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3.

A TEORIA DOS TOPOI


 O conceito de topos (Ducrot) é amplamente utilizado nos estudos do discurso.
 Este desenvolvimento se deu em razão de ter sido oportunizado pela visão pragmática
da língua voltada para a compreensão das diversas situações de uso.
ETIMOLOGIA
 Do grego topos ao latim locus communis até o português lugar-comum;
CONCEITO GENÉRICO
 Crenças de uma determinada cultura, princípios gerais nos quais se baseiam os
raciocínios que levam a determinadas conclusões.
 Provérbios: modos de pensar aceitos por determinada cultura, permitindo que as
pessoas os aceitem como verdades e os utilizem como argumentos em seus discursos.
 “A pressa é a inimiga da perfeição”. RELACIONAR COM A APRESENTAÇÃO
OS TOPOI NA ADL
 Na teoria da argumentação na língua (ADL), topoi significam termos de princípios
gerais comuns aceitos pela coletividade;
 Para Ducrot, o topos permite o acesso a uma conclusão que pode ser explícita (quando
o topos estabelece e torna clara a passagem do argumento para a conclusão) ou
implícita (quando deixamos para nossos interlocutores construírem a conclusão e o
topos traz o raciocínio que dá acesso a ela).
 Predicados: É por esse motivo que Ducrot postula que um predicado, mais do que
fazer referência a uma propriedade do nome ao qual se liga, contém uma alusão a
um topos que autoriza algumas conclusões numa determinada comunidade.
 Conceito: Desse ponto de vista, o topos constitui um instrumento linguístico que
liga as palavras, organiza os discursos possíveis e define os discursos aceitáveis
como coerentes para determinada comunidade.
 “Escorpião 23-10 a 21-11 – Todo empreendimento precisa de muito mais tempo de
planejamento do que de execução, pois se o planejamento for meticuloso os
resultados serão colhidos mais rapidamente e de outra forma mais segura. Planeje,
só isso”. TOPOS: “planejar é importante para a obtenção do sucesso”.
 Ducrot defende que o topos constitui um princípio interno à própria língua, mas
admitem que esse princípio está relacionado a um ponto de vista assumido por um
enunciador. [...] Aliás, esta é a preocupação da teoria dos topoi: determinar o ponto
de vista argumentativo do locutor, que lhe permite justificar determinada conclusão.
As fábulas constituem um exemplo disso.";
O PRINCÍPIO DA GRADAÇÃO
 Os topoi são graduais e estabelecem entre os predicados que associam relações
também graduais. A gradação constitui um dos princípios fundamentais da teoria.
 A partir da ideia de graduação dos topoi e apoiado no estudo da palavra até, Ducrot
propôs dois conceitos intimamente ligados: o de classe argumentativa (conjunto de
enunciados que conduzem a uma mesma conclusão) e o de escala argumentativa
(gradação de força marcada pelo locutor).
 Ducrot coloca a decisão nas mãos do locutor, ou seja, a determinação de uma classe
é uma ação que emana da intenção discursiva do sujeito na elaboração do discurso.
Ele observa que o locutor se define não apenas por sua identidade pessoal, mas
também pela situação tanto ideológica quanto social ou espaçotemporal na qual ele
se insere no momento de sua enunciação, o que nos aponta uma preocupação com o
discurso, embora não seja esse o foco de interesse desse teórico da linguagem;
 Os enunciados de uma classe argumentativa podem constituir uma escala
argumentativa caso o locutor marque a existência de uma gradação de força entre
os argumentos por considerar que um argumento é mais forte que outro ou outros em
relação a uma determinada conclusão. [...] ao construirmos uma escala argumentativa,
estamos explicando para o interlocutor um ponto de vista relativo à força dos
argumentos que lhe apresentamos para sustentar uma conclusão pretendida.
 A escolha de uma classe argumentativa e a explicitação de uma escala argumentativa
constituem decisões do locutor.
 ."Os conceitos de classes e escalas argumentativas nos permitem encarar a
argumentação como um fenômeno gradual. É preciso lembrar, no entanto, que o
caráter gradual é explicitado na língua por elementos específicos, os operadores
argumentativos, cuja função é sinalizar as intenções do locutor explicitando quais
argumentos ele considera mais fortes ou mais fracos com respeito a determinada
conclusão, de acordo com suas intenções frente ao interlocutor".

4. O CONCEITO DE POLIFONIA LINGUÍSTICA


 A polifonia linguística está ligada à presença do interlocutor, do outro.
 Conforme Ducrot, há um princípio geral que ultrapassa o quadro linguístico escrito,
mas parece comandar o discurso e distingui-lo do raciocínio lógico: o pensamento
do outro é constitutivo do meu e é impossível separá-los radicalmente.
 Existirá sempre a necessidade de certo grau de adesão à opinião alheia, seja ele de
aproximação ou de afastamento.
 A abordagem teórica de Ducrot sobre polifonia é diversa da de outros teóricos.
 Para Ducrot, polifonia linguística "[...] diz respeito ao fato de que o locutor põe em
cena no enunciado certo número de figuras discursivas, ou seja, enunciadores, com
estatutos linguísticos e funções diferentes" (p. 204).
 Para compreender este conceito do ponto de vista teórico de Ducrot, faz-se necessário
compreender a distinção que faz o autor sobre:
 Sujeito Empírico: autor, produtor do enunciado, pessoa que produziu o texto
do enunciado. Ex: propaganda institucional, presidente, não é uma questão
linguística, portanto a figura do sujeito empírico não interessa à análise
linguística do sentido.
 Locutor: responsável pela enunciação e pelo enunciado; se inscreve no
enunciado pelas marcas de primeira pessoa ("eu"); não se confunde com o
sujeito empírico; trata-se de uma entidade linguística; faculta que objetos e
animais tomem a palavra. Ex: o presidente na propaganda institucional.
 Enunciador: corresponde a pontos de vista relativos aos conteúdos expressos
no enunciado; não são pessoas, mas pontos de perspectiva abstratos.
 Segundo Ducrot, o locutor, ao produzir um enunciado, compreendido como
segmento de discurso, põe em cena um ou vários enunciadores que realizam atos
ilocutórios, aos quais o locutor pode ou não dar o seu assentimento.
 Segundo Anscombre e Ducrot, o locutor pode assumir pelo menos duas atitudes
diante dos enunciadores que põe em cena: ele pode identificar-se com algum deles
ou manter distância em relação a eles, assimilando-os a pessoas distintas de si, pessoas
que podem ser ou não determinadas"
 Segundo Ducrot, o enunciado negativo pode trazer a existência de dois enunciadores.
A negação polêmica, como a caracteriza Ducrot, põe em cena dois enunciadores
antagônicos, um que diz sim e outro que diz não.
 Os fenômenos representados por conceitos teóricos não acontecem de forma isolada;
ao contrário, eles se imbricam na realização de nossas práticas discursivas. A
separação que fazemos deles usualmente tem caráter metodológico ou didático.

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