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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ


GABINETE DES. SUELI PEREIRA PINI

Nº do processo: 0038247-96.2017.8.03.0001
Origem: 1ª VARA CÍVEL E DE FAZENDA PÚBLICA DE MACAPÁ

REMESSA EX-OFFICIO(REO) Tipo: CÍVEL


Parte Autora: ADRYELLE MONTEIRO SANTOS, ALAN CARLOS DOS
SANTOS SIQUEIRA, ANNE CAROLINE SOUZA DO ROSARIO, ANTONIO
BENEDITO DA COSTA GOUVEIA, ARETHA PRISCILLA BATISTA DE
AMORIM, BRENDA LANI CALANDRINI DE OLIVEIRA, CÁDIMA
SUZANA PICANCO CHAGAS, CLEUTON BARBOSA PINTO, DGIANNY
MATOS DOS SANTOS, DIEMERSON UILLEN DE OLIVEIRA SOUSA,
ELTON CESAR LEITE DE ARAUJO, GLAYDSON ANTONIO BRITO
MACHADO, GRASIELE BELFOR SOUZA, HELENIANE DE LIMA DIAS,
HELTON JOSE PINHEIRO INAJOSA, ISMAEL VIANA DA COSTA,
JANNIOARLES PEREIRA GOMES, JERCKSON JOBSON DA SILVA
CORTES, JOCELI CUSTODIO PANTOJA DE SOUSA, JOELSON DE
ALCANTARA CURVEL SILVA, KARLA HOSY GUEDES FARIAS, LIEGE
ESPINDOLA DOS SANTOS, MARCELA PRISCILA DO ROSÁRIO DIAS,
MARCIONE GUEDES AZEVEDO, MARCIO SANTOS DA SILVA, MARCOS
VITOR DA ROCHA LAMEIRA, MARICLEUMA DE OLIVEIRA BRITO,
MAURO JOSE NONATO CORREA, MICHELLE MARRY SECCU
FERREIRA, NAILTON DE LIMA GOIS, OSEAS NETO SILVA DA COSTA,
PEDRO GERSON SILVA COSTA, RODRIGO DE SOUSA LAMEIRA,
SIMONE LOPES E SILVA, SOCORRO DOS SANTOS GAIA BENICIO,
TYARA NEDJMA VILHENA COSTA, WILLEN OLIVEIRA DE SOUZA
Advogado(a): MARIA JOZINEIDE LEITE DE ARAUJO - 1841AP
Parte Ré: JOSÉ DOS SANTOS GOMES
APELAÇÃO Tipo: CÍVEL
Apelante: ADELIANE SANTOS DOS SANTOS, ADENILSO RANON
AMARAL FERREIRA, ALBIERE DOS SANTOS MARTEL, ALEXANDER
JHONATAN DA SILVA BATISTA, ANA LÚCIA PANTOJA COSTA, ANA
RAFAELA ALVES DA PAZ, ANDREZA DE SIQUEIRA PAES, ARNALDO
SANTOS DA SILVA, BRUNO MORENO PERES DA FONSECA, CARLA DE
PAULA COLARES DE OLIVEIRA, CEANE PEREIRA LIMA, DANIELA
OLIVEIRA DA SILVA, DENILTON DE ARAUJO DA SILVA, DIEGO
BRUNO DE MELO BRITO, EDNALDO SANTA ROSA BENTES, EDUARDO
FILIPE DOEBELI MATIAS ANTUNES, EDUARDO HENRIQUE DOS
SANTOS CARVALHO, ELIANE RODRIGUES PINHEIRO, ELTON COSTA
RIBEIRO, ESTADO DO AMAPÁ, EVANDRO CARDOSO FURTADO,
FABIO ROBERTO DE ARAUJO LOBATO, FELICIANE SOARES DIAS,
HELEN CRISTINE CASTRO FIGUEIRA, HELTON SANTOS PEREIRA,
HOMERO DOS SANTOS MARTINS, IZAEL NEGRAO GOMES, JACO
BARBOSA DO NASCIMENTO, JAKELYNE CARDOSO SILVA, JEFTE DA
COSTA LIMA, JESSICA CORREA BRAGA, JIMMY MAXWELL ARAUJO
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Este documento foi assinado eletronicamente por Desembargadora SUELI PEREIRA PINI em 17/10/2018 16:39. O original deste docum
ento pode ser consultado no site do TJAP. Hash: 385248923AM
SOUSA, JORGE COSTA MALHEIROS, JORGE RAMON BAIA
RODRIGUES, JOSIANE FONTENELLE DA SILVA, JOSLAN FAVACHO
DA SILVA, JUICIEILA SOUZA SANTOS, JULIANA SABRINA COSTA DA
SILVA, JULIENE FREITAS DE OLIVEIRA, LEONAN ROCHA DE LIMA,
LUCIANO DE OLIVEIRA ALMEIDA, LUCIELSON DA SILVA LUZ,
MARCILEIA SIMPLICIO DE MELO, MARCIO VASCONCELOS
FERREIRA, MARIE ALMAZA GARRETT DAGHER, MARLENE GOMES
DA SILVA, MARLON FIGUEIREDO PESSOA, MOACIR BORGES,
MONIQUE LAU DE OLIVEIRA, NAYANNE CAVALCANTE RODRIGUES,
NIELE CRISTINA DOS SANTOS BARROS, PEDRO HENRIQUE DE
MATOS PANTOJA, PRISCILA SILVA DE FREITAS, RAYANNE ANDRADE
BELFOR, ROBSON CORREA DE ALMEIDA, RODRIGO GOMES
RODRIGUES, ROMIE BRADLEY DA SILVA DE SOUZA, ROSIVAN
FERREIRA E FERREIRA, SIDNEI ANDREA GAMA, STEFFANY
APARECIDA DE CARVALHO SILVA, TANE GABRIELA DA SILVA
GUIMARÃES, TATIANE ALVES COSTA, TATIANE DE LIMA LIMA,
TAYLINE SILVA DOS SANTOS, WAGNER COSTA LOBATO, WANDERLI
BRAGA NUNES
Advogado(a): GEORGE ARNOUD TORK FAÇANHA - 2708AP, MERIAN
TENTES CORTES - 2877AP, RUBEN BEMERGUY - 192AP
Apelado: ADRYELLE MONTEIRO SANTOS, ALAN CARLOS DOS SANTOS
SIQUEIRA, ANDERSON CAMILO DA SILVA LEITE, ANNE CAROLINE
SOUZA DO ROSARIO, ANTONIO BENEDITO DA COSTA GOUVEIA,
ARETHA PRISCILLA BATISTA DE AMORIM, BENEDITO LIMA NERI,
BRENDA LANI CALANDRINI DE OLIVEIRA, CÁDIMA SUZANA
PICANCO CHAGAS, CARLOS JOSE NAHUM DE ALMEIDA, CLEUTON
BARBOSA PINTO, DGIANNY MATOS DOS SANTOS, DIEMERSON
UILLEN DE OLIVEIRA SOUSA, ELTON CESAR LEITE DE ARAUJO,
EVERALDO DA COSTA FURTADO, FABIOLA LIMA DA SILVA,
FRANCILENE ALMEIDA DE SOUZA, GLAYDSON ANTONIO BRITO
MACHADO, GRASIELE BELFOR SOUZA, HELDER WINICIUS
RODRIGUES PANTOJA, HELENIANE DE LIMA DIAS, HELENY NUNES
SA, HELTON JOSE PINHEIRO INAJOSA, ISMAEL VIANA DA COSTA,
JANNIOARLES PEREIRA GOMES, JEFERSON DA COSTA
VASCONCELOS, JERCKSON JOBSON DA SILVA CORTES, JOAB
WILLIAMS LOPES CASTRO, JOCELI CUSTODIO PANTOJA DE SOUSA,
JOELSON DE ALCANTARA CURVEL SILVA, JORDSON DA SILVA DIAS,
JOSÉ DOS SANTOS GOMES, JOSIEL BARBOSA CHAGAS, JOSIMAR
PEREIRA CORTES, KARLA HOSY GUEDES FARIAS, LIEGE ESPINDOLA
DOS SANTOS, MARCELA PRISCILA DO ROSÁRIO DIAS, MARCIONE
GUEDES AZEVEDO, MARCIO SANTOS DA SILVA, MARCOS VITOR DA
ROCHA LAMEIRA, MARICLEUMA DE OLIVEIRA BRITO, MARLON
VILHENA DA SILVA, MAURO JOSE NONATO CORREA, MICHELLE
MARRY SECCU FERREIRA, NAILTON DE LIMA GOIS, NARA
FRANÇOISE CORRÊA MAIA, OSEAS NETO SILVA DA COSTA, PAULO
MARIEL BARROS MADEIRA, PEDRO GERSON SILVA COSTA,
RODOLFO PEREIRA DE OLIVEIRA JUNIOR, RODRIGO DE SOUSA
LAMEIRA, RONIANNE DIAS DOS SANTOS, SIMONE LOPES E SILVA,
SOCORRO DOS SANTOS GAIA BENICIO, TYARA NEDJMA VILHENA
COSTA, WILLEN OLIVEIRA DE SOUZA
Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 2
Advogado(a): MARIA JOZINEIDE LEITE DE ARAUJO - 1841AP
Litisconsorte passivo: ADAILSON ROBERTO DA SILVA, ADELIANE
SANTOS DOS SANTOS, ADENILSO RANON AMARAL FERREIRA,
ADRIANO DA SILVA GUIMARAES, ADRIANO DE ALENCAR PANTOJA,
ADRIANY DE JESUS DIAS GAMA, ADRIELE REIS PAES, ADRILANE
LIMA GÓES, ALBIERE DOS SANTOS MARTEL, ALEXANDER
JHONATAN DA SILVA BATISTA, AMADEUS MIRANDA DA SILVA, ANA
LÚCIA PANTOJA COSTA, ANA RAFAELA ALVES DA PAZ, ANDRE
GUILHERME LOBATO CORREA, ANDREZA DE SIQUEIRA PAES, ANNE
ARIEL RODRIGUES CAVALCANTE, ARNALDO SANTOS DA SILVA,
BRUNO LUIZ COSTA DE BRITO, BRUNO MONTEIRO ALVES, BRUNO
MORENO PERES DA FONSECA, CARLA DE PAULA COLARES DE
OLIVEIRA, CARLOS ADAUTO PIRES VASCONCELOS, CARLOS
HENRIQUE JAQUES DE OLIVEIRA, CEANE PEREIRA LIMA, CLARA
AURORA BARBOSA DE ARAUJO ALMEIDA, CRISTIANE DA SILVA D
ALMEIDA, CRISTIANE DE ALMEIDA SARAIVA BECKMAN, DANIELA
OLIVEIRA DA SILVA, DANIELLE RABELO DE SOUZA, DANILLY
MARQUES DA SILVA, DARLAN SANCHES DE SANCHES, DAYANE
CASTRO RAPOSO, DENILTON DE ARAUJO DA SILVA, DIEGO BRUNO
DE MELO BRITO, EDIELLE MORAIS SILVEIRA, EDNALDO SANTA
ROSA BENTES, EDUARDO FILIPE DOEBELI MATIAS ANTUNES,
EDUARDO HENRIQUE DOS SANTOS CARVALHO, EDVALDO ESTEVES
D ATHAIDE JUNIOR, ELIANE RODRIGUES PINHEIRO, ELIEL BORGES
DE OLIVEIRA, ELTON COSTA RIBEIRO, ERALDO MIRA ROCHA,
EVANDRO CARDOSO FURTADO, EVANDRO DE DEUS DA NATIVIDADE,
FABIO ROBERTO DE ARAUJO LOBATO, FABRICIO SOUSA DE JESUS,
FELICIANE SOARES DIAS, FELIPE PANTOJA ALFAIA, FRANCO
WALLACE GOMES DA COSTA, GERSON PETERSON DA SILVA E
SILVA, GLAUCIANE GEMAQUE FLEXA, HARLEY DO NASCIMENTO
COELHO, HELEN CRISTINE CASTRO FIGUEIRA, HELEN RAYLLANA
DA SILVA BARBOSA, HELTON SANTOS PEREIRA, HOMERO DOS
SANTOS MARTINS, IGOR SALIN DA SILVA MARQUES, ISABELA DA
SILVA SALES, IVALDO SOARES DOS REIS, IZAEL NEGRAO GOMES,
JACO BARBOSA DO NASCIMENTO, JAKELYNE CARDOSO SILVA,
JEFTE DA COSTA LIMA, JESSICA CORREA BRAGA, JIMMY MAXWELL
ARAUJO SOUSA, JOAO RAMOS DE MATOS FILHO, JORGE COSTA
MALHEIROS, JORGE RAMON BAIA RODRIGUES, JOSEANNE RIBEIRO
CORREA DOS SANTOS, JOSE HANDERSON NASCIMENTO SILVA,
JOSIANE FONTENELLE DA SILVA, JOSLAN FAVACHO DA SILVA,
JUICIEILA SOUZA SANTOS, JULIANA SABRINA COSTA DA SILVA,
JULIENE FREITAS DE OLIVEIRA, KARINA GABRIELA PORTAL DO
ESPIRITO SANTO, KARLA HELOÍSE DE SOUZA MENDONÇA, LEA DA
SILVA PRADO, LEONAN ROCHA DE LIMA, LILIA CRISTINA SOUZA
SANTOS, LUCIANO DE OLIVEIRA ALMEIDA, LUCIELSON DA SILVA
LUZ, LUIS PALMERIM DE ANDRADE, MANOEL COSTA DE OLIVEIRA
JUNIOR, MARCELO JOSE DE SOUZA NOBRE, MARCELO MACIEL DE
MEDEIROS, MARCELO MENDES RAMOS, MARCILEIA SIMPLICIO DE
MELO, MARCIO DOS SANTOS DA COSTA, MARCIO VASCONCELOS
FERREIRA, MARIA ROSELIMA DA LUZ LOPES, MARIE ALMAZA
GARRETT DAGHER, MARILEIDE DE DEUS NATIVIDADE, MARLENE
Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 3
GOMES DA SILVA, MARLON FIGUEIREDO PESSOA, MELINA
MOREIRA DE SOUSA DA SILVA, MOACIR BORGES, MONIQUE LAU DE
OLIVEIRA, NAYANNE CAVALCANTE RODRIGUES, NIELE CRISTINA
DOS SANTOS BARROS, NUBIANA SANTOS RODRIGUES, PATRICIA
RAMOS DE FARIAS, PATRICIA TAVARES DO CARMO, PATRICIO
EURO MOTA DIAS, PATRICK CHAGAS MATIAS, PAULA GLEIKA
OLIVEIRA DOS SANTOS, PEDRO HENRIQUE DE MATOS PANTOJA,
PRISCILA SILVA DE FREITAS, RAYANNE ANDRADE BELFOR, ROBSON
CORREA DE ALMEIDA, RODRIGO GOMES RODRIGUES, RODRIGO
JOSE DA SILVA ARAUJO, RODRIGO JOSE DIAS BITTENCOURT,
ROMIE BRADLEY DA SILVA DE SOUZA, ROSERENE LEITE DA SILVA,
ROSIELEN DOS SANTOS, ROSIVAN FERREIRA E FERREIRA, SIDNEI
ANDREA GAMA, STEFFANY APARECIDA DE CARVALHO SILVA, TANE
GABRIELA DA SILVA GUIMARÃES, TATIANA KAWAKAMI DOS
SANTOS, TATIANE ALVES COSTA, TATIANE DE LIMA LIMA, TAYLINE
SILVA DOS SANTOS, TIAGO NAZARENO DE ARAUJO SOBRINHO,
VALTER FURTADO DE CARVALHO JUNIOR, VITORIA PEREIRA DA
SILVA, WAGNER COSTA LOBATO, WANDERLI BRAGA NUNES,
WESLLEY RODRIGUES DE PAIVA, WILKER SATHORO PINHEIRO
KAWAKAMI, WILLYAN SANTANA DOS SANTOS
Advogado(a): FERNANDO ANTONIO A DE OLIVEIRA - 22998SP,
FERNANDO ANTÔNIO DE PÁDUA ARAUJO MELÉM - 3429AP, GEORGE
ARNOUD TORK FAÇANHA - 2708AP, MERIAN TENTES CORTES -
2877AP, RUBEN BEMERGUY - 192AP
Interessado: ESTADO DO AMAPÁ
Procurador(a) de Estado: PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO
AMAPÁ - 00394577000125
Litisconsorte ativo: EDSON DANTAS DE LIMA
Advogado(a): GEORGE ARNOUD TORK FAÇANHA - 2708AP
Relator: Desembargadora SUELI PEREIRA PINI

EMENTA
PROCESSO CIVIL E CIVIL. APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
DILAÇÃO PROBATÓRIA. CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS.
IRREGULARIDADES NA REALIZAÇÃO DA PROVA OBJETIVA. PRETENSÃO DE
ANULAR O CERTAME. AUTORIDADE COATORA. PRESIDENTE DA
COMISSÃO. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM
PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO. INTERVENÇÃO DO ÓRGÃO MINISTERAL
EM SEGUNDO GRAU. SUPERAÇÃO DO VÍCIO. COMPROVAÇÃO DO
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. NÃO OCORRÊNCIA. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE NO ÂMBITO DE WRIT. 1) Diante da alegação de
irregularidades na prova prestação da prova objetiva do certame para o Curso
de Formação de Sargentos, o Comandante da Polícia Militar, na condição de
Presidente da Comissão Organizadora do Concurso, é a autoridade para figurar
no pólo passivo da ação mandamental; 2) A não intervenção do Ministério
Público em primeiro grau de jurisdição é suprida pela intervenção da
Procuradoria de Justiça perante o colegiado de segundo grau, em parecer
cuidando do mérito da causa; 3) O mandado de segurança possui via estreita
de processamento, a exigir narrativa precisa dos fatos, com indicação clara do
direito que se reputa líquido, certo e violado, amparado em prova pré-constituída.
Na ausência dessa prova, a reforma da sentença, para denegação da ordem, é
medida que se impõe; 4) Remessa necessária provida e apelos prejudicados.

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 4
ACÓRDÃO
A Câmara Única do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Amapá por
unanimidade conheceu da remessa e dos apelos e, no mérito, pelo mesmo
quorum, rejeitou as preliminares de ilegitimidade passiva ad causam e de
nulidade do processo por ausência de intervenção do Ministério Público de 1º
grau, e pelo mesmo quorum, deu provimento à remessa e julgou prejudicados os
recursos voluntários, tudo nos termos dos votos proferidos.
Tomaram parte no referido julgamento os Excelentíssimos Senhores:
Desembargadora SUELI PINI (Relatora), Desembargador MANOEL BRITO (1º
Vogal), Desembargador JOÃO LAGES (2º Vogal) e Desembargador GILBERTO
PINHEIRO (Presidente).
Macapá (AP), 18 de setembro de 2018.

Desembargadora SUELI PEREIRA PINI


Relator

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 5
RELATÓRIO
ESTADO DO AMAPÁ e OUTROS, nos autos do mandado de segurança
impetrado ADRYELLE MONTEIRO SANTOS e OUTROS, apelaram da sentença
(Juíza - Liége Gomes) que, ratificando a decisão liminar, concedeu a segurança,
para o fim de determinar a anulação do exame de conhecimentos (prova
objetiva) de que trata o edital n. 006/2017-CFS/QPPMC/DEI/PMAP, referente
ao processo seletivo interno do Curso de Formação de Sargentos do Quadro de
Praças Policiais Militares Combatentes da Polícia Militar Do Amapá
(CFS/QPPMC).
Em síntese, os impetrantes, alegando diversas irregularidades, ajuizaram o
presente mandado de segurança, objetivando a anulação do exame de
conhecimentos (prova objetiva) do processo seletivo interno para o Curso de
Formação de Sargentos do Quadro de Praças Policiais Militares Combatentes da
Polícia Militar Do Amapá (CFS/QPPMC).
O pedido de concessão de tutela liminar foi deferido em decisão proferida
no dia 25/09/2017, sendo determinado na ocasião a suspensão do certame.
Contra essa decisão, foi interposto agravo de instrumento que ficou prejudicado
diante da superveniência da sentença de mérito.
Em suas razões recursais, o Estado do Amapá aduz a ilegitimidade passiva
da autoridade apontada como coatora. No mérito recursal, afirma que não
houve qualquer violação aos princípios da isonomia e da impessoalidade, bem
como que a irresignação se trata de mera insatisfação de candidatos que não
tiveram desempenho suficiente na prova.
Nas razões anexadas à ordem 87, os apelantes aduzem a nulidade da
sentença, por conta da ausência de manifestação do Ministério Público. Nas
apelações anexadas às ordens 81, 87, 102 e 118, os apelantes aduzem, em
suma, ausência de direito líquido e certo, em razão da não comprovação das
alegações de irregularidades na confecção, aplicação e divulgação do resultado
da prova objetiva.
Contrarrazões aos apelos anexadas às ordens 91, 114, 115, 116 e 117,
nas quais os apelados trazem argumentos objetivando afastar a pretensão
recursal, para pedir, ao final, o desprovimento dos apelos.
A Procuradoria de Justiça (Procurador - Jair Quintas) opinou pelo
conhecimento e provimento dos apelos.
É o relatório.
VOTOS
ADMISSIBILIDADE
A Excelentíssima Senhora Desembargadora SUELI PINI (Relatora) -

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 6
Conhecem-se dos apelos, presentes que estão todos os pressupostos para
admissão, em especial a tempestividade. De outro lado, conhece-se da Remessa
Necessária, nos termos do art. 14, § 3º, da Lei n. 12.016/09.
O Excelentíssimo Senhor Desembargador MANOEL BRITO (1º Vogal) -
Com a Relatora.
O Excelentíssimo Senhor Desembargador JOÃO LAGES (2º Vogal) -
Também conheço.
MÉRITO
A Excelentíssima Senhora Desembargadora SUELI PINI (Relatora) - O
Estado do Amapá, em sua apelação, sustentou a ilegitimidade passiva ad
causam do Comandante da Polícia Militar e do Presidente da Comissão
Organizadora (Portaria nº 020/2017), afirmando que o reitor da Universidade
Estadual do Amapá (UEAP) é quem deveria figurar no polo passivo desta lide,
uma vez que é o reitor da instituição contratada para realizar o certame.
Contudo, diante da alegada falta de organização, de estrutura e
fiscalização do certame apontada pelos impetrantes na exordial, além das
irregularidades apontadas no decorrer da prova objetiva e da anterior assinatura
do termo de execução descentralizada/dispensa de licitação, o Comandante da
Polícia Militar é realmente a autoridade para figurar no pólo passivo, pois é o
Presidente da Comissão Organizadora do Concurso.
Afastada essa preliminar, de outro lado se tem a arguição de nulidade pela
ausência da atuação do Ministério Público no processo como custos legis. É bem
verdade que a intervenção ministerial é obrigatória no caso em apreço,
entretanto a ausência de participação do Ministério Público em primeiro grau foi
suprida pela manifestação da Procuradoria de Justiça em segundo grau, em
parecer cuidando do mérito da causa. A propósito, é nesse sentido a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL RECEBIDOS


COMO AGRAVO REGIMENTAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE RECURSAL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. AUSÊNCIA DE
MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM PRIMEIRO GRAU DE
JURISDIÇÃO. ALEGAÇÃO DE PREJUÍZO. NULIDADE PROCESSUAL
RECONHECIDA. 1. Os embargos de declaração opostos com o fito de
rediscutir a causa devidamente decidida podem ser recebidos como agravo
regimental, em conformidade com o princípio da fungibilidade recursal. 2. A
não intervenção do Ministério Público em primeiro grau de jurisdição pode ser
suprida pela intervenção da Procuradoria de Justiça perante o colegiado de
segundo grau, em parecer cuidando do mérito da causa, sem que haja
arguição de prejuízo ou alegação de nulidade. 3. Contudo, manifestando-se

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 7
o órgão do Ministério Público pela ocorrência de prejuízo diante da ausência
de sua intervenção em primeiro grau, impõe-se a decretação da nulidade. 4.
Embargos de declaração recebidos com agravo regimental a que se nega
provimento. (STJ - EDcl no REsp: 1184752 PI 2010/0042052 -3, Relator:
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 16/10/2014, T4 -
QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/10/2014).

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MANOEL BRITO (1º Vogal) -


Rejeito.
O Excelentíssimo Senhor Desembargador JOÃO LAGES (2º Vogal) -
Acompanho a Relatora.

No mérito propriamente dito, os impetrantes alegaram o seguinte:

a) que houve desorganização na elaboração e aplicação da prova,


devido ao fato de que o recurso financeiro destinado às despesas para
execução da primeira fase do concurso só foi repassado no dia
20/07/2017 (quinta-feira), por volta de 17h, portanto, às vésperas da
realização da prova que foi aplicada no dia 23/07/2017;

b) que o procedimento de contratação da Universidade Estadual do


Amapá para elaborar e aplicar as provas objetivas da primeira fase do
certame está irregular, uma vez que a dispensa de licitação, nos termos do
art. 24, inciso XIII da Lei Federal n.º 8.666/93, não se coaduna com a
realidade vivida pela UEAP que tem em seu histórico suspeitas de fraude.
c) que houve as seguintes irregularidades ocorridas quando da
aplicação da prova objetiva:

c1. Publicação da lista de locais de prova com o nome de todos os


candidatos uma semana antes da prova, o que no entender dos
impetrantes permitiu que os candidatos com vínculo de proximidade se
organizassem para realizar a prova lado a lado;

c2. Impossibilidade de aferir os critérios utilizados para a


distribuição dos candidatos nas salas e locais de prova;

c3. O cartão de resposta assim como o caderno de provas se


constituíam em xerox simples, grosseiramente reprografadas contendo
inúmeras rasuras;

c4. A seleção dos fiscais que atuaram no certame foi realizada às


vésperas da realização da prova, através de recrutamento de alunos
regularmente matriculados na UEAP, com a promessa de aplicação de
nota para o trabalho de conclusão de curso, e servidores da própria
instituição. Entretanto, não houve treinamento que os capacitasse à

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 8
atuação no concurso;

c5. Os candidatos se recusaram a cumprir o item 8.3 do Edital,


pois em várias salas dos distintos locais em que foi aplicada a prova,
candidatos se recusaram a fazer a retirada de suas armas, mas
nenhuma providência foi tomada pelos fiscais;

c6. Durante a realização da prova vários candidatos utilizaram


relógios digitais. Inclusive, em uma das salas, só após as primeiras
duas horas foi diagnosticado o problema, e em consequência,
determinado que os candidatos retirassem o acessório, enquanto que
em outras tal providência não foi tomada;

c7. Celulares guardados em cima da mesa dos candidatos, tendo


inclusive um celular tocado na hora da realização da prova.

Vê-se claramente que todas essas alegações reclamam dilação probatória,


o que não se admite nesta via de mandado de segurança, uma vez que o writ é
uma ação constitucional que necessariamente deve vir acompanhado de prova
pré-constituída apta a comprovar de imediato a violação a direito líquido e certo.
Neste sentido, é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSO CIVIL E CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
COMPROVAÇÃO DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO. NÃO OCORRÊNCIA.
DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O mandado de segurança
possui via estreita de processamento, a exigir narrativa precisa dos fatos, com
indicação clara do direito que se reputa líquido, certo e violado, amparado
em prova pré-constituída. Precedentes. 2. O STJ já declarou reiteradas vezes
que "o mandado de segurança reclama direito prima facie evidente,
porquanto não comporta fase instrutória, posto rito de cognição primária"
(AgRg no MS 15.406/DF, 1ª Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de
26.11.2010. No mesmo sentido: MS 14.621/DF, 3ª Seção, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, DJe de 30.06.2010; e AgRg no MS
13.769/DF, 2ª Seção, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias, DJe de
15.10.2008). [...]. (STJ - RMS: 31996 MG 2010/0071548-6, Relator:
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 22/03/2011,
T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 31/03/2011)

Não obstante, o juízo de origem entendeu que houve violação aos


princípios constitucionais da isonomia e da impessoalidade, pelo fato de algumas
salas terem sido ocupadas por candidatos com nome iniciando com a mesma
letra alfabética; e outras, com nomes iniciando com letras diversas. Na parte que
importa, cita-se o fundamento da sentença:
Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 9
Malgrado os patronos dos litisconsortes passivos e a Procuradoria do
Estado do Amapá aleguem a inadequação da via eleita, verifico que os
impetrantes demonstraram o ferimento de seu direito líquido e certo, ao se
perceber tratamento que não obedeceu aos ditames da isonomia e
impessoalidade imprescindíveis aos concursos desta natureza. Apresentaram,
de forma inequívoca, documentos acostados no MO 03 a 07, que vieram
colacionados à exordial, demonstrando que algumas salas eram ocupadas
por candidatos com nome iniciando com a mesma letra alfabética e, em
outras salas, com nomes iniciando com letras diversas, o que pode corroborar
com a tentativa de aproximação de candidatos em uma mesma sala.
Em outras palavras, inexistindo previsão editalícia para organização
por ordem alfabética ou por número de inscrições em cada sala de aula de
aplicação da prova objetiva, o Comandante Geral da PM, que recebeu da
Banca examinadora os eventuais quadros de localização de candidatos nas
Escolas e na UEAP com antecedência (conforme visto na cláusula 8.2 acima
transcrita), deveria, por obrigação legal e institucional, atentar para o ocorrido
e determinar o refazimento de referidas relações adotando o melhor critério
isonômico e impessoal, com o fito de justamente prevenir alegações que ora
trazem os impetrantes.

Todavia, resta evidente que, sem dilação probatória, não se tem como
inferir, por mera presunção, que esse ato teve por finalidade beneficiar ou
prejudicar determinados candidatos, ainda mais quando se verifica que todas as
salas eram controladas por mais de um fiscal.
Com efeito, não se verifica qualquer violação à direito líquido e certo dos
impetrantes, uma vez que os fatos por eles alegados estão desprovidos de prova
cabal pré-constituída, de tal sorte que, para amparar sua pretensão anulatória do
certame, deveriam eles ter buscado a via ordinária, e não esta via mandamental.
A sentença, pois, merece premente reforma, para fins de denegação da
ordem, ante ausência de prova pronta e pré-constituída de violação de direito
líquido e certo, então alegado pelos impetrantes, mas não provados por eles.
Pelo exposto, dá-se provimento à remessa necessária para, reformando a
sentença, denegar a segurança, nos termos da fundamentação acima exposta.
Em razão da abrangência da remessa necessária, restam prejudicados os apelos
voluntários dos réus.
O Excelentíssimo Senhor Desembargador MANOEL BRITO (1º Vogal) -
Com a Relatora.
O Excelentíssimo Senhor Desembargador JOÃO LAGES (2º Vogal) -
Presidente, lendo os memoriais a mim entregues pelo Advogado, eu cheguei à
mesmíssima conclusão da ilustre Relatora, Des. Sueli Pini, pois, de fato, não vi no

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 10
processo nenhuma prova cabal, líquida e certa, que possa autorizar a
concessão.
Em verdade, a sentença parte de princípios, aliás, baseada em delações,
afirmando que houve ferimento aos princípios da isonomia, impessoalidade,
moralidade, simplesmente porque havia lista de candidatos em uma sala
decorrente de ordem alfabética da mesma letra e em outras salas a mistura de
candidatos com nomes de iniciais distintas. Não havendo nada concreto, isso se
materializa em presunção de que houve algum benefício. Eu absolutamente não
entendo dessa forma e aproveito para rebater também aqui esses argumentos,
pois nenhum dos princípios supostamente violados seja o da moralidade porque
deveria ter agido o organizador do certame para manter a segurança jurídica e
a isonomia.
Não vi nada de concreto nos autos que diga que houve essa alegada
desorganização como citam os impetrantes na origem, que pudesse macular esse
concurso. Não houve impugnação ao princípio da vinculação ao edital e em
relação à legalidade e eficiência não vejo como a eficiência administrativa ser
medida com esta citada desorganização.
Então presidente, eu acompanho a ilustre relatora.
É o voto.
DECISÃO
A Câmara Única do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Amapá por
unanimidade conheceu da remessa e dos apelos e, no mérito, pelo mesmo
quorum, rejeitou as preliminares de ilegitimidade passiva ad causam e de
nulidade do processo por ausência de intervenção do Ministério Público de 1º
grau, e pelo mesmo quorum, deu provimento à remessa e julgou prejudicados os
recursos voluntários, tudo nos termos dos votos proferidos.

Processo nº 0038247-96.2017.8.03.0001 11

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