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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC


Licenciatura Plena em História

15 DE NOVEMBRO DE 1889: UM DIA SEM HISTÓRIA

Aluno: Paulo César dos Santos


Professora Orientadora: Alessandra
Silveira Borghetti Soares.
Trabalho de Conclusão de Curso em
Licenciatura em História pela Universidade
Estácio de Sá, Polo Aracaju, sob
orientação da Profa. Dra. Alessandra
Silveira Borghetti Soares, para a obtenção
do título de Licenciado em História.

Aracaju – Sergipe
2018

RESUMO

O presente Artigo que compõe o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, de


minha autoria, sob orientação da Professora Doutora ALESSANDRA SILVEIRA
BORGHETTI SOARES, busca analisar o evento da Proclamação da República
no dia 15 de Novembro de 1889, sendo que sua abordagem promove a avaliação
da consciência política dos agentes envolvidos – Exército, Monarquia e Povo,
no curto tempo em que promoveu o golpe militar derrubando a Monarquia e
instalando a República, tendo como metodologia a analise da bibliografia pátria
sobre o tema, com uma única exceção, que é a inclusão da obra “Uma História
do Brasil”, do brasilianista americano Thomas E. Skidmore, por tratar-se de obra
de referência, e questiona a teoria dos eventos históricos de longa, média e curta
duração, defendida pela Escola dos Annales, pois demonstraremos que mesmo
delimitando um evento que, a priori, é de curta duração – como uma revolução,
por exemplo, buscamos em fatos longínquos o porquê do evento sob análise.

Palavras-Chave: Consciência, Política, República, Exército, Monarquia,


1. INTRODUÇÃO

As grandes mudanças na história, principalmente as revoluções,


sempre vem antecedidas por reflexões teóricas, como a Revolução Francesa
(1789) e a Revolução Russa (1917), ou contemporâneas aos acontecimentos, a
exemplo da Revolução Industrial, pensada em pleno curso por Marx e Engels.

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Já o evento de 15 de novembro de 1889 – Dia da Proclamação da


República brasileira, parece-nos que de certa forma foi obra do acaso, do
improviso, sem uma reflexão, sem qualquer fulcro teórico que a sustentasse e
sem qualquer ideologia que a legitimasse – a não ser o desejo de se instituir uma
república, seja o que isso significasse, pois salvo os Estados Unidos com seus
Estados confederados, outro modelo de Republica não havia, ainda que se
tomasse como paradigma a experiência da república romana.

É certamente essa análise que norteará esse artigo, tendo como


tema, evidentemente, o Brasil Imperial e seu colapso, e cujo problema ora em
análise é a compreensão do que brasileiro contemporâneo à Proclamação da
República vivenciou naquele momento. Compreender Ou seja, compreender o
nascimento do Brasil República no dia do seu nascimento, sem olvidarmos
obviamente seus antecedentes, mas focados nesse dia fatídico, num recorde
temporal brevíssimo (o dia do evento) segundos os critérios da segunda geração
da Escola dos Annales, de Fernand Brodel, mas em relação dialógica com uma
trajetória temporal um pouco mais longa, a saber, a partir da Guerra do Paraguai
(1864 – 1870), quando se consolida o Exército Brasileiro ao dia 15 de Novembro
de 1889, quando “um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor
injustiçado” (GOMES, 2013, capa) são os personagens principais deste evento
que marcará, por certo, a História contemporânea brasileira desde então. E se
prolonga à uma também brevíssima análise de suas consequências imediatas,
ou seja, as quatro primeiras décadas do Brasil republicano, sem, no entanto,
mergulharmos nos acontecimentos pós-proclamação da República, por
compreendermos que tal empresa colocaria em risco a metodologia proposta e
o alcance epistemológico do presente artigo.

Neste diapasão, renovo a tese da não participação popular num


acontecimento que mereceria figurar como o mais importante nos últimos 129
anos da história política, social e econômica brasileira.

A compreensão do que significou o dia 15 de Novembro de 1889, tem


que passar, ainda que suscintamente, o exame da

“(...) a Guerra contra o Paraguai, a Questão Formatted: Indent: Left: 2.36", First line: 0"

Militar e a Questão Religiosa, o movimento


abolicionista, a imigração, a contraposição da
formação militar à cultura universitária, a
urbanização e a ampliação da rede de
comunicação (...), a propaganda republicana, o
colapso da monarquia e a proclamação da
República.” (LOPEZ 2008; 508).

Ou seja, houve uma teia de fatores que contribuíram de forma decisiva


para que em 15 de Novembro, o Marechal alagoano Manuel Deodoro da
Fonseca (1827-1892), incentivado pelo Professor e Tenente-Coronel Benjamin
Constant Botelho de Magalhães (1836-1891), e mergulhado na atmosfera das
tabernas traísse não só sua notória amizade com o Imperador Dom Pedro II
(1825-1891), mas traísse sobremaneira suas convicções monárquicas. Sim, a
República foi proclamada por um monarquista de estil.
A Questão Religiosa, com as prisões dos Bispos Dom Vidal, de Formatted: Indent: First line: 0.79"

Olinda, e de Dom Macedo Costa, do Pará, revelam que o Concílio de Trento, em


que se buscava a não intervenção do Estado nas coisas da fé, não pisou em
terras brasileira. Era o Imperador Pedro II o “Papa brasileiro” dada as suas
intervenções em assuntos eclesiásticos. Constantino (século IV) vive na cabeça
do velho imperador.

Não podemos olvidar que o Brasil monárquico que conheceu a sua


derrocada com a proclamação da República durou apenas 67 anos, dos quais
49 sob o comando de Dom Pedro II, que assentiu ao trono por força do Golpe da
Maioridade (24 de Julho de 1840) com apenas 15 anos de idade. Os períodos
anteriores ao seu Governo foram marcados pela presença do seu pai Dom Pedro
I como Imperador, de 1822 a 1831, e de 1831 a 1840 temos as Regências.
Portanto, a República brasileira nasce sem que o Império pátrio tenha conhecido
sua maturidade, apesar de ter sido a última das monarquias das Américas a se
dissolver.

Assim como 15 de Novembro de 1889 é o marco do início de uma era


política para o Brasil – o Republicanismo, é também o marco do fim de uma outra
era – o Império, e sendo que a história não nasce de madrugada nem é ruminada
ao entardecer, aqueles a quem deveria interessar as mudanças estruturais na
vida pátria – o povo, nem sempre percebem essas mudanças.

A República brasileira nasceu sem povo, sem pólvora nem porvir.

Mas não podemos crer a Proclamação da República como “um ato


fortuito, nem obra do acaso” (COSTA, 2010: 461).
Se o Exército protagonizou a Proclamação da República, foi porque:

“os militares não foram meros instrumentos dos


civis, nem foi um ato de indisciplina que os levou
a liderar o movimento na manhã de 15 de
novembro, como tem sido dito às vezes. Alguns
deles tinham sólidas convicções republicanas e
já vinham conspirando há algum tempo, sob a
liderança de Benjamin Constant, Serzedelo
Correia, Solon e outros. Imbuído de ideias
republicanas, estavam convencidos de que
resolveriam os problemas brasileiros liquidando
a Monarquia e instalando a República” (COSTA,
2010:idem).

Neste contexto, ainda segundo COSTA (2010: 459), “também não se Formatted: Indent: First line: 0.79"

pode superestimar o papel do partido republicano [posto que] sua escassa


penetração está não só no pequeno número de inscritos (...)”, mas na baixíssima
representatividade nas instâncias políticas.

2. ANTECEDENTES DA PROCLAMAÇÃO

A Proclamação da República ou, melhor dizendo, o nascimento do


Estado Republicano Brasileiro, proclamado em 15 de NovembroNovembro de
1889 começa a ser gestado há pelo menos 19 anos, quando o Brasil traz para
os anais de sua história a vitória contra o frágil Paraguai e que coloca sob os
holofotes da historiografia oficial o Exército Brasileiro e seus líderes.
Oliveira (2013), amparado em periódicos oficiais do Exército
Brasileiro, quais seja, a Revista do Exército Brasileiro, que circulou entre 1882 e
1887, e a Revista Militar, que circulou entre 1899 e 1908, nos faz ver que a
Guerra do Paraguai foi o sumo acontecimento que fortaleceu a estima do
oficialato sobre sua própria história.

Essa visão oliveiriana é unânime na historiografia brasileira, inclusive


na destacada lente do brasilianista americano SKIDMORE (1998), que nos alerta
de que

“Como ocorre tão frequentemente na história,


uma guerra estrangeira havia ampliado as
fissuras no tecido social que a elite política
dirigente elaborara trabalhosamente (...)” e “a
derrubada do Império pelos militares sem
derramamento de sangue” (...) conseguiu
“melhorar [ e remodelar] a imagem do Brasil no
exterior.” (1998; 97).

O destaque dado à Questão Militar como precioso antecedente à


Proclamação da República passa-nos a ideia de que a Questão Religiosa, o
Abolicionismo (com destaque com o fim da Escravidão com a assinatura da Lei
Áurea em 13 de Maio de 1888, pela Princesa Regente Isabel), a imigração de
mão de obra livre em substituição à escrava, e a propaganda republicana – sem
esquecermos das plausíveis cobranças internacionais, sobretudo dos vizinhos
Estados latino-americanos para que o Brasil se enquadrasse no novo perfil, ou
status, republicano que fervilhava nas Américas, foram fatores menores. Ledo
engano.

Ainda que a República brasileira tenha nascido sem povo, sem


pólvora (ausência de derramamento de sangue, de conflitos armados, de
revoltas monarquistas significativas) nem porvir – o que viria depois do 15 de
novembro era um espectro por certo assombroso, somente o Exército seria
incapaz de remodelar a política interna e externa brasileira.
Em política – e na história, até a omissão e o silêncio são
transformadores. Se o populacho não a viu (a proclamação da República pelo
Marechal e seus homens), não a viu por que não o quis vê. Ou como diria o
gramático Jânio Quadros (1917-1992), “não vi-lo porque não qui-lo” (sic!). Formatted: Font: Italic

BORIS FAUSTO, em sua “História Concisa do Brasil” (Edusp, sem


data: 127) é enfático ao afirma que

“a base social do republicanismo urbano era


constituída principalmente por profissionais
liberais e jornalistas, grupo cuja emergência
resultou do desenvolvimento das cidades e da
expansão do ensino”, sendo que “os
republicanos do Rio de Janeiro associavam a
República à maior representação política dos
cidadãos, aos direitos e garantias individuais, à
Federação, ao fim do regime escravista.”

Adicionamos, portanto, mais um fator para a proclamação da


República brasileira: o urbanismo. E com ele, a casta intelectual nascente –
jovens advogados e jornalistas, que repensam o Brasil a partir de premissas
desenvolvimentistas e iluminados pelo que vinha acontecendo tanto no Velho
Mundo – Europa, como os países platinos.

Nunca devemos olvidar que todo Estado Nacional está inserido em


um contexto internacional. Sempre esteve. Sempre estará. Com a nascente
República brasileira, ainda que neste momento de visível transição, não foi nem
poderia ser diferente.

A história não se repete, mas nos dá pistas...


A contemporaneidade nos permite contemplarmos a história sem
véu? Por certo, não.

SCHWARCZ (2015: 291) inaugura o seu capítulo XII com o sugestivo


título: “Ela Vai Cair: O Fim da Monarquia no Brasil”.

A análise de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, no ontológico “Brasil:


Uma Biografia” (São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 694 páginas) é de que
o fim da Monarquia já era previsto. Ela, a Monarquia, cairia. Quando? Que
tenhamos nervos para ver.

Uma série de equívocos, interesses divergentes, a insana e


interminável luta pelo Poder, os acontecimentos previsíveis e inevitáveis, ou
inevitáveis posto que imprevisíveis, tudo isso leva à derrogada da Monarquia e
acende as luzes do vindouro 15 de Novembro de 1889 e dá brilho novo ao
uniforme do Marechal alagoano.

“Em 1865 começou a guerra internacional até


hoje mais conhecida no país: a Guerra do
Paraguai. Diferentemente do que imaginavam o
monarca, os ministros, generais e até mesmo
seus aliados – Argentina e Uruguai –, o conflito
não seria breve ou fácil.” (SCHWARCZ 2015:
291).

O tempo é um cirurgião cruel. Ele, o tempo, rasga o véu da história e


a deixa desnuda para os olhos perversos da historiografia e de seus servos – os
historiadores.
Enfim, chegou o dia. 15 de Novembro de 1889. Dia em que, “entre
mortos e feridos, sobreviveram todos”.

Um dia para não ser esquecido, porém por poucos lembrados.


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3. O DIA 15 DE NOVEMBRO, . CELEBRAR O QUÊ?

O que haveria de acontecer naquele 15 de novembro de 1889 e que


mudaria para sempre a História do Brasil passou despercebido dos olhares
populares. Certamente se falava sobre a decisão de se derrabar a Monarquia,
mas somente entre os “iniciados”, os participes de tal movimento. Como em
qualquer movimento desta natureza impera sempre o medo, seja da ação ou da
reação.
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Com a Monarquia cairia também o modus vitae (modo de vida), tanto


dos brasileiros quanto dos portugueses que aqui viviam – vindos de Portugal ou
aqui nascidos filhos de portugueses e que se consideravam igualmente
portugueses. Sem olvidarmos que também o status quo das pessoas e das
famílias, inclusive dos negros libertos no ano anterior, mudam radicalmente e se
formam novas instâncias de poder ainda que com traços arcaicos.
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Com a Proclamação da República começa a se delinear uma


brasilidade até então impensável.
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A grande tarefa da República nascente é reinventar o Brasil a partir


das perspectivas política, social, econômica, cultural, jurídica e religiosa que se
quer imprimir à nova realidade. Muitas coisas são mantidas; outras, tornam-se
imprescindíveis que mudem até para que se processo a legitimação do país
como uma república e se instale definitivamente os valores republicanos. E isso
não poderia se dar sem conflitos, principalmente de natureza econômica e social,
e as estratégias do Estado brasileira na resolução desses conflitos – seja de
forma pacífica ou armada..
A República nascente foi incapaz de responder e corresponder aos
anseios seja da população seja dos seus ideólogos – profissionais liberais
(médicos, advogados, cirurgiões-dentistas) e jornalistas.

FAUSTO (2015: 211) revela que o signo dos primeiros anos da


República brasileira foi de grande incerteza.

Incerteza política, incerteza social, jurídica e econômica. A essas


incertezas colocamos às pertinentes à identidade de brasilidade.

Nos adverte, ainda, FAUSTO:

“Os vários grupos que disputavam o poder


tinham interesses diversos e divergiam em suas
concepções de como organizar a República. Os
representantes políticos da classe dominante
das principais províncias – São Paulo, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul – defendiam a ideia
de República federativa, que asseguraria um
grau considerável de autonomia às unidades
regionais,” (FAUSTO 2015: 211).

Cumpre-nos notar, ainda que como uma digressão, que os Estados Formatted: Indent: First line: 0.79"

que irão se envolver no Golpe de 1930, que desporia Washington Luiz, são
aqueles a quem Boris Fausto chama de classe dominante – São Paulo, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul. Ausente a Paraíba de João Pessoa por motivos
óbvios: o sudeste e o sul estavam ainda de costas para as potencialidades
políticas do Nordeste.

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4. O QUE VEM DEPOIS: SERÍAMOS UMA REPÚBLICA?


Nascida de um Golpe Militar, tendo vivido o Golpe do Estado Novo
sob Getúlio Vargas (1937 – 1945 – sem contar o período intervencionista de
1930 a 1937, após a derrubada de Washington Luís), tido passado pelo Golpe
Civil-Militar de 1964 que culminou com a Campanha das Diretas Já em 1984/85,
com dois presidentes afastados mediante Impeachment (Fernando Collor de
Mello – 1992; Dilma Rousseff – 31 de Agosto de 2016) indagação se somos
realmente uma República, com todos os valores republicanos é uma indagação
atual e plausível.

Mas voltemos a Oliveira, com suas “Armas e Letras” (2013).

Certo está o historiador carioca, hoje radicado na Bahia de todos os


santos e santas, dos orixás e do acarajé preparado por livres mãos negras.

A Guerra do Paraguai moldou o espelho da história para os oficiais


brasileiros. Tatuou-lhe a autocompreensão do oficialato brasileiro sobre si
mesmo, concedendo-lhe a necessária força para romper as amarras do
Monarquismo e trazer à ribalta a República, a ponto de LOPEZ assim se
manifestar:

“Nos estudos acerca do século XIX brasileiro, a


‘Questão Militar’ sempre mereceu capítulo
destacado. Vista em perspectiva, a problemática
militar antecede, e ultrapassa, os episódios que
levaram à proclamação da República em 1889,
repontando nas revoltas tenentistas de 1922,
1924, 1926, 1930 e 1935. O Tenentismo,
presente nesses movimentos até o Golpe de
Estado de 1964, deita aí suas raízes. No arco do
tempo, o general-presidente Ernesto Geisel
(1907-1996) pode ser qualificado de ‘o último
Tenente’” (LOPEZ, 2008: 521).
Quando LOPEZ decidir atualizar essa sua fala, deverá, por certo, Formatted: Indent: Left: 0", First line: 0.79"

trazer à história o Capitão Reformado do Exército Jair Messias Bolsonaro (1955-


...), que a partir de 28 de Outubro pretérito, torna-se, sim, “o último Tenente”, ao
ser eleito Presidente do Brasil, para o mandato 2019-2022.

FAUSTO (2015: 2011) diz que o Brasil entrou na República como que Formatted: Font: Not Bold

a passeio. Se à passeio, por certo com sua melhor roupa, com o ar vaidoso, a
cumprimentar os passantes, a sorrir para os amigos e às amantes. Quão poético
é o desespero de um era que nasce. Parto de flores republicanas.

Nascida de um Golpe Militar, ao longo de sua história republicana


conheceremos outros golpes, como o de 1930, quando Washington Luis é
deposto e Getúlio Vargas assume “provisoriamente” a Presidência da República;
o Golpe do Estado Novo (1937), tendo Getúlio Dornelles Vargas (1882-1964)
mais uma vez como protagonista; 1964, com o Golpe Civil-Militar que duraria 21
anos (sic!).

Se bem observarmos, todos os golpes pelos quais o Brasil passou –


inclusive ainda no Brasil império com o “Golpe da Maioridade de Pedro II” –
sempre foi marcado pelo “condomínio” de interesses entre sociedade civil e
corpus militar. Os milicos só saem da taberna quando o povo dorme ou quando Formatted: Font: Italic

lhes dá a chave da cidade.

Neste diapasão – e esse artigo traz mais indagações que respostas


de enciclopédia, teria sido o Impeachment de Dilma Rousseff (2016) um golpe,
este entendido como a derrubada ilegal de um governo constitucionalmente
legítimo? Talvez teremos a resposta nos próximos capítulos. Por ora, voltemos
nossos olhos para aquela manhã de 15 de Novembro de 1889 em que, apesar
de que todos – ex-escravos e homens livros, já estarem acordados e ocupados
em seus afazeres normais, poucos foram os olhos que perceberam que uma
nova página da História do Brasil estava sendo escrita pelos militares, e que
ainda que ausente os civis, estes estavam ideologicamente envolvidos com o
golpe de Deodoro. Era manhã. Mas nem todos dormiam.

A República dos Estados Unidos do Brasil – como denominava a Formatted: Indent: First line: 0.79", Line spacing: 1.5
lines
Constituição de 1891, fora proclamada. Por certo, não como a retrata o quadro
de Benedito Calixto, de 1893; nem o de Henrique Bernardelli (1890). Não houve
grandes manifestações. Nem de alegria nem de tristeza. Era apenas mais uma
manhã no Rio de Janeiro de 1889, “quando haviam galos, noites e quintais”
(canção Noites, Galos e Quintais, de Belchior, 1977). Formatted: Font: Not Bold

4. Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt


Formatted: Normal, Indent: Left: 2.36", Line spacing:
1.5 lines, No bullets or numbering
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível que percebamos que apesar do corte temporal sob Formatted: Font: Not Bold

análise ter sido preciso, qual seja, o fatídico dia 15 de Novembro de 1889, dito e
tido como o da Proclamação da República, portanto dentro dos parâmetros que
a Escola dos Annales chamo de “curta duração”, necessário se fez que
buscássemos os antecedentes da supramencionada proclamação em data
anterior dista pelo menos em 20 ou 21 anos, se levarmos em conta a datação
fornecida por LOPEZ (2008; 507) de que “a primeira rachadura do edifício
imperial ocorreu no ano de 1868, com a queda do gabinete liberal de Zacarias
de Góes”, apesar de advertir que “o acontecimento que abalou o Segundo
Reinado foi a chamada Guerra do Paraguai”.

Logo, os cortes temporais propostos entre médio, longo e curto são


atos metodológicos indeclináveis, porém não determinantes no resultado final do
estudo historiográfico.

Isto posto, o presente artigo respondeu a duas indagações essenciais, Formatted: Indent: First line: 0.79", Line spacing: 1.5
lines
a saber, como se comportou o populacho, o povo diante dos acontecimentos do
dia 15 de Novembro de 1889 – Proclamação da República, e como a eleição de
um corte temporal curtíssimo (apenas um dia, e qual dia, a saber: 15 de
novembro de 1889) requer que se busque em um lapso ou corte temporal mais
longo as respostas buscadas pelo pesquisador, pelo historiador, ainda que este
seja um historiador ad hoc, ou seja, em formação! Formatted: Font: Italic
Formatted: Font: Not Bold
5.
Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Bold
Formatted: Normal, No bullets or numbering
6. REFERÊNCIAS
6. Formatted: Indent: Left: 0.5", No bullets or

COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. 9. ed. São Paulo: Editora
Unesp, 2010. 524 p.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. Boris Fausto: colaboração de Sérgio Fausto.


– 14. ed. atual. e ampl. 2. reimp. – São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, 2015, (Didática 1). 683 p.

____________. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da


Universidade de São Paulo, s.d. 328 p.

GOMES, Laurentino. 1889: Como um imperador cansado, um marechal


vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da
Monarquia e a Proclamação da República no Brasil. – São Paulo: Globo,
2013, il. 415 p.

LINHARES, Maria Yedda (org.). História Geral do Brasil. Maria Yedda Linhares
(organizadora). – 9 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 1990. 455 p.

LOPES, Adriana. História do Brasil: Uma Interpretação. / Adriana Lopes,


Carlos Guilherme Mota. – São Paulo: Editora SENAC São Paulo, , 2008.
1056 p.
Formatted: Font: Not Bold
OLIVEIRA, Rodrigo Perez. As Armas e As Letras: A Guerra do Paraguai na Formatted: Justified, Indent: Left: 0", Hanging: 0.3"

Memória Oficial do Exército Brasileiro (1881-1901). Rio de Janeiro:


Formatted: Font: Not Bold
Editora Multifoco, 2013. 201 p.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Brasil: Uma Biografia. / Lilia Schwarcz e Heloísa


Murgel Staring. – 1ª. ed. . – São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 694 p.

SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Tradução: Raul Fiker. 2ª. Ed.
São Paulo: Paz e Terra, 1998. 355 p.

Formatted: Justified, Indent: Left: 0", Hanging: 0.3",


Line spacing: 1.5 lines

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