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São 3 as formas que um novo Estado pode surgir. A primeira delas é a fusão, em
que 2 ou mais Estados-membros se unem geograficamente para formarem um
terceiro e novo Estado ou Território Federal, distinto dos anteriores, que deixam
de existir, portanto perdendo a personalidade primitiva.
No caso da fusão, considera-se população diretamente interessada no processo
aquela que pertence aos Estados que pretendem se fundir. Exemplo desse
processo ocorreu por ocasião da fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado
da Guanabara. Embora o nome Rio de Janeiro tenha sido mantido, o Estado
anterior deixou de existir, surgindo um novo, com personalidade jurídica distinta.
A segunda forma de surgimento de um novo Estado é a cisão. Por meio dela, um
Estado subdivide-se formando 2 ou mais novos Estados-membros, com
personalidades distintas. Neste processo, o Estado originário necessariamente
também deixa de existir. A população diretamente interessa é somente aquela que
habita o Estado originário.
Por fim, a terceira e última forma é o desmembramento, em que um ou mais
Estados-membros cedem parte do seu território geográfico para formação de um
Estado ou Território que não existia, ou ainda para anexação a outro Estado
existente.
São portanto duas modalidades de formação de um Estado por desmembramento.
A primeiro é chamada de desmembramento-formação, em que há o surgimento
de um novo Estado ou Território. A segunda é denominada de desmembramento-
anexação, onde não há a criação de um novo Estado.
Em ambos os casos, o Estado originário se mantém, ou seja, não desaparece.
Exemplo de desmembramento ocorreu no Estado de Goiás, para formação do
Estado de Tocantins. Da mesma forma, o desmembramento do Estado de Mato
Grosso para formação de Mato Grosso do Sul.
Por fim, no desmembramento, é população diretamente interessada, a ser
consultada por plebiscito, a população do território de todo o Estado que pretende
se desmembrar, não somente a do território que será desmembrado. No caso de
desmembramento-anexação, é também população diretamente interessada a do
território do Estado que irá receber o acréscimo territorial.
Essa definição foi dada por decisão do Supremo Tribunal Federal, ocasião em que
foi vencida a tese que toda a população do país seria diretamente interessada, sob
o argumento do impacto nacional da criação de novos Estados-membros para
a participação nas receitas federais e estaduais.