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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO UNISEB

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

CALDA DE CIMENTO PARA INJEÇÃO EM BAINHAS COM


ADERÊNCIA POSTERIOR – ESTUDO DE FLUIDEZ E EXSUDAÇÃO

LUCAS EMANUEL SOUZA MELO


LUIS FERNANDO SILVEIRA

RIBEIRÃO PRETO
2018
1

CALDA DE CIMENTO PARA INJEÇÃO EM BAINHAS COM ADERÊNCIA


POSTERIOR – ESTUDO DE FLUIDEZ E EXSUDAÇÃO

Lucas Emanuel Souza Melo


Luis Fernando Silveira

RESUMO

O estudo realizado neste trabalho destaca a importância das caldas de cimento


em obras pós tensionadas com aderência posterior na injeção de preenchimento dos
espaços vazios das bainhas metálicas e as cordoalhas nuas com o propósito de
garantir a qualidade da execução dos elementos estruturais, proteger os aços
tensionados contra a corrosão e estabilizar as tensões internas do elemento de
concreto estrutural.
O papel da calda de cimento na injeção de bainhas metálicas pós-tracionadas,
mostra o objetivo de sua utilização, as condições a serem respeitadas e a
determinação dos parâmetros imprescindíveis para verificação correta da aplicação
da calda, destacando-se a fluidez e a exsudação.
Foram listados os ensaios existentes posteriormente no presente trabalho, para
a caracterização das caldas de cimento de acordo com a NBR 7681. Os ensaios
realizados consistiram na medição de fluidez de diferentes composições de caldas
pelo método do cone de Marsh, previsto na norma. Foram também realizados
ensaios referentes à exsudação, verificando-se a qualidade e importância do
método. As conclusões do estudo com base na análise dos resultados e na norma
foram discutidas.

Palavras-chave: Aderência posterior. Calda de cimento. Injeção.


2

CEMENT CALCULATION FOR INJECTION IN REINFORCED DUCTS IN


CONCRETE POST TENSIONGS - FLUID AND EXUDATION STUDY

Lucas Emanuel Souza Melo


Luis Fernando Silveira

ABSTRACT

The study carried out in this work aims at the importance of the injection grout in
sheaths with posterior adhesion, having the fulfillment of the main functions, as the
complete filling of the space between the sheath and the tendons for later adhesion,
in order to protect them from corrosion and stabilize the internal stresses of the
structural concrete element.
The role of cement grout in the injection of post-traced metal sheaths shows the
purpose of its use, the conditions to be respected and the determination of the
parameters necessary for correct verification of the application of the syrup,
highlighting fluidity and exudation.
The existing tests for the characterization of cement mixtures according to NBR
7681 were listed in the present work. The tests carried out consisted in the
measurement of fluidity of different compositions of the grout by the Marsh cone
method, provided for in the standard. Tests on exudation were also performed,
verifying the quality and importance of the method. The conclusions of the study
based on the analysis of the results and the standard were discussed.

Keywords: Posterior adhesion. Cement grout. Injection.


3

1 INTRODUÇÃO

O estudo das caldas de cimento tem sua importância na indústria da construção


civil, tanto diretamente no processo da construção propriamente dito como
apresentando soluções para recuperação dos elementos que apresentam patologia
ou deterioração dos materiais aplicados nas obras.
A calda de cimento, conhecida também como nata de cimento, é utilizada na
construção civil, em inúmeras aplicações, como nas obras de concreto estrutural
(pontes, viadutos, edifícios, túneis, barragens, vigas, lajes, pilares, fundações, pisos
industriais, etc.), nos reforços para recuperação dos elementos de concreto
estrutural, nas alvenarias (tanto de blocos de concreto como blocos cerâmicos), na
geotecnia (injeção de consolidação) em tirantes de contenção, solo grampeado,
consolidação de maciço rochoso, concretos deteriorados com grandes vazios, entre
tantas outras.
No setor da construção civil, várias mudanças ocorreram nos últimos anos,
exigindo das empresas e profissionais o conhecimento de procedimentos técnicos e
de gestão, rigorosamente associados à qualidade e produtividade.
No Brasil, algumas pesquisas informam que o desperdício na construção civil
está em torno de 35% a 40% do custo da obra (CAMBIAGHI, 1992). A
desorganização do setor produtivo, a insuficiente prática da disseminação do
conhecimento, a cultura do setor, a falta de inovação tecnológica, e de uso de
critérios que visem racionalização progressiva do processo de produção é apontada
como fatores que influenciam na melhoria da qualidade das obras da construção
civil.
A origem deste trabalho está relacionada aos elementos estruturais de barras
fletidas de concreto estrutural com a aplicação do sistema de introdução de
carregamento contrário ao peso próprio das estruturas, dos carregamentos
permanentes e cargas acidentais, mais conhecidos como Concreto Protendido,
sistema de pós-tensão aderente e não aderente e o sistema de pré-tensão em pré-
moldados.
Neste estudo, limitaremos abordar o sistema de pós-tensão com injeção de
calda de cimento, em vigas fletidas de concreto estrutural pós-tensionadas com
aderência posterior.
4

1.1 JUSTIFICATIVA
A nata de cimento tem grande importância na proteção eficiente dos cabos
protendidos contra a corrosão, provendo a aderência das armaduras protendidas
com o concreto. É um componente importante para armaduras de protensão em
concreto protendido.
As novas tecnologias e novos materiais da construção civil possibilitam um
desenvolvimento mais significativo para as futuras construções. Assim como maior
agilidade e praticidade.
Com o surgimento de aditivos químicos nos últimos anos, como os
superplastificantes e a utilização das adições minerais, como a sílica, na indústria do
concreto. Hoje em dia, a variedade de tipos de aditivos é extensa, e muitos deles
visam a melhorar a trabalhabilidade do concreto.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

 Depreender sobre a aplicação da injeção de caldas de cimento em


vigas fletidas pós-tensionadas com aderência posterior.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Determinar os principais elementos constituintes do processo para a


melhoria da aplicação das caldas de cimento nas obras;

 Estudar a composição das caldas de cimento segundo as metodologias
das normas brasileiras, em especial a ABNT NBR 7681-1, NBR 7681-2 e NBR
7681-3.

 Realizar os ensaios para a avaliação da viscosidade das caldas;

 Avaliar a viscosidade da calda de cimento;

 Depreender sobre a influência da temperatura ideal na mistura;

 Medir o tempo de passagem da nata através do funil de Marsh;

 Verificar a exsudação dos ensaios realizados da calda de cimento.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PROTENSÃO COM ADERÊNCIA POSTERIOR – PÓS TENSÃO


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A diferença fundamental entre o concreto estrutural protendido e o armado é


que no concreto protendido as armaduras são sujeitas a um esforço prévio de
tensões, denominado protensão, pré-esforço ou pós-tensão, contrário ao que ocorre
no concreto armado. A protensão introduzida é responsável pela criação de um
estado de tensão no elemento estrutural considerado, que se superpõe ao estado de
tensão devido às outras causas solicitantes.
Colocar figura
As armaduras de protensão compostas por fios de aço para concreto
protendido, montadas em feixes que constitui os cabos tracionados que são enfiados
nas bainhas metálicas e depois de alongados por tração. Os aços utilizados na
protensão são de elevada resistência à tração e os concretos com resistência à
compressão superior a 25 MPa. Na maioria dos casos utiliza-se os aços CP 190 RB,
que possuem resistências à ruptura da ordem de 186 MPa, fornecidos de acordo
com a NBR 7483, sendo protendidos a tensões da ordem de 100 à 150 MPa.
Empregam-se também cordoalhas de fios.
Como o valor do módulo de elasticidade destes aços de alta resistência não é
substancialmente diferente do módulo de elasticidade dos aços comuns
(Es=2,1x106kg/cm2), as tensões elevadas a que estarão submetidos só poderão ser
atingidas à custa de grandes deformações. Este fato, por si só, obriga em
associação com o concreto. A tensão prévia deflagrará a maior parte do
alongamento de que estes aços são capazes.
6

Figura 2: a) aspecto da cordoalha nua 7 fios aço CP 190 RB diâmetros 12,7 mm e 15,2 mm; b)
aspecto do traçado do cabo a ser tracionado com bainha metálica e cordoalhas sistema aderente.

As armaduras pós-tracionadas são colocadas no interior do concreto, ficando


isoladas por meio de bainhas. As bainhas permitem o alongamento das armaduras,
na ocasião da protensão, que é realizada após a cura do concreto.
Após o alongamento e ancorados os cabos junto à ancoragem ativa, é injetada
a calda de cimento nas bainhas, com o auxilio misturador de calda e bomba injetora.

Figura 3: a) ancoragem passiva em laço; b) ancoragem ativa com cordoalhas – sistema aderente em
vigas pós-tensionadas.

Segundo Nakamura (2007), ‘’após o lançamento do concreto, o cabo de aço


alojado dentro da bainha metálica é alongado por meio de macaco hidráulico. No
vazio entre o cabo e a parede da bainha é injetada uma calda de cimento para
garantir a aderência entre o cabo de protensão e a estrutura de concreto, além de
oferecer proteção contra corrosão’’.
7

Figura 4: a) Viga pós-tensionada, lado da ancoragem ativa antes da protensão; b) Cabo


multicordoalha sendo protendido com macaco e bomba hidráulica; c) Viga pós-tensionada após o
alongamento das cordoalhas.

Figura 5: a) Viga pós-tensionada de viaduto bi apoiada sendo lançada; b) aspecto final do viaduto
com vigas pós-tensionadas.

Após a concretagem ser realizada, estabelecido o plano de protensão, sendo o


concreto apresentando resistência à compressão maior que 21 MPa, são permitidas
a aplicação da força de protensão indicada em projeto, a qual é realizada com o
alongamento do cabo multicordoalha com uso de macaco hidráulico vazado,
devidamente calibrado. Após esta operação, com um prazo mínimo de uma semana,
se faz a injeção de nata de cimento no interior da bainha, expulsando o ar de seu
interior e obtendo a aderência entre o cabo e a bainha, sendo que esta já está
aderente ao concreto envolvente. Estas caldas de cimento são uma mistura de
cimento e água, e aditivos ou adição de mineral, atendendo sempre à fluidez
suficiente para ser injetada nas bainhas que contém os cabos.
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Figura 6: a) bomba injetora de calda de cimento; b) viga protendida, componentes da ancoragem


ativa; c) injetando calda de cimento no orifício da ancoragem ativa.

Com a protensão do cabo multicordoalhas, é criado na viga, um estado de


tensão, de modo a contrapor-se ao estado de tensão devido ao carregamento e
solicitações externas. A tensão prévia, estado inicial de tensão, é resultante do
alongamento inicial nos aços tracionados que permanecem na fase de serviço e
utilização, equilibrando em conjunto as deformações e tensões em longo prazo do
concreto e do aço, compatível com a integridade do concreto.
Nesta fase de execução, é importante o controle dos alongamentos dos cabos,
que consiste em averiguar se o alongamento calculado para os cabos é compatível
com a tensão aplicada e com o comprimento total do mesmo. Validado os
alongamentos, registrados nos boletins de protensão, compara-se o alongamento
calculado e o efetivamente obtido pelo acionamento dos macacos de protensão, com
isto é possível ter-se a certeza estrutural de que os cabos não foram retidos pela
bainha em algum ponto intermediário e que foi aplicada a força de protensão de
projeto. A viga de concreto estará submetida ao quadro de esforços e tensões como
os previamente calculados.
9

2.2 BAINHAS PARA ARMADURAS PÓS-TRACIONADAS

As bainhas metálicas para pós-tensão aderente, diâmetros usuais de 35 à 150


mm, fabricadas em aço galvanizado, espessura mínima de 0,2 à 0,4 mm. Devem ser
fabricadas de acordo com a DIN 18553, Jacket Tubes Made of Steel Band for
Prestressing Strands - Requirements, Tests and Methods; comprimentos de
fabricação de 3 a 6 metros; utilizam-se também bainhas plásticas como indicado na
figura 7.a..

a) b)
Figura 7: a) bainha metálica corrugada galvanizada e de plástico (dutos e bainha chatas para as
lajes); b) purgador e mangueira plástica indicada para colocar nos pontos críticos de injeção.

As bainhas devem atender às seguintes qualidades:


a) Boa rigidez a flexibilidade, não apresentando mossas quando pisadas em
cima com carga de 100N;
b) Estanqueidade nos cordões longitudinais e nas emendas, para impedir o
vazamento da calda de cimento;
c) Permitir os alongamentos dos cabos, durante a protensão, com atrito
reduzido. O coeficiente de atrito (µ), entre o feixes de cordoalhas e as bainhas
metálicas, tem o valor entre 0,20 a 0,30, entretanto, podem vir a sofrer
grandes aumentos se existirem ferrugem nos cabos ou nas bainhas.
d) Ter diâmetro interno que permita a introdução e boa acomodação do feixe de
cordoalhas e a passagem da calda de injeção. Para diâmetro interno das
bainhas, na prática, é recomendado que a área interna da bainha tenha uma
área superior a 2,5 vezes a área da seção transversal do feixe do cabo de
protensão;
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e) Permitir curvaturas com raios significativamente pequenos, o que possibilita


enrolar cabos de grande comprimento, podendo ser transportados em rolos;
f) Facilidade na utilização de luvas rosqueadas nas emendas;
g) Melhor a aderência entre o concreto e a nata de injeção, devido às
proeminências e cavidades.
h) Possuem transversalmente superfície ondulada em hélice para que possam
utilizar luvas rosqueadas nas emendas. Estas ondulações transversais
enrijecem a bainha melhorando a aderência entre o concreto e a calda de
cimento de injeção.

Para que a injeção de nata de cimento seja bem sucedida, são instaladas em
pontos estratégicos da bainha, tubos de saída de ar, também chamados respiros ou
purgadores, com a utilização mangueira cristal plástica transparentes e flexíveis.
Devendo-se dispor de pontos de injeção nos locais mais baixos e os respiros nos
pontos mais altos do cabo.
A aderência proporciona uma divisão mais uniforme de fissuras esporádicas e
melhora a resistência à ruptura das peças submetidas à flexão, evitando variações
de tensão do aço nas ancoragens.

2.3 CIMENTO

O cimento utilizado deve ser dos tipos CPI – 25, 32 e 40, CP II F – 25,32 ou
40, CP II Z – 25, 32 ou 40. CPIV e CPV ARI. Esse cimento deverá possuir as
seguintes características: teor do composto ≤ 10%; teor de enxofre de sulfetos ≤
0.20%; teor de cloro de cloretos ≤ 0.10%, atendendo rigorosamente os itens 4.1a e b
da NBR 7681 e NBR 5732 e variando conforme o local da região de aplicação.

2.4 ADITIVOS
Atuam na melhor trabalhabilidade, reduzindo a relação água/cimento ou
aumentam a compacidade e impermeabilidade do concreto, aumentando sua
resistência. São proibidos aditivos com composição de cloreto de cálcio ou
halogenetos.
A Norma Brasileira ABNT NBR 7681 - 1 define, '' O aditivo empregado na
mistura proporciona melhorias nas características de fluidez e expansão da calda de
cimento, preenchendo espaços vazios, com benefícios na resistência e estabilidade
da pasta. ’’
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O aditivo empregado na mistura propicia melhoria nas características de fluidez


e expansão da calda de cimento, preenchendo espaços e vazios, com benefícios na
resistência e estabilidade da pasta. As adições químicas têm efeito elevado sobre as
propriedades do concreto. Os aditivos são divididos em dois grupos: plastificantes e
superplastificantes, que possuem um efeito predominante sobre a tensão de
escoamento do material e os agentes incorporadores de ar. São substâncias tenso-
ativas, ou seja, são capazes de modificar a tensão superficial da água e a
viscosidade plástica do concreto.
Os superplastificantes são polímeros orgânicos hidrossolúveis obtidos
sinteticamente através de um processo de polimerização complexo utilizado na
produção de moléculas longas e de massa molecular elevada. Além disso, são
separados por tipos, como superplastificante à base de lignosulfonatos, naftalenos e
policarboxilatos.
Sua principal função é a redução do percentual de água utilizada no concreto.
O uso do superplastificante à base de policarboxilato ou conhecido popularmente por
hiperplastificante é o mais utilizado em peças de concreto pré-fabricadas.
Para fazer um concreto durável aos agentes e ambientes agressivos temos que
reduzir a porosidade por meio da redução de água, pois com uma menor quantidade
de água no sistema podemos alcançar um concreto com menor permeabilidade de
água, reduzindo a migração de cloreto e posteriormente a carbonatação do concreto.

A diferença entre o superplastificante à base de naftaleno e o hiperplastificante


está diretamente relacionada ao desempenho sobre um concreto de referência no
aumento do abatimento e da fluidez e/ou no poder de redução de água no traço do
concreto. Também são conhecidos como superplastificante do tipo I e
superplastificante do tipo II (SP I e SP II).
A figura abaixo representa esquemas da ação do hiperplastificante. Ao
adicionar o aditivo SP II na mistura de água e cimento, este produz uma camada de
adsorção com cargas de mesmo sinal sobre as partículas de cimento e hidratos,
dispersando-as por meio de repulsão eletrostática e acompanhada da expulsão do
ar comprimido.
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Figura 8 – Efeito do hiperplastificante – (a) estabilização eletrostática; (b) estabilização estérica; (c)
estabilização eletroestérica: FONTE CASTRO, A.L &. PANDOLFELLI, V. C.

A função do aditivo é promover a repulsão eletrostática dos ânions adsorvidos


sobre a superfície da pasta de cimento, conduzindo para uma redução de
viscosidade aparente. A redução de água promove a mistura alcançar maior teor de
fluidez e plasticidade, o que também melhora o empacotamento do concreto pela
melhoria da variação granulométrica dos finos, especialmente dos aglomerantes.

2.5 INJEÇÕES DE CALDA DE CIMENTO


Existem alguns fatores que influenciam na qualidade das caldas, sendo:
natureza, idade, temperatura do cimento e da água, condições de mistura, tipo de
aditivo, temperatura ambiente e no interior da bainha, além de apresentar as
seguintes características: a) ser isenta de agentes agressivos; b) possuir fluidez
adequada durante todo o procedimento; c) boa estabilidade, c) pouca retração, d)
resistência mecânica; e) baixa absorção capilar.
O preenchimento dos vazios dos cabos pós-tensionados, formados pelas
bainhas metálicas que contem as cordoalhas ou fios, segue conforme as
recomendações da NBR 7681, com a injeção de calda de cimento e tem importantes
funções. Além da função de proteção do aço protendido contra os efeitos da
corrosão e, em especial, da corrosão sob tensão (stress corrosion), a injeção exerce
papel decisivo na elevação da resistência à ruptura das peças protendidas.
A ‘’NBR 14931 de 2004 em seu anexo B normatiza a execução da injeção de
calda de cimento em concreto protendido com aderência posterior, conforme os itens
B.5.1.3.2 e B.5.1.3.6 da referida norma, os equipamentos de injeção e seus
acessórios devem resistir a pressão mínima de 15 Kgf\cm². O item B.8.2.4 define a
injeção de forma contínua e regular em uma pressão inferior estabelecida no item
13

B.5.1.3.2. Usualmente utiliza-se a pressão numa faixa entre 3 a 8 Kgf/cm², sendo a


pressão de 5 Kgf/cm² a mais apropriada. Cabos verticais e casos especiais podem
exigir pressões mais elevadas, tomando-se o cuidado de evitar a incorporação de ar,
através de um controle maior da velocidade da injeção. ’’

Figura 9 – Comparativa de elemento estrutural – viga submetida à flexão simples – com sistema de
protensão aderente (Viga A) e com o sistema de protensão não aderente (Viga B). FONTE: HELENE,
P.R.L.; HARTMANN, C.T

Após os cabos serem protendidos, a injeção das bainhas ainda não foi
realizada, o carregamento aumenta progressivamente. A parte da seção de concreto
que resistia por tração deixa de atuar e todo o esforço que por ela era transmitido é
transferido imediatamente ao cabo.
A corrosão sob tensão (CST) é o fenômeno de deterioração de materiais
causada pela ação conjunta de tensões mecânicas (residuais ou aplicadas) e meio
corrosivo. É pela formação de trincas, na cordoalha, o que favorece a ruptura do
material. Por essa razão, a corrosão sob tensão (CST) é comumente chamada de
corrosão sob tensão fraturante. Acontece comumente com metais dúcteis. Na CST,
praticamente não se observa perda de massa do material, como é comum em outros
tipos de corrosão. Assim, o material permanece com bom aspecto, até que a fratura
ocorre.
A corrosão sob tensão é o processo destrutivo de um metal ou liga metálica
resultante da ação simultânea de um meio agressivo, (específico para cada metal), e
de tensões de tração estáticas residuais ou aplicadas sobre o metal ou liga”.
(Wolynec, 1979)
O tempo necessário para a fratura ocorrer depende: a) da tensão (quanto maior a
tensão, menor o tempo; dessa maneira é aconselhável evitar concentrações de
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tensões); b) do meio corrosivo; c) da temperatura e d) da estrutura e composição do


material (geralmente, materiais com grãos maiores são menos resistente que
materiais com grãos menores, por exemplo) (porosidade do concreto).

Figura 10 – corrosão sob tensão – aspectos internos e externos no elemento estrutural. FONTE :
HELENE, P.R.L.; HARTMANN, C.T (2003)

Figura 11 – corrosão sob tensão: a) detalhe do fio corroído na cordoalha; b) aspecto geral da bainha
metálica e as multicordoalhas corroídas. FONTE: HELENE, P.R.L.; HARTMANN, C.T (2003)

A corrosão sob tensão é por vezes observada nos seguintes sistemas: a) Aços
doces, na presença de álcalis, ou nitratos. A fratura nesse caso é intercristalina, e o
problema se agrava à medida que a dureza do material aumenta; b) Aços de alta
resistência mecânica: esses são sujeitos à fratura em vários ambientes,
principalmente nos com presença de cloreto.
A fim de melhor compreender a relação entre a injeção e a resistência a
ruptura, retornando ao cálculo de uma viga, à qual é submetida à um estado de
carregamento externo. Admitindo, inicialmente, que os cabos tenham sido
protendidos, em que, no entanto, as bainhas não terem sido injetadas. Ao ser
progressivamente introduzido o carregamento, chegando a um ponto em que surgirá
a primeira fissura no concreto. Neste instante, é esgotada a capacidade resistente à
15

tração do concreto, e a partir deste instante as tensões de tração na seção são


equilibradas pelo cabo. A tensão no cabo que era σp passará a ser σp+ Δσp.

Figura 12: a) aspecto da corrosão na cordoalha tracionada na Ponte Rio-Niteroi; b) aspecto


macrográfico e micrográfico em elementos de concreto estrutural. FONTE: HELENE, P.R.L.;
HARTMANN, C.T (2003).

Figura 13: cabo protendido em viga de concreto estrutural destruído por corrosão. FONTE: HELENE,
P.R.L.; HARTMANN, C.T (2003).

A não existência de aderência entre o cabo de protendido e o concreto da viga


implica que o acréscimo de tensão no aço imediatamente se propaga a toda
extensão do cabo. Tal acréscimo de tensão em toda a extensão do cabo produz
grandes alongamentos, com consequente aumento da abertura da fissura. Com o
crescimento da carga externa, sobe rapidamente a posição da linha neutra da seção,
com diminuição da área comprimida de concreto, a qual termina por fissurar.
Analisando agora, que as bainhas tenham já sido injetadas. Neste caso, ao
surgir a primeira fissura, a aderência dos cabos ao concreto faz com que o aumento
16

de tensão no aço fique restrita nas imediações da fissura. O alongamento do cabo


será então consequência do aumento de tensão numa zona restrita ao seu
comprimento, sendo muito menor que no caso anterior. Com isto, restringe-se a
abertura da fissura mantendo-se a área de compressão da seção de concreto. As
fissuras ocorrem, quando com o acréscimo do carregamento, houver a destruição
progressiva da aderência entre o aço e o concreto. A carga de ruptura será
sensivelmente mais elevada do que no caso da não existência de injeção e, a
presença a injeção torna o meio contínuo e validando a hipótese de cálculo baseada
na manutenção das seções planas que permanecem planas mesmo após a
deformação.

2.6 CARACTERÍSTICAS DA CALDA DE CIMENTO


Para a calda de cimento efetuar corretamente seu papel na estrutura, é
imprescindível que a calda de injeção respeite certas condições e devem reunir as
seguintes características:
a) Facilidade no posicionamento na obra – boa injetabilidade, fluidez suficiente
para penetrar nas bainhas e envolver as armaduras;
b) Estabilidade da mistura - não existir separação das duas fases e baixa
contração. A estabilidade da calda é verificada conforme a exsudação e
variação de volume;
c) Resistência mecânica adequada, proporcionando a aderência entre as
armaduras do concreto que envolve a bainha.
É recomendado que a calda de cimento apresente consistência compatível
com a injetabilidade. O aumento da fluidez da calda possui vantagens e
desvantagens. Aumentando a fluidez, eleva-se os seguintes fenômenos nocivos:
a) Exsudação da água, com perigo de corrosão das armaduras e a possibilidade
de congelamento;
b) Diminuição do volume na calda de cimento, com perigo de corrosão nos
pontos altos do esboço dos cabos;
c) Redução da resistência, com perigo para a aderência.
Com a alta fluidez, consegue-se: maior penetrabilidade da calda e menor
possibilidade de entupimento da injeção com a formação de tampas.
As caldas de cimento proporcionam uma boa garantia contra a oxidação, é
recomendado o pH entre 9 e 13, assim não há perigo de corrosão; e, com o
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enchimento de toda a bainha com calda, o risco de congelamento da água


aprisionada é evitado.
A injeção da calda de cimento tem a função de proteger os cabos de protensão
contra a corrosão e em especial a corrosão sob tensão. A injeção oferece uma
resistência superior à ruptura das peças protendidas. Após os cabos serem
protendidos, sem contar com a injeção das bainhas, o carregamento aumenta
progressivamente. A parte da seção de concreto que resistia por tração deixa de
atuar e todo o esforço que por ela era transmitido é transferido imediatamente ao
cabo.
Atualmente, a normas nacionais sobre caldas é vasta e detalhada não apenas
em relação aos constituintes, qualidade e conformidade, como também em relação
às suas características, ensaios necessários para a sua caracterização e controle de
qualidade.
No trabalho realizado pretendeu-se desenvolver um estudo experimental
focado nas caldas de cimento com o intuito de conhecer melhor o tipo de
composições que estas podem ter, as suas propriedades e caracterizar diferentes
parâmetros das mesmas.
O objetivo principal foi o estudo da composição das caldas de cimento em
bainhas metálicas de vigas de concreto pós-tensionadas com aderência posterior,
segundo a metodologia da NBR 7681.
Um estudo comparativo foi realizado para amassaduras diferentes e estudadas
as suas características. Realizando-se duas amassaduras para caracterizar as
propriedades e avaliar o desempenho da calda com a composição escolhida.

3. METODOLOGIA
Para a realização do trabalho utilizou-se a NBR 7681 como base para os
procedimentos. A calda de cimento é proveniente da adição de água, cimento e
aditivo hiperplastificante, que é destinado para bainhas ou dutos de armaduras de
protensão de concreto protendido. O cimento a ser utilizado deve ser o Portland
comum ou outro tipo, desde que o teor de cloro proveniente de cloretos seja no
máximo igual a 0,20%. Neste caso foi utilizado o CP II Z-32. Além disso, a água a
ser utilizada deve ser isenta de teores prejudiciais de substâncias estranhas e o
aditivo não deve ter componentes que possam atacar o aço. Os ensaios realizados
foram: determinação do índice de fluidez e índice de exsudação.
18

O aditivo utilizado foi o SPII Maxifluid 960H da marca Matchem.

3.1 MÉTODO DA MISTURA


A mistura da calda de cimento é realizada com a adição de água e cimento em
um recipiente metálico com capacidade para 40 litros. Com um agitador em hélice,
utilizou-se uma espátula metálica acoplada a uma furadeira ‘’BOSCH’’, com duas
velocidades de rotação, de 450 rotação/min e 1100 rotação/min. O cimento utilizado
foi o cimento Votorantim CPII Z-32.
As condições para a composição 1 foram: a) o recipiente foi previamente
molhado; b) a água introduzida dentro do balde; c) adição do cimento e agitando
simultaneamente a mistura (água + cimento) com velocidade de 1100 rot/min.
As Condições para a composição 2 foram: a) o recipiente foi previamente
molhado; b) água introduzida dentro do balde; c) adição do cimento e agitando
simultaneamente a mistura (água + cimento) com velocidade de 1100 rot/min por 2
minutos; d) Sem interrupção da agitação, adicionar 1% do aditivo em relação ao fator
A/C, passando para a velocidade de rotação inferior (450 rot/min), por um período de
3 minutos.

3.2 ENSAIO DO ÍNDICE DE FLUIDEZ


Para realizar este ensaio, a norma ABNT NBR 7681-2 apresenta o método de
ensaio pelo funil de Marsh. Este ensaio determina o tempo necessário para que
escoe um volume de 1 litro de calda de cimento através do orifício do cone, com
10mm de diâmetro, utilizando um cronômetro para a medição do tempo.
O volume aproximado de calda introduzido no funil é de 1,725 litros, sendo que
a calda deverá ser passada por uma peneira em malha quadrada de abertura de
2,36mm durante sua introdução no cone.
Para o seu início, tampa-se o bico do cone com o dedo, previamente protegido
com luva, introduzindo a calda de cimento no cone, passando pela peneira.
O início da contagem da fluidez começa quando a calda atingir o fundo de uma
proveta graduada de volume de 1 litro. Com o resultado obtido, é determinado a
fluidez da calda que passa pelo orifício inferior de 10mm do funil.
A norma ABNT NBR 7681-2 estabelece como parâmetros: a)o tempo do índice
de fluidez não deve exceder 12 segundos; b) a amostra deverá permanecer tampada
e a calda mantida em repouso, devendo ser homogeneizado imediatamente antes
da realização do ensaio.
19

Foi utilizado o aditivo MAXIFLUID 960 H que é um aditivo superplastificante


tipo II, de pega normal, à base de policarboxilatos desenvolvido para fabricação
concreto dosado em central que necessite de altas resistências iniciais tais como
concreto auto-adensável (CAA) ou concreto de alto desempenho (CAD)

Figura 14: Material utilizado – a) aditivo Maxfluid 960H; b) funil de Marsh com suporte, proveta de 1L,
Becker de 1L.

Aplicação do produto MAXIFLUID 960 H deve ser adicionado


preferencialmente após o final da mistura dos componentes do concreto, ou diluído
na segunda adição da água de amassamento. MAXIFLUID 960 H nunca deve ser
adicionado ao cimento ou agregados secos. Dosagem MAXIFLUID 960 H possui
uma dosagem referência de 0,6% porém pode ser utilizado em dosagens de 0,2 a
1,5% sobre o peso de cimento, de acordo com a taxa de redução de água e
resistências requeridas. Estas dosagens são orientativas e variáveis de acordo com
cada aplicação, recomendamos a realização de ensaios prévios para se determinar
a dosagem ideal com cada tipo de cimento e processo utilizado

3.3 ENSAIO DE EXSUDAÇÃO


Para realizar este ensaio, a norma ABNT NBR 7681-3 estabelece o método
para a determinação dos índices de exsudação e expansão de calda de cimento
para injeção.
20

Este ensaio é realizado da mesma forma que o ensaio de fluidez, com exceção
de a proveta ser previamente molhada.
Deverá ser posicionada a proveta em solo firme, nivelado e isento de
vibrações, posicionar o bico de funil no interior da proveta e despejar a calda
cuidadosamente sobre a parede do funil. O volume inicial a ser registrado deve ser
de 750ml aproximadamente e caracterizado como Vi.
Uma vez atingida a calda no fundo da proveta, tem-se o tempo inicial do ensaio
que deve ser cumprido em até 2 horas para a leitura do volume final Vf.
A superfície da proveta deve ser vedada, a fim de evitar a evaporação da água,
sem impedir a expansão da calda. A quantidade de água exsudada ao fim de 2
horas, que constitui o resultado do ensaio, é expressa pela seguinte equação:

Figura 15 – para determinação da quantidade de água exsudada

Devendo obter um resultado de exsudação inferior a 2% do volume, em que:


Vf – é o volume total da calda, expresso em cm³;
Vi – é o volume inicial da calda, expresso em cm³;
Vs – é o volume de sólido, expresso em cm³;
Esd – expressos em porcentagem (%).

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os estudos realizados incidiram sobre caldas de cimento, com diferentes


composições (com e sem aditivo) e com vários valores de A/C. Foram realizados
ensaios de medição da fluidez pelo método do cone de Marsh, regulamentado pela
norma brasileira. Realizaram-se também os ensaios para a medição da exsudação
das caldas.
Primeiramente, foram realizados ensaios com aditivo Superplastificante à base
de naftalenos. Os resultados obtidos não se enquadraram com os pré-requisitos da
norma, dando a procedência do estudo com o uso de Superplastificante à base de
policarboxilatos (SP II).
Com base nesses resultados, elaboram-se os gráficos que relacionam a fluidez
medida pelo ensaio do cone de Marsh, com a razão A/C.
Assim, o conjunto de caldas selecionadas para posterior estudo foi o seguinte:
21

 Tipo 1 (cimento + água) com uma razão A/C de: 0,44; 0,40

 Tipo 2 (cimento + água + aditivo) com uma razão A/C: 0,42; 0,40; 0,36

Fluidez

Composição Relação A/C Ensaio do cone


tipo t (s)

Composição 1 0,44 19,25


(Cimento + água)
0,40 32,91

0,42 10,32
Composição 2
(Cimento + água + 0,40 11,78
aditivo)
0,36 26,67

Tabela 01 – Conjunto de caldas de cimento selecionadas para ensaios

4.1 ENSAIOS

4.1.1 Tipos de ensaios realizados e suas sequências


Para cada mistura realizada procedeu-se do seguinte modo:
 Execução da massa da calda, nas condições de 3.1;

 Realização do ensaio do cone para medição da fluidez da calda;

 Enchimento de duas provetas, com 1000ml respectivamente;

 Realização do ensaio de exsudação através da proveta, introdução da calda
através de um tubo flexível;
4.1.2 Composição das caldas:
 A composição e a massa das caldas são idênticas à considerada
anteriormente no item 3.1
4.1.3 Ensaio de exsudação
 Tal como indicado anteriormente no item 3.3 foram realizados ensaios de
exsudação utilizando provetas.
22

4.2 RESULTADOS OBTIDOS


Como visto no tópico 4, os ensaios incidiram sobre dois tipos de composições
de amassamento de caldas e dentro de cada tipo de composição para vários valores
da razão A/C.
Os tipos de composições estudados foram os seguintes:
 Tipo 1: Cimento + Água;

 Tipo 2: Cimento + Água + 1% aditivo SP II Matchem 960H;
Resumem-se nos quadros seguintes (quadro 1 a quadro 2) os resultados
obtidos nos diferentes ensaios.

Quadro 1 – Resultados dos ensaios gerais da composição tipo 1

Fluidez Exsudação
Composição tipo Razão A/C
Ensaio do cone de Proveta 1000ml
Marsh t(s) (%)

Composição 1 0,44 19,25 1,18


(Cimento + Água)
0,40 32,91 1,36

Quadro 2 – Resultados dos ensaios gerais da composição tipo 2

Fluidez Exsudação
Composição tipo Razão A/C
Ensaio do cone de Proveta 1000ml
Marsh t(s) (%)

0,42 10,32 1,29


Composição
(Cimento + Água + 0,40 11,78 1,22
Aditivo)
0,36 26,67 0,69

Figura 4.1 – Relação ensaio do cone de marsh

Com base nos resultados dos ensaios que se encontram resumidos no quadro
1 e no quadro 2, foram elaborados gráficos de relacionamento de diferentes
características ou parâmetros que se passam a referir:
23

a) Figura 4.1 – relação do ensaio do cone de Marsh com as diversas razões


A/C;

b) Figura 4.2 - Relação da exsudação medida através de diferentes ensaios,


com razão A/C.

Figura 4.2 – Relação exsudação

4.3 EXSUDAÇÃO
Como referido anteriormente, foram realizados ensaios para medição da exsudação
das caldas através de utilização de provetas, conforme previsto na ABNT NBR 7681.
Na figura 4.2, encontra-se representada a relação entre a exsudação medida pelas
24

diferentes razões A/C. A análise atenta dessa figura permite verificar o que se
descreve a seguir.
Os resultados obtidos com a proveta para as diferentes medidas, gera
proporções próximas para as composições 1. Já para a calda da composição 2, que
inclui adição do hiperplastificante Matchem 960H, os resultados das exsudações
medidas são semelhantes para as mesmas razões A/C, o que evidencia a
potenciabilidade do aditivo em estabelecer a estabilidade da calda.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os ensaios realizados de acordo com a norma ABNT NBR 7681 para medição
da fluidez das caldas de cimento para injeção em bainhas com aderência posterior,
ensaio do cone de Marsh, seguiram, em parte, o que se representava na norma. O
aditivo tem grande influência sobre o resultado da mistura da calda. Os
superplastificantes à base de policarboxilatos são um pouco mais caros que os a
base de naftalenos, porém se usa a quantidade especificada pelo SP II. Em
contrapartida, para obter a fluidez adequada com o SP I, é necessário utilizar três
vezes mais que o recomendado, correndo o risco de ocorrer algo imprevisto com a
estrutura em longo prazo.
Com os experimentos realizados, a mistura deve estar bem fluida e
homogênea, para que atinja o tempo necessário de índice de fluidez com o aditivo
adequado.
O ensaio da calda de cimento atingiu as adequações referentes à norma,
como tempo e exsudação. Com esses resultados a estrutura resistirá por mais
tempo, não havendo corrosão do aço e consequentemente a sua ruptura.
Depreendeu-se as medidas preventivas de maneira a minimizar a corrosão
sob tensão, que algumas providências possam ser tomadas, como: a) redução das
tensões internas dos cabos protendidos; b) alterações no ambiente corrosivo
(modificando o pH eliminando a presença de oxigênio e de cloretos); c) proteger os
materiais com inibidores químicos ou proteção catódica, assuntos que podem ser
abordados em estudos e pesquisas futuras.
25

6. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118: Projetos


de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7681-1: 2013.


Calda de cimento para injeção – Parte 1: Requisitos.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7681-2: 2013.


Calda de cimento para injeção – Parte 2: Determinação do índice de fluidez e vida
útil – Método de ensaio.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7681-3: 2013.


Calda de cimento para injeção – Parte 3: Determinação dos índices de exsudação e
expansão – Método de ensaio.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14931: 2004.


Execução de estruturas de concreto – Procedimento.

CAMBIAGHI, Henrique. Projeto e obra no difícil caminho da qualidade.


SINDUSCON – Sindicato da Construção Civil: Planejamento e Construção, ano 4,
jun. 1992.

CASTRO, A. L. de; PANDOLFELLI, V. C. Revisão; Conceitos de dispersão e


empacotamento de partículas para a produção de concretos especiais
aplicados na construção civil. São Paulo, Departamento de Engenharia de
Materiais, DEMa, Universidade Federal de São Carlos, 2009.

COUTINHO, A. S. Fabrico e Propriedades do Betão. Vol. I. ed. LNEC. Lisboa:


Laboratório Nacional de Engenharia Civil. 1997. 610 p.

HELENE, P.; TERZIAN, P. Manual de dosagem e controle de concreto. São


Paulo: Pini, 1993. 333p.

HELENE, P.R.L.; HARTMANN, C.T. Avaliação de Aditivos Superplastificantes


Base Policarboxilatos Destinados a Concretos de Cimento Portland. São Paulo:
EPUSP, 2003. 22p.
26

TAVARES MOREIRA, A. – Estudos sobre caldas de injeção das bainhas de pré-


esforço. FEUP, Porto, 2003.

MATCHEM (2018) – Maxifluid 960H - Aditivo superplastificante tipo II. Disponível


em: http://matchem.com.br/maxifluid-960-h.

NAKAMURA, J. Força aplicada. Téchne. Edição 119, fev. 2007. Disponível em:
http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/119/artigo285368-1.aspx

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