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capitulo II 0 negro em Sao Paulo: da senzala a periferia 0 escravo em Si Paulo O processo de Segregacao racial urbana em pelo processo histérico, situado em fins d século XIX. Esse corte temporal tem como objetivo expor a confi ural ‘0 espacial urbana marcada por relacées sociais que dinamizam avida pabhes das ruas pelo encontro das classes sociais, $0 Paulo deve ser apreendido No qual a cultura africana constitui presenga marcante, tanto por atividades econémicas quanto culturais. E também 0 momento em que se configuram politicas publicas com vistas a modernizacao da cidade que impuseram impactos sobre aquela sociedade. Nao obstante o fato de haver trabalhador escravo e livre na cidade, a historiografia da escravidao em Sao Paulo mostra sua inexpressiva presenca na provincia nos séculos anteriores. Segundo Queiroz (1977), a escraviddo em Sao Paulo ocorreu tardiamente, tornando-se efetiva apenas no século XX. O isolamento geografico, segundo a autora, seria um dos fatores que teriam impedide ° estabelecimento de uma economia baseada em culturas comerciais ecom grande quantidade de escravos. Nesse sentido, na regi4o paulista, instalou- se uma agricultura de subsisténcia incapaz de fomentar riquezas _ Possibilitassem a importac&o de volume significative de an 50 de A partir do século XVIII teria ocorrido 0 Se aieeil jazidas de ®Scravos para Sao Paulo, destinados a suprir as necessis ¢ dar-se-ia mais Sure em Minas Gerais. Mas 0 afluxo de ne grande lavoura de Continuamente a capitania paulista com 4 ee a mao-de-obra Cana-de-agacar no interior. Pelo porto do Rio de 5 areas do oest velho *scrava importada era encaminhada para alguma Sy paulista, Em Campinas, a cana-de acucar tornara a regido um importante centro comercial ¢ produtor de alimentos. Em diversas regides de Sao Paulo, os canaviais apareciam na paisagem e os escravos moviam essa economia, Com o café viria a maior quantidade de escravos (VIOTTI DA COSTA, 1997 69) Para a autora, em Sdo Paulo, nunca chegara ae: itir um numero de escravos comparavel ao das regides do Nordeste ou a zona de mineracao. Teria sido 0 desenvolvimento da produgao acucareira, mas sobretudo o do café 0 motor da importagao de escravos para a regido paulista. Em 1887, Sao Paulo e Rio de Janeiro vao contar com 50% da populacdo escrava do pais, Os estudos sobre a escravidao em Sao Paulo tomam como exemplo a economia mais dinamizada pela expansdo dos cafezais a partir do vale fluminense e entrando no Vale do Paraiba (SP). Deslocando os canaviais do Oeste, 0 café vai empurrando também “os lavradores que produziam alimentos, provocando a abertura de novas fronteiras e, ao mesmo tempo, uma apropriacdo de excedentes de valor nessas terras j4 trabalhadas anteriormente” (CARRIL, 1995:55); além disso, Processo de urbanizacao da cidade de Sao Paulo. Privilegiar a andlise das regides dinamicas 6, segundo Blaj (2001:242), decorréncia de uma parte da historiografia que, nas décadas de 1950 1960, se preocupou com o desenvolvimento brasileiro, destacando os temas desenvolvimento/subdesenvolvimento ou centro/periferia. Assim, os centros exportadores s8o vistos como “areas dinamicas” da economia colonial: 0 Nordeste acucareiro, sucedido por Minas Geraiscoma mineracao. Assim, nesses momentos, Sdo Paulo ¢ interpretada como érea periférica, “apenas vista como fornecedora de mao-de-obra indigena” ou “pélo de desbravamento territorial realizado pelos bandeirantes”. Neste trabalho, consideraremos que a escravidao instituiu um sistema socioeconémico cujo aparato entrelacou nao s6 todo o conjunto da economia, mas também as relacdes sociais, politicas e juridicas. 0 objetivo principal de uma economia capitalista ndo poderia deixar de ser 0 m4ximo de lucratividade, nao s6 na colénia, mas fora dela. O tréfico atestaa importancia da manutencdo da mao-de-obra africana e a exclusao do camponés, 0 qual se estrutura segundo as necessidades da fazenda, sera 0 responsével pelo do senhor e da economia escravista ou em lugares mais afastados das zonas produtoras, Segundo Martins (1986:37), o fundamento do trabalho escravo estava No trafico negreiro e nao na fazenda; 0 sentido dessa economia encontrava-se no fato de que “permitia aos traficantes de escravos fazer do cativo renda n Quilombo, favela e periferia: a longa busca da cidadania ae

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