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A alteração padrão de incidência do ICMS é a operação de circulação de

mercadorias, então se a gente comprar uma mochila, compra um gravador, compra


um celular, todas essas alterações que envolvem venda de uma mercadoria são
tributadas pelo ICMS e aqui nós temos um grosso do ICMS.
O elemento subjetivo é fundamental para chegar à conclusão de que o Estado deve
responder? É uma questão doutrinária, porque a expressão culpa anônima foi mal
traduzida do francês, que traduziram como falta do serviço (a palavra falta em português
pode significar falta – ausência- ou falha no serviço). Celso Antônio defende a ideia de
que a Teoria da Culpa Anônima é uma Teoria Subjetiva, a tradução correta seria culpa
dos serviços. É possível inferir isso porque é uma teoria que vai ter o seu papel a partir
da comprovação de que houve insuficiência, defeito ou falha na prestação do serviço.
Portanto, há uma certa subjetividade, o elemento subjetivo é relevante. É uma discussão
de como o Estado responde. Ex. O caso Blanco no ano de 1872, a menina Agnes Blanco
foi atropelada pela vagonete da Companhia Nacional de Manufatura do Fumo (o fumo
era explorado pelo Estado). Em razão disso, o pai de Agnes entrou com uma ação
pedindo uma indenização para o Estado Francês e nesta ação, o pai falava que queria
uma indenização porque o dano tinha decorrido de um serviço público prestado pelo
Estado. Houve um conflito de competências que foi resolvido pelo Tribunal de Conflitos
Francês. A questão era a seguinte: a ação deveria ser julgada pela justiça comum
francesa ou ela deveria ser julgada pelo contencioso administrativo? O Tribunal de
Conflitos se pronunciou nos seguintes termos “Em razão dessa responsabilidade
decorrer de uma prestação de serviço público, esta responsabilidade é uma
responsabilidade especial, diferente daquela constante do código civil”. Então pela
primeira vez se ouve falar de uma responsabilidade civil do Estado diferenciada daquela
prevista no código civil francês.

AgRg no AgRg na SUSPENSÃO DE SEGURANÇA Nº 2.382 - SP (2010⁄0155667-6)

RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE DO STJ

AGRAVANTE : IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

ADVOGADOS : ANTÔNIO SÉRGIO ALTIERI DE MORAES PITOMBO E


OUTRO(S)

GUSTAVO DE CARVALHO LINHARES

RENATO GUGLIANO HERANI E OUTRO(S)

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

REQUERIDO : DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
EMENTA

SUSPENSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA.


COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL. PEDIDO DE AUXÍLIO
DIRETO ARTICULADO NO ÂMBITO DE INQUÉRITO CIVIL. Anulado o processo penal,
com a remessa dos respectivos autos à Justiça Federal, o Ministério Público Estadual não
pode sustentar o pedido de auxílio direto nos autos de inquérito civil, sob pena de se ampliar
os termos de um acordo internacional restrito à repressão penal. Agravo regimental provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de Justiça, prosseguindo no
julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Teori Albino Zavascki dando provimento ao
agravo regimental, no que foi acompanhado pelos Srs. Ministros Hamilton Carvalhido,
Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Luiz Fux, Castro Meira, Arnaldo Esteves Lima e Massami
Uyeda, por unanimidade, dar provimento ao agravo regimental nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator. Os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Hamilton Carvalhido, Nancy
Andrighi, Laurita Vaz, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki, Castro Meira, Arnaldo Esteves
Lima e Massami Uyeda votaram com o Sr. Ministro Relator. Não participaram do julgamento
os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior, Francisco Falcão e João Otávio de Noronha.
Impedido o Sr. Ministro Gilson Dipp. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Eliana
Calmon. Convocado o Sr. Ministro Massami Uyeda para compor quórum. Presidiu o
julgamento o Sr. Ministro Felix Fischer.

Brasília, 02 de março de 2011 (data do julgamento).

MINISTRO FELIX FISCHER


Presidente

MINISTRO ARI PARGENDLER


Relator

RELATÓRIO

EXMO SR. MINISTRO ARI PARGENDLER (Relator):

O agravo regimental ataca a seguinte decisão, in verbis:


"À vista das razões dos agravos regimentais de fl. 575⁄611 e 614⁄625, reconsidero a decisão
de fl. 565⁄569 para deferir o pedido de suspensão dosefeitos da sentença proferida no
mandado de segurança impetrado pela Igreja Universal do Reino de Deus contra ato do
Promotor de Justiça da 9ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital.

Com efeito, a cooperação jurídica internacional, na modalidade de auxílio direto, tem o


caráter de solicitação, e o atendimento, ou não, desta depende da legislação do Estado
requerido. Na espécie, a solicitação do Ministério Público do Estado de São Paulo foi
dirigida à autoridade dos Estados Unidos da América do Norte. Nada importa, para esse
efeito, o que a legislação brasileira dispõe a respeito. As investigações solicitadas serão
realizadas, ou não, nos termos da legislação daquele País.

O Ministro Gilson Dipp, em trabalho doutrinário, esclareceu o ponto, não obstante


referindo-se à hipótese inversa, aquela em que o Brasil é o Estado requerido, in verbis:

'Pelo pedido de auxílio jurídico direto, o Estado estrangeiro não se apresenta na condição de
juiz, mas de administrador. Não encaminha uma decisão judicial a ser aqui executada, mas
solicita assistência para que, no território nacional, sejam tomadas as providências
necessárias à satisfação do pedido.

Se as providências solicitadas no pedido de auxílio estrangeiro exigirem, conforme a lei


brasileira, decisão judicial, deve a autoridade competente promover, na Justiça brasileira,
as ações judiciais necessárias.

O Estado estrangeiro, ao se submeter à alternativa do pedido de auxílio jurídico direto,


concorda que a autoridade judiciária brasileira, quando a providência requerida exigir
pronunciamento jurisdicional, analise o mérito das razões do pedido. O mesmo não ocorre
no julgamento da carta rogatória pelo STJ, cujo sistema exequatur impede a revisão do
mérito das razões da autoridade estrangeira, salvo para verificar violação à ordem pública e
à soberania nacional. Na carta rogatória, dá-se eficácia a uma decisão judicial estrangeira,
ainda que de natureza processual ou de mero expediente. No pedido de auxílio, busca-se
produzir uma decisão judicial doméstica e, como tal, não-sujeita ao juízo de delibação'
(Carta Rogatória e Cooperação Internacional, in Manual de Cooperação Jurídica
Internacional e Recuperação de Ativos, publicado pelo Ministério da Justiça, Brasília, 1ª
edição, 2008).

Comunique-se, com urgência.

Intimem-se" (fl. 667⁄668).

As razões do agravo regimental interposto pela Igreja Universal do Reino de Deus


desdobram-se nos seguintes tópicos:
(a) Ausência de fato novo para a reconsideração da decisão anterior

"Surpreendente tal decisão, e nem se diga que as razões do agravo foram suficientes para
alterar o juízo de convicção do D. Presidente do STJ, pois o conteúdo nele veiculado é
literalmente igual ao constante do pedido de suspensão, não foi motivada por nada de novo"
(fl. 685).

(b) Falta de fundamentação dos requisitos para o deferimento do pedido de suspensão de


segurança: lesão grave à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública

"Com efeito, o pedido de suspensão formulado pelo Agravado não atende aos requisitos de
admissibilidade, porque não fundamenta e comprova circunstâncias fáticas de grave lesão à
ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas. Igualmente, a r. decisão padece do
vício da falta de fundamentação qualitativamente determinada pelo artigo 271 do Regimento
Interno do Superior Tribunal de Justiça" (fl. 689).

(c) Impossibilidade de discussão do mérito no âmbito do pedido de suspensão de segurança

"De forma absolutamente contraditória, em ambas as decisões, o D. Presidente do STF (sic)


aceita a subversão do instituto processual do pedido de suspensão da segurança para
trabalhar o mérito do ato ministerial impugnado e, assim, antecipar o seu juízo sobre a
forma de utilização do Acordo de Assistência Mútua.

.........................................................

Ora, em ambas as decisões, o D. Presidente enfrenta a legitimidade do ato praticado pelo


Agravado. Num primeiro momento, reafirma, na linha do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo e do MM. Juízo a quo, ser o ato de invocação da cooperação jurídica
internacional, tal como praticado pelo Agravado, lesivo a direito líquido e certo - o de
inviolabilidade do sigilo bancário -, e, num segundo momento, defende a legalidade, porque
trata-se, na realidade, de ato de 'caráter de solicitação'. Correta ou não essa interpretação,
pouco importa, o que causa repúdio, nesse momento, é que tal contradição é própria do
mérito do mandado de segurança, é o fundo da controvérsia, sobre a qual ainda pende
decisão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, de sorte que o seu
enfrentamento implica adiantamento de juízo" (fl. 691⁄692).

(d) Caracterização do ato coator referente ao acesso às informações bancárias


independentemente de ordem judicial

"... o potencial ofensivo do ato está justamente na ordem de solicitação por invocação de um
acordo internacional bilateral que, uma vez acatada, proporcionará a quebra do sigilo
bancário. Isso implica sim dizer que a Autoridade-coatora 'determinou', 'ordenou' e
'requisitou' a execução de disposição do Acordo de Assistência Legal Mútua que gera a
quebra do sigilo bancário, e assim o fez à margem do controle da legalidade" (fl. 696).

(e) Incompatibilidade do Acordo em Matéria Penal com a matéria objeto da investigação,


própria do inquérito civil

"... a decisão de solicitação da Autoriade-coatora não visa à prestação de assistência legal


mútua, nos termos do Acordo internacional em questão, em matéria de investigação, ação
penal, prevenção de crimes e processos relacionados a delitos de natureza criminal, ou seja,
não envolve solicitação de informações para investigação em âmbito de 'Matéria Penal',
razão porque é uma diligência que, apesar de natureza penal, tem finalidade civil. Com isso,
o inquérito civil não é sede própria para tal solicitação, e o seu atendimento implica
subversão das finalidades tratadas entre os Estados soberanos envolvidos.

.........................................................

Se as informações solicitadas têm natureza de matéria penal, então a pertinência e


competência para investigar - e assim solicitar a Assistência Legal Mútua - é dos Promotores
de Justiça da ação penal. A assunção de tal providência por outra autoridade, ou melhor,
pela Autoridade-coatora implica clara violação ao princípio do promotor natural (inciso
LIII do artigo 5º da CF⁄88)" (fl. 699⁄700).

(f) Necessidade de interpretação conforme à Constituição Federal: indispensabilidade da


prévia ordem judicial

"No caso, interpretar constitucionalmente o Acordo de Assistência Legal Mútua é admitir o


sentido de que 'A solicitação de assistência [para obtenção de dados bancários] deverá ser
feita por escrito [depois de obtida a autorização judicial para tanto] [...]'. Se não for assim,
não há âmbito constitucionalmente possível de aplicação do contrato bilateral se a pretensão
da solicitação é a de obtenção de dados bancários do investigado"(fl. 701).

"... interpretar o Acordo de Assistência Legal Mútua que atribui sentido de prescrição da
solicitação do processo de cooperação internacional envolvendo o acesso pelo Ministério
Público a dados bancários dos investigados sem a prévia autorização judicial implica
admitir sentido normativo contrário à Constituição e à legalidade, o que fulmina a
legitimidade constitucional do Acordo internacional e, com isso, o torna passível de
indispensável controle de constitucionalidade. Com efeito, deve ser afastada a interpretação
da condição de possibilidade da solicitação da cooperação à margem do sistema de controle
judicial das informações tratadas no sistema brasileiro como sigilosas, se a idéia é a
preservação da validade desse ato normativo internacional" (fl. 704).
(g) Produção ilícita da prova

"... admitir como sentido possível da solicitação da cooperação internacional a sua


efetivação para envio ao Ministério Público de informações bancárias do investigado sem a
prévia autorização judicial implica diretamente a produção de prova ilícita, o que é vedado
no sistema jurídico-constitucional brasileiro.

Com efeito, porque a tentativa de invocação do Agravado de instauração do processo de


cooperação visa à obtenção de dados sigilosos sem o controle judicial prévio, constitui ato
ilegítimo e inconstitucional, porque tendente à produção de prova ilícita" (fl. 705).

(h) Vigência do Acordo de Assistência Legal Mútua: falta de ratificação

"Não tendo sido realizada a troca dos instrumentos de ratificação tal como preconiza o
'Artigo XX' do Acordo, logo não cumprida está a condição suspensiva de eficácia, exigida
justamente porque o Decreto n. 3.810⁄2001 vige. Com efeito, é correto o argumento do MM.
Juízo monocrático de entender inexistir ainda as condições formais para a superação da
condição suspensiva de vigência do Acordo, porque: 'Falta-lhe a ratificação, como imposto
pelo seu próprio artigo XX'" (fl. 707).

(i) Ilegitimidade ativa do Ministério Público Estadual

"Conserva, pois, o caráter de transnacionalidade tanto para a conduta geradora de infração


penal, como para a de infração civil. De sorte que, se o Ministério Público Estadual é parte
ilegítima ativa para a persecução criminal, também o é para futura ação civil pública. Isso
por uma questão muito simples: a toda evidência, há, em tese, inegável interesse ou
patrimônio federal envolvido, tanto no Inquérito Penal e na Ação criminal, como no
Inquérito Civil n. 596⁄2009, porque é uma decorrência de iguais fatos acusatórios.

.........................................................

Se dos fatos em relação aos quais atribui-se a prática de crimes há interesse ou patrimônio
público da União envolvido - exclusivamente ou não -, então a legitimidade ativa para
promover as medidas judiciais cabíveis não é do Ministério Público Estadual, mas sim do
Ministério Público Federal, por força do inciso I do artigo 109 da Constituição Federal" (fl.
712⁄713).

1. Os autos dão conta de que o Ministério Público do Estado de São Paulo "instaurou o
Inquérito Civil nº 569⁄2009, com a finalidade de apurar notícias de irregularidades
praticadas por membros da Igreja Universal do Reino de Deus" e de que "no curso do
referido procedimento investigatório foi expedida Solicitação de Assistência Legal com
fundamento no Tratado de Assistência Legal Mútua entre Brasil e Estados Unidos da
América (...), a fim de que autoridades destinatárias do pedido de cooperação, naquele País,
providenciassem informações relativamente a operações bancárias indicativas da ilicitude
noticiada nos autos do Inquérito Civil" (fl. 03⁄04).

A Igreja Universal do Reino de Deus impetrou mandado de segurança contra o ato do


Promotor de Justiça Dr. Saad Mazloum, da 9ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e
Social da Capital, requerendo que o pedido de cooperação internacional fosse tornado sem
efeito (fl. 69⁄89).

A MM. Juíza de Direito Dra. Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi concedeu a ordem para
"tornar nulo o teor da Solicitação de Assistência Legal Mútua que objetiva a quebra do
sigilo bancário a que se reporta a petição inicial porquanto desprovida de prévia e
necessária autorização judicial" (fl. 539).

O Ministério Público do Estado de São Paulo requereu a suspensão dos efeitos da sentença no
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (fl. 36⁄57), e, denegado o pedido (fl. 59⁄65), fez
por renová-lo no Superior Tribunal de Justiça (fl. 01⁄33).

Inicialmente o pedido foi indeferido (fl. 565⁄569), mas a decisão foi reconsiderada no âmbito
de agravos regimentais interpostos pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e pelo
Ministério Público Federal (fl. 667⁄668).

Sobreveio o presente agravo regimental, interposto pela Igreja Universal do Reino de Deus,
dando conhecimento de fato novo: o de que a 16ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, anulou o processo penal instaurado para apurar os mesmos fatos que
estavam sendo investigados pelo Ministério Público Estadual no inquérito civil.

Ouvido a respeito, o Ministério Público Estadual assim se manifestou:

“Com a devida vênia, mostra-se irrelevante, do ponto de vista jurídico, a decisão proferida
pela col. 16ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça que no Habeas Corpus nº
990.10247420-8 determinou a remessa do feito criminal à Justiça Federal.

Referido feito trata da ação penal instaurada em virtude de fatos apurados pelo Ministério
Público do Estado de São Paulo, com relação a pessoas físicas, conforme, inclusive, tivemos
oportunidade de noticiar nos presentes autos.
Entretanto, não fica afastado o interesse no julgamento do pedido desuspensão de segurança
por uma simples razão: ela se refere à atividadeinvestigatória do Ministério Público na
esfera cível, para fins de ajuizamento de eventual ação civil pública" (fl. 1524⁄1525, o
sublinhado não é do texto original).

"Já nos manifestamos quanto à persistência do interesse processual para o julgamento do


pedido de suspensão da segurança.

Cabe acrescentar que o pedido de auxílio direto (ao qual se relaciona a suspensão de
segurança em epígrafe) foi expedido nos autos do Inquérito Civilnº 569⁄2009, instaurado
pelo DD. 9º Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, Dr. Saad
Mazloum, com a finalidade de apurar notícias de irregularidades praticadas por membros
da Igreja Universal do Reino de Deus – utilização indevida de pessoa jurídica com a
consequente possibilidade de sua dissolução (art. 50 e 51 do Código Civil de 2002).

Tal investigação ainda se encontra em andamento, e não está o auxílio direto prejudicado,
persistindo o interesse na obtenção de informações junto às autoridades requeridas, nos
Estados Unidos da América.

Por essa razão, a anulação da ação penal pela decisão proferida pela col. 16ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça, que no Habeas Corpus nº 990.10247420-8 determinou a
remessa do feito criminal à Justiça Federal, não afeta o interesse na obtenção de
informações através do pedido de auxílio direto.

Assim, fica nesta oportunidade reiterada nossa manifestação no sentido da necessidade de


ser afastado o efeito suspensivo conferido ao agravo regimental interposto pela requerida,
bem como julgada procedente a suspensão de segurança” (fl. 1539⁄1540, o sublinhado não é
do texto original ).

2. Resumidamente, o pedido de suspensão tem como fundamento a circunstância de que a


decisão impugnada inibe o poder de investigação do Ministério Público, impedindo-o de se
valer da cooperação internacional prevista em acordo de que o Brasil é signatário.

O acordo a que se refere o requerente, e no qual se funda o pedido de auxílio direto, é aquele
promulgado pelo Decreto nº 3.810, de 2 de maio de 2001, que trata da assistência judiciária
em matéria penal entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos
Estados Unidos da América.

No entanto, o auxílio direto pleiteado se deu no âmbito de inquérito civil, instaurado com a
finalidade de instruir "ajuizamento de eventual ação civil pública".
À vista da unidade do Ministério Público Estadual, o pedido de cooperação internacional
estava justificado pelo trâmite da ação penal; afinal, a prova resultante do auxílio direto
poderia ser aproveitada no processo penal.

Anulado o processo penal, com a remessa dos respectivos autos à Justiça Federal, o pedido
deve ser renovado, se for o caso, pelo Ministério Público Federal; o Ministério Público
Estadual não pode sustentá-lo nos autos de inquérito civil, sob pena de se ampliar os termos
de um acordo internacional restrito à eficácia da repressão penal.

Voto, por isso, no sentido de dar provimento ao agravo regimental, indeferindo o pedido de
suspensão.

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