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Índice
Lista de Símbolos, Siglas e Abreviatura.........................................................................................iii

Agradecimentos..............................................................................................................................iv

Dedicatória.......................................................................................................................................v

Declaração......................................................................................................................................vi

Resumo..........................................................................................................................................vii

Abstract........................................................................................................................................viii

1. Introdução....................................................................................................................................9

1.1. Objectivos.......................................................................................................................10

1.1.1. Objectivo geral............................................................................................................10

1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................................10

1.2. Metodologia....................................................................................................................10

2. Revisão da Literatura.................................................................................................................11

2.1. Definição de Conceitos.......................................................................................................11

2.1.1. Família.........................................................................................................................11

2.1.2. Afecto..........................................................................................................................12

2.1.3. Reabilitação Psicossocial.............................................................................................13

2.2. Família e desenvolvimento humano...................................................................................13

2.3. Intervenção cognitivo-comportamental..............................................................................14

3. Descrição do Centro Hakumana................................................................................................16

3.1. Breve Historial....................................................................................................................16

3.2. Funcionamento do Centro Hakumana................................................................................17

3.3. Pessoal Funcionário do Centro Hakumana.........................................................................18

3.4. Pessoal Beneficiário............................................................................................................19

4. Descrição do Caso.....................................................................................................................20

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4.1.Dados recolhidos.................................................................................................................20

4.2. Genograma..........................................................................................................................20

4.3. Queixa Principal.................................................................................................................20

4.4. Motivação...........................................................................................................................21

4.5. Procedimento de avaliação.................................................................................................21

4.6. Observação comportamental..............................................................................................21

4.6. Diagnóstico provisório........................................................................................................22

4.7. Informações relevantes e exames físicos gerais.................................................................23

4.8. Plano de intervenção...........................................................................................................24

4.9. Descrição das secções.........................................................................................................29

4.10. Impressões e interpretações..............................................................................................30

5. Análise geral..............................................................................................................................32

5.1. O Positivo Profissional do Estágio.....................................................................................32

5.2. Desafios Encontrados Durante o Estágio:..........................................................................32

5.3. Perspectiva Profissional:.....................................................................................................32

6. Considerações Finais.................................................................................................................33

7. Recomendações.........................................................................................................................34

8. Referências Bibliográficas.........................................................................................................35

Apêndice........................................................................................................................................36

Anexos...........................................................................................................................................37

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Lista de Símbolos, Siglas e Abreviatura

CIRM-CONFEREMO - Conferência de Religiosos e Religiosas de Moçambique

HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

ISMMA – Instituto Superior Maria Mãe África

SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

TCC – Terapia Cognitivo Comportamental

TDAH - Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperactividade

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1. Introdução
O presente relatório de estágio, que será apresentado como pré-requisito para a aquisição do grau de
licenciatura em psicologia clínica, apresenta, em linhas gerais as actividades desenvolvidas durante
o estágio integral. O estágio visa fazer a operacionalização da teórica e da prática, como forma de
preparar o estudante para o seu campo de acção profissional..
O afecto é o elemento formador dos vínculos interpessoais, familiar e conjugais, que no campo da
psicologia desempenha um papel importante no processo de desenvolvimento psicológico e
emocional. O ambiente familiar tem sido o local onde inicia e se fortalece o afecto, a forma como
este é desenvolvido e estimulado, tem influências ao longo da vida do indivíduo e nas inúmeras
experiências que poderão ser agradáveis ou não, sendo os modelos adquiridos no convívio familiar,
de extrema importância para a formação do mesmo (Madaleno, 2006).
De acordo com as relações de afecto é possível estabelecer a responsabilização por danos morais e
materiais para reparação de um dano psíquico, pois a lesão produzida por um membro da família é
mais grave do que a de um terceiro. Sendo que o afecto e meio em que a criança se encontra é um
dos factores mais determinante na personalidade da criança surge a necessidade de analisar se o
afecto como instrumento de valor indispensável na caracterização da entidade familiar, avaliar seu
papel nas relações familiares, as consequências deste na formação da personalidade e quanto ao
desenvolvimento do indivíduo na sua totalidade e para a personalidade, primordial a pessoa humana
e as suas relações.
No relatório será analisado o caso de uma criança que chegou ao centro com dificuldades de
aprendizagem e queixas frequentes dos professores. A criança foi avaliada com recurso as técnicas
utilizadas no centro e a ficha de análise que foi preenchida no primeiro contacto. Ao longo das
sessões, percebeu-se que as dificuldades de aprendizagem surgiram devido a falta de afecto e
cuidados dos pais. A criança manifestava esses comportamentos para chamar a atenção dos pais.

O presente relatório foi reestruturado da seguinte forma: a primeira parte, em que concerne a
introdução, onde encontramos os objectivos gerais e específicos do estagio, e a metodologia
utilizada. A segunda parte temos a revisão da literatura, trata-se da contextualização de conceitos
que serão abordados segundo as literaturas. A terceira parte tem a discrição do local do estágio, na
quarta parte faz-se o estudo do caso clínico, não obstante apresenta-se o caso e o trabalho feito no

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centro durante estudo do caso no estágio. Em seguida se fará uma análise geral do estágio,
finalmente se dará as considerações finais e as recomendações.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Compreender o papel do afecto familiar no processo de reabilitação psicossocial de crianças com
dificuldades de aprendizagem dislexia.
1.1.2. Objectivos específicos
a) Identificar as causas da dificuldade de aprendizagem no caso em análise
b) Descrever o papel do afecto familiar no processo de reabilitação psicossocial de crianças
com dificuldades de aprendizagem
c) Identificar as principais áreas de intervenção no caso em análise
d) Traçar plano de intervenção em função das áreas identificadas

1.2. Metodologia
Para elaboração deste relatório do Estágio, utilizou-se as estratégias de reabilitação de dislexia, com
a excepção do plano de intervenção direccionado a criança analisada no caso.
No centro, normalmente as intervenções são colectivas, algumas vezes particularizadas quando se
chama para a sessão os familiares e faz-se o aconselhamento e a psicoeducação. Para o caso em
análise, foi necessário incluir visitas a escola e sessões com a professora.

2. Revisão da Literatura

2.1. Definição de Conceitos

2.1.1. Família
A família é uma instituição base da estrutura social. Nesse sentido, apesar dos diferentes
paradigmas familiares existentes ao longo do processo histórico nenhuma sociedade prescindiu
dessa importante instituição. Na realidade, mesmo diante da complexa tecnologia que aproxima os

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indivíduos e torna a cultura determinante na sociedade, a família vem sendo revalorizada e


solicitada como parceira de instituições como o Estado, a igreja e a escola no exercício de funções
como a socialização dos indivíduos. Desse modo, o sucesso da educação formal no mundo actual
está associado à participação da família nesse processo. Escolas e instituições educacionais de todos
os níveis, no mundo inteiro, têm procurando estabelecer parcerias com as famílias objectivando
aperfeiçoar o processo educacional. Segundo Carvalho: “Espera-se da família uma maior parceria.
Participando com a escola do projecto educacional destinado a seus filhos. Fala-se igualmente em
comunidade presente na escola” (Carvalho, 2002, p. 18).
Dessa maneira, a instituição familiar é muitas vezes designada como o primeiro grupo social do
qual o indivíduo faz parte, sendo vista, portanto, como a célula inicial e principal da sociedade na
maior parte do mundo ocidental, ou ainda como a unidade básica da interacção social (Osório,
1996) e como o núcleo central da organização humana.
Além disso, a família exerce um papel importante na vida dos indivíduos (Osório, 1996), sendo um
modelo ou um padrão cultural que se apresenta de formas diferenciadas nas várias sociedades
existentes e que sofre transformações no decorrer do processo histórico social. Assim, a
estruturação da família está intimamente vinculada com o momento histórico que atravessa a
sociedade da qual ela faz parte, uma vez que os diferentes tipos de composições familiares são
determinados por um conjunto significativo de variáveis ambientais, sociais, económicas, culturais,
políticas, religiosas e históricas.
A entidade familiar de início é constituída pela figura do marido e da mulher. Depois se amplia com
o surgimento da prole. Sob outros prismas, a família cresce ainda mais: ao se casarem, os filhos não
rompem o vínculo familiar com seus pais e estes continuam fazendo parte da família, os irmãos
também continuam, e, por seu turno, casam-se e trazem os seus filhos para o seio familiar.
A família é uma sociedade natural formada por indivíduos, unidos por laço de sangue ou de
afinidade. Os laços de sangue resultam da descendência. A afinidade se dá com a entrada dos
cônjuges e seus parentes que se agregam à entidade familiar pelo casamento.
Para Ackerman, "família é a unidade básica de desenvolvimento e experiência, realização e
fracasso, saúde e enfermidade".
Para Ginnot, "o papel da família estável é oferecer um campo de treinamento seguro, onde as
crianças possam aprender a ser mais humanas, a amar, a formar sua personalidade única, a

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desenvolver sua auto-imagem e a relacionar-se com a sociedade mais ampla e imutável, da qual e
para a qual nascem".

2.1.2. Afecto
Afecto é a disposição de alguém por alguma coisa, seja positiva ou negativa. É a partir do afecto
construído que se demonstram emoções ou sentimentos. Pode se ter afecto por algo, uma pessoa,
um objecto, uma ideia, ou um lugar.
Afecto é também o objecto da afeição, como em "meus afectos são meu cachorro e minha família".
Tem sua origem na palavra latina affectus, que significa disposição, estar inclinado a. A raiz vem
de afficere, que corresponde a afectar e significa fazer algo a alguém, influir sobre.
Demonstração de afecto é a forma como se expressa um carinho. É explicitar o afecto sentido
através de um gesto, que pode ser um cafuné na cabeça, um beijinho na testa, um abraço, entre
tantos outros.
Não só humanos demonstram afecto. Já foi comprovado cientificamente que animais podem
expressar afeição com suas acções.
2.1.3. Reabilitação Psicossocial
É um processo que oferece aos indivíduos que estão debilitados, incapacitados ou deficientes,
devido a perturbação mental, a oportunidade de atingir o seu nível de potencial de funcionamento
independente na comunidade, o que envolve tanto o incremento das competências individuais como
a introdução de mudanças ambientais.
A reabilitação procura compensar as incapacidades através da recuperação e da aprendizagem de
competências individuais e sociais, e também através da criação de suportes sociais adequados aos
seus níveis de autonomia ou de dependência. O objecto da reabilitação não é o "doente", mas sim a
"Pessoa" que tem o direito de viver uma existência completa, amando, trabalhando e estando com
os outros.
A reabilitação psicossocial procura ajudar os doentes a lidar com os problemas da sua vida diária,
proporcionando-lhe oportunidades para um desempenho aceitável dos papéis sociais e das relações
interpessoais com os outros, amortecendo stressores e tornando possível um conjunto de opções em
relação ao trabalho e ao alojamento dos utentes". (LIBERMAN, 1992:74)
Deste modo, são estratégias de reabilitação psicossocial:
 Técnicas de motivação, para ajudar as pessoas a lidarem com o meio em vez de sucumbirem
a este;

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 Valorização dos aspectos saudáveis dos indivíduos em vez da redução de sintomas;


 Melhoria das habilidades da pessoa para fazer algo num meio específico até mesmo na
presença de incapacidades residuais.

2.2. Família e desenvolvimento humano


A família possui um papel primordial no amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial dos
indivíduos, apresentando algumas funções primordiais, as quais podem ser agrupadas em três
categorias que estão intimamente relacionadas: funções biológicas (sobrevivência do indivíduo),
psicológicas e sociais (Osório, 1996).
Em relação às funções psicológicas, podem-se citar três grupos centrais:
 Proporcionar afecto ao recém-nascido, aspecto fundamental para garantir a sobrevivência
emocional do indivíduo;
 Servir de suporte e continência para as ansiedades existenciais dos seres humanos durante o
seu desenvolvimento, auxiliando-os na superação das “crises vitais” pelas quais todos os
seres humanos passam no decorrer do seu ciclo vital;
 Criar um ambiente adequado que permita a aprendizagem empírica que sustenta o processo
de desenvolvimento cognitivo dos seres humanos (Osório, 1996).
Segundo Romanelli (1997) a família corresponde a um lugar privilegiado de afecto, no qual estão
inseridos relacionamentos íntimos, expressão de emoções e de sentimentos. Portanto, pode-se dizer
que é no interior da família que o indivíduo mantém seus primeiros relacionamentos interpessoais
com pessoas significativas, estabelecendo trocas emocionais que funcionam como um suporte
afectivo importante quando os indivíduos atingem a idade adulta. Estas trocas emocionais
estabelecidas ao longo da vida são essenciais para o desenvolvimento dos indivíduos e para a
aquisição de condições físicas e mentais centrais para cada etapa do desenvolvimento psicológico.
No que tange à função social da família, o cerne está na transmissão da cultura de uma dada
sociedade aos indivíduos, bem como na preparação dos mesmos para o exercício da cidadania
(Amazonas & cols., 2003). Sendo assim, é a partir do processo socializador que o indivíduo elabora
sua identidade e sua subjectividade), adquirindo, no interior da família, os valores, as normas, as
crenças, as ideias, os modelos e os padrões de comportamento necessários para a sua actuação na
sociedade (Drummond & Drummond Filho, 1998).
Ressalte-se que as normas e os valores que incutimos no interior da família permanecem connosco
durante toda a vida, actuando como base para a tomada de decisões e atitudes que apresentamos no
decorrer da fase adulta. Além disso, a família continua, mesmo na etapa adulta, a dar sentido às

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relações entre os indivíduos, funcionando como um espaço no qual as experiências vividas são
elaboradas (Sarti, 2004).

2.3. Intervenção cognitivo-comportamental


A TCC, segundo Beck (2011), pode ser realizada em pacientes com diferentes níveis de educação e
renda, bem como em culturas e idades variadas. Além disso, hoje em dia é utilizada em contextos
como consultórios, escolas, serviços de saúde e assistência primária, prisões, entre outros. Seu
formato também vária, podendo ser individual, em grupo, para casais e famílias.
Desde o surgimento da TCC de Beck, essa linha de actuação foi adaptada a uma gama enorme de
populações, com diferentes transtornos ou problemas. Nas adaptações existentes, as técnicas, o foco
e a duração do tratamento podem ser diferentes, porém todas elas baseiam seu tratamento em uma
formulação cognitiva e na consideração sobre as crenças e comportamentos que caracterizam os
transtornos psicológicos (Beck, 2011).
O tempo de sessão é mais um factor que pode ser adaptado ao contexto em que a intervenção está
inserida. Uma forma inovadora de atendimentos em TCC, que possui alto impacto e tempo
reduzido de tratamento, conhecida como terapia cognitivo-comportamental de alto rendimento para
sessões breves, tem sido desenvolvida por Wright, Sudak, Turkington e Thase (2012). Os métodos
dessa modalidade de tratamento "[...] ajudam a produzir melhores desfechos, promovem a adesão,
ajudam a controlar componentes concomitantes ou coexistentes de síndromes importantes, ajuda na
prevenção de recorrências e atingem essas metas em tempos mais curtos" (Wright et al., 2012, p. 9).
O tratamento cognitivo-comportamental preza por um entendimento individual dos pacientes, em
que o terapeuta busca, por meio de diferentes estratégias e técnicas, produzir uma mudança na
maneira de pensar e no sistema de crenças do paciente, com o intuito de promover uma mudança
emocional e comportamental duradoura. De maneira resumida, o modelo cognitivo propõe que o
pensamento disfuncional, que influencia o humor e o comportamento da pessoa, é comum a todos
os transtornos psicológicos, ou seja, o modo como as pessoas percebem a si mesmas e ao mundo a
seu redor influenciará o que sentem e como se comportam (Beck, 2011).

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4. Descrição do Caso

4.6. Observação comportamental


O CS foi muito colaborativo no primeiro encontro, o que facilitou a interacção. Entrou na primeira
consulta com um aspecto muito deprimido, pouco fluente e acanhado, apenas respondia o que lhe
era perguntado. O discurso estava coerente, apesar de se mostrar muito desatento, como se estivesse
a viajar enquanto se falava com ele.
Com os amigos fora do centro (no bairro e na escola), o CS era mais extrovertido e independente,
pulava, corria dum lado para o outro, brincava sem descanso e com muita energia como se fosse um
pássaro livre a voar sem nenhum limite nem controlo. As vezes abandonava a pasta na sala de aulas
e saia com os amigos para ir brincar fora do recinto escolar.
Dentro do centro, seu comportamento era diferente, tinha um controlo e horário para cada
actividade e o CS apresentava mas tímido, pouco fluente, aspecto deprimido e ausente. Nas
actividades colectivas, demonstrava uma socialização com as outras crianças nas brincadeiras,
actividades de escolares, jogos de futebol entre outros.
O aspecto físico geral do CS no primeiro contacto, não era satisfatório, o menor apresentava alguns
sinais de desnutrição e desidratação como mucosas esbranquiçadas, pele seca, olhos meio
encovados.
Ao longo das sessões, nas primeiras sessões, apesar de colaborar quando se reforçava a vigilância, a
atenção e o afecto, o CS era muito distraído e meio ausente. Apresentava dificuldades em
reconhecer o alfabeto, escrever seu nome, tendo em conta ser aluno da 2a classe, não sabia
diferenciar a subtracção da multiplicação e divisão. A única parte da matemática que sabe e a
adição. Não queria resolver exercícios apenas brincar fora do centro e da escola, pois, não tinha
paciência para cumprir normas e horários rigorosos e com actividades definidas.

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Nas últimas sessões, embora ainda continuava com alguma distracção, nota-se avanços
significativos. Por exemplo, a timidez foi baixando, a fluência dentro do centro melhorou embora
nunca tinha a iniciativa de começar a comunicação. Colaborava bastante na hora de realização dos
deveres escolares, passou a assistir mas as aulas e prestar um pouco mas de atenção, o que trouxe
igualmente alguns avanços no seu rendimento escolar.

4.6. Diagnóstico provisório


Dificuldade de aprendizagem sem especificação
Deu-se apenas o diagnostico provisório pois ao nível do centro não havia condições para avaliação
psicológica para se chegar ao diagnóstico definitivo.
A dificuldade de aprendizagem está relacionada aos problemas que não decorrem de causas
educativas. As principais dificuldades de aprendizagem são associadas a algum comprometimento
no funcionamento de certas áreas do cérebro. Porém, é arriscado falar somente em uma causa
biológica. Frequentemente, alunos que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção,
ansiedade ou agitação desenvolvem os problemas por causa de algum conflito pessoal e familiar, e
não por razões de mal funcionamento fisiológico.

As causas da dificuldade de aprendizagem podem ser:

 TDAH
 Disortografia
 Dislalia
 Discalculia
 Disgrafia
 Dislexia

Nota: O CS tinha dificuldades na leitura, escrita, atenção e concentração

4.7. Informações relevantes e exames físicos gerais


EA de 8 anos de idade, residente no Bairro de Singathela, estuda da escola, filho de pais separados,
e sua mãe dona JM tem um novo relacionamento, do qual nasceu uma menina de 6 meses.
Conforme sua informação, EA tem 3 irmãs, 2 mais velhas, ele é o terceiro filho e o único rapaz por
enquanto e a bebé.

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EA frequenta a 2ª Classe, na Escola Primária Completa de Singathela vive numa casa alugada pelo
Centro, com a mãe e suas irmãs.
O EA é um dos poucos, seguidos no centro que não tem nenhum diagnóstico de HIV/SIDA. Entrou
devido a vulnerabilidade da mãe e passou a ser seguido devidas as queixas frequentes do mau
aproveitamento escolar apresentado pelos professores.
EA tem falta de afecto familiar, a ausência quase total do seu pai no processo do seu
desenvolvimento afectou negativamente a sua socialização, dai que EA começa apresentar um
comportamento desadaptativo perante as outras pessoas e crianças. O EA faltava a escola e as suas
irmãs não lhe davam a devida atenção, afecto e acompanhamento (nunca procuravam saber como
vai a escola, se tem ou não deveres de casa por fazer, nunca foram visitar a sua escola e procurar
saber do seu rendimento, apenas o ignoravam como se ele não existisse). Esta espécie de abandono
da família, fez com que EA opta-se por viver de forma independente, sem regras nem controlo até
na escola, sentia-se sozinho e desamparado que passou a tentar chamar a atenção da mãe, do pai e
das irmãs através do abandono a escola e não investimento no processo de ensino e aprendizagem.
O seu pai vive no mesmo bairro com outra mulher com a qual constituiu uma nova família. Numa
das sessões de aconselhamento, o EA depois de um longo período de silêncio deitou algumas
lágrimas e disse o seguinte:
"Irmã, eu quero ir viver com meu pai, sinto muita falta do meu pai (…). Eu choro e as
vezes, peço a minha mãe para me devolver ao meu pai, vivemos no mesmo bairro, mas
papa vive com outra mulher."
Estes foi apenas um dos vários depoimentos que o EA foi manifestando ao longo das sessões para
demonstrar sua falta de atenção e afecto familiar, sua carência e necessidade de ter alguém que
cuidasse dele, uma família presente, um lar acolhedor.
Nas sessões com a mãe (que foram feitas de forma separada), fez-se a psicoeducacão e o
aconselhamento virado a mudança de atitude perante a criança de forma a não comprometer o seu
normal desenvolvimento.

4.8. Plano de intervenção


O plano de intervenção teve uma abordagem sistémica na medida em que considerou os vários
sistemas que foram encontrados ao longo as observações comportamentais e entrevistas clínicas
tanto com o EA, como com a mãe.
Os principais factores de risco associados ao diagnóstico provisório efectuados foram:

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a) Carência afectiva (falta de atenção e afecto dos pais e irmãos)


b) Ausência quase total da mãe e do pai
c) Falta de simbolização de mãe e pai
d) Dificuldade em interiorizar e cumprir regras e horários
e) Desatenção e falta de concentração
f) Disgrafia, desortografia
g) Sentimento de abandono (o que pode estar a causar o humor deprimido)

Contudo, notaram-se alguns factores de protecção como:


a) Facilidade de socialização (apenas precisa de orientação);
b) Colaborativo e cooperativo nas tarefas;
c) Vontade de mudar.

1ª Sessão
Objectivo: Estabelecer a relação, conquistar a confiança do EA e observar alguns aspectos ligados
a interacção, socialização e ao desenvolvimento cognitivo. Nesta sessão o EA estava sozinho

Actividade: Registo de dados pessoais e da família com base na técnica de entrevista não
direccionada.
Interacção na sala de brinquedos para montagem e desmontagem de quebra cabeça para avaliação
de aspectos cognitivos como por exemplo o processamento de informação (tempo de latência,
tempo de resposta), organização do pensamento, criatividade e coerência.
As actividades na sala de brinquedos também ajudaram a observar alguns aspectos ligados a
cooperação.
Observação do EAdurante 30 minutos na interacção com outras crianças no recreio
Ajudar o EA nas tarefas escolares

Constatação: O EA sentiu-se mais a vontade a brincar no espaço aberto enquanto na sala de


brinquedos e no gabinete de consulta, retrai-se muito.

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Ao nível dos aspectos cognitivos, notou-se alguma falta de atenção e investimento nas tarefas
apesar do domínio dos jogos. O tempo de latência e de resposta apresentaram-se normais para uma
criança da sua idade.
Carência afectiva, ele precisa ter sempre alguém a lhe dar atenção e carinho para investir nas tarefas
e prestar atenção nas actividades.
Na resolução das tarefas escolares o EA apresentou-se muito distraído, não investiu em nenhuma
tarefa e não prestava atenção nas orientações dadas.
Ao nível da socialização, não teve problemas em interagir com as outras crianças

Recomendação para a próxima sessão: Deslocação a escolar para conversar com a professora no
sentido de colher informações sobre o seu comportamento na escolar e o seu desempenho.
Trabalhar a motivação, a tenção e concentração
Reforçar a atenção e o afecto tanto por parte dos cuidadores como na interacção com outras
crianças

2ª Sessão
Objectivo: Continuar a trabalhar a relação e conquista da confiança. Trabalhar na focalização e
refocalização da atenção e concentração,
Reforçar a atenção e afecto
Estimular a motivação e investimento nas tarefas
Apoiar na resolução dos trabalhos da escola
Obter informações sobre o seu comportamento e desempenho escolar

Actividade: Visita a escola e conversa com a professora


Dinâmicas com outras crianças no pátio
Observação directa do comportamento do CS ao longo das actividades (nas refeições, no recreio,
nas brincadeiras, ao longo das realização das tarefas escolares, etc), para observar igualmente se
cumpria as normas e se investia nas tarefas
Reforço positivo ligados aos aspectos emocionais e afectos (por exemplo, dar um abraço sempre
que investia numa tarefa, elogiá-lo, dar aperto de mão, prestar mas atenção nas suas preocupações)
Reforço da atenção e orientação ao longo da resolução dos trabalhos da escolar

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Constatação: Na visita a escola constatou-se que CS não assistia as aulas, tinha um desempenho
era mau, não se relacionava com os colegas da escola, fugia para ir brincar no seu bairro. Das
poucas vezes que entrava na sala de aulas, não prestava atenção.
No centro notou-se um aumento, embora muito pouco, da motivação para as tarefas através da
aplicação na resolução dos trabalhos da escola, apresentação de algumas dúvidas e cooperação para
a procura de soluções de alguns exercícios.

Recomendação para a próxima sessão: Preparação o encontro com a mão para conferir a
informação que foi recolhida sobre o CS e colher mais informações.
Comparar a informação que a mãe tinha sobre o CS com a informação fornecida pelo menor na 1ª
consulta e pela professora na visita efectuada a escola.
Colher informações sobre o comportamento do CS em casa e do tempo que a mão tem para
interagir e cuidar do menor, de modo a orientado e fazer o acompanhamento
Continuar a trabalhar a motivação, reforçar o afecto e a atenção.

3ª Sessão
Objectivo: Perceber os motivos por de trás da ausência da mãe no acompanhamento, e
desenvolvimento do menor CS.

Actividade: Encontro com a mãe no centro (na ausência do CS),


Elaboração do primeiro relatório sobre o CS.
Dinâmicas com outras crianças no pátio.
Observação directa do comportamento do CS ao longo das actividades (nas refeições, no recreio,
nas brincadeiras, ao longo das realização das tarefas escolares, etc), para observar igualmente se
cumpria as normas e se investia nas tarefas
Reforço positivo ligados aos aspectos emocionais e afectos (por exemplo, dar um abraço sempre
que investia numa tarefa, elogiá-lo, dar aperto de mão, prestar mas atenção nas suas preocupações)
Reforço da atenção e orientação ao longo da resolução dos trabalhos da escolar

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Constatação: A entrevista com mãe permitiu constatar que o menor não tinha atenção e afecto de
nenhum familiar, apesar de ter irmãs, estas não cuidavam dele. A mãe não sabia nada sobre o seu
filho, não ficava em casa e nem fazia o acompanhamento na escola.
A sua adaptação e motivação continuava a aumentar e o CS aos poucos começou a se interessar
mais com as actividades, pois notava-se a sua satisfação cada vez que recebia um elogio, um abraço
ou um carinho e pouco mais de atenção.
Após ter sido explicado que tinham feito uma visita a sua escola, e ter igualmente sido chamado
atenção para a necessidade de ir a escola e assistir as aulas, CS retornou as aulas.

Recomendação para a próxima sessão: Coordenar uma visita a casa do CS para ir observação e
conferir as informações fornecidas pela mãe do CS. Esta visita foi feita por uma equipa composta
por um membro do gabinete de acção social do centro.
Uma vez por semana fazer uma visita a escola do CS para se informar sobre o seu comportamento e
desempenho.
Manter o reforço do afecto e atenção, a estimulação da motivação e manter os reforços

4ª Sessão
Objectivo: Orientar a irmã do CS, a lhe dar com a criança. Mostrar a importância de afecto familiar
no desenvolvimento psicossocial de uma criança.

Actividade: Encontro com a irmã mais velha do CS


Elaboração do relatório do CS
Dinâmicas com outras crianças no pátio
Avaliação do comportamento do CS na escola e em casa, ao longo das actividades (nas refeições,
no recreio, nas brincadeiras, ao longo das realização das tarefas escolares, etc),
Observação do seu relacionamento, e o nível de interacção entre o CS e a sua irmã.
Reforço positivo ligados aos aspectos emocionais e afectos (por exemplo, dar um abraço sempre
que investia numa tarefa, elogiá-lo, dar aperto de mão, prestar mas atenção nas suas preocupações)

Constatação:

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Após a entrevista com irmã constatou se que o menor não tinha atenção e afecto de nenhum
familiar, apesar de ter irmãs, estas não cuidavam dele. E as orientações dadas foram oportunas uma
vez que a irmã do CS queixava-se de falta de tempo e paciência para lhe dar com o menor, e após
ajuda no sentido de fazer lhe perceber a necessidade do afecto numa criança, mostrou-se atenta e
disposta a mudar, a sua forma de proceder perante o seu irmão mais novo.

A visita a residência deu uma nova possibilidade de o Constantino ter uma companhia para a
Hakumana, pois, outras 2 mães (M e A) vivem no mesmo bairro, cuja A tem um filho da idade do
Constantino que também frequenta a Hakumana. Nisso solicitou se esta mãe para que passasse a
chamar o Constantino sempre na hora que prepara o seu filho. Desde modo, esta possibilidade
encontrada, permitirá ao menor ter alguém e juntos vir a Hakumana, mesmo com a ausência de sua
mãe ou da irmã do CS.

Recomendação para a próxima sessão: Coordenar uma visita na escola para ir observação e
conferir as informações fornecidas pela professora do CS do estado de evolução do paciente no
melhoramento do comportamento.
Uma vez por semana fazer uma visita a escola do CS para se observar sobre o comportamento e
desempenho do CS, bem como a sua interacção com outras crianças.
Manter o reforço do afecto e atenção, a estimulação da motivação.

5ª Sessão
Objectivo: Analisar os resultados do paciente, e acompanhamento do seu aproveitamento e
comportamento na escola, e em casa.

Actividade: Encontro com a professora do CS, e Entrevista ao CS,


Observação do seu relacionamento e interacção na escola, casa e no centro,
Elaboração do relatório da dinâmica CS,
Dinâmicas com outras crianças no pátio
Avaliação da sua assimilação das orientações para bons relacionamentos (amiguinhos), e sobre as
visitas do seu pai, que deve solicitar a sua mãe.

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Inicio da activação da generalização (embora ainda precisava de mais sessões, iniciou-se a


generalização pois o estagio estava a terminar e havia necessidade de verificar se a criança consegui
ou já tinha alguma capacidade de abstracção fora do centro e longe da psicóloga)

Constatação:
No encontro com a professora na escola do menor ela confirmou que o CS já não falta a escola,
como fazia anteriormente, e que a sua atenção para as aulas mudou bastante para o melhor, que o
CS tem lhe surpreendido positivamente a cada dia desde que o acompanhamento e a intervenção
psicossocial começou, e para enfatizar o CS trouxe as suas provas e teve boas notas, isto é, sem
negativa.

No centro agora CS tem mostrado muita empatia pelos seus amigos, e é muito amoroso e
compreensível, e também, ele melhorou bastante, já sabe ler alfabeto, fazer cópias e escrever
correctamente o seu nome.

Recomendação para as próximas sessões: Continuar com as actividades para maximizar e


trabalhar a generalização.
Reforçar a psico-educação do CS, principalmente para continuar a interiorizar limites, regras
sociais e criar simbolismos de figura de pai e de mãe. Recomendou-se ao CS para continuar a
comunicar com a mãe sempre que tiver necessidade de ir visitar o pai e não agir apenas para
desautorizar a mãe.

4.9. Analise das sessões


Para fazer a avaliação dos resultados das sessões, utilizou-se como indicadores as principais áreas
de intervenção identificadas. Fez-se a descrição das evoluções ou não em cada um deles conforme
as constatações feitas no final de cada sessão:
a) Carência afectiva (falta de atenção e afecto dos pais e irmãos):
b) Ausência quase total da mãe e do pai:
c) Falta de simbolização de mãe e pai:
d) Dificuldade em interiorizar e cumprir regras e horários:
e) Desatenção e falta de concentração:
f) Disgrafia, desortografia:

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g) Sentimento de abandono (o que pode estar a causar o humor deprimido):

4.10. Impressões e interpretações


A intervenção terapêutica trouxe os seguintes resultados:
 Participação nas aulas;
 Mudança de comportamento e das más companhias;
 Participação activa no centro.
Ao longo das sessões, a medida em que o CS foi sentido que tinha apoio, que alguém se preocupava
com as suas aulas, visitava a sua escola, lhe dava orientações, um abraço, um carinho, corrigia seus
erros, etc, foi possível constatar a importância que o afecto representa nas relações no
desenvolvimento da criança e no seu empenho para a aprendizagem e não só.
Apesar de mão andar sempre ocupada, nas visitas domiciliárias conversou-se com as mães das
crianças que viviam próximo da casa do CS, de modo a fazerem papel de mães substitutas. Eles,
passaram a cuidar do CS (acordava-lhe nas manhas, ajudavam-lhe a prepara-se para a escola, junto
com seus filhos, levavam o menor até ao centro e vinham recolher no final do dia).
familiares, já que a sua falta ou privação podem levar um indivíduo a manifestar distúrbios de
personalidade, tais como desvios de comportamento que podem ter consequências graves ou não. A
questão de relacionamento entre os pais tem influência directa nas condutas dos filhos assim como
o relacionamento entre os pais e os filhos, pois a forma como a criança é tratada e o exemplo
observado por esta, serve como aprendizagem para seus futuros relacionamentos de amor, amizade,
de trabalho, etc.

No entanto, a falta de acompanhamento familiar é visto como o motivo de fraca aprendizagem


escolar e brincadeiras sem limite que chegou a ser confiscado sua pasta com livros escolar pelo
Director Pedagógico, por não assistir as aulas e provocar muito barulho no recinto da escola, junto
com os amiguinhos, neste contexto, dentro do seu acompanhamento psicológico deslocou-se à sua
escola no dia 08.04.16, para junto da sua professora, saber do seu aproveitamento e comportamento,
nisso, a professora confirmou das faltas e do mau comportamento do menor CS.

Para esta criança, segundo as teorias Piagetiana e Freudiana "O desenvolvimento infantil segue uma
estrutura de estágios e de crescimento " onde " O raciocínio infantil e a formação do sujeito muda
através dos processos de adaptação do meio". Dizer que o CS segundo sua faixa etária, pode

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melhorar "sim" com este acompanhamento Psicológico. Ele está bastante motivado com o novo
ambiente, o seu rosto nos últimos dias mostrava-se diferente, sempre com sorriso.

5. Análise geral
5.1. O Positivo Profissional do Estágio.
 Ajudou na prática e desenvolvimento de habilidades de aplicação das teorias aprendidas ao
longo das aulas, para além de orientar melhor sobre o que deve ser feito e priorizado no
primeiro contacto com o paciente
 Ajudou a aprender e desenvolver mais algumas habilidades de interacção com os utentes do
Centro, em particular aos jovens, adultos e idosos porque estes grupos expressaram (fala),
assuntos pertinentes, e isso, facilitou a compreensão para o apoio e acompanhamento
necessário;
 Ao longo do estagio foi possível praticar actividades direccionadas ao apoio e orientação do
processo escolar das crianças com idade escolar, dos adolescentes e jovens, (visível a
superação de alguns);
 O estágio proporcionou o conhecimento e compreensão das dificuldades de aprendizagem
que muitas crianças e adolescentes passam nas comunidades e que comprometem a vida
futura das mesmas;
 Os encontros com as mães foram encarados como as terapias de grupo e relativamente aos
temas abordados, adquiriu-se experiências que, de certa forma serão aplicadas na vida
profissional.

5.2. Desafios Encontrados Durante o Estágio:


 Dificuldades e falta de experiencia para lidar-se com pacientes de várias patologias
infecciosas como por exemplo, a tuberculose, HIV-SIDA e malária complicada, para alem
situações de complicações de algumas perturbações mentais.
 Falta de preparação para fazer a psico-educação para casos de patologias associadas a

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desnutrição;
 Apoiar as crianças aprender a ler e escrever;
 Dificuldades na interacção com as crianças com menos de 10 anos para compreender a
origem das suas dificuldades ou problemas porque não sabem dizer os assuntos complexos
das suas famílias.

5.3. Perspectiva Profissional:


 Prestar apoio psicossocial às pessoas em situação de carência afectiva em centros de
reabilitação, de refugiados, de reclusão, etc.
 Explorar mais a actuação da psicologia fora dos gabinetes hospitalares, de modo a trabalhar
igualmente na prevenção primária
 Prestar os cuidados necessários às pessoas necessitadas, nas várias situações que ocorrem
em momentos de crise no País e em particular na comunidade, como as doenças, as
calamidades naturais e sociais

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6. Considerações Finais
O presente relatório de estágio tinha como objectivo ”Compreender o papel do afecto familiar no
processo de reabilitação psicossocial de crianças com dificuldades de aprendizagem, assistidas no
centro de acolhimento de Hakumana”, ao longo das sessões foi possível perceber que este objectivo
foi alcançado. Contudo, precisa de dar continuidade nas sessões para o CS aprender a generalizar o
que foi trabalhado. Precisa-se igualmente de continuar a trabalhar com a escola e a mãe de modo a
garantir a continuação do acompanhamento e evitar recaídas.
O estágio ajudou a compreender melhor nosso universo profissional e nos forneceu um domínio de
elementos teóricos e práticos que estão presentes em nosso exercício profissional e que nunca nos
demos conte disso em nosso dia-a-dia.
Com o estágio pode beneficiar-se nos seguintes aspectos:
 Interacção com os colegas da área social, e profissionais do centro;
 Viver na prática a experiencia de trabalhar directamente com pessoas portadoras de várias
doenças, e problemas sócias.

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7. Recomendações
Para responder a demanda dos utentes, e as necessidades que ao Centro Hakumana deixa se as
seguintes recomendações:
 Manter organização própria, segundo as normas legais vigentes, compatível com a maior ou
menor complexidade de cada Centro e estruturada de modo a atender às finalidades dos
utentes;
 Estabelecer metas para o Centro em suas diversas áreas de actividade, planeando
periodicamente suas tarefas e avaliando seus resultados;
 Facilitar a efectiva participação dos frequentadores nas actividades do Centro ;
 Estimular o processo de trabalho em equipa;
 Dotar o Centro de locais e ambientes adequados, de modo a atender, em primeiro lugar, às
actividades prioritárias;
 Estabelecerem-se mais parcerias com outras instituições de âmbito humanitário para
permitir maior apoio que permita uma assistência cada vez melhor;
 Utilizar os meios de comunicação, tais como jornais, revistas, boletins informativos e
volantes de mensagens, rádio e televisão para dar a conhecer e divulgar o centro.

Recomendações para a sociedade


Igualmente, apresenta-se às instituições não governamentais, à sociedade civil e às instituições
estatais, a seguinte recomendação:
 Apoiar o Centro Hakumana em meios materiais, humanos e financeiros cada vez melhor às
preocupações e anseios das pessoas em situação vulnerável.

Recomendações para a mãe do menor e para o menor


O afecto é um sentimento de carinho por alguém, que se manifesta de várias maneiras, como
amizades, namoros e relações familiares.

Quando não há afecto na relação familiar, é possível que o indivíduo sinta-se solitário e
abandonado. E isso pode ser apenas uma breve sensação ou se estender a um problema mais grave,
como a depressão pois é através do afecto que revelamos os nossos sentimentos e criamos laços de
convivência.

Por isso recomenda-se a mãe do CS que, participe de forma activa e proactivo no desenvolvimento
do seu filho, e que demonstre mais afecto atenção ao CS.

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Ao CS que seja paciente e compreensível com sua mãe e irmã, seja obediente amoroso com aos
seus pais,

Recomendações para a Universidade São Tomas de Moçambique


Para a Universidade São Tomas de Moçambique recomenda-se que continue a melhorar a prática
pedagógica dos docentes, pois pessoa para ensinar outras, tem que aprender a ensinar. Tem que ter
conhecimentos sobre a psicopedagógica. Recomenda-se a adopção do ensino à distância, onde as
capacitações e os módulos devessem ser também na modalidade de ensino à distância.

8. Referências Bibliográficas
AMAZONAS, M. C. L., DAMASCENO, P. R., Terto, L. M. & SILVA, R. R. Arranjos familiares de
crianças de camadas populares. Psicologia em Estudo, 8(nº.esp.), 201-208. (2003).
BECK, J. S. Cognitive therapy: Basics and beyond (2nd ed.). New York: Guilford. (2011).
CARVALHO, M. do C. B. A família contemporânea em debate. São Paulo. EDUC/ Cortez, 2002.

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DRUMMOND, M. & DRUMMOND Filho, H. Drogas: a busca de respostas. São Paulo: Loyola.
(1998).
FREUD, S. O inconsciente, III Emoções inconscientes. ESB, v.14, Rio de Janeiro: Imago, 1974.
FREUD, S. Inibições, sintomas e ansiedades, ESB v. 20, Rio de Janeiro: Imago, 1976.
LAURENT, E. Os afectos em psicanálise. Trad. Philllipe Leclerc. Falo, v. 3, Salvador, 1988.
LIEBERMAN, R.P. Adiestramiento en Habilidades Sociales, Lieberman, R.P. (ed.), Rehabilitación
Integral del Enfermo Mental Crónico (pp.130-168), Martínez Roca: Barcelona, 1993.
LIMA, C. V. de O., & DERDYCK, P. R. Terapia cognitivo-comportamental em grupo para pessoas
com depressão. In B Rangé, Psicoterapias cognitivo - comportamentais: Um diálogo com a
psiquiatria (pp. 491-498). Porto Alegre: Artmed. (2001).
MADALENO, Rolf. A ética da convivência familiar e sua efetividade no quotidiano dos tribunais:
O preço do afecto. Rio de Janeiro: Forense.( 2006).
MALTA, M.; Petersen, M.; Clair, S.; Freitas, F. & Bastos, F. (2005).
MELMAN, J. (2001). Família e doença mental: repensando a relação entre profissionais de saúde
e familiares. São Paulo: Escrituras.
NIETZSCHE, F. Aurora. São Paulo: Companhia da Letras, 2004.
OSÓRIO, L. C. Família hoje. Porto Alegre: Artes médicas. (1996).
ROMANELLI, G. Papéis familiares e paternidade em famílias de camadas médias. Trabalho
apresentado na XIX Reunião Anual da ANPOCS. (1995).
ROMANELLI, G. Autoridade e poder na família. Em M. C. B. (2002).
SARTI, C. A. A família como ordem simbólica. Psicologia USP, 15(3), 11-28. (2004).

Apêndice
Dislexia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam, tipicamente, uma dificuldade de
leitura.

Disgrafia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade na escrita. Isso inclui,
principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir, acrescentar ou inverter letras.

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Discalculia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio são afectados, principalmente, em sua relação
com a matemática. Portanto, os sinais envolvem dificuldade em organizar, classificar e realizar
operações com números.

Dislalia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio demonstram dificuldades na fala. Eles podem ter
alterações da formação normal dos órgãos fonadores, dificultando a produção de certos sons da
língua.

Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também são afectados pela
dislexia. Embora também esteja relacionado à linguagem escrita, é mais amplo do que a disgrafia.
Pode envolver desde a falta de vontade de escrever até a dificuldade em concatenar orações.

TDAH: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e
impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética, e que há implicações
neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um
transtorno legítimo.

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Anexos

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