Vous êtes sur la page 1sur 40

Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES

Profissional Básico: Economista


Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Aula 00: Reformas estruturais no início do governo militar: PAEG


e reforma do sistema financeiro. Milagre econômico (1968-1973).

Sumário Página
O Plano de Ação Econômica do Governo 11

Inflação e crescimento 17

O Milagre Econômico 28

Exercícios Resolvidos 33

Olá meus queridos, tudo certinho?

Na aula de hoje, nós vamos analisar a primeira parte do regime


militar que vai de 1964 a 1974. Dez anos em que nós vivemos
períodos de forte crescimento econômico e baixíssima liberdade de
expressão e imprensa. Ainda nesse período, tivemos várias reformas
institucionais a fim de modificar a estrutura existente no país. É
durante os governos dos presidentes Castelo Branco, Costa e Silva e
Médici que vivenciamos tudo isso.

Vamos compreender um pouco mais sobre esse período tão específico


na nossa economia?

Mas antes de começar, vamos resolver as questões propostas da aula


passada como uma forma de revisão?

Exercício 01

(BNDES, Profissional Básico: Economia, 2008) Assinale, entre


as opções abaixo, a que NÃO corresponde a uma das
principais características da política de industrialização
brasileira no Pós-Guerra.

(A) Fornecimento de crédito a longo prazo para


implantação de novos projetos.
(B) Proteção à indústria nacional, mediante tarifas de
importação e barreiras não tarifárias.
(C) Participação direta do Estado no suprimento da infra-
estrutura (energia, transporte).

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(D) Participação direta do Estado na produção em alguns


setores tidos como prioritários (siderurgia, mineração,
petróleo).
(E) Intensa preocupação de atender o consumidor
doméstico com produtos de qualidade e baratos.

Vamos ver item a item para ficar 100% claro. Veja que a questão
pede para o que não atende, hein?! O “não” está bem tímido, mas
merece muita atenção.

Vamos por partes. A alternativa (A) afirma que houve um


fornecimento de crédito de longo prazo para a implantação de
novos projetos. De fato, para que os projetos industriais pudessem
ser implantados, houve a necessidade de tomar crédito.
Considerando ainda que as indústrias só passam a dar retorno depois
de algum período de maturamento, o crédito deveria ter,
necessariamente, uma natureza de longo prazo. Dessa forma, a
alternativa é correta.

Na alternativa seguinte, a questão afirma que houve a Proteção à


indústria nacional, mediante tarifas de importação e barreiras
não tarifárias. Ora, pelo que nós vimos, de fato, durante o PSI, o
governo implantou diversos tipos de restrições à importação. Com
isso, conseguia garantir a competitividade das empresas nacionais, o
que fortalecia, em última instância, gerava a proteção à indústria
nacional. Logo,a alternativa também é correta.

A letra (C) afirma que houve uma Participação direta do Estado


no suprimento da infra-estrutura (energia, transporte). Para
ver a veracidade dessa alternativa, basta pensar no Plano de Metas
ou no Plano Salte. Quais eram os objetivos desses planos?
Certamente, objetivos ligados à infraestutura! Logo, essa alternativa
é verdadeiríssima: A infraestrutura necessária ao processo de
industrialização cabia, necessariamente, ao governo brasileiro.

Faltam apenas as alternativas (D) e (E). A letra (D) diz que


Participação direta do Estado na produção em alguns setores
tidos como prioritários (siderurgia, mineração, petróleo).
Verdade também! Basta lembrar que nesse período foram criadas
diversas estatais pelo governo como a Petrobrás.

Logo, a resposta dessa questão é a letra (E). Contrariamente ao que


afirma a alternativa, não houve a preocupação em fornecer produtos
de qualidade e baratos. Como a indústria era protegida, não houve
tamanha preocupação com o mercado interno.

GABARITO: (E)

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Exercício 02

(EPE, Economia da Energia, 2006) A política de valorização do


café no Brasil, iniciada em 1906 no Convênio de Taubaté e
recorrentemente utilizada para evitar quedas significativas no
preço internacional do produto, apresentava como principais
determinantes a(o):

(A) retenção de parcela da produção doméstica para


reduzir as exportações do produto, prática possibilitada
pela participação brasileira no mercado internacional do
café e por sua baixa elasticidade-preço.
(B) retenção da produção de café por alguns anos,
eliminando as exportações, em decorrência das graves
crises internacionais que afetavam a demanda externa do
produto, como ocorreu na década de 30 (do século XX).
(C) punição de produtores de café que ultrapassassem as
cotas de produção pré-determinadas pelo governo
central, visando à manutenção dos preços internacionais
do produto.
(D) busca de maior diversificação produtiva nas áreas de
plantio do café, evitando a forte dependência dos
produtores em relação a um único item.
(E) impedimento do plantio de novas áreas para a
produção de café, determinando uma drástica redução
estrutural da oferta internacional de café.

Para ficar diferente, vamos responder essa da última para a primeira:

A letra (E) afirma que impedimento do plantio de novas áreas


para a produção de café, determinando uma drástica redução
estrutural da oferta internacional de café. Ora, durante esse
período não houve uma redução da produção de café, muito menos
um impedimento do plantio. Lembre que durante a crise de 1929
houve um processo de super produção, logo, é impossível que em
1906 houvesse qualquer tipo de restrição à produção desse bem.

A letra (D), por sua vez, diz que busca de maior diversificação
produtiva nas áreas de plantio do café, evitando a forte
dependência dos produtores em relação a um único item. Muito
pelo contrário! Antes da industrialização, o café, era, de longe, o
produto mais rentável a ser produzido no Brasil. Assim, os

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

empresários destinavam todos os seus esforços para a produção de


café, não para a produção de outros tipos de bens.

A letra (C) é bem parecida com a letra (E). Vejamos: punição de


produtores de café que ultrapassassem as cotas de produção
pré-determinadas pelo governo central, visando à manutenção
dos preços internacionais do produto. Punição?

Claro que não!

Lembre que estamos na época da república do Café com Leite e,


assim, há um incentivo à produção, nunca uma restrição. Dessa
forma, assim como as demais questões, a letra (C) também é
incorreta.

A letra (B) afirma que retenção da produção de café por alguns


anos, eliminando as exportações, em decorrência das graves
crises internacionais que afetavam a demanda externa do
produto, como ocorreu na década de 30 (do século XX).
Eliminação das exportações?! Nada disso! Houve, de fato, uma
redução das exportações, mas não uma eliminação! Note que a
questão estaria toda certinha, não fosse essa palavra!

Nesse caso, vale um conselho: leia com cuidado! Muitas vezes a


questão tem um detalhe mínimo que leva a alternativa para o erro!
Eis aí o caso!

Finalmente, a letra (A) é alternativa correta que afirma que houve


uma retenção de parcela da produção doméstica para reduzir
as exportações do produto, prática possibilitada pela
participação brasileira no mercado internacional do café e por
sua baixa elasticidade-preço. Exatamente! Lembra que o governo
passou a reduzir as exportações a fim de elevar o preço do produto
no mercado internacional. Com essa prática, o governo objetivava
elevar, pelo menos um pouco, o nível de preços do café que
prevalecia internacionalmente.

GABARITO: (A)

Exercício 03

(EPE, Economia da Energia, 2006) O Plano de Metas (1956-


1961) marcou uma importante transformação produtiva
brasileira, visando a maior integração da estrutura industrial
no País. Para sua montagem, foi fundamental a identificação
de pontos de estrangulamento que representavam setores:

(A) cuja oferta não era capaz de responder rapidamente a


uma elevação de demanda.
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 40
Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(B) cuja expansão era inviável e que deveriam ter


prioridade nas importações.
(C) periféricos da indústria e com baixa capacidade de
geração de emprego.
(D) capazes de gerar grande demanda para outras
atividades produtivas.
(E) compostos por empresas de baixos níveis de
produtividade e sofisticação tecnológica.

Opa! Pontos de estrangulamento!

Vimos essa definição no fórum de dúvidas, lembram?

Vamos reforçar aqui:

Toda vez que pensarmos em plano de metas, vamos lembrar o


governo implementou diversos investimentos setoriais que serviam
para atacar pontos de estrangulamento, outros investimentos era
realizados para gerar pontos de germinação.

Mas o que seriam esses pontos?

Pontos de Estrangulamento: Áreas de demanda insatisfeita em


função das caracterísiticas desequilibradas do desenvolvimento
econômico.

Pontos de Germinação: áreas que geram demanda derivada.

Nesse sentido, os pontos de estrangulamento eram setores em que


seria necessário investir para que fosse possível proporcionar, de
fato, o desenvolvimento. Seriam como os gargalos que existem
dentro da estrutura produtiva do país.

Com essa definição na cabeça, vemos que a letra correta é a


alternativa (A) que afirma que esses são pontos cuja oferta não era
capaz de responder rapidamente a uma elevação de demanda.
Nesse quadro, merece destaque, por exemplo, a infraestrutura já
debatida nas questões anteriores. Como a oferta não crescia
rapidamente para responder à demanda proveniente do setor
automobilístico, por exemplo, era caracterizada como um ponto de
estrangulamento para o crescimento da economia!

Compreendido?

Vamos ver mais:

A letra (B) é incorreta já que não se definem essas áreas como


espaços cuja expansão era inviável e que deveriam ter

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

prioridade nas importações. Como nós já vimos, era possível


haver a expansão dos pontos de estrangulamento. O problema é que
essa expansão deveria ser realizada pelo setor público através das
políticas governamentais já que ela exigia muitos investimentos e era
de prazo demorado. Além disso, veja que esses pontos não são
prioridade nas importações, até porque não é possível importar
estradas, concordam?

As letras (C), (D) e (E), assim como a letra (B), não estão de acordo
com a definição dos pontos. A letra (C) afirma que periféricos da
indústria e com baixa capacidade de geração de emprego. Veja
que esses pontos, por definição não são pontos periférios, muito
menos com baixa capacidade de geração de empregos. Lembre
sempre que quando se falar em obras públicas, estaremos falando,
necessariamente, em setores de alta capacidade de geração de
empregos.

Em seguida, a letra (D) afirma que esses pontos são capazes de


gerar grande demanda para outras atividades produtivas. Essa
seria, talvez, a questão que geraria maiores dificuldades. Vamos
entender porque ela está incorreta: veja que os pontos de
estrangulamento não são capazes de gerar demanda para atividades.
Pelo contrário, é a redução desses pontos de estrangulamento que
viabiliza outras atividades produtivas. Dessa forma, a questão não
pode estar correta.

Finalmente, a letra (E) afirma que pontos de estrangulamento são


compostos por empresas de baixos níveis de produtividade e
sofisticação tecnológica, o que não tem nada a ver com a definição
que nós vimos, não é?

GABARITO: (A)

Exercício 04

(EPE, Economia da Energia, 2006) As proposições abaixo


dizem respeito ao Plano de Metas (1956-1961).

I - Entre as técnicas de planejamento utilizadas no Plano de


Metas destacaram-se a identificação de pontos de
estrangulamento e pontos de germinação.

II - A elevação da produção de petróleo no País foi um fator


essencial para o sucesso do Plano de Metas.

III - A política de valorização do café foi um dos pontos mais


importantes para viabilizar a implementação do Plano de
Metas.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

É(São) correta(s) apenas a(s) proposição(ões):

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I e III.

Vamos ver ponto a ponto?

O item I está, de cara, correto pelo que acabamos de ver na questão


anterior. Quando se falar em planos de metas, eu terei que lembrar
que esse plano é responsável, sim, pela identificação desses dois
tipos de pontos que foram, em última instância necessários para
viabilizar o processo de industrialização no Brasil.

O item II fala sobre a produção de petróleo no país como fator para o


sucesso do Plano de Metas. Ora, o fator essencial para o sucesso do
plano foi o investimento em infraestrutura, não a produção de
petróleo. Na verdade, o petróleo passará a ser importante na aula de
hoje, quando falaremos dos governos militares.

Finalmente, o item III fala sobre a política de valorização do café no


Plano de Metas!

Claro que não! Essa política foi importante no governo de Getúlio


Vargas, não nos demais governos. A partir de 1945, nós passamos a
dar menos importância ao café e muito mais importância à indústria
que, nesse tempo, já começava a ser mais rentável que o café.

GABARITO: (A)

Exercício 05

(Petrobrás, Economista Junior, 2005) Dentre as principais


medidas do Plano de Metas, no governo Juscelino Kubitschek,
destaca-se a:

(A) criação de comissões setoriais, como o GEIA.


(B) criação da Petrobras, para expandir a exploração de
petróleo no país.
(C) imposição de uma política salarial concentradora de
renda.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(D) realização de reformas tributária e administrativa.


(E) aplicação de políticas ortodoxas de combate à
inflação.

Vamos lá, da última para a primeira!

A letra (E) afirma que houve a aplicação de políticas ortodoxas de


combate à inflação, o que não foi verdade. Para que você se situe,
essas políticas só começarão a acontecer, ainda em caráter híbrido,
durante o governo Sarney, nos planos Bresser e Verão. Como
políticas de fato de governo, apenas no Plano Real, no governo
Itamar Franco.

A letra (D) afirma que JK realizou as reformas tributária e


administrativa, o que também não é verdade. De fato, essas
reformas foram realizadas, mas alguns anos depois, quando o
Governo militar implantou o PAEG (Programa de Ação Econômica do
Governo) entre 1964 e 1968. Antes disso, nada tinha sido
reorganizado.

A alternativa (C) afirma que JK realizou a imposição de uma


política salarial concentradora de renda. Não houve uma política
nesse sentido. O máximo que se pode dizer é que durante o segundo
governo de Getúlio Vargas, houve um aumento salarial realizado pelo
presidente com fins muito mais políticos que de concentração de
renda. Logo, a letra (C) também é incorreta.

Em sequência, a letra (B) é incorreta por afirmar que JK criou a


Petrobrás. Ora a Petrobrás foi criada em 3 de outubro de 1953,
ainda, também, durante o segundo governo de Getúlio Vargas.

Finalmente, a letra (A) é a alternativa correta. A criação do GEIA


(Grupo Executivo da Indústria Automobilística) foi realizado por JK a
fim de incentivar a entrada dessa indústria no país.

GABARITO: (A)

Exercício 06

(Petrobrás, Economista Pleno, 2005) Sobre a economia


brasileira, considere as afirmações abaixo.

I - O Plano de Metas teve por objetivo primordial aprimorar as


medidas de combate à inflação no Brasil.

II - Entre as principais ações estabelecidas no Plano de Metas


estava a política de reserva de mercado.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

III - Atacar os pontos de estrangulamento e constituir pontos


de germinação eram objetivos primordiais do Plano de Metas.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):

(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

Novamente, mais uma questão que envolve o Plano de Metas do


governo JK:

O item I, aviso logo, que não é verdadeiro. A razão para isso é


simples: o plano de metas teria sido maravilhoso, não fosse um
absurdo erro causado na gestão do plano: o financiamento. Quando
o presidente JK decidiu andar com o Plano de Metas, ele não se
preocupou em saber como esse plano seria financiado. Assim, já na
conclusão do plano, por não ter como pagar os gastos, JK emitiu
moeda (siiimmm... ele mandou a Casa da Moeda imprimir!) e, como
isso, houve uma forte aceleração inflacionária no período. Assim, a
alternativa não pode ser verdadeira.

Em seguida, o item II afirma que o Plano de Metas realizou a política


de reserva de mercado. De fato, para que as empresas pudessem se
instalar no Brasil, elas solicitavam ao govenro brasileiro que ele
instalasse uma reserva para que outras empresas do mesmo
segmento não concorrecem. Com esse tipo de política, o governo
tornava interessante a instalação de determinadas indústrias, como a
automobilística.

Finalmente, o item III não tem nem o que pensar, não é? De fato, o
governo buscou reduzir os pontos de estrangulamento e criou os
pontos de germinação, como nós vimos em praticamente todas as
questões anteriores.

GABARITO: (D)

Exercício 07

(IBGE, Análise Socioeconômica, 2010) Os estudiosos da


história econômica do Brasil afirmam que a política de
industrialização pela substituição de importações já esgotara
suas possibilidades de motivar o investimento e o crescimento
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 40
Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(A) antes do governo de Juscelino Kubitschek.


(B) no início dos governos militares da década de 1960.
(C) antes da crise de aumento do preço do petróleo em
1973.
(D) antes da crise da dívida externa no final da década de
1980.
(E) no início do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Essa questão aqui foi a que gerou mais dúvidas no fórum, por isso,
vou atacar direto na resposta correta.

Raciocina comigo: o PSI foi dos anos 1930 até, aproximadamente,


1980, quando ele perde força devido às duas crises do petróleo.
Nesse sentido, as alternativas (A), (B) e (C) não podem ser corretas
porque estariam dentro do período. Sobram apenas as letras (D) e
(E). Aí, aqui, cabe um raciociniozinho: como o PSI acabou em 1980,
mais ou menos, isso não quer dizer que os efeitos do PSI tenham
acabado também nesse período, muita coisa acabou sendo
concretizada no futuro (imagine a instalação de uma fábrica). Assim,
eu não posso dizer que assim que o PSI acabou, os seus efeitos
também cessaram em simultaneamente. Dessa forma, não se pode
dizer que não há efeitos do PSI nos anos 1980. Logo, a única coisa
que eu posso afirmar, com certeza, é que durante o governo FHC não
houve qualquer herança do PSI.

Compreendido?

GABARITO: (E)

Vamos voltar ao trabalho?!

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

O PLANO DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO

Nós terminamos a aula passada falando sobre o governo de JK e o


seu Plano de Metas. Embora tenhamos visto ainda mais alguns
pontos dos demais governos, chegando, inclusive, ao governo militar,
hoje vamos dar uma volta para rever, com detalhes o governo
militar. Quais suas características, seus objetivos e porque nós
precisaremos lembrar sempre desse período quando se falar na
economia recente.

Vamos ver?

Só para que você entenda, nós já vimos a maior parte do governo


brasileiro, indo dos anos 1930 (ou um pouco antes disso) para o ano
1960, com o plano de Metas (as linhas pretas demarcam esses
períodos: antes da crise de 1929, o governo Getúlio Vargas e o
governo JK). Hoje, veremos a linha vermelinha, com o governo
militar.

Mas, antes de falar do governo militar propriamente dito, precisamos


falar sobre a crise dos anos 1960, período que antecedeu o regime
militar.

Já no finalzinho dos anos 1960, houve, no Brasil, uma forte reversão


da situação econômica nacional. Nesse período existiu uma forte
queda nos investimentos, o que levou a uma retração da renda.
Ainda como resultado do Plano de Metas, como JK não encontrou
uma fonte conveniente de financiamento do seu plano e optou pela

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

emissão de moeda, houve, no Brasil, um perído de forte aceleração


inflacionária.

A tabela abaixo, retirada do livro de Economia Brasileira


Contemporânea do A. Gremaud, mostra um retrato da economia
brasileira no período.

É importante que você observe que, nesse período, a inflação chegou


a casa de 91,8% a.a., uma taxa extremamente alta de inflação para
um país que praticamente não cresceu.

É dentro desse cenário de inflação e estagnação econômica que os


militares realizam o golpe ou revolução que aconteceu, como nós já
vimos, em 1 de abril de 1964.

Então, é de uma forma bastante autoritária que nós damos início a


um período bastante singular da economia brasileira, que modificará,
para sempre a nossa estrutura nacional.

Para começar, o primeiro presidente da era militar no Brasil, Castelo


Branco, lançou o PLANO DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO –
PAEG. Um plano de reestruturação que possuia duas linhas de
atuação:

 Políticas conjunturais de combate à inflação


 Reformas estruturais

Ora, os militares, quando entraram no poder observaram que, para


poder justificar a sua presença nele, era preciso fazer a economia
crescer. Mas, para crescer, eles observaram que era necessário
organizar a casa antes de fazer a produção aumentar. O PAEG vem
justamente para fazer essa reorganização.

O primeiro ponto observado pelos militares é que não é possível


crescer com inflação. Dessa forma, o governo passou a analisar quais
eram ações que poderiam estar influenciando nesse processo de
subida de preços. Nesse sentido, alguns pontos foram encontrados:

i. Déficit público

ii. Politica salarial frouxa

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

iii. Falta de controle sobre a expansão do crédito

Para reduzir esse processo inflacionário, o governo passou a adotar


diversas políticas que pudessem estabilizar os preços. As principais
medidas estabilizadoras do PAEG são as seguintes:

a. Redução do déficit público

b. Restrição do crédito e do aperto monetário

c. Política salarial

Para reduzir o déficit público (gerado pelas diversas políticas que


tinham o governo como promotor da industrialização), o governo
passou a adotar novas formas de financiamento e aumentou as
tarifas públicas. Com essa política, o governo fez com que houvesse
uma redução dos gastos que leva a uma redução da renda, que
implica uma redução do consumo, que induz, finalmente, a uma
retração nos preços e diminuição da inflação.

No que diz respeito à restrição de crédito, o governo aumentou as


taxas de juros e melhorou os mecanismos de controle. Com isso,
essa retração reduziu o nível de endividamento das famílias e, assim,
o nível de consumo. Finalmente, a fim de reduzir os custos das
empresas com salários, o governo, através da Circular 10, gerou o
arrocho salarial.

Além dessas resoluções, os militares necessitavam desenvolver um


processo que pudesse controlar e criar uma forma de conviver com o
já alto processo de inflação. A solução encontrada para isso foi a
correção monetária.

Essa correção monetária era uma forma “amigável” de conviver com


a inflação. O raciocínio era o seguinte: como a inflação eleva os
preços dos bens de consumo, isso faz com que a população fique
mais pobre. A solução para essa “pobreza” era fazer com que os
salários fossem reajustados de acordo com a inflação nos bens e
serivços. Assim, se os preços aumentam 10% e o meu salário
também aumenta 10%, eu não sinto a inflação, logo essa inflação
não existe.

Aliás, falando em inflação, cabe aqui uma quadro que explica,


rapidamente os tipos de inflação. Nós usaremos isso durante todo o
curso de economia brasileira.

Exercícios?!

8. (EPE, Analista Economia de Energia, 2007) Em 1964 o


governo brasileiro começou a implementar um novo programa
econômico conhecido como PAEG, visando, entre outros
objetivos, a:
Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 40
Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(A) conter paulatinamente o processo inflacionário


brasileiro.
(B) conter a entrada de investimentos externos
especulativos.
(C) promover aumentos salariais e a redistribuição de
renda no Brasil.
(D) reorganizar o mercado financeiro brasileiro e eliminar
a correção monetária.
(E) aumentar substancialmente o comércio externo
brasileiro com os países do Mercado Comum Europeu.

Vamos lá.

Quando o governo militar instaurou o PAEG (Plano de Ação


Econômica do Governo), tinha como objetivo reorganizar a estrutura
nacional e criar um processo de redução da inflação que ficou
conhecido como correção monetária. Nesse sentido, podemos dizer
que a letra corrreta que responde a questão é a letra (A) que aponta
a contenção da inflação como um dos objetivos da política do
governo.

Vamos ver porque as demais estão incorretas?

A letra (B) não pode ser correta porque o governo militar não conteve
a entrada de investimentos externos especulativos. Na verdade,
durante o regime militar houve um aumento do fluxo de capitais
estrangeiros para o Brasil, o que levou a um aumento, inclusive com
o aumento da dívida externa.

A letra (C) também é incorreta. E para que você compreenda porque


ela é incorreta, você vai ter que lembrar de uma coisa quando ouvir
falar em regimie militar:

A teoria do bolo de Delfim Netto. Já ouviu falar sobre ela?

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

A teoria do bolo recebeu essa


denominação por afirmar que em
uma economia, era primeiro
preciso fazer crescer o PIB para
depois repartir os ganhos. De fato,
há bastante nexo nessa explicação:
para que uma economia cresça, é
preciso que existam investimentos
e esses só são possíveis quando as
empresas geram algum nível de
lucratividade que só acontece
quando elas têm poder de
monopólio. Logo, para que esses
investimentos existam, de fato, era
preciso colocar o dinheiro na mão
dos proprietários, em detrimento
aos trabalhadores. Foi o que Delfim
chamou de crescer o bolo. O
problema, no Brasil, esteve ligado
ao processo de distribuição.

A letra (D) tem uma pegadinha bem interessante: de fato, houve


uma reorganização do mercado financeiro brasileiro (com a criação
do Banco Central, do Conselho Monetário Nacional, etc), mas não
houve a eliminação da correção monetária. De fato, nesse período,
houve a criação da correção. Como nós já vimos, foi uma forma do
país aprender a conviver de forma pacífica com o processo
inflacionário.

Finalmente, a letra (E) é falsa porque não houve um aumento


substancial do comérioc externo entre o Brasil eo o Mercado Comum
do Sul. Na verdade, esse Mercado Comum foi criado apenas em
1994, quando Collor estava no poder.

GABARITO: (A)

9. (BNDES, Profissional Básico: Economia, 2008) O PAEG


(Plano de Ação Econômica do Governo) e as reformas
implementadas em 1964 e nos anos imediatamente
subseqüentes, no Brasil,

(A) aumentaram substancialmente os salários.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(B) aumentaram as restrições à entrada de capitais


externos.
(C) diminuíram a carga fiscal dos contribuintes.
(D) criaram o Banco Central do Brasil.

(E) eliminaram a correção monetária no país.

Essa aí não tem nem o que pensar, não é mesmo?

Falou-se em reformas promovidas pelo PAEG e você vai


lembrar,direto, da criação do Banco Central (as bancas, de uma
forma geral, adoram esse evento).

Vamos dar um tour pelas outras alternativas para ver o que está
errado nelas. A letra (A) é errada pelo que nós já vimos: não há
política governamental de aumento de salários nessa época, a
exceção do aumento salarial dado por Getúlio Vargas no seu segundo
mandato que acabou gerando o processo de deposição do cargo. Nos
demais casos, não houve política governamental de aumento de
salários.

A letra (B), pelo que nós vimos acima, também não é verdadeira já
que não houve restrições à entrada de capital estrangeiro no Brasil.
Você precisa lembrar que quando se falar em regime militar,
estaremos conversando sobre endividamento externo no Brasil, logo,
era preciso entrar capital estrangeiro para financiar as nossas contas.

Em seguida, a letra (C) também é errada porque não houve uma


redução da carga tributária dos contribuintes. Lembre que nessa
época houve também a reforma tributária que criou uma série de
tributos nacionais, estaduais e municipais.

Finalmente, a letra (E) é incorreta porque a correção monetária foi


criada nessa época, e não extinta.

GABARITO: (D)

10. (Petrobrás, Economista Junior, 2005) O Plano de Ação


Econômica do Governo (PAEG), iniciado no governo do
Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, tinha como
objetivo fundamental o combate à inflação. Os gestores do
Plano defenderam o diagnóstico de inflação:

(A) de custos.
(B) estrutural, setorialmente localizada.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(C) inercial, determinada por elevação do dólar.


(D) causada por excesso de demanda.

(E) determinada por preços de commodities.

Essa aqui vale sempre uma diferenciação: quando se falar em PAEG,


estaremos falando, necessariamente, em inflação de demanda, o que
é comprovado pela letra (D). No período imediatamente seguinte, no
Milagre Econômico, a inflação foi diagnosticada como de oferta ou de
custos. Somente durante a redemocratização é que a inflação foi
diagnosticada como inercial (isso será visto na aula de hoje).

Logo, não tem nem o que pensar, falou-se em inflação durante o


início do regime militar, esta será relacionada, necessariamente, aos
excessos de demanda.

GABARITO: (D)

***

INFLAÇÃO E CRESCIMENTO ECONÔMICO

INFLAÇÃO

A inflação pode ser definida como o processo persistente de


aumento do nível geral de preços, resultando assim em uma
perda do poder aquisitivo da moeda.

Então, quando se falar em aumento generalizado do nível de preços,


estaremos falando, necessariamente, da sempre preocupante
inflação. E por que essa mocinha é tão preocupante? Explico.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Primeiro, porque ela gera um efeito sobre a distribuição de renda


da economia: A inflação provoca uma redução do poder aquisitivo
dos segmentos da população que dependem de rendimentos
fixos, com prazo legal de reajuste (os assalariados). Aqueles com
renda livre, como empresas e especuladores são favorecidos pelo
processo inflacionário.

O segundo efeito da inflação incide sobre a alocação de recursos: O


processo inflacionário tende a modificar o perfil de
investimentos dos agentes da economia. Os investidores
resistem em alocar seus recursos em projetos de longa maturação,
preferindo os de curto prazo.

Quando esse segundo efeito se torna muito forte (nos casos de


hiperinflação), os investidores não aplicam seus recursos em
investimentos que podem gerar o crescimento econômico (e
deslocar a nossa curva de possibilidade de produção), preferindo,
como vimos acima, os investimentos financeiros, que possuem um
prazo de maturação menor. Assim, além de nos deixar mais pobres, a
inflação ainda condena o ritmo de crescimento da economia!

Finalmente, o último efeito é sobre o balanço de pagamentos: Se a


elevação de preços internos se dá em ritmo superior aos
aumentos de preços internacionais, os produtos produzidos
dentro do país tornam-se mais caros que os produzidos
externamente. Isso pode gerar dificuldades de exportação e estimular
as importações, prejudicando os resultados da balança comercial.

Pelos três motivos citados acima, é possível observar que a inflação


deve ser evitada! Isso não quer dizer que devemos ter um
processo de deflação, mas um processo de estabilidade de
preços. Assim, nem alto demais, nem baixo demais!

Mas, de onde vem esse aumento de preço, na seção abaixo


estudaremos os três tipos de inflação.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Tipos de inflação

Inflação de demanda

Acontece inflação de demanda quando há um excesso de demanda


agregada em relação à produção disponível de bens e serviços
(oferta agregada). Pode ser entendida como “dinheiro demais à
procura de poucos bens”.

Como comprimir a demanda agregada? Reduzindo o grau de


investimento dos agentes econômicos ou através do Governo,
aumentando imposto e/ou reduzindo seus gastos. Pelo que
podemos ver, quando o governo gasta demais (através da política
fiscal expansionista), ele gera, no curto prazo, aumento da
renda, mass... pode gerar também aumento da inflação.

Foi exatamente isso que aconteceu no governo Lula, como nós vimos
na aula passada. Como o governo gastou demais em 2010, Dilma
teve que sair cortando todos os gastos para poder colocar a danada
da inflação dentro da meta (que hoje é de 4,5%, podendo ser 2%
para cima ou 2% para baixo).

Inflação de Custos

Como o próprio nome diz, ela está ligada diretamente aos custos
das empresas. Existem muitos fatores que fazem o preço aumentar
do lado da oferta. Abaixo, vemos alguns deles:

 Quedas de produção (ou choques de oferta): Ocorrem


quando as empresas reduzem, significativamente, seus
volumes de produção, devido a greves, falta de matérias-
primas ou quebras de safras;

 Aumento nos preços de produtos importados: Os custos


de produção das empresas aumentam e estas repassam esta
elevação para os preços do produto final;

 Aumentos excessivos de salários: Por iniciativa do governo


ou decorrente da capacidade de negociação dos sindicatos dos
trabalhadores. Se além da inflação e dos índices reais de
produtividade eleva os custos de produção e pressiona os
preços para cima;

 Atuação dos oligopólios: Através da “inflação administrada”,


quando as empresas aumentam seus preços visando um lucro
maior. Se seus produtos são insumos para a produção de
outras empresas gera-se a chamada “espiral inflacionária”.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Por fim, para terminar de falar sobre inflação, vamos ver a mais
complicada de todas, a inflação inercial.

Inflação Inercial

Lembra de inércia da física? Segundo eu me lembro (eu era péssima


em física), a inércia diz que um corpo em repouso, tende a ficar
em repouso se nenhuma força for aplicada sobre ele. Além disso,
um corpo em movimento uniforme tende a ficar nesse
movimento se nenhuma força for implementada sobre ele! (físicos
de plantão, ajudem para ver se tá certinho!)

Ocorre inflação inercial quando os agentes econômicos adaptam


suas expectativas a uma dada taxa de inflação. A taxa de
inflação passa a ser incorporada por diferentes instituições no
desenvolver de suas atividades.

Ou seja, a inflação inercial acontece quando os preços sobem hoje


porque eles, simplesmente, subiram ontem! Simples assim! E por que
eles subiram ontem? Porque já subiram antes de ontem. Ou seja,
eles não vão parar de subir até que uma “força” consiga parar. E
para encontrar essa força para parar, é um problema, viu!

Só para você ter uma idéia, como veremos mais na frente, o Brasil
lutou durante praticamente 10 anos contra essa danada para poder,
finalmente, controla-la!

Exercícios?

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Exercício 11

(AUDITOR FISCAL SEFAZ RJ 2011 FGV) A inflação acumulada


nos últimos doze meses encontra-se no mês de abril de 2011
acima da meta de inflação adotada no país. Para trazer de
volta a inflação para a meta, a melhor combinação de políticas
monetária e fiscal é, respectivamente,

a) elevação da Selic e dos gastos do governo.

b) redução da Selic e dos gastos do governo.

c) elevação da Selic e contração dos gastos do governo.

d) redução dos gastos do governo e da Selic.

e) redução dos gastos do governo e elevação da Selic.

E vamos ao trabalho!

Essa é, disparado, uma das questões que eu mais gosto por razões
simples de se compreender:

1. Fala sobre um fato recente da economia brasileira

2. Fala sobre três assuntos presentes no nosso edital: inflação,


política fiscal e política monetária.

Assim, considerando esses dois fatos, você pode notar que essa seria
uma boa candidata a aparecer na prova do dia 6, não é?

Então massacrá-la!

Primeira coisa a se observar ainda no enunciado. Ele fala de inflação


e a associa às políticas fiscal e monetária! Logo, é possível dizer
que se trata de uma inflação de demanda: como o governo aqueceu a
economia (seja por aumento da oferta de moeda, seja por aumento
dos gastos ou redução de tributos), isso influenciou o consumo das
famílias. Contudo, no curto prazo, a produção das empresas não
responde a esse aumento da demanda, levando a um aumento de
preços! (lei da demanda e da oferta: o que está acontecendo aqui é
simplesmente um deslocamento da curva de demanda para cima e
para a direita para todos os bens, o que leva a um aumento
generalizado no nível de preços, caracterizando a inflação! Lembra
que se o preço de apenas um bem aumentar, isso não caracteriza
inflação. A inflação ocorre quando há o aumento generalizado do
nível de preços).

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Ainda no enunciado, nós temos que esse aumento levou a economia


a um nível de aquecimento tão alto que colocou a inflação fora da
meta estabelecida pelo governo (máximo de 6,5% a.a.). Para
resolver esse problema, o que o governo deve fazer?

Antes de pensar nas políticas, temos que pensar no resultado e


depois voltar para as políticas! Veja, os preços estão aumentando
porque as pessoas estão comprando mais! O que precisamos fazer?
Precisamos fazê-las comprar menos! Como faremos isso? Reduzindo
a renda delas!

Ora, falou-se em redução de renda??

Quando se falar em redução de renda, estaremos falando,


necessariamente de políticas retracionistas!

Logo, para que o governo possa reduzir a inflação, ele terá que
adotar políticas fiscal e monetária retracionistas!

Agora vamos olhar, calmamente, as alternativas:

A alternativa (A) diz que o governo dele fazer uma elevação da


Selic e dos gastos do governo. Ora, se o governo fizer um
aumento da selic (a taxa básica de juros da economia, através de
uma política monetária retracionista via um dos seus instrumentos –
operação em mercado aberto, taxa de redesconto ou encaixes
compulsórios), isso deverá gerar, sim, uma redução na renda da
economia, já que com juros mais altos, as pessoas irão comprar
menos para depositar mais moedas em aplicações financeiras. Então,
até aqui, tudo certo! De fato, um aumento da taxa selic leva a uma
redução da renda da economia, o que freia a inflação. Contudo, a
questão está errada por considerar que o governo deve aumentar os
seus gastos. Como vimos, o aumento dos gastos do governo
implicam em aumento da renda e aquecimento do mercado de bens e
serviços, levando a uma pressão inflacionária!

Logo, a alternativa (A) não pode ser verdadeira.

Continuando, a letra (B) diz que o governo deve fazer uma redução
da Selic e dos gastos do governo. Aqui é justamente o inverso do
que vimos na alternativa (A). Se a primeira alternativa peca quando
fala em aumento dos gastos do governo, a questão atual erra quando
diz que o governo deve fazer uma redução da Selic. Como vimos,

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

para que o governo possa reduzir a renda da economia e, assim,


reduzir a inflação, ele terá que aumentar a taxa de juros, não o
contrário!

Assim como a anterior, a alternativa também não é verdadeira!

Continuando...

A letra (C) afirma que deverá existir uma elevação da Selic e


contração dos gastos do governo. Finalmente, a resposta correta!

Como nós vimos acima, para que o governo possa reduzir a inflação,
ele precisa adotar a combinação das políticas fiscal e monetária
retracionistas! Ou seja, reduzir gastos, aumentar tributos e ainda
aumentar a taxa de juros!

Assim, alternativa correta: (C). Vamos ver porque as demais estão


incorretas?

A letra (D) diz que deverá existir uma redução dos gastos do
governo e da Selic. Ora, essa alternativa é exatamente igual a letra
(B)!! apenas com outras palavras! Logo, assim como a anterior, essa
aqui também está incorreta!

Por fim, a letra (E) afirma que deverá existir uma redução dos
gastos do governo e elevação da Selic! Pois é, exatamente igual a
alternativa correta, a letra (C)!

Logo, não tem nem o que pensar. Nessa prova, aqui, temos duas
alternativas corretas, as letras (C) e (E)!!

Carimbinho?

GABARITO OFICIAL: (C)

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Exercício 12

(ANALISTA DE ECONOMIA –PERITO MPU, 2010, CESPE) A


respeito do desenvolvimento brasileiro no pós-guerra, julgue
os itens a seguir.

[111] Inflação inercial, que é um tipo de inflação de demanda,


surgiu no Brasil nos anos 1970 como um padrão auto-
reprodutor das elevações de preços e salários.

Vamos ao trabalho! Essa aqui é muuiiito boa e cabe até um gatinho


do “como assim?”

Bem, pelo que nós já vimos até agora, fica bem claro que a questão é
incorreta. A explicação para isso é que a inflação inercial não é um
tipo de inflação de demanda, mas uma inflação específica! Assim, a
questão, já com esse erro conceitual está errada.

Continuando a questão, contudo, podemos ver todo o resto está


correto. De fato, a inflação inercial se retroalimenta, provocando um
efeito em espiral!

Assim:

GABARITO: FALSO

***

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Continuando no regime militar....

O problema é que a correção monetária resolvia o problema


parcialmente já que com o aumento dos salários, haveria um
aumento nos custos o que gera, em última análise, um aumento nos
preços dos bens. Assim, nós podemos ver, de agora, que a correção
monetária gera uma redução na inflação no curto prazo. Além disso,
essa redução terá um preço que deverá ser pago em algum ponto no
tempo. A tabela abaixo, tirada do mesmo livro mostra como a
redução foi desacelerada:

Resolvido, pelo menos por enquanto, o problema da inflação, os


militares observaram que era preciso organizar o Brasil para que nós
pudéssemos ter, finalmente, um grande processo de crescimento.
Para fazer isso, o PAEG desenvolveu três reformas institucionais:

A. Reforma tributária

B. Reforma monetário-financeira

C. Reforma do setor externo

REFORMA TRIBUTÁRIA

Quando entraram no governo, os militares observaram que o nosso


sistema triburtário era extremamente defasado para a nossa
realidade naquela época. Sabendo disso, implementaram as
seguintes medidas para torná-lo mais eficiente:

Transformaram os impostos em cascata (em que você acaba


pagando um “imposto em cima do outro”) em impostos de valor
adicionado, como o IPI e o ICM (que mais tarde seria chamado de
ICMS)

Redefiniram o espaço tributário entre as diversas esferas do


governo. Assim, caberia a união o valor arrecadado com o IPI, o
Imposto de Renda, os impostos únicos, o imposto sobre a

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

exportação, o imposto sobre a importação e o ITR. À Unidade


Federativa, caberia o ICM e ao município caberia o ISS e o IPTU.

Foi anda na mão dos militares que foi criado o Fundo de Participação
dos Estados e dos Municípios.

Além desses impostos, o governo estabeleceu ainda vários fundos


parafiscais. Entre os mais importantes, nós vamos destacar o PIS e o
FGTS. Para o caso desse último, a criação dele merece destaque.
Como até antes do regime militar havia uma lei que dizia que se o
trabalhador tivesse mais de 20 anos como funcionário de
determinada empresa não poderia ser demitido, isso acabava
engessando o mercado de trabalho. Para tirar esse benefício do
trabalhador sem prejudicá-lo demais, os militares desenvolveram o
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Com isso, caso o
trabalhador fosse demitido, ele não seria tão prejudicado a ponto de
ficar sem nenhum recurso financeiro e com a idade avançada. Assim,
o FGTS surge também como uma possibilidade de dar dinamismo no
mercado de trabalho.

Como principais consequências da reforma tributária promovida pelos


militares, nós tivemos um aumento na arrecadação, o que possibilitou
que o governo tivesse mais uma forma de financiar os seus gastos
que impulsionariam, por fim, o crescimento econômico.

REFORMA MONETÁRIO – FINANCEIRA

Até 1964, o sistema financeiro brasileiro era hiper confuso. Nesse


período, a autoridade monetária era exercida por quatro instituições
diferentes: a SUMOC (Superintendência da Moeda e do Crédito), pelo
Conselho da SUMOC, pelo Tesouro Nacional e pelo Banco do Brasil.
Observando tamanha dispersão de autoriade no sistema financeiro e
notando ainda a existência de uma maior complexidade nesse sitema
no Brasil, o PAEG desenvolveu uma reforma que tinha como objetivo
criar condições de condução independente da política
monetária e direcionar os recursos da atividade econômica.

Para fazer isso, o governo militar criou quatro grandes medidas:

1. Instituição das Obrigações reajustáveis do Tesouro


Nacional

Com essa medida, o governo tornava os títulos públicos novos


instrumentos de financiamento, evitando, assim, o financiamento
público via emissão de moeda. Como os títulos não estavam
indexados anteriormente (indexados = reajustados por um índice que
nesse caso é o índice de preços), não eram interessantes de ser

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

comprados pelos investidores. Com o reajuste via índice de preços,


esses títulos passam a ser mais interessantes para a compra.

2. Criação do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional

Siimmm... somente agora nós criamos o Banco Central e o CMN. No


apagar das luzes de 1964 (31.12) foram criadas as duas instituições
mais importantes do sistema financeiro brasileiro. Deve-se notar que
cabe ao CMN a normatização do sistema financeiro e cabe ao banco
central a execução da política monetária e a fiscalização do sistema
financeiro.

3. Criação do Sistema Financeiro de Habitação e do Banco


Nacional de Habitação

A criação desses dois agentes do sistema financeiro está ligada,


diretamente, à restrição de crédito necessária para a redução da
inflação. Assim, como o financiamento para a habitação ficou mais
escasso, o governo objetivou, com essa criação, reduzir o déficit
habitacional.

4. Reforma no sistema financeiro e do mercado de capitais

Finalmente, com o objetivo de melhorar o acesso ao crédito para o


investimento das empresas, foi criado o mercado de

capitais, que tinha como objetivo direcionar o crédito para as


empresas. Além disso, o sistema financeiro como um todo foi
reestruturado. Nessa estruturação, os agentes financeiros foram
caracterizados pela sua especialização, o que ia de acordo com o
modelo do sistema financeiro norte americano.

Com esses quatro pontos, o governo conseguiu estruturar o sistema


fianceiro. Faltava agora reorganizar o setor externo para aprontar a
economia para a decolagem.

REFORMA DO SETOR EXTERNO

A última reforma promovida pelo governo brasileiro foi ligada ao


setor externo. Como o setor externo ficou esquecido por muito tempo
e como o governo queria retirar recursos para investir também do
exterior, ele adotou algumas políticas de incentivos.

Para a melhora no comércio externo, o governo criou incentivos


fiscais para a exportação e modernizou os órgãos ligados ao comércio
internacional. Do lado da importação, o governo retirou os limites
quantitativos que existiam e adotou, para proteger a nossa indústria
um sistema de minidesvalorizações cambiais. Finalmente, no que diz

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

respeito à atração do capital estrangeiro, houve uma renegociação da


dívida externa e o acordo de garantias para o capital estrangeiro.

Com as reformas consolidadas, nós pudemos preparar a nossa


economia para decolar junto com o período seguinte, carinhosamente
chamando de “Milagre Econômico”.

O MILAGRE ECONÔMICO

Entre os anos de 1968 e 1973, o Brasil experimentou as maiores


taxas de crescimento do produto nacional na história recente: taxas
de crescimento acima de 10% a.a.

Esse desempenho decorreu de alguns fatores que vale a pena


mencionar:

As reformas institucionais anteriores,

A capacidade ociosa da indústria;

O crescimento da economia mundial;

Mudança do diagnóstico da inflação: passou-se a acreditar que a


inflação estava ligada aos custos. Assim, o governo tirou a mão do
bolso e passou a gastar via políticas monetária, fiscal e creditícia.

As principais fontes de crescimento da economia brasileira que


possibilitaram o crescimento foram a retomada do investimento
público (siimm... governo gastando de novo!) em infraestrutura e das
empresas privadas. Além disso, houve ainda um aumento da
demanda por bens duráveis e por bens produzidos pela construção
civil. Por fim, nós vivíamos ainda um processo de forte exportação.
Assim, sob o governo Médici, o mais autoritário de todos os governos,
nós tivemos os maiores indícios do milagre econômico.

Um ponto importante nesse período é o plano econômico que


governava as políticas do governo. Embora normalmente não seja
dito pela maioria dos livros, foi nesse período que nós tivemos a
implantação do I PND: Plano Nacional de Desenvolvimento.

Mas, o milagre não se resumiu a flores. Foi também nesse período


que nós engrossamos o nosso endividamento externo: com um
crescimento de US$ 9 bilhões de dólares.

O problema é que o milagre demorou pouco... com o fim dos anos de


ouro no Brasil, nós passamos por problemas de ordem interna e
externa. Agora, nós já não conseguíamos mais crescer como antes.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Além do problema econômico, temos um problema de legitimidade


política: sem crescer, não há mais a justificativa de manter os
militares no poder. É isso que nós veremos no ponto seguinte.

Exercícios?

13. (Petrobrás, Economista Junior, 2005) O período conhecido


como “Milagre Econômico” (1968-1973) foi marcado por uma
forte expansão do nível de atividade no Brasil e em vários
outros países em desenvolvimento. No plano internacional,
qual fator contribuiu para esse crescimento?

(A) Grande aumento da liquidez no mercado financeiro


internacional, representado pelos eurodólares.
(B) Ajuda americana através do Plano Marshall e de
outras formas de transferências unilaterais.
(C) Forte expansão das exportações de produtos
manufaturados e semimanufaturados para a Europa e os
Estados Unidos.
(D) Surgimento dos petrodólares, com influência na
composição dos novos empréstimos externos.
(E) Aquecimento da demanda mundial por commodities,
resultante do grande crescimento da economia chinesa.

Esse aqui é bem interessante. E dá para sair cancelando uma série de


alternativas. Vejamos:

A letra (B) fala do Plano Marshall. Aqui, com um pouquinho de


esforço para lembrar da aula de história geral, você vai recordar que
esse plano foi criado depois da segunda guerra mundial para
reconstruir a Europa abalada pela guerra. Isso foi nos idos dos anos
1940, muito longe da nossa realidade entre os anos de 1968 e 1973.
Assim, a alternativa não pode ser verdadeira.

Pulando a letra (C) e indo direto para a letra (D), vemos que os
petrodólares só surgem depois do primeiro choque do petróleo, em
1973, logo, essa alternativa também não pode ser correta.

A letra (E) também não é verdadeira porque, a essa época, a


economia Chinesa era de base socialista e, nesse regime, não se
comunicava com o resto das economias de mercado.

Sobraram apenas as alternativas (A) e (C). Analisando a últimva


vemos que não houve, do nosso lado, uma exportação de produtos

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

manufaturados e semimanufaturados. Lembre que nós ainda


estávamos em processo de industrialização via substituição de
importações e, embora tivéssemos um parque industrial bem
considerável nesse período, nós ainda não tínhamos competitividade
suficiente para fazer frente às produções americanas e européias.

Dessa forma, fica como alternativa correta a letra (A). De fato, o


nosso milagre foi financiado, em grande medida, pelos eurodólares.

GABARITO: (A)

14. (Petrobrás, Economista Pleno, 2005) A crise econômica


brasileira na década de 60 do século passado combinou baixo
crescimento e alta das taxas de inflação. O Plano Trienal e o
Plano de Ação econômica do Governo (PAEG) visavam,
fundamentalmente, criar mecanismos de estabilização de
preços e retomada das condições de crescimento da economia
brasileira. Como principal diferença entre esses planos, no que
se refere ao diagnóstico da inflação do período, é correto
afirmar que o Plano Trienal:

(A) assumia um diagnóstico estruturalista, enquanto o


PAEG apontava para o combate a uma inflação de
demanda.
(B) assumia um diagnóstico de inflação de custos,
enquanto o PAEG apontava para o combate a uma
inflação de demanda.
(C) fazia um combate de longo prazo à inflação, enquanto
o PAEG assumia uma inflação de custos.
(D) destacava um diagnóstico estruturalista, enquanto o
PAEG apontava para o combate a uma inflação de custos
associada à retração do nível de atividade.
(E) supunha uma redução da inflação a partir de reformas
estruturais, enquanto o PAEG assumia a necessidade de
forte expansão da economia.

Para responder essa questão, você precisa lembrar que, para o PAEG,
a inflação era gerada por um excesso da demanda. Assim, apenas
analisando isso, vemos que as letras (C), (D) e (E) não podem ser
verdadeiras.

Sobram apenas as alternativas (A) e (B). Nesse caso, para fazer o


critério de desempate, você terá que saber que, segundo o Plano

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Trienal do governo de João Goulart, a inflação era estrutural, ou seja,


só seria possível extinguir a inflação se o governo promovesse
diversas reformas na estrutura da economia.

GABARITO: (A)

15. (Termorio, Economista Junior, 2009) No período de 1968 a


1973, conhecido como fase do “milagre”, a economia
brasileira apresentou taxas elevadas de crescimento real do
PIB, mas a tendência de aumento da inflação foi contida. Para
tal, um fator importante foi a(o)

(A) capacidade ociosa da economia.


(B) contenção da demanda via política monetária
expansiva.
(C) redistribuição da renda para as classes de menor
poder aquisitivo.
(D) desvalorização cambial da moeda brasileira.

(E) crescimento vigoroso das exportações no período.

Essoe aqui é muito interessante e eu vou responder logo “de cara”. A


alternativa correta é a letra (A). O milagre só conseguiu taxas de
crescimento tão expressivas porque havia muita capacidade ociosa
criada nos períodos anteriores e que foram sendo absorvidas apenas
nesse período.

Veja que é impossível um país crescer tanto em tão pouco tempo se


não houver uma boa capacidade ociosa a ser ocupada. E foi
justamente esse fator que nos ajudou no período do milagre.

A letra (B), por sua vez, está errada já que não houve qualquer
contenção da demanda. Como a oferta foi diagnosticada como de
custos, o governo não sentiu qualquer necessidade de fazer políticas
de restrição de demanda.

A letra (C) pode ser respondida lembrando da teoria do bolo, não é?

A letra (D) é verdade, contudo, não foi um fator importante para o


período do milagre. Assim, veja que uma alternativa ser verdadeira
para o período não implicará ser a resposta da questão, ok?

Finalmente, a letra (E) é falsa já que não houve um crescimento


vigoroso das exportações nesse período.

GABARITO: (A)

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

16. (IBGE, Análise Socioeconômica, 2010) Durante o período


de 1968 até 1973, a economia brasileira apresentou taxas de
crescimento real do PIB bem elevadas, taxas de inflação
diminuindo, redução e eliminação de deficit no balanço de
pagamentos. Tal evolução se tornou possível por causa de
vários fatores, dentre os quais NÃO se encontra o(a)

(A) quadro de ampla liquidez no mercado financeiro


internacional.
(B) política deliberada de captação de recursos externos
para financiar o balanço de pagamentos.
(C) política de minidesvalorizações cambiais, de acordo
com a inflação, evitando variações bruscas no câmbio
real.
(D) redistribuição de renda para os pobres, expandindo
rapidamente a demanda interna.

(E) existência de capacidade ociosa na economia.

Essa aqui, como pede a alternativa errada, vamos direto nela!

Você acha que o governo olhou para as pessoas mais pobres? (teoria
do bolo, teoria do bolo...) A resposta é: NÃO! O governo militar não
se interessou em fazer a redistribuião de renda para os mais pobres.
Assim, a letra que responde essa questão é a alternativa (D)!

GABARITO: (D)

Entendido?

***

Pessoal,

Terminamos aqui a nossa aula 01! Espero que tenham gostado! A


gente se encontra amanhã para falar da segunda parte do governo
militar.

A gente se encontra em breve

Até lá!

Amanda

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

Exercícios Resolvidos

Exercício 01

(BNDES, Profissional Básico: Economia, 2008) Assinale, entre


as opções abaixo, a que NÃO corresponde a uma das
principais características da política de industrialização
brasileira no Pós-Guerra.

(A) Fornecimento de crédito a longo prazo para


implantação de novos projetos.
(B) Proteção à indústria nacional, mediante tarifas de
importação e barreiras não tarifárias.
(C) Participação direta do Estado no suprimento da infra-
estrutura (energia, transporte).
(D) Participação direta do Estado na produção em alguns
setores tidos como prioritários (siderurgia, mineração,
petróleo).
(E) Intensa preocupação de atender o consumidor
doméstico com produtos de qualidade e baratos.

Exercício 02

(EPE, Economia da Energia, 2006) A política de valorização do


café no Brasil, iniciada em 1906 no Convênio de Taubaté e
recorrentemente utilizada para evitar quedas significativas no
preço internacional do produto, apresentava como principais
determinantes a(o):

(A) retenção de parcela da produção doméstica para


reduzir as exportações do produto, prática possibilitada
pela participação brasileira no mercado internacional do
café e por sua baixa elasticidade-preço.
(B) retenção da produção de café por alguns anos,
eliminando as exportações, em decorrência das graves
crises internacionais que afetavam a demanda externa do
produto, como ocorreu na década de 30 (do século XX).
(C) punição de produtores de café que ultrapassassem as
cotas de produção pré-determinadas pelo governo
central, visando à manutenção dos preços internacionais
do produto.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(D) busca de maior diversificação produtiva nas áreas de


plantio do café, evitando a forte dependência dos
produtores em relação a um único item.
(E) impedimento do plantio de novas áreas para a
produção de café, determinando uma drástica redução
estrutural da oferta internacional de café.

Exercício 03

(EPE, Economia da Energia, 2006) O Plano de Metas (1956-


1961) marcou uma importante transformação produtiva
brasileira, visando a maior integração da estrutura industrial
no País. Para sua montagem, foi fundamental a identificação
de pontos de estrangulamento que representavam setores:

(A) cuja oferta não era capaz de responder rapidamente a


uma elevação de demanda.
(B) cuja expansão era inviável e que deveriam ter
prioridade nas importações.
(C) periféricos da indústria e com baixa capacidade de
geração de emprego.
(D) capazes de gerar grande demanda para outras
atividades produtivas.
(E) compostos por empresas de baixos níveis de
produtividade e sofisticação tecnológica.

Exercício 04

(EPE, Economia da Energia, 2006) As proposições abaixo


dizem respeito ao Plano de Metas (1956-1961).

I - Entre as técnicas de planejamento utilizadas no Plano de


Metas destacaram-se a identificação de pontos de
estrangulamento e pontos de germinação.

II - A elevação da produção de petróleo no País foi um fator


essencial para o sucesso do Plano de Metas.

III - A política de valorização do café foi um dos pontos mais


importantes para viabilizar a implementação do Plano de
Metas.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

É(São) correta(s) apenas a(s) proposição(ões):

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I e III.

Exercício 05

(Petrobrás, Economista Junior, 2005) Dentre as principais


medidas do Plano de Metas, no governo Juscelino Kubitschek,
destaca-se a:

(A) criação de comissões setoriais, como o GEIA.


(B) criação da Petrobras, para expandir a exploração de
petróleo no país.
(C) imposição de uma política salarial concentradora de
renda.
(D) realização de reformas tributária e administrativa.
(E) aplicação de políticas ortodoxas de combate à
inflação.

Exercício 06

(Petrobrás, Economista Pleno, 2005) Sobre a economia


brasileira, considere as afirmações abaixo.

I - O Plano de Metas teve por objetivo primordial aprimorar as


medidas de combate à inflação no Brasil.

II - Entre as principais ações estabelecidas no Plano de Metas


estava a política de reserva de mercado.

III - Atacar os pontos de estrangulamento e constituir pontos


de germinação eram objetivos primordiais do Plano de Metas.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):

(A) I, apenas.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(B) II, apenas.


(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

Exercício 07

(IBGE, Análise Socioeconômica, 2010) Os estudiosos da


história econômica do Brasil afirmam que a política de
industrialização pela substituição de importações já esgotara
suas possibilidades de motivar o investimento e o crescimento

(A) antes do governo de Juscelino Kubitschek.


(B) no início dos governos militares da década de 1960.
(C) antes da crise de aumento do preço do petróleo em
1973.
(D) antes da crise da dívida externa no final da década de
1980.
(E) no início do governo de Fernando Henrique Cardoso.

8. (EPE, Analista Economia de Energia, 2007) Em 1964 o


governo brasileiro começou a implementar um novo programa
econômico conhecido como PAEG, visando, entre outros
objetivos, a:

(A) conter paulatinamente o processo inflacionário


brasileiro.
(B) conter a entrada de investimentos externos
especulativos.
(C) promover aumentos salariais e a redistribuição de
renda no Brasil.
(D) reorganizar o mercado financeiro brasileiro e eliminar
a correção monetária.
(E) aumentar substancialmente o comércio externo
brasileiro com os países do Mercado Comum Europeu.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

9. (BNDES, Profissional Básico: Economia, 2008) O PAEG


(Plano de Ação Econômica do Governo) e as reformas
implementadas em 1964 e nos anos imediatamente
subseqüentes, no Brasil,

(A) aumentaram substancialmente os salários.


(B) aumentaram as restrições à entrada de capitais
externos.
(C) diminuíram a carga fiscal dos contribuintes.
(D) criaram o Banco Central do Brasil.
(E) eliminaram a correção monetária no país.

10. (Petrobrás, Economista Junior, 2005) O Plano de Ação


Econômica do Governo (PAEG), iniciado no governo do
Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, tinha como
objetivo fundamental o combate à inflação. Os gestores do
Plano defenderam o diagnóstico de inflação:

(A) de custos.
(B) estrutural, setorialmente localizada.
(C) inercial, determinada por elevação do dólar.
(D) causada por excesso de demanda.
(E) determinada por preços de commodities.

Exercício 11

(AUDITOR FISCAL SEFAZ RJ 2011 FGV) A inflação acumulada


nos últimos doze meses encontra-se no mês de abril de 2011
acima da meta de inflação adotada no país. Para trazer de
volta a inflação para a meta, a melhor combinação de políticas
monetária e fiscal é, respectivamente,

a) elevação da Selic e dos gastos do governo.

b) redução da Selic e dos gastos do governo.

c) elevação da Selic e contração dos gastos do governo.

d) redução dos gastos do governo e da Selic.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

e) redução dos gastos do governo e elevação da Selic.

Exercício 12

(ANALISTA DE ECONOMIA –PERITO MPU, 2010, CESPE) A


respeito do desenvolvimento brasileiro no pós-guerra, julgue
os itens a seguir.

[111] Inflação inercial, que é um tipo de inflação de demanda,


surgiu no Brasil nos anos 1970 como um padrão auto-
reprodutor das elevações de preços e salários.

13. (Petrobrás, Economista Junior, 2005) O período conhecido


como “Milagre Econômico” (1968-1973) foi marcado por uma
forte expansão do nível de atividade no Brasil e em vários
outros países em desenvolvimento. No plano internacional,
qual fator contribuiu para esse crescimento?

(A) Grande aumento da liquidez no mercado financeiro


internacional, representado pelos eurodólares.
(B) Ajuda americana através do Plano Marshall e de
outras formas de transferências unilaterais.
(C) Forte expansão das exportações de produtos
manufaturados e semimanufaturados para a Europa e os
Estados Unidos.
(D) Surgimento dos petrodólares, com influência na
composição dos novos empréstimos externos.
(E) Aquecimento da demanda mundial por commodities,
resultante do grande crescimento da economia chinesa.

14. (Petrobrás, Economista Pleno, 2005) A crise econômica


brasileira na década de 60 do século passado combinou baixo
crescimento e alta das taxas de inflação. O Plano Trienal e o
Plano de Ação econômica do Governo (PAEG) visavam,
fundamentalmente, criar mecanismos de estabilização de
preços e retomada das condições de crescimento da economia
brasileira. Como principal diferença entre esses planos, no que
se refere ao diagnóstico da inflação do período, é correto
afirmar que o Plano Trienal:

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(A) assumia um diagnóstico estruturalista, enquanto o


PAEG apontava para o combate a uma inflação de
demanda.
(B) assumia um diagnóstico de inflação de custos,
enquanto o PAEG apontava para o combate a uma
inflação de demanda.
(C) fazia um combate de longo prazo à inflação, enquanto
o PAEG assumia uma inflação de custos.
(D) destacava um diagnóstico estruturalista, enquanto o
PAEG apontava para o combate a uma inflação de custos
associada à retração do nível de atividade.
(E) supunha uma redução da inflação a partir de reformas
estruturais, enquanto o PAEG assumia a necessidade de
forte expansão da economia.

15. (Termorio, Economista Junior, 2009) No período de 1968 a


1973, conhecido como fase do “milagre”, a economia
brasileira apresentou taxas elevadas de crescimento real do
PIB, mas a tendência de aumento da inflação foi contida. Para
tal, um fator importante foi a(o)

(A) capacidade ociosa da economia.


(B) contenção da demanda via política monetária
expansiva.
(C) redistribuição da renda para as classes de menor
poder aquisitivo.
(D) desvalorização cambial da moeda brasileira.
(E) crescimento vigoroso das exportações no período.

16. (IBGE, Análise Socioeconômica, 2010) Durante o período


de 1968 até 1973, a economia brasileira apresentou taxas de
crescimento real do PIB bem elevadas, taxas de inflação
diminuindo, redução e eliminação de deficit no balanço de
pagamentos. Tal evolução se tornou possível por causa de
vários fatores, dentre os quais NÃO se encontra o(a)

(A) quadro de ampla liquidez no mercado financeiro


internacional.

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 40


Curso Completo de Economia Brasileira para o BNDES
Profissional Básico: Economista
Profa. Amanda Aires
Teoria e Questões Comentadas – AULA 01

(B) política deliberada de captação de recursos externos


para financiar o balanço de pagamentos.
(C) política de minidesvalorizações cambiais, de acordo
com a inflação, evitando variações bruscas no câmbio
real.
(D) redistribuição de renda para os pobres, expandindo
rapidamente a demanda interna.
(E) existência de capacidade ociosa na economia.

GABARITO:

1 E 9 D

2 A 10 D

3 A 11 C

4 A 12 FALSO

5 A 13 A

6 D 14 A

7 E 15 A

8 A 16 D

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 40

Vous aimerez peut-être aussi