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Fenômenos de Transporte

02/2018

Prof. Lourival Mendes, Dr. Eng.


Instituto de Engenharia Mecânica - IEM
Sala 3.02
lourival.mendes@unifei.edu.br
Segunda Lei da Termodinâmica
O que há de errado?

Fonte: https://aatishb.github.io/entropy/
http://www.energybandgap.com/page/5/

Prof. Lourival Mendes – 02/2018 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá


Segunda Lei da Termodinâmica
Entropia

A primeira lei da termodinâmica diz que não obtemos algo do nada

A segunda lei da termodinâmica dos diz que, mesmo dentro da


conservação, não obtemos de qualquer forma que gostaríamos.

A segunda lei da termodinâmica é o fundamento de por que qualquer


mudança ocorre, por que os motores funcionam, as reações químicas
ocorrem, etc.

Da mesma forma que a lei zero e a primeira lei da termodinâmica


introduziram conceitos de temperatura e energia, respectivamente, a
segunda lei da termodinâmica vai introduzir o conceito de entropia
(Símbolo S).

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Segunda Lei da Termodinâmica
Máquina Térmica

Uma máquina térmica consiste de uma fonte de energia quente, um


equipamento para converter calor em trabalho e um sumidouro frio
(local para descartar qualquer energia não utilizada na forma de calor).

Durante a revolução industrial, cada vez mais se desenvolvia máquinas


térmicas com mais eficiência, desse ponto de vista um engenheiro francês,
Nicolas-Leonard Sadi-Carnot, propôs analisar quais restrições estariam
relacionadas à eficiência.

Na época, Carnot assumiu que o fluido calórico, fluía da fonte quente para a
fonte fria e era capaz de realizar trabalho, assim como uma roda d'água e
chegou a uma importante conclusão:

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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência de Carnot

“A eficiência de uma máquina térmica perfeita é independente da


substância de trabalho e depende somente da temperatura na qual o
calor é fornecido da fonte quente e da temperatura da fonte fria na qual
o calor é rejeitado.”

Assim a eficiência de uma máquina térmica é definida como sendo a razão


de trabalho produzido em relação ao calor absorvido, de forma que se todo
o calor fosse convertido em trabalho e nada fosse descartado, a eficiência
seria 100%. Se metade do calor fornecido fosse convertido em trabalho, a
eficiência seria de 50%, tal que:

W Líq. do ciclo TC
ηmax =ηCarnot = =1−
QH TH

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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência de Carnot

Exemplo: Considere uma central termelétrica na qual o vapor entra na


turbina a vapor a 300°C (573 K) e descarta calor para o meio ambiente a
20°C (293 K) a eficiência máxima é de 46%.

Usina de Jorge Lacerda (máxima eficiência de 64%)


UTLA produz 232 MW, data de 1965, eficiência de 25%
UTLB produz 262 MW, data de 1979, eficiência de 28%
UTLC produz 350 MW, data de 1997, eficiência de 34,7%

Usina de Avedøre (Dinamarca) é a mais eficiente com 49% dados de 2003


gerando 585 MW.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência de Carnot

O único modo de aumentar a eficiência é utilizar vapor em altas


temperaturas uma vez que não é possível reduzir a temperatura ambiente.
Além disso, para atingir 100% de eficiência a temperatura da fonte fria deve
ser 0 K ou a temperatura da fonte quente ser infinita, o que não é nada
prático.

Apesar das definições de Carnot terem estabelecidos os limites de


operação e projeto, elas foram relegadas pelos mesmos motivos até que
Lord Kelvin (William Thomson) e Rudolph Clausius desenvolveram o
problema chegando às mesmas conclusões.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin-Planck

Kelvin percebeu que se o ambiente fosse removido (fonte fria) não haveria
como uma máquina térmica realizar trabalho.

“Nenhum processo cíclico é possível no qual calor é obtido de uma fonte


quente e convertido completamente em trabalho”

Em outras palavras:
A natureza cobra uma taxa para a conversão de
calor em trabalho e alguma energia fornecida pela
fonte quente deve ser pago para o meio ao redor.
Ou seja, deve haver uma fonte fria mesmo que
seja difícil de encontrar.

Fonte: http://web.mit.edu/16.unified/www/FALL/thermodynamics/notes/node37.html

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Clausius

Clausius reconheceu que o calor flui de forma espontânea (sem realização


de trabalho e não necessariamente rápido) de um corpo de alta temperatura
para um de baixa temperatura. De forma que, o calor não flui de forma
espontânea de um sistema frio para um sistema quente, mostrando que há
uma assimetria na Natureza.

“Calor não flui de um corpo de baixa temperatura para um em alta


temperatura sem acompanhar uma mudança em algum outro lugar”

Em outras palavras: Calor pode ser transferido


na direção “errada”, mas para que seja
possível deve haver transferência de energia,
algum trabalho deve ser realizado T 1 <T 2

Fonte: http://web.mit.edu/16.unified/www/FALL/thermodynamics/notes/node37.html

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Segunda Lei da Termodinâmica
Equivalência dos Enunciados

Tais enunciados são leis da Natureza, mas temos duas segunda lei da
termodinâmica?

Os dois enunciados são logicamente equivalentes? Ou seja, o enunciado de


Kelvin implica no enunciado de Clausius e vice versa?

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Segunda Lei da Termodinâmica
Equivalência dos Enunciados

Considere duas máquinas compartilhando as mesmas fontes quente e fria.


Considere que a máquina A seja capaz de violar o enunciado de Kelvin e
que todo o trabalho é injetado na máquina B que transfere calor da fonte fria
para a fonte quente.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Equivalência dos Enunciados

O efeito líquido é a recuperação da energia removida pela máquina A


com adição da energia removida pela máquina B. Ou seja, seria
equivalente a um refrigerador transferindo calor da fonte fria para a fonte
quente sem mudança em qualquer outro lugar.

Conclusão:
Caso o enunciado de Kelvin
seja falso, então o enunciado
de Clausius também será

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Segunda Lei da Termodinâmica
Equivalência dos Enunciados

Considere uma máquina operando entre uma fonte quente e uma fonte
fria e que produza trabalho. Neste processo descartaremos uma parte do
calor para a fonte fria. Considere que seja capaz de construir uma
máquina que viole o enunciado de Clausius, tal que exatamente o mesmo
calor transferido para a fonte fria seja retornado, de forma espontânea,
para a fonte quente.

O resultado líquido é equivalente a uma


máquina absorvendo QH – QC da fonte
quente e convertendo 100% em trabalho.

Conclusão:
Se o enunciado de Clausius for falso
então o enunciado de Kelvin-Planck
também será.
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Segunda Lei da Termodinâmica
Escala de Temperatura Absoluta

Kelvin percebeu que poderia definir uma escala de temperatura em


termos de trabalho através da expressão de Carnot para eficiência de
uma máquina térmica.

Da primeira lei da termodinâmica temos que o trabalho realizado por uma


máquina pode ser medido observando a altura na qual um peso é
levantado. De forma similar podemos medir o calor como sendo a
diferença entre os processo adiabáticos e um sistema não isolado.
Assim em princípio, a eficiência de uma máquina pode ser medida somente
pela observação de uma queda/levantamento de um determinado peso.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Escala de Temperatura Absoluta

De acordo com a expressão de Carnot, temos:


TC TC
ηmax =1− → =1−ηmax → T C =(1−ηmax )T H
TH TH
Assim para medir a temperatura da fonte fria simplesmente medimos a
eficiência do motor que levanta um determinado peso ao longo de uma
determinada altura. Para um caso de ηmax = 0,24 (24%) a temperatura da
fonte fria seria 0,76 TH.

O que ainda deixa em aberto o valor de TH. É prudente escolher valores


que sejam altamente confiáveis como o caso do ponto triplo da água. Este
ponto é definido como sendo exatamente 273,16 K, assim no exemplo
anterior a temperatura da fonte fria seria 208 K (-65°C).

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Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo 5.1 – Moran 5°Ed.

Um inventor alega ter desenvolvido um ciclo de potência capaz de realizar


trabalho líquido de saída de 410 kJ consumindo 1000 kJ de energia na
forma de calor de uma fonte quente. O sistema opera segundo um ciclo
termodinâmico no qual a fonte quente está a 500 K e a fonte fria (atmosfera)
está a 300 K. Avalie se a patente pode ser depositada.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo 6.5 – Çengel 5°Ed.

Uma máquina térmica recebe 500 kJ de calor por ciclo de uma fonte quente
à 652°C e rejeita calor para a fonte fria a 30°C. Determine

a) A eficiência térmica de Carnot da máquina


b) A quantidade de calor rejeitado para a fonte fria por ciclo.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Entropia

A definição de entropia, S, é desenvolvida com base no enunciado de


Clausius. Entropia significa, em grego, “mudança na direção de”, por isso o
símbolo S.

Clausius definiu uma mudança de entropia de um sistema como o resultado


da divisão da energia transferida na forma de calor na temperatura
absoluta na qual a transferência ocorre
Calor fornecido de forma reversível
Variação de Entropia =
Temperatura

A palavra reversível foi introduzida pois a transferência de calor é


considerada como ocorrendo de forma infinitesimal entre o sistema e o meio
ao redor.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Entropia

Inicialmente podemos considerar a entropia como sendo uma quantificação


da desordem:

Se a matéria e a energia estão distribuída de forma desordenada, como o


caso do gás, então a entropia é alta.

Se a matéria e a energia estão organizadas e ordenadas, como o caso do


cristal, então a entropia é baixa.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Entropia

Assim uma variação na entropia é a razão (em Joules) da energia


transferida na forma de calor para/ou do sistema (em Kelvin) na qual o calor
é transferido.

Por exemplo, suponha que um aquecedor de 1kW imerso em um tanque de


água a 20°C (293 K) fique ligado por 10 segundos. Foram transferidos 10 kJ
de energia na forma de calor, tal que a entropia da água aumentou em
10⁴/293 = 34,13 J/K.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Entropia

Assim, podemos expressar a segunda lei da termodinâmica em termos da


entropia e mostrar que um único postulado captura os enunciados de Kelvin
e Clausius

“A entropia do universo aumenta na direção de qualquer mudança


espontânea”

universo significa meio ao redor

Não há proibição de uma diminuição na entropia desde que haja uma


mudança compensatória em algum lugar

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin – Entropia

Análise do enunciado de Kelvin utilizando o conceito de entropia:

Quando o calor deixa a fonte quente há uma redução da entropia no meio.


Quando a energia é transferida para o meio na forma de trabalho, não há
variação de entropia (pois a variação de entropia é definida apenas em
termos de calor e não trabalho). Uma vez que não há nenhuma outra
variação, então a entropia do universo está diminuindo, o que é contrário à
segunda lei.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin – Entropia

Quando uma máquina opera entre dois reservatórios, rejeitando calor para
uma fonte fria, temos:

Redução na entropia com a transferência de calor da fonte quente para a


máquina térmica e da mesma forma não há variação de entropia quando
realiza trabalho. Entretanto, como devemos descartar uma certa
quantidade de calor para a fonte fria haverá um aumento de entropia da
fonte fria e uma vez que a temperatura é baixa, mesmo uma pequena
quantidade de calor pode resultar em um aumento de entropia suficiente
para compensar a redução na fonte quente e aumentar a entropia do
universo.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin – Entropia

Por isso a fonte fria é a parte crucial de uma máquina térmica, a entropia só
pode ser aumentada se houver uma fonte fria e o motor só pode realizar
trabalho a partir do calor, de forma espontânea, se houver uma fonte fria.

Assim, no século 17, o poeta inglês John Donne escreveu no livro


Meditation XVII, 1623.

“Nenhum homem é uma ilha”

É uma versão da segunda lei da termodinâmica na forma de poesia dois


séculos antes de Carnot, Joule, Kelvin e Clausius.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin – Entropia

Assim é claro que uma fração da energia removida da fonte quente deve ser
descartado para a fonte fria e não estará disponível para realização de
trabalho. Dessa forma, para atingirmos o máximo de eficiência a mínima
energia deve ser descartada.

Suponha que um fluxo de calor QH deixa uma fonte quente, então a entropia
da fonte reduz em:
QH
Δ SH =
TH
Suponha que um fluxo de calor QC seja rejeitado para uma fonte fria, a
entropia é aumentada em:
QC
Δ SC =
TC

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin – Entropia

Para uma mudança global na entropia ser positiva (≥ 0), uma quantidade
mínima de calor deve ser descartada tal que:
QC Q H QH T C
= → QC =
TC T H TH
Assim a máxima quantidade de trabalho é QH - QC ou:

(
W max =Q H −Q C =Q H 1−
TC
TH )
Assim da definição de eficiência de Carnot, temos:
W Líq TC
ηCarnot = =1−
QH TH

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Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Clausius – Entropia

Agora considerando o enunciado de Clausius utilizando o conceito de


entropia.

Se uma certa quantidade de calor, deixa um objeto frio então a entropia é


reduzida. Se a mesma quantidade de calor entra em uma fonte quente a
entropia é aumentada, mas uma vez que a temperatura da fonte quente
é maior, o aumento de entropia é menor se comparado com a variação
de entropia da fonte fria, o que resulta em uma redução global da entropia
para um processo que não é espontâneo.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Entropia

Assim o conceito de entropia captura os dois enunciados da segunda lei e


atua como um guia das mudanças possíveis.

A primeira lei e a energia interna identificam uma mudança possível


dentre todas as mudanças concebíveis: Um processo só é possível se
toda a energia do universo permanecer a mesma.

A segunda lei e a entropia identificam as mudanças espontâneas


dentre as mudanças possíveis: Um processo possível é espontâneo se
toda a entropia do universo aumentar.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Ordem e Entropia

Ordem ou desordem não é uma questão de agradável ou desagradável,


mas sim de quantas maneiras podemos distribuir as moléculas de forma
que o exterior pareça o mesmo. O logaritmo desse número de maneiras é a
entropia.
S=k B ln W

Onde kB é a constante de Boltzmann e


W é o número de microestados reais correspondente
ao macroestado do gás.

Fonte: http://quantum-cosmos.com/blog/2011/05/11/entropy-the-mathematical-description-of-inevitable-disorder/

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Segunda Lei da Termodinâmica
Refrigeradores e Bomba de Calor

A partir da expressão de Carnot, a maior eficiência é atingida por trabalhar


com a fonte mais quente possível ou a fonte mais fria possível. Assim em
uma termelétrica o desenvolvimento visa o uso de vapores
superaquecidos, pois trabalhar com altas temperaturas minimiza a
redução na entropia que deve ser compensada pela fonte fria, e assim
mais energia pode ser convertida em trabalho.

Um refrigerador é um equipamento que remove calor de um objeto e


transfere para o meio (processo não espontâneo). Assim para atingir um
aumento de entropia global, devemos liberar mais calor para o meio do
que removemos do objeto, precisamos, então, adicionar energia. O que
pode ser atingido pelo consumo de trabalho.
Dessa forma, a energia liberada para fonte quente na forma de calor é o
calor removido do objeto mais a energia absorvida na forma de trabalho,
aumentando a entropia global do meio ao redor.
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Segunda Lei da Termodinâmica
Refrigeradores e Bomba de Calor

A “eficiência” de um refrigerador é conhecida como Coeficiente de


Performance (b – COP) e é definido como sendo a razão de calor removido
do objeto em relação ao trabalho consumido pelo sistema.
QC QC TC
b= = → bmax =
W líq Q H −Q C T H −T C

Quanto maior o b menos trabalho é utilizado para remover o calor, mais


eficiente é o refrigerador.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Refrigeradores e Bomba de Calor

Uma bomba de calor é um equipamento que remove calor da fonte fria e


libera para o meio ao redor (aquecimento de casa a partir do meio externo
frio). Uma bomba de calor é essencialmente um refrigerador no qual nosso
objeto de interesse é o ambiente que queremos aquecer, assim o
Coeficiente de Performance (g – COP) da bomba de calor fica:
QH QH TH
g= = → g max =
W líq Q H −Q C T H −T C

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Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo 5.2 – Moran 5°Ed.

Uma unidade de refrigeração mantêm o compartimento de um freezer em


-5°C enquanto o ar ao redor do refrigerador está a 22°C. A taxa de
transferência de calor do freezer (local a ser resfriado) é de 8.000 kJ/h e a
potência necessária para operar o refrigerador é de 3200 kJ/h. Determine o
COP do refrigerador e compare com o COP máximo.

Resposta:
b = 2,5
bmax = 9,9

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Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo 5.3 – Moran 5°Ed.

Uma residência requer 5x105 kJ por dia para manter a temperatura interna
em 22 °C quando a temperatura externa está a 10°C. Se uma bomba de
calor for utilizada para suprir esta energia, determine o mínimo de trabalho
teórico que deve ser consumido pela bomba em kJ/dia.

Resposta:
Wlíq ≥ 2,03x104 kJ/dia

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Segunda Lei da Termodinâmica
Irreversibilidades

O processo reversível é definido como um processo que pode ser revertido


sem deixar qualquer vestígio no ambiente. Ou seja, o ambiente e o sistema
voltam ao estados iniciais no final do processo inverso.

Isso só é possível se a troca líquida de calor e a


realização de trabalho entre o sistema e o
ambiente for zero para o processo
combinado (original e inverso).

Um processo não reversível é denominado


processo irreversível.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Irreversibilidades

Os processos reversíveis são os limites teóricos dos processos


irreversíveis correspondentes, quanto mais próximo estivermos dos
processos reversíveis maior será o trabalho obtido por um dispositivo.

Os fatores que levam um processo ser


irreversível são chamados de irreversibilidades.
Por exemplo: atrito, deformação inelástica,
reação química, etc.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Irreversibilidades

Assim uma máquina térmica irreversível, real, é menos eficiente do que


uma máquina reversível que opera entre os mesmos dois reservatórios
térmicos.

Ou seja, a entropia é gerada durante um processo irreversível e essa


geração deve-se totalmente à presença de irreversibilidades.

Tal que:
2
δQ Onde Sgerado é sempre positivo ou
Δ S sistema=S 2−S1 =∫ +S gerado
1 T nulo e depende do processo não
sendo uma propriedade do sistema

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Segunda Lei da Termodinâmica
Irreversibilidades

Algumas observações:
1. Processos ocorrem em uma determinada direção, ou seja Sgerado ≥ 0
2. A entropia é uma propriedade que não se conserva, não há um princípio
de conservação da entropia
3. O desempenho dos sistemas de engenharia é degradado pela presença
de irreversibilidades e a geração de entropia é uma medida das magnitudes
das irreversibilidades do processo.
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Segunda Lei da Termodinâmica
Processos Isentrópicos

Um processo internamente reversível e adiabático é um processo


conhecido como processo isentrópico. Ou seja, ao final de um processo
uma substância terá o mesmo valor de entropia inicial se o processo for
realizado de forma isentrópica.

A operação de muitos sistemas de engenharia são essencialmente


adiabáticos, assim o melhor desempenho destes é quando as
irreversibilidades são minimizadas, como o atrito. Dessa forma, um
processo isentrópico pode servir de modelo para os processos reais
permitindo definir eficiências de processos.

Um processo adiabático reversível é necessariamente isentrópico,


porém um processo isentrópico não é necessariamente um processo
adiabático reversível.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência Isentrópica em Regime Permanente

Uma referência utilizada até o momento para determinação de desempenho


de uma máquina térmica foi a eficiência de Carnot. Este ciclo permitiu
determinar os limites teóricos do desempenho para máquinas térmicas.
Porém esta análise de Carnot não se aplica a equipamentos isolados,
como o caso de turbinas.

O processo ideal para os dispositivos térmicos, são aqueles no qual o


processo se desenvolve sem a geração de irreversibilidades internas.

Além disso, a maioria dos casos envolve projetos


que não tenham transferência de calor
externa (adiabáticos). Assim o processo ideal
para estes dispositivos é o processo isentrópico.

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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência Isentrópica de Turbina

Dessa forma podemos definir uma eficiência isentrópica que é uma


medida do desvio entre os processos reais e os processos idealizados
correspondentes

A eficiência isentrópica de uma turbina é definida como a razão entre o


trabalho resultante real da turbina e o
trabalho resultante que seria alcançado se o
processo entre o estado de entrada e a
pressão de saída fosse isentrópico.
Trabalho real da turbina Ẇ
ηT = =
Trabalho isentrópico da turbina Ẇ s

h1−h 2
ηT =
h1−h2 s

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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência Isentrópica de Compressor e Bomba

A eficiência isentrópica de um compressor é definida como a razão entre


o trabalho necessário para elevar a pressão de um gás até o valor
especificado de forma isentrópica e o trabalho de compressão real
Trabalho isentrópico do compressor Ẇ s
ηC = =
Trabalho real do compressor Ẇ
h2 s −h1
ηC =
h2 −h1
Para bomba, de forma similar ao compressor,
temos:
Trabalho isentrópico da bomba Ẇ s
ηB = =
Trabalho real da bomba Ẇ
ν ( P 2−P 1 )
ηB =
h2−h 1
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Segunda Lei da Termodinâmica
Eficiência Isotérmica de Compressor

Em alguns casos o compressor é resfriado com aletas ou com trocadores


de calor para reduzir o trabalho de compressão. Nesse caso, o processo
isentrópico não é um modelo adequado para o processo. Em tais casos
o processo ideal seria um processo isotérmico reversível e assim
definirmos a eficiência isotérmica comparando o processo real com um
processo isotérmico, tal que:

ηC iso=
Ẇ iso
=
ṁ R T 1 ln
( )
P2
P1
Ẇ real h2 −h1

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Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo 6.11 Moran 5° Ed.

Uma turbina a vapor opera em regime permanente com condições de


entrada de 5 bar e 320°C. O vapor deixa a turbina na pressão de 1 bar.
Considere que não há transferência de calor para o meio e que a energia
cinética e potencial de entrada e saída podem ser desconsideradas. Se a
eficiência isentrópica da turbina é de
75%, determine o trabalho desenvolvido por
unidade de massa de vapor através da
turbina, em kJ/kg.

Resposta:
W = 271,95 kJ/kg

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Segunda Lei da Termodinâmica
Tabela de Vapor Superaquecido

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Segunda Lei da Termodinâmica
Tabela de Vapor Superaquecido

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Segunda Lei da Termodinâmica
Exemplo 6.14 Moran 5° Ed.

Em um sistema de aquecimento operando em regime permanente, o fluido


R22 entra em um compressor a -5°C e 3,5 bar. O fluido é comprimido de
forma adiabática até 75°C e 14 bar. Determine a potência em kW e a
eficiência isentrópica do compressor para uma vazão mássica de 0,07 kg/s.
Desconsidere os efeitos de energia cinética e potencial.

Resposta:
W = -3,11 kW
η = 80,64%

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Segunda Lei da Termodinâmica
Tabela de R22 Superaquecido

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Segunda Lei da Termodinâmica
Sugestão de Exercícios

M. J, Moran e H. N. Shapiro – Fundamentals of Engineering


Thermodynamics 3°Ed.

Cap5 – 5.1 – 5.18, 5.29, 5.33, 5.38, 5.57, 5.58.

Cap6 – 6.4, 6.7, 6.20, 6.31, 6.32, 6.39, 6.70, 6.143, 6.145.

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