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26/11/2018 ÒKÚTA – A PEDRA E SUAS APLICAÇÕES DENTRO DO SAGRADO ~ ODÙDÚWÀ ÀRÈMÙ

INÍCIO SOBRE FÓRUM GALERIA CONTATO 

ODÙDÚWÀ ÀRÈMÙ
Religião dos Iorubás da África ao Novo Mundo, aos cultuadores de ontem, hoje e do amanhã.

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ÒKÚTA – A PEDRA E SUAS APLICAÇÕES DENTRO DO SAGRADO


  Baba Guido Olo Ajaguna      14:54      No comments   

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Oyígíyìgí Òta omi o


Oyígíyìgí Òta aiku

“Pedra muito dura que não é afetada por um uxo de água”


“Pedra sumamente imóvel que nunca morrerá”

O tema escolhido é palpitante haja vista sua indispensável aplicabilidade na


ritualística, de vez que podemos veri car desde as mais antigas civilizações já se
faziam menções sobre as pedras, que ao longo do tempo foram utilizadas das
mais diversas formas para expor o pensamento humano, seja ele religioso como
losó co. A história da humanidade desde seu inicio tem um vínculo forte com as
pedras. A pedra tem sido há milênios um sinal, um marco. Em diversas culturas, as
pedras foram usadas em rituais e celebrações, onde sobre a pedra eram oferecidos
os sacrifícios propiciatórios aos deuses, tornando-se objetos de reverência e culto
como representação divina, que por sua solidez e durabilidade servia para sugerir o
poder e a estabilidade de uma divindade. O culto utilizando pedras tem sido
rastreado em quase todas as regiões do mundo e entre quase todos os povos.

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O objetivo principal desse new post é apresentar a simbologia das pedras dentro
da Cultura e Tradição dos Iorubas, mas farei uma breve e importante citação sobre
a Cultura Islâmica, onde no mundo árabe mais precisamente em Meca, a conhecida
cidade de peregrinação islâmica, encontra-se a pedra mais notável do mundo.
A Pedra Preta, que está preservada na Kaaba ou “casa cúbica” que ca no átrio da
Mesquita Sagrada. Acredita-se que seja um aerólito ou pedra meteórica. Esta pedra
preta tem sete polegadas de comprimento aproximadamente, e formato oval.
Segundo a tradição local, ela foi quebrada durante o assédio de Meca em 683 D.C.
Restaurada e encerrada numa cinta de prata, encontra-se embutida na parede do
ângulo nordeste da Kaaba a uma altura que permite que os devotos a beijem em
um verdadeiro ato de adoração. Este é apenas um exemplo da correlação homem e
pedra, presente na cultura religiosa que é a mais antiga manifestação circundada
na vida humana.

Òkúta  vocábulo de origem ioruba designa de forma genérica qualquer tipo de


pedra, mais especi camente,  uma pedra símbolo, denominado por elisão de Òta,
objeto inanimado, porém dentro da espiritualidade, totalmente vivo, possui um
baixo nível de consciência. Consagrada e sacramentada ritualisticamente,
transformará a pedra num importante objeto de culto. Estado de completude
espiritual ou de mística união com a divindade e o habitat de uma energia
sobrenatural, denominada de Àṣẹ, caracterizando dessa forma o núcleo central dos
assentamentos de diversas  Divindades do Panteão Iorubá,  cultuadas no Novo
Mundo.

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Os descendentes da Tradição Iorubá, atribuem ao Òkúta um valor imensurável. A



pedra representa longa vida por que não morre, mas também representam as lutas
travadas durante a vida. As pedras sempre representam coisas boas, assim como
não dispõem de símbolos para os cinco tipos de infortúnio.  As representações
simbólicas dessa pedra mítica estão intimamente ligadas com a vida de um
iniciado, que desde os ritos da iniciação, o neó to tem seu primeiro contato com a
mesma, onde o próprio, não percebe a riqueza existente nesse ato ritualístico. Uma
pedra silenciosa que tudo expressa e emana, na vida do iniciado. O Òkúta é o ponto
de partida para a grande transformação a ser feita na vida espiritual do recém
iniciado, que a principio, em seu atual estado de desenvolvimento espiritual, deve
converter-se em forma de perfeição interior.

Contudo o pormenor a que se deve dar atenção é o que de ne a Pedra como não
sendo pedra, mas sim um processo espiritual de iniciação. A Pedra que participa
de todos os regimes encontra-se em todo o lado, sendo e não sendo pedra; é
comum e preciosa; escondida e, contudo conhecida de todos; com um só nome e
com muitos nomes; esta pedra, por isso, não é uma simples pedra, porque é muito
mais preciosa, sem ela a natureza não faz nenhuma obra. A Pedra, nas suas várias
descrições e processos é a vida espiritual do iniciado, com o nascimento, o
crescimento, a degradação e morte que lhe são próprias.

Abẹ́òkúta, capital do Estado de Ogun, na Nigéria. Localizado no sudoeste do país.


Fundada em 1830 como baluartes contra a invasão dos antigos daomeanos vindos
do território da atual Republica do Benim, que durante algum tempo foi a maior

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cidade da África Ocidental, onde literalmente signi ca “Refugio entre as rochas” ou



“Cidade sob as pedras”.

Um mito relacionado ao Odù Ọ̀yẹ́kú-Méjì revela que os Òkúta imigraram da “Divina


esfera” para a Terra, durante as primeiras chuvas, que duraram um longo período
de tempo, ainda na criação de nosso mundo. Em forma de energia mítica, ao
tocarem o solo se solidi caram, transformando-se em pedras e rochas. Antigos
sacerdotes e grandes estudiosos, a rmar que essa energia mítica era emanada
pelas próprias divindades, por essa a razão os diversos formatos e cores
dos  Òkúta. Assim como o  Odù  Òṣé-Òdí  nos revela que  Olódúmarè  enviou três
chuvas sobre a Terra, sendo que a primeira, estava repleta de pedras.

Os ritos de consagração  Òkúta, impulsionam o  “espírito embrionário da


pedra”, denominado de Ewa Inle Kolepo, conforme nos revela o Odù Ìrẹtẹ̀ Ògúndá, e
nalmente, o  espírito da pedra  absorve e armazena a energia mítica de cada
divindade. Dessa forma o sagrado emanado para a “pedra núcleo” traz uma idéia de
centralização e equilíbrio dando estabilidade e permanência ao  Àṣẹ  –  A Energia
Mítica. A descrição de tais ritos não cabe nesse trabalho, pois estaríamos violando
o sagrado. Posso apenas a rmar que antes e depois dos ritos de sacrifícios,
os Òkúta recebem tratamentos especiais.

As pedras dentro da religiosidade têm um valor sem par, elas são erigidas para
representarem os  Òrìṣà, e assim sendo, cada  Òkúta  possui suas características
próprias e sua ligação direta com cada uma das divindades, de acordo com a cor, o

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formato, a composição e a origem das pedras, que remetem a essas simbologias,



uma forma de expressão.

Os  seixos  de coloração amarelada, caramelo, âmbar e gema são destinados


à Ọ̀ṣun; os seixos avermelhados, acobreados e marrons terra à    Ọya; os seixos
azulados, esverdeados e translúcidos à Yemọja; os seixos brancos e leitosos aos
ÒrìṣàFunfun;os seixos de tonalidades escuras e negras, também são
representações de divindades especi cas, como no caso de Odùdúwà entre outros.

Aquelas que possuem forma alongada são utilizadas para as divindades


masculinas, com exceção da família de Òrìṣanlá, que assim como as divindades
femininas, ostentam em seus assentamentos as de formato arredondado e ovais.
As pedras em formatos de “machadinhas”  pertencem a toda Família de Ṣàngó.
Existem divindades em especial que comportam “pedras machos e fêmeas” em
seus assentamentos.

Sua composição implica diretamente em seu emprego junto aos assentamentos


dos Òrìṣa, seja como objeto principal ou complementar, tais como: pedra de imã,
pedra de ferro, pedra de carvão mineral, pedras de raio, pedras de laterita, pedra de
arrecife, pedra vulcânica, pedra bruta e polida, pedra preciosa e semipreciosa,
assim como gemas e cristais. No Odù Ọ̀kànràn-Méjì, nascem as pedras porosas;
em Òtúrá-Òfun  as pedras de raio; em Ogbè-Òtúrá  as pedras vulcânicas; em Ọ̀sá-
Ọ̀bàrà   as pedras vulcânicas imergem a superfície da terra e no Odù  Ògúndá-
Méjì as pedras de ferro.

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“A Pedra Símbolo, algo que contém e é contido, simultaneamente, algo que tendo

muitos ou todos os nomes,
não tem nenhum, tornando-se matéria espiritual, transcendente, por si mesmo”

As origens dos Òkúta estão fortemente relacionadas com os  habitat  dominantes


de cada uma das entidades sobrenaturais. Podem ser originários de mares, rios,
lagos, cachoeiras, matas, montanhas, estradas e caminhos. Aqueles de
procedência marinha podem ter vários tipos de formatos e ressaltos, a água do
mar provoca a erosão que se encube de formar pedras especiais. Embora sejam
recortados, furados, não perdem sua essência e mantém seu peso e valor.

De todos os lugares citados, de acordo com o Odù Ọ̀yẹ́kú-Ìká, os primordiais são


os seixos de rios, ditos por alguns religiosos de “legítimos”, onde sua ritualística de
consagração inicia-se, durante a  Cerimônia de Puri cação nas Águas, de onde o
neó to traz consigo a “Pedra de seu Santo”.  

Somente em nível de informação, denominamos seixo todo fragmento de mineral


ou de rocha, menor do que bloco ou calhau e maior do que grânulo, e que na Escala
de Wentworth, de amplo uso em geologia, corresponde a diâmetro maior do que
4mm e menor do que 64mm.

Não podemos com isso, tratar com menos valor ou desdém as demais pedras. As
pedras brutas, a matéria-prima, em seu estado natural, informe, cheia de saliências
e reentrâncias, tirada da natureza tal e qual ali é encontrada, sem nenhum
bene ciamento por parte do homem, representam as imperfeições; enquanto que

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as pedras polidas precisam ser trabalhadas e lapidadas para o seu



embelezamento, representaria a natureza melhorada e aperfeiçoada.

Todavia a Mãe Natureza nos apresenta pedras, que mesmo em seu estado original
são de uma beleza sem precedentes. Podemos citar, por exemplo, o caso da Pirita,
mineral metálico, de coloração amarelo-ouro, de grande dureza, que apresenta um
hábito cúbico ou forma externa cúbica, no seu estado primário. Esse tipo de pedra,
poderia perfeitamente simbolizar, que mesmo no mundo profano, existem pessoas
polidas, lapidadas a tal ponto que o embelezamento de seu  Eu Interior  é algo
natural e espontâneo.

Numa analise losó ca, poderíamos salientar que a pedra polida é o ponto de
partida para a grande transformação a ser feita no espírito do iniciado; os defeitos,
as falhas, as arestas de nossos neó tos deverão ser polidos e extraídos com a
sabedoria e a humildade. A transformação simbólica de pedra bruta em pedra
polida só encontra seu signi cado real, no momento em que cada ser, sendo pedra
bruta, conheça sua natureza, descubra de que matéria mítica é feito, sua
composição e a resistência que possui.

Outra analise que merece destaque são os cristais utilizados nos assentamentos
dos Òrìṣà, por exemplo, poderia ser simbolizada em nossa cultura, a conduta que
deve ter o iniciado nos mistérios do culto, perante seus semelhantes, por
apresentar forma cristalina e transparente; manter um comportamento íntegro
repleto de ações transparentes, claras e objetivas.

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Outro fator relevante é a quantidade de Òkúta que integram os assentamentos das
diversas divindades, que podem ser em números impares ou pares. Enquanto o
assentamento de Ọ̀rúnmìlà possui apenas um Òkúta, conforme nos revela o Odù
Ìrẹtẹ̀  Méjì, a Representação Coletiva  de uma divindade, comporta um numero
ilimitado de pedras consagradas. O  Odù Ìrẹtẹ̀-Ọ̀sá  revela o porquê dos
assentamentos de Ṣàngó ostentarem 6 pedras no interior de sua gamela, e outros
do lado de fora; assim como o Odù Òfún-Ogbè determina que Ọbatalá carregue em
seu assentamento 8 pedras  . O mesmo ocorre com inúmeras divindades, onde
os 256 Signos de Ifá existentes revelam os tipos e quantidades dos Òkúta.

Importante ressaltar que uma pedra destinada como parte integrante do


assentamento de uma divindade,  não pode de maneira alguma, de acordo com
antigas tradições, escolhida ou recolhida aleatoriamente e na ausência de
determinados preceitos. Em uma comparação lógica, seria o mesmo que colher
folhas sem nenhum tipo de ritual, ou seja:

“vem a pedra, mas não a essência,


que se desprende desse sagrado objeto,
no ato de retirá-lo de seu local de origem”

Identi car um  Òkúta  que tenha serventia de outro que nada tenha, é ainda, um
privilégio de poucos religiosos. Antigamente era de praxe que a identi cação de
uma pedra a ser sacralizada para o Òrìṣà, não se baseava simplesmente no “olho
clinico” dos velhos e sim a uma consulta minuciosa junto ao Obí – noz de cola. Na

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árdua escolha de uma pedra a ser consagrada,  não poderá haver enganos ou

duvidas que possam surgir, pois uma vez, que a pedra for sacramentada, a mesma
passará a ser a representação viva de um Òrìṣà e será o seu elo de ligação entre os
dois planos de existência Ọ̀rún – Àiyé.

Ainda acrescento, “Pedra é pedra” e trata-se de um termo extremamente genérico


do reino mineral, entretanto, nem todas as pedras podem ser consagradas e
sacramentadas, pois algumas perderam por completo sua verdadeira essência,
estão desprovidas do espírito vital da pedra ou em outras palavras “estão mortas”.

Sabemos que na atualidade, muitos adquirem seixos de rio em casas de artigos


religiosos e casas de jardinagens, enquanto outros, quando oportunamente, os
recolhem e armazenam em recipientes cobertos com água de rio. A causa deste
comportamento se dá ao fato de um drástico processo chamado de poluição e
contaminação dos rios e, sobretudo a conhecida e lucrativa indústria da Natural
Stones, que recolhem centenas e centenas de pedras dos poucos “rios vivos” que
ainda nos restam.

Numa colocação muito particular, devo mencionar que um seixo de rio, adquirido
comercialmente, tem por direito e dever, seguir a seguinte trajetória:

Comércio U+2192.svg  Terreiro U+2192.svg Rio U+2192.svg Terreiro

Em minha opinião mui particular, não vejo problema algum, recolher e armazenar
pedras a serem sacralizadas, nos espaços externos dos terreiros, desde que foi
“pago” algum tributo ao rio e ter o devido conhecimento de como manter a pedra

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“viva”. Esse recipiente, com água de rio, em hipótese alguma poderá secar e de

tempos em tempos, se adiciona um preparado com diversas substâncias
trituradas. Os cuidados para com as pedras existentes nos espaços externos são
de extrema importância. Aprendi com os meus mais velhos, que uma vez que a
pedra tenha sido retirada de seu habitat natural, poderá reclamar dos seus direitos
ritualísticos, e como dizem os antigos:

“existe uma pedra em sua casa que senti fome e sede”

Durante minha jornada religiosa, tive a oportunidade de identi car através do Odù
Ògúndá Méjì, consulentes sensíveis a natureza, que em passeios, trilhas e
expedições através de rios e orestas, percebem que há algo diferente ao redor de
uma pedra, que lhe despertam a atenção, onde simplesmente a carregam para
suas casas. Se tal pessoa tiver uma cultura anímica ou se for simpática a tais
in uências, transformará a pedra num objeto de culto ou habitat de um espírito
amigável ou simplesmente a transformará numa peça decorativa. Essa pedra pode
emanar uma energia negativa para o local e pessoas que ali residem. No momento
da consulta será revelado se o consulente deverá devolver a pedra ao seu local de
origem ou consagrá-la. O mesmo ocorre com pedras de belos formatos que
escoram as portas de entrada das casas (Ọ̀kànràn-Ọ̀wọ́nrín), assim como as
pedras de raio (Ogbè-Òdí) um costume típico do nordeste brasileiro.

As pedras existentes na natureza, não são apenas de uso exclusivo dos


assentamentos de nossas divindades e sim ingredientes de uma in nidade
de ẹbọ – oferenda para vários ns, das quais sua presença é indispensável para o

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efeito desejado daquilo que se pretende almejar. Um dos fatores de seu emprego

em “trabalhos” se dá ao fato de sua dureza, visto que as pedras representam o
símbolo dos poderes eternos e divinos.

Considero o Reino Mineral uma parte do Corpo da Natureza, e seria impossível falar
de magia natural  sem mencionar o uso das pedras. Simbolicamente, o reino
mineral compõe-se de ferramentas fundamentais para todos aqueles que desejam
trabalhar nas regiões mais profundas da realidade.

Inserido no CORPO LITERÁRIO E DOUTRINÁRIO DE IFÁ podemos perfeitamente


identi car o termo  Òkúta ou Òta  inserido  em vários  ìtán  que fazem alusão ao
personagem mítico do mito, utilizada para vários ns seja como arma ou uma
ferramenta qualquer, que facilitara a vida do mítico personagem.

Um determinado ìtán inserido no Odù  Ọ̀wọ́nrín-Ọ̀kànràn inicia seus versos com


uma onomatopéia “Pó kon pó kon pó kon” que reproduz o som natural do “rolar dos
seixos, forçados pela forte correnteza do rio”.

Em Ìrẹtẹ̀ Méjì, revela que uma personagem mítica, com o nome de Yeye Olọmọ


Mẹ́fà, perdeu-se de seus seis lhos, entre eles estavam um de nome Òkúta. Depois
de uma fracassada busca, ela decide consultar  Ifá, lhe é revelado que todos os
seus lhos estavam a mercê de  Ikú  –  A  Morte. Após realizar as oferendas
prescritas por Ifá, a mãe encontra seus lhos, e Ikú promete-lhe que nunca mais
iria molestar seus lhos, então numa canção do mito, encontramos a frase Òkúta

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ma kú que tem o signi cado de “pedra não morre” dando a conotação de que a

pedra simboliza a “imortalidade”.

 Ọ̀sá-Ògúndá, revela de como os Òkúta foram levados dos rios para os oceanos.

Ọ̀sá-Òtùrúpọ̀n,                     o segredo de Olóòkun para as Ọlọ́ọ̀sà e Ọlọ́ọ̀nà que


devem carregar em seus atributos pedras do mar e um Òkúta que cou imerso no
fundo do poço por três dias.

Ogbè-  Ọ̀bàrà, faz menção de que  Ṣàngó  utilizou de 200 pedras para vencer a
conspiração de seus inimigos.  

Ìká-Òfún, as habilidades de preparar um  Òkúta  para vencer a guerra travada


contra Ọya e Ikú.

Òtúrá-Méjì, um mito relata que  Òtúméjì  possuía uma pedra trazida de Ilé Ifẹ  e
assim que ele a colocou no chão, ela se multiplicou em 200 pedras Quando os
guardiões viram o milagre, uma multidão se reuniram ao redor de Òtúméjì.

Ìrẹtẹ̀-Ìwòri, um mito revela que devemos ser igual a três cabaças: Igba òta - com
pedra, Igba Omi - com água e Igba Àgbàdo - com milho,  de onde podemos
interpretar: “imortal como a pedra, necessário como a água e afortunado como o
milho”.

Analiso as pedras no seu aspecto de “dureza” como símbolos da fortaleza e da


fundação sólida. Como um Portal entre os dois mundos, considerado também,

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como um símbolo da fé e da verdade. Um símbolo autêntico, portador de uma idéia



mística e oferecendo um campo muito vasto de conexões de sentido. O portador
de um espírito divino escondido na matéria.

Baba Guido Olo Ajaguna

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