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Lava Jato prende o governador Luiz

Fernando Pezão
Operação Boca de Lobo cumpre mandados expedidos
pelo Superior Tribunal de Justiça. Delator afirma que
Pezão recebia mesada de R$ 150 mil quando era vice
de Cabral.
Por Arthur Guimarães, Leslie Leitão, Paulo Renato Soares e Cristina
Boeckel, TV Globo e G1 Rio
29/11/2018 06h02 Atualizado há uma hora
Pezão chega à sede da PF — Foto: Mauro Pimentel/AFP

Governador do RJ é preso em desdobramento da Lava Jato


Bom Dia Brasil
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Governador do RJ é preso em desdobramento da Lava Jato

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29) Luiz Fernando Pezão


(MDB), governador do Rio de Janeiro. A força-tarefa da Lava Jato deu
voz de prisão a ele por volta das 6h no Palácio Laranjeiras, residência
oficial do chefe do estado. Além do governador, outras seis pessoas
foram presas nesta manhã. Ao todo, 9 mandados de prisão e 31 de
busca e apreensão foram expedidos pela Justiça.
Batizada de Boca de Lobo, a operação é baseada na delação
premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral. O
ex-governador, de quem Pezão foi vice, também está preso.
 PF fala sobre a prisão; SIGA
 Pezão recebeu R$ 39 milhões, diz MPF
 4 governadores do RJ já foram presos
 Witzel: transição não será afetada
O comboio da Polícia Federal deixou o palácio com o governador
preso às 7h35 e chegou à Superintendência da PF, na Praça Mauá,
às 7h52.
De acordo com os agentes, o governador se surpreendeu com a
chegada da PF e achou que seriam cumpridos apenas mandados de
busca e apreensão no local. Segundo o relato, Pezão reagiu bem à
voz de prisão e chamou seus advogados imediatamente.
Após prestar depoimento à PF, o governador ficará preso em uma
sala especial em um batalhão da Polícia Militar em Niterói.
Pezão no carro da PF que o conduziu à sede da PF — Foto: Estefan
Radovicz/Agência O Dia

Segundo o Ministério Público Federal, Pezão opera esquema de


corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros. Há
provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$
40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
Além de Pezão, os secretários Iran Peixoto Júnior, de Obras, e
Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, de Governo, e Marcelo
Santos Amorim, sobrinho do governador, foram presos nesta manhã.
Na avaliação da força-tarefa da Lava Jato, solto, o governador poderia
dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o
patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa. Segundo o
MPF, o esquema de corrupção ainda estava ativo.
A assessoria do governo do estado afirmou que não vai se pronunciar.
Com a prisão de Pezão, assume automaticamente Francisco
Dornelles, seu vice.
Carro descaracterizado da PF deixa o Palácio Laranjeiras, onde mora Pezão —
Foto: Cristina Boeckel/G1

Resumo
 A prisão preventiva foi determinada pelo STJ;

 São nove mandados de prisão, incluindo a de Pezão, e 30 de busca e


apreensão;
 A decisão foi baseada em delação de Carlos Miranda, operador financeiro de
Cabral;

 A Justiça determinou o bloqueio de R$ 39 milhões em bens;

 São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e


corrupção ativa e passiva.

 Pezão é o quarto governador do Rio a ser preso.


Nove mandados de prisão
1. Luiz Fernando Pezão, governador do Estado do Rio de Janeiro

2. José Iran Peixoto Júnior, secretário de Obras de Pezão

3. Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, secretário de Governo de Pezão

4. Luiz Carlos Vidal Barroso, servidor da Casa Civil e Desenvolvimento


Econômico

5. Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador

6. Cláudio Fernandes Vidal, sócio da JRO Pavimentação

7. Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócio da JRO Pavimentação

8. Luis Fernando Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis

9. César Augusto Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis


Uma boca de lobo, tipo de bueiro que batizou esta etapa da Lava Jato, a
alguns metros do Palácio Laranjeiras, onde Pezão foi preso — Foto: Cristina
Boeckel/G1

A Polícia Federal cumpre ainda 30 mandados de busca e apreensão.


Um deles é na casa de Pezão em Piraí, no Sul do estado, base do
governador.
Há equipes também no Palácio Guanabara, sede do governo, em
Laranjeiras. Motoristas que passavam em frente, na Rua Pinheiro
Machado, buzinavam, em sinal de comemoração.
A ordem de prisão preventiva foi expedida pelo ministro Felix Fischer,
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde governadores têm foro.
Atualmente, dos três poderes do Estado do Rio, estão presos o
governador e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge
Picciani.
Boca de Lobo
Carlos Miranda detalhou o pagamento de mesada de R$ 150 mil para
Pezão na época em que ele era vice do então governador Sérgio
Cabral. Também houve, segundo a delação, pagamento de 13º de
propina e ainda dois bônus de R$ 1 milhão como prêmio.
Segundo o depoimento à Justiça, o "homem da mala" do ex-
governador Sérgio Cabral disse que o governador do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão, guardou R$ 1 milhão em propina com um
empresário do Sul Fluminense.
O nome da operação faz alusão aos desvios de recursos, revelados
nas diversas fases da Operação Lava Jato, que causa a sensação na
sociedade de que o dinheiro público vem escorrendo para o esgoto.
Boca de Lobo é o dispositivo instalados em vias públicas para receber
o escoamento das águas da chuva drenadas pelas sarjetas com
destino às galerias pluviais.
Polícia Federal chegou ao Palácio Laranjeiras no início da manhã desta
quinta-feira — Foto: Cristina Boeckel / G1

O trecho da delação, homologada pelo ministro Dias Toffoli, do


Supremo Tribunal Federal, foi revelado pelo jornal O Globo em abril.
O dinheiro vinha de empreiteiras e fornecedoras que tinham contrato
com o governo do estado, afirmou o delator. Miranda acrescentou
ainda que, de 2007 a 2014, Pezão, na época vice-governador,
também ganhou um 13º salário, além de dois bônus, de R$ 1 milhão
cada.
Com a prisão de Luiz Fernando Pezão nesta quarta-feira (29), quatro
dos últimos cinco governadores eleitos do Rio de Janeiro estão ou já
foram presos. Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Rosinha
Matheusforam presos quando já não eram mais governadores do RJ.
A exceção é Wilson Witzel, que toma posse em 1º de janeiro de 2019.

Governador Luiz Fernando Pezão assumiu em 2014 — Foto: Reprodução/ Tv


Globo

Nas duas ocasiões, o governador negou as acusações. Sobre a


mesada, Pezão disse que "as afirmações eram absurdas e sem
propósito". "O governaor afirma que jamais recebeu recursos ilícitos e
já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal", disse a
nota.
Citado em delações desde 2017
Depois de ver Sérgio Cabral ser preso em 2016, Pezão também
sofreu denúncias de corrupção. Em abril de 2017, dois executivos da
Odebrecht disseram, em delação premiada, que Pezão recebeu
dinheiro da construtora em espécie e em contas no exterior, mas não
revelaram os valores.
Pezão também é suspeito de ter recebido dinheiro do esquema de
corrupção do Tribunal de Contas do Estado. O delator Jonas Lopes
Neto, filho de Jonas Lopes de Carvalho, ex-presidente do TSE, disse
que arrecadou R$ 900 mil para pagar despesas pessoais do
governador.
De acordo com delator, o dinheiro veio de empresas de alimentação
que tinham contrato com estado. O governador também é suspeito de
receber propina da Fetranspor. Um funcionário do doleiro Álvaro José
Novis afirmou em delação que pagou propina de R$ 4,8 milhões ao
governador. Edimar Dantas contou aos procuradores que foram cinco
pagamentos em 2014 e 2015.
O nome de Pezão também aparece nas delações de Carlos Miranda,
apontado como operador do esquema de corrupção chefiado por
Sérgio Cabral. O atual governador teria recebido mesada das
fornecedoras do estado no valor de R$ 150 mil durante sete anos.
Pezão negou todas as acusações.
Perfil do governador
Pezão tem 63 anos, é economista e nasceu em Piraí, no Sul do
estado, onde foi vereador por dois mandatos e prefeito por mais dois.
No estado, Pezão começou a carreira no governo de Rosinha
Garotinho, quando foi subsecretário de Governo e coordenação.
Em 2006, foi escolhido para ser vice na chapa de Sérgio Cabral pelo
PMDB na disputa pelo governo do estado. Os dois foram eleitos e
reeleitos. Em abril de 2014, Pezão assumiu como governador depois
que Sérgio Cabral renunciou ao cargo. Nessa época, a economia do
estado já enfrentava sérios problemas.
Mesmo assim, Pezão venceu a disputa pela reeleição no segundo
turno. Ele tomou posse com o estado já mergulhado numa das piores
crises da história. Em 2017, as contas públicas estavam em colapso
total e Pezão ficou sete meses fora do governo para tratar um câncer.
O vice-governador Francisco Dornelles decretou estado de
calamidade pública. Pezão reassumiu em outubro e assinou um
acordo de recuperação fiscal com o governo federal no fim daquele
ano.
Outro lado
O governo do Estado do Rio não comentou especificamente a prisão
de Pezão. Emitiu nota informando que, "de acordo com o artigo 140 da
Constituição estadual, a chefia do Poder Executivo passa a ser
exercida, a partir desta quinta-feira (29/11), pelo vice-governador
Francisco Dornelles".
"O governador em exercício afirma que o Governo do Estado do Rio
de Janeiro manterá todas as ações previstas no Regime de
Recuperação Fiscal (RRF) e dará prosseguimento aos trabalhos de
transição de governo, reiterando o seu maior interesse na manutenção
do bom relacionamento com os demais Poderes do Estado",
prossegue a nota.
Já o MDB comunicou que "acredita que os processos legais e as
investigações restabelecerão a verdade".
PEZÃO É PRESO
 Prisão
 Pezão recebeu R$ 39 milhões, diz MPF
 4 governadores do RJ já foram presos
 Witzel: transição não será afetada
 Cobertura em tempo real
 Dornelles assume o governo do RJ
 Pezão assumiu esquema após saída de Cabral, diz MPF
 Dodge: 'Lavagem de dinheiro ainda está em curso'

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