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EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCESSO Nº

CONDOMÍNIO BOSQUE DAS CAPIVARAS, neste ato, representado pelo


seu síndico, Sr. CÉLIO SILVA já devidamente qualificado nos autos, por meio de seu
advogado subscrito (procuração. em anexo), vem, à presença de Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 335 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar
CONTESTAÇÃO, em face de ação indenizatória ajuizada por ARMANDO, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas.

CONTESTAÇÃO

I. DA SÍNTESE DOS FATOS

Armando andava pela calçada da rua onde morava, no bairro de Botafogo,


Cidade do Rio de Janeiro, onde foi atingido por um pote de vidro lançado da janela do
apartamento 201 do Condomínio Bosque das Capivaras. Foi relatado em sua petição
inicial que desmaiou com o impacto, sendo socorrido por transeuntes que acionaram o
corpo de bombeiros que o conduziu para o Hospital Municipal X. Sendo atendido e
submetido procedimento cirúrgico com objetivo de interromper um processo
hemorrágico.
Passados alguns dias Armando comenta que passou mal, e teve de retornar ao
Hospital Municipal X, e foi descoberto que devido a um erro médico ele deveria
submeter-se a uma nova cirurgia em decorrência de uma infecção no crânio causada
por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia.. Dito
isso, ele alega na inicial que sofreu danos, requerendo o pagamento da quantia de R$
10.000,00 (dez mil reais) referentes a lucros cessantes, e perdas pelo tempo em que
ficou sem trabalhar após a primeira cirurgia quanto pelo da segunda, além disso,
requer danos morais.

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II. PRELIMINARMENTE

II.I. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA

No caso analisado, resta evidente a ilegitimidade passiva do condomínio


peticionante para figurar na presente ação. Não havendo desconhecimento do artigo 938
do Código Civil que preceitua que quem habita o prédio é responsável, de forma
objetiva, pelos danos provenientes das coisas que caírem ou forem lançadas. Assim, o
habitante (proprietário, locatário, comodatário, usufrutuário ou mero possuidor) da
unidade autônoma é que deverá ser acionado, não o Condomínio. O Condomínio
somente seria parte legítima na impossibilidade de se reconhecer de qual unidade
quedou o objeto como preconiza a doutrina e a jurisprudência: “Nos termos do art. 938
do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível
identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de
regresso”. (Enunciado 557, VI Jornada de Direito Civil). Logo, a responsabilidade do
condomínio é subsidiária, já que o pote de vidro foi lançado da unidade 201, devendo o
processo ser resolvido sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, VI, do
Código de Processo Civil.

III. DO MÉRITO

Há ausência do dever de indenizar em relação ao contestante, pois não houve


sequer culpa deste. Desta feita, deve ser acolhida a preliminar, resultando na prolação
da sentença terminativa que extingue o processo sem julgamento do mérito nos termo
do artigo 485, VI Código de Processo Civil.

III.I. DA AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL NA SEGUNDA INTERNAÇÃO

Ainda que se impute ao condomínio, pessoa jurídica, a responsabilidade civil pelo


dano experimentado faz-se necessário estabelecer uma cisão entre o nexo de
causalidade decorrente da segunda internação do autor. No presente caso, mesmo após
retornar ao trabalho e estar apto a exercer suas funções regulares, Armando retornou ao
hospital, para nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio causada por uma
gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia. Ora, não há nexo
causal entre a suposta conduta do condomínio e a segunda internação. Importante
consignar, que até mesmo a responsabilidade objetiva exige o nexo causal como um de
seus elementos. Logo, não há que se falar em dever de indenizar no tocante a perda da
quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) referentes a lucros cessantes, conforme artigo
944, do Código Civil.

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IV. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer:

a) O conhecimento e provimento da presente peça defensiva, extinguindo, sem


resolução de mérito, a presente ação, nos termos do artigo 485, VI, do Código de
Processo Civil;

b) Subsidiariamente, a redução da quantia pretendida em razão da ausência de nexo


causal entre o segundo dano experimentado pelo autor e a conduta atribuída ao réu
conforme artigo 944, do Código Civil.

c) Seja Condenado o autor nas custas processual e honorários advocatícios a serem


arbitrados definidos nos artigos 85 e 92, do Código de Processo Civil.

V. DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na amplitude do


artigo 369 do Código de Processo Civil.

Nestes termos, Pede deferimento.


Local Data
Advogado

OAB nº

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