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Curitiba
2018
Cronograma das aulas práticas
Procedimento de aulas: O guarda-pó é obrigatório assim como o uso de calçados fechados. O óculos
é opcional. Um kit de trabalho fica embaixo da bancada e deve ser examinado antes do início de
cada aula.
Avaliação: Duas provas e dez relatórios
Cálculo da nota referente à
parte experimental (LAB): LAB = (0,4MR + 0,6MP)
onde: MR = Média das notas dos relatórios
MP = Média das notas das provas
OBS.: Aluno ausente tem nota igual a zero no relatório
A pressão ambiente será determinada num barômetro e a pressão do gás poderá ser então
calculada.
i
Para o primeiro experimento deste curso, precisaremos fazer a leitura da pressão
ambiente no barômetro que se encontra no Laboratório. Os passos para tal procedimento
encontram-se a seguir:
5 – Lembre-se que:
1 atm = 760 mmHg = 101325 Pa
1 bar = 105 Pa
1Pa = 1N.m-2
ii
Item 1.1 – Determinação do coeficiente angular e do coeficiente linear
Para encontrar os parâmetros a e b da reta: y = ax + b basta considerar que:
a = coeficiente angular = inclinação = y/x
b = coeficiente linear = valor da ordenada y da reta para o qual a abscissa x é nula..
Para calculá-lo, basta escolher um ponto da reta (e não um ponto experimental) e substituir
na equação da reta.
Exemplo:
Tabela de dados experimentais
Eixo x 455 797 1173 1525 1800
Eixo y 20,41 41,69 54,55 61,93 72,04
70
60
parâmetro y
50
y
40
30
x
20
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
parâmetro x
iii
PRÁTICA 01 - DENSIDADE DOS GASES
Materiais e Reagentes:
Tubo de ensaio grande
Proveta de 100,0 mL
Mangueira com rolha
Cuba transparente
Copo plástico
Sonrisal
1
Procedimento:
1. Observe a montagem da aparelhagem na Figura 1.
2. Encha uma proveta de 100 mL com água até a borda e introduza-a rapidamente com a
abertura para baixo dentro da cuba contendo água. Não deixe que entrem bolhas de ar.
Para isso você pode tampar a proveta com a mão ou com papel toalha antes de virá-la.
3. Coloque a extremidade livre da mangueira dentro da proveta.
4. Pese 0,5 g de sonrisal. Anote a massa exatamente pesada:_____________
5. Coloque água no tubo de vidro até aproximadamente a metade. Pese esse conjunto.
6. Coloque o sonrisal no conjunto tubo+água e feche o mais rápido possível de modo que
todo o gás CO2 gerado seja recolhido na proveta.
7. Iguale o nível de água na proveta com o nível de água na cuba e leia o volume de gás
recolhido: V = __________________
Cálculos:
2. Calcule a densidade do gás obtida nesse experimento ( exp) dividindo sua massa pelo
volume ocupado.
nRT m RT RT
p= = = onde R = 62,3637 mmHg.L.mol-1.K-1
V M V V
1
4. Complete a Tabela a seguir:
5. Calcule o erro relativo da medida da exp usando ideal como valor verdadeiro e discuta o
porquê desse gás se comportar ou não como gás ideal nas condições do experimento.
2
PRÁTICA 02 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE LÍQUIDOS E SOLUÇÕES: ÍNDICE DE
REFRAÇÃO
Quando um raio de luz passa de uma substância para outra, como do ar para a água,
o raio é refratado, mudando de direção ao atingir a superfície de separação entre os dois
sistemas. A intensidade com que o raio é refratado depende da concentração relativa dos
átomos e de seus arranjos no interior das moléculas. O índice de refração é uma medida
quantitativa da refração de luz, e é usada para determinar a concentração de soluções, o
grau de pureza, identificar compostos químicos e auxiliar no entendimento de estruturas.
O índice de refração n é definido como a
relação entre a velocidade da luz no vácuo
e em um determinado meio, podendo ser
calculado pela seguinte relação:
n = sen i / sen p; onde i é o ângulo formado
pelo raio de luz incidente e é perpendicular
à superfície, e p é o ângulo de refração que
o raio faz com a perpendicular à superfície,
após a penetração.
Geralmente, o ângulo de refração é medido com o auxílio de um prisma de vidro
sobre o qual é colocado o líquido ou sólido. O índice de refração depende do comprimento
de onda da luz e da temperatura. Assim, nD25 indica um índice de refração tomado com luz
monocromática amarela D do arco de sódio na temperatura de 25 oC. Cuidado para não
confundir o símbolo n de índice de refração com o símbolo n de quantidade de matéria.
Os instrumentos destinados a medir índices de refração são denominados
refratômetros, e dentre os vários tipos, o mais utilizado é o Refratômetro de Abbé, que é
constituído, basicamente, de quatro partes: um espelho E; um jogo de prismas P; uma
luneta fixa T e uma fonte de luz. A luz refletida pelo espelho refrata-se ao passar do primeiro
prisma para o líquido (o qual é colocado entre os dois prismas), sofre nova refração quando
entra no segundo prisma, sendo depois captada pela luneta onde atravessa uma lente
compensadora, cuja função é eliminar as várias cores que aparecem na dispersão da luz.
Girando os prismas, varia-se o ângulo de incidência e observa-se na luneta a divisão
do campo ocular em duas porções: uma clara e outra escura, sendo esta última
correspondente aos raios que sofreram reflexão total. A linha limite entre estas duas zonas
dependerá do índice de refração da substância analisada.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1- Pese em um béquer 20,0 g de sacarose e junte água apenas o suficiente para a completa
dissolução do açúcar. Transfira a solução obtida para um balão volumétrico de 100 mL,
complete o volume com água, agite bem e obtenha, assim, uma solução a 20%
(massa/volume) de sacarose.
2- A partir dessa primeira solução, usando pipetas e balões volumétricos apropriados,
prepare 50,0 mL das seguintes soluções de sacarose: 15%, 10%, 5% e 2,5%.
3
3- Faça a leitura do índice de refração no refratômetro (Figura 1), conforme procedimento
descrito a seguir, das soluções aquosas de sacarose. Comece com a água e prossiga com as
soluções mais diluídas. Anote os resultados na Tabela 1.
4- Abra o prisma e lave cuidadosamente as superfícies com papel toalha molhado em
acetona. Seque.
5- Coloque algumas gotas do líquido sobre o prisma inferior, que deverá estar em posição
vertical. CUIDADO! NÃO TOQUE O PRISMA COM A PONTA DA PIPETA! Feche o sistema.
6- Faz-se o ajuste com a ocular (botão inferior esquerdo) de modo que a borda da zona
escura que aparece no campo de visão se desloque até a intersecção do retículo. Se
necessário, ajuste a fonte luminosa (espelho). Veja Figura 2.
TRATAMENTO DE DADOS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CROCKFORD, H.D.; NOWELL, J.W. Manual de laboratório. Madrid: Alhambra, 1961. p. 41-
44.
4
PRÁTICA 03 - CINÉTICA DA REAÇÃO DE SAPONIFICAÇÃO DO ACETATO DE ETILA POR
MEDIDAS DE CONDUTIVIDADE
Quando se reage um éster com uma base, produz-se um sal de ácido carboxílico e
um álcool. Como muitos sais de ácido carboxílico são usados como sabões, chama-se a
reação de saponificação do éster. Reagindo-se o acetato de etila com hidróxido de sódio,
forma-se acetato de sódio e álcool etílico:
CH3COOC2H5 (aq) + Na+(aq) + OH- (aq) → CH3COO- (aq) + Na+ (aq) + C2H5OH (l)
Note que a equação 2 não implica em que a ordem de reação seja 2 em relação à
hidroxila. Coincidentemente, uma cinética de 1a ordem em relação a dois reagentes tem a
mesma forma matemática que uma cinética de 2a ordem em relação a um reagente, se as
concentrações iniciais são iguais. A forma integrada da equação 2 é
1 x
kt =
a a − x
(3)
1 k − kt k0 − k t
kt = 0 ou = akt (4)
a kt − k kt − k
MATERIAL
Solução de acetato de etila 0,02 mol/L, solução de hidróxido de sódio padronizado 0,02
mol/L, solução de ácido acético 0,02 mol/L. 3 erlenmeyers de 250 mL, 2 pipetas
volumétricas de 50 mL, condutivímetro, cronômetro e agitador magnético.
PROCEDIMENTO
1- Coloque 50 mL de solução de hidróxido de sódio 0,02 mol.L-1, em um erlenmeyer, e
adicione 50mL de água destilada. Agite para homogeneizar.
2- Meça a condutividade da solução (k0 ) e lave a célula de condutividade, para as próximas
medidas. Verifique a temperatura.
3- Coloque 50mL da solução de hidróxido de sódio 0,02 mol.L-1 em um erlenmeyer. Em
outro erlenmeyer, coloque 50 mL de solução de acetato de etila 0,02 mol.L-1.
4- Misture as soluções do item 3 e inicie, ao mesmo tempo, a contagem do tempo com o
cronômetro. Mantenha o erlenmeyer sobre um agitador magnético para a homogeneização
da solução. Faça a primeira medida da condutividade da solução (kt) e anote o tempo (t).
5- Faça outras medidas de condutividade, em intervalos de 5 minutos, até 40 minutos de
reação. No final, lave a célula de condutividade.
6- Para obter o valor de k a reação deve ocorrer por, no mínimo, 12 horas. Como
alternativa, faça a reação entre 50 mL de ácido acético 0,02 mol.L-1 e 50 mL de NaOH 0,02
mol.L-1. Meça a condutividade do produto formado, acetato de sódio, que corresponde a
k .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RANGEL, R. N. Práticas de físico-química. São Paulo: Edgard Blucher, 1988. v.2, p.16-22.
K. Das, P.Sahoo, M.S. Baba, N. Murali, P. Swaminathan, International Journal of Chemical
Kinetics, v.43, 2011.
6
PRÁTICA 04 – CINÉTICA QUÍMICA - MÉTODO DA VELOCIDADE INICIAL
Soluções contendo bissulfito são muito instáveis, e por isso, utilizaremos uma
solução de metabissulfito que tem um tempo de vida maior (1 a 2 meses de prateleira) para
gerar os íons bissulfito de acordo com a seguinte reação: Na2S2O5 + H2O 2NaHSO3
A ordem da reação será determinada com relação ao íon bissulfito (HSO 3-), uma vez que
será utilizado íons iodato em excesso. Consequentemente a lei de velocidade será:
1 d[HSO3− ]
v=− = k[HSO3− ]m [IO3− ]n
3 dt
MATERIAIS E REAGENTES
12 tubos de ensaio com suporte cronômetro
5 béqueres pequenos Solução de KIO3 0,1mol.L-1
1 Bureta de 50,00 mL Solução de Na2S2O5 0,1mol.L-1
3 Buretas de 25,00 mL Solução de amido 1,5g.L-1
7
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Prepare a solução A em béqueres e a solução B em tubos de ensaio. Vide Tabelas I e II:
Tabela I - Variação da concentração de iodato
Volume / mL
Solução A Béquer 1 Béquer 2 Béquer 3 Béquer 4 Béquer 5
KIO3 4 6 8 10 12
água 26 24 22 20 18
Solução B Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5
Na2S2O5 1 1 1 1 1
amido 3 3 3 3 3
água 6 6 6 6 6
-
Concentrações [IO3 ]
/ mol.L-1 [HSO3-]
tempo /s
Velocidade /mol.L-1.s-1
OBS.: tempo = tempo necessário para aparecimento de uma cor azul intensa.
Lembre-se: v 2 [Na2S2O5 ]
3 t
Tabela II - Variação da concentração de metabissulfito
Volume / mL
Solução A Béquer 1 Béquer 2 Béquer 3 Béquer 4 Béquer 5
KIO3 6 6 6 6 6
água 24 24 24 24 24
Solução B Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5
Na2S2O5 1 2 3 4 5
amido 3 3 3 3 3
água 6 5 4 3 2
-
Concentrações [IO3 ]
/ mol.L-1 [HSO3-]
Tempo /s
Velocidade /mol.L-1.s-1
OBS.: tempo = tempo necessário para aparecimento de uma cor azul intensa.
Lembre-se: v 2 [Na 2S2 O 5 ]
3 t
De acordo com as informações previamente fornecidas e as que foram obtidas no
laboratório construa os gráficos que forem necessários para determinar:
a) a ordem da reação em relação ao íon iodato e ao íon bissulfito.
b) a lei de velocidade completa para a reação bissulfito-iodato.
c) A constante de velocidade da reação.
8
PRÁTICA 05 – CINÉTICA QUÍMICA - ENERGIA DE ATIVAÇÃO
MATERIAIS E REAGENTES
12 tubos de ensaio com suporte Cronômetro
1 bureta de 50,00 mL Solução de KIO3 0,1 mol.L-1
3 buretas de 25,00 mL Solução de Na2S2O5 0,1mol.L-1
4 erlenmeyers de 125 mL Solução de amido 1,5 g.L-1
2 suportes com garras Banho termostático
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
9
Tabela I – Tempos de reação da reação relógio em determinadas temperaturas.
temp. / oC
tempo / s
RESULTADOS
Apresentar no seu relatório a seguinte tabela:
BIBLIOGRAFIA
Adaptado de “Experimentos de Química Geral”– Alda Maria Pawlosky et al – 2a edição –
UFPR.
10
PRÁTICA 06 – LEI DE HESS - ENTALPIA DE FORMAÇÃO DO NH4Cl(s)
A entalpia de formação (fHo) de uma substância pode ser calculada com auxílio de
experimentos quando quantidades conhecidas de reagentes formam uma quantidade
conhecida da espécie química pesquisada. A equação a seguir representa a reação de
síntese do NH4Cl (s), a partir de seus elementos nas condições padrão (p = 1 bar e T =
298,15 K):
1- formação do NH3(g)
2 - formação do HCl(g)
3 - dissolução e ionização do HCl (g) em meio aquoso
4 - dissolução e ionização do NH3 (g) em meio aquoso
5 - reação de neutralização do NH4OH(aq) com HCl(aq) para formar o NH4Cl(aq)
6 - dissolução e dissociação do NH4Cl(s) em água destilada (inverso)
Tais reações estão descritas a seguir bem como as respectivas entalpias. Apenas os Ho das
reações 5 e 6 serão determinados experimentalmente.
[mágua fria . cágua (T3-T1)] + [Ccal (T3-T1)] + [mágua quente. cágua . (T3 – T2)] = 0
Como sabemos que o calor específico da água (cágua) é de 4,184 J.K-1.g-1 poderemos
determinar a constante calorimétrica do calorímetro (Ccal).
A partir dos dados fornecidos na apostila e dos valores calculados use a Lei de Hess
e calcule o fHo do NH4Cl(s). Compare o valor obtido com valores da literatura e calcule o
erro relativo.
REFERÊNCIAS
ATKINS, P. W. – “Physical Chemistry“, Oxford Press, NY, 6th edition, pp 65-70, 1998.
CASTELLAN, C..- “Fundamentos de Físico-química”, (traducão), LTC-Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A, Rio de Janeiro, RJ, 1996.
LIDE, D. R. (editor) - “Handbook of Physical Chemistry”, 78th edition, CRC Press, NY, 1998.
Sec. D 61
SOUZA, Nereu J. Mello de – MARTINS FILHO, H. P. – Experimentos em Físico-Química – Ed.
Universitária Paranaense – 1993.
13
PRÁTICA 07 - TERMODINÂMICA DE CÉLULAS ELETROQUÍMICAS
Em uma pilha eletroquímica, o contato elétrico entre dois metais com potenciais
de oxidação diferentes gera uma diferença de potencial entre os metais imersos em
soluções contendo os seus respectivos cátions. Para fazer uma pilha de chumbo-cobre, por
exemplo, devemos criar uma semicélula para cada metal e ligar uma à outra eletricamente.
A semicélula consiste em uma barra do metal (eletrodo) mergulhada numa solução
contendo os cátions ou o sal do metal. As duas semicélulas entram em contato elétrico
através de uma ponte salina, que permite o fluxo de íons de uma para a outra. A ponte
salina a ser usada é um tubo em U preenchido com ágar-ágar contendo um sal. O diagrama
da célula completa tem, portanto, a aparência mostrada na Figura 1.
MATERIAL
Banho termostatizado, 3 tubos de centrífuga, solução de Cu(NO3)2 (0,25 mol.L-1), solução de
Pb(NO3)2 (0,25 mol.L-1), barra de chumbo, barra ou fio grosso de cobre, pontes salinas de
KNO3, um multímetro com precisão de mV, cabos apropriados para medidas de diferença
de potencial e palha de aço.
Alternativamente poderá ser construída e estudada a pilha: Zn|ZnCl2|AgCl|Ag. Aguarde
instruções do professor, nesse caso.
PROCEDIMENTO
1- Esfregue os materiais com palha de aço até que suas superfícies fiquem brilhando. Lave
os metais para retirar a contaminação por ferro e seque-os.
2- Coloque água no banho termostatizado e monte a pilha eletroquímica dentro dele
seguindo o esquema da Figura 1. Coloque 35,0 mL de solução em cada um dos tubos de
centrífuga.
3 - Coloque o termômetro dentro de um terceiro tubo contendo 35,0 mL de água.
4- Inicie o aquecimento medindo a diferença de potencial a intervalos de 5ºC até obter 10
pontos. Anote os dados na tabela I:
/ oC
E /V
8- Faça um gráfico de E (V) versus Temperatura (K), e através desse gráfico determine: o
valor do Eo, o Go, So e o Ho para a reação da pilha.
9 - Compare os valores obtidos com valores da literatura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAULIEU, L. P. J. Chem. Education. A general chemistry thermodynamics experimenty.
v.55, n.1, p.53, 1978.
CASTELLAN, G. N. Físico-química. Vol. 1, LTC Editora, 1984, p. 414
SHOEMAKER, D. P. ; GARLAND, C. W. Experiments in physical chemistry New York: Mc
Graw-Hill, 1962, p.199.
SOUZA, Nereu J. Mello de – MARTINS FILHO, H. P. – Experimentos em Físico-Química – Ed.
Universitária Paranaense – 1993.
15
PRÁTICA 08 - EQUILÍBRIO QUÍMICO E ESPECTROFOTOMETRIA
A absorção de luz por uma substância em solução pode ser utilizada para determinar
a sua concentração, uma vez que, para soluções diluídas, existe uma relação linear entre a
concentração da substância e a quantidade de luz absorvida. Além disso, cada substância
absorve mais fortemente determinados comprimentos de onda. A absorção de luz
característica de cada substância, que representa o seu Espectro de Absorção, pode ser
utilizada para caracterizar e identificar uma ou mais substâncias numa mistura.
16
1.2 - Lei de Lambert-Beer
Quando soluções da mesma natureza, mas de diferentes concentrações, são atravessadas
por um mesmo tipo de radiação (isto é, radiação de igual comprimento de onda), existe
uma relação quantitativa entre a fração da radiação transmitida (transmitância) e a
concentração da solução. Esta relação, conhecida como lei de Lambert-Beer, é dada por:
T = 10 –bc
onde:
T = transmistância
= absortividade molar ou coeficiente de extinção
b = o caminho óptico (espessura do meio atravessado pela radiação) em cm
c = a concentração em mol por litro.
17
1.3 – Formação do complexo [FeSCN]2+
Neste experimento, será utilizada uma baixa concentração de SCN- para garantir o
domínio do complexo [Fe(SCN)]2+ (aq) na mistura reacional. Sabe-se que, se a [SCN-] for
igual a 0,10 mol L -1, o complexo principal passa a ser o [Fe(SCN)2]+ (aq). Nesta experiência
as relações [SCN-]/[Fe3+] serão tais que admitiremos que a reação preponderante seja a de
formação do [Fe(SCN)]2+, de acordo com a equação:
Fe3+ + SCN- → [FeSCN]2+ ou melhor:
[Fe(H2O)6]3+ (aq) + SCN- (aq) → [FeSCN(H2O)5]2+ (aq) + H2O(l)
0,9
0,8
0,7
0,6
Absorvância
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 600
/ nm
laranja verde
vermelho azul
violeta
18
MATERIAL
Espectrofotômetro de UV-VIS, tubos de ensaio, cubetas, solução A = sulfato férrico
amoniacal (NH4Fe(SO4)2) a 0,001 molL-1 preparada em HNO3 0,01 mol L-1; solução B =
tiocianato de potássio 0,001 mol L-1 , solução C = NH4Fe(SO4)2 a 0,1 mol L-1 preparada em
HNO3 0,05 mol L-1.
PROCEDIMENTO:
19
Tabela II – Medida da absorvância de soluções de complexo de concentrações
desconhecidas
6
7
8
9
10
(**) Nessa tabela, o valor da [[Fe(SCN)]2+] será determinada pela curva de calibração, ou
seja: c = A/εb
Legenda: [ ]in = concentração inicial; [ ] eq = concentração no equilíbrio
BIBLIOGRAFIA:
20
PRÁTICA 09 - TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA
E = Eo - (RT/neF)ln[Mn+].
21
E
pH = − (constante)
(2,303RT / F)
Figura 1 – Titulação potenciométrica de : (a) HCl 0,1 mol.L-1 com NaOH 0,1 mol.L-1 e (b)
HAc 0,1 mol.L-1 com NaOH 0,1 mol.L-1
Para o ácido forte, os cálculos são bem simples, uma vez que basta lembrar que antes do
PE (ponto de equivalência) há excesso de ácido, no PE há neutralização total e após o PE há
excesso de base.
Para o ácido fraco HAc devemos levar em conta a constante de ionização Ka:
a + .a −
K a = H Ac
aHAc
Tomando-se o logaritmo (na base 10) em ambos os lados e utilizando-se as definições de
pH e pka, obtem-se:
a
−
pH = pK a + log Ac
aHAc
A expressão acima leva o nome de equação de Henderson-Hasselbalch,
frequentemente utilizada na preparação de soluções tampões. Uma solução tampão é
formada por uma mistura de um ácido fraco (ou base fraca) e seu sal em quantidades
apropriadas, cujo pH pouco se altera por adições de ácido ou base. A zona tampão ou de
tamponamento da titulação entre um ácido fraco e uma base forte está destacada na Figura
22
1b. Nesta região, pode-se notar que adições significativas de base forte produzem variações
relativamente pequenas no pH da solução.
Para soluções diluídas, podemos fazer a aproximação que as atividades das espécies
podem ser substituídas por suas concentrações. No ponto de semi-equivalência, a solução
encontra-se semi-titulada e a concentração do ácido é igual à do sal formado ([HAc] = [Ac- ])
então, o pH torna-se igual ao pKa (pH = pKa). Para determinar graficamente esse ponto,
basta procurar no gráfico o pH correspondente à metade do volume gasto para atingir o
ponto de equivalência (Figura 1b).
MATERIAL
Solução de HCl 0,1 mol.L-1, solução de CH3COOH 0,1 mol.L-1, solução padronizada de
NaOH 0,2 mol.L-1, pipeta volumétrica de 25,00 mL, bureta de 25,00 mL, béquer de 50 mL,
pHmetro, soluções padrão para calibração do pHmetro, barra magnética e agitador.
VNaOH / mL 9,0 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5
pH
VNaOH / mL 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0
pH
23
6. Descarte a solução do béquer, lave-o e seque-o e repita os passos de 1 a 5 utilizando a
solução de ácido acético ao invés da solução de ácido clorídrico. Anote os dados na
Tabela II a seguir:
VNaOH / mL 9,0 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5
pH
VNaOH / mL 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0
pH
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
24
PRÁTICA 10 - CÉLULAS ELETROQUÍMICAS GALVÂNICAS E DE CONCENTRAÇÃO
Uma célula galvânica (pilha) é uma célula eletroquímica que produz eletricidade
como resultado da reação que nela se passa, ou seja, transforma energia química em
energia elétrica espontaneamente.
Em 1836, o químico inglês John Frederic Daniell montou uma pilha constituída por duas
semicélulas eletroquímicas. A primeira era formada por uma placa de zinco mergulhada em
uma solução de sulfato de zinco (ZnSO4) em um béquer, e a outra era formada por uma
placa de cobre mergulhada em uma solução de sulfato de cobre II (CuSO4) em outro béquer.
Essas duas placas eram interligadas por um fio de cobre condutor. Além disso, as duas
soluções estavam conectadas por um tubo que continha uma solução eletrolítica, isto é,
uma ponte salina. A Figura a seguir mostra um esquema do funcionamento da pilha de
Daniell.
Numa pilha de concentração o potencial padrão da pilha é nulo, pois a pilha não
pode gerar corrente através de um circuito externo quando os dois compartimentos
eletródicos forem idênticos.
A equação de Nernst, foi desenvolvida pelo químico e físico alemão Walter Nernst,
e permite calcular a diferença de potencial de uma pilha operando foram das condições
padrão (T = 298,15K, p = 1 bar, atividade = 1). Tal equação pode ser escrita como:
E = Eo −
RT
log
a produtos
neF a reagentes
onde F = 96485 C.mol-1 e ne = número de elétrons envolvido na semirreação
balanceada
Para pilhas de concentração, a equação se torna:
E = −
RT
log
a sol.diluída
nF a sol.concentrada
Neste experimento, serão medidas as diferenças de potencial para algumas pilhas
eletroquímicas (galvânica e de concentração) e comparadas com o valor teórico.
25
MATERIAL NECESSÁRIO
- 6 béqueres de 50 mL (para as semi- - solução de sulfato de zinco;
células) ; - solução de nitrato de chumbo;
- 01 béquer de 100 mL ; - eletrodo de cobre, prata, chumbo e
- 6 tubos em U para as pontes salinas ; zinco;
- 3 pipetas graduadas de 10 mL ; - ágar-ágar contendo KNO3;
- 3 balões volumétricos de 25 mL ; - multímetro;
- solução de nitrato de prata; - lixa 600, ou palha de aço;
- solução de sulfato de cobre;
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
a) CÉLULAS GALVÂNICAS
1) Limpar a superfície dos eletrodos com palha de aço e lavá-los com água destilada;
2) Montar as pilhas galvânicas abaixo relacionadas e medir a diferença de potencial que
aparece entre os eletrodos:
a) Zn | Zn2+ (0,1 mol.L-1) || Cu2+ (0,01 mol.L-1L)| Cu
b) Zn | Zn2+ (0,1 mol.L-1) || Ag+ (0,001 mol.L-1L) | Ag
c) Pb | Pb2+ (0,01 mol.L-1) || Cu2+ (0,1 mol.L-1)| Cu
b) CÉLULAS DE CONCENTRAÇÃO
1 - Limpar a superfície dos eletrodos com palha de aço e lavá-los com água destilada;
2 - Preparar, por diluição sucessiva, a partir de uma solução 0,1 mol.L-1, 50 mL de soluções
de AgNO3 0,01; 0,001; 0,0001 mol.L-1;
3 - Montar as células de concentração com as respectivas soluções e pontes salina. Em cada
um dos casos, deverá ser usada como solução de referência a de 0,1 mol.L-1, e na outra
semi-célula ir variando as concentrações (iniciar as medidas pela solução mais diluída e
terminar com a solução a 0,1 mol/L);
4 - Medir a diferença de potencial que aparece entre os eletrodos das células de
concentração.
RESULTADOS
1. Fazer a representação esquemática de todas as pilhas montadas no experimento,
colocando ânodos, cátodos, polo, fluxo de elétrons, etc. Escrever as semi-reações e
reações globais correspondentes para cada uma delas.
2. Calcular a diferença de potencial para as pilhas utilizando a equação de Nernst e
comparar com o valor medido. Fazer a aproximação de que a atividade é igual a
concentração.
BIBLIOGRAFIA
Referências gerais sobre Eletroquímica.
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