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Universidade do Estado do Pará

Licenciatura em Letras

Literatura Brasileira I – prof. Elielson Figueiredo

Atividade de segunda chamada válida para av. 1 e 2

Discentes:

Luis Ricardo

Antonio Vilhena

Denise Sousa

Wendy Gonçalves

Júlia Rodrigues

Eduarda Santos

Texto 1 Texto 2

Largo em sentir, em respirar Porque não merecia o que lograva,


sucinto, Deixei como ignorante o bem que
Peno e calo, tão fino e tão atento, tinha,
Que fazendo disfarce do tormento, Vim sem considerar aonde vinha,
Mostro que o não padeç o, e sei que Deixei sem atender o que deixava.
o sinto.
Suspiro agora em vão o que gozava,
O mal, que fora encubro, ou que Quando não me aproveita a pena
desminto minha,
Dentro no coraç ão é que sustento, Que quem errou sem ver o que
Com que, para penar é sentimento, convinha,
Para não se entender, é labirinto. Ou entendia pouco, ou pouco
amava.
Ninguém sufoca a voz nos seus
retiros, Padeç a agora e morra suspirando
Da tempestade é o estrondo efeito; O mal que passo, o bem que
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros. possuía;
Pague no mal presente o bem
Mas oh do meu segredo alto passado.
conceito!
Pois não chegam a vir à boca os Que quem podia e não quis viver
tiros gozando
Dos combates que vão dentro no Confesse que esta pena merecia,
peito.
E morra, quando menos
confessado.

Texto 3

Como se vê, como forma angustiada de humanismo, a ideologia barroca é


necessariamente conflitual, pois se exprime através do choque entre o finito e o infinito,
o eterno e o efêmero, o transcendente e o terreno, a razão e a fé, num jogo permanente
de antíteses agrupadas em torno da luta entre a carne .e o espírito. Outros autores e
teóricos apontam ainda no Barroco uma certa preferência pelos aspectos cruéis,
dolorosos, espantosos, terríveis, sangrentos, repugnantes, além do feísmo, do inquietante
tema da morte, sempre presente, em funç ão mesmo da fugacidade do tempo e da
brevidade da Vida, a tudo isso acrescentando-se ainda o fusionismo, com a unificação
dos elementos isolados num todo orgânico. (Prof. Leodegário de Azevedo Filho – emérito
da UERJ)

QUESTÃO:

ANALISE OS POEMAS ACIMA, DE GREGÓRIO DE MATOS GUERRA, DE


FORMA CAPAZ DE DEMONSTRAR OS ELEMENTOS FORMAIS E TEMÁTICOS
SUFICIENTES PARA VINCULÁ-LOS À ESTÉTICA BARROCA.

ORIENTAÇÕES:

a) Escreva um texto dissertativo capaz de analisar ambos os poemas;


b) Obviamente sua análise deve mencionar trechos comentados dos poemas
c) Eleja e utilize seu referencial teórico
d) É fundamental que você identifique e demonstre nos poemas marcas barrocas
citadas no texto 3
e) Margens: superior e esquerda: 3,0 cm; inferior e direita: 2,0 cm.
f) Times New roman 12 (10 para citações)
g) Recuo 5,0 cm para citações com mais de 3 linhas. Citações menores devem ser
feitas no corpo do texto e com aspas
h) Data de entrega: 25.10.

Obs: as discentes Eduarda e Júlia, tiveram pouca contribuição no trabalho.


Texto:

O Barroco foi o movimento que surgiu no século XVI na Europa, suas


características são: dualismo; jogo de contraste de imagens, palavras e conceitos;
fugacidade; pessimismo; feísmo; cultismo; linguagem rebuscada; literatura moralista,
entre outras. No Brasil, o Barroco ocorreu em meados do século 17(XVII), no qual alguns
de seus maiores poetas do barroco brasileiro foi Padre Antônio Viera e Gregório de Matos
Guerra, apesar de não ser uma arte literária genuinamente brasileira por se tratar de
aspectos europeus, sendo assim Gregório e um grande exemplo dessa estética Barroca no
Brasil, através de suas poesias Satíricas; Amorosa; Religiosa; e filosófica.

Segundo HOLANDA (1977), “A parte lírica é de grande valor, marcada pelas


heranças renascentistas já transformadas pelo espírito barroco. É grande a influência dos
espanhóis Gôngora e Quevedo, assim como a lírica camoniana”.

A Lírica Amorosa apresenta a dualidade barroca; a postura platônica é dominante,


destaca-se uma “tropicalidade”, e a mulher é retratada como uma figura elevada;

“A parte amorosa, no caso, se mescla ao aspecto burlesco


da obra em que o poeta deixa transparecer os seus
condicionamentos sociais, a sua visão de classe, de status,
de papel na sociedade. Ele não se desliga, nesse ponto, da
sanha de amesquinhar os outros, patente nos seus versos
satíricos” (KOTHE, Flávio. 1997)

A Lírica Filosófica apresenta a Lírica amorosa de Gregório no qual o autor deixa


todas sua duvidas, recebe Influência camoniana, existem conflitos na busca de valores,
tem a presença de suas angústias/pessimismo, vividos em sua mente acerca do mundo,
ele expressa suas incertezas, a fugacidade do tempo-espaço, suas buscas incessante pela
verdade, o poeta acaba se perdendo, o português era bem rico e rebuscado, usando ainda
de uma mistura de português, africano e indígena, e temas predominantes: desordem,
loucura, desilusão, medos e confusão.

Nos Textos I, II e III, podemos observar a erudição em suas palavras, a


predominância de características da Lírica Filosófica Gregoriana, no Texto I, o eu-lírico
apresenta suas angústias, sua dor, guardando em seu coração o tormento que senti, na
primeira estrofe, “ Largo sem sentir, e respirar o que sucinto, / Peno e calo, ao fino e tão atento,
/ Que fazendo disfarce do tormento, / mostro que o não padeço, e sei que o sinto”, o autor
demonstra que em seu pouco respirar reforça que está em uma difícil situação, que tenta
disfarçar seu tomento, mas o mesmo admite esse sentimento, deixando aparente sua
angustia a respeito do mundo e ou até mesmo o seu pessimismo, um certo conflito em sua
consciência que e demonstrado na terceira estrofe do texto I: “ Ninguém sufoca voz nos seus
retiros, / Da tempestades é o estrondo efeito; / Lá tem ecos a terra, o mar suspiros”. Gregório
quis explicitar que ninguém sufoca a voz e seu pensamento, como na tempestade o
estrondo e a consequência da tempestade, internamente existe um enorme conflito uma
imensa dor oculta, características presentes na poesia barroca mais precisamente a Lírica
Filosófica, a dor, descontentamento.

No Texto II o autor aparenta ter um sentimento de perda, por exemplo na primeira


estrofe: “Porque não merecia o que lograva, / Deixei como ignorante o bem que tinha, / Vim sem
considerar aonde vinha, / Deixei sem atender o que deixava”, o eu lírico perdeu bem que o mesmo
desfrutava, porque talvez não merecia. Na segunda estrofe “ Suspiro agora em vão o que gozava,
/ Quando não me aproveita a pena minha, / Que quem errou se ver o que convinha, / Ou entendia
pouco, ou pouco amava”; percebemos característica da lírica barroca filosófica, a
fugacidade do tempo, em meios a suas memórias, o autor suspira com suas lembranças,
entendendo-se como quem errou porque entendia pouco ou talvez pouco amava,
demonstrando uma leitura reflexiva e de certa forma dolorosa, mostrando a inquietação a
respeito de suas desilusões, em sua última estrofe Gregório mostra todo seu pessimismo,
demais desconcertos, e toda sua revolta sobre o bem perdido e a inquietante pensamento
de morte, que servia como penalidade pela perda.

Gregório de Matos, o Boca do Inferno, em suas escritas, o autor não deixava de


lado os seus pensamentos e as mais diferenciadas formas de expressão: se fosse preciso,
utilizaria palavrões e faria críticas intensas, como fez em grande parte de seus poemas.
Por conta disso, suas sátiras e poemas contavam com muitas críticas, expressões e
palavrões, principalmente em seus questionamentos filosóficos envolvendo as desilusões
em contradição com a realidade vivida pelo ser humano.

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