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ALUNOS
ANTÔNIO WILTON DA SILVA
CICERO PHILIPE MENEZES GOME DE ANDRADE
JÉFERSON BORGES DE MOURA
RESTRIÇÕES À PROPRIEDADE
CRATO – CE
2018
1. LIMITAÇÕES BASEADAS NO INTERESSE PRIVADO
Árvores limítrofes (arts. 1.282 e 1.284 do CC). Há uma presunção relativa no que
diz respeito às árvores que se encontram situada na linha divisória entre as
propriedades, pois se presume que estas pertençam igualmente aos vizinhos, através de
uma relação de condomínio legal. Os ramos ou raízes que ultrapassarem o limite da
propriedade podem ser cortados pelo proprietário do terreno invadido. O critério é o
plano vertical. Os frutos que caírem de uma determinada árvore no terreno alheio,
pertencerão ao dono do solo no qual caíram.
Passagem de cabos e tubulações (arts. 1.286 e 1.287 do CC). Quando não for
possível ao vizinho viabilizar a estruturação de cabos ou tubulações, aéreas ou
subterrâneas, ou quando o for excessivamente onerosa, o vizinho contíguo é obrigado
a, mediante justa indenização, garantir a passagem dos mesmos. O proprietário, às
custas de quem se fará a passagem forçada, tem o direito de solicitar, contudo, que a
passagem seja feita de maneira menos gravosa, inclusive com obras de segurança e
prevenção.
Embora o inciso terceiro do artigo 170, não traga uma definição precisa do conceito de
função social, a própria Constituição da República, em seu artigo 186 e respectivos incisos,
estabelece, expressamente, as hipóteses nas quais a função social da propriedade imóvel rural
é cumprida, ou seja, quando existe:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e trabalhadores
A partir dessas hipóteses descritas, entende-se que caso não atendida a função social
da propriedade rural, esta será desapropriada para fins de reforma agrária mediante prévia e
justa indenização a ser paga com títulos da dívida agrária, resgatáveis em até vinte anos, a
partir do segundo ano de emissão.
Tendo em vista que criaram-se, nessa seara, limitações ao direito de propriedade não
apenas ao extinguir, de modo gradativo, as formas de ocupação e exploração da terra contrária
à sua função social, mas também ao estabelecer normas sobre a alienação dos terrenos rurais.
“A Constituição Federal de 1988, art. 191 e parágrafo único, e o Código Civil, art. 1.239,
contemplam a aquisição de imóvel particular rural, por meio de usucapião pro labore,
limitando o direito do proprietário que o abandonou”
Também em relação à propriedade imóvel urbana, a Constituição da República
explicita de que forma será cumprida sua função social, determinando, em seu artigo 182,
parágrafo 2º que será atendida quando atender às exigências fundamentais de ordenação
expressa no plano diretor. O parágrafo 4º do mesmo artigo estabelece sanções aplicáveis na
hipótese de imóvel não edificado, subutilizado ou não utilizado como forma de constranger o
proprietário a observar a função social de seu imóvel.
Nesse sentido, poderá incidir p parcelamento ou edificação compulsória, imposto
sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo e, por fim, a
desapropriação, prévia e justa, mediante pagamento de títulos da dívida pública, cuja emissão
deverá ser aprovada pelo Senado Federal, resgatáveis em até dez anos em parcelas iguais,
anuais e sucessivas.
Tais formas de desapropriação, tanto a descrita no que diz respeito à imóvel rural,
como as relativas a imóveis urbanos constituem hipóteses de desapropriação por interesse
social, de modo a prestigiar a função social da propriedade.
3. RESTRIÇÕES ADMINISTRATIVAS
BIBLIOGRAFIA
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito civil brasileiro, v. 04 – Direito das coisas. 20ª ed. rev.
e atual. de acordo com o Novo Código Civil (Lei n. 10.406/2002) e o Projeto de Lei n.
6.960/2002 – São Paulo: Saraiva, 2004, p. 251.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24ª ed. rev. e atual. nos
termos da Reforma Constitucional (até a Emenda Constitucional n. 45, de 8.12.2004) – São
Paulo: Malheiros, 2005, p. 279.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais. vol. 5. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005, p.
296.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil, v. 5. Direito das coisas. 27ª ed. rev. e atual. de acordo com
o novo Código Civil (Lei n. 10.406 de 10-1-2002) – São Paulo: Saraiva, 2002, p. 119.