roquette Pinto Comunicação Educativa 624205 do protocolo do Livro A
Roquette Pinto - ACERP nº 54, registrado sob o nº de
ordem 161374 do Livro A nº 39
do Registro Civil das Pessoas
Jurídicas.

No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita


Federal, realizado em 2005, a ESAF elaborou questão sobre a extinção
de entidades públicas e transferência de suas atividades para a iniciativa
privada:

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(ESAF/Auditor Fiscal – Receita Federal/2005) Assinale entre o seguinte


rol de entidades de cooperação com o Poder Público, não-integrantes do
rol de entidades descentralizadas, aquela que pode resultar de extinção
de entidade integrante da Administração Pública Indireta.
a) Organização social.
b) Fundação previdenciária.
c) Organização da sociedade civil de interesse público.
d) Entidade de apoio às universidades federais.
e) Serviço social autônomo.
Gabarito: Letra “a”.

4.2.1. Requisitos necessários para a qualificação


O próprio texto legal nos informa quais são os requisitos que devem ser
cumpridos pelas pessoas jurídicas de direito privado que desejarem a qualificação
de organização social:
1º) possuir personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
e atuar nas áreas de cultura, ensino, saúde, pesquisa científica,
preservação do meio ambiente e desenvolvimento tecnológico.
2º) previsão de participação majoritária, no órgão colegiado de deliberação
superior da entidade, de representantes do Poder Público e de membros da
comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
3º) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido
em qualquer hipótese.
É necessário destacar que a concessão da qualificação como organização
social é de competência do Ministro titular da pasta relativa à área de atuação
da entidade requerente, bem como ao Ministro do Planejamento, Orçamento e
Gestão.
A decisão sobre a concessão da qualificação é de natureza discricionária,
o que justifica o número reduzido de organizações sociais atualmente existentes.
É possível citar como exemplos de organizações sociais a Associação
Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron – ABTLuS, Associação de Comunicação
Educativa Roquette Pinto – ACERP, Associação Brasileira para o Uso Sustentável
da Biodiversidade da Amazônia – BIOAMAZÔNIA, Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá – IDSM, Associação Instituto Nacional de Matemática Pura
e Aplicada – IMPA e Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – ARNP, entre
outras.

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4.2.2. Desqualificação
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no contrato de gestão. Entretanto, a desqualificação será precedida de
processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os
dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou
prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
Nos termos da Lei 9.637/98, a desqualificação importará na reversão dos
bens públicos que haviam sido cedidos em permissão de uso e dos valores
entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.

4.2.3. Incentivos concedidos pelo Poder Público


Assim que as pessoas jurídicas de direito privado são qualificadas como
organizações sociais, também são declaradas como entidades de interesse
social e utilidade pública para todos os efeitos legais. Sendo assim, poderão
receber recursos orçamentários necessários ao cumprimento do contrato de
gestão, além dos seguintes incentivos:
1º) destinação de bens públicos, mediante permissão de uso e dispensada
a licitação, para o desenvolvimento de suas atividades;
2º) dispensa de licitação para a celebração de contratos de prestação de
serviços relativos às atividades contempladas no contrato de gestão, no
âmbito da esfera de Governo onde foi obtida a qualificação;
3º)cessão especial de servidor público, com o ônus da remuneração
suportado pelo órgão de origem.

O Poder Público poderá destinar às Organizações Sociais recursos orçamentários e


bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão; a destinação dos
bens públicos dar-se-á com dispensa de licitação e mediante permissão de uso.

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4.2.4. Contrato de gestão


Conforme é possível constatar no próprio site do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, contrato de gestão é um compromisso
institucional, firmado entre o Estado, por intermédio de seus ministérios, e uma
entidade não-estatal, qualificada como Organização Social.
Seu propósito é contribuir ou reforçar o atingimento de objetivos de
políticas públicas, mediante o desenvolvimento de um programa de melhoria da
gestão, com vistas a atingir uma superior qualidade do produto ou serviço
prestado ao cidadão. Um contrato de gestão especifica metas (e respectivos
indicadores), obrigações, responsabilidades, recursos, condicionantes,
mecanismos de avaliação e penalidades.
Por parte do Poder Público contratante, o contrato de gestão é um
instrumento de implementação, supervisão e avaliação de políticas públicas, de
forma descentralizada, racionalizada e autonomizada, na medida em que vincula
recursos ao atingimento de finalidades públicas.
Por outro lado, no âmbito interno das organizações sociais contratadas, o
contrato de gestão se coloca como um instrumento de gestão estratégica, na
medida em que direciona a ação organizacional, assim como a melhoria da
gestão, aos cidadãos/clientes beneficiários de determinadas políticas públicas.
Nos termos do artigo 6º e 7º da Lei 9.637/98, o contrato de gestão deve
ser submetido, após aprovação pelo Conselho de Administração da entidade, ao
Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade
fomentada.
No momento de sua elaboração, devem ser observados os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também,
os seguintes preceitos:

1º) a especificação do programa de trabalho proposto pela organização


social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos
de execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de
avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de
qualidade e produtividade;
2º) a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e
vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e
empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.

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No âmbito do Direito Administrativo brasileiro é possível identificar dois diferentes


tipos de contrato de gestão: o primeiro, com base na Lei 9.649/98 e no art. 37, § 8º,
da CF/88, concede a uma autarquia ou fundação pública o título de agência
executiva, aumentando a autonomia dessas entidades. O segundo tipo de contrato de
gestão encontra fundamento na Lei 9.637/98, que tem por objetivo qualificar como
organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.

Enquanto a qualificação como agência executiva amplia a autonomia da


autarquia e/ou fundação pública, a qualificação de uma entidade privada como
organização social acaba restringindo a sua autonomia.
Pergunta: professor, por que a qualificação de uma entidade privada como
organização social restringe a sua autonomia?
É simples. Lembre-se de que antes de receber a qualificação a entidade
privada não gozava dos diversos incentivos concedidos pelo Poder Público,
portanto, possuía ampla autonomia de gerenciamento de pessoal, recursos
financeiros e de cumprimento dos objetivos estatutários.
Entretanto, para se qualificar como organização social, a entidade privada
deve possuir um Conselho de Administração composto de representantes do
Poder Público, de outras entidades da sociedade civil, de membros eleitos entre
os associados e de outros membros eleitos ou indicados.
Assim, fica fácil perceber que após a instituição do Conselho de
Administração, que também possui em sua formação representantes do Poder
Público, a autonomia da entidade privada acaba sendo restringida, pois se tornam
atribuições privativas do Conselho, entre outras:
a) fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;
b) aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de
investimentos;
c) designar e dispensar os membros da diretoria;
d) fixar a remuneração dos membros da diretoria;
e) aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade
por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros;

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f) fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os


demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com
o auxílio de auditoria externa.

No concurso público para o cargo de Analista Tributário da Receita


Federal, realizado em 2009, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “O contrato de gestão, quando celebrado com organizações
sociais, restringe a sua autonomia”.

4.2.5. Da execução e fiscalização do contrato de gestão


A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será
fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação
correspondente à atividade fomentada.
Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de
recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem
pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, a
Advocacia-Geral da União ou a Procuradoria da entidade para que requeiram do
juiz competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o
seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou
terceiro, que possa ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio
público.

4.3. Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP´s)


A Lei 9.790, de 23 de março de 1999, dispõe sobre a qualificação de
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), e institui e disciplina o Termo de
Parceria.
A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua as organizações da
sociedade civil de interesse público como “pessoas jurídicas de Direito Privado,
sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar
serviços sociais não exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização pelo Poder
Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria”.

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Da mesma forma que acontece nas organizações sociais, as OSCIP´s não


são uma nova espécie de entidade privada. Na verdade, o nome “OSCIP” é dado
às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que assinam um
termo de parceria com o Poder Público.
As OSCIP´s nada mais são que entidade privadas já existentes (exceto as
que estão relacionadas no artigo 2º da Lei 9.790/99) que recebem esse nome
após assinarem um termo de parceria e receberem a qualificação como tal pelo
Ministério da Justiça.
A lei 9.790/99, em seu artigo 9º, define o termo de parceria como o
instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades
qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado
à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a
execução de atividades de interesse público, tais como promoção da assistência
social; promoção do voluntariado; promoção da cultura, defesa e conservação do
patrimônio histórico e artístico; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos
direitos humanos, da democracia e de outros valores universais, entre outros.

É muito comum a banca elaborar questões perguntando o nome dado à entidade


privada que assina um termo de parceria (no caso, OSCIP) ou que assina um
contrato de gestão (no caso, Organização Social).

É válido esclarecer que, ao contrário do que ocorre em relação às


organizações sociais (em que a concessão da qualificação é ato
discricionário), caso a entidade interessada cumpra todos os requisitos
estabelecidos na lei 9.790/99, deverá ser obrigatoriamente concedida a
qualificação de OSCIP, pois a decisão sobre o pedido é de natureza vinculada.
No concurso público para o cargo de Analista de Finanças e Controle
da CGU, realizado em 2008, a ESAF considerou incorreta a seguinte
assertiva: “a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário”.
Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham
sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3
(três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias
atendam aos requisitos instituídos pela lei.

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4.3.1. Áreas de atuação das organizações da sociedade civil de


interesse público
Nos termos do artigo 3º, da lei 9.790/99, a qualificação de OSCIP, no
respectivo âmbito de atuação das organizações, somente será conferida às
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais
tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
a) assistência social;
b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico;
c) promoção gratuita da educação ou da saúde;
d) promoção da segurança alimentar e nutricional;
e) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
f) promoção do voluntariado;
g) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
h) experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
i) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
j) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da
democracia e de outros valores universais;
k) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos.
l) estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a
implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por
qualquer meio de transporte. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

4.3.2. Pessoas jurídicas que não podem ser qualificadas como


organização da sociedade civil de interesse público
Nos termos do artigo 2º da Lei 9.790/99, não podem ser qualificadas como
OSCIP as entidades abaixo, mesmo que exerçam atividades relacionadas no item
anterior:
a) as sociedades comerciais, os sindicatos, as associações de classe ou de
representação de categoria profissional;

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b) as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos,


cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
c) as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
d) as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
e) as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e
assemelhados;
f) as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
g) as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
h) as organizações sociais;
i) as cooperativas;
j) as fundações públicas;
l) as fundações, as sociedades civis ou as associações de Direito Privado
criadas por órgão público ou por fundações públicas;
m) as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação
com o Sistema Financeiro Nacional a que se refere o art. 192 da
Constituição Federal.

4.3.3. Qualificação
Nos termos do Decreto nº 3.100/99, o pedido de qualificação como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público será dirigido pela pessoa
jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que preencha os requisitos da Lei
9.790/99, ao Ministério da Justiça, por meio do preenchimento de
requerimento escrito e apresentação de cópia autenticada dos seguintes
documentos:
a) estatuto registrado em Cartório;
b) ata de eleição de sua atual diretoria;
c) balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
d) declaração de isenção do imposto de renda; e
e) inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CGC/CNPJ).
Recebido o requerimento pelo Ministério da Justiça, este terá o prazo de
trinta dias para deferir ou não o pedido de qualificação, ato que será publicado

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no Diário Oficial da União no prazo máximo de quinze dias da decisão. No caso


de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias da
decisão, o certificado da requerente como Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público.
É válido esclarecer que a pessoa jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, que tiver seu pedido de qualificação indeferido, poderá reapresentá-
lo a qualquer tempo, desde que regularizados os motivos que ensejaram o
indeferimento.

4.3.4. Desqualificação
Qualquer cidadão, vedado o anonimato e respeitadas as prerrogativas do
Ministério Público, desde que amparado por evidências de erro ou fraude, é
parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da
qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
A perda da qualificação ocorrerá mediante decisão proferida em processo
administrativo, instaurado no Ministério da Justiça, de ofício ou a pedido do
interessado, ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, nos
quais serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.

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Resumo de Véspera de Prova - RVP

1. A Administração Pública brasileira passou por três modelos básicos de


administração: a patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Todas essas
modalidades se sucederam no tempo, mas não é correto afirmar que os dois
primeiros modelos foram totalmente abandonados, pois ainda encontramos
resquícios de sua aplicação atualmente;
2. O principal objetivo do contrato de gestão é aumentar a autonomia
gerencial, orçamentária e financeira de órgãos e entidades públicos, facilitando o
alcance de suas finalidades previstas em lei;
3. Para responder às questões de prova, lembre-se de que os contratos de gestão
podem ser assinados entre a Administração Direta e Administração
Indireta; entre órgãos da própria Administração Direta; ou, ainda, entre a
Administração Direta e pessoas jurídicas de Direito Privado não
integrantes da Administração (dando origem às Organizações Sociais);
4. A expressão “agência executiva” não designa uma nova entidade integrante
da Administração Pública. Trata-se somente de uma qualificação que é concedida
pelo Poder Público às fundações públicas e autarquias que tenham celebrado um
contrato de gestão com a Administração Direta e atendam aos demais
requisitos previstos nos artigos 51 e 52 da Lei 9.649/98;
5. As principais características das agências reguladoras são: a estabilidade dos
dirigentes (somente devem ser afastados no caso de cometimento de ilícitos, ou
de outros desvios de conduta, ou se a agência não estiver cumprindo a política
pública definida nos termos da lei para o setor); autonomia de gestão;
estabelecimento de fontes próprias de recursos, se possível geradas pelo próprio
exercício da atividade regulatória (taxas pelo exercício do poder de polícia e
preços públicos específicos); a não-subordinação hierárquica a qualquer instância
de governo; a inexistência de instância revisora hierárquica de seus atos,
ressalvada a revisão judicial; a indicação dos dirigentes pautada por critérios
técnicos, sendo preferível que sua nomeação não seja ato exclusivo do Poder
Executivo, devendo envolver o Legislativo, mediante sabatina e aprovação, pela
instância parlamentar, dos nomes indicados;

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6. O ordenamento jurídico brasileiro confere às agências reguladoras o poder de


arbitrar os conflitos entre o Estado, o prestador do serviço e os cidadãos que
surgirem no respectivo setor regulado. As decisões proferidas pelas agências
reguladoras possuem caráter de definitividade na esfera administrativa, ou seja,
não são passíveis de recursos para instâncias administrativas superiores;
7. A lei pode estabelecer a possibilidade de o interessado apresentar recurso
hierárquico impróprio em face das decisões proferidas pelas agências
reguladoras, em caráter excepcional. O recurso hierárquico impróprio somente
poderá ser proposto face às decisões proferidas pelas agências reguladoras ou
demais entidades da Administração Pública Indireta, se existir a expressão
previsão legal ou constitucional;
8. Um dos elementos configuradores da autonomia administrativa das agências
reguladoras é o “mandato a prazo certo” exercido pelos seus dirigentes que,
segundo o entendimento da doutrina majoritária, trata-se de essencial e
necessário instrumento de garantia contra ingerências externas, principalmente
político-eleitorais;
9. Como estão vinculadas (e não subordinadas) ao Poder Executivo, as agências
reguladoras estão submetidas ao mesmo controle finalístico (ou supervisão
ministerial) exercido em relação às entidades da Administração Pública Indireta,
nos termos do artigo 84, II e 87, parágrafo único, da CF/88.
10. A expressão “organização social” nada mais é que uma qualificação
concedida pelo Poder Público a uma entidade privada, sem fins lucrativos, a
exemplo das sociedades, fundações privadas e associações, a fim de que possam
receber determinados benefícios e incentivos do Poder Público (dotações
orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus objetivos, que
devem ser obrigatoriamente de interesse coletivo. Não se trata da criação de
uma nova entidade, pois é concedida apenas uma qualificação de “organização
social” a uma entidade já existente ou recém-criada;
11. Cuidado ao responder às questões de prova, pois é muito comum as bancas
examinadoras elaborarem questões perguntando o nome dado à entidade que
assina um termo de parceria (OSCIP) ou ainda daquela que assina um contrato
de gestão (OS).

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QUESTÕES COMENTADAS - ESAF

01. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014)


Assinale a opção que preencha adequadamente as lacunas do texto
abaixo.
Ocorre a chamada ________________ administrativa quando o estado
desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas e
não pela sua administração direta.
Por que a ___________________ ocorre no âmbito de uma mesma
pessoa jurídica, surge relação de hierarquia, de subordinação entre os
órgãos dela resultantes.
Em nenhuma forma de _________________ há hierarquia. A
_______________________ ocorre exclusivamente dentro da estrutura
de uma mesma pessoa jurídica.
a) Desconcentração / descentralização / descentralização/
desconcentração.
b) Descentralização / descentralização / desconcentração/
descentralização.
c) Desconcentração / desconcentração / descentralização/
desconcentração.
d) Descentralização / desconcentração / desconcentração/
descentralização.
e) Descentralização / desconcentração / descentralização/
desconcentração.
Comentários
Ao responder às questões de prova, não confunda desconcentração e
descentralização. A primeira nada mais é do que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, ou seja, a criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura hierarquizada, criada com
o objetivo de tornar mais eficiente a execução das finalidades administrativas
previstas em lei. A segunda ocorre quando a União, DF, Estados ou Municípios
desempenham algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas.
A descentralização pressupõe a existência de duas pessoas jurídicas distintas: o
Estado e a entidade que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa
atribuição. Na descentralização realizada para entidades da Administração Pública
Indireta não há hierarquia entre a entidade criadora e a entidade que recebe a
execução e∕ou titularidade do serviço, mas apenas relação de vinculação.
Gabarito: Letra e.

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02. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014) Acerca


dos Órgãos Públicos, assinale a opção correta.
a) A teoria da representação é a tese atualmente adotada pela doutrina
brasileira para legitimar a atuação do agente público em nome da pessoa
jurídica administrativa.
b) Órgão pode integrar a estrutura de uma pessoa jurídica da
Administração Indireta.
c) Órgão público possui personalidade jurídica.
d) A criação de um órgão público exemplifica a prática de
descentralização administrativa.
e) Não há possibilidade de hierarquia entre órgãos públicos.

Comentários
a) Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, destaca-se que a teoria do órgão
atualmente é adotada pela doutrina brasileira para legitimar a atuação do agente
público em nome da pessoa jurídica administrativa. Em síntese, a teoria do
órgão afirma que o Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos
públicos, que são titularizados por agentes públicos. Os atos praticados pelos
órgãos são imputados à pessoa jurídica a cuja estrutura estão integrados, o
que se convencionou denominar de imputação volitiva. Assertiva incorreta.
b) Os órgãos administrativos podem integrar tanto a estrutura de pessoa jurídica
da Administração Direta quanto da Administração Indireta. Assertiva correta.
c) Uma das principais características dos órgãos públicos é o fato de não
possuírem personalidade jurídica, pois representam simples repartição de
atribuições administrativas no âmbito de uma pessoa jurídica. Assertiva
incorreta.
d) A criação de órgãos públicos é consequência da técnica da desconcentração
administrativa. A descentralização administrativa, em regra, enseja a criação de
entidades com personalidade jurídica própria no âmbito da Administração Pública
Indireta. Assertiva incorreta.
e) Os órgãos públicos se organizam e se estruturam mediante relações de
hierárquica administrativa. A ESAF, por exemplo, é órgão público integrante da
estrutura hierárquica do Ministério da Fazenda. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra b.

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03. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014)


Suponha que o Ministério do Turismo esteja planejando o
estabelecimento de uma sociedade de economia mista, com a finalidade
de administrar hotéis ao redor do Brasil. Discussões internas no âmbito
ministerial foram travadas, com a finalidade de avaliar questões
específicas daquele tipo de entidade da Administração Indireta. Logo
abaixo, são trazidas algumas das conclusões derivadas desses debates,
de sorte que deve ser assinalada a opção correta, no tocante às
características da sociedade de economia mista.
a) A sua criação é efeito direto da lei, tornando-se desnecessário ato
posterior.
b) A sociedade de economia mista, por ser entidade federal, possuiria
personalidade jurídica de direito público.
c) A sociedade de economia mista não poderia ser sociedade anônima.
d) Os trabalhadores da sociedade de economia mista seriam contratados
pelo regime estatutário.
e) A sociedade de economia mista estaria sujeita à fiscalização do
Tribunal de Contas.

Comentários
a) As empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas),
nos termos da CF, art. 37, XIX, são criadas mediante autorização legal. Não é
a lei que lhes concede personalidade jurídica própria, mas sim o registro de seus
atos constitutivos no órgão competente (Junta Comercial, por exemplo).
Assertiva incorreta.
b) As empresas públicas e sociedades de economia mista são constituídas com
personalidade jurídica de direito privado, independentemente da esfera
responsável pela criação (federal, estadual ou municipal). Assertiva incorreta.
c) As sociedades de economia mista somente podem ser instituídas como
sociedades anônimas, nos termos da Lei 6.404∕1976. Assertiva incorreta.
d) A CF∕1988, em seu art. 173, § 1º, II, dispõe que as empresas estatais estão
sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Portanto, seus
trabalhadores serão regidos pelas normas da CLT e não de estatuto jurídico
próprio. Assertiva incorreta.
e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da
administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não
obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista. Assertiva
correta.

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Gabarito: Letra e.

04. (Auditor Fiscal do Trabalho/MTE 2010/ESAF) Tendo por base a


organização administrativa brasileira, classifique as descrições abaixo
como sendo fenômenos: (1) de descentralização; ou (2) de
desconcentração. Após, assinale a opção correta.
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística, geologia e
cartografia de âmbito nacional;
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento
industrial e no setor de serviços;
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de
manutenção e conservação de estradas;
( ) Criação de novo território federal.
a) 2 / 1 / 2 / 1
b) 1/ 2 / 2 / 1
c) 2/ 2 / 1 / 1
d) 1/ 2 / 1 / 1
e) 1/ 2 / 1 / 2

Comentários
Ao responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a
desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, através
da criação de órgãos administrativos desprovidos de personalidade jurídica e
responsáveis pelo exercício de competências específicas. Assim, quando a União
decide criar os seus vários Ministérios, está desconcentrando as suas
atividades, isto é, distribuindo as suas atribuições entre vários órgãos que estão
organizados em uma estrutura hierárquica, na qual o Presidente da República é
a autoridade máxima. Independentemente da quantidade de órgãos públicos
criados (Ministérios, Secretarias, Superintendências, Diretorias etc.), deve ficar
claro que todos eles integram a estrutura de uma única pessoa jurídica, no
caso, a União.
Por outro lado, a descentralização caracteriza-se como a distribuição de
competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Neste caso, teremos
a figura de duas pessoas distintas: uma que transfere a competência e a outra
que a recebe. Ao criar o IBAMA (autarquia integrante da Administração Indireta),

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por exemplo, a União transferiu para outra pessoa jurídica a competência para
o exercício do poder de polícia administrativa na área ambiental.
Em resumo, você deve ficar atento ao seguinte: se foram distribuídas
competências dentro do âmbito de uma mesma pessoa jurídica, através da
criação de órgãos públicos, ocorrerá adesconcentração. Todavia, se as
competências foram distribuídas para outra pessoa física oujurídica,
integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias, empresas públicas,
fundações públicas ou sociedades de economia mista) ou mesmo da iniciativa
privada (concessionários ou permissionários de serviços públicos), ocorrerá
adescentralização.
Utilizando as informações apresentadas, analisemos então os itens
relacionados na questão:
1º) O IBGE, fundação pública de direito público, foi criado pela União com
o objetivo prestar serviços oficiais de estatística, geologia e cartografia de âmbito
nacional. Como possui personalidade jurídica própria (integra a Administração
Pública Indireta), o IBGE é exemplo de uma descentralização administrativa
ocorrida na esfera federal.
2º) A criação de uma nova Delegacia Regional do Trabalho (que nada mais
é do que um órgão administrativo) ocorre no âmbito do próprio Ministério do
Trabalho, que é um órgão integrante da estrutura da União. Desse modo,
estamos diante de uma desconcentração administrativa.
3º) A lei 8.987/95, em seu art. 2º, inc. II, define a concessão de serviço
público como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por
sua conta e risco e por prazo determinado”.
Perceba que o próprio conceito legal cita a existência de outra pessoa
jurídica que irá prestar o serviço público delegado mediante licitação, portanto,
tem-se uma hipótese de descentralização administrativa.
4º) Apesar de atualmente não existirem Territórios Federais na estrutura
administrativa brasileira, reza o § 2º do art. 18 da CF/1988 que “os Territórios
Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar”.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que os Territórios
Federais “não integram a federação, mas têm personalidade jurídica de
direito público, são geograficamente delimitados e possuem capacidade
genérica, que abrange serviços de segurança, saúde, justiça etc” .

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Bem, se os Territórios Federais possuem personalidade jurídica própria, é


possível afirmar que são fruto da descentralização administrativa.
GABARITO: LETRA D.

05. (Analista de Planejamento/SEFAZ SP 2009/ESAF) Acerca da


organização administrativa do Estado de São Paulo, assinale a opção
correta.
a) A criação de uma empresa pública é feita diretamente por autorização
do Secretário de Estado da respectiva pasta à qual está vinculada,
seguida da aprovação, pelo Governador do Estado.
b) As sociedades de economia mista, por se tratarem de pessoas
jurídicas com personalidade jurídica de direito privado, quando
publicarem programas, obras ou serviços de suas atividades, não estão
vinculadas à vedação de não inserirem nomes, símbolos e imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades.
c) As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão
vinculadas aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, interesse público e
eficiência.
d) A empresa pública pode criar subsidiária diretamente por ordem de
seu Presidente, com a subsequente aquiescência do Governador do
Estado.
e) É obrigatória a eleição pelos servidores e empregados públicos de um
Diretor-Representante e de um Conselho de Representantes nas
autarquias, assim como nas sociedades de economia mista e fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

Comentários
a) Seja na esfera federal, estadual ou municipal, a criação de empresas
públicas está normatizada no inc. XIX, art. 37, da CF/1988, que é claro ao afirmar
que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Desse modo, está incorreta a assertiva ao afirmar que a criação de empresa
pública é feita diretamente por autorização do Secretario de Estado da respectiva
pasta à qual está vinculada.

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b) A proibição de que constem nomes, símbolos ou imagens que


caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos na
publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos alcançatodos os órgãos e entidades integrantes da Administração
Pública brasileira, inclusive as sociedades de economia mista. Assertiva
incorreta.
c) Apesar de serem constituídas sob o regime de direito privado, as
empresas públicas e sociedades de economia mista também estão obrigadas a
observar todos os princípios que regem a atividade administrativa, já que fazem
parte da Administração Pública Indireta. Assertiva incorreta.
d) Nos termos do art. 37, inc. XX, da CF/1988, a criação de subsidiárias
das empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada, depende de autorização
legislativa, em cada caso.
Todavia, é importante destacar que no julgamento da ADI 1649/DF,
realizado em 24/03/2004, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a autorização
legislativa específica para a criação de empresas subsidiárias é dispensável nos
casos em que a lei que autorizou a criação da sociedade de economia mista ou
empresa pública matriz também tiver autorizado, previamente, a eventual
criação de subsidiárias.
De qualquer forma, o texto da assertiva deve ser considerado incorreto,
pois afirmou que uma empresa pública pode criar subsidiárias por “ordem” de
seu presidente, o que contraria todo o ordenamento jurídico vigente.
e) Se você não encontrou a resposta desta questão no texto da Constituição
Federal, fique tranqüilo, pois a assertiva refere-se à organização administrativa
do Estado de São Paulo.
Na Constituição do Estado de São Paulo, mais precisamente em seu art.
115, inc. XXIII, consta expressamente “a obrigatoriedade de um Diretor
Representante e de um Conselho de Representantes, eleitos pelos servidores e
empregados públicos, nas autarquias, sociedades de economia mista e fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, cabendo à lei definir os limites de sua
competência e atuação”. Assertiva correta.
GABARITO: LETRA E.

06. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF) Sobre as


Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, julgue as
assertivas a seguir:

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I. a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário.


II. as entidades de beneficio mútuo destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios são passíveis de
qualificação como OSCIP prevista na lei.
III. a promoção da segurança alimentar e nutricional é uma das
finalidades exigidas para a qualificação como OSCIP, instituída pela lei.
IV. as organizações sociais são passíveis de qualificação como OSCIP.
V. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado
criadas por órgão público ou por fundações públicas não poderão ser
qualificadas como OSCIP.
Assinale a opção correta.
a) I, II e III são verdadeiras e IV e V são falsas.
b) II e III são falsas e I, IV e V são verdadeiras.
c) I e III são verdadeiras e II, IV e V são falsas.
d) I, III e V são verdadeiras e II e IV são falsas.
e) I, II e IV são falsas e III e V são verdadeiras.

Comentários
Item I – A outorga da qualificação como OSCIP às pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, que atenderem aos requisitos previstos na
Lei 9.790/99, é ato administrativo vinculado, o que torna a assertiva incorreta.
Item II – O art. 2º da Lei 9.790/99 apresenta um rol de entidades que
não podem ser qualificadas como OSCIP, e, dentre elas, estão as entidades de
benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito
de associados ou sócios. Assertiva incorreta.
Item III – A promoção da segurança alimentar e nutricional, observado o
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação da
entidade, realmente é uma das finalidades que podem ensejar a certificação como
OSCIP, o que torna a assertiva correta.
Item IV - O art. 2º da Lei 9.790/99 apresenta um rol de entidades que
não podem ser qualificadas como OSCIP, e, dentre elas, estão as organizações
sociais. Assertiva incorreta.
Item V – A assertiva está correta, pois essa proibição consta
expressamente no art. 2º da Lei 9.790/99.
GABARITO: LETRA E.

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07. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Sobre as Agências


Reguladoras, é correto afirmar que integram a:
a) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.
b) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia
em regime especial.
c) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.
d) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia
em regime especial.
e) Administração Indireta e, embora esse tenha sido o lugar-comum até
hoje, não são obrigadas a adotar a forma de autarquia, muito menos em
regime especial.
Comentários
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “agência reguladora,
em sentido amplo, seria, no direito brasileiro, qualquer órgão da Administração
Direta ou entidade da Administração Indireta com função de regular a matéria
específica que lhe está afeta. Se for entidade da Administração indireta, ela está
sujeita ao princípio da especialidade, significando que cada qual exerce e é
especializada na matéria que lhe foi atribuída por lei”.
Analisando-se a afirmação da citada professora, conclui-se que não existe
a obrigatoriedade de que as agências reguladoras sejam constituídas sob a forma
de autarquias em regime especial, podendo também assumir a forma de órgão
público. Todavia, como no Direito brasileiro, até o presente momento, todas as
agências reguladoras foram instituídas sob a forma de autarquias em regime
especial, integram a Administração Pública indireta e gozam de todas as
prerrogativas que são asseguradas aos entes políticos (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal).
GABARITO: LETRA E.

08. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) "No setor de atividades


exclusivas de Estado, deverão ser introduzidas as Agências como novo
modelo institucional, na forma de Agências Executivas e Agências
Reguladoras, que revitalizarão as autarquias e fundações, resgatando a
sua autonomia administrativa e assimilando novos instrumentos e
mecanismos de gestão voltados para a assimilação em profundidade da
administração gerencial, por meio da introdução da avaliação de
desempenho, do controle por resultados, da focalização da satisfação do
usuário e do controle de custos."

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(In: BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma


do Estado. Os avanços da reforma na administração pública:
1995-1998. Brasília: MARE, 1998. 127 p. - Cadernos MARE da
reforma do estado; Caderno 15, p. 18.19 ).

Quanto às características das agências reguladoras federais no


ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
a) Como integrantes da administração pública federal direta, as agências
reguladoras surgiram no Brasil com a finalidade primeira de regular e
controlar os serviços públicos que passaram a ser prestados pela
iniciativa privada na década de 1990.
b) Sem uma legislação que discipline as características gerais das
agências reguladoras brasileiras, as leis especiais que instituíram cada
uma delas acabaram por conferi-las as mais diversas naturezas:
empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e
fundações.
c) Entre as garantias asseguradas a fim de conceder às agências
reguladoras maior autonomia e independência, estão, em regra, a
formação de quadro próprio de servidores, receitas próprias e dirigentes
escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, aprovados pelo Senado
Federal e com mandato fixo.
d) A independência decisória conferida às agências reguladoras no Brasil
trouxe o conceito de jurisdição administrativa ao ordenamento jurídico
brasileiro, de maneira que, em seu âmbito de atuação, essas instituições
possuem competência para dirimir conflitos de interesses que envolvam
a administração pública, com força de coisa julgada.
e) Enquanto entidades da administração pública federal indireta, as
relações de trabalho das agências reguladoras são regidas pela
Consolidação das Leis de Trabalho - CLT, em regime de emprego público.

Comentários
a) Apesar de não existir uma disciplina legal determinando a natureza
jurídica das agências reguladoras, constata-se que no Direito brasileiro todas elas
estão sendo criadas sob a forma de autarquias de regime especial, pelo menos
no âmbito federal. Sendo assim, integrarão a Administração Pública indireta e
serão regidas pelo direito público, usufruindo de todos as prerrogativas
outorgadas pelo regime jurídico-administrativo.
Perceba que o texto da assertiva afirmou que as agências reguladoras
integram a Administração Pública federal direta, portanto, deve ser considerado
incorreto.

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b) A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “embora não haja
disciplina legal única, a instituição dessas agências vem obedecendo mais ou
menos ao mesmo padrão, o que não impede que outros modelos sejam
idealizados posteriormente”.
É importante destacar, mais uma vez, que todas as agências reguladoras
federais foram instituídas sob a forma de autarquias de regime especial,
apesar de não existir essa obrigatoriedade. Assertiva incorreta.
c) Para controlar eficientemente a prestação dos serviços públicos e o
exercício de atividades econômicas que foram delegados para a iniciativa privada,
as agências reguladoras precisam possuir garantias que lhes assegurem uma
maior autonomia e independência no exercício de suas atividades.
Tais garantias, em regra, estão previstas diretamente nas respectivas leis
instituidoras e tem por objetivo evitar que essas entidades sofram ingerências
políticas externas daqueles que estão insatisfeitos com as conseqüências políticas
das decisões técnicas implementadas administrativamente. Dentre essas
garantias realmente é possível citar a formação de quadro próprio de servidores;
receitas próprias; dirigentes escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, aprovados
pelo Senado Federal e com mandato fixo; o caráter final das suas decisões, que
não são passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da Administração
Pública etc. Assertiva correta.
d) No Direito Administrativo brasileiro, adotou-se o sistema de jurisdição
única, também chamado de sistema administrativo inglês. Isso significa que
somente ao Poder Judiciário é assegurada a prerrogativa de decidir conflitos de
interesses com força de coisa julgada, isto é, sem a possibilidade de propositura
de recursos, mesmo sobre temas relacionados diretamente com o interesse da
Administração.
É importante esclarecer que as agências reguladoras realmente possuem a
prerrogativa de decidir, em última instância administrativa, os conflitos de
interesses afetos a sua área de atuação. Entretanto, todas as decisões
administrativas poderão ter a sua legalidade analisada posteriormente pelo Poder
Judiciário, caso necessário. Assertiva incorreta.
e) A Lei 9.986, publicada em 18 de julho de 2000, determinava que os
integrantes dos quadros das agências reguladoras fossem regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Todavia, no julgamento da ADI nº
2.310/DF, em 19/12/2000, o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a
obrigatoriedade de adoção do regime celetista sob o fundamento de que os
servidores das agências reguladoras deveriam ser providos em cargos públicos
de provimento efetivo, já que exerciam funções de fiscalização, que são
consideradas típicas de Estado. Assertiva incorreta.

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GABARITO: LETRA C.

09. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Dado o seu caráter


regulador, é correto afirmar que os seguintes aspectos inerentes à
atividade da Agência Nacional de Águas estarão sujeitos à atuação do
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, exceto:
a) o conteúdo das decisões regulatórias emitidas.
b) os atos referentes a pessoal e sua remuneração.
c) os dispêndios, licitações e contratações produzidos.
d) os processos em que houver dispensa ou inexigibilidade de licitação.
e) os sistemas administrativos e operacionais de controle interno
administrativo utilizados na gestão orçamentária, financeira,
patrimonial, operacional e de pessoal.

Comentários
O professor Lucas Rocha Furtado afirma que “se o controle sobre
determinado ato é feito pela mesma unidade administrativa ou pelo mesmo poder
que praticou o ato, ter-se-á o controle interno. O controle externo, por sua vez,
é feito por poder ou unidade administrativa (órgão ou entidade) distintos daquele
de onde o ato ou atividade foram emanados. Se o Poder Legislativo ou o Poder
Judiciário são chamados a atuar em relação a determinada atividade ou a certo
ato praticado no âmbito do Poder Executivo, ter-se-á hipótese de controle
externo”.
Analisando-se as alternativas apresentadas, constata-se que somente na
letra “a” foi relacionada uma atividade finalística da Agência Nacional de
Águas, que tem por objeto a regulação dos recursos hídricos nacionais. Todas as
demais alternativas apresentam atividades-meio, que, portanto, estão
submetidas ao sistema de controle interno do Poder Executivo.
GABARITO: LETRA A.

10. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Quanto às características


da administração pública federal brasileira e sua forma de organização,
analise os itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e
com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.
( ) Os órgãos são compartimentos internos da pessoa pública que
compõem sua criação bem como sua extinção são disciplinas reservadas
à lei.

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( ) A realização das atividades administrativas do Estado, de forma


desconcentrada, caracteriza a criação de pessoas jurídicas distintas,
componentes da administração pública indireta.
( ) As entidades da administração pública indireta do Poder Executivo,
apesar de não submetidas hierarquicamente ao Ministério a que se
vinculam, sujeitam-se à sua supervisão ministerial.
( ) O Poder Judiciário e o Poder Legislativo constituem pessoas jurídicas
distintas do Poder Executivo e, por isso, integram a administração
pública indireta.
a) V, F, V, F
b) V, F, F, V
c) F, V, V, F
d) F, V, F, V
e) V, V, F, V
Comentários
1º Item – O professor Hely Lopes Meirelles conceitua órgãos públicos
como “centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a
que pertencem”.
Ao responder às questões de prova, lembre-se sempre de que os órgãos
públicos não possuem personalidade jurídica, portanto, são compartimentos
internos da pessoa pública, organizados administrativamente em estruturas
hierárquicas. Ademais, somente podem ser criados ou extintos através de lei,
conforme é possível constatar no art. 84, VI, “a”, da CF/1988. Assertiva correta.
2º Item – A descentralização administrativa nada mais é do que a
transferência de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica.
Neste caso, sempre teremos a figura de duas pessoas distintas: uma que
transfere determinada atribuição ou competência e a outra que a recebe.
Desse modo, sempre que a questão estiver se referindo à criação de uma
nova entidade para a realização de atividades administrativas, seja ela integrante
da Administração Pública indireta ou da iniciativa privada, estaremos diante da
descentralização e não da desconcentração. Assertiva incorreta.
3º Item – As entidades integrantes da Administração Indireta (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) não
estão submetidas ao controle hierárquico dos entes políticos da Administração
Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), mas somente a um
controle finalístico (também chamado de supervisão ministerial) que tem

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por objetivo garantir o respeito às finalidades definidas nas respectivas leis


instituidoras. Assertiva correta.
4º Item – Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são órgãos
públicos independentes, previstos expressamente no texto constitucional e
sem subordinação hierárquica a qualquer outro. Integram a estrutura jurídica do
ente político responsável pela respectiva criação, isto é, União, Estado, Município
ou Distrito Federal, conforme o caso.
O texto da assertiva está incorreto, pois, além de afirmar erroneamente
que tais poderes constituem pessoas jurídicas distintas, ainda afirmou que
integram a Administração Pública Indireta, quando, na realidade, fazem parte da
Administração Pública Direta.

GABARITO: LETRA A.
11. (Analista de Finanças e Controle/STN 2008/ESAF) O Banco do Brasil
e a Caixa Econômica Federal são, respectivamente, sociedade de
economia mista e empresa pública, cujos capitais votantes majoritários
pertencem à União. Quanto a estas espécies de instituições, analise os
itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se
for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.
( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas
públicas decorre de um processo de descentralização do Estado que
passa a exercer certas atividades por intermédio de outras entidades.
( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito
privado, as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão
submetidas hierarquicamente à pessoa política da federação que as
tenha criado.
( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia
mista e empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa,
em cada caso, para a criação de suas subsidiárias.
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários.
( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública
e devem observar procedimento licitatório.

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a) V, V, F, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, F, V
d) F, V, V, F, F
e) V, F, F, V, F
Comentários
1º Item – As empresas públicas e sociedades de economia mista possuem
personalidade jurídica própria, distinta do ente político responsável pela
criação. Dessa forma, se passam a exercer certas atividades administrativas
delegadas pelo Estado, ocorrerá o fenômeno da descentralização. Assertiva
correta.
2º Item – Não é correto afirmar que as empresas públicas e sociedades de
economia mista estão submetidas hierarquicamente à pessoa política da
federação que as tenha criado. Isso porque não existe hierarquia entre as
entidades da Administração Direta e Indireta.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, por exemplo, não estão
subordinados ao Ministério da Fazenda (União), mas apenas submetidos a uma
supervisão ministerial, que tem por objetivo garantir que tais instituições
financeiras cumpram as suas finalidades legais.
3º Item – O art. 37, XIX, da CF/1988 é expresso ao afirmar que “somente
por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizadaa instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Sendo assim, está claro que as empresas públicas e sociedades de
economia mista não são criadas por lei, apenas tem a criação autorizada
legalmente. Assertiva incorreta.
4º Item – Esse é o teor do art. 173, § 1º, II, da CF/1988, portanto, deve
ser considerada correta a assertiva.
5º Item – O art. 173, §1º, da CF/1988, dispõe que a lei deverá criar um
estatuto licitatório próprio para as empresas estatais exploradoras de atividade
econômica. Todavia, enquanto o referido estatuto não for criado, aplicam-se a
essas entidades as regras da lei geral de licitações (Lei 8.666/93), da mesma
forma que também são obrigadas a respeitar os princípios insculpidos no caput,
do art. 37, da CF/1988. Assertiva correta.

GABARITO: LETRA B.

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12. (Processo Seletivo Simplificado/União 2008/ESAF) Quanto ao


regime jurídico-administrativo brasileiro, pode-se afirmar corretamente:
a) o regime próprio da Administração Pública no Brasil aplica-se tão
somente à atuação do Poder Executivo e de sua administração indireta
nas esferas federal, estadual, municipal e do Distrito Federal.
b) a fim de promover maior especialização na atividade administrativa,
o Estado pode criar pessoas jurídicas de direito público a quem transfere
o exercício de atividades que lhes são pertinentes, fenômeno esse
denominado desconcentração.
c) a administração pública indireta decorre de um processo de
descentralização administrativa e está representada atualmente, entre
outros, nas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia
mista e organizações sociais.
d) os órgãos públicos constituem partições internas da pessoa jurídica
que integram e, se investidos de poder jurídico, ainda que só aparente,
possuem o poder de manifestação da vontade do próprio Estado, assim
o defende a teoria do órgão.
e) as entidades da administração pública indireta poderão criar
subsidiárias mediante autorização legislativa, em cada caso, sendo-lhes
vedada, contudo, a participação em empresas privadas.
Comentários
a) Em regra, a Administração Pública brasileira está submetida ao regime
jurídico-administrativo (de direito público) no exercício de suas atividades
administrativas.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que tal regime abrange
“o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo,
colocando a Administração Pública numa situação privilegiada, vertical, na
relação jurídico-administrativa. Basicamente, pode-se dizer que o regime
administrativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições”.
Ao responder às questões da ESAF, lembre-se sempre de que o regime
jurídico-administrativo alcança todos os órgãos e entidades da Administração,
em todos os poderes, que estejam atuando no exercício da função
administrativa, alguns com mais, outros com menos ênfase. Assertiva incorreta.
b) A desconcentração administrativa está diretamente relacionada à
criação de órgãos públicos, que são centros de competência desprovidos de
personalidade jurídica. Se o Estado transferiu a outra pessoa jurídica de direito

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público o exercício de atividades que lhes são pertinentes, ocorreu o fenômeno


da descentralização e não desconcentração. Assertiva incorreta.
c) A Administração Pública Indireta realmente é conseqüência de um
processo de descentralização administrativa. Entretanto, compõem-se apenas
das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas e consórcios públicos de direito público.
As organizações sociais (pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos) são consideradas entidades paraestatais, pois, apesar de não
integrarem os quadros da Administração, colaboram com esta no exercício de
atividades de interesse social. Assertiva incorreta.
d) A Teoria do Órgão, criada pelo jurista alemão Otto Gierke, afirma que o
Estado, por se tratar de um ente fictício, atua através de seus órgãos, centros de
competências administrativas ocupados por agentes públicos, que são
responsáveis por manifestar a vontade estatal. Assertiva correta.
e) Além da possibilidade de criação de subsidiárias, as entidades da
Administração Pública Indireta também poderão participar do capital de empresas
privadas, nos termos do art. 37, XIX, da CF/1988. Assertiva incorreta.
GABARITO: LETRA D.

13. (Analista de Tecnologia/SEFAZ-CE 2007/ESAF) Assinale a opção que


contenha a correlação correta. (1) Personalidade jurídica de direito
privado (2) Personalidade jurídica de direito público
( ) Autarquias
( ) União
( ) Empresas públicas
( ) Sociedades de economia mista
( ) Organizações sociais
a) 1/1/2/2/2
b) 2/1/2/1/2
c) 2/2/1/1/1
d) 1/2/1/2/1
e) 1/1/1/2/2

Comentários

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Dentre as entidades relacionadas na questão, somente a União e as


autarquias possuem personalidade jurídica de direito público. Todas as demais
possuem personalidade jurídica de direito privado.
É importante destacar que as organizações sociais não integram a
Administração Pública brasileira, apenas colaboram com o Estado na execução
de atividades de interesse social.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que a organização social
“é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do
Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público
de natureza social. Nenhuma entidade nasce com o nome de organização social;
a entidade é criada como associação ou fundação e, habilitando-se perante o
poder público, recebe a qualificação; trata-se de título jurídico outorgado e
cancelado pelo poder público”.
GABARITO: LETRA C.

14. (Auditor Fiscal/SEFAZ-CE 2007/ESAF) Assinale a opção que


contemple o ponto de distinção entre a empresa pública e a sociedade de
economia mista.
a) Natureza jurídica.
b) Atuação na ordem econômica.
c) Regime do pessoal.
d) Natureza do patrimônio.
e) Formação do capital social.

Comentários
Para responder às questões elaboradas pela ESAF, fique atento às três
principais distinções existentes entre as empresas públicas e sociedades de
economia mista:
1ª) Foro judicial - nos termos do inciso I, art. 109, da CF/1988, as causas
em que a empresa pública federal for interessada na condição de autora, ré,
assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na justiça federal
comum. Entretanto, as sociedades de economia mista federais não gozam
dessa prerrogativa, possuindo foro judicial na justiça comum estadual.

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A Súmula n° 517 do Supremo Tribunal Federal prevê que “as sociedades


de economia mista só têm foro na Justiça Federal quando a União intervém, como
assistente ou opoente”.
2ª) Forma jurídica - as sociedades de economia mista somente
podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas
federais, estaduais, municipais ou distritais. Por outro lado, as empresas
públicas podem ser constituídas sob qualquer forma jurídica prevista em lei
(sociedade anônima, sociedade limitada ou sociedade em comandita por ações).
Na esfera federal, as empresas públicas ainda podem ser constituídas sob
uma forma jurídica inédita, que ainda não existia e foi criada apenas para aquela
determinada empresa pública. Isso se deve ao fato de que compete à União
legislar sobre direito comercial, nos termos do inciso I do artigo 22 da
Constituição Federal de 1988.
3ª) Capital Social - as empresas públicas são constituídas por capital
exclusivamente estatal (público). O capital deve pertencer integralmente a
entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
ou Indireta (outras empresas públicas, autarquias, fundações públicas e
sociedades de economia mista), sendo vedada a participação de particulares
na integralização do capital.
Para que uma empresa pública seja considerada federal, é necessário que
a maioria do capital votante esteja sob o domínio da União. Nesses termos,
podemos considerar como federal uma empresa pública em que 60% do capital
votante pertença à União (mais da metade), 20% a um Estado, 10% a uma
sociedade de economia mista e 10% a um Município.
Por outro lado, as sociedades de economia mista são instituídas
mediante a integralização de capital proveniente do Poder Público e, ainda, de
particulares. É o denominado “capital misto”. O inc. III, art. 5º, do Decreto-Lei
200/67, estabelece que para ser configurada como federal, a maioria das ações
com direito a voto da sociedade de economia mista deve pertencer à União.
GABARITO: LETRA E.

15. (ESAF∕Técnico Administrativo – DNIT∕2013) A respeito das agências


reguladoras e das agências executivas, analise as assertivas abaixo,
classificando-as como Verdadeiras (V) ou Falsas (F). Ao final, assinale a
opção que contenha a sequência correta.
( ) A agência executiva é uma nova espécie de entidade integrante da
Administração Pública Indireta.

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( ) O grau de autonomia da agência reguladora depende dos


instrumentos específicos que a respectiva lei instituidora estabeleça.
( ) Ao contrário das agências reguladoras, as agências executivas não
têm área específica de atuação.
( ) As agências executivas podem ser autarquias ou fundações públicas.
a) V, F, V, V
b) F, V, V, V
c) F, F, V, V
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V
Comentários
Item I – A expressão “agência executiva” designa apenas um título
concedido afundação pública ou autarquia que formaliza contrato de gestão
perante o Ministério responsável pela fiscalização da sua área de atuação. Assim,
não represente nova entidade da Administração Pública Indireta. Assertiva
incorreta.
Item II – A lei responsável pela criação da agência reguladora é que
estabelecerá as respectivas prerrogativas que lhe serão outorgadas,
influenciando diretamente em seu grau de autonomia frente ao ente estatal
instituidor. Assertiva correta.
Item III – As agências executivas realmente não possuem área específica
de atuação, pois exercem atividades típicas de Estado (no caso de qualificação
de autarquias) ou assistenciais de interesse coletivo (no caso das fundações
públicas qualificadas). Assertiva correta.
Item IV – O Decreto Federal nº 2.487∕1998, em seu art. 1º, dispõe que
“as autarquias e as fundações integrantes da Administração Pública Federal
poderão, observadas as diretrizes do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado, ser qualificadas como Agências Executivas”. Assertiva correta.
Gabarito: Letra b.

16. (ESAF∕Analista Administrativo – DNIT∕2013) A respeito do terceiro


setor, analise as afirmativas abaixo, classificando-as como verdadeiras
ou falsas. Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
( ) Integram o terceiro setor as pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, que exercem atividades de interesse público, não
exclusivas de Estado, recebendo fomento do Poder Público.

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( ) As entidades do terceiro setor integram a Administração Pública em


sentido formal.
( ) O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio Estado
e com o segundo setor, que é o mercado.
( ) Integram o terceiro setor as organizações sociais de interesse público
e as organizações sociais.
a) V, V, F, V
b) V, F, V, V
c) F, F, V, V
d) V, F, F, V
e) V, V, V, F
Comentários
Item I – O terceiro setor é constituído pelas entidades paraestatais,
que, na definição de Celso Antônio Bandeira de Mello (muito cobrada em
concursos públicos), são “pessoas privadas que colaboram com o Estado
desempenhando atividade não lucrativa e às quais o Poder Público dispensa
especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder de
império, como o tributário, por exemplo; não abrangem as entidades da
Administração Indireta; trata-se de pessoas privadas que exercem função típica
(embora não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipossuficientes, de
assistência social, de formação profissional. Exatamente por atuarem ao lado do
Estado, recebem a denominação de entidades paraestatais; nessa expressão
podem ser incluídas todas as entidades integrantes do chamado terceiro setor, o
que abrange as declaradas de utilidade pública, as que recebem certificado de
fins filantrópicos, os serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI), as
organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público”.
Assertiva correta.
Item II – As entidades do terceiro setor não integram a Administração
Pública brasileira, pois apenas colaboram com o Poder Público em atividades
assistenciais sem fins lucrativos. Assertiva incorreta.
Item III - A estruturação de uma sociedade organizada comporta três
âmbitos ou setores de atuação simultânea, que podem assim ser definidos:
1) Primeiro Setor, constituído pelos órgãos e entidades públicos incumbidos
de organizar as políticas e diretrizes do Estado (governo) e os respectivos
instrumentos para a sua execução (órgãos e entidades administrativas); 2)
Segundo Setor, que agrega as instituições de interesse privado, mantidas
pela própria iniciativa privada, e que existem para servir diretamente ao setor
privado, vislumbrando “lucro” (indústrias, comércio, empresas de prestação de
serviços etc.); e Terceiro Setor, que agrega as instituições de interesse

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público mantidas pela iniciativa privada (mas não possuem fins lucrativos).
Assertiva correta.
Item IV – O terceiro setor, segundo dispõe a doutrina majoritária, é
composto pelas Organizações Sociais, Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIP´s, Serviços Sociais Autônomos (entidades do sistema
“S”, a exemplo do SESC e SESI) e Fundações de Apoio às instituições de ensino
superior. Assertiva correta.
Gabarito: Letra b.

17. (ESAF∕Analista de Finanças e Controle – CGU∕2012) São cláusulas


obrigatórias no Protoloco de Intenções, exceto:
a) Indicação do concedente responsável pelo protocolo.
b) Montante dos recursos que cada órgão ou entidade irá repassar.
c) A duração do ajuste.
d) Descrição detalhada do objeto, indicando os programas por ele
abrangidos.
e) Datas e critérios objetivos de seleção e julgamento das propostas.
Comentários
O protocolo de intenções pode ser definido como um contrato preliminar
que, ratificado pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato
de consórcio público. A ratificação deverá ocorrer mediante lei aprovada nas
casas legislativas de cada um dos respectivos entes consorciados, com a devida
publicação no órgão oficial de imprensa.
O art. 4º da Lei 11.107∕2005 apresenta um rol de cláusulas necessárias ao
protocolo de intenções, a saber: I – a denominação, a finalidade, o prazo de
duração e a sede do consórcio; II – a identificação dos entes da Federação
consorciados; III – a indicação da área de atuação do consórcio; IV – a previsão
de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado sem fins econômicos; V – os critérios para, em assuntos de interesse
comum, autorizar o consórcio público a representar os entes da Federação
consorciados perante outras esferas de governo; VI – as normas de convocação
e funcionamento da assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e
modificação dos estatutos do consórcio público; VII – a previsão de que a
assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos
para as suas deliberações; VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do
representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe
do Poder Executivo de ente da Federação consorciado; IX – o número, as formas
de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os casos
de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária

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de excepcional interesse público; X – as condições para que o consórcio público


celebre contrato de gestão ou termo de parceria; XI – a autorização para a gestão
associada de serviços públicos; e XII – o direito de qualquer dos contratantes,
quando adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das
cláusulas do contrato de consórcio público.
Gabarito: Letra e.

18. (ESAF∕Assistente Técnico Administrativo – MF∕2012) Analise os


casos concretos narrados a seguir e classifique- os como sendo resultado
de um dos fenômenos listados de acordo com o seguinte código:

C = centralização

D = descentralização

DCON = desconcentração.

Após a análise, assinale a opção que contenha a sequência correta.

1.1. Serviço de verificação da regularidade fiscal perante o fisco federal


e fornecimento da respectiva certidão negativa de débitos, prestado pela
Receita Federal do Brasil.( )
1.2. Extinção de unidades de atendimento descentralizadas de
determinado órgão público federal para que o atendimento passe a ser
feito exclusivamente na unidade central. ( )
1.3. Serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia,
prestados em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE.( )

a) D / C / DCON
b) C / DCON / D
c) DCON / D / C
d) D / DCON / C
e) DCON / C / D

Comentários
A expressão “centralização” é utilizada em oposição à
“descentralização”. Enquanto a primeira representa a reunião de funções
administrativas no âmbito da própria Administração Direta, a segunda
proporciona a transferência de determinadas atividades para outras pessoas

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jurídicas, a exemplo das entidades da Administração Pública Indireta ou


particulares (concessionários ou permissionários de serviços públicos, por
exemplo). De outro lado, a desconcentração se configura através da
distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica,
mediante a criação de órgãos públicos (o Ministério da Justiça, por exemplo, é
órgão despersonalizado integrante da estrutura da União, esta dotada de
personalidade jurídica).
1.1 - A Receita Federal do Brasil é órgão público inserido na estrutura da
União, portanto, trata-se de hipótese de desconcentração administrativa;
1.2 – Se unidades descentralizadas foram extintas, ficando sob a
responsabilidade de uma unidade central a incumbência de prestação dos
respectivos atendimentos, não restam dúvidas de que ocorreu a centralização
dos serviços;
1.3 – O IBGE, responsável pelos serviços oficiais de estatística, geografia,
geologia e cartografia em âmbito nacional, foi instituído pela União com natureza
jurídica de fundação pública de direito público, portanto, integrante da
Administração Pública indireta. Nesse caso, temos a configuração da
descentralização administrativa, já que o IBGE possui personalidade jurídica
própria.
Gabarito: Letra e.

19. (ESAF∕Analista Tributário – RFB∕2012) Quanto às autarquias no


modelo da organização administrativa brasileira, é incorreto afirmar que
a) possuem personalidade jurídica.
b) são subordinadas hierarquicamente ao seu órgão supervisor.
c) são criadas por lei.
d) compõem a administração pública indireta.
e) podem ser federais, estaduais, distritais e municipais.

Comentários
a) As autarquias são instituídas com personalidade jurídica própria, distinta
do ente criador. Assertiva correta.
b) Não há hierarquia entre entidades da Administração Pública indireta e
Administração Publica direta. Nesse caso, existe apenas uma relação de
vinculação administrativa. Assertiva incorreta.

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c) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que


“somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Assertiva correta.
d) A Administração Pública indireta é composta pelas autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas e consórcios públicos
de direito público. De outro lado, a Administração Publica direta é integrada pela
União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Assertiva correta.
e) As autarquias, assim como as demais entidades da Administração Pública
indireta, podem ser criadas em todas as esferas federativas. Assertiva correta.
Gabarito: Letra b.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS – COM GABARITO

01. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014)


Assinale a opção que preencha adequadamente as lacunas do texto
abaixo.
Ocorre a chamada ________________ administrativa quando o estado
desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas e
não pela sua administração direta.
Por que a ___________________ ocorre no âmbito de uma mesma
pessoa jurídica, surge relação de hierarquia, de subordinação entre os
órgãos dela resultantes.
Em nenhuma forma de _________________ há hierarquia. A
_______________________ ocorre exclusivamente dentro da estrutura
de uma mesma pessoa jurídica.
a) Desconcentração / descentralização / descentralização/
desconcentração.
b) Descentralização / descentralização / desconcentração/
descentralização.
c) Desconcentração / desconcentração / descentralização/
desconcentração.
d) Descentralização / desconcentração / desconcentração/
descentralização.
e) Descentralização / desconcentração / descentralização/
desconcentração.

02. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014) Acerca


dos Órgãos Públicos, assinale a opção correta.
a) A teoria da representação é a tese atualmente adotada pela doutrina
brasileira para legitimar a atuação do agente público em nome da pessoa
jurídica administrativa.
b) Órgão pode integrar a estrutura de uma pessoa jurídica da
Administração Indireta.
c) Órgão público possui personalidade jurídica.
d) A criação de um órgão público exemplifica a prática de
descentralização administrativa.
e) Não há possibilidade de hierarquia entre órgãos públicos.

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03. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014)


Suponha que o Ministério do Turismo esteja planejando o
estabelecimento de uma sociedade de economia mista, com a finalidade
de administrar hotéis ao redor do Brasil. Discussões internas no âmbito
ministerial foram travadas, com a finalidade de avaliar questões
específicas daquele tipo de entidade da Administração Indireta. Logo
abaixo, são trazidas algumas das conclusões derivadas desses debates,
de sorte que deve ser assinalada a opção correta, no tocante às
características da sociedade de economia mista.
a) A sua criação é efeito direto da lei, tornando-se desnecessário ato
posterior.
b) A sociedade de economia mista, por ser entidade federal, possuiria
personalidade jurídica de direito público.
c) A sociedade de economia mista não poderia ser sociedade anônima.
d) Os trabalhadores da sociedade de economia mista seriam contratados
pelo regime estatutário.
e) A sociedade de economia mista estaria sujeita à fiscalização do
Tribunal de Contas.

04. (Auditor Fiscal do Trabalho/MTE 2010/ESAF) Tendo por base a


organização administrativa brasileira, classifique as descrições abaixo
como sendo fenômenos: (1) de descentralização; ou (2) de
desconcentração. Após, assinale a opção correta.
( ) Criação da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), para prestar serviços oficiais de estatística, geologia e
cartografia de âmbito nacional;
( ) Criação de delegacia regional do trabalho a ser instalada em
municipalidade recém emancipada e em franco desenvolvimento
industrial e no setor de serviços;
( ) Concessão de serviço público para a exploração do serviço de
manutenção e conservação de estradas;
( ) Criação de novo território federal.
a) 2 / 1 / 2 / 1
b) 1/ 2 / 2 / 1
c) 2/ 2 / 1 / 1
d) 1/ 2 / 1 / 1
e) 1/ 2 / 1 / 2

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05. (Analista de Planejamento/SEFAZ SP 2009/ESAF) Acerca da


organização administrativa do Estado de São Paulo, assinale a opção
correta.
a) A criação de uma empresa pública é feita diretamente por autorização
do Secretário de Estado da respectiva pasta à qual está vinculada,
seguida da aprovação, pelo Governador do Estado.
b) As sociedades de economia mista, por se tratarem de pessoas
jurídicas com personalidade jurídica de direito privado, quando
publicarem programas, obras ou serviços de suas atividades, não estão
vinculadas à vedação de não inserirem nomes, símbolos e imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades.
c) As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão
vinculadas aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, interesse público e
eficiência.
d) A empresa pública pode criar subsidiária diretamente por ordem de
seu Presidente, com a subsequente aquiescência do Governador do
Estado.
e) É obrigatória a eleição pelos servidores e empregados públicos de um
Diretor-Representante e de um Conselho de Representantes nas
autarquias, assim como nas sociedades de economia mista e fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

06. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF) Sobre as


Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, julgue as
assertivas a seguir:
I. a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário.
II. as entidades de beneficio mútuo destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios são passíveis de
qualificação como OSCIP prevista na lei.
III. a promoção da segurança alimentar e nutricional é uma das
finalidades exigidas para a qualificação como OSCIP, instituída pela lei.
IV. as organizações sociais são passíveis de qualificação como OSCIP.
V. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado
criadas por órgão público ou por fundações públicas não poderão ser
qualificadas como OSCIP.
Assinale a opção correta.
a) I, II e III são verdadeiras e IV e V são falsas.

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b) II e III são falsas e I, IV e V são verdadeiras.


c) I e III são verdadeiras e II, IV e V são falsas.
d) I, III e V são verdadeiras e II e IV são falsas.
e) I, II e IV são falsas e III e V são verdadeiras.

07. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Sobre as Agências


Reguladoras, é correto afirmar que integram a:
a) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.
b) Administração Direta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia
em regime especial.
c) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia.
d) Administração Indireta e são obrigadas a adotar a forma de autarquia
em regime especial.
e) Administração Indireta e, embora esse tenha sido o lugar-comum até
hoje, não são obrigadas a adotar a forma de autarquia, muito menos em
regime especial.

08. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) "No setor de atividades


exclusivas de Estado, deverão ser introduzidas as Agências como novo
modelo institucional, na forma de Agências Executivas e Agências
Reguladoras, que revitalizarão as autarquias e fundações, resgatando a
sua autonomia administrativa e assimilando novos instrumentos e
mecanismos de gestão voltados para a assimilação em profundidade da
administração gerencial, por meio da introdução da avaliação de
desempenho, do controle por resultados, da focalização da satisfação do
usuário e do controle de custos."
(In: BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma
do Estado. Os avanços da reforma na administração pública:
1995-1998. Brasília: MARE, 1998. 127 p. - Cadernos MARE da
reforma do estado; Caderno 15, p. 18.19 ).

Quanto às características das agências reguladoras federais no


ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
a) Como integrantes da administração pública federal direta, as agências
reguladoras surgiram no Brasil com a finalidade primeira de regular e
controlar os serviços públicos que passaram a ser prestados pela
iniciativa privada na década de 1990.
b) Sem uma legislação que discipline as características gerais das
agências reguladoras brasileiras, as leis especiais que instituíram cada
uma delas acabaram por conferi-las as mais diversas naturezas:

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empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e


fundações.
c) Entre as garantias asseguradas a fim de conceder às agências
reguladoras maior autonomia e independência, estão, em regra, a
formação de quadro próprio de servidores, receitas próprias e dirigentes
escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, aprovados pelo Senado
Federal e com mandato fixo.
d) A independência decisória conferida às agências reguladoras no Brasil
trouxe o conceito de jurisdição administrativa ao ordenamento jurídico
brasileiro, de maneira que, em seu âmbito de atuação, essas instituições
possuem competência para dirimir conflitos de interesses que envolvam
a administração pública, com força de coisa julgada.
e) Enquanto entidades da administração pública federal indireta, as
relações de trabalho das agências reguladoras são regidas pela
Consolidação das Leis de Trabalho - CLT, em regime de emprego público.

09. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Dado o seu caráter


regulador, é correto afirmar que os seguintes aspectos inerentes à
atividade da Agência Nacional de Águas estarão sujeitos à atuação do
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, exceto:
a) o conteúdo das decisões regulatórias emitidas.
b) os atos referentes a pessoal e sua remuneração.
c) os dispêndios, licitações e contratações produzidos.
d) os processos em que houver dispensa ou inexigibilidade de licitação.
e) os sistemas administrativos e operacionais de controle interno
administrativo utilizados na gestão orçamentária, financeira,
patrimonial, operacional e de pessoal.

10. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Quanto às características


da administração pública federal brasileira e sua forma de organização,
analise os itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e
com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.
( ) Os órgãos são compartimentos internos da pessoa pública que
compõem sua criação bem como sua extinção são disciplinas reservadas
à lei.
( ) A realização das atividades administrativas do Estado, de forma
desconcentrada, caracteriza a criação de pessoas jurídicas distintas,
componentes da administração pública indireta.

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( ) As entidades da administração pública indireta do Poder Executivo,


apesar de não submetidas hierarquicamente ao Ministério a que se
vinculam, sujeitam-se à sua supervisão ministerial.
( ) O Poder Judiciário e o Poder Legislativo constituem pessoas jurídicas
distintas do Poder Executivo e, por isso, integram a administração
pública indireta.
a) V, F, V, F
b) V, F, F, V
c) F, V, V, F
d) F, V, F, V
e) V, V, F, V

11. (Analista de Finanças e Controle/STN 2008/ESAF) O Banco do Brasil


e a Caixa Econômica Federal são, respectivamente, sociedade de
economia mista e empresa pública, cujos capitais votantes majoritários
pertencem à União. Quanto a estas espécies de instituições, analise os
itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se
for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.
( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas
públicas decorre de um processo de descentralização do Estado que
passa a exercer certas atividades por intermédio de outras entidades.
( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito
privado, as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão
submetidas hierarquicamente à pessoa política da federação que as
tenha criado.
( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia
mista e empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa,
em cada caso, para a criação de suas subsidiárias.
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários.
( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública
e devem observar procedimento licitatório.

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a) V, V, F, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, F, V
d) F, V, V, F, F
e) V, F, F, V, F

12. (Processo Seletivo Simplificado/União 2008/ESAF) Quanto ao


regime jurídico-administrativo brasileiro, pode-se afirmar corretamente:
a) o regime próprio da Administração Pública no Brasil aplica-se tão
somente à atuação do Poder Executivo e de sua administração indireta
nas esferas federal, estadual, municipal e do Distrito Federal.
b) a fim de promover maior especialização na atividade administrativa,
o Estado pode criar pessoas jurídicas de direito público a quem transfere
o exercício de atividades que lhes são pertinentes, fenômeno esse
denominado desconcentração.
c) a administração pública indireta decorre de um processo de
descentralização administrativa e está representada atualmente, entre
outros, nas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia
mista e organizações sociais.
d) os órgãos públicos constituem partições internas da pessoa jurídica
que integram e, se investidos de poder jurídico, ainda que só aparente,
possuem o poder de manifestação da vontade do próprio Estado, assim
o defende a teoria do órgão.
e) as entidades da administração pública indireta poderão criar
subsidiárias mediante autorização legislativa, em cada caso, sendo-lhes
vedada, contudo, a participação em empresas privadas.

13. (Analista de Tecnologia/SEFAZ-CE 2007/ESAF) Assinale a opção que


contenha a correlação correta. (1) Personalidade jurídica de direito
privado (2) Personalidade jurídica de direito público
( ) Autarquias
( ) União
( ) Empresas públicas
( ) Sociedades de economia mista
( ) Organizações sociais

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a) 1/1/2/2/2
b) 2/1/2/1/2
c) 2/2/1/1/1
d) 1/2/1/2/1
e) 1/1/1/2/2

14. (Auditor Fiscal/SEFAZ-CE 2007/ESAF) Assinale a opção que


contemple o ponto de distinção entre a empresa pública e a sociedade de
economia mista.
a) Natureza jurídica.
b) Atuação na ordem econômica.
c) Regime do pessoal.
d) Natureza do patrimônio.
e) Formação do capital social.

15. (ESAF∕Técnico Administrativo – DNIT∕2013) A respeito das agências


reguladoras e das agências executivas, analise as assertivas abaixo,
classificando-as como Verdadeiras (V) ou Falsas (F). Ao final, assinale a
opção que contenha a sequência correta.
( ) A agência executiva é uma nova espécie de entidade integrante da
Administração Pública Indireta.
( ) O grau de autonomia da agência reguladora depende dos
instrumentos específicos que a respectiva lei instituidora estabeleça.
( ) Ao contrário das agências reguladoras, as agências executivas não
têm área específica de atuação.
( ) As agências executivas podem ser autarquias ou fundações públicas.
a) V, F, V, V
b) F, V, V, V
c) F, F, V, V
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V

16. (ESAF∕Analista Administrativo – DNIT∕2013) A respeito do terceiro


setor, analise as afirmativas abaixo, classificando-as como verdadeiras
ou falsas. Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.

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( ) Integram o terceiro setor as pessoas jurídicas de direito privado, sem


fins lucrativos, que exercem atividades de interesse público, não
exclusivas de Estado, recebendo fomento do Poder Público.
( ) As entidades do terceiro setor integram a Administração Pública em
sentido formal.
( ) O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio Estado
e com o segundo setor, que é o mercado.
( ) Integram o terceiro setor as organizações sociais de interesse público
e as organizações sociais.
a) V, V, F, V
b) V, F, V, V
c) F, F, V, V
d) V, F, F, V
e) V, V, V, F

17. (ESAF∕Analista de Finanças e Controle – CGU∕2012) São cláusulas


obrigatórias no Protoloco de Intenções, exceto:
a) Indicação do concedente responsável pelo protocolo.
b) Montante dos recursos que cada órgão ou entidade irá repassar.
c) A duração do ajuste.
d) Descrição detalhada do objeto, indicando os programas por ele
abrangidos.
e) Datas e critérios objetivos de seleção e julgamento das propostas.

18. (ESAF∕Assistente Técnico Administrativo – MF∕2012) Analise os


casos concretos narrados a seguir e classifique- os como sendo resultado
de um dos fenômenos listados de acordo com o seguinte código:

C = centralização

D = descentralização

DCON = desconcentração.

Após a análise, assinale a opção que contenha a sequência correta.

1.1. Serviço de verificação da regularidade fiscal perante o fisco federal


e fornecimento da respectiva certidão negativa de débitos, prestado pela
Receita Federal do Brasil.( )

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1.2. Extinção de unidades de atendimento descentralizadas de


determinado órgão público federal para que o atendimento passe a ser
feito exclusivamente na unidade central. ( )
1.3. Serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia,
prestados em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE.( )
a) D / C / DCON
b) C / DCON / D
c) DCON / D / C
d) D / DCON / C
e) DCON / C / D

19. (ESAF∕Analista Tributário – RFB∕2012) Quanto às autarquias no


modelo da organização administrativa brasileira, é incorreto afirmar que
a) possuem personalidade jurídica.
b) são subordinadas hierarquicamente ao seu órgão supervisor.
c) são criadas por lei.
d) compõem a administração pública indireta.
e) podem ser federais, estaduais, distritais e municipais.

GABARITO

1) E 2) B 3) E 4) D 5) E

6) E 7) E 8) C 9) A 10) A

11) B 12) D 13) C 14) E 15) B

16) B 17) E 18) E 19) B

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(CESPE/ Agente de Polícia Federal - Polícia Federal/2014) No que se


refere à organização administrativa e a agentes públicos, julgue o item
a seguir.

01. O cargo de dirigente de empresa pública e de sociedade de economia


mista é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista são


regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Todavia, os respectivos
dirigentes (quando não forem empregados de carreira) não se submetem às
mesmas regras, pois exercem cargos em comissão, de livre nomeação e
exoneração pela autoridade competente. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista - ANTAQ/2014) Com relação à administração pública e


seus princípios fundamentais, julgue os próximos itens.

02. Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito público


que compõem tanto a administração pública direta quanto a indireta.

Os órgãos públicos, que são unidades administrativas integrantes da


Administração Pública Direta ou Indireta, são desprovidos de personalidade
jurídica. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista - ANTAQ/2014) Julgue os próximos itens, acerca das


agências reguladoras e das teorias da regulação.

03. Dada a importância da ANTAQ como autoridade administrativa


independente das atividades portuárias e de transporte aquaviário, ela
figura entre as três primeiras agências criadas com assento
constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

De todas as agências reguladoras existentes somente a ANATEL (artigo 21, XI)


e a ANP (artigo 177, § 2º, III) possuem previsão constitucional, todas as demais
estão amparadas apenas em lei. Assertiva incorreta.

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(CESPE/ Analista – ANTAQ/2014) Julgue os próximos itens, acerca das


agências reguladoras e das teorias da regulação.

04. A criação das agências reguladoras advém da política econômica


adotada no Brasil na década de 90 do século XX, quando ocorreram
privatizações decorrentes do Plano Nacional de Desestatização.

Antes da criação das agências reguladoras no Brasil nós já tínhamos em


funcionamento vários entes que também exerciam funções regulatórias.
Entretanto, somente no ano de 1996 foi criado, com a denominação “agência
reguladora”, o primeiro ente de regulação no Brasil: a Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL, instituída pela Lei nº 9.427/96. Assertiva correta.

(CESPE/Analista - ANTAQ/2014) Em relação à organização


administrativa do Estado brasileiro, julgue o item a seguir.

05. O poder normativo das agências reguladoras, cujo objetivo é atender


à necessidade crescente de normatividade baseada em questões técnicas
com mínima influência política, deve estar amparado em fundamento
legal.

As agências reguladoras podem expedir normas jurídicas que conduzam o


setor regulado aos fins públicos, cuja preservação cabe ao Estado em prol da
sociedade, mas esses atos não podem ser editados em substituição às leis.
As agências reguladoras somente podem editar atos normativos secundários,
ou seja, atos normativos delegados ou autorizados pela lei. Nesses termos, a lei
será responsável pelo estabelecimento de diretrizes relativas ao setor que
deverá ser regulado e, com o objetivo de implementar a vontade da lei, as
agências reguladoras expedirão tais atos secundários (infralegais) respaldadas
em critérios técnicos, já que estão mais próximas do contexto regulado e
conhecem com mais profundidade o setor. Assertiva correta.

(CESPE/Analista - ANTAQ/2014) Em relação à organização


administrativa do Estado brasileiro, julgue o item a seguir.

06. As entidades que compõem o serviço social autônomo prestam


serviço público e, por isso, integram a administração pública indireta,
estando sujeitas ao controle do tribunal de contas.

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Os serviços sociais autônomos – também conhecidos como “Sistema S” (SESI,


SENAC, SENAR etc.) -, apenas colaboram com o Poder Público na execução de
atividades de interesse coletivo, portanto, não integram a Administração Pública.
Assertiva incorreta.

(CESPE/Conhecimentos Básicos-Cargos 1 a 4–ANTAQ/2014) Em relação


à organização administrativa do Estado brasileiro, julgue o item a seguir.

07. Embora as autarquias não estejam hierarquicamente subordinadas à


administração pública direta, seus bens são impenhoráveis e seus
servidores estão sujeitos à vedação de acumulação de cargos e funções
públicas.

As autarquias, da mesma forma que as entidades integrantes da Administração


Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), também são regidas pelo
direito público, o que lhes asseguram todas as prerrogativas provenientes do
regime jurídico-administrativo. Assertiva correta.

(CESPE/Analista - ANTAQ/2014) No que se refere ao controle da


administração pública, à improbidade administrativa e ao processo
administrativo, julgue o item subsequente.

08. As decisões das agências reguladoras federais estão sujeitas à


revisão ministerial, inclusive por meio de recurso hierárquico impróprio.

No âmbito federal, as autarquias - categoria na qual se enquadram as agências


reguladoras -, são entes da administração indireta dotados de personalidade
jurídica própria e criados por lei para executar atividades típicas da
administração. Essas entidades sujeitam-se à supervisão ministerial, mas não
se subordinam hierarquicamente ao ministério correspondente.

A propósito, realmente é cabível recurso hierárquico impróprio em face das


decisões proferidas pelas agências reguladoras, desde que previsto
expressamente em lei ou no texto constitucional. Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Administrativo – ANTAQ/2014) Acerca dos órgãos


reguladores no Brasil, julgue o item a seguir.

09. A condenação em ação penal com trânsito em julgado constitui


motivo para a exoneração de dirigente de agência reguladora.

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Após a apresentação dos recursos à questão, o CESPE se manifestou no seguinte


sentido: “Diferentemente do afirmado no item, a condenação em ação penal
transitada em julgado é motivo para a perda do mandato, por destituição do
cargo, e não por exoneração, a qual não tem caráter punitivo." Assertiva
incorreta.

(CESPE/Técnico Administrativo–ANTAQ/2014) Acerca da organização


da administração pública, julgue o item seguinte.

10. A distribuição de competências entre os órgãos de uma mesma


pessoa jurídica denomina-se desconcentração, podendo ocorrer em
razão da matéria, da hierarquia ou por critério territorial.

A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de competências


dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de órgãos públicos
que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada, criada com o objetivo
de tornar mais ágil e eficiente a execução das finalidades administrativas
previstas em lei. Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Administrativo–ANTAQ/2014) Acerca da organização


da administração pública, julgue o item seguinte.

11. Para a criação de entidades da administração indireta, como


sociedades de economia mista, empresas públicas e organizações
sociais, é necessária a edição de lei formal pelo Poder Legislativo.

As organizações sociais não integram a Administração Pública Indireta, portanto,


não se exige lei formação para a respectiva criação. Assertiva incorreta.

(CESPE/Técnico Administrativo–ANTAQ/2014) Acerca da organização


da administração pública, julgue o item seguinte.

12. As entidades administrativas, como as autarquias, são pessoas


jurídicas de direito público interno, detentoras de autonomia política e
financeira e de autorregulação.

Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que as autarquias


não gozam de autonomia política (capacidade de criar leis), prerrogativa
assegurada apenas aos entes estatais (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal). Assertiva incorreta.

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(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Julgue o item


subsecutivo, com relação às agências reguladoras.

13. A função normativa das agências reguladoras se equipara à função


regulamentar do chefe do Poder Executivo de complementação das leis.

A função normativa das agências reguladoras, exercida com vistas ao equilíbrio


do subsistema regulado, não se equipara ao poder regulamentar de competência
do chefe do Poder Executivo, que abrange as mais variadas áreas e atividades,
não se restringindo apenas a um determinado setor. Assertiva incorreta.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Julgue o item


subsecutivo, com relação às agências reguladoras.

14. As agências reguladoras exercem função normativa primária,


observadas as normas hierarquicamente superiores.

As agências reguladoras somente podem editar atos normativos secundários,


ou seja, atos normativos delegados ou autorizados pela lei. Nesses termos, a lei
será responsável pelo estabelecimento de diretrizes relativas ao setor que
deverá ser regulado e, com o objetivo de implementar a vontade da lei, as
agências reguladoras expedirão tais atos secundários (infralegais) respaldadas
em critérios técnicos, já que estão mais próximas do contexto regulado e
conhecem com mais profundidade o setor. Assertiva incorreta.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Julgue o item


subsecutivo, com relação às agências reguladoras.

15. Não caracteriza violação ao princípio da legalidade a edição, pela


agência reguladora, de atos de condicionamento ou de restrição de
direitos para o cumprimento de obrigação disposta em lei.

Perceba que o enunciado foi claro ao afirmar que o ato de condicionamento ou


de restrição de direitos foi editado para normatizar o cumprimento de obrigação
criada por lei. Assim, o ato editado pela agência reguladora não viola o princípio
da legalidade, por se tratar de ato normativo secundário. Assertiva correta.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Acerca dos órgãos


reguladores no Brasil, julgue o item a seguir.

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16. Cabe às agências reguladoras, concebidas a partir da década de


1990, regular a oferta de serviços providos por empreendedores públicos
e privados, assim como implantar as políticas e diretrizes do governo
federal direcionadas a seus respectivos setores de atuação.

Antes da criação das agências reguladoras no Brasil nós já tínhamos em


funcionamento vários entes que também exerciam funções regulatórias.
Entretanto, somente no ano de 1996 foi criado, com a denominação “agência
reguladora”, o primeiro ente de regulação no Brasil: a Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL, instituída pela Lei nº 9.427/96. Assertiva correta.

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - TJ-


SE/2014) Com relação à descentralização e à administração indireta,
julgue os itens seguintes.

17. A descentralização por colaboração ocorre quando se transfere a


execução de um serviço público a pessoa jurídica de direito privado já
existente, conservando o poder público a titularidade desse serviço.

Na descentralização por delegação ou colaboração, uma entidade política


(União, Estados, DF e Municípios), por meio de contrato administrativo ou ato
unilateral, transfere o exercício de determinada atividade administrativa a uma
pessoa física ou jurídica, que já atuava anteriormente no mercado. Assertiva
correta.

18. Os consórcios públicos são considerados entidades da administração


indireta, dotados de personalidade jurídica de direito público,
integrantes de todos os entes da Federação consorciados.

Os consórcios públicos podem ser instituídos com personalidade jurídica de direito


público ou de direito privado. Apenas no primeiro caso integrará a Administração
Indireta dos entes consorciados. Assertiva incorreta.

19. As empresas públicas exploradoras de atividade econômica sujeitam-


se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, com exceção do
que for concernente às obrigações comerciais.

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O inc. II, § 1º, do artigo 173, da Constituição Federal, estabelece que quando as
empresas estatais explorarem atividades econômicas estarão sujeitas ao
regime próprio das empresas privadas, submetendo-se às mesmas obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Assertiva incorreta.

20. As autarquias são entidades integrantes da administração indireta


não sujeitas à tutela, tendo em vista a sua capacidade de
autoadministração.

Todas as entidades integrantes da Administração Pública Indireta submetem-se


ao poder de tutela exercido pela Administração Pública Direta (na esfera federal
também é chamado de supervisão ministerial). Assertiva incorreta.

21. A descentralização pressupõe a existência de, pelo menos, dois


órgãos ou pessoas jurídicas entre os quais se repartem as competências.

A descentralização sempre irá envolver outra pessoa jurídica (e não órgãos


públicos), seja integrante da Administração Pública Indireta ou particulares
(concessionários ou permissionários de serviços públicos). Não existe
descentralização no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-SE/2014) Com relação à organização


administrativa e à administração direta e indireta, julgue os seguintes
itens.

22. Pode ser qualificada como agência executiva a autarquia que tenha
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional
em andamento e que celebre contrato de gestão com órgão do governo
federal.

A Agência executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre


contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada,
introduzida no direito brasileiro em decorrência do movimento da globalização.
Assertiva correta.

(CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-SE/2014) Com relação à organização


administrativa e à administração direta e indireta, julgue os seguintes
itens.

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23. Verifica-se a descentralização por colaboração quando o poder


público, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, transfere
a titularidade e a execução de determinado serviço público a pessoa
jurídica de direito privado.

Na descentralização por delegação ou colaboração, uma entidade política


(União, Estados, DF e Municípios), por meio de contrato administrativo ou ato
unilateral, transfere o exercício de determinada atividade administrativa a uma
pessoa física ou jurídica, que já atuava anteriormente no mercado.
Perceba que o enunciado afirma que também é transferida a titularidade de
determinado serviço público, o que invalida o seu texto. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Judiciário - Direito - TJ-SE/2014) No que concerne às


regras e aos princípios específicos que regem a atuação da administração
pública, julgue os itens subsequentes.

24. As empresas públicas se diferenciam das sociedades de economia


mista, entre outros fatores, pela forma jurídica e de constituição de seu
capital social.

Para responder às questões elaboradas pelas bancas, fique atento às três


principais distinções existentes entre as empresas públicas e sociedades de
economia mista:
1ª) Foro judicial - nos termos do inciso I, art. 109, da CF/1988, as causas em
que a empresa pública federal for interessada na condição de autora, ré,
assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na justiça federal
comum. Entretanto, as sociedades de economia mista federaisnão gozam
dessa prerrogativa, possuindo foro judicial na justiça comum estadual.
A Súmula n° 517 do Supremo Tribunal Federal prevê que “as sociedades de
economia mista só têm foro na Justiça Federal quando a União intervém, como
assistente ou opoente”.
2ª) Forma jurídica - as sociedades de economia mista somente podem ser
constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas federais,
estaduais, municipais ou distritais. Por outro lado, as empresas públicas podem
ser constituídas sob qualquer forma jurídica prevista em lei (sociedade anônima,
sociedade limitada ou sociedade em comandita por ações).

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Na esfera federal, as empresas públicas ainda podem ser constituídas sob uma
forma jurídica inédita, que ainda não existia e foi criada apenas para aquela
determinada empresa pública. Isso se deve ao fato de que compete à União
legislar sobre direito comercial, nos termos do inciso I do artigo 22 da
Constituição Federal de 1988.
3ª) Capital Social - as empresas públicas são constituídas por capital
exclusivamente estatal (público). O capital deve pertencer integralmente a
entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
ou Indireta (outras empresas públicas, autarquias, fundações públicas e
sociedades de economia mista), sendo vedada a participação de particulares
na integralização do capital. Assertiva correta.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014) A propósito da organização


administrativa, julgue os itens seguintes.

25. Ocorrerá descentralização administrativa funcional caso haja criação


de uma nova vara em um tribunal de justiça.

A criação de uma nova vara em Tribunal de Justiça tipifica o fenômeno da


desconcentração, pois se trata da criação de um novo órgão público, sem
personalidade jurídica própria. Assertiva incorreta.

26. São integrantes da administração indireta, entre outros, as


autarquias, as fundações e os serviços sociais autônomos.

A Administração Pública Indireta é composta apenas pelas autarquias, fundações


públicas, sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios
públicos. Os serviços sociais autônomos são entidades paraestatais que
colaboram com o Poder Público na execução de atividades de interesse coletivo.
Assertiva incorreta.

27. Exige-se lei específica para a criação de subsidiárias de empresas


públicas e de sociedades de economia mista.

Nos termos do art. 37, inc. XX, da CF/1988, a criação de subsidiárias das
empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como a participação
de qualquer delas em empresa privada, depende de autorização legislativa,
em cada caso. Todavia, não se exige que a lei seja específica, como ocorre para

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a criação das empresas públicas e sociedades de economia mista. Assertiva


incorreta.

28. As autarquias caracterizam-se por serem dotações patrimoniais


criadas por lei, sujeitas a controle ou tutela, com personalidade jurídica
pública e capacidade de autoadministração.

O conceito apresentado pelo enunciado refere-se às fundações públicas, que são


caracterizadas como um “patrimônio” direcionado ao alcance de determinada
finalidade de interesse social. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Técnico Judiciário – TJ CE/2014) No que se refere à


administração direta e à indireta, à centralizada e à descentralizada,
julgue os itens seguintes.

29. Trata-se de administração indireta quando o Estado, a fim de obter


maior celeridade e eficiência, exerce algumas de suas atividades de
forma desconcentrada.

As entidades da Administração Pública Indireta exercem as suas atividades de


forma descentralizada e não desconcentrada (pois, neste caso, estaríamos
falando em órgãos públicos). Assertiva incorreta.

30. As empresas públicas e as sociedades de economia mista são


integrantes da administração indireta, independentemente de prestarem
serviço público ou de exercerem atividade econômica de natureza
empresarial.

As empresas estatais sempre integrarão a Administração Pública Indireta, ainda


que tenham sido instituídas para a exploração de atividades econômicas e se
submetam às regras de direito privado. Assertiva correta.

31. Toda pessoa integrante da administração indireta está vinculada a


determinado órgão da administração direta, fato que decorre do
princípio da especificidade.

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As entidades da Administração Pública Indireta realmente estão vinculadas a


determinado órgão da Administração Direta (o INSS, por exemplo, está vinculado
ao Ministério da Previdência Social). Todavia, isso não é consequência do princípio
da especificidade, mas sim do princípio do controle ou tutela. Assertiva
incorreta.

32. Em virtude do princípio da separação dos poderes, a administração


pública direta é exercida exclusivamente pelo Poder Executivo, o qual é
incumbido da atividade administrativa em geral.

A Administração Pública Direta é exercida pela União, Estados, Municípios e


Distrito Federal, assim como os órgãos públicos incluídos em sua estrutura, de
todos os poderes. Ao criar leis, por exemplo, o Congresso Nacional está atuando
como um órgão da União, ente integrante da Administração Direta. Assertiva
incorreta.

33. A criação de empresa pública e de sociedade de economia mista


depende de autorização legislativa, porém, o mesmo não ocorre às suas
subsidiárias.

Nos termos do art. 37, inc. XX, da CF/1988, a criação de subsidiárias das
empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como a participação
de qualquer delas em empresa privada, depende de autorização legislativa,
em cada caso. Todavia, não se exige que a lei seja específica, como ocorre para
a criação das empresas públicas e sociedades de economia mista. Assertiva
incorreta.

34. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-CE/2014) Assinale a opção que


apresenta apenas órgãos da administração pública direta.

a) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Ministério da Saúde

b) Banco Central do Brasil e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

c) PETROBRAS e Secretaria de Saúde do Ceará

d) Banco do Brasil e Agência Nacional de Energia Elétrica

e) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Presidência da


República

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Comentários

Antes de começar a resolver a questão, apresento uma dica importante: a


Presidência da República, as Governadorias, as Prefeituras, os Ministérios, as
Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais sempre serão considerados
órgãos públicos. Da mesma, quando a questão fizer menção às expressões
“Diretoria”, “Gerência”, “Superintendência”, “Coordenadoria”, entre outras,
também estará se referindo a órgãos públicos.

Desse modo, fica fácil concluir que na “letra e” foram relacionados apenas órgãos
públicos, pois nas demais alternativas sempre constará uma entidade
administrativa, vejamos:

1 – EMBRAPA: empresa pública federal.

2 – Banco Central do Brasil: autarquia federal.

3 – IBGE: fundação pública federal.

4 – Petrobrás: sociedade de economia mista federal.

5 – Banco do Brasil: sociedade de economia mista federal.

6 – ANEEL – autarquia federal (agência reguladora).

Gabarito: Letra e.

35. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-CE/2014) No que se refere à


desconcentração e descentralização, assinale a opção correta.

a) A desconcentração implica, necessariamente, a criação de novas


pessoas jurídicas.

b) A descentralização pode ocorrer por meio da delegação de atividade


administrativa a uma pessoa física.

c) A desconcentração refere-se à repartição de funções entre órgãos de


diferentes hierarquias da administração pública.

d) A descentralização pode ocorrer, em algumas situações, mediante a


transferência de competências da administração pública para fundações.

e) A descentralização ocorre exclusivamente para a transferência de


competências da administração pública a pessoas jurídicas de direito
público.

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Comentários

a) A desconcentração implica na criação de órgãos públicos, que são unidades


administrativas desprovidas de personalidade jurídica. Assertiva incorreta.

b) Na descentralização ocorre a delegação da prestação de um determinado


serviço público e não de uma atividade administrativa, que é muito ampla e
abrange vários setores. Assertiva incorreta.

c) A descentralização é uma forma de transferir a execução de um serviço público


para terceiros, que se encontrem dentro ou fora da administração. A
desconcentração é uma forma de se transferir a execução de um serviço público
de um órgão para outro dentro da administração direta. Nesse sentido, a
diferença entre descentralização e desconcentração está na amplitude da
transferência. Assertiva incorreta.

d) A descentralização pode alcançar as entidades da Administração Pública


Indireta ou particulares, a exemplo dos concessionários e permissionários de
serviços públicos. Assertiva correta.

e) Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a


descentralização também pode alcançar pessoas jurídicas de direito privado, a
exemplo das empresas públicas, sociedades de economia mista e particulares
(concessionários e permissionários). Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra d.

(CESPE/Analista de Planejamento – INPI/2013) Com relação à


administração pública direta e indireta, às autarquias e às empresas
públicas, julgue os itens que se seguem.
36. O instituto da desconcentração permite que as atribuições sejam
distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa
jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional.
Assim, concentração refere-se à administração direta; já
desconcentração, à indireta.
A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de competências
dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de órgãos públicos
que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada, criada com o objetivo
de tornar mais ágil e eficiente a execução das finalidades administrativas
previstas em lei. De outro lado, a concentração caracteriza-se pela reunião de
competências em único ou menor número possível de órgãos públicos.

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A concentração e desconcentração podem ser efetuadas tanto pelos entes que


compõem a Administração Direta (União, Estados, Municípios ou Distrito
Federal), quanto pelos entes que integram a Administração Indireta
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
públicas). Assertiva incorreta.

37. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, com


totalidade de capital público, cuja criação depende de autorização
legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma
admitida em direito.
Todas as principais características das empresas públicas foram listadas pelo
enunciado da questão. Todavia, destaca-se que em relação ao capital, este deve
pertencer integralmente a entidades da Administração Direta (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) ou Indireta (outras empresas públicas, autarquias,
fundações públicas e sociedades de economia mista), sendo vedada a
participação de particulares na integralização do capital. Deve ficar claro que
mesmo sociedades de economia mista ou outras empresas públicas podem
integralizar o capital de empresa pública. Assertiva correta.
38. A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública
indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação
depende de lei específica.
As autarquias possuem personalidade jurídica de Direito Público e integram a
Administração Indireta e descentralizada, sendo criadas por lei específica
para o exercício de funções administrativas típicas de Estado, tais como
previdência e assistência social (INSS), polícia administrativa (IBAMA), regulação
de determinados setores da economia (Banco Central e Comissão de Valores
Mobiliários - CVM), assistência social (INCRA) e até mesmo atuação na área de
saúde, em situações excepcionais. Assertiva incorreta.

(CESPE/Técnico Judiciário – CNJ/2013) Consoante à organização


administrativa, à administração indireta e a agentes públicos, julgue os
itens que se seguem.
39. As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público
interno, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Já
as entidades administrativas integram a administração pública, mas não
têm autonomia política, como as autarquias e as fundações públicas.

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Somente aos entes estatais ou políticos (União, Estados, Municípios e Distrito


Federal) é assegurada autonomia política, que lhes assegura a prerrogativa de
criar leis através dos respectivos órgãos legislativos (Congresso Nacional,
Assembléias Legislativas, Câmaras de Vereadores e Câmara Legislativa).
Em relação às entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
sociedades de economia mista e empresas públicas) podemos afirmar que gozam
apenas da capacidade de auto-administração, nos limites estabelecidos em lei.
Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE MS/2013) A respeito da administração


direta e indireta, centralizada e descentralizada, julgue os itens
seguintes.

40. A chamada centralização desconcentrada é a atribuição


administrativa cometida a uma única pessoa jurídica dividida
internamente em diversos órgãos.
A expressão “centralização” é utilizada em oposição à “descentralização”.
Enquanto a primeira representa a reunião de funções administrativas no âmbito
da própria Administração Direta, a segunda proporciona a transferência de
determinadas atividades para outras pessoas jurídicas, a exemplo das entidades
da Administração Pública Indireta.
Como o enunciado se referiu à centralização desconcentrada, podemos
entender que determinadas atribuições administrativa estão sob a competência
de entidade da Administração Direta (União, por exemplo), que as executará
através de seus respectivos órgãos públicos (desconcentração). Assertiva
correta.

41. A estrutura básica da administração direta na esfera estadual é


composta pelo chefe do Poder Executivo, que tem como auxiliares os
ministros de Estado.
Os Ministros de Estados são auxiliares do Presidente da República. Em âmbito
estadual, os chefes do Poder Executivo (Governadores) são auxiliados pelos
secretários estaduais. Assertiva incorreta.

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42. Sociedade de economia mista, empresa pública e fundação pública


de direito público são categorias abrangidas pelo termo empresa estatal
ou empresa governamental.
Os termos “empresa estatal” ou “empresa governamental” são utilizados apenas
para fazer referência às empresas públicas e sociedades de economia mista. As
fundações públicas de direito público são habitualmente denominadas de
fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. Assertiva incorreta.

43. A criação de uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional


eleitoral (TRE) configura exemplo de descentralização administrativa.
A criação de “diretorias”, “departamentos”, “setores”, “secretarias”, entre outros,
é fruto da desconcentração administrativa. Nesse caso, estão sendo criados
órgãos públicos na estrutura do próprio Tribunal Regional Eleitoral, que, a
propósito, também é órgão que integra a estrutura da pessoa jurídica chamada
de “União”. Assertiva incorreta.

44. A administração direta é composta de pessoas jurídicas, também


denominadas entidades, e a administração indireta, de órgãos internos
do Estado.
A expressão “entidade” é utilizada para designar entes dotados de personalidade
jurídica. A título de exemplo, podemos citar as entidades políticas ou estatais
(União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e entidades administrativas
(autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e consórcios públicos de direito público).
Perceba que o enunciado afirmou que a Administração Indireta é composta de
“órgãos internos”, informação que, isoladamente, não pode ser considerada
verdadeira. A Administração Indireta é composta de entidades administrativas
dotadas de personalidade jurídica própria que, em suas respectivas estruturas,
podem criar órgãos públicos. Assertiva incorreta.

(Perito Médico Previdenciário/INSS 2010/CESPE) Acerca da organização


administrativa da União, julgue os itens que se seguem.
45. Às autarquias não deve ser outorgado serviço público típico.

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A autarquia é conceituada legalmente como “o serviço autônomo, criado


por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
Atividade típica da Administração ou atividade típica de Estado é aquela
que se restringe às entidades de direito público, como ocorre em relação ao
poder de polícia. A Lei 7.735/89, por exemplo, outorgou ao IBAMA (autarquia
federal) o exercício de uma atividade pública típica, isto é, o exercício do poder
de polícia na área ambiental.
Ao contrário do que consta no texto da assertiva, os serviços públicos
típicos podem sim ser outorgados às autarquias. Todavia, o mesmo não ocorre
em relação às entidades regidas pelo direito privado, que, no entendimento do
Supremo Tribunal Federal, estão impedidas de exercê-los. Assertiva incorreta.

(Oficial Técnico de Inteligência – Direito/ABIN 2010/CESPE) No que


concerne à administração pública, julgue os itens a seguir.
46. Caso o diretor-presidente de uma autarquia federal edite um ato,
delegando a outro diretor a competência para julgar recursos
administrativos, tal delegação será legal.
O ato praticado pelo diretor-presidente da autarquia será manifestamente
ilegal, pois, em seu artigo 13, a Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo
Federal) dispõe expressamente que não podem ser objeto de delegação: a edição
de atos de caráter normativo; a decisão de recursos administrativos; e as
matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Assertiva incorreta.

47. A administração pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo,


pela própria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de
seus agentes e órgãos.
Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública
pode ser estudada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos
destinados à consecução das diretrizes e objetivos estabelecidos pelo Governo.
Nesse caso, o foco de estudo será a organização e estruturação da Administração.
De outro lado, em sentido objetivo, material ou funcional, a expressão
administração pública (que deve ser grafada com as iniciais minúsculas), consiste
na própria função administrativa exercida pelos órgãos, entidades e agentes
que integram a Administração Pública em sentido subjetivo. Nesse caso,
estudaremos as atividades finalísticas exercidas pela administração, a exemplo

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do fomento, serviço público, polícia administrativa e intervenção administrativa.


Assertiva correta.

48. Considerando-se que, de acordo com a teoria do órgão, os atos


praticados pelos agentes públicos são imputados à pessoa jurídica de
direito público, é correto afirmar que os atos provenientes de um agente
que não foi investido legitimamente no cargo, são considerados
inexistentes, não gerando qualquer efeito.
Os atos praticados pelo agente público devem ser imputados à entidade a
qual está vinculado, seja ela de direito público ou de direito privado, e não a si
próprio. É o que diz a teoria do órgão (também chamada de teoria da
imputação volitiva), criada pelo jurista alemão Otto Gierke.
Nesse sentido, a autuação realizada por um Auditor Fiscal do Trabalho, por
exemplo, deve ser imputada à União (já que o Ministério do Trabalho é um órgão
federal) e não ao servidor. Assim, se o administrado não concordar com a
autuação e desejar discutir a sua legitimidade judicialmente, através de uma ação
de rito ordinário, deverá propô-la em face da União.
Se um servidor não foi legitimamente investido no cargo público (tomou
posse sem que a nomeação tivesse sido publicada no Diário Oficial, por exemplo),
ainda sim os seus atos serão considerados válidos, pois será levada em conta a
teoria do funcionário de fato. Ora, se o servidor expediu um alvará a um
particular, por exemplo, e, posteriormente, descobre-se que esse servidor tomou
posse sem ser nomeado, ainda sim o seu ato administrativo (alvará) será
considerado válido. Isso porque o particular de boa-fé não era obrigado a
perguntar ao servidor se ele havia sido “legitimamente” investido no cargo
público, já que se trata de uma presunção. Como o servidor exerce todas as
atribuições inerentes ao cargo, como qualquer outro colega, é possível afirmar
que ele é um “funcionário de fato”, mas não um “funcionário de direito”, portanto,
os efeitos de seus atos devem ser mantidos, o que torna a assertiva incorreta.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que a teoria do órgão “é
utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos praticados por
funcionário de fato; considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e,
portanto, imputável à Administração. A mesma solução não é aplicável à pessoa
que assuma o exercício de função pública por sua própria conta, quer
dolosamente (como o usurpador de função), quer de boa-fé, para desempenhar
função em momentos de emergência, porque nesses casos é evidente a
inexistência de investidura do agente no cargo ou função.

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Vale dizer que existem limites à teoria da imputabilidade ao Estado de todas


as atividades exercidas pelos órgãos públicos; para que se reconheça essa
imputabilidade, é necessário que o agente esteja investido de poder jurídico, ou
seja, de poder reconhecido pela lei ou que, pelo menos, tenha aparência de poder
jurídico, como ocorre no caso da função de fato. Fora dessas hipóteses, a atuação
do órgão não é imputável ao Estado.”

49. (CESPE/Agente de Proteção – TJRR/2013) Com relação às pessoas


jurídicas, julgue os próximos itens.
Consórcio formado por municípios para preservar rio que abastece a
população da região constitui exemplo de associação pública.
Nos termos do art. 1º da Lei 11.107/2005, a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios podem formalizar consórcios públicos para a realização de
objetivos de interesse comum, a exemplo da preservação de rio que abastece a
população da região.
Nesse caso, poderá ser constituído consórcio público de direito público (que será
denominado de associação pública) ou consórcio público de direito privado. O
consórcio público com personalidade jurídica de direito público integrará a
administração pública indireta de todos os entes da Federação consorciados.
Assertiva correta.

(CESPE/Técnico do MPU/2013) A respeito da organização da


administração pública, julgue os itens a seguir.
50. A transferência pelo poder público, por meio de contrato ou ato
administrativo unilateral, apenas da execução de determinado serviço
público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à
descentralização por serviços, também denominada descentralização
técnica.
A doutrina majoritária apresenta três espécies de descentralização
administrativa: a descentralização territorial (ou geográfica); a descentralização
por serviços ou outorga (descentralização funcional ou técnica); e a
descentralização por colaboração ou delegação.
Analisando-se as duas últimas espécies de descentralização, constata-se que a
banca simplesmente “inverteu” as respectivas nomenclaturas, o que acabou
confundindo os candidatos. Para que o enunciado fique correto, basta substituir
a expressão “descentralização técnica ou por serviços” por “descentralização por
delegação ou colaboração”.

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Na descentralização por serviços ou outorga, também denominada


descentralização funcional ou técnica, uma entidade política (União,
Estados, DF e Municípios) cria ou autoriza a criação, em ambos os casos através
de lei específica, de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de determinada atividade
administrativa, diretamente pela lei (e não de ato ou contrato, conforme afirmado
na questão).
De outro lado, na descentralização por delegação ou colaboração, uma
entidade política (União, Estados, DF e Municípios) ou administrativa, através
de contrato administrativo ou ato unilateral, transfere o exercício de
determinada atividade administrativa a pessoa física ou jurídica. Assertiva
incorreta.

51. Para exercer a disciplina e o controle administrativo sobre os atos e


contratos relativos à prestação de serviço público específico, a União
pode criar, mediante lei federal, uma agência reguladora, pessoa jurídica
de direito público cujos dirigentes exercem mandatos fixos, somente
podendo perdê-los em caso de renúncia, condenação transitada em
julgado ou processo administrativo disciplinar, entre outras hipóteses
fixadas na lei instituidora da entidade.
Um dos elementos configuradores da autonomia administrativa das agências
reguladoras é o “mandato a prazo certo” (mandato fixo) exercido pelos seus
dirigentes, que, segundo entendimento da doutrina majoritária, trata-se de
essencial e necessário instrumento de garantia contra ingerências externas,
principalmente político-eleitorais.
A Lei 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos das Agências
Reguladoras, afirma em seu art. 9º, § 1º, que os Conselheiros e os Diretores
somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial
transitada em julgado, de processo administrativo disciplinar ou outras hipóteses
fixadas na lei instituidora da entidade. Assertiva correta.

52. Verifica-se a existência de hierarquia administrativa entre as


entidades da administração indireta e os entes federativos que as
instituíram ou autorizaram a sua criação.

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Apesar da possibilidade de controle administrativo (também chamado de


supervisão ministerial na esfera federal), é importante destacar que não há
relação de subordinação entre a Administração Direta e Indireta. O que existe é
apenas uma relação de vinculação. Assertiva incorreta.

(Analista Executivo/INMETRO 2013/CESPE - adaptada) Assinale a opção


correta a respeito das reformas para a modernização da administração
pública brasileira.
53. O Decreto-lei n.º 200/1967 caracterizou-se como uma tentativa do
governo federal de conferir maior efetividade à ação governamental por
meio de intensa centralização do aparelho estatal.
Ao contrário do que consta no texto da assertiva, deve ficar claro que o
Decreto-Lei nº 200/1967 teve por objetivo promover uma verdadeira reforma
administrativa no âmbito da Administração Pública Federal. Em seu art. 10, por
exemplo, faz uma referência expressa à necessidade de descentralização de
suas atividades, vejamos:
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser
amplamente descentralizada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se
claramente o nível de direção do de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando
estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou
concessões.
Desse modo, não restam dúvidas de que o texto da assertiva deve ser
considerado incorreto.

54. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado não compreendeu


entre seus princípios a necessidade de ênfase na qualidade, na
produtividade e na satisfação do cidadão.
O texto da assertiva não está em conformidade com os princípios e
objetivos definidos no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, elaborado
no ano de 1995, portanto, deve ser considerado incorreto.

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A necessidade de ênfase na qualidade, na produtividade e na satisfação do


cidadão são pontos fortemente destacados no referido Plano Diretor, tanto é
verdade que se definiu a urgente necessidade de atuação da Administração nas
seguintes áreas:
• simplificação de obrigações de natureza burocrática instituídas pelo
aparelho do Estado, com que se defronta o cidadão do nascimento à sua
morte;
• implementação de sistema de recebimento de reclamações e sugestões do
cidadão sobre a qualidade e a eficácia dos serviços públicos que demandam
uma resposta pró-ativa da Administração Pública a respeito;
• implementação de sistema de informação ao cidadão a respeito do
funcionamento e acesso aos serviços públicos, e quaisquer outros
esclarecimentos porventura solicitados;
• na definição da qualidade do serviço, que deverá constar dos indicadores
de desempenho, um elemento fundamental será o tempo de espera do
cidadão para ser atendido; as filas são a praga do atendimento público ao
cidadão.

55. Por meio das mudanças desencadeadas pela reforma administrativa


do final da década de sessenta do século passado, pode-se perceber o
claro enfraquecimento do Estado desenvolvimentista e do Estado
empresário-produtor.
A professora Ângela Santana afirma que “o Decreto-Lei 200, publicado em
1967, quase três anos após a instalação do regime militar, buscou dar maior
efetividade à ação governamental, com a introdução de valores gerenciais, como
autonomia de gestão, e promoveu de forma acirrada a descentralização
administrativa do aparelho do Estado, com a expansão da administração indireta,
sobretudo com a criação de empresas, implementando, assim, a “administração
para o desenvolvimento” e conservando forte centralização política na União.
Nesse momento tem-se o início da expansão e consolidação do Estado
Desenvolvimentista, do Estado empresário-produtor no Brasil. Esse movimento
no aparelho do Estado resulta no enfraquecimento da administração direta,
deteriorando sua capacidade de formulação de políticas”. Assertiva incorreta.

56. (Técnico Superior/IPAJM 2010/CESPE) Por um lado, a administração


pública atua não só por meio de seus órgãos, de seus agentes, de suas
entidades, mas também por intermédio de terceiros. Por outro lado,
utiliza-se desse aparato para desempenhar a função administrativa que
consiste na própria atividade administrativa estatal. Nesse viés, a

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doutrina faz distinção entre os sentidos objetivo e subjetivo da


expressão administração pública.
José dos Santos Carvalho Filho. Manual de direito
administrativo. 16.ª ed. Rio de Janeiro, 2006 (com
adaptações).
A partir do texto acima, é correto afirmar que a expressão administração
pública
A) refere-se, no sentido subjetivo, formal ou orgânico, às atividades
próprias do Poder Executivo.
B) significa, no sentido objetivo, material ou funcional, o conjunto de
agentes, órgãos e pessoas jurídicas integrantes da estrutura
organizacional do Estado.
C) significa, no sentido subjetivo, formal ou orgânico, o conjunto de
órgãos, de agentes e de entidades (pessoas jurídicas) que desempenham
a função administrativa, que é função predominantemente exercida
pelos órgãos do Poder Executivo.
D) compreende, em sentido estrito, subjetivamente considerada, os
órgãos governamentais, aos quais incumbe traçar não só os planos de
ação, mas também os órgãos administrativos, que se traduzem na
administração pública em sentido amplo.
E) aplica-se às autarquias, às sociedades de economia mista, às
empresas públicas e às fundações públicas, que são as pessoas jurídicas
encarregadas da função administrativa.

Comentários
A expressão “administração pública” não possui sentido único, podendo ser
estudada sob várias perspectivas distintas:
Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública pode
ser conceituada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos
destinados à consecução das diretrizes e objetivos estabelecidos pelo Governo.
Sob essa perspectiva, será estudada a organização da Administração, ou
seja, a sua composição e estruturação. Em sentido subjetivo, a expressão
Administração Pública engloba todas as entidades integrantes da Administração
Direta e Indireta, em todos os níveis federativos. Inclui também os poderes
Legislativo e Judiciário, pois estes também exercem atividades administrativas,
atipicamente.

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Por outro lado, em sentido objetivo, material ou funcional a expressão


“administração pública” (que deve ser grafada com as iniciais minúsculas),
consiste na própria função administrativa em si, exercida pelos órgãos,
entidades e agentes que integram a Administração Pública em sentido subjetivo.
Sob essa perspectiva, será estudada a atividade administrativa. O que
nos interessa é saber quais são as funções administrativas executadas pelo
Estado, ou seja, o que fazem os órgãos, entidades e agentes que integram a
Administração. Basicamente, eles exercem as atividades finalísticas de fomento,
serviço público, polícia administrativa e intervenção administrativa.
Diante dos comentários apresentados, constata-se que somente a letra “c”
responde corretamente a questão.

(Analista Administrativo/MPU 2013/CESPE) No que se refere à


organização administrativa da União, julgue os próximos itens.
57. Um órgão (pessoa jurídica) integrante da administração indireta está
hierarquicamente subordinado à pessoa jurídica da administração direta
que o instituiu.
De início, é importante esclarecer que os órgãos públicos podem ser criados
tanto na estrutura de uma pessoa jurídica integrante da Administração Pública
Direta quanto da Administração Pública Indireta. O inc. I, do § 2º, do art. 1º, da
Lei 9.784/1999, por exemplo, conceitua órgão público como “a unidade de
atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta”.
Ademais, todos eles são desprovidos de personalidade jurídica,
contrariamente ao que consta no texto da assertiva, que deve ser considerado
incorreto.

58. Ocorre autotutela quando um ministério exerce controle sobre um


órgão da administração indireta.
A prerrogativa assegurada a um ministério para o exercício do controle
finalístico em face das entidades da Administração Indireta encontra fundamento
no princípio ou poder de tutela, o que torna a assertiva incorreta.
Ao responder às questões de prova, tenha muito cuidado para não
confundir as expressões “autotutela” e “tutela”, já que possuem significados
diferentes. Enquanto a primeira assegura à Administração Pública a prerrogativa
de rever os seus próprios atos administrativos, a segunda permite que a

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Administração Direta realize um controle (supervisão) dos atos praticados pelas


entidades da Administração Indireta.

(Analista Administrativo/MPU 2013/CESPE) Acerca das agências


executivas e reguladoras, julgue os seguintes itens.
59. Os diretores de agência reguladora são indicados e exonerados ad
nutum pelo chefe do ministério a que a agência se vincula.
Os diretores de agência reguladora serão escolhidos entre brasileiros, de
reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de
especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser indicados
pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo
Senado Federal, nos termos da alínea “f”, inciso III, art. 52, da Constituição
Federal.
Após terem sido indicados e nomeados pelo Presidente da República,
com referendo do Senado Federal, os dirigentes das agências reguladoras
exercerão mandato a prazo certo, cuja duração será definida na lei de criação
de cada agência.
Depois de nomeados, os dirigentes somente perderão o mandato em caso
de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo
administrativo disciplinar, desde que a lei de criação da agência não tenha
estabelecido outras hipóteses de perda do mandato.
Sendo assim, constata-se que o texto da assertiva está incorreto, pois não
existe a possibilidade de exoneração ad nutum dos dirigentes de agências
reguladoras.

60. Para se transformar em agência executiva, uma fundação deve ter,


em andamento, planos estratégicos de reestruturação e de
desenvolvimento institucional.
O art. 51 da Lei 9.649/1998 dispõe que o Poder Executivo poderá
qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido
os seguintes requisitos: ter um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional em andamento, e, ainda, ter celebrado Contrato
de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
Apesar de o texto da assertiva, aparentemente, parecer verdadeiro, é
necessário destacar que a banca examinadora o considerou incorreto. A única
explicação para que a assertiva seja considerada incorreta está na afirmação de

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que a fundação se transforma em agência executiva, quando, na verdade,


apenas recebe uma qualificação. É mole?!

61. À agência executiva é vedada a celebração de contrato de gestão com


órgão da administração direta.
Diferentemente do que consta no texto da assertiva, a celebração de
contrato de gestão com o administração direta é condição para que a fundação
pública receba a qualificação de agência executiva, o que torna a assertiva
incorreta.

62. A desqualificação de fundação como agência executiva é realizada


mediante decreto, por iniciativa do ministério supervisor.
O Decreto nº 2.487/1998, que dispõe sobre a qualificação de autarquias e
fundações como Agências Executivas, afirma, no § 4º, de seu art. 1º, que “a
desqualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva dar-se-á
mediante decreto, por iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do
Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado”. Assertiva correta.

63. As agências executivas fazem parte da administração direta, e as


agências reguladoras integram a administração pública indireta.
Tanto as agências reguladoras quanto as agências executivas possuem
natureza jurídica de autarquias, portanto, integram a Administração Pública
Indireta. Assertiva incorreta.

(Técnico Administrativo/MPU 2013/CESPE) No que se refere à


organização administrativa, julgue os itens que se seguem, relativos a
centralização, descentralização, concentração e desconcentração.
64. Caso o presidente da República determine a centralização da
administração de determinado serviço público, esse serviço deverá ser
realizado e acompanhado por órgão da administração direta.
Sob o enfoque do Direito Administrativo, a “centralização” ocorre quando
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios exercem diretamente, em face
dos beneficiários, as atividades administrativas que estão em suas respectivas
competências, sem interferência de outras pessoas físicas ou jurídicas.

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Nesse caso, além de o ente estatal ser o titular da função administrativa,


ainda será o responsável pela execução de tal atividade, através de seus
respectivos órgãos públicos (a exemplo dos Ministérios). Assertiva correta.

65. Considere que o órgão responsável pela infraestrutura de transporte


de determinada região repassou para outra pessoa jurídica a atribuição
de executar obras nas estradas sob sua jurisdição. Nessa situação,
caracteriza-se a ocorrência de desconcentração.
A desconcentração ocorre sempre no âmbito de uma mesma pessoa
jurídica, dando origem a órgãos públicos. Dessa forma, como o texto da assertiva
afirmou que a execução de obras foi repassada para “outra pessoa jurídica”,
ficou caracterizada a descentralização da atividade. Assertiva incorreta.

66. Considere que um estado crie, por meio de lei, uma nova entidade
que receba a titularidade e o poder de execução de ações de saneamento
público. Nessa situação, configura-se a descentralização administrativa
efetivada por meio de outorga.
Na descentralização por outorga, uma entidade política (União, Estados,
DF e Municípios) cria ou autoriza a criação (em ambos os casos através de lei
específica) de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de uma determinada atividade
administrativa.
Por outro lado, na descentralização por delegação uma entidade política
(União, Estados, DF e Municípios) ou administrativa, através de contrato
administrativo ou ato unilateral, transfere somente o exercício de
determinada atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica, que já
atuava anteriormente no mercado.
Perceba que na outorga ocorre a transferência da titularidade e da
execução do serviço, enquanto na delegação ocorre apenas a transferência da
execução, pois a titularidade do serviço permanece com o ente estatal. Assertiva
correta.

67. A descentralização administrativa efetivada mediante delegação


decorre de ato unilateral do Estado e, normalmente, tem prazo
indeterminado.

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Conforme destacado na assertiva anterior, a delegação ocorre através de


contrato administrativo ou ato unilateral, mas, ao contrário do que foi
afirmado na assertiva, ocorre por tempo determinado.

(Técnico Administrativo/MPU 2013/CESPE) Julgue os próximos itens, a


respeito da organização administrativa da União, considerando a
administração direta e indireta.
68. São características das autarquias a descentralização, a criação por
lei, a especialização dos fins ou atividades, a personalidade jurídica
pública, a capacidade de autoadministração e a sujeição a controle ou
tutela.
O texto da assertiva está em conformidade com o entendimento da doutrina
majoritária, portanto, deve ser considerado correto.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, por exemplo, conceitua a
autarquia como “a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com
capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público
descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos termos da lei”.

69. O Ministério Público da União (MPU), quanto à sua posição estatal,


está subordinado à Presidência da República.
O Ministério Público da União é considerado um órgão independente, pois
está previsto diretamente no texto constitucional, não estando subordinado a
qualquer outro. Assertiva incorreta.

70. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por ser uma autarquia,
constitui instituição da administração pública desconcentrada,
descentralizada e indireta.
Não há dúvidas de que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
realmente seja uma autarquia, integrante da administração pública
descentralizada e indireta. Entretanto, o texto da assertiva também afirmou que
o INSS constitui uma instituição da administração pública desconcentrada, o
que não é verdade.
Ao criar o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, a União distribuiu
uma parcela de suas competências para outra pessoa jurídica, no caso, uma
autarquia integrante da Administração Pública Federal, ocorrendo o fenômeno da
descentralização. Para que ocorresse a desconcentração, o INSS teria que ter

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sido instituído com a natureza jurídica de órgão administrativo (órgão público),


o que não ocorreu.
O gabarito preliminar da banca examinadora apontava a assertiva como
verdadeira, mas, após a análise dos recursos, a questão foi corretamente
anulada.

71. O Banco Central do Brasil (BACEN) tem autonomia política para criar
suas próprias normas.
Ao se deparar em provas com a expressão “autonomia política”, lembre-se
de se que trata de prerrogativa que assegura a possibilidade de criação de leis,
o que não acontece com o Banco Central do Brasil, que é uma autarquia.
Somente os entes estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
podem criar as suas próprias leis, através dos respectivos poderes legislativos.
Assertiva incorreta.

72. Uma sociedade de economia mista deve ter a forma de sociedade


anônima e mais da metade do seu capital deve ser estatal.
O texto da assertiva está em conformidade com o entendimento da doutrina
majoritária, portanto, deve ser considerado correto.
O professor José dos Santos Carvalho Filho, por exemplo, conceitua as
sociedades de economia mista como “pessoas jurídicas de direito privado,
integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal,
sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao
Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades
gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços
públicos”.

(Técnico Administrativo/MPU 2013/CESPE) Julgue os itens


subsequentes, acerca das agências executivas e reguladoras.
73. Considere que Pedro, imediatamente após o término de seu mandato
como dirigente de agência reguladora, tenha sido convidado a assumir
cargo gerencial em empresa do setor regulado pela agência onde
cumprira o mandato. Nessa situação, Pedro não poderá assumir
imediatamente o novo cargo, devendo cumprir quarentena.

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O art. 8º da Lei 9986/2000 estabelece um período de “quarentena” que


deve ser cumprido pelos ex-dirigentes das agências reguladoras federais após
deixarem as respectivas entidades. Segundo o texto da lei, o ex-dirigente fica
impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor
regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses,
contados da exoneração ou do término do seu mandato.
Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo
jus à remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que
exerceu e aos benefícios a ele inerentes. A “quarentena” é aplicável também
ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis
meses do seu mandato. Assertiva correta.

74. A agência reguladora não se sujeita a qualquer forma de tutela dos


ministérios, ao contrário do que ocorre com a agência executiva.
Da mesma forma que as agências executivas, as agências reguladoras
também possuem natureza jurídica de autarquia, e, portanto, submetem-se ao
controle finalístico (poder de tutela) exercido pelos órgãos da Administração
Direta.
A Anatel, por exemplo, está submetida ao controle finalístico exercido pelo
Ministério das Comunicações, enquanto a ANVISA está submetida à supervisão
do Ministério da Saúde.

75. Considere que os representantes legais de uma empresa


distribuidora de energia elétrica estejam inconformados com decisão da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), reguladora do setor
elétrico. Nessa situação, não cabe recurso hierárquico da decisão da
ANEEL, salvo quanto ao controle de legalidade.
Para que seja admitido um recurso hierárquico é necessário que exista uma
autoridade superior àquela que proferiu a decisão, e, ainda, que essa autoridade
seja competente para reapreciar a matéria decidida.
Por ser a agência responsável por regular o setor elétrico, a ANEEL tem a
prerrogativa de decidir, em última instância, as demandas provenientes do
setor regulado. Desse modo, não é possível propor um novo recurso
administrativo contra a sua decisão, já que não existe nenhum órgão ou
entidade que esteja localizado, hierarquicamente, em grau superior. Assertiva
correta.

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76. É vedada à agência executiva a fixação, em contrato, dos direitos e


obrigações dos administradores.
O § 8º, do art. 37, da CF/1988, declara que “a autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.”
Diante do dispositivo apresentado, contata-se que o texto da assertiva deve
ser considerado incorreto.

(CESPE/Analista Ambiental – IBAMA/2013) Considerando os princípios


que regem a administração pública e sua organização, julgue os itens
subsequentes.
77. A criação do IBAMA, autarquia a que a União transferiu por lei a
competência de atuar na proteção do meio ambiente, é exemplo de
descentralização por serviço.
Na descentralização por serviço ou outorga, uma entidade política (União,
Estados, DF e Municípios) cria ou autoriza a criação, em ambos os casos através
de lei específica, de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de determinada atividade
administrativa. A criação do IBAMA é exemplo de descentralização por serviço.
Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Judiciário – TJDF/2013) A respeito da administração


direta e indireta e dos conceitos de centralização e descentralização,
julgue os próximos itens.
78. A criação, por uma universidade federal, de um departamento
específico para cursos de pós-graduação é exemplo de descentralização.
De início, destaca-se que a criação de órgãos públicos pode ocorrer tanto no
âmbito da Administração Direta quanto da Administração Indireta. No exemplo
apresentado, quando uma universidade federal (que pode ser instituída sob a

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forma de autarquia ou fundação) cria novos departamentos, secretarias, centros


integrados, entre outros, fica caracteriza a desconcentração. Assertiva
incorreta.

79. Considere que determinada sociedade de economia mista exerça


atividade econômica de natureza empresarial. Nessa situação hipotética,
a referida sociedade não é considerada integrante da administração
indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada como
tal, ela deve prestar serviço público.
As empresas públicas e sociedades de economia mista sempre integrarão a
Administração Pública indireta. Ademais, podem ser criadas para a exploração de
atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. Em ambas as
hipóteses, serão instituídas com personalidade jurídica de direito privado.
Assertiva incorreta.

(CESPE/Procurador – TCDF/2013) Julgue os itens a seguir, a respeito de


princípios da administração pública, agências reguladoras, atos
administrativos, regime disciplinar, processo administrativo-disciplinar
e controle no serviço público.
80. As agências reguladoras consistem em mecanismos que ajustam o
funcionamento da atividade econômica do país como um todo. Foram
criadas, assim, com a finalidade de ajustar, disciplinar e promover o
funcionamento dos serviços públicos, objeto de concessão, permissão e
autorização, assegurando o funcionamento em condições de excelência
tanto para o fornecedor-produtor como principalmente para o
consumidor-usuário.
As agências reguladoras criadas no direito brasileiro nada mais são que
“autarquias em regime especial”, portanto, integrantes da Administração
Pública indireta. Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, autarquia especial
é "aquela a que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar
sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir
preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública".
Dentre os privilégios específicos assegurados às agências reguladoras podem ser
citados o mandato fixo de seus dirigentes e a prerrogativa de edição de normas
jurídicas que conduzam o setor regulado aos fins públicos, cuja preservação
cabe ao Estado em prol da sociedade. Assertiva correta.

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(CESPE∕Procurador – BACEN∕2013) No que se refere à organização


administrativa brasileira, julgue os itens seguintes.
81. As agências reguladoras são autarquias com regime especial, cujos
dirigentes ocupam cargos em comissão exoneráveis pelo chefe do Poder
Executivo.
As agências reguladoras, no Brasil, realmente possuem natureza jurídica de
autarquia em regime especial (apesar de não se tratar de imposição legal).
Todavia, os seus dirigentes exercem mandato a prazo certo, isto é, somente
após a nomeação somente perdem o mandato em caso de renúncia, de
condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar, podendo a lei responsável pela criação da agência prever outras
condições para a perda do mandato. Assertiva incorreta.

82. De acordo com a jurisprudência, compete à justiça federal processar


e julgar as ações ajuizadas contra sociedade de economia mista, quando
a referida instituição estiver sob a intervenção do BACEN.
No julgamento do recurso especial nº 1.093.819, que ocorreu em 19∕03∕2013, o
Superior Tribunal de Justiça decidiu que “compete à Justiça Estadual, e não à
Justiça Federal, processar e julgar ação proposta em face de sociedade de
economia mista, ainda que se trate de instituição financeira em regime de
liquidação extrajudicial, sob intervenção do Banco Central”. Assertiva incorreta.

83. Na denominada descentralização por serviços, por meio da qual o


poder público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado,
atribuindo-lhe a execução de determinado serviço público, é vedada a
transferência da própria titularidade do serviço.
Na descentralização por serviços ou outorga, também denominada
descentralização funcional ou técnica, uma entidade política (União,
Estados, DF e Municípios) cria ou autoriza a criação, em ambos os casos através
de lei específica, de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de determinada atividade
administrativa, diretamente pela lei. Assertiva incorreta.

84. O Estado pode intervir no domínio econômico mediante a criação de


empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

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Somente as empresas públicas e sociedades de economia mista podem explorar


atividades econômicas. As fundações públicas desenvolvem atividades de
interesse público, como educação, cultura, saúde e pesquisa. Assertiva incorreta.

85. As autarquias administrativas, entidades destinadas ao exercício de


diversas atividades administrativas, inclusive, de fiscalização,
submetem-se ao regime jurídico de direito público, a exemplo do BACEN.
Todas as autarquias são instituídas, por lei, com natureza jurídica de direito
público. Assim, gozam de todas as prerrogativas inerentes ao regime jurídico-
administrativo. Assertiva correta.

(CESPE∕Atividade Técnica – MC∕2013) Com relação à organização


administrativa, julgue os itens subsecutivos.
86. Fundação pública é a pessoa jurídica de direito público, criada por
lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de
serviço público descentralizado, mediante controle administrativo
exercido nos limites da lei.
As fundações públicas, segundo entendimento predominante no Supremo
Tribunal Federal, podem ser instituídas com personalidade jurídica de direito
público ou direito privado. No primeiro caso serão criadas diretamente por lei
específica; no segundo, a lei específica apenas autorizará a respectiva criação.
Assertiva incorreta.

87. Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito


privado, instituídas pelo Poder Público, sob qualquer forma jurídica, para
exploração de atividades de natureza econômica ou execução de serviços
públicos.
As sociedades de economia mista, a exemplo do Banco do Brasil e Petrobras,
realmente podem ser instituídas para prestar serviços públicos ou explorar
atividades econômicas. Entretanto, somente podem assumir a forma jurídica de
sociedade anônima (e não qualquer forma jurídica). Assertiva incorreta.

(CESPE∕Administrador – MS∕2013) No que se refere à organização


administrativa e às administrações direta, indireta, centralizada e
descentralizada, julgue os itens a seguir.

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88. Considere que um órgão público contrate pessoa jurídica de direito


privado para executar determinado serviço público. Considere, ainda,
que esse órgão conserve a titularidade da prestação desse serviço. Nessa
situação, ocorreu a descentralização por serviços.
No exemplo apresentado pela questão, ter-se-á a descentralização por
delegação, que possibilita ao ente estatal firmar contrato administrativo de
concessão de serviço público, com pessoa jurídica de direito privado, através do
qual será transferida ao particular apenas a execução do serviço e não a
titularidade. Assertiva incorreta.

89. As empresas públicas são compostas por capital unicamente de


origem governamental.
As empresas públicas são constituídas por capital exclusivamente
governamental (público). O capital deve pertencer integralmente a entidades
da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) ou
Indireta (outras empresas públicas, autarquias, fundações públicas e sociedades
de economia mista), sendo vedada a participação de particulares na
integralização do capital. Assertiva correta.

90. As empresas públicas exploradoras da atividade econômica não estão


sujeitas à responsabilidade civil objetiva.
Somente as pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos respondem
objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros. Por explorarem atividade econômica as empresas estatais estão
sujeitas à responsabilidade civil subjetiva, assim como ocorre em relação à
iniciativa privada. Assertiva correta.

(CESPE∕Técnico Administrativo – ANS∕2013) A respeito das


administrações direta e indireta, julgue os itens seguintes:
91. As empresas públicas, por serem pessoas jurídicas de direito privado,
estão sujeitas à falência.
A Lei 11.101∕2005 (Lei de Falência), em seu art. 2º, I, dispõe expressamente que
o seu texto não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.
Assertiva incorreta.

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92. A criação de autarquia ocorre pela publicação de lei específica e


posterior registro dos estatutos em cartório competente.
Não há necessidade de registro dos atos constitutivos da autarquia, em cartório
competente, para a sua criação. A personalidade jurídica é assegurada
automaticamente, com a publicação da lei criadora no Diário Oficial. Assertiva
incorreta.

93. Os bens de uma autarquia não podem ser penhorados como garantia
dos credores nem podem ser adquiridos por terceiros por meio de
usucapião.
Os bens das autarquias são considerados públicos, portanto, gozam de
impenhorabilidade, imprescritibilidade, não-oneração e alienação condicionada.
Nesses termos, não são suscetíveis de penhora para o pagamento de dívidas e
não pode ser usucapidos. Assertiva correta.

(CESPE∕Analista Executivo – SEGER ES∕2013) Acerca da administração


pública, julgue os itens seguintes.

94. Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, os


servidores ocupam empregos públicos, ao passo que, na administração
direta, há servidores titulares de cargos efetivos e ocupantes de
empregos públicos.

Na Administração Pública Direta, que abrange a União, Estados, Municípios e


Distrito Federal, bem como em seus respectivos órgãos públicos (a exemplo dos
Ministérios e Secretarias), realmente existem agentes públicos titulares de
cargos efetivos e empregos públicos, consequência da emenda constitucional
19∕1998, que extinguiu a obrigatoriedade de regime jurídico único. Entre
04∕06∕1998 (data de promulgação da EC 19∕1998) e 07∕03∕2008 (data de
publicação da decisão liminar do STF que suspendeu algumas alterações
promovidas pela EC 19∕98, inclusive a extinção do regime jurídico único), os
entes da Administração Direta, autarquias e fundações públicas de direito público
puderam contratar agentes pelo regime celetista, e, também, pelo regime
estatutário.
Como o STF ainda não se manifestou definitivamente sobre a constitucionalidade
da extinção do regime jurídico único, promovida pela EC 19∕1998, essas
contratações permanecem produzindo os seus efeitos. Entretanto, deve ficar
claro que desde o dia 07∕03∕2008 as entidades da Administração Direta,

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autarquias e fundações públicas de direito público apenas podem contratar novos


agentes pelo regime jurídico único (estatutário). Assertiva correta.

95. Após a promulgação da CF, os cargos vitalícios foram extintos,


ficando, entretanto, resguardado o direito adquirido daqueles que os
ocupavam anteriormente.

Cargos vitalícios são aqueles que asseguram aos seus ocupantes uma maior
garantia de permanência, a exemplo dos cargos de juiz, membros do Ministério
Público e Tribunais de Contas. Ainda estão previstos expressamente no texto da
CF∕1988. Assertiva incorreta.

96. Entre as entidades federativas, somente a União está autorizada a


criar, mediante lei, autarquias e fundações públicas.

Nos termos do art. 37, XIX, da CF∕1988, todos os entes estatais (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) podem criar autarquias para a execução de
atividade administrativa em suas respectivas esferas de atuação. Assertiva
incorreta.

97. As agências reguladoras são entidades paraestatais, atuando, no


domínio econômico, com a função de regular o mercado.

As agências reguladoras, no Brasil, foram criadas com natureza jurídica de


autarquia em regime especial, portanto, integram a Administração Pública e não
podem exercer atividade econômica. Dentre as atribuições que lhes são inerentes
podemos citar a função regulatória, que assegura a prerrogativa de editar atos
normativos secundários com a finalidade de regular o setor em que atuam.
Assertiva incorreta.

98. Após aprovação de emenda constitucional relativa à matéria, deixou-


se de exigir lei para a criação e extinção de órgão público, bastando, para
tal fim, decreto do chefe do Poder Executivo.

A CF∕1988, em seu art. 84, VI, a, dispõe que compete privativamente ao


Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a “organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos”. Nesses termos, não

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restam dúvidas de que órgãos públicos somente podem ser criados por lei.
Assertiva incorreta.

(CESPE∕Analista Administrativo – ANS∕2013) Acerca do direito


administrativo relacionado à ANS, julgue os itens a seguir.
99. O ministro da saúde não tem poder hierárquico sobre o presidente da
ANS.
Não há hierarquia entre o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde –
ANS, que possui natureza jurídica de agência reguladora. O que existe entre
ambos é apenas uma relação de vinculação administrativa, que proporciona
àquele exercer o controle finalístico (verificar se a legislação está sendo
cumprida) sobre esta (ANS). Assertiva correta.

100. Na legislação brasileira, a ANS é instituída como um órgão de


regulação, sendo-lhe conferida a competência para editar atos
normativos que podem revogar leis e decretos presidenciais que
disponham sobre assistência suplementar à saúde.
Na legislação brasileira, constata-se que as agências reguladoras, a exemplo da
ANS, foram criadas com natureza jurídica de autarquia em regime especial e não
órgãos públicos de regulação (apesar de não existir proibição legal quanto a essa
possibilidade). Todavia, os atos normativos que editam para regular o setor em
que atuam não podem revogar dispositivos legais ou alterar o seu conteúdo,
restringindo-se a regulamentar ou complementá-los. Assertiva incorreta.

(CESPE/Administrador – FUB/2015) A respeito da administração direta


e indireta, julgue o item a seguir.
101. As fundações públicas, tanto as de direito público quanto as de
direito privado, são necessariamente criadas por lei, devendo estar o
patrimônio delas vinculado a um fim específico.
As fundações públicas de Direito Público são criadas por lei específica e, segundo
o entendimento do Supremo Tribunal Federal, seriam uma espécie de
autarquia, gozando de todas as prerrogativas atribuídas a essa entidade
administrativa. Quando regidas pelo Direito Público, as fundações públicas são
usualmente denominadas de “autarquia fundacional” ou “fundação autárquica”.
Por outro lado, as fundações públicas de Direito Privado têm a criação
autorizada por lei e, portanto, não podem ser consideradas espécies de
autarquias (pelo menos esse é o entendimento da doutrina majoritária). As

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fundações públicas de Direito Privado são criadas nos moldes do art. 37, XIX, da
CF, por decreto do Chefe do Poder Executivo após autorização concedida por
lei específica, que deverá ser registrada nos órgãos competentes para que se
tenha início a personalidade jurídica. Assertiva incorreta.

(CESPE/Assistente em administração – FUB/2015) Com relação aos


ministérios e aos poderes e deveres do administrador público, julgue o
item subsequente.
102. O Ministério da Fazenda é o órgão da administração direta que trata
dos seguros privados e previdências privadas abertas.
O Ministério da Fazenda realmente é um órgão autônomo integrante da
estrutura administrativa da União. Dentre as suas áreas de competência incluem-
se os seguintes temas: moeda, crédito, instituições financeiras, capitalização,
poupança popular, seguros privados e previdência privada aberta. Assertiva
correta.

(CESPE/Técnico – MPU/2015) Julgue o item a seguir, de acordo com o


regime jurídico das autarquias.
103. Autarquia é entidade dotada de personalidade jurídica própria, com
autonomia administrativa e financeira, não sendo possível que a lei
institua mecanismos de controle da entidade pelo ente federativo que a
criou.
É importante destacar que os entes da Administração Indireta (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) não são
subordinados aos entes da Administração Direta (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal), existindo entre eles existe apenas uma relação de vinculação.
Entretanto, compete às entidades da Administração Direta exercer o controle de
legalidade (controle finalístico) em relação à atuação administrativa das
entidades da Administração Indireta, garantindo, assim, a observância de suas
finalidades institucionais previstas em lei. Essa prerrogativa de fiscalização é
conseqüência do “princípio do controle”, também denominado de “princípio
da tutela”. Assertiva incorreta.

104. As autarquias responderão objetivamente pelos danos provocados


por seus agentes a terceiros, ainda que se comprove que esses agentes
tenham agido com prudência, perícia e cuidados exigidos.

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As autarquias responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa


qualidade, causarem a terceiros em razão de ato lícito ou ilícito, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, nos termos
do § 6º, artigo 37, da Constituição Federal de 1988.
O fato de o agente público ter agido com prudência, perícia e cuidados exigidos
não afasta a responsabilidade civil estatal, mas pode eximir o agente público de
responsabilidade em eventual ação regressiva proposta pela autarquia. Assertiva
correta.

105. O instrumento adequado para a criação de autarquia é o decreto,


pois o ato é de natureza administrativa e de iniciativa privativa do chefe
do Poder Executivo.
Nos termos do inciso XIX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988, somente
por lei específica, poderá ser criada uma autarquia, seja ela federal, estadual,
municipal ou distrital. Assertiva incorreta.

(CESPE/Analista – MPU/2015) Julgue o item a seguir, referente às


autarquias federais.
106. A criação de autarquia é uma forma de descentralização por meio
da qual se transfere determinado serviço público para outra pessoa
jurídica integrante do aparelho estatal.
Ocorre a “descentralização administrativa” quando um ente estatal (União,
Estados, DF e Municípios) transfere a outra pessoa, pública (como é caso da
autarquia) ou privada, o exercício de uma determinada atividade administrativa.
Nesse caso, a função administrativa não será executada por órgãos públicos, mas
por outra pessoa jurídica, com personalidade jurídica distinta do ente estatal
que transferiu a execução da função administrativa. Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE GO/2015) Acerca dos conceitos ligados


à organização administrativa, julgue o item seguinte.
107. Na desconcentração, há divisão de competências dentro da
estrutura da entidade pública com atribuição para desempenhar
determinada função.
A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de competências
dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de órgãos públicos
que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada, criada com o objetivo

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de tornar mais ágil e eficiente a execução das finalidades administrativas


previstas em lei. A desconcentração pode ser efetuada tanto pelos entes que
compõem a Administração Direta (União, Estados, Municípios ou Distrito
Federal), quanto pelos entes que integram a Administração Indireta
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
públicas). Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE GO/2015) Com relação a licitações,


julgue o item que se segue.
108. Com exceção das sociedades de economia mista, que — devido à
participação da iniciativa privada em seu capital — seguem regras
próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de
licitar.
O §1º, artigo 173, da CF/88, afirma que “a lei estabelecerá o estatuto jurídico
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre licitação e contratação de obras,
serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública”.
Sendo assim, é possível concluir que as empresas públicas e sociedades de
economia mista deveriam submeter-se a um procedimento licitatório
diferenciado, menos “burocrático”, previsto diretamente em lei (naquilo que
o texto constitucional denomina de “estatuto jurídico), já que são regidas pelo
Direito Privado e não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos ao
setor privado. Essas entidades administrativas exercem atividades de caráter
essencialmente empresarial (lucrativo), concorrendo com várias outras
empresas no mercado, a exemplo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica
Federal (que “disputam” clientes com os bancos privados), e da Petrobrás, que
concorre com a Texaco, Esso, ALE, etc.
Entretanto, até o presente momento não foi criada a lei a que se refere o §1º,
artigo 173, da CF/1988. Desse modo, as empresas públicas e sociedades de
economia mista também devem submeter-se às normas da Lei Geral de
Licitações (Lei 8.666/93), assim como as demais entidades da Administração
Pública Indireta. Assertiva incorreta.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS – COM GABARITO

(CESPE/ Agente de Polícia Federal - Polícia Federal/2014) No que se


refere à organização administrativa e a agentes públicos, julgue o item
a seguir.

01. O cargo de dirigente de empresa pública e de sociedade de economia


mista é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

(CESPE/ Analista - ANTAQ/2014) Com relação à administração pública e


seus princípios fundamentais, julgue os próximos itens.

02. Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito público


que compõem tanto a administração pública direta quanto a indireta.

(CESPE/ Analista - ANTAQ/2014) Julgue os próximos itens, acerca das


agências reguladoras e das teorias da regulação.

03. Dada a importância da ANTAQ como autoridade administrativa


independente das atividades portuárias e de transporte aquaviário, ela
figura entre as três primeiras agências criadas com assento
constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

(CESPE/ Analista – ANTAQ/2014) Julgue os próximos itens, acerca das


agências reguladoras e das teorias da regulação.

04. A criação das agências reguladoras advém da política econômica


adotada no Brasil na década de 90 do século XX, quando ocorreram
privatizações decorrentes do Plano Nacional de Desestatização.

(CESPE/Analista - ANTAQ/2014) Em relação à organização


administrativa do Estado brasileiro, julgue o item a seguir.

05. O poder normativo das agências reguladoras, cujo objetivo é atender


à necessidade crescente de normatividade baseada em questões técnicas
com mínima influência política, deve estar amparado em fundamento
legal.

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(CESPE/Analista - ANTAQ/2014) Em relação à organização


administrativa do Estado brasileiro, julgue o item a seguir.

06. As entidades que compõem o serviço social autônomo prestam


serviço público e, por isso, integram a administração pública indireta,
estando sujeitas ao controle do tribunal de contas.

(CESPE/Conhecimentos Básicos-Cargos 1 a 4–ANTAQ/2014) Em relação


à organização administrativa do Estado brasileiro, julgue o item a seguir.

07. Embora as autarquias não estejam hierarquicamente subordinadas à


administração pública direta, seus bens são impenhoráveis e seus
servidores estão sujeitos à vedação de acumulação de cargos e funções
públicas.

(CESPE/Analista - ANTAQ/2014) No que se refere ao controle da


administração pública, à improbidade administrativa e ao processo
administrativo, julgue o item subsequente.

08. As decisões das agências reguladoras federais estão sujeitas à


revisão ministerial, inclusive por meio de recurso hierárquico impróprio.

(CESPE/Técnico Administrativo – ANTAQ/2014) Acerca dos órgãos


reguladores no Brasil, julgue o item a seguir.

09. A condenação em ação penal com trânsito em julgado constitui


motivo para a exoneração de dirigente de agência reguladora.

(CESPE/Técnico Administrativo–ANTAQ/2014) Acerca da organização


da administração pública, julgue o item seguinte.

10. A distribuição de competências entre os órgãos de uma mesma


pessoa jurídica denomina-se desconcentração, podendo ocorrer em
razão da matéria, da hierarquia ou por critério territorial.

(CESPE/Técnico Administrativo–ANTAQ/2014) Acerca da organização


da administração pública, julgue o item seguinte.

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11. Para a criação de entidades da administração indireta, como


sociedades de economia mista, empresas públicas e organizações
sociais, é necessária a edição de lei formal pelo Poder Legislativo.

(CESPE/Técnico Administrativo–ANTAQ/2014) Acerca da organização


da administração pública, julgue o item seguinte.

12. As entidades administrativas, como as autarquias, são pessoas


jurídicas de direito público interno, detentoras de autonomia política e
financeira e de autorregulação.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Julgue o item


subsecutivo, com relação às agências reguladoras.

13. A função normativa das agências reguladoras se equipara à função


regulamentar do chefe do Poder Executivo de complementação das leis.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Julgue o item


subsecutivo, com relação às agências reguladoras.

14. As agências reguladoras exercem função normativa primária,


observadas as normas hierarquicamente superiores.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Julgue o item


subsecutivo, com relação às agências reguladoras.

15. Não caracteriza violação ao princípio da legalidade a edição, pela


agência reguladora, de atos de condicionamento ou de restrição de
direitos para o cumprimento de obrigação disposta em lei.

(CESPE/Técnico em Regulação–ANTAQ/2014) Acerca dos órgãos


reguladores no Brasil, julgue o item a seguir.

16. Cabe às agências reguladoras, concebidas a partir da década de


1990, regular a oferta de serviços providos por empreendedores públicos
e privados, assim como implantar as políticas e diretrizes do governo
federal direcionadas a seus respectivos setores de atuação.

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(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - TJ-


SE/2014) Com relação à descentralização e à administração indireta,
julgue os itens seguintes.

17. A descentralização por colaboração ocorre quando se transfere a


execução de um serviço público a pessoa jurídica de direito privado já
existente, conservando o poder público a titularidade desse serviço.

18. Os consórcios públicos são considerados entidades da administração


indireta, dotados de personalidade jurídica de direito público,
integrantes de todos os entes da Federação consorciados.

19. As empresas públicas exploradoras de atividade econômica sujeitam-


se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, com exceção do
que for concernente às obrigações comerciais.

20. As autarquias são entidades integrantes da administração indireta


não sujeitas à tutela, tendo em vista a sua capacidade de
autoadministração.

21. A descentralização pressupõe a existência de, pelo menos, dois


órgãos ou pessoas jurídicas entre os quais se repartem as competências.

(CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-SE/2014) Com relação à organização


administrativa e à administração direta e indireta, julgue os seguintes
itens.

22. Pode ser qualificada como agência executiva a autarquia que tenha
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional
em andamento e que celebre contrato de gestão com órgão do governo
federal.

(CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-SE/2014) Com relação à organização


administrativa e à administração direta e indireta, julgue os seguintes
itens.

23. Verifica-se a descentralização por colaboração quando o poder


público, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, transfere
a titularidade e a execução de determinado serviço público a pessoa
jurídica de direito privado.

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(CESPE/ Analista Judiciário - Direito - TJ-SE/2014) No que concerne às


regras e aos princípios específicos que regem a atuação da administração
pública, julgue os itens subsequentes.

24. As empresas públicas se diferenciam das sociedades de economia


mista, entre outros fatores, pela forma jurídica e de constituição de seu
capital social.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014) A propósito da organização


administrativa, julgue os itens seguintes.

25. Ocorrerá descentralização administrativa funcional caso haja criação


de uma nova vara em um tribunal de justiça.

26. São integrantes da administração indireta, entre outros, as


autarquias, as fundações e os serviços sociais autônomos.

27. Exige-se lei específica para a criação de subsidiárias de empresas


públicas e de sociedades de economia mista.

28. As autarquias caracterizam-se por serem dotações patrimoniais


criadas por lei, sujeitas a controle ou tutela, com personalidade jurídica
pública e capacidade de autoadministração.

(CESPE/ Técnico Judiciário – TJ CE/2014) No que se refere à


administração direta e à indireta, à centralizada e à descentralizada,
julgue os itens seguintes.

29. Trata-se de administração indireta quando o Estado, a fim de obter


maior celeridade e eficiência, exerce algumas de suas atividades de
forma desconcentrada.

30. As empresas públicas e as sociedades de economia mista são


integrantes da administração indireta, independentemente de prestarem
serviço público ou de exercerem atividade econômica de natureza
empresarial.

31. Toda pessoa integrante da administração indireta está vinculada a


determinado órgão da administração direta, fato que decorre do
princípio da especificidade.

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32. Em virtude do princípio da separação dos poderes, a administração


pública direta é exercida exclusivamente pelo Poder Executivo, o qual é
incumbido da atividade administrativa em geral.

33. A criação de empresa pública e de sociedade de economia mista


depende de autorização legislativa, porém, o mesmo não ocorre às suas
subsidiárias.

34. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-CE/2014) Assinale a opção que


apresenta apenas órgãos da administração pública direta.

a) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Ministério da Saúde

b) Banco Central do Brasil e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

c) PETROBRAS e Secretaria de Saúde do Ceará

d) Banco do Brasil e Agência Nacional de Energia Elétrica

e) Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Presidência da


República

35. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-CE/2014) No que se refere à


desconcentração e descentralização, assinale a opção correta.

a) A desconcentração implica, necessariamente, a criação de novas


pessoas jurídicas.

b) A descentralização pode ocorrer por meio da delegação de atividade


administrativa a uma pessoa física.

c) A desconcentração refere-se à repartição de funções entre órgãos de


diferentes hierarquias da administração pública.

d) A descentralização pode ocorrer, em algumas situações, mediante a


transferência de competências da administração pública para fundações.

e) A descentralização ocorre exclusivamente para a transferência de


competências da administração pública a pessoas jurídicas de direito
público.

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(CESPE/Analista de Planejamento – INPI/2013) Com relação à


administração pública direta e indireta, às autarquias e às empresas
públicas, julgue os itens que se seguem.
36. O instituto da desconcentração permite que as atribuições sejam
distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa
jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional.
Assim, concentração refere-se à administração direta; já
desconcentração, à indireta.
37. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, com
totalidade de capital público, cuja criação depende de autorização
legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma
admitida em direito.
38. A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública
indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação
depende de lei específica.

(CESPE/Técnico Judiciário – CNJ/2013) Consoante à organização


administrativa, à administração indireta e a agentes públicos, julgue os
itens que se seguem.
39. As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público
interno, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Já
as entidades administrativas integram a administração pública, mas não
têm autonomia política, como as autarquias e as fundações públicas.

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE MS/2013) A respeito da administração


direta e indireta, centralizada e descentralizada, julgue os itens
seguintes.

40. A chamada centralização desconcentrada é a atribuição


administrativa cometida a uma única pessoa jurídica dividida
internamente em diversos órgãos.
41. A estrutura básica da administração direta na esfera estadual é
composta pelo chefe do Poder Executivo, que tem como auxiliares os
ministros de Estado.
42. Sociedade de economia mista, empresa pública e fundação pública
de direito público são categorias abrangidas pelo termo empresa estatal
ou empresa governamental.

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43. A criação de uma diretoria no âmbito interno de um tribunal regional


eleitoral (TRE) configura exemplo de descentralização administrativa.
44. A administração direta é composta de pessoas jurídicas, também
denominadas entidades, e a administração indireta, de órgãos internos
do Estado.

(Perito Médico Previdenciário/INSS 2010/CESPE) Acerca da organização


administrativa da União, julgue os itens que se seguem.
45. Às autarquias não deve ser outorgado serviço público típico.

(Oficial Técnico de Inteligência – Direito/ABIN 2010/CESPE) No que


concerne à administração pública, julgue os itens a seguir.
46. Caso o diretor-presidente de uma autarquia federal edite um ato,
delegando a outro diretor a competência para julgar recursos
administrativos, tal delegação será legal.
47. A administração pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo,
pela própria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de
seus agentes e órgãos.
48. Considerando-se que, de acordo com a teoria do órgão, os atos
praticados pelos agentes públicos são imputados à pessoa jurídica de
direito público, é correto afirmar que os atos provenientes de um agente
que não foi investido legitimamente no cargo, são considerados
inexistentes, não gerando qualquer efeito.

49. (CESPE/Agente de Proteção – TJRR/2013) Com relação às pessoas


jurídicas, julgue os próximos itens.
Consórcio formado por municípios para preservar rio que abastece a
população da região constitui exemplo de associação pública.
(CESPE/Técnico do MPU/2013) A respeito da organização da
administração pública, julgue os itens a seguir.
50. A transferência pelo poder público, por meio de contrato ou ato
administrativo unilateral, apenas da execução de determinado serviço
público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à
descentralização por serviços, também denominada descentralização
técnica.

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51. Para exercer a disciplina e o controle administrativo sobre os atos e


contratos relativos à prestação de serviço público específico, a União
pode criar, mediante lei federal, uma agência reguladora, pessoa jurídica
de direito público cujos dirigentes exercem mandatos fixos, somente
podendo perdê-los em caso de renúncia, condenação transitada em
julgado ou processo administrativo disciplinar, entre outras hipóteses
fixadas na lei instituidora da entidade.
52. Verifica-se a existência de hierarquia administrativa entre as
entidades da administração indireta e os entes federativos que as
instituíram ou autorizaram a sua criação.

(Analista Executivo/INMETRO 2013/CESPE - adaptada) Assinale a opção


correta a respeito das reformas para a modernização da administração
pública brasileira.
53. O Decreto-lei n.º 200/1967 caracterizou-se como uma tentativa do
governo federal de conferir maior efetividade à ação governamental por
meio de intensa centralização do aparelho estatal.
54. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado não compreendeu
entre seus princípios a necessidade de ênfase na qualidade, na
produtividade e na satisfação do cidadão.
55. Por meio das mudanças desencadeadas pela reforma administrativa
do final da década de sessenta do século passado, pode-se perceber o
claro enfraquecimento do Estado desenvolvimentista e do Estado
empresário-produtor.

56. (Técnico Superior/IPAJM 2010/CESPE) Por um lado, a administração


pública atua não só por meio de seus órgãos, de seus agentes, de suas
entidades, mas também por intermédio de terceiros. Por outro lado,
utiliza-se desse aparato para desempenhar a função administrativa que
consiste na própria atividade administrativa estatal. Nesse viés, a
doutrina faz distinção entre os sentidos objetivo e subjetivo da
expressão administração pública.
José dos Santos Carvalho Filho. Manual de direito
administrativo. 16.ª ed. Rio de Janeiro, 2006 (com
adaptações).
A partir do texto acima, é correto afirmar que a expressão administração
pública

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A) refere-se, no sentido subjetivo, formal ou orgânico, às atividades


próprias do Poder Executivo.
B) significa, no sentido objetivo, material ou funcional, o conjunto de
agentes, órgãos e pessoas jurídicas integrantes da estrutura
organizacional do Estado.
C) significa, no sentido subjetivo, formal ou orgânico, o conjunto de
órgãos, de agentes e de entidades (pessoas jurídicas) que desempenham
a função administrativa, que é função predominantemente exercida
pelos órgãos do Poder Executivo.
D) compreende, em sentido estrito, subjetivamente considerada, os
órgãos governamentais, aos quais incumbe traçar não só os planos de
ação, mas também os órgãos administrativos, que se traduzem na
administração pública em sentido amplo.
E) aplica-se às autarquias, às sociedades de economia mista, às
empresas públicas e às fundações públicas, que são as pessoas jurídicas
encarregadas da função administrativa.

(Analista Administrativo/MPU 2013/CESPE) No que se refere à


organização administrativa da União, julgue os próximos itens.
57. Um órgão (pessoa jurídica) integrante da administração indireta está
hierarquicamente subordinado à pessoa jurídica da administração direta
que o instituiu.
58. Ocorre autotutela quando um ministério exerce controle sobre um
órgão da administração indireta.

(Analista Administrativo/MPU 2013/CESPE) Acerca das agências


executivas e reguladoras, julgue os seguintes itens.
59. Os diretores de agência reguladora são indicados e exonerados ad
nutum pelo chefe do ministério a que a agência se vincula.
60. Para se transformar em agência executiva, uma fundação deve ter,
em andamento, planos estratégicos de reestruturação e de
desenvolvimento institucional.
61. À agência executiva é vedada a celebração de contrato de gestão com
órgão da administração direta.
62. A desqualificação de fundação como agência executiva é realizada
mediante decreto, por iniciativa do ministério supervisor.

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63. As agências executivas fazem parte da administração direta, e as


agências reguladoras integram a administração pública indireta.

(Técnico Administrativo/MPU 2013/CESPE) No que se refere à


organização administrativa, julgue os itens que se seguem, relativos a
centralização, descentralização, concentração e desconcentração.
64. Caso o presidente da República determine a centralização da
administração de determinado serviço público, esse serviço deverá ser
realizado e acompanhado por órgão da administração direta.
65. Considere que o órgão responsável pela infraestrutura de transporte
de determinada região repassou para outra pessoa jurídica a atribuição
de executar obras nas estradas sob sua jurisdição. Nessa situação,
caracteriza-se a ocorrência de desconcentração.
66. Considere que um estado crie, por meio de lei, uma nova entidade
que receba a titularidade e o poder de execução de ações de saneamento
público. Nessa situação, configura-se a descentralização administrativa
efetivada por meio de outorga.
67. A descentralização administrativa efetivada mediante delegação
decorre de ato unilateral do Estado e, normalmente, tem prazo
indeterminado.

(Técnico Administrativo/MPU 2013/CESPE) Julgue os próximos itens, a


respeito da organização administrativa da União, considerando a
administração direta e indireta.
68. São características das autarquias a descentralização, a criação por
lei, a especialização dos fins ou atividades, a personalidade jurídica
pública, a capacidade de autoadministração e a sujeição a controle ou
tutela.
69. O Ministério Público da União (MPU), quanto à sua posição estatal,
está subordinado à Presidência da República.
70. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por ser uma autarquia,
constitui instituição da administração pública desconcentrada,
descentralizada e indireta.
71. O Banco Central do Brasil (BACEN) tem autonomia política para criar
suas próprias normas.

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72. Uma sociedade de economia mista deve ter a forma de sociedade


anônima e mais da metade do seu capital deve ser estatal.

(Técnico Administrativo/MPU 2013/CESPE) Julgue os itens


subsequentes, acerca das agências executivas e reguladoras.
73. Considere que Pedro, imediatamente após o término de seu mandato
como dirigente de agência reguladora, tenha sido convidado a assumir
cargo gerencial em empresa do setor regulado pela agência onde
cumprira o mandato. Nessa situação, Pedro não poderá assumir
imediatamente o novo cargo, devendo cumprir quarentena.
74. A agência reguladora não se sujeita a qualquer forma de tutela dos
ministérios, ao contrário do que ocorre com a agência executiva.
75. Considere que os representantes legais de uma empresa
distribuidora de energia elétrica estejam inconformados com decisão da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), reguladora do setor
elétrico. Nessa situação, não cabe recurso hierárquico da decisão da
ANEEL, salvo quanto ao controle de legalidade.
76. É vedada à agência executiva a fixação, em contrato, dos direitos e
obrigações dos administradores.

(CESPE/Analista Ambiental – IBAMA/2013) Considerando os princípios


que regem a administração pública e sua organização, julgue os itens
subsequentes.
77. A criação do IBAMA, autarquia a que a União transferiu por lei a
competência de atuar na proteção do meio ambiente, é exemplo de
descentralização por serviço.

(CESPE/Técnico Judiciário – TJDF/2013) A respeito da administração


direta e indireta e dos conceitos de centralização e descentralização,
julgue os próximos itens.
78. A criação, por uma universidade federal, de um departamento
específico para cursos de pós-graduação é exemplo de descentralização.
79. Considere que determinada sociedade de economia mista exerça
atividade econômica de natureza empresarial. Nessa situação hipotética,
a referida sociedade não é considerada integrante da administração

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indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada como


tal, ela deve prestar serviço público.

(CESPE/Procurador – TCDF/2013) Julgue os itens a seguir, a respeito de


princípios da administração pública, agências reguladoras, atos
administrativos, regime disciplinar, processo administrativo-disciplinar
e controle no serviço público.
80. As agências reguladoras consistem em mecanismos que ajustam o
funcionamento da atividade econômica do país como um todo. Foram
criadas, assim, com a finalidade de ajustar, disciplinar e promover o
funcionamento dos serviços públicos, objeto de concessão, permissão e
autorização, assegurando o funcionamento em condições de excelência
tanto para o fornecedor-produtor como principalmente para o
consumidor-usuário.

(CESPE∕Procurador – BACEN∕2013) No que se refere à organização


administrativa brasileira, julgue os itens seguintes.
81. As agências reguladoras são autarquias com regime especial, cujos
dirigentes ocupam cargos em comissão exoneráveis pelo chefe do Poder
Executivo.
82. De acordo com a jurisprudência, compete à justiça federal processar
e julgar as ações ajuizadas contra sociedade de economia mista, quando
a referida instituição estiver sob a intervenção do BACEN.
83. Na denominada descentralização por serviços, por meio da qual o
poder público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado,
atribuindo-lhe a execução de determinado serviço público, é vedada a
transferência da própria titularidade do serviço.
84. O Estado pode intervir no domínio econômico mediante a criação de
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
85. As autarquias administrativas, entidades destinadas ao exercício de
diversas atividades administrativas, inclusive, de fiscalização,
submetem-se ao regime jurídico de direito público, a exemplo do BACEN.

(CESPE∕Atividade Técnica – MC∕2013) Com relação à organização


administrativa, julgue os itens subsecutivos.

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86. Fundação pública é a pessoa jurídica de direito público, criada por


lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de
serviço público descentralizado, mediante controle administrativo
exercido nos limites da lei.
87. Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito
privado, instituídas pelo Poder Público, sob qualquer forma jurídica, para
exploração de atividades de natureza econômica ou execução de serviços
públicos.

(CESPE∕Administrador – MS∕2013) No que se refere à organização


administrativa e às administrações direta, indireta, centralizada e
descentralizada, julgue os itens a seguir.
88. Considere que um órgão público contrate pessoa jurídica de direito
privado para executar determinado serviço público. Considere, ainda,
que esse órgão conserve a titularidade da prestação desse serviço. Nessa
situação, ocorreu a descentralização por serviços.
89. As empresas públicas são compostas por capital unicamente de
origem governamental.
90. As empresas públicas exploradoras da atividade econômica não estão
sujeitas à responsabilidade civil objetiva.

(CESPE∕Técnico Administrativo – ANS∕2013) A respeito das


administrações direta e indireta, julgue os itens seguintes:
91. As empresas públicas, por serem pessoas jurídicas de direito privado,
estão sujeitas à falência.
92. A criação de autarquia ocorre pela publicação de lei específica e
posterior registro dos estatutos em cartório competente.
93. Os bens de uma autarquia não podem ser penhorados como garantia
dos credores nem podem ser adquiridos por terceiros por meio de
usucapião.

(CESPE∕Analista Executivo – SEGER ES∕2013) Acerca da administração


pública, julgue os itens seguintes.

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94. Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, os


servidores ocupam empregos públicos, ao passo que, na administração
direta, há servidores titulares de cargos efetivos e ocupantes de
empregos públicos.

95. Após a promulgação da CF, os cargos vitalícios foram extintos,


ficando, entretanto, resguardado o direito adquirido daqueles que os
ocupavam anteriormente.

96. Entre as entidades federativas, somente a União está autorizada a


criar, mediante lei, autarquias e fundações públicas.

97. As agências reguladoras são entidades paraestatais, atuando, no


domínio econômico, com a função de regular o mercado.

98. Após aprovação de emenda constitucional relativa à matéria, deixou-


se de exigir lei para a criação e extinção de órgão público, bastando, para
tal fim, decreto do chefe do Poder Executivo.

(CESPE∕Analista Administrativo – ANS∕2013) Acerca do direito


administrativo relacionado à ANS, julgue os itens a seguir.
99. O ministro da saúde não tem poder hierárquico sobre o presidente da
ANS.
100. Na legislação brasileira, a ANS é instituída como um órgão de
regulação, sendo-lhe conferida a competência para editar atos
normativos que podem revogar leis e decretos presidenciais que
disponham sobre assistência suplementar à saúde.

(CESPE/Administrador – FUB/2015) A respeito da administração direta


e indireta, julgue o item a seguir.
101. As fundações públicas, tanto as de direito público quanto as de
direito privado, são necessariamente criadas por lei, devendo estar o
patrimônio delas vinculado a um fim específico.

(CESPE/Assistente em administração – FUB/2015) Com relação aos


ministérios e aos poderes e deveres do administrador público, julgue o
item subsequente.

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102. O Ministério da Fazenda é o órgão da administração direta que trata


dos seguros privados e previdências privadas abertas.

(CESPE/Técnico – MPU/2015) Julgue o item a seguir, de acordo com o


regime jurídico das autarquias.
103. Autarquia é entidade dotada de personalidade jurídica própria, com
autonomia administrativa e financeira, não sendo possível que a lei
institua mecanismos de controle da entidade pelo ente federativo que a
criou.
104. As autarquias responderão objetivamente pelos danos provocados
por seus agentes a terceiros, ainda que se comprove que esses agentes
tenham agido com prudência, perícia e cuidados exigidos.
105. O instrumento adequado para a criação de autarquia é o decreto,
pois o ato é de natureza administrativa e de iniciativa privativa do chefe
do Poder Executivo.

(CESPE/Analista – MPU/2015) Julgue o item a seguir, referente às


autarquias federais.
106. A criação de autarquia é uma forma de descentralização por meio
da qual se transfere determinado serviço público para outra pessoa
jurídica integrante do aparelho estatal.

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE GO/2015) Acerca dos conceitos ligados


à organização administrativa, julgue o item seguinte.
107. Na desconcentração, há divisão de competências dentro da
estrutura da entidade pública com atribuição para desempenhar
determinada função.

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE GO/2015) Com relação a licitações,


julgue o item que se segue.
108. Com exceção das sociedades de economia mista, que — devido à
participação da iniciativa privada em seu capital — seguem regras
próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de
licitar.

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GABARITO

01.E 02.E 03.E 04.C 05.C 06.E 07.C 08.C 09.E 10.C

11.E 12.E 13.E 14.E 15.C 16.C 17.C 18.E 19.E 20.E

21.E 22.C 23.E 24.C 25.E 26.E 27.E 28.E 29.E 30.C

31.E 32.E 33.E 34.E 35.D 36.E 37.C 38.E 39.C 40.C

41.E 42.E 43.E 44.E 45.E 46.E 47.C 48.E 49.C 50.E

51.C 52.E 53.E 54.E 55.E 56.C 57.E 58.E 59.E 60.E

61.E 62.C 63.E 64.C 65.E 66.C 67.E 68.C 69.E 70.X

71.E 72.C 73.C 74.E 75.V 76.E 77.C 78.E 79.E 80.C

81.E 82.E 83.E 84.E 85.C 86.E 87.E 88.E 89.C 90.C

91.E 92.E 93. C 94.C 95.E 96.E 97.E 98.E 99.C 100.E

101.E 102.C 103.E 104.C 105.E 106.C 107.C 108.E

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QUESTÕES COMENTADAS – FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS

01. (FCC∕Procurador – AL PB∕2013) É característica do regime jurídico


das entidades da Administração Indireta
a) a existência de entidades de direito público, como as autarquias e
empresas públicas, dotadas de prerrogativas semelhantes às dos entes
políticos.
b) a ausência de subordinação hierárquica entre as pessoas
administrativas descentralizadas e os órgãos da Administração Direta
responsáveis pela sua supervisão.
c) a obrigatoriedade de contratação de pessoal das entidades
descentralizadas por meio do regime celetista.
d) que a existência legal das entidades descentralizadas decorra
diretamente da promulgação de lei instituidora.
e) a obediência de todas as entidades descentralizadas à Lei
Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Comentários
a) As empresas públicas e sociedades de economia mista são regidas pelo
direito privado, portanto, não gozam dos mesmos benefícios assegurados às
autarquias, que são regidas pelo direito público. Essa é a regra geral para as
provas da Fundação Carlos Chagas.
Entretanto, lembre-se de que o Supremo Tribunal Federal possui entendimento
de que os Correios (empresa pública federal) possuem as mesmas prerrogativas
das autarquias, pois prestam serviço público em regime de exclusividade (sem
concorrentes em sua área de atuação). Assertiva incorreta.
b) Entre as entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal) e Administração Indireta (autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas e consórcios públicos de
direito público) não há hierarquia, mas apenas relação de vinculação
administrativa. Assertiva correta.
c) Dentre as entidades descentralizadas que integram a Administração Indireta,
somente empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas
de direito privado estão obrigadas a contratar pessoal através do regime
celetista. Assertiva incorreta.
d) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que “somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação”. Assertiva incorreta.
e) Somente as empresas estatais dependentes estão submetidas às regras
da Lei de Responsabilidade Fiscal, isto é, as entidades que recebam do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária. Assertiva incorreta.

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Gabarito: Letra b.

02. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 9ª Região∕2013) As empresas estatais


submetem-se ao regime jurídico típico das empresas privadas,
aplicando-se a elas, no entanto, algumas normas de direito público, como
a) submissão à regra do concurso público para contratação de servidores
públicos.
b) submissão à regra geral de obrigatoriedade de licitação, atividades
meio e atividades fim da empresa.
c) juízo privativo.
d) regime especial de execução, sujeito a pagamento por ordem
cronológica de apresentação de precatórios.
e) impenhorabilidade e imprescritibilidade de seus bens,
independentemente de afetação ao serviço público.

Comentários
a) As empresas públicas e sociedades de economia mista realmente estão
obrigadas a realizar concurso público para a contratação de pessoal, que será
regido pelas regras da CLT. Assertiva correta.
b) Somente as atividades meio das empresas estatais estão submetidas às
regras gerais de licitação (a exemplo da aquisição de material de escritório,
contratação de empresa para realização de segurança, reforma da sede da
entidade etc.). As atividades fim não precisam ser licitadas, pois, caso contrário,
as empresas estatais estariam impossibilitadas de exercê-las. A Petrobras não
precisa realizar licitação para vender combustível (atividade fim da empresa) aos
eventuais interessados, porém, deve promovê-la se quiser contratar uma
empresa de publicidade (atividade meio). Assertiva incorreta.
c) O art. 109, I, da CF∕1988, somente assegura juízo privativo às empresas
públicas federais, ao dispor que compete aos juízes federais processar e julgar
“as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto
as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho”. As sociedades de economia mista federais não gozam dessa
prerrogativa e eventuais demandas contra tais entidades devem ser propostas
na justiça estadual. Assertiva incorreta.
d) Em regra, os débitos das empresas públicas e sociedades de economia mista
provenientes de decisões judiciais desfavoráveis são pagos pelo mesmo
procedimento comum de execução aplicável às empresas privadas. Somente as
entidades regidas pelo direito público pagam os seus débitos provenientes de
decisões judiciais mediante precatórios. Assertiva incorreta.

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e) Em regra, os bens das empresas estatais não são considerados públicos,


portanto, não gozam de impenhorabilidade e imprescritibilidade (impossibilidade
de usucapião). Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista
são considerados bens privados, fato que possibilita eventual penhora judicial
para quitação de débitos judiciais. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra a.

03. (FCC∕Técnico Judiciário – TRT 1ª Região∕2013) A respeito das


entidades integrantes da Administração indireta, é correto afirmar que
a) se submetem, todas, ao regime jurídico de direito público, com
observância aos princípios constitucionais e às demais regras aplicáveis
à Administração pública.
b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem
atividade econômica submetem- se ao regime tributário próprio das
empresas privadas.
c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e submetem-
se ao regime jurídico de direito público, gozando de capacidade política.
d) apenas as empresas públicas podem explorar atividade econômica e
sempre em caráter supletivo à iniciativa privada, submetidas ao regime
próprio das empresas privadas, salvo em matéria tributária.
e) apenas as sociedades de economia mista sujeitam- se ao regime de
direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção de
lucro.
Comentários
a) Dentre as entidades da Administração Pública Indireta, somente as autarquias
e fundações públicas de direito público são instituídas com personalidade jurídica
de direito público. As empresas públicas e sociedades de economia mista são
instituídas com personalidade jurídica de direito privado. Assertiva incorreta.
b) As empresas estatais, nos termos do art. 173, § 1º, da CF∕1988, estão sujeitas
ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Assertiva correta.
c) É a capacidade política que assegura à União, Estados, Municípios e Distrito
Federal a prerrogativa de criar leis através dos respectivos órgãos legislativos.
Entretanto, deve ficar claro que as autarquias não podem criar leis, já que são
entidades administrativas. Assertiva incorreta.
d) Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista podem
ser instituídas para a prestação de serviços públicos ou exploração de atividades
econômicas. Assertiva incorreta.
e) As empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas às regras
de direito privado, nos termos do art. 173, § 1º, da CF∕1988. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.

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04. (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) Analise as


características abaixo.
I. Personalidade jurídica de direito público.
II. Criação por lei.
III. Capacidade de autoadministração.
IV. Especialização dos fins ou atividades.
V. Sujeição a controle ou tutela.
Trata-se de
a) empresa pública.
b) fundação.
c) autarquia.
d) sociedade de economia mista.
e) órgão público.

Comentários
Analisando-se as características apresentadas, não restam dúvidas de que
a questão está se referindo às autarquias, que são as únicas entidades criadas
mediante autorização legal e que possuem personalidade jurídica de direito
público.
As empresas públicas e sociedades de economia mista sempre são
instituídas com personalidade jurídica de direito privado, enquanto as fundações
públicas podem ser regidas tanto pelo direito público quanto pelo direito
privado. Ademais, os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica, o
que afasta a possibilidade de apontar a letra “e” como resposta.

Gabarito: letra c.

05. (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) No que concerne à


classificação quanto à posição estatal, os órgãos públicos autônomos são
a) órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação
e ao controle hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia
administrativa nem financeira.
b) os que se localizam na cúpula da Administração, subordinados
diretamente à chefia dos órgãos independentes; gozam de autonomia
administrativa, financeira e técnica e participam das decisões
governamentais.

c) os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do


Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, sujeitos
apenas aos controles constitucionais de um sobre o outro, e suas
atribuições são exercidas por agentes políticos.

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d) os que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos superiores


de decisão, exercendo principalmente funções de execução.
e) órgãos de direção e comando, não sujeitos à subordinação e ao
controle hierárquico de uma chefia, gozando de autonomia
administrativa e financeira, como, por exemplo, as Casas Legislativas.

Comentários
a) Errado. O texto da assertiva está se referindo aos órgãos superiores,
que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua
competência específica, mas sempre estão sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia lotada em outro órgão.
b) Correto. Órgãos autônomos são aqueles que se encontram
diretamente subordinados aos órgãos independentes, apesar de figurarem no
topo da hierarquia administrativa. Detêm autonomia técnica, administrativa e
financeira, a exemplo dos Ministérios, dos órgãos integrantes da estrutura
administrativa da Presidência da República (Casa Civil, Secretaria-Geral,
Secretaria de Relações Institucionais, etc), entre outros.
c) Errado. Não restam dúvidas de que a assertiva está se referindo aos
órgãos independentes, que estão previstos diretamente no texto
constitucional, representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional,
Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de
Vereadores), Executivo (Presidência da República, Governadoria dos Estados,
DF e Prefeituras) e Judiciário (com todos os seus órgãos).
d) Errado. Esses são os órgãos subalternos, que possuem reduzido
poder decisório e são responsáveis por atribuições meramente executivas, a
exemplo das seções de atendimento ao público, portarias etc.
e) Errado. As casas legislativas (Congresso Nacional, Câmara dos
Deputados, Senado Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores)
são classificadas como órgãos independentes, já que possuem previsão
constitucional e não se subordinam a qualquer outro órgão.

Gabarito: letra b.

06. (FCC/Procurador TCE SP/2011) Como característica comum às


entidades integrantes da Administração Indireta do Estado de São Paulo,
pode-se mencionar a
a) necessidade de lei autorizando a criação do ente.
b) necessidade de concurso público para preenchimento dos cargos em
comissão.
c) submissão à autotutela da Administração Direta.
d) submissão ao regime próprio de previdência.
e) observância do regime de precatórios para pagamento de seus débitos
judiciais.

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Comentários
a) Correto. Por eliminação, certamente marcaríamos esta assertiva como
resposta da questão. Entretanto, é importante esclarecer que o seu texto também
deveria ter sido considerado incorreto, já que o caput está se referindo às
entidades integrantes da Administração Indireta do Estado de São Paulo, que
inclui as autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas.
Analisando-se o art. 37, XIX, da Constituição Federal, assim como o atual
entendimento do Supremo Tribunal Federal, consta-se que somente as empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado
necessitam de autorização legal para a respectiva criação. As autarquias e
fundações públicas de direito público não precisam de autorização, pois são
criadas diretamente pela própria lei específica.
b) Errado. Os cargos em comissão, também denominados de cargos de
confiança, não exigem aprovação em concurso público para o respectivo
provimento. Trata-se de uma espécie de cargo público cujas nomeações e
exonerações ficam sob a discricionariedade da autoridade competente (a
exemplo dos cargos de Ministro de Estado e Secretários Municipais).
c) Errado. É necessário ficar atento para não confundir o princípio da
tutela com o princípio da autotutela, pois são muitas as questões elaboradas
pela Fundação Carlos Chagas com o objetivo de tentar induzir o candidato ao
erro.
O controle administrativo realizado pela Administração Direta em relação
às atividades exercidas pelas entidades da Administração Indireta é conseqüência
do princípio da tutela, também denominado de “princípio do controle”. Como
não existe relação de subordinação entre a Administração Pública Direta e
Indireta, está não está sujeita à prerrogativa de autotutela (possibilidade de
revisão de atos, por exemplo) daquela.
d) Errado. Enquanto os servidores das entidades regidas pelo direito
público (autarquias e fundações públicas de direito público) gozam de regime
próprio de previdência social, os empregados das entidades regidas pelo direito
privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas
de direito privado) são regidos pelo regime geral de previdência social (INSS).
e) Errado. Em regra, somente as entidades regidas pelo direito público
podem pagar os seus débitos judiciais através do regime de precatórios.

Gabarito: letra a.

07. (FCC/Analista Judiciário TRT 14ª Região/2011) Para os fins do


Decreto-Lei nº 200/67, autarquia é
a) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada
por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de

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sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua


maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
b) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a
exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
por força de contingência ou de conveniência administrativa.
c) o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada.
d) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa.
e) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
fins lucrativos, criada por lei, para o desenvolvimento de atividades que
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção.

Comentários

A autarquia, entidade integrante da Administração Pública Indireta, é


conceituada no art. 5º, I, do Decreto-Lei nº 200/1967, como “o serviço
autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.”

São exemplos de autarquias, na esfera federal, o INSS, o IBAMA, o DNOCS


(Departamento Nacional de Obras contra as secas), o Banco Central do Brasil, a
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entre outras.

Gabarito: letra c.

08. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) NÃO é considerada


característica da sociedade de economia mista
a) a criação independente de lei específica autorizadora.
b) a personalidade jurídica de direito privado.
c) a sujeição a controle estatal.
d) a vinculação obrigatória aos fins definidos em lei.
e) o desempenho de atividade de natureza econômica.

Comentários

A Fundação Carlos Chagas realmente faz jus ao carinhoso apelido de


“Fundação Copiou Colou”, pois a presente questão se repetiu em vários outros
certames. Por isso sempre afirmo que a melhor tática para gabaritar as provas

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dessa banca é resolver o maior número possível de questões aplicadas em


concursos anteriores.

a) Correto. A criação de sociedade de economia mista somente pode


ocorrer após autorização concedida por lei específica. Deve ficar claro que a lei
não cria a sociedade de economia mista, apenas autoriza a sua criação, que
acontecerá com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente.

b) Errado. Todas as sociedades de economia mista, assim como as


empresas públicas, são criadas com personalidade jurídica de direito privado.

c) Errado. As sociedades de economia mista, em razão do princípio da


tutela (também chamado de “princípio do controle”), estão sujeitas ao controle
administrativo realizado pela Administração Direta.

d) Errado. Ao criar ou autorizar a criação de uma entidade administrativa


(a exemplo da sociedade de economia mista), a lei estabelece previamente a sua
área de atuação (a sua finalidade), isto é, a sua especialidade. Desse modo, a
sociedade de economia mista somente pode atuar em conformidade com a
finalidade prevista em lei, sob pena de responsabilização administrativa, civil e
penal de seus gestores públicos.

e) Errado. As sociedades de economia mista podem desempenhar


atividades econômicas ou prestar serviços públicos.

Gabarito: letra a.

09. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Constitui traço distintivo


entre sociedade de economia mista e empresa pública:
a) forma de organização, isto é, forma jurídica.
b) desempenho de atividade de natureza econômica.
c) criação autorizada por lei.
d) sujeição a controle estatal.
e) personalidade jurídica de direito privado.

Comentários
a) Correto. As sociedades de economia mista somente podem ser
constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas federais,
estaduais, municipais ou distritais. Por outro lado, as empresas públicas podem
ser constituídas sob qualquer forma jurídica prevista em lei (sociedade
anônima, sociedade limitada ou sociedade em comandita por ações).
b) Errado. Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia
mista podem desempenhar atividades de natureza econômica, portanto, não se
trata de um traço distintivo entre essas entidades.

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c) Errado. Nos termos do art. 37, XIX, da Constituição Federal, as


empresas públicas e sociedades de economia mista somente podem ser criadas
mediante autorização legal específica.
d) Errado. A obrigatoriedade de submissão ao controle estatal se impõe
tanto às empresas públicas quanto às sociedades de economia mista.
e) Errado. Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas,
lembre-se sempre de que as empresas públicas e as sociedades de economia
mista possuem personalidade jurídica de direito privado, apesar de integrarem
a Administração Pública indireta.

Gabarito: letra a.

10. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Os órgãos públicos


a) confundem-se com as pessoas físicas, porque congregam funções que
estas vão exercer.
b) são singulares quando constituídos por um único centro de
atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções
integradas em órgãos maiores.
c) não são parte integrante da estrutura da Administração Pública.
d) não têm personalidade jurídica própria.
e) são compostos quando constituídos por vários agentes, sendo
exemplo, o Tribunal de Impostos e Taxas.

Comentários
a) Errado. O professor Hely Lopes Meirelles afirma que os órgãos públicos
são “centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica
a que pertencem”.
Apesar de se tratar da unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração Direta e da Administração Indireta onde as pessoas físicas
(agentes públicos) irão exercer as suas funções, os órgãos públicos e agentes
públicos não se confundem.
b) Errado. Órgãos singulares ou unipessoais são aqueles cujas
atuações e decisões mais importantes estão centralizadas em um único agente,
que é o seu titular. Isso não quer dizer que o órgão tenha que ser formado por
um único agente (na maioria das vezes, o órgão é formado por diversos agentes),
mas sim que as decisões sejam tomadas pelo seu representante máximo, a
exemplo da Presidência da República.
c) Errado. Os órgãos públicos são fruto da desconcentração
administrativa, podendo ser criados no âmbito da Administração Pública Direta
ou Indireta.

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d) Correto. Os órgãos públicos realmente são desprovidos de


personalidade jurídica, o que impõe que todos os atos praticados pelos seus
agentes públicos sejam imputados à entidade a qual estiverem vinculados.
e) Errado. Os órgãos compostos são fruto da desconcentração
administrativa e reúnem, em sua estrutura, diversos outros órgãos que lhes são
subordinados. Podemos citar como exemplo o Ministério da Fazenda, que possui
em sua estrutura administrativa diversos outros órgãos, a exemplo da Receita
Federal do Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, ESAF, entre outros.
Gabarito: letra d.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) De acordo com a Organização


Administrativa Brasileira, o SESI, o SESC e o SENAI são entidades
a) estatais.
b) paraestatais.
c) autárquicas.
d) fundacionais.
e) empresariais.
Comentários
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello define as entidades
paraestatais como “[...] pessoas privadas que colaboram com o Estado
desempenhando atividade não lucrativa e às quais o Poder Público dispensa
especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder de
império, como o tributário, por exemplo; não abrangem as entidades da
Administração Indireta; trata-se de pessoas privadas que exercem função típica
(embora não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipossuficientes, de
assistência social, de formação profissional. Exatamente por atuarem ao lado do
Estado, recebem a denominação de entidades paraestatais; nessa expressão
podem ser incluídas todas as entidades integrantes do chamado terceiro setor, o
que abrange as declaradas de utilidade pública, as que recebem certificado de
fins filantrópicos, os serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI), as
organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público”.

Gabarito: letra b.

12. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Os órgãos públicos


a) são classificados como entidades estatais.
b) têm autonomia política.
c) têm personalidade jurídica.
d) são soberanos.
e) são centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais.
Comentários
a) Errado. Os órgãos públicos não podem ser classificados como
“entidades”, já que não possuem personalidade jurídica. Ademais, somente a

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União, Estados, Municípios e Distrito Federal podem ser classificados como


entidades estatais.
b) Errado. A autonomia política pode ser entendida como a capacidade de
criar leis, prerrogativa assegurada apenas à União, Estados, Municípios e Distrito
Federal, através de suas respectivas casas legislativas.
c) Errado. Para responder às questões de prova, a informação mais
importante certamente é a de os órgãos públicos são desprovidos de
personalidade jurídica. Fique atento!
d) Errado. Somente a República Federativa do Brasil é soberana, isto
é, possui a prerrogativa de decidir, em última instância, os assuntos internos que
são de seu interesse.
e) Correto. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua os órgãos
públicos como “uma unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes
públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado”.

Gabarito: letra e.

13. (FCC/Advogado Nossa Caixa/2011) No que concerne às agências


executivas, é correto afirmar que
a) tais agências não possuem autonomia de gestão, porém a lei assegura
a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que
possam cumprir suas metas e objetivos institucionais.
b) trata-se de entidade preexistente, que receberá a qualificação de
agência executiva através de ato do Ministro de Estado a que estiver
vinculada.
c) agência executiva é a qualificação dada somente às autarquias, desde
que cumpridas as exigências legais para tanto.
d) a qualificação da entidade como agência executiva permite que ela
usufrua de determinadas vantagens previstas em lei, como, por exemplo,
o aumento dos percentuais de dispensa de licitação, previsto na Lei nº
8666/93.
e) para a qualificação em agência executiva, é necessário o cumprimento
de apenas um desses requisitos: ter plano estratégico de reestruturação
e de desenvolvimento institucional em andamento ou ter celebrado
contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor.

Comentários
a) Errado. O Poder Executivo editará medidas de organização
administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua
autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e

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financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos


de Gestão.
b) Errado. As agências executivas nada mais são do que autarquias e
fundações públicas que recebem uma titulação específica através de decreto
editado pelo Presidente da República.
c) Errado. A qualificação de “agência executiva” pode ser conferida tanto
às autarquias quanto às fundações públicas que atendam aos requisitos previstos
no art. 51 da Lei 9.649/98.
d) Correto. Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino afirmam
que uma das grandes vantagens asseguradas às agências executivas é a
ampliação dos limites de valor de contratações até os quais a licitação é
dispensável. Para a Administração em geral, é dispensável a licitação quando o
valor de contrato é de até 10% do valor máximo admitido para a utilização da
modalidade convite. Para as agências executivas esse limite até o qual a licitação
é dispensável é o dobro, ou seja, 20% do valor máximo admitido para a utilização
da modalidade convite (Lei 8.666/93, artigo 24, parágrafo único).
e) Errado. As autarquias ou fundações públicas somente podem ser
qualificadas como agência executiva se atenderem os seguintes requisitos: ter
um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento; e ter celebrado com o respectivo Ministério supervisor um
Contrato de Gestão, que terá periodicidade mínima de um ano e estabelecerá
os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem
como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do
seu cumprimento.
Comentários: letra d.

14. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2012) A Administração


Pública brasileira é classificada em administração direta e indireta. É
correto afirmar que
a) a administração direta não é exercida pelos órgãos centrais
diretamente integrados à estrutura do Poder Público.
b) empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de
Direito Privado, com criação autorizada por lei para a prestação de
serviço público ou a exploração de atividade econômica e pertence à
administração indireta.
c) a administração indireta é exercida por entidades centralizadas que
mantêm vínculos com o Poder Público, e estão diretamente integradas
na sua estrutura.
d) autarquia é um ente autônomo, com personalidade jurídica de Direito
Público, patrimônio e recursos próprios e pertence à administração
direta.
e) fundação governamental ou pública é um patrimônio total ou
parcialmente público, instituído pelo Estado e cuja função é a realização
de determinados fins, pertence à administração direta.

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Comentários
a) Errado. A Administração Pública Direta é constituída pelos entes
estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e respectivos órgãos
públicos que integram a sua estrutura. No âmbito da União, por exemplo,
podemos citar como exemplos de órgãos públicos a Presidência da República, os
Ministérios, o Congresso Nacional, entre outros.
b) Correto. O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que as
empresas públicas “são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da
Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer
forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades
gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de
serviços públicos”. São exemplos de empresas públicas a Caixa Econômica
Federal, os Correios, o BNDES, a Casa da Moeda, entre outras.
c) Errado. A Administração Indireta é exercida por entidades
descentralizadas, vinculadas à Administração Direta, e que tem por objetivo a
execução de atividades administrativas definidas legalmente.
d) Errado. O art. 5º, I, do Decreto-Lei nº 200/1967 define a autarquia
como “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada”.
Analisando-se o conceito apresentado pelo texto da assertiva, constata-se
que foi afirmado que as autarquias integram a Administração Pública Direta, o
que não é verdade.
e) Errado. Fundações Públicas ou Governamentais são entidades dotadas
de personalidade jurídica de direito público ou direito privado, sem fins
lucrativos, criadas por lei (direito público) ou em virtude de autorização
legislativa (direito privado) para o desenvolvimento de atividades de interesse
público, como educação, cultura, saúde e pesquisa, sendo regulamentadas por
decreto do Chefe do Executivo. Assim como acontece com as autarquias, as
fundações públicas integram a Administração Pública Indireta.

Gabarito: letra b.

15. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2012) Na organização da


Administração Pública, a concessão de um serviço alinha-se com o
modelo de estrutura organizacional, denominado
a) Estruturação matricial.
b) Desconcentração administrativa.
c) Descentralização administrativa.
d) Departamentalização por programas e serviços.
e) Desconcentração funcional.

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Comentários

A “descentralização administrativa” ocorre quando um ente estatal


(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) transfere a outra pessoa, pública
ou privada, o exercício de uma determinada atividade administrativa. Nesse caso,
a função administrativa não será executada por órgãos públicos, mas por outra
pessoa jurídica, com personalidade jurídica distinta do ente estatal que
transferiu a execução da função administrativa.
É o que ocorre, por exemplo, na concessão de um serviço público a
determinado particular (outra pessoa jurídica), que executará a atividade
administrativa por sua conta e risco.

Gabarito: letra c.

16. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Considere as seguintes


proposições acerca das entidades políticas e administrativas:
I. As entidades estatais são pessoas jurídicas de direito público que
integram a estrutura constitucional do Estado e têm poderes políticos e
administrativos, como, por exemplo, os Estados-membros.
II. As autarquias desempenham suas atividades sem subordinação
hierárquica, no entanto, estão sujeitas a controle administrativo,
indispensável para assegurar que elas não se desviem de seus fins
institucionais.
III. As entidades paraestatais, também denominadas entes de
cooperação com o Estado, são autônomas, administrativa e
financeiramente; têm, entre outras características, patrimônio próprio,
sendo que não se sujeitam a qualquer controle estatal.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) III.
b) I e II.
c) II e III.
d) II.
e) I e III.

Comentários
Item I – Correto. As expressões “entidades estatais”, “entes políticos” ou
“entes federados” são utilizadas para fazer referência à União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, que gozam de autonomia política e administrativa,
nos termos da Constituição Federal.
Item II – Correto. As entidades da Administração Indireta (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) não
estão subordinadas às entidades da Administração Direta (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal). Entre elas existe apenas uma relação de
vinculação administrativa, que permite às entidades estatais exercer o

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controle administrativo (orientação, supervisão e coordenação) sobre as


atividades das autarquias, assegurando, assim, que as finalidades institucionais
sejam sempre observadas.
Item III – Errado. Em regra, as entidades paraestatais (Serviços Sociais
Autônomos, Organizações Sociais, Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIP e Fundações de Apoio) realmente possuem autonomia
administrativa e financeira, já que são entidades regidas pelo direito privado.
Entretanto, submetem-se ao controle estatal quando recebem recursos ou
incentivos públicos, a exemplo da obrigatoriedade de prestação de contas ao
Tribunal de Contas da União.

Gabarito: letra b.

17. (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2012) NÃO é característica


da sociedade de economia mista:
a) criação autorizada por lei.
b) personalidade jurídica de direito privado.
c) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito
público.
d) estruturação sob qualquer forma societária admitida em direito.
e) desempenho de atividade econômica.

Comentários
a) Errado. As sociedades de economia mista somente podem ser criadas
mediante autorização legal específica, nos termos do art. 37, XIX, da
Constituição Federal.
b) Errado. Apesar de integrarem a Administração Pública Indireta, lembre-
se sempre de que as sociedades de economia mista (a exemplo do Banco do
Brasil e Petrobras) possuem personalidade jurídica de direito privado,
sujeitando-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto
aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
c) Errado. É muito comum você encontrar questões em prova afirmando
que as empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas)
são regidas por um regime jurídico híbrido, formado por normas de direito
público e de direito privado. Essa afirmação está correta, pois, apesar de se
submeterem ao regime jurídico próprio das empresas privadas, as empresas
estatais também são obrigadas a realizar licitação e concursos públicos, por
exemplo, imposições que não existem na iniciativa privada. Nesse caso, o regime
de direito privado está sendo parcialmente derrogado por normas de direito
público (Lei 8.666/1993, por exemplo).
d) Correto. As sociedades de economia mista somente podem ser
constituídas sob a forma de sociedade anônima, portanto, esta assertiva não
apresenta uma característica dessas entidades.

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e) Errado. As sociedades de economia mista, segundo entendimento da


doutrina majoritária, podem desempenhar atividade econômica ou prestar
serviços públicos.

Gabarito: letra d.

18. (FCC/Procurador TCE AP/2010) As entidades integrantes da


Administração Pública
a) sujeitam-se ao regime jurídico de direito público, independentemente
de integrarem a Administração direta ou indireta.
b) sujeitam-se, todas, aos princípios fixados na Constituição Federal,
porém apenas os entes políticos são constituídos sob a forma de pessoas
jurídicas de direito público.
c) sujeitam-se ao regime jurídico publicístico, exceto as empresas
estatais, que são regidas, exclusivamente, pelo direito privado.
d) possuem, todas, as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública,
especialmente no que diz respeito à imunidade tributária e
impenhorabilidade de seus bens.
e) sujeitam-se, quando empresas estatais, ao regime jurídico de direito
privado, não obstante seus bens, se afetados a serviço público, possam
estar protegidos pelo regime jurídico de direito público.

Comentários
a) Errado. Em regra, as empresas públicas e sociedades de economia
mista não estão sujeitas ao regime jurídico de direito público, pois, nos termos
do art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, devem ser submetidas ao regime
jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
b) Errado. Todas as entidades integrantes da Administração Pública
realmente estão obrigadas a respeitar os princípios fixados na Constituição
Federal, a exemplo daqueles contidos no caput do art. 37. Entretanto, deve ficar
claro que os entes políticos não são os únicos constituídos sob a forma de
pessoas jurídicas de direito público, pois isso também ocorre com as autarquias
e fundações públicas de direito público.
c) Errado. As empresas estatais não são regidas, exclusivamente, pelas
regras do direito privado. A essas entidades também são impostas regras de
direito público, a exemplo da obrigatoriedade de realização de concurso público
para a seleção de pessoal e licitação para a contratação de bens, produtos ou
serviços.
d) Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista não
podem ser incluídas no conceito de “Fazenda Pública”, que se restringe às
entidades regidas pelo direito público. Desse modo, não são abrangidas pela
imunidade tributária e impenhorabilidade de seus bens, em regra.

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e) Correto. Apesar de regidas pelo direito privado, existe a possibilidade


de que os bens das empresas estatais sejam considerados “públicos”, sendo
protegidos, assim, pela impenhorabilidade assegurada pelas regras do direito
público. No julgamento do Recurso Extraordinário nº 230.051/SP, de relatoria do
Ministro Maurício Corrêa, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “à empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública,
é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços”.
É importante esclarecer que as prerrogativas de direito públicos (a exemplo
da impenhorabilidade de seus bens e imunidade tributária) somente são
asseguradas às empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam
serviços públicos em regime de monopólio (exclusividade), como é o caso dos
Correios (empresa pública federal).
Gabarito: letra e.

19. (FCC/Analista Judiciário TRT 9ª Região/2010) No que concerne ao


tema sociedades de economia mista e empresas públicas, é INCORRETO
afirmar:
a) O pessoal das empresas públicas e das sociedades de economia mista
são considerados agentes públicos, para os fins de incidência das
sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa.
b) As sociedades de economia mista apenas têm foro na Justiça Federal
quando a União intervém como assistente ou opoente ou quando a União
for sucessora da referida sociedade.
c) Ambas somente podem ser criadas se houver autorização por lei
específica, cabendo ao Poder Executivo as providências complementares
para sua instituição.
d) No capital de empresa pública, não se admite a participação de pessoa
jurídica de direito privado, ainda que integre a Administração Indireta.
e) As empresas públicas podem adotar qualquer forma societária,
inclusive a forma de sociedade "unipessoal".

Comentários
a) Correto. O art. 2º da Lei 8.429/1992 considera agente público, para os
efeitos de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função pública.
b) Correto. Em regra, a prerrogativa de foro na Justiça Federal somente
alcança as empresas públicas federais, já que o art. 109 da Constituição Federal
não faz qualquer referência às sociedades de economia mista.
c) Correto. Não é a lei específica que confere existência jurídica às
empresas estatais. Nos termos do artigo 45 do Código Civil brasileiro, “a
existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado começa com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de

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autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as


alterações por que passar o ato constitutivo”.
d) Errado. As empresas públicas são constituídas por capital
exclusivamente estatal (público). O capital deve pertencer integralmente a
entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
ou Indireta (outras empresas públicas, autarquias, fundações públicas e
sociedades de economia mista), sendo vedada a participação de particulares
na integralização do capital.
e) Correto. O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que a dicção
do Decreto-lei nº 200/1967 é no sentido de que as empresas públicas podem
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Assim, podem as
empresas públicas ser unipessoais, quando o capital pertence exclusivamente
à pessoa instituidora, ou pluripessoais, quando, além do capital dominante da
pessoa criadora, se associam recursos de outras pessoas administrativas.

Gabarito: letra d.

20. (FCC/Procurador PGE AM/2010) O regime jurídico das empresas


públicas e sociedades de economia mista que desempenham atividade
econômica em sentido estrito estabelece que
a) seus bens são considerados de natureza pública, motivo pelo qual não
estão sujeitos à constrição judicial.
b) a remuneração de seus agentes não está sujeita ao teto
constitucional, a menos que a entidade receba recursos orçamentários
para pagamento de despesa de pessoal ou de custeio em geral.
c) essas entidades devem assumir necessariamente a forma de
sociedade anônima.
d) a licitação e a contratação de obras, serviços, compras e alienações
não precisam observar os princípios da Administração Pública.
e) a nomeação de seus dirigentes deve se dar na forma de seu estatuto
social, podendo a lei condicionar tal nomeação à ratificação pelo Poder
Legislativo.
Comentários
a) Errado. Somente os bens das empresas estatais que prestam serviços
públicos em regime de monopólio, a exemplo dos Correios, podem ser
considerados bens públicos, e, portanto, gozarem da impenhorabilidade.
b) Correto. O art. 37, § 9º, da Constituição Federal, dispõe que o teto
geral remuneratório aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral. Assim, se a empresa estatal não recebe recursos públicos para
despesas de pessoal ou de custeio, a remuneração de seus agentes não está
sujeita ao teto constitucional remuneratório.

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c) Errado. Somente as sociedades de economia mista devem assumir a


forma de sociedade anônima. As empresas públicas podem assumir qualquer
forma jurídica admitida pelo ordenamento jurídico.
d) Errado. Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia
mista estão obrigadas a respeitar os princípios da Administração Pública nas
contratações de obras, serviços, compras e alienações.
e) Errado. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
1.642/MG, de relatoria do Ministro Eros Grau, o Supremo Tribunal Federal
afirmou ser inconstitucional a exigência de aprovação prévia do Poder
Legislativo como condição para a nomeação, pelo Chefe do Poder Executivo, de
dirigentes de quaisquer empresas públicas e sociedades de economia mista, tanto
das exploradoras de atividades econômicas quanto das prestadoras de serviços
públicos.
Gabarito: letra b.

21. (FCC/Técnico Judiciário TRE RS/2010) NÃO integram a


Administração Pública Indireta:
a) Autarquia e Fundação Pública.
b) Ministério Público e Defensoria Pública.
c) Fundação Pública e Empresa Pública.
d) Sociedade de economia mista e autarquia.
e) Empresa Pública e Sociedade de economia mista.

Comentários
Essa é a típica questão “grátis”, isto é, para ninguém “zerar” a prova e ser
eliminado. Faço votos para que esse tipo de questão não seja cobrado na sua
prova, pois, se isso ocorrer, dezenas de alunos ficarão empatados na 1ª colocação
(rrsss).
A propósito, é importante destacar que, nos termos do Decreto-lei nº
200/1967, integram a Administração Pública Indireta as autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. Todavia, o art. 6º,
§ 1º, da Lei 11.107/2005, dispõe que “o consórcio público com personalidade
jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes
da Federação consorciados”.
Desse modo, lembre-se sempre de que é correto afirmar que os consórcios
públicos de direito público também integram a Administração Pública Indireta,
apesar de não ser comum esse tipo de questão nas provas da Fundação Carlos
Chagas.
Gabarito: letra b.

22. (FCC/Analista Judiciário TRE RS/2010) A entidade da administração


publica indireta deve ser criada diretamente por lei especifica é a
a) fundação publica

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b) empresa publica
c) sociedade de economia mista
d) autarquia
e) fundação privada

Comentários
O art. 37, XIX, da Constituição Federal, dispõe que “somente por lei
específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.

Gabarito: letra d.

23. (FCC/Analista Bahiagás/2010) Quanto às autarquias, analise:


I. O seu patrimônio é formado com a transferência de bens móveis e
imóveis da entidade-matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova
pessoa jurídica.
II. É pessoa jurídica de Direito Privado, com função pública própria,
típica e outorgada pelo Estado, criada através do registro de seus
estatutos, segundo a lei que autoriza a sua criação.
III. Os atos dos seus dirigentes equiparam-se aos atos administrativos,
devendo observar os mesmos requisitos para sua expedição, sujeitando-
se aos controles internos e ao exame de legalidade pelo Judiciário, pelas
vias comuns ou especiais.
IV. Por realizarem serviços públicos centralizados, despersonalizados e
limitados, se acham integradas na estrutura orgânica do Executivo e
hierarquizadas à tutela do órgão público vinculado.
V. Nascem com os privilégios administrativos da entidade estatal que as
institui, auferindo as vantagens tributárias e prerrogativas processuais
da Fazenda Pública, além de outros que lhes forem outorgados por lei
especial.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) IV e V.
c) I, III e V.
d) II, III e IV.
e) III, IV e V.

Comentários
Item I – Correto. O patrimônio de uma autarquia é constituído por bens
móveis e imóveis, que são considerados integralmente bens públicos, não
existindo participação da iniciativa privada em sua constituição.

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Esses bens podem ser transferidos através da própria lei responsável pela
criação da autarquia ou, ainda, através de lei posterior, que irá agregar novos
bens ao patrimônio original.
Item II – Errado. A criação de autarquia decorre diretamente de lei
específica, que é a responsável por assegurar a personalidade jurídica de direito
público.
Item III – Correto. O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma
que “os atos das autarquias são, como regra, típicos atos administrativos,
revestindo-se das peculiaridades próprias do regime de direito público ao qual se
submetem. Devem conter todos os requisitos de validade (competência,
finalidade etc.) e são privilegiados pela imperatividade, presunção de
legitimidade, autoexecutoriedade e exigibilidade. Sua extinção pode dar-se pela
invalidação ou pela revogação”.
Item IV – Errado. Para responder às questões da Fundação Carlos
Chagas, lembre-se sempre de que as autarquias executam serviços públicos
descentralizados, integrando a Administração Pública Indireta. Ademais, não
estão hierarquicamente subordinadas ao Poder Executivo, mas apenas vinculadas
administrativamente.
Item V – Correto. Como as autarquias possuem personalidade jurídica de
direito público, integram o conceito de “Fazenda Pública” e são abrangidas por
todas as prerrogativas inerentes ao regime jurídico-administrativo, a exemplo da
imunidade tributária, impenhorabilidade de seus bens, duplo grau de jurisdição
obrigatório, entre outras.

Gabarito: letra c.

24. (FCC/Juiz de Direito TJ MS/2010) Nos termos do conceito previsto


no Direito federal, uma empresa com maioria do capital votante
pertencente à União, e o restante do capital atribuído a outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da
Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, é dita
a) empresa autárquica.
b) sociedade de economia mista.
c) empresa pública.
d) empresa federativa.
e) empresa privada sob controle acionário estatal

Comentários
Uma das principais características da empresa pública é o fato de que o
seu capital é exclusivamente público, sendo vedada a participação de particulares
em sua integralização. Entretanto, esse capital não precisa ser de titularidade de

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um único ente estatal ou administrativo, podendo ser distribuído entre várias


pessoas jurídicas.
No exemplo apresentado no caput da questão, estamos diante de uma
empresa pública federal, pois a União é titular da maioria do capital votante,
sendo o restante do capital distribuído entre várias outras entidades da
Administração Pública Direta e Indireta.

Gabarito: letra c.

25. (FCC/Analista Judiciário TRF 4ª Região/2010) No que se refere aos


órgãos públicos, é INCORRETO afirmar ser característica destes
(algumas não presentes em todos), dentre outras, o fato de que
a) não possuem personalidade jurídica e são resultado da
desconcentração.
b) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão
com outros órgãos.
c) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
d) não possuem patrimônio próprio, mas integram a estrutura da pessoa
jurídica.
e) têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram.

Comentários
a) Correto. Os órgãos públicos realmente não possuem personalidade
jurídica, já que decorrem da desconcentração de atividades realizadas no
âmbito da Administração Pública com a finalidade de aumentar a eficiência das
atividades executadas.
b) Correto. Apesar de se tratar de um tema bastante polêmico, percebe-
se que a Fundação Carlos Chagas adota o entendimento constitucional de que os
órgãos públicos também podem firmar contratos de gestão.
O art. 37, § 8º, da Constituição Federal, preceitua que “a autonomia
gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade”.
c) Correto. Os órgãos autônomos, por exemplo, que são aqueles
localizados na cúpula da Administração Pública, subordinados diretamente às
chefias dos órgãos independentes (a exemplo dos Ministérios), realmente
possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
d) Correto. Em virtude de não possuírem personalidade jurídica, os órgãos
públicos também não possuem patrimônio próprio, que, em regra, são de
propriedade da mesma pessoa jurídica onde o órgão está inserido
administrativamente.

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e) Errado. Somente em caráter excepcional um órgão público poderá


atuar em juízo, já que não possui personalidade jurídica e capacidade processual.
O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “de algum tempo
para cá, todavia, tem evoluído a idéia de conferir capacidade a órgãos públicos
para certos tipos de litígio. Um desse casos é o da impetração de mandado de
segurança por órgãos públicos de natureza constitucional, quando se trata de
defesa de sua competência, violada por ato de outro órgão. Em conseqüência,
para exemplificar, a Assembléia Legislativa Estadual, a par de ser órgão com
autonomia financeira expressa no orçamento do Estado, goza, legalmente, de
independência organizacional. É titular de direitos subjetivos, o que lhe confere
a chamada personalidade judiciária, que a autoriza a defender os seus interesses
em juízo. Tem, pois, capacidade processual."

Gabarito: letra e.

26. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) É certo que, as Sociedades


de Economia Mista
a) embora pertencendo à Administração direta, ostentam estrutura e
funcionamento de empresa particular.
b) não têm, por natureza, qualquer privilégio estatal, só auferindo as
prerrogativas administrativas, tributárias e processuais concedidas
especificamente na lei criadora ou em dispositivos especiais.
c) possuem capital exclusivamente privado e direção exclusiva do ente
estatal ao qual estão subordinadas.
d) somente podem ser instituídas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal, vedada a sua criação pelos Municípios.
e) têm como objeto a prestação de uma atividade econômica
empresarial, vedada a realização de atividade pública.

Comentários
a) Errado. As sociedades de economia mista, juntamente com as empresas
públicas, integram a denominada Administração Pública Indireta, apesar de
possuírem personalidade jurídica de direito privado.
b) Correto. Nos termos do art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, as
sociedades de economia mista devem ser submetidas ao regime jurídico próprio
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários. Desse modo, em regra, não possuem
quaisquer privilégios estatais assegurados pelo regime jurídico-administrativo.
c) Errado. As sociedades de economia mista são instituídas mediante a
integralização de “capital misto”, isto é, proveniente do Poder Público e de
particulares.
d) Errado. As sociedades de economia mista podem ser instituídas em
todos os níveis federativos, inclusive pelos Municípios.

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e) Errado. As sociedades de economia mista podem ser instituídas com a


finalidade de prestar serviços públicos (CBTU – Cia. Brasileira de Trens
Urbanos) ou explorar atividade econômica (Banco do Brasil S.A).

Gabarito: letra b.

27. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) No âmbito da organização


administrativa brasileira atual, as agências executivas
a) substituem as antigas autarquias e fundações e sociedades de
economia mista.
b) exercem funções normativas, fiscalizadoras e de adjudicação de
conflitos.
c) exercem funções administrativas de execução de serviço público de
forma direta.
d) são entidades que gozam de regime de autonomia administrativa
estável.
e) auxiliam os ministérios como órgãos formuladores de políticas
públicas.
Comentários
As agências executivas não substituem qualquer outra entidade da
Administração Pública Indireta. Na verdade, trata-se de uma mera qualificação
conferida a uma autarquia ou fundação pública que tenha celebrado contrato
de gestão com o respectivo Ministério supervisor e tenha plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da
qualidade da gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento.
Essas entidades exercem atividades meramente administrativas, de
execução de serviço público de forma direta, sem qualquer ingerência nas
políticas públicas formuladas pelo Ministério Supervisor da área em que atua.

Gabarito: letra c.

28. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) Ocorre a chamada


centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas por
meio
a) apenas de órgãos da Administração Direta com atuação em todo o
território nacional.
b) apenas de funcionários da Administração Direta concursados.
c) de órgãos e agências integrantes da Administração Direta e Indireta.
d) das agências executivas e fundações localizadas na sede do governo
federal.
e) dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta.

Comentários

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Sob o enfoque do Direito Administrativo, a “centralização” ocorre quando


a União, Estados, Distrito Federal e Municípios exercem diretamente, em face
dos beneficiários, as atividades administrativas que estão em suas respectivas
competências, sem interferência de outras pessoas físicas ou jurídicas. Nesse
caso, além de o ente estatal ser o titular da função administrativa, ainda será o
responsável pela execução de tal atividade, que ocorrerá através de seus
respectivos órgãos e agentes públicos.
Na esfera municipal, por exemplo, o serviço de ensino fundamental é
exercido diretamente pelo Município, através das escolas públicas, que são
órgãos públicos.

Gabarito: letra e.

29. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) A descentralização por


meio de delegação é efetivada quando o Estado
a) cria uma entidade e a ela transfere, mediante previsão em lei,
determinado serviço público.
b) exerce o serviço público que está previsto no ato como atribuição
própria sua.
c) transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do
serviço.
d) realiza a transferência temporária da titularidade do serviço ao órgão
responsável.
e) delega competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços.

Comentários
Na descentralização por delegação, uma entidade política (União,
Estados, DF e Municípios) ou administrativa, através de contrato
administrativo ou ato unilateral, transfere o exercício de determinada
atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica que já atuava
anteriormente no mercado.
Isso acontece, por exemplo, quando determinado Município transfere para
um particular (concessionário ou permissionário), após regular procedimento
licitatório, a responsabilidade pela execução do serviço de transporte urbano no
âmbito municipal. A titularidade do serviço de transporte urbano continua sendo
do Município, que transfere para o particular apenas a sua execução.

Gabarito: letra c.

30. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) A desconcentração


administrativa pressupõe

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a) obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica.


b) necessariamente, uma estrutura organizacional mais ágil e eficiente
na prestação dos serviços.
c) especialmente, a transferência da execução de um serviço a órgão da
Administração Indireta.
d) exclusivamente, a prestação de serviços pela Administração Direta.
e) a prestação concentrada de um serviço em uma pessoa jurídica que
não apresente divisões em sua estrutura interna.

Comentários
A desconcentração nada mais é do que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada,
criada com o objetivo de tornar mais eficiente a execução das finalidades
administrativas previstas em lei.
A desconcentração pode ser efetuada tanto pelos entes que compõem a
Administração Direta (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal), quanto
pelos entes que integram a Administração Indireta (autarquias, fundações
públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas).
A criação de Ministérios na estrutura da União é um bom exemplo de
desconcentração administrativa.

Gabarito: letra a.

31. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) Com relação à natureza dos


órgãos públicos, considere:
I. Agências reguladoras são autarquias especiais, com personalidade
jurídica de direito privado e amplos poderes normativos.
II. As fundações são normalmente dotadas de personalidade jurídica de
direito privado, podendo, a critério do ente instituidor, assumir
personalidade de direito público.
III. As empresas públicas e as sociedades de economia mista devem ter
a forma de Sociedade Anônima ( S/A ), sendo reguladas, basicamente,
pela Lei das Sociedades por Ações ( Lei n° 6.404/1976 ).
IV. Empresas públicas, autarquias e sociedades de economia mista,
assim como as fundações públicas, só podem ser criadas por lei
específica.
V. As fundações instituídas ou mantidas pelo poder público têm natureza
de autarquia.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

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a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) I e IV.
d) II e V.
e) II, III, IV e V.

Comentários
Item I – Errado. Se as agências reguladoras são espécies de autarquias,
certamente possuem personalidade jurídica de direito público e gozarão de
todas as prerrogativas asseguradas pelo regime jurídico-administrativo.
Item II – Correto. As fundações públicas de direito público são criadas
por lei específica e, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, seriam
uma espécie de autarquia, gozando de todas as prerrogativas atribuídas a essa
entidade administrativa. Por outro lado, as fundações públicas de direito
privado têm a criação autorizada por lei e, portanto, não podem ser
consideradas espécies de autarquias. As fundações públicas de direito privado
são criadas nos moldes do art. 37, XIX, da CF, isto é, por decreto do Chefe do
Poder Executivo após autorização concedida por lei específica, sendo
registrada nos órgãos competentes para que se inicie a personalidade jurídica.
Item III – Errado. Somente as sociedades de economia mista devem ser
criadas obrigatoriamente sob a forma de sociedade anônima. As empresas
públicas podem assumir qualquer forma admita pelo ordenamento jurídico
brasileiro.
Item IV – Errado. As autarquias somente podem ser criadas por lei
específica, enquanto as fundações públicas podem ser criadas (direito público)
ou autorizadas (direito privado) por legislação específica. Por outro lado, as
empresas estatais têm a criação autorizada por lei, já que possuem
personalidade jurídica de direito privado.
Item V – Correto. Apesar de o texto desta assertiva ter sido considerado
correto pela Fundação Carlos Chagas, penso que a questão deveria ter sido
anulada por ausência de resposta. Analisando-se a afirmação feita pela banca
examinadora, é possível concluir que todas as fundações instituídas ou mantidas
pelo poder público são regidas pelo direito público, o que não é verdade.
É importante esclarecer que o entendimento do Supremo Tribunal Federal
é no sentido de que somente as fundações de direito público podem ser
consideradas espécies de autarquias, gozando de todas as prerrogativas
inerentes ao regime jurídico-administrativo. Assim, se a fundação pública foi
instituída com personalidade jurídica de direito privado, não pode ser
considerada espécie de autarquia.
De qualquer forma, é bom ficar atento à essa afirmação da Fundação Carlos
Chagas, pois, se ela cair novamente em prova, o mais sensato é seguir o
entendimento da banca e garantir o ponto da questão! Lógico!

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Gabarito: letra d.

32. (FCC/Analista SEFAZ SP/2010) A respeito do regime jurídico


aplicável às entidades integrantes da Administração indireta, é correto
afirmar que as
a) autarquias, fundações e sociedades de economia mista prestadoras
de serviço público sujeitam-se ao regime jurídico de direito público.
b) fundações instituídas e mantidas pelo poder público sujeitam-se ao
mesmo regime das autarquias, exceto no que diz respeito ao processo
seletivo de pessoal.
c) sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito
privado, inclusive no que diz respeito à legislação tributária e trabalhista.
d) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica
sujeitam-se ao mesmo regime das empresas privadas, exceto no que diz
respeito à matéria tributária.
e) autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público
sujeitam-se ao regime de direito público, exceto no que diz respeito à
penhorabilidade de seus bens.

Comentários
a) Errado. O simples fato de uma sociedade de economia mista prestar
serviços públicos, por si só, não lhe garante o direito de usufruir das prerrogativas
asseguradas pelo regime jurídico-administrativo. Somente as sociedades de
economia mista que prestem serviços públicos em regime de monopólio
sujeitam-se ao regime jurídico de direito público.
b) Errado. Se a Fundação Carlos Chagas entende que as fundações
instituídas e mantidas pelo poder público são espécies de autarquia (conforme
destacado na questão anterior), isso significa que devem seguir o mesmo
processo de seleção de pessoal: concurso público.
c) Correto. Perceba que a Fundação Carlos Chagas “adora” fazer referência
ao art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, que é expresso ao afirmar que as
empresas estatais devem ser submetidas ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários.
d) Errado. A obrigatoriedade de submissão às regras de direito privado
inclui também os direitos e obrigações relativos ao direito tributário.
e) Errado. Se a Fundação Carlos Chagas entende que as fundações
instituídas e mantidas pelo poder público são espécies de autarquia (conforme
destacado na questão anterior), isso significa que ambas gozam da prerrogativa
de impenhorabilidade de seus bens.

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Gabarito: letra c.

33. (FCC/Agente Técnico Legislativo ALSP/2010) O regime jurídico das


sociedades de economia mista que exploram atividade econômica é o
mesmo
a) das empresas privadas, inclusive no que diz respeito às obrigações
trabalhistas e tributárias, sujeitando-se, porém, aos princípios que
regem a Administração pública.
b) das entidades integrantes da administração direta, exceto no que diz
respeito aos contratos de trabalho, que se regem pela Consolidação das
Leis do Trabalho.
c) das empresas privadas, exceto no que diz respeito ao processo de
execução judicial de suas dívidas, em face da impenhorabilidade de seus
bens e rendas.
d) estabelecido na lei das sociedades anônimas, sendo vedado ao
acionista controlador orientar os negócios da companhia para fins
diversos da obtenção de lucro, sob pena de abuso de poder.
e) das empresas privadas, exceto no que diz respeito às obrigações
tributárias, que são parcialmente afastadas em face da imunidade em
relação a impostos incidentes sobre seu patrimônio e renda.

Comentários
Apesar de o art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, dispor que as
empresas estatais devem ser submetidas ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários, destaca-se que existem algumas peculiaridades que
devem ser lembradas no momento da prova.
Uma delas é o fato de que as empresas estatais estão obrigadas a respeitar
os princípios insculpidos no texto constitucional, a exemplo das demais
entidades da Administração Pública Direta e Indireta. Outra peculiaridade é o fato
de que também estão submetidas à obrigatoriedade de realização de licitação e
concurso público, o que não ocorre em relação às empresas privadas. Fique
atento!

Gabarito: letra a.

34. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Quando a Administração


Pública, diante da complexidade das atividades por ela desenvolvidas,
distribui competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços, ocorre a técnica
administrativa intitulada
a) descentralização.
b) desconcentração.
c) delegação.

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d) privatização.
e) desburocratização.
Comentários
A desconcentração administrativa pode se entendida como a distribuição
interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, materializando-
se através da criação de órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura
hierarquizada que tem a finalidade de tornar mais ágil e eficiente a execução das
finalidades administrativas previstas em lei.
Gabarito: letra b.

35. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Considere as seguintes


assertivas:
I. Os órgãos públicos são centros de competência instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação
é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.
II. No tocante a Administração Indireta, na descentralização
administrativa existe subordinação hierárquica entre a pessoa jurídica
incumbida do serviço público e a pessoa política instituidora.
III. Somente por Lei Específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e III.
c) II.
d) II e III.
e) III.
Comentários
Item I – Correto. O texto da assertiva simplesmente reproduziu o conceito
de órgão público formulado pelo professor Hely Lopes Meirelles.
Item II – Errado. Não existe subordinação hierárquica entre a pessoa
política instituidora (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e a pessoa
jurídica incumbida do serviço público (autarquias, fundações públicas, empresas
públicas ou sociedades de economia mista). O que existe entre essas entidades
é apenas uma relação de vinculação administrativa, através da qual as
entidades da Administração Direta exercem o controle finalístico em relação às
atividades praticadas pelas entidades da Administração Indireta.
Item III – Correto. Esse é o teor do art. 37, XIX, da Constituição Federal.
Ademais, é importante destacar que a lei complementar somente irá estabelecer
as áreas de atuação das fundações, não alcançando as demais entidades
administrativas.

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Gabarito: letra b.

36. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Doutrinariamente, quanto à


situação ou posição na estrutura administrativa, classificam-se os
órgãos em
a) autônomos e independentes.
b) simples e compostos.
c) singulares e colegiados.
d) diretos e indiretos.
e) internos e externos.

Comentários
São várias as classificações de órgãos públicos elaboradas pelos
doutrinadores brasileiros, contudo, para fins de concursos públicos, a do
professor Hely Lopes Meirelles ainda é a mais utilizada.
Quanto à posição ocupada na escala governamental ou administrativa
(quanto à posição estatal), o citado professor classifica os órgãos públicos em
independentes, autônomos, superiores e subalternos.
Independentes são os órgãos previstos diretamente no texto
constitucional, representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional,
Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de
Vereadores), Executivo (Presidência da República, Governadoria dos Estados e
Prefeituras) e Judiciário (com todos os seus órgãos). É possível incluir nessa
classificação também o Ministério Público e os Tribunais de Contas. Por outro
lado, autônomos são os órgãos que se encontram diretamente subordinados
aos órgãos independentes, apesar de figurarem no topo da hierarquia
administrativa. Detêm autonomia técnica, administrativa e financeira, a exemplo
dos Ministérios, dos órgãos integrantes da estrutura administrativa da Presidência
da República (Casa Civil, Secretaria-Geral, Secretaria de Relações Institucionais
etc.), entre outros.
Gabarito: letra a.

37. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Sobre as entidades políticas,


os órgãos e os agentes públicos, considere:
I. As empresas públicas e sociedades de economia mista não são criadas
por lei, mas, a sua instituição depende de autorização legislativa.
II. Entidades estatais são pessoas jurídicas de Direito Público que
integram a estrutura constitucional do Estado, mas, não têm poderes
políticos nem administrativos.
III. Órgãos subalternos são os que exercem atribuições de mera
execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores.

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IV. Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o


desempenho de funções estatais, dotados de personalidade jurídica e de
vontade própria.
V. Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva
ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e V.
b) I, II e IV.
c) III, IV e V.
d) III e IV.
e) IV e V.
Comentários
Item I – Correto. As empresas estatais somente podem ser criadas
mediante autorização legal, conforme preceitua o art. 37, inc. XIX, da
Constituição Federal de 1988.
Item II – Errado. As entidades estatais realmente integram a estrutura
constitucional do Estado, porém, ao contrário do que consta no texto da assertiva,
têm poderes políticos e administrativos.
Item III – Correto. Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, os órgãos
subalternos “destinam-se à realização de serviços de rotina, tarefas de
formalização de atos administrativos, cumprimento de decisões superiores e
primeiras decisões em casos individuais, tais como os que, nas repartições
públicas, executam as atividades-meio e atendem ao público, prestando-lhes
informações e encaminhando os requerimentos, como as portarias e as seções
de expediente”.
Item IV – Errado. Os órgãos públicos não possuem personalidade
jurídica, portanto, os atos praticados pelos agentes que integram a sua estrutura
devem ser imputados à pessoa jurídica a qual estão vinculados
administrativamente.
Item V – Correto. Para responder às questões da Fundação Carlos
Chagas, lembre-se sempre de que a expressão “agentes públicos” é a mais
ampla possível, abrangendo todas as pessoas que, direta ou indiretamente, com
ou sem vínculo, com ou sem remuneração, exercem uma função pública.

Gabarito: letra a.

38. (FCC/Analista Judiciário TRT 3ª Região/2010) A doutrina aponta


entre as principais características das agências reguladoras no
ordenamento jurídico brasileiro
a) a desvinculação das normas constitucionais aplicáveis aos entes da
Administração Pública, o que confere às agências maior grau de
autonomia e independência.

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b) a personalidade de direito privado e a autonomia administrativa e


orçamentária.
c) a personalidade de direito público, com menor grau de autonomia
administrativa em relação às demais autarquias.
d) a especialidade, a neutralidade, a independência e a competência
legislativa exclusiva para disciplinar a prestação do serviço público ou
atividade econômica sob sua fiscalização.
e) o regime jurídico especial, fixado na lei que a institui, garantindo
maior grau de autonomia administrativa e orçamentária que o conferido
às demais autarquias.

Comentários
a) Errado. As agências reguladoras são espécies de autarquias, portanto,
devem obediência a todas as normas constitucionais impostas às demais
entidades da Administração Pública brasileira.
b) Errado. As agências reguladoras realmente possuem autonomia
administrativa e orçamentária, contudo, não possuem personalidade jurídica de
direito privado, mas sim de direito público.
c) Errado. Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, autarquia
especial, a exemplo da agência reguladora, é "aquela a que a lei instituidora
conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia
comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir preceitos
constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública".
d) Errado. As agências reguladoras não possuem competência legislativa
para disciplinar a prestação de serviços públicos ou atividades sob a sua
fiscalização. Somente os entes estatais possuem competência para criar leis,
através de suas respectivas casas legislativas.
e) Correto. De uma forma geral, comparando-se as autarquias genéricas
com as autarquias denominadas “especiais” (a exemplo das agências
reguladoras) é possível constatar como principais características distintivas
entre ambas o mandato fixo aos seus dirigentes e a ausência de ingerência
hierárquica da Administração Central sobre os atos decisórios relativos à
respectiva área de atuação, o que lhes garante maior grau de autonomia
administrativa e orçamentária.
Gabarito: letra e.

39. (FCC∕Juiz do Trabalho – TRT 1ª Região∕2013) A respeito das agências


reguladoras e agências executivas, é correto afirmar que
a) as agências reguladoras adquirem autonomia a partir de qualificação
obtida em face de contrato de gestão celebrado com o respectivo
Ministério supervisor.
b) as agências executivas caracterizam-se como autarquias de regime
especial, criadas por lei, com autonomia administrativa, orçamentária e
financeira.

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c) ambas possuem regime especial, estabelecido na lei instituidora,


atuando as agências executivas na regulação de atividade econômica e
as agências reguladoras no controle e fiscalização de serviço público.
d) as agências executivas são empresas públicas ou fundações, com
autonomia ampliada a partir de decreto governamental, em face da
apresentação de plano para melhoria de eficiência e redução de custos.
e) as agências reguladoras possuem regime jurídico especial, fixado na
lei instituidora, garantindo maior grau de autonomia administrativa e
orçamentária que o conferido às demais autarquias.

Comentários
a) A autonomia das agências reguladoras é assegurada diretamente pela lei
instituidora, no momento da publicação no Diário Oficial, e não mediante contrato
de gestão. Assertiva incorreta.
b) A expressão “agência executiva” não designa uma nova entidade integrante
da Administração Pública. Trata-se somente de uma qualificação que é
concedida pelo Poder Público, mediante decreto, às fundações públicas ou
autarquias que tenham celebrado um contrato de gestão com a Administração
Direta e atendam aos demais requisitos previstos nos artigos 51 e 52 da Lei
9.649/98. Assertiva incorreta.
c) As agências executivas podem atuar em diversas áreas, dependendo de sua
natureza jurídica (autarquia ou fundação pública), porém, não se prestam à
regulação de atividade econômica (essa é a regra geral). De outro lado, as
agências reguladoras atuam no controle, fiscalização e normatização de
atividades precipuamente executadas por particulares (serviços de telefonia,
planos de saúde, transporte público, energia elétrica, entre outros). Assertiva
incorreta.
d) As autarquias e fundações públicas são as únicas entidades da
Administração Indireta que podem ser qualificadas como agências executivas
e, mesmo assim, desde que cumpram os seguintes requisitos: 1º) ter um plano
estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento; 2º) ter celebrado com o respectivo Ministério supervisor um
Contrato de Gestão, que terá periodicidade mínima de um ano e estabelecerá
os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem
como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do
seu cumprimento. Assertiva incorreta.
e) Dentre as principais prerrogativas legais asseguradas às agências reguladoras,
que lhes asseguram maior autonomia em relação às autarquias comuns,
podemos citar o exercício de atividade normativa (normas técnicas), poder de
aplicação de penalidades, definitividade de suas decisões no âmbito
administrativo e mandato a prazo certo de seus dirigentes. Assertiva correta.

Gabarito: Letra E.

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40. (FCC∕Promotor de Justiça – MPE AL∕2013) Acerca dos consórcios


públicos, a legislação de regência do instituto (Lei no 11.107/05)
a) autoriza que o consórcio público seja contratado por qualquer ente
público, com dispensa de licitação.
b) prevê a celebração do contrato de consórcio público mediante a
ratificação, por decreto, do protocolo de intenções subscrito pelos entes
consorciados.
c) estabelece que o representante legal do consórcio público seja o Chefe
do Poder Executivo da entidade de maior abrangência.
d) veda a cessão de servidores públicos dos entes consorciados ao
consórcio público.
e) admite a adesão com reservas por ente consorciado, o que
caracterizará consorciamento parcial ou condicional.

Comentários
a) Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser
contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação. Se determinado ente não integra o
consórcio a ser contratado, deverá realizar licitação para contratar os seus
serviços. Assertiva incorreta.
b) O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante
lei, do protocolo de intenções. Assertiva incorreta.
c) Cabe ao protocolo de intenções estabelecer a forma de eleição e a duração
do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente,
deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado. Assertiva
incorreta.
d) Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão
ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada um. Assertiva
incorreta.
e) O art. 5º, § 2º, da Lei 11.107∕05 dispõe que “a ratificação pode ser realizada
com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará
consorciamento parcial ou condicional”. Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.

41. (FCC/Analista Judiciário TRT 7ª Região/2012) Aplicam-se às


autarquias, dentre outras regras e princípios, o seguinte:
a) Não têm direito a ação regressiva contra seus servidores culpados por
danos a terceiros.
b) Agem por delegação do Poder que a instituiu.
c) Gozam de imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e
serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
d) Subordinam-se hierarquicamente à entidade estatal a que pertencem.

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e) Por gozarem de autonomia, seus contratos não estão sujeitos a


licitação.

Comentários
a) Errado. As autarquias estão obrigadas constitucionalmente a responder
civilmente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
Todavia, é assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
b) Errado. As autarquias não atuam por delegação do ente estatal
responsável pela sua criação, já que possuem autonomia administrativa,
gerencial e orçamentária.
c) Correto. É importante esclarecer que a imunidade tributária prevista
no artigo 150, VI, “a”, da CF/1988, não se aplica de forma plena às autarquias.
Essa imunidade somente irá incidir sobre o patrimônio, a renda e os serviços
das autarquias que estejam vinculados às suas finalidades essenciais ou às
que delas decorram.
d) Errado. As entidades autárquicas não estão subordinadas às
entidades políticas responsáveis pela respectiva criação, mas apenas
vinculadas. As entidades da Administração Direta exercem sobre as autarquias
apenas o denominado “controle finalístico” ou “supervisão ministerial” (essa
última denominação é utilizada apenas no âmbito federal, já que não temos
Ministérios no âmbito estadual e municipal, mas apenas Secretarias).
e) Errado. Ressalvados os casos especificados na Lei 8.666/1993, as
obras, serviços, compras e alienações das autarquias serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes.

Gabarito: letra c.

42. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Considerando a Organização


Administrativa Brasileira, é correto afirmar que
a) a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios são
entidades estatais.
b) o Brasil é uma confederação formada pela união indissolúvel dos
Estados-membros, dos Municípios e do Distrito Federal
c) os poderes e competências dos Municípios são delimitados por ato do
Presidente da República.
d) as empresas públicas e as sociedades de economia mista integram a
administração direta da União, dos Estados-membros e dos Municípios.
e) Os Ministérios são órgãos autônomos, unipessoais, integrantes da
administração indireta, porém vinculados à Presidência da República

Comentários

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a) Correto. Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas,


lembre-se sempre de que a expressão “entidades estatais” é utilizada como
sinônima das expressões “entidades políticas” ou “entes estatais”, fazendo
referência à União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
b) Errado. Nos termos do art. 1º da Constituição Federal, o Brasil é uma
República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal.
c) Errado. As competências dos entes estatais estão delimitadas
diretamente no texto constitucional, não se admitindo que quaisquer outras
espécies normativas possam alterá-las.
d) Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista integram
a Administração Pública Indireta, podendo ser criadas no âmbito federal,
estadual, distrital ou municipal.
e) Errado. Os Ministérios realmente são órgãos autônomos e estão
diretamente subordinados à Presidência da República. Entretanto, integram a
Administração Pública direta e não “indireta”.
Gabarito: letra a.

43. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) A repartição de funções entre


os vários órgãos de uma mesma pessoa jurídica da Administração
Pública é conceito de
a) desconcentração.
b) descentralização.
c) descentralização por serviços.
d) delegação de competência.
e) desmembramento.

Comentários
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, fique atento para
não confundir as expressões desconcentração e descentralização
administrativas.
A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, ou seja, a criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura hierarquizada, instituída com
o objetivo de tornar mais eficiente a execução das finalidades administrativas
previstas em lei. De outro lado, a descentralização ocorre quando a União,
Distrito Federal, Estados ou Municípios desempenham algumas de suas funções
por meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe a existência
de duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade (de direito público
ou privado) que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição.
Gabarito: letra a.

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44. (FCC/Analista Judiciário TRE AC/2010) A respeito das entidades


políticas e administrativas, considere:
I. Pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura
constitucional do Estado e têm poderes políticos e administrativos.
II. Pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente
administrativa, criadas por lei específica, para realização de atividades,
obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou.
III. Pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a
prestar serviços ou realizar atividades de interesse coletivo ou público,
mas não exclusivos do Estado.
Esses conceitos referem-se, respectivamente, a entidades
a) autárquicas, fundacionais e empresariais.
b) estatais, autárquicas e paraestatais ou de cooperação.
c) estatais, paraestatais ou de cooperação e fundacionais.
d) paraestatais ou de cooperação, autárquicas e estatais.
e) estatais, empresariais e fundacionais.

Comentários
Item I – Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-
se sempre de que somente as entidades estatais têm poderes políticos, isto é,
capacidade de criar suas próprias leis.
Item II – Dentre as entidades que integram a Administração Pública
Indireta, somente as autarquias são criadas por lei específica para a realização
de atividades, obras ou serviços descentralizados.
Item III – As entidades de cooperação, também denominadas de
“entidades paraestatais”, realmente exercem atividades de interesse coletivo
ou público que não são exclusivos do Estado, a exemplo da assistência social e
da formação profissional.

Gabarito: letra b.

45. (FCC/Analista TCM CE/2010) As sociedades de economia mista e as


empresas públicas
a) estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das empresas privadas,
inclusive no que diz respeito a matéria tributária e trabalhista.
b) não estão submetidas aos princípios da Administração Pública, exceto
quando prestadoras de serviço público.
c) sujeitam-se ao regime jurídico de direito público, quando prestadoras
de serviço público, e ao regime de direito privado, quando exploradoras
de atividade econômica.
d) sujeitam-se ao mesmo regime jurídico das fundações públicas, exceto
no que diz respeito à matéria de pessoal.

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e) estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das empresas privadas,


exceto no que diz respeito a matéria tributária e trabalhista.

Comentários
a) Correto. O art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, preceitua que as
empresas estatais sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários.
b) Errado. Todos os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e
Indireta estão obrigados a respeitar os princípios gerais do Direito Administrativo,
especialmente aqueles que estão previstos no art. 37, caput, da Constituição
Federal de 1988.
c) Errado. Em regra, as empresas públicas e sociedades de economia
mista estão sujeitas ao regime jurídico de direito privado, independentemente
de prestarem serviços públicos ou explorarem atividade econômica. Segundo
entendimento do Supremo Tribunal Federal, somente as empresas estatais
que prestam serviços públicos em regime de exclusividade (monopólio), a
exemplo dos Correios, poderão usufruir das prerrogativas asseguradas pelo
direito público (imunidade tributária, por exemplo).
d) Errado. Analisando-se o texto da assertiva, não é possível constatar se
a banca examinadora está se referindo às fundações públicas de direito público
(cujos servidores são estatutários) ou às fundações públicas de direito privado
(cujos empregados são celetistas). Se a questão está se referindo às fundações
públicas de direito privado (o mais provável, apesar de não ser claro), o regime
de seus empregados é o mesmo adotado pelas empresas estatais (celetista).
e) Errado. A sujeição das empresas estatais ao regime jurídico das
empresas privadas inclui também os direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários.

Gabarito: letra a.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS – COM GABARITO

01. (FCC∕Procurador – AL PB∕2013) É característica do regime jurídico


das entidades da Administração Indireta
a) a existência de entidades de direito público, como as autarquias e
empresas públicas, dotadas de prerrogativas semelhantes às dos entes
políticos.
b) a ausência de subordinação hierárquica entre as pessoas
administrativas descentralizadas e os órgãos da Administração Direta
responsáveis pela sua supervisão.
c) a obrigatoriedade de contratação de pessoal das entidades
descentralizadas por meio do regime celetista.
d) que a existência legal das entidades descentralizadas decorra
diretamente da promulgação de lei instituidora.
e) a obediência de todas as entidades descentralizadas à Lei
Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

02. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 9ª Região∕2013) As empresas estatais


submetem-se ao regime jurídico típico das empresas privadas,
aplicando-se a elas, no entanto, algumas normas de direito público, como
a) submissão à regra do concurso público para contratação de servidores
públicos.
b) submissão à regra geral de obrigatoriedade de licitação, atividades
meio e atividades fim da empresa.
c) juízo privativo.
d) regime especial de execução, sujeito a pagamento por ordem
cronológica de apresentação de precatórios.
e) impenhorabilidade e imprescritibilidade de seus bens,
independentemente de afetação ao serviço público.

03. (FCC∕Técnico Judiciário – TRT 1ª Região∕2013) A respeito das


entidades integrantes da Administração indireta, é correto afirmar que
a) se submetem, todas, ao regime jurídico de direito público, com
observância aos princípios constitucionais e às demais regras aplicáveis
à Administração pública.
b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem
atividade econômica submetem- se ao regime tributário próprio das
empresas privadas.
c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e submetem-
se ao regime jurídico de direito público, gozando de capacidade política.
d) apenas as empresas públicas podem explorar atividade econômica e
sempre em caráter supletivo à iniciativa privada, submetidas ao regime
próprio das empresas privadas, salvo em matéria tributária.

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e) apenas as sociedades de economia mista sujeitam- se ao regime de


direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção de
lucro.

04. (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) Analise as


características abaixo.
I. Personalidade jurídica de direito público.
II. Criação por lei.
III. Capacidade de autoadministração.
IV. Especialização dos fins ou atividades.
V. Sujeição a controle ou tutela.

Trata-se de
a) empresa pública.
b) fundação.
c) autarquia.
d) sociedade de economia mista.
e) órgão público.

05. (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) No que concerne à


classificação quanto à posição estatal, os órgãos públicos autônomos são
a) órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação
e ao controle hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia
administrativa nem financeira.
b) os que se localizam na cúpula da Administração, subordinados
diretamente à chefia dos órgãos independentes; gozam de autonomia
administrativa, financeira e técnica e participam das decisões
governamentais.
c) os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do
Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, sujeitos
apenas aos controles constitucionais de um sobre o outro, e suas
atribuições são exercidas por agentes políticos.
d) os que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos superiores
de decisão, exercendo principalmente funções de execução.
e) órgãos de direção e comando, não sujeitos à subordinação e ao
controle hierárquico de uma chefia, gozando de autonomia
administrativa e financeira, como, por exemplo, as Casas Legislativas.

06. (FCC/Procurador TCE SP/2011) Como característica comum às


entidades integrantes da Administração Indireta do Estado de São Paulo,
pode-se mencionar a
a) necessidade de lei autorizando a criação do ente.
b) necessidade de concurso público para preenchimento dos cargos em
comissão.

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c) submissão à autotutela da Administração Direta.


d) submissão ao regime próprio de previdência.
e) observância do regime de precatórios para pagamento de seus débitos
judiciais.

07. (FCC/Analista Judiciário TRT 14ª Região/2011) Para os fins do


Decreto-Lei nº 200/67, autarquia é
a) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada
por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
b) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a
exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
por força de contingência ou de conveniência administrativa.
c) o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada.
d) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa.
e) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
fins lucrativos, criada por lei, para o desenvolvimento de atividades que
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção.

08. (FCC/Analista Judiciário TRF 1ª Região/2011) NÃO é considerada


característica da sociedade de economia mista
a) a criação independente de lei específica autorizadora.
b) a personalidade jurídica de direito privado.
c) a sujeição a controle estatal.
d) a vinculação obrigatória aos fins definidos em lei.
e) o desempenho de atividade de natureza econômica.

09. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Constitui traço distintivo


entre sociedade de economia mista e empresa pública:
a) forma de organização, isto é, forma jurídica.
b) desempenho de atividade de natureza econômica.
c) criação autorizada por lei.
d) sujeição a controle estatal.
e) personalidade jurídica de direito privado.

10. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Os órgãos públicos

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a) confundem-se com as pessoas físicas, porque congregam funções que


estas vão exercer.
b) são singulares quando constituídos por um único centro de
atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções
integradas em órgãos maiores.
c) não são parte integrante da estrutura da Administração Pública.
d) não têm personalidade jurídica própria.
e) são compostos quando constituídos por vários agentes, sendo
exemplo, o Tribunal de Impostos e Taxas.

11. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) De acordo com a Organização


Administrativa Brasileira, o SESI, o SESC e o SENAI são entidades
a) estatais.
b) paraestatais.
c) autárquicas.
d) fundacionais.
e) empresariais.

12. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Os órgãos públicos


a) são classificados como entidades estatais.
b) têm autonomia política.
c) têm personalidade jurídica.
d) são soberanos.
e) são centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais.

13. (FCC/Advogado Nossa Caixa/2011) No que concerne às agências


executivas, é correto afirmar que
a) tais agências não possuem autonomia de gestão, porém a lei assegura
a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que
possam cumprir suas metas e objetivos institucionais.
b) trata-se de entidade preexistente, que receberá a qualificação de
agência executiva através de ato do Ministro de Estado a que estiver
vinculada.
c) agência executiva é a qualificação dada somente às autarquias, desde
que cumpridas as exigências legais para tanto.
d) a qualificação da entidade como agência executiva permite que ela
usufrua de determinadas vantagens previstas em lei, como, por exemplo,
o aumento dos percentuais de dispensa de licitação, previsto na Lei nº
8666/93.
e) para a qualificação em agência executiva, é necessário o cumprimento
de apenas um desses requisitos: ter plano estratégico de reestruturação
e de desenvolvimento institucional em andamento ou ter celebrado
contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor.

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14. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2012) A Administração


Pública brasileira é classificada em administração direta e indireta. É
correto afirmar que
a) a administração direta não é exercida pelos órgãos centrais
diretamente integrados à estrutura do Poder Público.
b) empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de
Direito Privado, com criação autorizada por lei para a prestação de
serviço público ou a exploração de atividade econômica e pertence à
administração indireta.
c) a administração indireta é exercida por entidades centralizadas que
mantêm vínculos com o Poder Público, e estão diretamente integradas
na sua estrutura.
d) autarquia é um ente autônomo, com personalidade jurídica de Direito
Público, patrimônio e recursos próprios e pertence à administração
direta.
e) fundação governamental ou pública é um patrimônio total ou
parcialmente público, instituído pelo Estado e cuja função é a realização
de determinados fins, pertence à administração direta.

15. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2012) Na organização da


Administração Pública, a concessão de um serviço alinha-se com o
modelo de estrutura organizacional, denominado
a) Estruturação matricial.
b) Desconcentração administrativa.
c) Descentralização administrativa.
d) Departamentalização por programas e serviços.
e) Desconcentração funcional.

16. (FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Considere as seguintes


proposições acerca das entidades políticas e administrativas:
I. As entidades estatais são pessoas jurídicas de direito público que
integram a estrutura constitucional do Estado e têm poderes políticos e
administrativos, como, por exemplo, os Estados-membros.
II. As autarquias desempenham suas atividades sem subordinação
hierárquica, no entanto, estão sujeitas a controle administrativo,
indispensável para assegurar que elas não se desviem de seus fins
institucionais.
III. As entidades paraestatais, também denominadas entes de
cooperação com o Estado, são autônomas, administrativa e
financeiramente; têm, entre outras características, patrimônio próprio,
sendo que não se sujeitam a qualquer controle estatal.
Está correto o que se afirma SOMENTE em

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a) III.
b) I e II.
c) II e III.
d) II.
e) I e III.

17. (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2012) NÃO é característica


da sociedade de economia mista:
a) criação autorizada por lei.
b) personalidade jurídica de direito privado.
c) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito
público.
d) estruturação sob qualquer forma societária admitida em direito.
e) desempenho de atividade econômica.

18. (FCC/Procurador TCE AP/2010) As entidades integrantes da


Administração Pública
a) sujeitam-se ao regime jurídico de direito público, independentemente
de integrarem a Administração direta ou indireta.
b) sujeitam-se, todas, aos princípios fixados na Constituição Federal,
porém apenas os entes políticos são constituídos sob a forma de pessoas
jurídicas de direito público.
c) sujeitam-se ao regime jurídico publicístico, exceto as empresas
estatais, que são regidas, exclusivamente, pelo direito privado.
d) possuem, todas, as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública,
especialmente no que diz respeito à imunidade tributária e
impenhorabilidade de seus bens.
e) sujeitam-se, quando empresas estatais, ao regime jurídico de direito
privado, não obstante seus bens, se afetados a serviço público, possam
estar protegidos pelo regime jurídico de direito público.

19. (FCC/Analista Judiciário TRT 9ª Região/2010) No que concerne ao


tema sociedades de economia mista e empresas públicas, é INCORRETO
afirmar:
a) O pessoal das empresas públicas e das sociedades de economia mista
são considerados agentes públicos, para os fins de incidência das
sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa.
b) As sociedades de economia mista apenas têm foro na Justiça Federal
quando a União intervém como assistente ou opoente ou quando a União
for sucessora da referida sociedade.
c) Ambas somente podem ser criadas se houver autorização por lei
específica, cabendo ao Poder Executivo as providências complementares
para sua instituição.
d) No capital de empresa pública, não se admite a participação de pessoa
jurídica de direito privado, ainda que integre a Administração Indireta.
e) As empresas públicas podem adotar qualquer forma societária,
inclusive a forma de sociedade "unipessoal".

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20. (FCC/Procurador PGE AM/2010) O regime jurídico das empresas


públicas e sociedades de economia mista que desempenham atividade
econômica em sentido estrito estabelece que
a) seus bens são considerados de natureza pública, motivo pelo qual não
estão sujeitos à constrição judicial.
b) a remuneração de seus agentes não está sujeita ao teto
constitucional, a menos que a entidade receba recursos orçamentários
para pagamento de despesa de pessoal ou de custeio em geral.
c) essas entidades devem assumir necessariamente a forma de
sociedade anônima.
d) a licitação e a contratação de obras, serviços, compras e alienações
não precisam observar os princípios da Administração Pública.
e) a nomeação de seus dirigentes deve se dar na forma de seu estatuto
social, podendo a lei condicionar tal nomeação à ratificação pelo Poder
Legislativo.

21. (FCC/Técnico Judiciário TRE RS/2010) NÃO integram a


Administração Pública Indireta:
a) Autarquia e Fundação Pública.
b) Ministério Público e Defensoria Pública.
c) Fundação Pública e Empresa Pública.
d) Sociedade de economia mista e autarquia.
e) Empresa Pública e Sociedade de economia mista.

22. (FCC/Analista Judiciário TRE RS/2010) A entidade da administração


publica indireta deve ser criada diretamente por lei especifica é a
a) fundação publica
b) empresa publica
c) sociedade de economia mista
d) autarquia
e) fundação privada

23. (FCC/Analista Bahiagás/2010) Quanto às autarquias, analise:


I. O seu patrimônio é formado com a transferência de bens móveis e
imóveis da entidade-matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova
pessoa jurídica.
II. É pessoa jurídica de Direito Privado, com função pública própria,
típica e outorgada pelo Estado, criada através do registro de seus
estatutos, segundo a lei que autoriza a sua criação.
III. Os atos dos seus dirigentes equiparam-se aos atos administrativos,
devendo observar os mesmos requisitos para sua expedição, sujeitando-
se aos controles internos e ao exame de legalidade pelo Judiciário, pelas
vias comuns ou especiais.

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IV. Por realizarem serviços públicos centralizados, despersonalizados e


limitados, se acham integradas na estrutura orgânica do Executivo e
hierarquizadas à tutela do órgão público vinculado.
V. Nascem com os privilégios administrativos da entidade estatal que as
institui, auferindo as vantagens tributárias e prerrogativas processuais
da Fazenda Pública, além de outros que lhes forem outorgados por lei
especial.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) IV e V.
c) I, III e V.
d) II, III e IV.
e) III, IV e V.

24. (FCC/Juiz de Direito TJ MS/2010) Nos termos do conceito previsto


no Direito federal, uma empresa com maioria do capital votante
pertencente à União, e o restante do capital atribuído a outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da
Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, é dita
a) empresa autárquica.
b) sociedade de economia mista.
c) empresa pública.
d) empresa federativa.
e) empresa privada sob controle acionário estatal

25. (FCC/Analista Judiciário TRF 4ª Região/2010) No que se refere aos


órgãos públicos, é INCORRETO afirmar ser característica destes
(algumas não presentes em todos), dentre outras, o fato de que
a) não possuem personalidade jurídica e são resultado da
desconcentração.
b) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão
com outros órgãos.
c) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
d) não possuem patrimônio próprio, mas integram a estrutura da pessoa
jurídica.
e) têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram.

26. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) É certo que, as Sociedades


de Economia Mista
a) embora pertencendo à Administração direta, ostentam estrutura e
funcionamento de empresa particular.
b) não têm, por natureza, qualquer privilégio estatal, só auferindo as
prerrogativas administrativas, tributárias e processuais concedidas
especificamente na lei criadora ou em dispositivos especiais.

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c) possuem capital exclusivamente privado e direção exclusiva do ente


estatal ao qual estão subordinadas.
d) somente podem ser instituídas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal, vedada a sua criação pelos Municípios.
e) têm como objeto a prestação de uma atividade econômica
empresarial, vedada a realização de atividade pública.

27. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) No âmbito da organização


administrativa brasileira atual, as agências executivas
a) substituem as antigas autarquias e fundações e sociedades de
economia mista.
b) exercem funções normativas, fiscalizadoras e de adjudicação de
conflitos.
c) exercem funções administrativas de execução de serviço público de
forma direta.
d) são entidades que gozam de regime de autonomia administrativa
estável.
e) auxiliam os ministérios como órgãos formuladores de políticas
públicas.

28. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) Ocorre a chamada


centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas por
meio
a) apenas de órgãos da Administração Direta com atuação em todo o
território nacional.
b) apenas de funcionários da Administração Direta concursados.
c) de órgãos e agências integrantes da Administração Direta e Indireta.
d) das agências executivas e fundações localizadas na sede do governo
federal.
e) dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta.

29. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) A descentralização por


meio de delegação é efetivada quando o Estado
a) cria uma entidade e a ela transfere, mediante previsão em lei,
determinado serviço público.
b) exerce o serviço público que está previsto no ato como atribuição
própria sua.
c) transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do
serviço.
d) realiza a transferência temporária da titularidade do serviço ao órgão
responsável.
e) delega competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços.

30. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) A desconcentração


administrativa pressupõe
a) obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica.

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b) necessariamente, uma estrutura organizacional mais ágil e eficiente


na prestação dos serviços.
c) especialmente, a transferência da execução de um serviço a órgão da
Administração Indireta.
d) exclusivamente, a prestação de serviços pela Administração Direta.
e) a prestação concentrada de um serviço em uma pessoa jurídica que
não apresente divisões em sua estrutura interna.

31. (FCC/Executivo Público Casa Civil/2010) Com relação à natureza dos


órgãos públicos, considere:
I. Agências reguladoras são autarquias especiais, com personalidade
jurídica de direito privado e amplos poderes normativos.
II. As fundações são normalmente dotadas de personalidade jurídica de
direito privado, podendo, a critério do ente instituidor, assumir
personalidade de direito público.
III. As empresas públicas e as sociedades de economia mista devem ter
a forma de Sociedade Anônima ( S/A ), sendo reguladas, basicamente,
pela Lei das Sociedades por Ações ( Lei n° 6.404/1976 ).
IV. Empresas públicas, autarquias e sociedades de economia mista,
assim como as fundações públicas, só podem ser criadas por lei
específica.
V. As fundações instituídas ou mantidas pelo poder público têm natureza
de autarquia.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) I e IV.
d) II e V.
e) II, III, IV e V.

32. (FCC/Analista SEFAZ SP/2010) A respeito do regime jurídico


aplicável às entidades integrantes da Administração indireta, é correto
afirmar que as
a) autarquias, fundações e sociedades de economia mista prestadoras
de serviço público sujeitam-se ao regime jurídico de direito público.
b) fundações instituídas e mantidas pelo poder público sujeitam-se ao
mesmo regime das autarquias, exceto no que diz respeito ao processo
seletivo de pessoal.
c) sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito
privado, inclusive no que diz respeito à legislação tributária e trabalhista.
d) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica
sujeitam-se ao mesmo regime das empresas privadas, exceto no que diz
respeito à matéria tributária.

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e) autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público


sujeitam-se ao regime de direito público, exceto no que diz respeito à
penhorabilidade de seus bens.

33. (FCC/Agente Técnico Legislativo ALSP/2010) O regime jurídico das


sociedades de economia mista que exploram atividade econômica é o
mesmo
a) das empresas privadas, inclusive no que diz respeito às obrigações
trabalhistas e tributárias, sujeitando-se, porém, aos princípios que
regem a Administração pública.
b) das entidades integrantes da administração direta, exceto no que diz
respeito aos contratos de trabalho, que se regem pela Consolidação das
Leis do Trabalho.
c) das empresas privadas, exceto no que diz respeito ao processo de
execução judicial de suas dívidas, em face da impenhorabilidade de seus
bens e rendas.
d) estabelecido na lei das sociedades anônimas, sendo vedado ao
acionista controlador orientar os negócios da companhia para fins
diversos da obtenção de lucro, sob pena de abuso de poder.
e) das empresas privadas, exceto no que diz respeito às obrigações
tributárias, que são parcialmente afastadas em face da imunidade em
relação a impostos incidentes sobre seu patrimônio e renda.

34. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Quando a Administração


Pública, diante da complexidade das atividades por ela desenvolvidas,
distribui competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços, ocorre a técnica
administrativa intitulada
a) descentralização.
b) desconcentração.
c) delegação.
d) privatização.
e) desburocratização.

35. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Considere as seguintes


assertivas:
I. Os órgãos públicos são centros de competência instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação
é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.
II. No tocante a Administração Indireta, na descentralização
administrativa existe subordinação hierárquica entre a pessoa jurídica
incumbida do serviço público e a pessoa política instituidora.
III. Somente por Lei Específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de

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fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as


áreas de sua atuação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e III.
c) II.
d) II e III.
e) III.

36. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Doutrinariamente, quanto à


situação ou posição na estrutura administrativa, classificam-se os
órgãos em
a) autônomos e independentes.
b) simples e compostos.
c) singulares e colegiados.
d) diretos e indiretos.
e) internos e externos.

37. (FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Sobre as entidades políticas,


os órgãos e os agentes públicos, considere:
I. As empresas públicas e sociedades de economia mista não são criadas
por lei, mas, a sua instituição depende de autorização legislativa.
II. Entidades estatais são pessoas jurídicas de Direito Público que
integram a estrutura constitucional do Estado, mas, não têm poderes
políticos nem administrativos.
III. Órgãos subalternos são os que exercem atribuições de mera
execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores.
IV. Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o
desempenho de funções estatais, dotados de personalidade jurídica e de
vontade própria.
V. Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva
ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e V.
b) I, II e IV.
c) III, IV e V.
d) III e IV.
e) IV e V.

38. (FCC/Analista Judiciário TRT 3ª Região/2010) A doutrina aponta


entre as principais características das agências reguladoras no
ordenamento jurídico brasileiro

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a) a desvinculação das normas constitucionais aplicáveis aos entes da


Administração Pública, o que confere às agências maior grau de
autonomia e independência.
b) a personalidade de direito privado e a autonomia administrativa e
orçamentária.
c) a personalidade de direito público, com menor grau de autonomia
administrativa em relação às demais autarquias.
d) a especialidade, a neutralidade, a independência e a competência
legislativa exclusiva para disciplinar a prestação do serviço público ou
atividade econômica sob sua fiscalização.
e) o regime jurídico especial, fixado na lei que a institui, garantindo
maior grau de autonomia administrativa e orçamentária que o conferido
às demais autarquias.

39. (FCC∕Juiz do Trabalho – TRT 1ª Região∕2013) A respeito das agências


reguladoras e agências executivas, é correto afirmar que
a) as agências reguladoras adquirem autonomia a partir de qualificação
obtida em face de contrato de gestão celebrado com o respectivo
Ministério supervisor.
b) as agências executivas caracterizam-se como autarquias de regime
especial, criadas por lei, com autonomia administrativa, orçamentária e
financeira.
c) ambas possuem regime especial, estabelecido na lei instituidora,
atuando as agências executivas na regulação de atividade econômica e
as agências reguladoras no controle e fiscalização de serviço público.
d) as agências executivas são empresas públicas ou fundações, com
autonomia ampliada a partir de decreto governamental, em face da
apresentação de plano para melhoria de eficiência e redução de custos.
e) as agências reguladoras possuem regime jurídico especial, fixado na
lei instituidora, garantindo maior grau de autonomia administrativa e
orçamentária que o conferido às demais autarquias.

40. (FCC∕Promotor de Justiça – MPE AL∕2013) Acerca dos consórcios


públicos, a legislação de regência do instituto (Lei no 11.107/05)
a) autoriza que o consórcio público seja contratado por qualquer ente
público, com dispensa de licitação.
b) prevê a celebração do contrato de consórcio público mediante a
ratificação, por decreto, do protocolo de intenções subscrito pelos entes
consorciados.
c) estabelece que o representante legal do consórcio público seja o Chefe
do Poder Executivo da entidade de maior abrangência.
d) veda a cessão de servidores públicos dos entes consorciados ao
consórcio público.
e) admite a adesão com reservas por ente consorciado, o que
caracterizará consorciamento parcial ou condicional.

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41. (FCC/Analista Judiciário TRT 7ª Região/2012) Aplicam-se às


autarquias, dentre outras regras e princípios, o seguinte:
a) Não têm direito a ação regressiva contra seus servidores culpados por
danos a terceiros.
b) Agem por delegação do Poder que a instituiu.
c) Gozam de imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e
serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
d) Subordinam-se hierarquicamente à entidade estatal a que pertencem.
e) Por gozarem de autonomia, seus contratos não estão sujeitos a
licitação.

42. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) Considerando a Organização


Administrativa Brasileira, é correto afirmar que
a) a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios são
entidades estatais.
b) o Brasil é uma confederação formada pela união indissolúvel dos
Estados-membros, dos Municípios e do Distrito Federal
c) os poderes e competências dos Municípios são delimitados por ato do
Presidente da República.
d) as empresas públicas e as sociedades de economia mista integram a
administração direta da União, dos Estados-membros e dos Municípios.
e) Os Ministérios são órgãos autônomos, unipessoais, integrantes da
administração indireta, porém vinculados à Presidência da República

43. (FCC/Analista Judiciário TRE TO/2011) A repartição de funções entre


os vários órgãos de uma mesma pessoa jurídica da Administração
Pública é conceito de
a) desconcentração.
b) descentralização.
c) descentralização por serviços.
d) delegação de competência.
e) desmembramento.

44. (FCC/Analista Judiciário TRE AC/2010) A respeito das entidades


políticas e administrativas, considere:
I. Pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura
constitucional do Estado e têm poderes políticos e administrativos.
II. Pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente
administrativa, criadas por lei específica, para realização de atividades,
obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou.
III. Pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a
prestar serviços ou realizar atividades de interesse coletivo ou público,
mas não exclusivos do Estado.
Esses conceitos referem-se, respectivamente, a entidades

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a) autárquicas, fundacionais e empresariais.


b) estatais, autárquicas e paraestatais ou de cooperação.
c) estatais, paraestatais ou de cooperação e fundacionais.
d) paraestatais ou de cooperação, autárquicas e estatais.
e) estatais, empresariais e fundacionais.

45. (FCC/Analista TCM CE/2010) As sociedades de economia mista e as


empresas públicas
a) estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das empresas privadas,
inclusive no que diz respeito a matéria tributária e trabalhista.
b) não estão submetidas aos princípios da Administração Pública, exceto
quando prestadoras de serviço público.
c) sujeitam-se ao regime jurídico de direito público, quando prestadoras
de serviço público, e ao regime de direito privado, quando exploradoras
de atividade econômica.
d) sujeitam-se ao mesmo regime jurídico das fundações públicas, exceto
no que diz respeito à matéria de pessoal.
e) estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das empresas privadas,
exceto no que diz respeito a matéria tributária e trabalhista.

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GABARITO

1) B 2) A 3) B 4) C 5) B

6) A 7) C 8) A 9) A 10) D

11) B 12) E 13) D 14) B 15) C

16) B 17) D 18) E 19) D 20) B

21) B 22) D 23) C 24) C 25) E

26) B 27) C 28) E 29) C 30) A

31) D 32) C 33) A 34) B 35) B

36) A 37) A 38) E 39) C 40) E

41) C 42) A 43) A 44) B 45) A

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QUESTÕES COMENTADAS - FGV

01. (FGV∕Técnico – DPE RJ∕2014) O Decreto-Lei 200/67 estabelece que


a autarquia tem personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
para exercitar atividades típicas da administração pública que
requeiram, para seu melhor funcionamento, a gestão administrativa e
financeira descentralizada. A respeito da autarquia, é correto afirmar
que
a) integra a administração indireta, sendo pessoa jurídica de direito
privado.
b) seus funcionários devem observar a vedação constitucional de
acumulação de cargos públicos.
c) não exige a realização de concurso público para contratação de
pessoal.
d) somente por lei específica poderá ser autorizada sua instituição,
cabendo à lei complementar definir as áreas de sua atuação.
e) não está sujeita à lei de licitações.

Comentários
a) As autarquias realmente integram a Administração Pública Indireta,
porém, são constituídas com personalidade jurídica de direito público. Assertiva
incorreta.
b) Os agentes das autarquias estão submetidos às regras constitucionais
previstas entre os artigos 37 e 41 da CF∕1988, portanto, devem observar as
vedações impostas pelo art. 37, XVI, sobre acumulação de cargos públicos.
Assertiva correta.
c) A CF∕1988, em seu art. 37, II, dispõe que “a investidura em cargo ou
emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. Assertiva
incorreta.
d) O art. 37, XIX, da CF∕1988, afirma que “somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. Assertiva incorreta.
e) Todas as entidades da Administração Pública direta e indireta estão
sujeitas à obrigatoriedade de licitação, nos termos do art. 37, XXI, da CF∕1988.
Assertiva incorreta.

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Gabarito: Letra b.

02. (FGV∕Técnico Superior – DPE RJ∕2014) Tendo em vista as diversas


competências, responsabilidades e atividades incumbidas ao poder
público, a Administração Pública pode atuar de forma centralizada
(quando executa suas tarefas diretamente) ou descentralizada (quando
o faz delegando a terceiros, na forma da lei). Nesse contexto, fazem
parte da Administração Indireta, dentre outros,
a) os órgãos dos Ministérios (em nível federal, que dão suporte à
Presidência da República), das Secretarias Estaduais (em âmbito
estadual, dando apoio ao Governador) e das Secretarias Municipais (na
esfera municipal, assessorando os Prefeitos).
b) as autarquias públicas, empresas públicas e fundações privadas que
prestam serviços públicos.
c) as empresas privadas contratadas, após regular procedimento
licitatório, para prestar serviços públicos essenciais.
d) as concessionárias que prestam serviços públicos.
e) as fundações públicas, sociedades de economia mista e autarquias.

Comentários
a) Os Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais integram a
Administração Pública direta, portanto, caracterizando-se como fruto da
desconcentração. Assertiva incorreta.
b) Apenas as fundações públicas de direito público ou de direito privado
integram a Administração Pública indireta. As fundações privadas, ainda que
prestem serviços públicos, situar-se-ão dentre as denominadas entidades
paraestatais (que colaboram com o Poder Público). Assertiva incorreta.
c) As empresas privadas apenas colaboram com o Poder Público na
prestação de atividades essenciais, portanto, não integram a Administração
Pública. Assertiva incorreta.
d) Os concessionários e permissionários de serviços públicos, apesar de
exercerem diversas atividades públicas em razão de delegação, não integram a
Administração Pública brasileira. Assertiva incorreta.
e) Atualmente a Administração Pública indireta é composta pelas
autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia
mista. Ademais, também fazem parte de sua estrutura os consórcios públicos de
direito público, nos termos da Lei 11.107∕2005. Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.

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03. (FGV∕Auditor – CGE MA∕2014) O Estado, ao desconcentrar-se,


especializa determinadas funções e atividades administrativas, por meio
da criação de órgãos dedicados a atuar de forma específica. Para
explicar a delineação jurídica dessa desconcentração, a doutrina criou a
teoria do órgão.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta
a) Esta teoria, também chamada de teoria da imputação, estabelece que
a vontade manifestada pelo agente público não é a vontade do órgão,
mas a sua própria.
b) O Estado é a pessoa jurídica de direito público, e, dentro de seu
organismo, cria órgãos despersonalizados, dedicados a determinadas
atividades administrativas.
c) A vontade do agente se imputa ao órgão ao qual pertence, mas não se
imputa ao Estado.
d) Tecnicamente, o agente representa o órgão, pois a vontade que ali
manifesta é a sua própria, em seu nome, e não em nome do Estado.
e) Os órgãos estatais são divisões internas com personalidade jurídica
própria.
Comentários
Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, a teoria do órgão declara que o
Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos públicos (entes
despersonalizados e dedicados a determinadas atividades administrativas), que
são titularizados por agentes públicos. Os atos praticados pelos órgãos são
imputados à pessoa jurídica de direito público a cuja estrutura estão
integrados, o que se convencionou denominar de imputação volitiva.
Desse modo, as ações dos entes políticos – como União, estados,
municípios e DF – concretizam-se por intermédio de pessoas físicas, e, segundo
a teoria do órgão, os atos praticados por meio desses agentes públicos devem
ser imputados à pessoa jurídica de direito público a que pertencem.
Gabarito: Letra b.

04. (FGV∕Advogado – CONDER∕2013) Diante da classificação das


pessoas jurídicas em entidades políticas e entidades administrativas,
assinale a afirmativa correta.
a) As entidades administrativas encontram-se subordinadas às
entidades políticas com base na hierarquia.
b) As entidades políticas podem possuir poder normativo ao contrário
das entidades administrativas.

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c) As entidades políticas e as entidades administrativas têm o poder


de produzir lei em sentido estrito.
d) As entidades administrativas nunca estarão subordinadas
hierarquicamente a uma entidade política.
e) As entidades administrativas e as entidades políticas se
diferenciam em função da obrigatoriedade ou dispensa de realizar
licitações nas contratações que realizam.
Comentários
As expressões “entidades, entes ou pessoas políticas”, bem como
“entidades ou entes estatais”, são expressões sinônimas, utilizadas para se
referir à União, Estados, Municípios e Distrito Federal. De outro lado, as
expressões “entidades ou entes administrativos” são utilizadas para designar
as autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e consórcios públicos de Direito Público.
Os entes políticos ou estatais sempre serão pessoas jurídicas de Direito
Público interno. Por outro lado, as entidades administrativas podem ser
instituídas sob a forma de pessoas jurídicas de Direito Público (autarquias,
fundações de direito público e consórcios públicos) ou de Direito Privado
(fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de
economia mista).
Apesar de serem instituídas por decisão de entidade da Administração
Direta, as entidades da Administração Indireta não lhes são subordinadas. Nesse
caso, existe apenas uma relação de vinculação administrativa entre
Administração Direta e Indireta.
Gabarito: Letra d.

05. (FGV∕Juiz – TJ AM∕2013) No que concerne à estrutura da


Administração Pública, considerando os textos da Constituição da
República e da legislação, bem como da jurisprudência referente à
matéria, assinale a afirmativa correta.
a) Alguns órgãos públicos que embora não possuam personalidade
jurídica, mas possuem personalidade judiciária, podem,
excepcionalmente, demandar em juízo para defender seus direitos
institucionais
b) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações serão criadas somente por lei específica enquanto a
instituição de autarquias é autorizada

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c) As sociedades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de


Interesse Público (OSCIPs) passam a integrar a Administração Pública
indireta após a aquisição da qualificação.
d) Todas as empresas estatais, pelo fato de integrarem a Administração
Pública Indireta, enquadram-se no conceito de Fazenda Pública, sendo
extensíveis às mesmas, todas as prerrogativas inerentes às pessoas
jurídicas de direito público.
e) A proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos e
funções não se estende às empresas públicas, sociedades de economia
mista e suas subsidiárias, por se tratarem de pessoas jurídicas de direito
privado.

Comentários
a) Em caráter excepcional, existem algumas situações nas quais os órgãos
públicos, mesmo não possuindo personalidade jurídica, poderão integrar uma
relação processual, a saber: 1ª) Para a defesa de suas prerrogativas
funcionais: nesse caso, é assegurada capacidade processual aos denominados
órgãos independentes e autônomos para ingressarem com mandado de
segurança para a defesa de suas competências, quando violada por outros
órgãos; 2ª) Na defesa dos interesses e direitos dos consumidores: nos
termos do inciso III, artigo 82, do Código de Defesa do Consumidor, alguns
órgãos públicos (mesmo não possuindo personalidade jurídica) são legitimados a
ingressarem com ação judicial na defesa dos interesses e direitos dos
consumidores, individualmente ou a título coletivo. Assertiva correta.
b) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação. Assertiva incorreta.
c) O fato de uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
receber a qualificação de OSCIP outorgada pelo Ministério da Justiça, não faz com
que passe a integrar a Administração Pública indireta, continuando no âmbito do
“terceiro setor”. Assertiva incorreta.
d) As empresas públicas e sociedades de economia mista, também
chamadas de empresas estatais, não gozam das prerrogativas conferidas às
entidades com personalidade jurídica de direito público, nos termos do art. 173,
§ 1º, da CF∕1988. Assertiva incorreta.

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e) A CF∕1988, em seu art. 37, XVII, dispõe que “a proibição de acumular


estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público”. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra a.

06. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Com relação à administração


direta, realizada segundo os níveis que compõem a nossa forma de
Estado, analise as afirmativas a seguir.
I. Na esfera municipal é realizada pela prefeitura e seus eventuais
órgãos de assessoria e pelas secretarias municipais
II. Na esfera estadual é realizada pela governadoria e seus órgãos
de assessoria e pelas secretarias estaduais
III. Na esfera federal é realizada pela Presidência da República e seus
órgãos de assessoramento imediato ou de consulta e pelos
ministérios.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários
Item I – A Administração Direta municipal é composta pelo respectivo
município, a Prefeitura (que também é um órgão), Secretarias e respectivos
órgãos de assessoria. Assertiva correta.
Item II – Em âmbito estadual, o órgão máximo do Poder Executivo é a
Governadoria, órgão no qual está lotado o Governador de Estado. Assertiva
correta.
Item III - O conceito de Administração Pública Direta está previsto
diretamente no texto legal, não comportando maiores dúvidas ou discussões.
Na esfera federal, é composta pela União (que detém personalidade jurídica de
direito público) e de todos os órgãos que integram a estrutura da Presidência da
República, previstos na Lei 10.683/03: Ministérios, Casa Civil, Secretaria-Geral,
Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria de Comunicação Social, entre
outros. Assertiva correta.

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Gabarito: Letra e.

07. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) A administração pública


possui dentro de sua estrutura várias pessoas jurídicas que se sujeitam
a diferentes regimes jurídicos. Assinale a alternativa que contém uma
pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública.
a) Corporações públicas.
b) Empresas públicas.
c) Agências reguladoras.
d) Autarquia fundacional.
e) Autarquias de regime especial.

Comentários
Para responder às questões de prova, lembre-se de que as autarquias
sempre serão instituídas com personalidade jurídica de direito público, inclusive
as agências reguladoras e agências executivas (autarquias de regime especial).
Por sua vez, as empresas públicas e sociedades de economia mista serão
instituídas com personalidade jurídica de direito privado. Ademais, as fundações
públicas podem ser tanto de direito público quanto de direito privado.
Gabarito: Letra b.

08. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Leia os casos a seguir.


I. O Estado extinguiu um órgão e aglutinou, junto a um secretário de
estado, as atribuições anteriormente exercidas por esse órgão.
II. O Estado criou uma autarquia para desempenhar as funções
anteriormente exercidas por uma secretaria estadual.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, os instrumentos
que o Estado utilizou nos casos acima.
a) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso
descentralização.
b) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo
descentralização.
c) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso
desconcentração.
d) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo
desconcentração.
e) Em ambos os casos ocorreu delegação.

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Comentários
Item I – Quando o enunciado da banca estiver se referindo à criação ou
extinção de órgãos públicos, a exemplo dos Ministérios, certamente estaremos
diante de situação que tipifica concentração ou desconcentração. No caso em
análise, as atribuições foram concentradas em um único órgão.
Item II – Ao criar a autarquia, o Estado transferiu para outra pessoa
jurídica a incumbência de executar determinada atividade administrativa,
caracterizando, assim, a descentralização.
Gabarito: Letra a.

09. (FGV∕Advogado – INEA RJ∕2013) As alternativas a seguir apresentam


características das autarquias, à exceção de uma. Assinale-a.
a) As autarquias têm personalidade de direito público.
b) As autarquias devem ser criadas por lei.
c) As autarquias devem possuir bens imprescritíveis.
d) As autarquias têm seus créditos inscritos em dívida ativa.
e) As autarquias possuem prazo em dobro para contestar.

Comentários
a) As autarquias possuem personalidade jurídica de Direito Público e
integram a Administração Indireta e Descentralizada, sendo criadas por lei
específica para o exercício de funções administrativas típicas de Estado, tais
como previdência e assistência social (INSS), polícia administrativa (IBAMA),
regulação de determinados setores da economia (Banco Central e Comissão de
Valores Mobiliários - CVM), assistência social (INCRA) e até mesmo atuação na
área de saúde, em situações excepcionais. Assertiva correta.
b) Nos termos do inciso XIX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988,
somente por lei específica, poderá ser criada uma autarquia, seja ela federal,
estadual, municipal ou distrital. Assertiva correta.
c) Como os bens integrantes do patrimônio das autarquias são
considerados públicos, gozam das mesmas prerrogativas asseguradas aos
bens pertencentes às entidades da Administração Direta: a imprescritibilidade
(não podem ser objeto de ações de usucapião apresentadas por terceiros), a
alienabilidade condicionada (apenas os bens dominicais podem ser alienados
e desde que cumpridas todas as exigências legais) e a impenhorabilidade (não
podem ser penhorados para garantir o pagamento de créditos de terceiros).
Assertiva correta.

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d) As entidades regidas pelo direito público, a exemplo das autarquias,


pagam os seus débitos provenientes de decisões judiciais mediante precatórios.
Por sua vez, antes de receber os seus respectivos créditos deve inscrevê-los em
divida ativa. Assertiva correta.
e) As autarquias possuem prazo em quádruplo para contestar uma ação
em dobro para recorrer, nos termos do artigo 188 do Código de Processo Civil.
Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra e.

10. (FGV∕Analista – MPE RS∕2013) Acerca do conceito de


descentralização da Administração Pública, analise as afirmativas a
seguir.
I. Ocorre a descentralização quando a Administração Pública transfere
a execução de determinada atividade para outra pessoa jurídica,
pertencente ou não à administração pública.
II. A descentralização para pessoa jurídica de direito público
pertencente à própria Administração terá que ser realizada sempre por
lei.
III. É possível que a Administração Pública delegue, por meio de
contrato de concessão, serviços públicos que lhe são afetados.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários
Item I - Ocorre a “descentralização administrativa” quando um ente
estatal (União, Estados, DF e Municípios) transfere a outra pessoa, pública ou
privada, o exercício de uma determinada atividade administrativa. Assertiva
correta.
Item II - Na outorga (espécie de descentralização), a transferência da
titularidade e da execução dos serviços ocorre através de lei, materializando-
se, portanto, por prazo indeterminado. Assertiva correta.

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Item III - Na outorga, a transferência da titularidade e da execução dos


serviços ocorre através de lei, enquanto, na delegação, ocorre através de
contrato administrativo ou ato unilateral (nos casos das autorizações de
serviços públicos, por exemplo). Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.

11. (FGV∕Analista – MPE RS∕2013) A União, desejando realizar a


exploração de uma atividade econômica, resolve criar uma sociedade de
economia mista. Com relação às sociedades de economia mista, assinale
a afirmativa correta.
a) A sociedade de economia mista deve ser criada por lei.
b) A União deve possuir ao menos metade de seu capital social.
c) A sociedade de economia mista deve seguir todas as regras
trabalhistas da iniciativa privada.
d) O cargo de presidente de sociedade de economia mista é privativo de
brasileiro nato.
e) A sociedade de economia mista não precisa realizar licitação em
hipótese alguma.
Comentários
a) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Assertiva incorreta.
b) As sociedades de economia mista são instituídas mediante a
integralização de capital proveniente do Poder Público e, ainda, de particulares.
É o denominado “capital misto”. O inc. III, art. 5º, do Decreto-Lei 200/67,
estabelece que para ser configurada como federal, a maioria (mais da metade)
das ações com direito a voto da sociedade de economia mista deve pertencer à
União. Assertiva incorreta.
c) A CF∕1988, em seu art. 173, § 1º, II, dispõe que as sociedades de
economia mista estão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários. Assertiva correta.
d) O art. 12, § 3º, da CF∕1988, dispõe que são privativos de brasileiro nato
os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da
Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro
do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das
Forças Armadas, e, ainda, de Ministro de Estado da Defesa. Assertiva incorreta.

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e) O inciso III, § 1º, artigo 173, da CF/88, afirma expressamente que a lei
estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre licitação e
contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública. Todavia, enquanto o referido estatuto não for criado,
aplicam-se a essas entidades as regras da lei geral de Licitações (Lei
8.666/93). Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.

12. (FGV∕Técnico Legislativo – Senado∕2012) O artigo 37, §6º, da CRFB


prevê a responsabilidade do ente público pelos danos que seus agentes
causarem a terceiros. A teoria que justifica tal imputação de
responsabilidade é a
a) Teoria do Mandato.
b) Teoria da Autonomia.
c) Teoria do Órgão.
d) Teoria da Encampação.
e) Teoria do Risco Integral.

Comentários
Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, destaca-se que a teoria do órgão
atualmente é adotada pela doutrina brasileira para legitimar a atuação do agente
público em nome da pessoa jurídica administrativa.
Em síntese, a teoria do órgão afirma que o Estado manifesta a sua
vontade através de seus órgãos públicos, que são titularizados por agentes
públicos. Desse modo, os atos praticados pelos órgãos são imputados à pessoa
jurídica a cuja estrutura estão integrados, o que se convencionou denominar
de imputação volitiva.
Se os atos praticados pelos agentes são imputados à pessoa jurídica, não
restam dúvidas de que esta deve responder por eventuais danos causados por
aqueles no exercício da função pública.
Gabarito: Letra c.

13. (Analista – TRE PA∕2012) A respeito das entidades da Administração


Pública Indireta, é correto afirmar que

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a) as áreas de atuação das fundações de direito público são


determinadas via lei ordinária.
b) as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas
com o registro de seus atos constitutivos.
c) somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
d) as autarquias possuem natureza jurídica de direito privado, sendo
criadas diretamente por lei, sem necessidade de registro.
e) com a entrada em vigor da lei instituidora de sociedade de economia
mista, dá-se o termo inicial de sua pessoa jurídica.

Comentários
a) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Assertiva incorreta.
b) As empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado, criadas após autorização concedida por lei específica.
Assertiva incorreta.
c) O enunciado está em sintonia com o art. 37, XIX, da CF∕1988, que dispõe
que somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação. Assertiva correta.
d) Apesar de não exigirem registro para aquisição de personalidade
jurídica, as autarquias são instituídas sob os mandamentos do direito público.
Assertiva incorreta.
e) O inicio da personalidade jurídica da sociedade de economia mista ocorre
com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente (Junta Comercial,
por exemplo). Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.

14. (FGV∕Advogado – OAB∕2014) O Estado ABCD, com vistas à


interiorização e ao incremento das atividades econômicas, constituiu
empresa pública para implantar distritos industriais, elaborar planos de
ocupação e auxiliar empresas interessadas na aquisição dessas áreas.
Considerando que esse objeto significa a exploração de atividade
econômica pelo Estado, assinale a afirmativa correta.

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a) Não é possível a exploração de atividade econômica por pessoa


jurídica integrante da Administração direta ou indireta.
b) As pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta não podem
explorar atividade econômica.
c) Dentre as figuras da Administração Pública indireta, apenas a
autarquia pode desempenhar atividade econômica, na qualidade de
agência reguladora.
d) A constituição de empresa pública para exercer atividade econômica
é permitida quando necessária ao atendimento de relevante interesse
coletivo.
Comentários
a) A CF∕1988, em seu art. 173, dispõe que ressalvados os casos previstos
em seu texto, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida em duas hipóteses: 1 - quando necessária aos imperativos da
segurança nacional; ou, 2 – quando existir relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei. Assertiva incorreta.
b) Dentre as entidades da Administração Pública indireta, apenas as
empresas públicas e sociedades de economia mista estão autorizadas a explorar
atividade econômica. Assertiva incorreta.
c) As autarquias, entidades regidas pelo direito público, não podem
desempenhar atividade econômica, por violar as suas próprias finalidades
institucionais. Assertiva incorreta.
d) A CF∕1988, em seu art. 173, dispõe que ressalvados os casos previstos
em seu texto, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida em duas hipóteses: 1 - quando necessária aos imperativos da
segurança nacional; ou, 2 – quando existir relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei. Assertiva correta.

Gabarito: Letra d.

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RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS – FGV

01. (FGV∕Técnico – DPE RJ∕2014) O Decreto-Lei 200/67 estabelece que


a autarquia tem personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
para exercitar atividades típicas da administração pública que
requeiram, para seu melhor funcionamento, a gestão administrativa e
financeira descentralizada. A respeito da autarquia, é correto afirmar
que
a) integra a administração indireta, sendo pessoa jurídica de direito
privado.
b) seus funcionários devem observar a vedação constitucional de
acumulação de cargos públicos.
c) não exige a realização de concurso público para contratação de
pessoal.
d) somente por lei específica poderá ser autorizada sua instituição,
cabendo à lei complementar definir as áreas de sua atuação.
e) não está sujeita à lei de licitações.

02. (FGV∕Técnico Superior – DPE RJ∕2014) Tendo em vista as diversas


competências, responsabilidades e atividades incumbidas ao poder
público, a Administração Pública pode atuar de forma centralizada
(quando executa suas tarefas diretamente) ou descentralizada (quando
o faz delegando a terceiros, na forma da lei). Nesse contexto, fazem
parte da Administração Indireta, dentre outros,
a) os órgãos dos Ministérios (em nível federal, que dão suporte à
Presidência da República), das Secretarias Estaduais (em âmbito
estadual, dando apoio ao Governador) e das Secretarias Municipais (na
esfera municipal, assessorando os Prefeitos).
b) as autarquias públicas, empresas públicas e fundações privadas que
prestam serviços públicos.
c) as empresas privadas contratadas, após regular procedimento
licitatório, para prestar serviços públicos essenciais.
d) as concessionárias que prestam serviços públicos.
e) as fundações públicas, sociedades de economia mista e autarquias.

03. (FGV∕Auditor – CGE MA∕2014) O Estado, ao desconcentrar-se,


especializa determinadas funções e atividades administrativas, por meio
da criação de órgãos dedicados a atuar de forma específica. Para
explicar a delineação jurídica dessa desconcentração, a doutrina criou a
teoria do órgão.

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A esse respeito, assinale a afirmativa correta


a) Esta teoria, também chamada de teoria da imputação, estabelece que
a vontade manifestada pelo agente público não é a vontade do órgão,
mas a sua própria.
b) O Estado é a pessoa jurídica de direito público, e, dentro de seu
organismo, cria órgãos despersonalizados, dedicados a determinadas
atividades administrativas.
c) A vontade do agente se imputa ao órgão ao qual pertence, mas não se
imputa ao Estado.
d) Tecnicamente, o agente representa o órgão, pois a vontade que ali
manifesta é a sua própria, em seu nome, e não em nome do Estado.
e) Os órgãos estatais são divisões internas com personalidade jurídica
própria.

04. (FGV∕Advogado – CONDER∕2013) Diante da classificação das


pessoas jurídicas em entidades políticas e entidades administrativas,
assinale a afirmativa correta.
a) As entidades administrativas encontram-se subordinadas às
entidades políticas com base na hierarquia.
b) As entidades políticas podem possuir poder normativo ao contrário
das entidades administrativas.
c) As entidades políticas e as entidades administrativas têm o poder
de produzir lei em sentido estrito.
d) As entidades administrativas nunca estarão subordinadas
hierarquicamente a uma entidade política.
e) As entidades administrativas e as entidades políticas se
diferenciam em função da obrigatoriedade ou dispensa de realizar
licitações nas contratações que realizam.

05. (FGV∕Juiz – TJ AM∕2013) No que concerne à estrutura da


Administração Pública, considerando os textos da Constituição da
República e da legislação, bem como da jurisprudência referente à
matéria, assinale a afirmativa correta.
a) Alguns órgãos públicos que embora não possuam personalidade
jurídica, mas possuem personalidade judiciária, podem,
excepcionalmente, demandar em juízo para defender seus direitos
institucionais
b) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações serão criadas somente por lei específica enquanto a
instituição de autarquias é autorizada

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c) As sociedades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de


Interesse Público (OSCIPs) passam a integrar a Administração Pública
indireta após a aquisição da qualificação.
d) Todas as empresas estatais, pelo fato de integrarem a Administração
Pública Indireta, enquadram-se no conceito de Fazenda Pública, sendo
extensíveis às mesmas, todas as prerrogativas inerentes às pessoas
jurídicas de direito público.
e) A proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos e
funções não se estende às empresas públicas, sociedades de economia
mista e suas subsidiárias, por se tratarem de pessoas jurídicas de direito
privado.

06. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Com relação à administração


direta, realizada segundo os níveis que compõem a nossa forma de
Estado, analise as afirmativas a seguir.
I. Na esfera municipal é realizada pela prefeitura e seus eventuais
órgãos de assessoria e pelas secretarias municipais
II. Na esfera estadual é realizada pela governadoria e seus órgãos
de assessoria e pelas secretarias estaduais
III. Na esfera federal é realizada pela Presidência da República e seus
órgãos de assessoramento imediato ou de consulta e pelos
ministérios.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

07. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) A administração pública


possui dentro de sua estrutura várias pessoas jurídicas que se sujeitam
a diferentes regimes jurídicos. Assinale a alternativa que contém uma
pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública.
a) Corporações públicas.
b) Empresas públicas.
c) Agências reguladoras.
d) Autarquia fundacional.
e) Autarquias de regime especial.

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08. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Leia os casos a seguir.


I. O Estado extinguiu um órgão e aglutinou, junto a um secretário de
estado, as atribuições anteriormente exercidas por esse órgão.
II. O Estado criou uma autarquia para desempenhar as funções
anteriormente exercidas por uma secretaria estadual.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, os instrumentos
que o Estado utilizou nos casos acima.
a) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso
descentralização.
b) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo
descentralização.
c) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso
desconcentração.
d) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo
desconcentração.
e) Em ambos os casos ocorreu delegação.

09. (FGV∕Advogado – INEA RJ∕2013) As alternativas a seguir apresentam


características das autarquias, à exceção de uma. Assinale-a.
a) As autarquias têm personalidade de direito público.
b) As autarquias devem ser criadas por lei.
c) As autarquias devem possuir bens imprescritíveis.
d) As autarquias têm seus créditos inscritos em dívida ativa.
e) As autarquias possuem prazo em dobro para contestar.

10. (FGV∕Analista – MPE RS∕2013) Acerca do conceito de


descentralização da Administração Pública, analise as afirmativas a
seguir.
I. Ocorre a descentralização quando a Administração Pública transfere
a execução de determinada atividade para outra pessoa jurídica,
pertencente ou não à administração pública.
II. A descentralização para pessoa jurídica de direito público
pertencente à própria Administração terá que ser realizada sempre por
lei.
III. É possível que a Administração Pública delegue, por meio de
contrato de concessão, serviços públicos que lhe são afetados.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.

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b) se somente a afirmativa II estiver correta.


c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

11. (FGV∕Analista – MPE RS∕2013) A União, desejando realizar a


exploração de uma atividade econômica, resolve criar uma sociedade de
economia mista. Com relação às sociedades de economia mista, assinale
a afirmativa correta.
a) A sociedade de economia mista deve ser criada por lei.
b) A União deve possuir ao menos metade de seu capital social.
c) A sociedade de economia mista deve seguir todas as regras
trabalhistas da iniciativa privada.
d) O cargo de presidente de sociedade de economia mista é privativo de
brasileiro nato.
e) A sociedade de economia mista não precisa realizar licitação em
hipótese alguma.

12. (FGV∕Técnico Legislativo – Senado∕2012) O artigo 37, §6º, da CRFB


prevê a responsabilidade do ente público pelos danos que seus agentes
causarem a terceiros. A teoria que justifica tal imputação de
responsabilidade é a
a) Teoria do Mandato.
b) Teoria da Autonomia.
c) Teoria do Órgão.
d) Teoria da Encampação.
e) Teoria do Risco Integral.

13. (Analista – TRE PA∕2012) A respeito das entidades da Administração


Pública Indireta, é correto afirmar que
a) as áreas de atuação das fundações de direito público são
determinadas via lei ordinária.
b) as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas
com o registro de seus atos constitutivos.
c) somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
d) as autarquias possuem natureza jurídica de direito privado, sendo
criadas diretamente por lei, sem necessidade de registro.
e) com a entrada em vigor da lei instituidora de sociedade de economia
mista, dá-se o termo inicial de sua pessoa jurídica.

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14. (FGV∕Advogado – OAB∕2014) O Estado ABCD, com vistas à


interiorização e ao incremento das atividades econômicas, constituiu
empresa pública para implantar distritos industriais, elaborar planos de
ocupação e auxiliar empresas interessadas na aquisição dessas áreas.
Considerando que esse objeto significa a exploração de atividade
econômica pelo Estado, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível a exploração de atividade econômica por pessoa
jurídica integrante da Administração direta ou indireta.
b) As pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta não podem
explorar atividade econômica.
c) Dentre as figuras da Administração Pública indireta, apenas a
autarquia pode desempenhar atividade econômica, na qualidade de
agência reguladora.
d) A constituição de empresa pública para exercer atividade econômica
é permitida quando necessária ao atendimento de relevante interesse
coletivo.

GABARITO

1) B 2) E 3) B 4) D 5) A

6) E 7) B 8) A 9) E 10) E

11) C 12) C 13) C 14) D

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