Vous êtes sur la page 1sur 34

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

ROTEIRO DE AULAS DA DISCIPLINA CQ 033


FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL D

Profa. Regina Maria Queiroz de Mello

Curitiba
2018
Cronograma das aulas práticas

Data Assunto página


31/07 Apresentação do curso. Confecção de gráficos i
07/08 Prática 01 – Densidade de gases 01
14/08 Prática 02 – Propriedades físico-químicas de líquidos e soluções: índice de 03
refração
21/08 Semana Acadêmica
28/08 Prática 03 – Cinética da reação de saponificação do acetato de etila por 05
medidas de condutividade
04/09 Prática 04 – Cinética Química - Método da velocidade inicial 07
11/09 Prática 05 – Cinética Química - Energia de Ativação 09
18/09 Revisão
25/09 1ª prova
02/10 SIEPE
09/10 Prática 06 – Lei de Hess - Entalpia de formação do NH4Cl(s) 11
16/10 Prática 07 – Termodinâmica de células eletroquímicas 14
23/10 Prática 08 – Equilíbrio químico e espectrofotometria 16
30/10 Prática 09 – Titulação potenciométrica 21
06/11 Prática 10 – Células eletroquímicas galvânicas e de concentração 25
13/11 Revisão
20/11 2a prova

Procedimento de aulas: O guarda-pó é obrigatório assim como o uso de calçados fechados. O óculos
é opcional. Um kit de trabalho fica embaixo da bancada e deve ser examinado antes do início de
cada aula.
Avaliação: Duas provas e dez relatórios
Cálculo da nota referente à
parte experimental (LAB): LAB = (0,4MR + 0,6MP)
onde: MR = Média das notas dos relatórios
MP = Média das notas das provas
OBS.: Aluno ausente tem nota igual a zero no relatório

Nota da disciplina (N): N = (TEO + LAB)/2 onde:


TEO = nota referente à parte teórica da disciplina
LAB = nota referente à parte prática da disciplina
Estrutura dos Relatórios (um por bancada)

Cada relatório deverá ser entregue na semana seguinte à realização do experimento


e poderá ser entregue digitado e/ou manuscrito. A impressão pode ser em frente e verso e
pode haver mais de um item em cada página. Os seguintes itens deverão estar presentes:

- Capa: valor: 1,0 ponto


Deve conter: (i) nome da disciplina; (ii) título do experimento; (iii) data de realização do
experimento; (iv) o número da bancada e (v) o nome dos alunos do grupo.

1 – Introdução: valor: 1,0 ponto


A introdução deve ser breve e situar o tema do experimento. Não deve ser copiada da
apostila. Deve abordar conceitos pertinentes ao experimento e vir de fonte confiável da
literatura. Livros de Química Geral não são indicados por abordarem os assuntos de forma
muito superficial. Consulte as normas ABNT para fazer a chamada numérica ou nominal das
referências.

2 – Objetivo: valor: 0,5 ponto


Citar o objetivo do experimento

3 – Procedimento experimental: valor: 1,0 ponto


Faça uma descrição resumida do procedimento experimental descrito na apostila. Descreva
com detalhes as modificações que não constam na apostila.

4 – Resultados e discussão: valor: 5,0 pontos


Apresente os resultados obtidos de forma clara e completa. Para isso, use tabelas, gráficos,
etc. Apesar de ser redundante apresentar tabela e gráfico num trabalho, no relatório isso é
necessário para que a correção dos cálculos e conversões possa ser feita. Por exemplo: A
pressão atmosférica no dia do experimento era de 690,0 mmHg (91992,43 Pa). Use excesso
de algarismos significativos durante os cálculos. Faça a aproximação apenas no resultado
final. Faça uma análise crítica dos resultados e compare, sempre que possível, com dados
da literatura. A seguir, calcule o erro relativo do experimento:
 valor obtido - valor verdadeiro 
% ER =    100%
 valor verdadeiro 
Os títulos das tabelas devem ser colocados acima das mesmas mas a legenda das figuras
deve ser colocada abaixo das mesmas.

5 – Conclusão: valor: 0,5 ponto


Apresente de forma sucinta os principais resultados obtidos juntamente com uma avaliação
crítica do experimento.

6 – Referências bibliográficas: valor: 1,0 ponto


Devem ser provenientes de fontes confiáveis de informação e devem estar numeradas ou
em ordem alfabética de autores, conforme as normas da ABNT. Toda referência listada
nesse item deve estar citada no texto e vice-versa.

IMPORTANTE! O atraso na entrega do relatório acarreta um desconto de 20% no seu valor.


INTRODUÇÃO AO CURSO

Durante o curso, serão exigidos os conhecimentos adquiridos com relação à equação


da reta, método dos mínimos quadrados, confecção de gráficos em papel milimetrado e uso
de algarismos significativos. Quando for apresentar um gráfico, não se esqueça de usar o
eixo x (abscissas) para as variáveis independentes e o eixo y (ordenadas) para as variáveis
dependentes.
Os conceitos relativos a medidas de pressão serão brevemente descritos a seguir:
O barômetro de mercúrio foi inventado pelo matemático Evangelista Torricelli
(1643). Nos seus estudos ele verificou que a altura de uma coluna de mercúrio variava
alguns milímetros devido a ação da pressão atmosférica.
O manômetro é uma ferramenta aplicada para avaliar as pressões dos gases:
geralmente, utiliza-se o manômetro de mercúrio, mas qualquer liquido poderia ser
aplicado; não fosse o problema de suas densidades. Os conceitos envolvidos para se
determinar pressões com manômetros de líquidos são os seguintes:
- Se uma coluna de um líquido apresenta uma seção transversal (A) então o volume contido
numa altura (h) é calculado pela equação
V= A. h
- A massa do líquido (m) está relacionada à sua densidade () pela equação
m = .V = .A. h
- A força que a coluna exerce num dado ponto da coluna líquida será
F= mg = .A. h.g
2
sendo g = 9,78 m/s a aceleração gravitacional em Curitiba.
- A pressão (p) é a razão entre força por unidade de área,
F
p= = .A. h.g/A = .g. h
A
Portanto, a pressão exercida independe da área (A) da seção transversal da coluna de
líquido do manômetro.
Considere, como exemplo, um local onde uma coluna de mercúrio tem a altura
igual a 0,763 m. Como a densidade do mercúrio é de 13579 kg/m3, a pressão exercida pela
atmosfera é:
p = .g. h = 13579 kg/m3 x 9,78 m/s2 x 0,763 m = 101328 Pa

Existem dois tipos de manômetros: aberto e fechado. Quando o manômetro é do


tipo aberto, é preciso somar a pressão atmosférica local com a pressão exercida pela altura
da coluna de mercúrio, ou seja:
Pgás = Patm + p
Pgás = Patm + gh

A pressão ambiente será determinada num barômetro e a pressão do gás poderá ser então
calculada.

i
Para o primeiro experimento deste curso, precisaremos fazer a leitura da pressão
ambiente no barômetro que se encontra no Laboratório. Os passos para tal procedimento
encontram-se a seguir:

1 – Com o parafuso de regulagem


localizado na parte inferior do barômetro,
alinhe a parte inferior do triângulo de
modo a tocar ligeiramente na parte
superior do menisco de mercúrio

2 – Com o parafuso localizado na parte


lateral do barômetro, alinhe o zero da
escala central direita com o menisco do
mercúrio.

3 – Proceda à leitura da pressão de modo


análogo à leitura feita num paquímetro.

4 – O resultado será expresso em mmHg.

5 – Lembre-se que:
1 atm = 760 mmHg = 101325 Pa
1 bar = 105 Pa
1Pa = 1N.m-2

Orientações na construção de um gráfico

a. Use sempre papel milimetrado;


b. Escolha os eixos (e a orientação do papel) de forma que os dados, tanto a abscissa (eixo
x) quanto a ordenada (eixo y), ocupem a maioria do papel. Prefira usar uma escala com
intervalos razoáveis, que facilitam a colocação dos dados e sua leitura.
c. Coloque as unidades nos eixos x e y. Um gráfico sem unidades não informa nada!
d. Ao longo dos eixos coloque valores da grandeza em intervalos equidistantes. NUNCA
coloque os valores que correspondem aos dados (a não ser que esses, por acaso, coincidem
com os intervalos escolhidos para um dos eixos).
e. Coloque os dados, como pontos, no papel.
f. Usando seu bom senso, desenhe a reta que você considera melhor descrever seus dados
(item 1.1) ou faça o ajustamento de curvas por regressão linear (item 1.2).

ii
Item 1.1 – Determinação do coeficiente angular e do coeficiente linear
Para encontrar os parâmetros a e b da reta: y = ax + b basta considerar que:
a = coeficiente angular = inclinação = y/x
b = coeficiente linear = valor da ordenada y da reta para o qual a abscissa x é nula..
Para calculá-lo, basta escolher um ponto da reta (e não um ponto experimental) e substituir
na equação da reta.
Exemplo:
Tabela de dados experimentais
Eixo x 455 797 1173 1525 1800
Eixo y 20,41 41,69 54,55 61,93 72,04

Assim, para o gráfico apresentado a seguir tem-se que:


a = coeficiente angular = (70 – 30)/(1700 – 600) = 40/1100 = 0,0364
b = coeficiente linear – Escolhendo o ponto (1700,70) tem-se que:
y = ax + b  70 = 0,0365 1700 + b  70 = 62,05 + b  b = 70 – 62,05 = 7,95
Logo a equação da reta é: y = 0,0364x + 7,95
Gráfico obtido:
80

70

60
parâmetro y

50
y
40

30

x
20
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
parâmetro x

Item 1.2 – Regressão linear


O método dos mínimos quadrados para fazer a regressão linear é uma maneira de
se obter a melhor reta que pode ser ajustada aos dados experimentais. Basicamente, é um
procedimento que busca o mínimo de uma função de duas variáveis (os coeficientes linear
e angular da reta) construída a partir da distância entre os pontos experimentais e os pontos
de uma reta. O cálculo dos coeficientes pode ser feito com uma simples calculadora de mão
com o auxílio de algumas fórmulas. Essa é uma tarefa repetitiva que exige atenção e
paciência, sendo portanto, sujeita a erros e por isso, esse método não será cobrado neste
curso.
Tão importante quanto a determinação dos coeficientes angular e linear, o
conhecimento do coeficiente de correlação linear (r) informa a “qualidade” do ajuste feito.
Quanto mais próximo o valor de r, em módulo se aproxima de 1, melhor é a qualidade do
ajuste linear feito.

iii
PRÁTICA 01 - DENSIDADE DOS GASES

Pressão, temperatura, volume e quantidade de matéria é tudo que se precisa


especificar para definir o estado de um sistema gasoso de um único componente. A
relação entre essas variáveis pode ser expressa em termos de uma equação conhecida
como equação de estado. Para um gás ideal, a equação de estado é: pV = nRT onde p
é a pressão, V o volume, n o número de moléculas, e T a temperatura do gás. A constante
R possui valor de 8,314 J.mol-1.K-1 no S.I.. O gás perfeito (ideal) não existe, mas em
condições de baixas pressões ou elevadas temperaturas, a maioria dos gases apresenta
comportamento de gás perfeito (ideal).
A equação de van de Waals (vdW) é uma equação de estado para gases
compostos de partículas que têm um volume diferente de zero e forças de interação
(atrativas e repulsivas). A equação foi desenvolvida por Johanner Diderik van der Waals
em 1873, baseado em uma modificação da lei dos gases ideais. A equação tem uma
aproximação melhor para comportamento de gases em condições onde as interações
que ocorrem entre as partículas não podem ser desprezadas.
 a 
 p + 2  ( Vm − b ) = RT
 Vm 
onde p é a pressão do gás, a é a medida da atração entre as partículas, V m é o
volume molar do gás (Vm = V/n), b representa o volume excluído pelas partículas, R é a
constante universal dos gases e T é a temperatura absoluta (em Kelvin). O valor de b
está ligado ao raio atômico da partícula considerada, pois trata do volume excluído. →
Nesse experimento iremos determinar a densidade do gás CO2 e discutir sobre o
comportamento deste gás nas condições do laboratório (ideal versus real).
O gás será gerado através da reação que ocorre ao colocar um sonrisal em água.
Observar que a composição de cada comprimido (4 gramas) de sonrisal é a seguinte:
carbonato de sódio 400 mg, carbonato ácido de bicarbonato de sódio 1,700 g; ácido
acetilsalicílico 0,325 g; ácido cítrico 1.575 mg.
A massa do gás CO2 gerado será determinada pela estequiometria da reação e
da consideração de que a reação está completamente deslocada para os produtos.

Materiais e Reagentes:
Tubo de ensaio grande
Proveta de 100,0 mL
Mangueira com rolha
Cuba transparente
Copo plástico
Sonrisal

1
Procedimento:
1. Observe a montagem da aparelhagem na Figura 1.
2. Encha uma proveta de 100 mL com água até a borda e introduza-a rapidamente com a
abertura para baixo dentro da cuba contendo água. Não deixe que entrem bolhas de ar.
Para isso você pode tampar a proveta com a mão ou com papel toalha antes de virá-la.
3. Coloque a extremidade livre da mangueira dentro da proveta.
4. Pese 0,5 g de sonrisal. Anote a massa exatamente pesada:_____________
5. Coloque água no tubo de vidro até aproximadamente a metade. Pese esse conjunto.
6. Coloque o sonrisal no conjunto tubo+água e feche o mais rápido possível de modo que
todo o gás CO2 gerado seja recolhido na proveta.
7. Iguale o nível de água na proveta com o nível de água na cuba e leia o volume de gás
recolhido: V = __________________

Cálculos:

1. Através da diferença de massa, calcule a massa do gás formado na reação.

2. Calcule a densidade do gás obtida nesse experimento ( exp) dividindo sua massa pelo
volume ocupado.

3. Anote a temperatura e pressão ambientes e calcule a densidade que o gás deve


apresentar caso ele se comporte como gás ideal ( ideal) usando a seguinte equação:

nRT m RT RT
p= = = onde R = 62,3637 mmHg.L.mol-1.K-1
V M V V

OBS.: patm=p(CO2)+pv(H2O)+ gh

A pressão de vapor da água p(H2O) é função da temperatura e pode ser encontrada na


tabela abaixo:

1
4. Complete a Tabela a seguir:

Propriedade 1º experimento 2º experimento 3º experimento


mc
ms
m c + ms
mf
mg
Vg
Patm
h
T

Onde: mc = massa do conjunto tubo + água; ms = massa do sonrisal; mf = massa tubo+água


após reação; mg = massa do gás; Vg = volume do gás; Patm = pressão atmosférica; h = altura
da água na proveta a partir do nível da água do banho; T = temperatura em K.

5. Calcule o erro relativo da medida da exp usando ideal como valor verdadeiro e discuta o
porquê desse gás se comportar ou não como gás ideal nas condições do experimento.

Figura 1 – Esquema do conjunto usado para a determinação da densidade de gases.

Referência: Crockford, H.D.; Knight, S.B. Fundamentos de Físico-Química, Ed. Livros


Técnicos e científicos, 1977 p.8-27.

2
PRÁTICA 02 - PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE LÍQUIDOS E SOLUÇÕES: ÍNDICE DE
REFRAÇÃO

Quando um raio de luz passa de uma substância para outra, como do ar para a água,
o raio é refratado, mudando de direção ao atingir a superfície de separação entre os dois
sistemas. A intensidade com que o raio é refratado depende da concentração relativa dos
átomos e de seus arranjos no interior das moléculas. O índice de refração é uma medida
quantitativa da refração de luz, e é usada para determinar a concentração de soluções, o
grau de pureza, identificar compostos químicos e auxiliar no entendimento de estruturas.
O índice de refração n é definido como a
relação entre a velocidade da luz no vácuo
e em um determinado meio, podendo ser
calculado pela seguinte relação:
n = sen i / sen p; onde i é o ângulo formado
pelo raio de luz incidente e é perpendicular
à superfície, e p é o ângulo de refração que
o raio faz com a perpendicular à superfície,
após a penetração.
Geralmente, o ângulo de refração é medido com o auxílio de um prisma de vidro
sobre o qual é colocado o líquido ou sólido. O índice de refração depende do comprimento
de onda da luz e da temperatura. Assim, nD25 indica um índice de refração tomado com luz
monocromática amarela D do arco de sódio na temperatura de 25 oC. Cuidado para não
confundir o símbolo n de índice de refração com o símbolo n de quantidade de matéria.
Os instrumentos destinados a medir índices de refração são denominados
refratômetros, e dentre os vários tipos, o mais utilizado é o Refratômetro de Abbé, que é
constituído, basicamente, de quatro partes: um espelho E; um jogo de prismas P; uma
luneta fixa T e uma fonte de luz. A luz refletida pelo espelho refrata-se ao passar do primeiro
prisma para o líquido (o qual é colocado entre os dois prismas), sofre nova refração quando
entra no segundo prisma, sendo depois captada pela luneta onde atravessa uma lente
compensadora, cuja função é eliminar as várias cores que aparecem na dispersão da luz.
Girando os prismas, varia-se o ângulo de incidência e observa-se na luneta a divisão
do campo ocular em duas porções: uma clara e outra escura, sendo esta última
correspondente aos raios que sofreram reflexão total. A linha limite entre estas duas zonas
dependerá do índice de refração da substância analisada.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1- Pese em um béquer 20,0 g de sacarose e junte água apenas o suficiente para a completa
dissolução do açúcar. Transfira a solução obtida para um balão volumétrico de 100 mL,
complete o volume com água, agite bem e obtenha, assim, uma solução a 20%
(massa/volume) de sacarose.
2- A partir dessa primeira solução, usando pipetas e balões volumétricos apropriados,
prepare 50,0 mL das seguintes soluções de sacarose: 15%, 10%, 5% e 2,5%.

3
3- Faça a leitura do índice de refração no refratômetro (Figura 1), conforme procedimento
descrito a seguir, das soluções aquosas de sacarose. Comece com a água e prossiga com as
soluções mais diluídas. Anote os resultados na Tabela 1.
4- Abra o prisma e lave cuidadosamente as superfícies com papel toalha molhado em
acetona. Seque.
5- Coloque algumas gotas do líquido sobre o prisma inferior, que deverá estar em posição
vertical. CUIDADO! NÃO TOQUE O PRISMA COM A PONTA DA PIPETA! Feche o sistema.
6- Faz-se o ajuste com a ocular (botão inferior esquerdo) de modo que a borda da zona
escura que aparece no campo de visão se desloque até a intersecção do retículo. Se
necessário, ajuste a fonte luminosa (espelho). Veja Figura 2.

Figura 1 – Refratômetro de Abbé Figura 2: Leitura do índice de refração

7- Ajusta-se em seguida o compensador (botão superior à direita) até desaparecer a franja


colorida e se obter um contraste nítido.
8- Repita o item 3 para cada uma das soluções fornecidas.
9- Faça a leitura através da escala auxiliar. (nD para a água a 20C é 1,3330).

Tabela 1: Concentração de sacarose e índice de refração obtido em Refratômetro de Abbé


Concentração 0 2,5 5,0 10,0 15,0 20,0
(% m/V)
Índice de
refração

TRATAMENTO DE DADOS

1. Faça uma curva de calibração do índice de refração em função da concentração do soluto


na solução.
2. Através da curva de calibração, determine o índice de refração de uma solução de
sacarose a 7%.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CROCKFORD, H.D.; NOWELL, J.W. Manual de laboratório. Madrid: Alhambra, 1961. p. 41-
44.
4
PRÁTICA 03 - CINÉTICA DA REAÇÃO DE SAPONIFICAÇÃO DO ACETATO DE ETILA POR
MEDIDAS DE CONDUTIVIDADE

Quando se reage um éster com uma base, produz-se um sal de ácido carboxílico e
um álcool. Como muitos sais de ácido carboxílico são usados como sabões, chama-se a
reação de saponificação do éster. Reagindo-se o acetato de etila com hidróxido de sódio,
forma-se acetato de sódio e álcool etílico:

CH3COOC2H5 (aq) + Na+(aq) + OH- (aq) → CH3COO- (aq) + Na+ (aq) + C2H5OH (l)

No presente experimento, assumimos o conhecimento prévio da ordem de reação


1 em relação aos dois reagentes e estamos interessados em determinar a constante de
velocidade da lei cinética:
dx
v = k[acetato][OH− ] ou = k ( a − x )( b − x ) (1)
dt

onde x é a concentração do produto no tempo t, a é a concentração inicial de OH- e b é a


concentração inicial de acetato no meio reacional.
Um modo conveniente de simplificar a formulação cinética do processo é efetuar a
reação com concentração inicial igual para os dois reagentes. Isto reduz a lei cinética a:
dx
= k (a − x )
2
(2)
dt

Note que a equação 2 não implica em que a ordem de reação seja 2 em relação à
hidroxila. Coincidentemente, uma cinética de 1a ordem em relação a dois reagentes tem a
mesma forma matemática que uma cinética de 2a ordem em relação a um reagente, se as
concentrações iniciais são iguais. A forma integrada da equação 2 é
1 x 
kt =
a  a − x 
(3)

O andamento da reação pode ser acompanhado medindo-se qualquer propriedade


física relacionada à composição do meio reacional e que seja função do tempo. Na reação
em estudo, a condutividade elétrica da solução sofre uma grande variação durante a reação
pois íons hidroxila, de elevada condutividade, são substituídos pelos íons acetado, de menor
condutividade. Em termos de condutividade da solução (Scm-1), a equação da cinética da
reação (eq. 3) torna-se:

1  k − kt   k0 − k t 
kt =  0  ou   = akt (4)
a  kt − k   kt − k 

onde kt é a condutividade da solução no tempo t, k0 é a condutividade da solução no tempo


t=0 e k quando a reação se completa (t=). Portanto, fazendo-se o gráfico de (k0-kt )/(kt-
5
k) em função do tempo t, tem-se uma reta com coeficiente angular igual a ak . Assim,
obtém-se a constante de velocidade da reação, k.

MATERIAL
Solução de acetato de etila 0,02 mol/L, solução de hidróxido de sódio padronizado 0,02
mol/L, solução de ácido acético 0,02 mol/L. 3 erlenmeyers de 250 mL, 2 pipetas
volumétricas de 50 mL, condutivímetro, cronômetro e agitador magnético.

PROCEDIMENTO
1- Coloque 50 mL de solução de hidróxido de sódio 0,02 mol.L-1, em um erlenmeyer, e
adicione 50mL de água destilada. Agite para homogeneizar.
2- Meça a condutividade da solução (k0 ) e lave a célula de condutividade, para as próximas
medidas. Verifique a temperatura.
3- Coloque 50mL da solução de hidróxido de sódio 0,02 mol.L-1 em um erlenmeyer. Em
outro erlenmeyer, coloque 50 mL de solução de acetato de etila 0,02 mol.L-1.
4- Misture as soluções do item 3 e inicie, ao mesmo tempo, a contagem do tempo com o
cronômetro. Mantenha o erlenmeyer sobre um agitador magnético para a homogeneização
da solução. Faça a primeira medida da condutividade da solução (kt) e anote o tempo (t).
5- Faça outras medidas de condutividade, em intervalos de 5 minutos, até 40 minutos de
reação. No final, lave a célula de condutividade.
6- Para obter o valor de k a reação deve ocorrer por, no mínimo, 12 horas. Como
alternativa, faça a reação entre 50 mL de ácido acético 0,02 mol.L-1 e 50 mL de NaOH 0,02
mol.L-1. Meça a condutividade do produto formado, acetato de sódio, que corresponde a
k .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RANGEL, R. N. Práticas de físico-química. São Paulo: Edgard Blucher, 1988. v.2, p.16-22.
K. Das, P.Sahoo, M.S. Baba, N. Murali, P. Swaminathan, International Journal of Chemical
Kinetics, v.43, 2011.

6
PRÁTICA 04 – CINÉTICA QUÍMICA - MÉTODO DA VELOCIDADE INICIAL

A reação que nós vamos estudar é a seguinte:

3HSO3-(aq) + IO3-(aq) → I-(aq) + 3SO42-(aq) + 3H+(aq)

Soluções contendo bissulfito são muito instáveis, e por isso, utilizaremos uma
solução de metabissulfito que tem um tempo de vida maior (1 a 2 meses de prateleira) para
gerar os íons bissulfito de acordo com a seguinte reação: Na2S2O5 + H2O 2NaHSO3
A ordem da reação será determinada com relação ao íon bissulfito (HSO 3-), uma vez que
será utilizado íons iodato em excesso. Consequentemente a lei de velocidade será:
1 d[HSO3− ]
v=− = k[HSO3− ]m [IO3− ]n
3 dt

Num primeiro experimento, faremos a variação da concentração de iodato


mantendo-se a concentração de bissulfito constante, com isso calcularemos a ordem da
reação com relação ao íon iodato (IO3-). De modo análogo, faremos o cálculo da ordem de
reação com relação ao íon bissulfito e a seguir, a constante de velocidade à temperatura
ambiente.
O método baseia-se no tempo necessário para que uma certa quantidade de íons
bissulfitos seja consumida. Para que possamos saber o término da reação iremos usar como
indicador o amido. As reações ocorridas são:
Na2S2O5(aq) + H2O(l) = 2NaHSO3(aq)
3HSO3-(aq) + IO3-(aq) → I-(aq) + 3SO42-(aq) + 3H+(aq)  consumo de íons bissulfito
5I-(aq) + 6H+(aq) + IO3-(aq) → 3I2(aq) + 3H2O  excesso de iodato reagindo com iodeto
I2(aq) + Amido → [I2-Amido](aq)  formação de um complexo azul.

Nesse experimento, usaremos a aproximação de que a velocidade inicial é


praticamente igual à velocidade média que pode ser expressa por:
1 Δ[HSO3− ]
vm = −
3 Δt
1 d[HSO3− ] 1 Δ[HSO3− ]
vo = − −
3 dt 3 Δt
2 [Na2S2O5 ]
v = k[HSO3− ]om [IO3− ]on
3 t

MATERIAIS E REAGENTES
12 tubos de ensaio com suporte cronômetro
5 béqueres pequenos Solução de KIO3 0,1mol.L-1
1 Bureta de 50,00 mL Solução de Na2S2O5 0,1mol.L-1
3 Buretas de 25,00 mL Solução de amido 1,5g.L-1

7
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Prepare a solução A em béqueres e a solução B em tubos de ensaio. Vide Tabelas I e II:
Tabela I - Variação da concentração de iodato
Volume / mL
Solução A Béquer 1 Béquer 2 Béquer 3 Béquer 4 Béquer 5
KIO3 4 6 8 10 12
água 26 24 22 20 18
Solução B Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5
Na2S2O5 1 1 1 1 1
amido 3 3 3 3 3
água 6 6 6 6 6
-
Concentrações [IO3 ]
/ mol.L-1 [HSO3-]
tempo /s
Velocidade /mol.L-1.s-1
OBS.: tempo = tempo necessário para aparecimento de uma cor azul intensa.
Lembre-se: v  2 [Na2S2O5 ]
3 t
Tabela II - Variação da concentração de metabissulfito
Volume / mL
Solução A Béquer 1 Béquer 2 Béquer 3 Béquer 4 Béquer 5
KIO3 6 6 6 6 6
água 24 24 24 24 24
Solução B Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5
Na2S2O5 1 2 3 4 5
amido 3 3 3 3 3
água 6 5 4 3 2
-
Concentrações [IO3 ]
/ mol.L-1 [HSO3-]
Tempo /s
Velocidade /mol.L-1.s-1
OBS.: tempo = tempo necessário para aparecimento de uma cor azul intensa.
Lembre-se: v  2 [Na 2S2 O 5 ]
3 t
De acordo com as informações previamente fornecidas e as que foram obtidas no
laboratório construa os gráficos que forem necessários para determinar:
a) a ordem da reação em relação ao íon iodato e ao íon bissulfito.
b) a lei de velocidade completa para a reação bissulfito-iodato.
c) A constante de velocidade da reação.

BIBLIOGRAFIA: Adaptado de “Experimentos de Química Geral”– Alda Maria Pawlosky et al


– 2a edição – UFPR

8
PRÁTICA 05 – CINÉTICA QUÍMICA - ENERGIA DE ATIVAÇÃO

A reação a ser estudada será a reação da prática anterior, ou seja:

3HSO3-(aq) + IO3-(aq) → I-(aq) + 3SO42-(aq) + 3H+(aq)

A determinação de diferentes valores de constantes de velocidades a diversas


temperaturas, através da medida dos tempos necessários para a aparição da cor azul na
solução, possibilita o cálculo da energia de ativação da reação, pela utilização da Equação
de Arrhenius:
d(lnk) Ea
=
dt RT2
Para Ea = constante , a equação acima reduz-se a:
Ea
lnk = ln A −
RT
onde: k é a constante de velocidade e A é o fator de frequência
Fazendo-se o gráfico ln k versus 1/T, tem-se como calcular Ea pois:
coeficiente angular = - Ea / R

MATERIAIS E REAGENTES
12 tubos de ensaio com suporte Cronômetro
1 bureta de 50,00 mL Solução de KIO3 0,1 mol.L-1
3 buretas de 25,00 mL Solução de Na2S2O5 0,1mol.L-1
4 erlenmeyers de 125 mL Solução de amido 1,5 g.L-1
2 suportes com garras Banho termostático

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1) Coloque em um erlenmeyer 4,0 mL da solução de KIO3 e 26 mL de água.


2) Coloque em um tubo de ensaio 1 mL da solução de Na2S2O5, 3,0 mL da solução de
amido e 6,0 mL de água.
3) Adapte um conjunto de um erlenmeyer e um tubo de ensaio dentro do banho
termostático e deixe o seletor de temperatura desligado. Coloque o termômetro
dentro do erlenmeyer. Anote o valor dessa temperatura, que é a temperatura
ambiente, na tabela I. Misture as duas soluções e anote o tempo necessário para o
aparecimento da cor azul.
4) Repita os procedimentos acima regulando o seletor de temperatura para
temperaturas com incrementos de 10oC em relação à medida anterior. Anote os
valores na tabela I.

9
Tabela I – Tempos de reação da reação relógio em determinadas temperaturas.
temp. / oC

tempo / s

RESULTADOS
Apresentar no seu relatório a seguinte tabela:

temp. / oC tempo / s k / L2.mol-2.s-1 T-1 / K-1 ln(k / L2.mol-2.s-1)

Aplicar a equação de Arrhenius para fazer um gráfico adequado ao cálculo da energia de


ativação.

BIBLIOGRAFIA
Adaptado de “Experimentos de Química Geral”– Alda Maria Pawlosky et al – 2a edição –
UFPR.

10
PRÁTICA 06 – LEI DE HESS - ENTALPIA DE FORMAÇÃO DO NH4Cl(s)

A entalpia de formação (fHo) de uma substância pode ser calculada com auxílio de
experimentos quando quantidades conhecidas de reagentes formam uma quantidade
conhecida da espécie química pesquisada. A equação a seguir representa a reação de
síntese do NH4Cl (s), a partir de seus elementos nas condições padrão (p = 1 bar e T =
298,15 K):

½ N2(g) + 2H2(g) + ½ Cl 2 (g) → NH4Cl(s)

A quantidade de calor observada para formar um mol do cloreto de amônio sólido,


para esta reação é a sua entalpia de formação (fHo). Entretanto este é um dos casos em
que a entalpia da reação não pode ser obtida diretamente em condições de laboratório
simples. Porém, é possível obtê-la de maneira indireta, aplicando-se os conceitos da Lei de
Hess e o conhecimento de outras reações mais simples e que podem ser realizadas em
laboratório.
No presente caso, a entalpia de formação do NH4Cl(s) será determinada a partir das
variações de entalpia das seguintes reações ou processos:

1- formação do NH3(g)
2 - formação do HCl(g)
3 - dissolução e ionização do HCl (g) em meio aquoso
4 - dissolução e ionização do NH3 (g) em meio aquoso
5 - reação de neutralização do NH4OH(aq) com HCl(aq) para formar o NH4Cl(aq)
6 - dissolução e dissociação do NH4Cl(s) em água destilada (inverso)
Tais reações estão descritas a seguir bem como as respectivas entalpias. Apenas os Ho das
reações 5 e 6 serão determinados experimentalmente.

reação Ho / kJ.mol-1


1) H2(g) + ½N2(g) → NH3(g) ........................................................................ -46,11
2) ½ H2(g) + ½Cl2(g) → HCl(g) ......................................................................... -92,31
3) HCl(g) + H2O(l) → H3O+(aq) + Cl-(aq).......................................................... -74,84
4) NH3(g) + H2O(l) → NH4OH(aq)................................................................... -30,50
5) NH4OH(aq) + H3O+ (aq) + Cl-(aq) → NH4 + (aq) + Cl-(aq) + 2H2O (l)................. ?
6) NH4 + (aq) + Cl-(aq) + H2O (l) → NH4Cl(s) + H2O(l)......................................... ?
7) ½ N2(g) + 2 H2 (g) + ½ Cl2 (g) → NH4Cl(s)..................................................... ?-314,43

Assim, esta prática pode ser dividida em três partes:


Parte I – Determinação da constante calorimétrica do calorímetro
Parte II – Determinação do calor envolvido na dissolução do NH4Cl(s)
Parte III – Determinação do calor envolvido na reação entre NH4OH e HCl
11
MATERIAL
Calorímetro construído a partir de uma garrafa térmica, termômetro, béquer, aquecedor
elétrico, provetas de 100 mL, NH4Cl(s), NH4OH(aq) 1,5 mol.L-1, HCl(aq) 1,5 mol.L-1 .

PARTE I – DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE CALORIMÉTRICA DO CALORÍMETRO

1- Coloque 100,0 mL de água no calorímetro, aguarde 1 min e anote a temperatura inicial.


T1 = _______________
2- Em um béquer aqueça água ± 200 mL de água até aproximadamente 70 C
3- Ambiente a proveta com essa água quente, coloque 100,0 mL desta água e meça sua
temperatura. T2 = ____________________
4- Despeje-a dentro do calorímetro imediatamente, fechando-o rapidamente.
5 - Espere mais um minuto agitando a água de vez em quando e anote a temperatura final
do sistema.T3 = ______________________________
* Não jogue essa água fora; ela será usada na parte II do experimento.
6- Calcule Ccal (constante calorimétrica do calorímetro). Para isso podemos escrever a
seguinte expressão:
Qrecebido (água fria) + Qrecebido (calorímetro) + Qcedido (água quente) = 0
Fazendo a aproximação de que 100 mL de água são iguais a 100 g de água e considerando
que:
T1 = Temperatura da água fria e do calorímetro
T2 = Temperatura da água quente
T3 = Temperatura final de equilíbrio
Podemos escrever:

[mágua fria . cágua (T3-T1)] + [Ccal (T3-T1)] + [mágua quente. cágua . (T3 – T2)] = 0

Como sabemos que o calor específico da água (cágua) é de 4,184 J.K-1.g-1 poderemos
determinar a constante calorimétrica do calorímetro (Ccal).

PARTE II – Determinação do calor envolvido na dissolução do NH 4Cl(s).

1 - Pese aproximadamente 5,0 g de NH4Cl(s) e anote o valor da massa pesada.


m(NH4Cl) = ___________
2 - Anote o valor da temperatura da água morna que está no calorímetro.
T4 = _______________________
3 - Adicione o sal na água morna dentro do calorímetro e agite-o suavemente, até conseguir
a sua completa dissolução. Anote o valor da temperatura final desta solução. Descarte esta
solução e lave o calorímetro. T5 = ____________________________
4 - Faça os cálculos para determinar a entalpia de dissolução (por mol) do NH4Cl(s):
[mágua . cágua (T5-T4)] + [Ccal (T5-T4)] + Qr = 0 onde Qr = calor da reação
H = Qr/n
Dado: M(NH4Cl) = 53,49 g.mol-1
12
PARTE III – Determinação do calor envolvido na reação entre NH 4OH e HCl

1 – Anote os valores exatos das concentrações dos reagentes:


C (NH4OH) = _____________________ C (HCl) = ____________________
1 - Adicione ao calorímetro 100,0 mL da solução mais diluída e meça a temperatura do
equilíbrio térmico. T6 = ___________________
2 – Calcule o volume de ácido (ou base) que deve ser adicionado para que a reação ocorra
em proporção estequiométrica. V = __________________
3 - Adicione a seguir a solução no volume calculado no calorímetro, tampe-o rapidamente
e meça a temperatura do equilíbrio térmico após ocorrida a reação de neutralização.
T7 = __________________
4 - Faça os cálculos para determinar a entalpia da reação (por mol) entre NH4OH e HCl.
[msolução . cágua (T7-T6)] + [Ccal (T7-T6)] + Qr = 0 onde Qr = calor da reação
H = Qr/n

A partir dos dados fornecidos na apostila e dos valores calculados use a Lei de Hess
e calcule o fHo do NH4Cl(s). Compare o valor obtido com valores da literatura e calcule o
erro relativo.

REFERÊNCIAS

ATKINS, P. W. – “Physical Chemistry“, Oxford Press, NY, 6th edition, pp 65-70, 1998.
CASTELLAN, C..- “Fundamentos de Físico-química”, (traducão), LTC-Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A, Rio de Janeiro, RJ, 1996.
LIDE, D. R. (editor) - “Handbook of Physical Chemistry”, 78th edition, CRC Press, NY, 1998.
Sec. D 61
SOUZA, Nereu J. Mello de – MARTINS FILHO, H. P. – Experimentos em Físico-Química – Ed.
Universitária Paranaense – 1993.

13
PRÁTICA 07 - TERMODINÂMICA DE CÉLULAS ELETROQUÍMICAS

Em uma pilha eletroquímica, o contato elétrico entre dois metais com potenciais
de oxidação diferentes gera uma diferença de potencial entre os metais imersos em
soluções contendo os seus respectivos cátions. Para fazer uma pilha de chumbo-cobre, por
exemplo, devemos criar uma semicélula para cada metal e ligar uma à outra eletricamente.
A semicélula consiste em uma barra do metal (eletrodo) mergulhada numa solução
contendo os cátions ou o sal do metal. As duas semicélulas entram em contato elétrico
através de uma ponte salina, que permite o fluxo de íons de uma para a outra. A ponte
salina a ser usada é um tubo em U preenchido com ágar-ágar contendo um sal. O diagrama
da célula completa tem, portanto, a aparência mostrada na Figura 1.

Figura 1 – Esquema da célula eletroquímica: Pb(s)|Pb2+(aq)||Cu2+(aq)|Cu(s)

Nesta pilha específica, a reação eletroquímica responsável pelo fluxo de elétrons é


a seguinte: Cu2+(aq) + Pb(s) → Cu(s)+ Pb2+(aq)
Portanto, o eletrodo de chumbo é o eletrodo negativo (anodo) e o eletrodo de cobre
é o positivo (catodo).
A reação pode ser investigada do ponto de vista termodinâmico, avaliando-se a
direção espontânea da reação, o calor envolvido e a variação de entropia que o acompanha.
Pode-se mostrar que a energia de Gibbs da reação relaciona-se com a diferença de potencial
da pilha do seguinte modo: G0 = - neFE0
onde ne é o número de elétrons transferidos de um metal para o outro na reação e F é a
constante de Faraday (96485 C.mol-1). O valor de G padrão da reação pode ser
determinado então através da medida da E0 da pilha, que é a diferença de potencial
medida com soluções de mesma concentração a 25oC.
As variações de outras propriedades termodinâmicas (H e S) podem ser obtidas pela
relação com G. Da termodinâmica fundamental sabemos que: Go = Ho - T So
Se derivarmos toda a equação em relação a temperatura, considerando a pressão
 G 
constante e H independente da temperatura, obtemos:  T  = −S
 p
Assim podemos determinar S se soubermos como varia o G da reação com a
temperatura da pilha. Aproveitando a relação entre G e  da pilha obtemos a equação:
 (nFE)   dE 
S =   = nF  
 T p  dT 
14
Obtemos então S determinando a função que existe entre a  da pilha e a
temperatura. Na prática medimos a diferença de potencial da pilha colocada em um banho
termostatizado em várias temperaturas. Através do gráfico  versus  determina-se o
valor de So. Finalmente o valor do Ho pode ser obtido indiretamente, substituindo-se os
valores já encontrados de Go e So na expressão: Go = Ho - T So.
Obs.: Note que foi feita a suposição que as grandezas termodinâmicas são
constantes no intervalo de temperatura usado, assim: H, G e S são praticamente iguais
a Ho, Go e So.

MATERIAL
Banho termostatizado, 3 tubos de centrífuga, solução de Cu(NO3)2 (0,25 mol.L-1), solução de
Pb(NO3)2 (0,25 mol.L-1), barra de chumbo, barra ou fio grosso de cobre, pontes salinas de
KNO3, um multímetro com precisão de mV, cabos apropriados para medidas de diferença
de potencial e palha de aço.
Alternativamente poderá ser construída e estudada a pilha: Zn|ZnCl2|AgCl|Ag. Aguarde
instruções do professor, nesse caso.

PROCEDIMENTO
1- Esfregue os materiais com palha de aço até que suas superfícies fiquem brilhando. Lave
os metais para retirar a contaminação por ferro e seque-os.
2- Coloque água no banho termostatizado e monte a pilha eletroquímica dentro dele
seguindo o esquema da Figura 1. Coloque 35,0 mL de solução em cada um dos tubos de
centrífuga.
3 - Coloque o termômetro dentro de um terceiro tubo contendo 35,0 mL de água.
4- Inicie o aquecimento medindo a diferença de potencial a intervalos de 5ºC até obter 10
pontos. Anote os dados na tabela I:

 / oC
E /V

8- Faça um gráfico de E (V) versus Temperatura (K), e através desse gráfico determine: o
valor do Eo, o Go, So e o Ho para a reação da pilha.
9 - Compare os valores obtidos com valores da literatura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAULIEU, L. P. J. Chem. Education. A general chemistry thermodynamics experimenty.
v.55, n.1, p.53, 1978.
CASTELLAN, G. N. Físico-química. Vol. 1, LTC Editora, 1984, p. 414
SHOEMAKER, D. P. ; GARLAND, C. W. Experiments in physical chemistry New York: Mc
Graw-Hill, 1962, p.199.
SOUZA, Nereu J. Mello de – MARTINS FILHO, H. P. – Experimentos em Físico-Química – Ed.
Universitária Paranaense – 1993.

15
PRÁTICA 08 - EQUILÍBRIO QUÍMICO E ESPECTROFOTOMETRIA

Esse experimento visa a determinação da constante de equilíbrio de complexação


da reação entre Fe3+ e SCN- através de análise espectrofotométrica. Isso se deve ao fato de
que os íons Fe3+ reagem rapidamente com tiocianato (SCN-) em solução aquosa, produzindo
uma série de complexos solúveis de coloração vermelha. Estes complexos, cuja formação
depende da concentração de tiocianato na mistura de reação, podem ser formulados como
Fe(SCN )n 3− n onde n = 1 a 6. O íon Fe (II) não reage com tiocianato. Primeiramente,
precisamos conhecer um pouco da técnica a ser usada.

1 – Princípios básicos de espectrofotometria no UV-VIS


1.1 – Funcionamento de um espectrofotômetro
Há diversos tipos de espectrofotômetros. Consistem essencialmente num prisma de
difração, que funciona como monocromador e de um sistema elétrico de detecção,
amplificação e medição. Assim, a luz proveniente de uma lâmpada, passa através de um
monocromador que a separa nos vários comprimentos de onda (); apenas um feixe de luz
(de um  específico) atravessa uma pequena fenda e incide na amostra (I0). Esta absorve
uma parte da luz (Ia) e a que não é absorvida é transmitida através da amostra (It) e vai ser
detectada por um detector. O sinal elétrico gerado é amplificado no amplificador e é
enviado para o voltímetro (calibrado em unidades de absorvância) que lê a quantidade de
luz que passou através da amostra. O voltímetro pode ligar-se a um registrador, onde se
pode obter um registro da absorvância da amostra em função do tempo. Antes de medir a
absorvância a cada comprimento de onda acerta-se o zero do aparelho (Abs = 0), com uma
célula contendo água ou o solvente do ensaio em causa.

Figura 1- Esquema de funcionamento de um espectrofotômetro

A absorção de luz por uma substância em solução pode ser utilizada para determinar
a sua concentração, uma vez que, para soluções diluídas, existe uma relação linear entre a
concentração da substância e a quantidade de luz absorvida. Além disso, cada substância
absorve mais fortemente determinados comprimentos de onda. A absorção de luz
característica de cada substância, que representa o seu Espectro de Absorção, pode ser
utilizada para caracterizar e identificar uma ou mais substâncias numa mistura.
16
1.2 - Lei de Lambert-Beer
Quando soluções da mesma natureza, mas de diferentes concentrações, são atravessadas
por um mesmo tipo de radiação (isto é, radiação de igual comprimento de onda), existe
uma relação quantitativa entre a fração da radiação transmitida (transmitância) e a
concentração da solução. Esta relação, conhecida como lei de Lambert-Beer, é dada por:
T = 10 –bc
onde:
T = transmistância
 = absortividade molar ou coeficiente de extinção
b = o caminho óptico (espessura do meio atravessado pela radiação) em cm
c = a concentração em mol por litro.

A absorvância, A, é definida por: A = -log T, ou seja:


A = bc

A última equação mostra que é possível, escolhido um determinado comprimento


de onda, construir uma curva padrão através da medida de absorvância para diferentes
concentrações da solução desde que se trabalhe com uma mesma célula. A partir dessa
curva, pode-se descobrir a concentração de outras soluções através da medida da
absorvância das mesmas. Mas qual deve ser esse comprimento de onda? Para determiná-
lo, umas das maneiras, é utilizar-se de um espectrofotômetro de varredura e obter o
espectro de absorção do composto estudado. A análise deverá ser feita no comprimento de
onda de absorção máxima.
Para que seja possível utilizar a relação entre a absorvância de soluções de
concentração conhecida versus a concentração (curva padrão) para extrapolar para
amostras de concentração desconhecida, é necessário que o valor da absorvância medido
seja inferior a 1,0 (vide Figura 2). Caso isso não aconteça, basta fazer diluição das amostras.

Figura 2- Relação entre a densidade óptica (Absorvância) e a concentração de uma


substância em solução.

17
1.3 – Formação do complexo [FeSCN]2+

Neste experimento, será utilizada uma baixa concentração de SCN- para garantir o
domínio do complexo [Fe(SCN)]2+ (aq) na mistura reacional. Sabe-se que, se a [SCN-] for
igual a 0,10 mol L -1, o complexo principal passa a ser o [Fe(SCN)2]+ (aq). Nesta experiência
as relações [SCN-]/[Fe3+] serão tais que admitiremos que a reação preponderante seja a de
formação do [Fe(SCN)]2+, de acordo com a equação:
Fe3+ + SCN- → [FeSCN]2+ ou melhor:
[Fe(H2O)6]3+ (aq) + SCN- (aq) → [FeSCN(H2O)5]2+ (aq) + H2O(l)

O complexo formado [FeSCN(H2O)5]2+ é facilmente identificado pela cor "vermelho


sangue" em solução.
Ácidos fortes (HCl ou HNO3) devem estar presentes para reprimir a reação de
hidrólise: Fe3+ (aq) + 3H2O(l) → Fe(OH)3(s) + 3H+ (aq). O ácido sulfúrico não deve ser usado
porque os íons sulfato tendem a formar complexos com os íons Fe(III).
A Figura 3 mostra o espetro de absorção desse complexo, onde podemos ver que a
absorção máxima é a 440 nm sendo portanto esse o comprimento de onda que será usado
na presente prática. Assim, vamos utilizar a lei de Lambert-Beer para calcular a
concentração de tiocianato férrico em diversas soluções aquosas e, a partir dos dados
obtidos, calcular a constante de equilíbrio químico.

0,9

0,8

0,7

0,6
Absorvância

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0
400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 600
 / nm

Figura 3 – Espectro de absorção do [FeSCN(H2O)5]2+ em meio ácido aquoso.

Esse valor de comprimento de onda é o esperado, pois, se o composto é laranja, significa


que ele absorve o azul conforme pode ser visto a seguir:
Cores complementares Espectro Eletromagnético
amarelo

laranja verde

vermelho azul

violeta

18
MATERIAL
Espectrofotômetro de UV-VIS, tubos de ensaio, cubetas, solução A = sulfato férrico
amoniacal (NH4Fe(SO4)2) a 0,001 molL-1 preparada em HNO3 0,01 mol L-1; solução B =
tiocianato de potássio 0,001 mol L-1 , solução C = NH4Fe(SO4)2 a 0,1 mol L-1 preparada em
HNO3 0,05 mol L-1.

PROCEDIMENTO:

I – Aquisição da curva padrão (Lei de Lambert-Beer)

1- Prepare as soluções em tubo de ensaio conforme indicado na tabela I. Não se


preocupe em homogeneizar as soluções nesse momento.
2- Configure o espectrofotômetro para fazer a leitura em 440 nm. Use como branco a
solução C.
3- Proceda à leitura da absorvância das soluções preparadas. Para isso, transfira a
solução mais diluída para um béquer para garantir a homogeneização da mesma.
Ambiente a cubeta com esta solução, meça a absorvância e anote o valor.
4- Proceda da mesma maneira para as demais soluções.
5- Encontre a equação da reta referente à curva de calibração e calcule o valor do
coeficiente de absortividade molar.

Tabela I – Medidas de absorvância de soluções de complexo de concentrações conhecidas


Tubo Volume de Volume de Volume de [Fe(SCN)]2+ Absorvância
solução C (mL) solução B (mL) H2O (mL) (mol.L-1)(*) a 440 nm
1 5,0 5,0 4,0
2 5,0 4,0 5,0
3 5,0 3,0 6,0
4 5,0 2,0 7,0
5 5,0 1,0 8,0
(*) Para o cálculo dessas concentrações, lembre-se que o equilíbrio foi deslocado para a
direita (Fe3+ + SCN- ⎯
⎯→ [FeSCN]2+) devido à presença de Fe3+ em excesso e que portanto:
[[Fe(SCN)]2+]] ≈[KCNS]

II - Determinação das concentrações no equilíbrio

1- Prepare as soluções em tubo de ensaio conforme indicado na tabela II. Não se


preocupe em homogeneizar as soluções nesse momento.
2- Com o espectrofotômetro configurado para fazer a leitura em 440 nm, use como
branco a solução A.
3- Meça e anote o valor das respectivas absorvâncias conforme feito no item anterior.

19
Tabela II – Medida da absorvância de soluções de complexo de concentrações
desconhecidas

Tubo Volume de Volume de Volume de Absorvância


solução A (mL) solução B (mL) H2O (mL) a 440 nm
6 7,0 7,0 0,0
7 7,0 6,0 1,0
8 6,0 7,0 1,0
9 6,0 6,0 2,0
10 5,5 5,5 3,0

4- Para completar a Tabela III você precisará de lembrar-se do tratamento matemático


para o cálculo do equilíbrio químico:
Fe3+ + SCN- [FeSCN]2+
Início [Fe3+]in [SCN-]in --------
3+ _ - _
Equilíbrio [Fe ]in ** [SCN ]in ** **

5- Após completar a Tabela III discuta sobre o valor da constante de equilíbrio


encontrada (média dos valores obtidos em cada linha).

Tabela III – Concentrações (mol.L-1) dos íons envolvidos na reação e absorvância do


produto formado.
Tubo [Fe(SCN)]2+ [Fe3+]in [Fe3+]eq [SCN-]in [SCN-]eq Keq
-1
(mol.L )(**) (adimensional!)

6
7
8
9
10
(**) Nessa tabela, o valor da [[Fe(SCN)]2+] será determinada pela curva de calibração, ou
seja: c = A/εb
Legenda: [ ]in = concentração inicial; [ ] eq = concentração no equilíbrio

BIBLIOGRAFIA:

Experimentos de Química Geral– Alda Maria Pawlosky et al – 2a edição – UFPR.


L. G. Sillen e A. E. Mortell, Stability Constants of Metal-Ion Complexes, The Chemical Society,
publicação especial nº 17, pág. 119, 1964.
www.uac.pt/~barreto/medicina/AULA%2007%20ESPECT%20HEMOG%20INTROD.pdf
www.uco.es/organiza/departamentos/bioquimica-biol-mol/pdfs/08_ESPECTROFOTOMETRÍA.pdf

20
PRÁTICA 09 - TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA

A titulação ácido base tradicional consiste na adição do titulante na solução do


analito até a reação se completar; isso é chamado de "ponto final" da titulação. O ponto
final é determinável normalmente quando um composto químico chamado de indicador
(que é adicionado ao analito no começo da titulação) muda de cor. O operador então faz
uma série de cálculos para determinar a quantidade de analito na solução.
Titulações potenciométricas funcionam pelo mesmo princípio, exceto que um
eletrodo é inserido na solução do analito e não é necessário o uso de um indicador. Além
disso, a titulação prossegue além do ponto de equivalência (PE). No presente experimento,
será utilizado um eletrodo de vidro combinado, que permite a determinação do pH da
solução conforme o titulante é adicionado. Os químicos normalmente determinam o ponto
final depois, construindo um gráfico do pH pelo volume de titulante. Embora as titulações
potenciométricas exijam equipamentos especializados, esse método tem vantagens sobre
o método tradicional, como por exemplo, maior precisão na detecção do ponto final e a
possibilidade de usar analitos em soluções coloridas.
A potenciometria consiste em medir a diferença de potencial (ddp) entre dois
eletrodos, que com base na equação de Nersnt, é função da concentração das espécies em
solução. Isto é, quando um metal M é imerso numa solução que contém os seus próprios
íons Mn+, instala-se um potencial de eletrodo, cujo valor é dado pela equação de Nersnt:

E = Eo - (RT/neF)ln[Mn+].

onde Eo é o potencial de eletrodo padrão.


O potencial de um eletrodo pode ser medido pela combinação de um eletrodo com
outro de potencial constante e conhecido (eletrodo de referência). Desta forma, usando
uma célula eletroquímica apropriada, na qual um dos eletrodos tem seu potencial em
função da concentração de H + em solução, podemos determinar o pH (pH = -log aH+ 
- log [H+]) medindo-se a ddp desta célula eletroquímica.
O eletrodo normalmente empregado para medir o pH é o eletrodo de membrana de
vidro. Verificou-se que uma membrana de vidro, que separa duas soluções de pH diferentes,
desenvolve uma diferença de potencial entre as suas superfícies e essa diferença de
potencial varia com o pH de uma das soluções. Assim, uma membrana dessas é incorporada
na extremidade de um sistema denominado eletrodo de vidro, que hoje é utilizado
universalmente como um dos eletrodos de um medidor de pH. O outro eletrodo (o de
referência) de potencial constante, muitas vezes, é o de prata-cloreto de prata. O diagrama
da célula completa é:

Pt(s)Ag(s)AgCl(s)HCl(aq, 1mol.L-1)vidrosolução, pH = ?AgCl(s)Ag(s)Pt(s).

A relação que há entre a ddp (E) da célula e o pH é:

21
E
pH = − (constante)
(2,303RT / F)

O medidor de pH é um conjunto de dois eletrodos (o de vidro e o de prata-cloreto


de prata) conectados em um voltímetro eletrônico de alta impedância, porque assim não
“puxa” nenhuma corrente da célula. A escala do medidor é graduada, diretamente, em
unidade de pH.
Não é possível fabricar um eletrodo de vidro com um Eo predeterminado; assim,
antes de usar o medidor de pH e o conjunto de eletrodos, deve-se calibrar o sistema, isto é,
ajustá-lo de modo que as leituras sejam corretas. Isto é feito imergindo os eletrodos numa
solução tampão de pH conhecido e, então, ajustando o medidor (girando o botão
adequado) ao valor do pH da solução tampão. Assim, o dispositivo indicará corretamente o
pH de qualquer solução na qual sejam, subsequentemente mergulhados os eletrodos
No presente experimento, você será capaz de construir as curvas de titulação de um
ácido forte por uma base forte e de um ácido fraco por uma base forte. A partir dessas
curvas, você poderá determinar a concentração dos ácidos e o pKa do ácido fraco.
A Figura 1 apresenta o formato das curvas que você irá obter:

Figura 1 – Titulação potenciométrica de : (a) HCl 0,1 mol.L-1 com NaOH 0,1 mol.L-1 e (b)
HAc 0,1 mol.L-1 com NaOH 0,1 mol.L-1

Para o ácido forte, os cálculos são bem simples, uma vez que basta lembrar que antes do
PE (ponto de equivalência) há excesso de ácido, no PE há neutralização total e após o PE há
excesso de base.
Para o ácido fraco HAc devemos levar em conta a constante de ionização Ka:
a + .a −
K a = H Ac
aHAc
Tomando-se o logaritmo (na base 10) em ambos os lados e utilizando-se as definições de
pH e pka, obtem-se:
a 

pH = pK a + log  Ac 
 aHAc 
A expressão acima leva o nome de equação de Henderson-Hasselbalch,
frequentemente utilizada na preparação de soluções tampões. Uma solução tampão é
formada por uma mistura de um ácido fraco (ou base fraca) e seu sal em quantidades
apropriadas, cujo pH pouco se altera por adições de ácido ou base. A zona tampão ou de
tamponamento da titulação entre um ácido fraco e uma base forte está destacada na Figura

22
1b. Nesta região, pode-se notar que adições significativas de base forte produzem variações
relativamente pequenas no pH da solução.
Para soluções diluídas, podemos fazer a aproximação que as atividades das espécies
podem ser substituídas por suas concentrações. No ponto de semi-equivalência, a solução
encontra-se semi-titulada e a concentração do ácido é igual à do sal formado ([HAc] = [Ac- ])
então, o pH torna-se igual ao pKa (pH = pKa). Para determinar graficamente esse ponto,
basta procurar no gráfico o pH correspondente à metade do volume gasto para atingir o
ponto de equivalência (Figura 1b).

MATERIAL
Solução de HCl 0,1 mol.L-1, solução de CH3COOH 0,1 mol.L-1, solução padronizada de
NaOH 0,2 mol.L-1, pipeta volumétrica de 25,00 mL, bureta de 25,00 mL, béquer de 50 mL,
pHmetro, soluções padrão para calibração do pHmetro, barra magnética e agitador.

PARTE II – Titulação potenciométrica


1. Calibre o pHmetro caso o mesmo não esteja calibrado.
2. Coloque a barra magnética num béquer de 50 mL e transfira 25,00 mL de HCl.
3. Preencha a bureta com a solução preparada de NaOH.
4. Monte o arranjo experimental conforme mostrado na Figura 2.
5. Adicione pequenos volumes da solução de NaOH (de 0,5 a 1,0 mL), e simultaneamente
faça a leitura dos pHs, até que os mesmos permaneçam constantes. Anote os dados na
Tabela I a seguir

Figura 2 – Arranjo experimental usado na titulação potenciométrica

Tabela I – Valores de pH durante a titulação potenciométrica de HCl por NaOH


VNaOH / mL 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pH

VNaOH / mL 9,0 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5
pH

VNaOH / mL 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0
pH

23
6. Descarte a solução do béquer, lave-o e seque-o e repita os passos de 1 a 5 utilizando a
solução de ácido acético ao invés da solução de ácido clorídrico. Anote os dados na
Tabela II a seguir:

Tabela II – Valores de pH durante a titulação potenciométrica de HAc por NaOH


VNaOH / mL 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
pH

VNaOH / mL 9,0 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5
pH

VNaOH / mL 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 20,0
pH

7. Faça um gráfico semelhante ao da Figura 1 e determine graficamente o pK a do ácido


acético.
8. Responda:
a) Qual a concentração do HCl utilizado? Apresente os cálculos.
b) Qual a concentração do HAc utilizado? Apresente os cálculos.
c) Calcule o valor de pH e compare com o valor medido para os seguintes casos abaixo.
Apresente os cálculos tanto para o HCl quanto para o HAc.
c.1) adição de 6,0 mL de NaOH
c.2) adição de volume de NaOH igual ao volume do PE
c.3) adição de 18,0 mL de NaOH
d) como você preparia um tampão cujo pH fosse de 4,7 a partir de uma mistura de
NaOH 0,1 mol.L-1 e 25,00 mL de solução de ácido acético a 0,100 mol.L-1? Para fazer
esse cálculo, use o valor do Ka(HAc) igual a 4,76.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA, Nereu J. Mello de – MARTINS FILHO, H. P. – Experimentos em Físico-Química – Ed.


Universitária Paranaense – 1993.
SOUZA, Nereu J. Mello de. Biofísica II. 2 ed. Curitiba: Ed. Beija - Flor, 1984. p. 56.
SEGEL, I. H. Biochemical calculations. New York: John Wiley & Sons , 1976. p. 12 - 69

24
PRÁTICA 10 - CÉLULAS ELETROQUÍMICAS GALVÂNICAS E DE CONCENTRAÇÃO

Uma célula galvânica (pilha) é uma célula eletroquímica que produz eletricidade
como resultado da reação que nela se passa, ou seja, transforma energia química em
energia elétrica espontaneamente.
Em 1836, o químico inglês John Frederic Daniell montou uma pilha constituída por duas
semicélulas eletroquímicas. A primeira era formada por uma placa de zinco mergulhada em
uma solução de sulfato de zinco (ZnSO4) em um béquer, e a outra era formada por uma
placa de cobre mergulhada em uma solução de sulfato de cobre II (CuSO4) em outro béquer.
Essas duas placas eram interligadas por um fio de cobre condutor. Além disso, as duas
soluções estavam conectadas por um tubo que continha uma solução eletrolítica, isto é,
uma ponte salina. A Figura a seguir mostra um esquema do funcionamento da pilha de
Daniell.

Figura 1 – Esquema de funcionamento da pilha de Daniell

Numa pilha de concentração o potencial padrão da pilha é nulo, pois a pilha não
pode gerar corrente através de um circuito externo quando os dois compartimentos
eletródicos forem idênticos.
A equação de Nernst, foi desenvolvida pelo químico e físico alemão Walter Nernst,
e permite calcular a diferença de potencial de uma pilha operando foram das condições
padrão (T = 298,15K, p = 1 bar, atividade = 1). Tal equação pode ser escrita como:

E = Eo −
RT
log
 a produtos
neF  a reagentes
onde F = 96485 C.mol-1 e ne = número de elétrons envolvido na semirreação
balanceada
Para pilhas de concentração, a equação se torna:

E = −
RT
log
a sol.diluída
nF a sol.concentrada
Neste experimento, serão medidas as diferenças de potencial para algumas pilhas
eletroquímicas (galvânica e de concentração) e comparadas com o valor teórico.
25
MATERIAL NECESSÁRIO
- 6 béqueres de 50 mL (para as semi- - solução de sulfato de zinco;
células) ; - solução de nitrato de chumbo;
- 01 béquer de 100 mL ; - eletrodo de cobre, prata, chumbo e
- 6 tubos em U para as pontes salinas ; zinco;
- 3 pipetas graduadas de 10 mL ; - ágar-ágar contendo KNO3;
- 3 balões volumétricos de 25 mL ; - multímetro;
- solução de nitrato de prata; - lixa 600, ou palha de aço;
- solução de sulfato de cobre;

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) CÉLULAS GALVÂNICAS
1) Limpar a superfície dos eletrodos com palha de aço e lavá-los com água destilada;
2) Montar as pilhas galvânicas abaixo relacionadas e medir a diferença de potencial que
aparece entre os eletrodos:
a) Zn | Zn2+ (0,1 mol.L-1) || Cu2+ (0,01 mol.L-1L)| Cu
b) Zn | Zn2+ (0,1 mol.L-1) || Ag+ (0,001 mol.L-1L) | Ag
c) Pb | Pb2+ (0,01 mol.L-1) || Cu2+ (0,1 mol.L-1)| Cu

b) CÉLULAS DE CONCENTRAÇÃO
1 - Limpar a superfície dos eletrodos com palha de aço e lavá-los com água destilada;
2 - Preparar, por diluição sucessiva, a partir de uma solução 0,1 mol.L-1, 50 mL de soluções
de AgNO3 0,01; 0,001; 0,0001 mol.L-1;
3 - Montar as células de concentração com as respectivas soluções e pontes salina. Em cada
um dos casos, deverá ser usada como solução de referência a de 0,1 mol.L-1, e na outra
semi-célula ir variando as concentrações (iniciar as medidas pela solução mais diluída e
terminar com a solução a 0,1 mol/L);
4 - Medir a diferença de potencial que aparece entre os eletrodos das células de
concentração.

RESULTADOS
1. Fazer a representação esquemática de todas as pilhas montadas no experimento,
colocando ânodos, cátodos, polo, fluxo de elétrons, etc. Escrever as semi-reações e
reações globais correspondentes para cada uma delas.
2. Calcular a diferença de potencial para as pilhas utilizando a equação de Nernst e
comparar com o valor medido. Fazer a aproximação de que a atividade é igual a
concentração.

BIBLIOGRAFIA
Referências gerais sobre Eletroquímica.

26

Vous aimerez peut-être aussi