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2017
DIREITO CONSTITUCIONAL
Organizado por assunto
Sumário
DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................. 1
Sigilo Bancário ............................................................................................................................... 1
Educação ........................................................................................................................................ 2
Saúde ............................................................................................................................................... 8
Imunidade Parlamentar .............................................................................................................. 10
Poder Judiciário ........................................................................................................................... 11
Ministério Público ....................................................................................................................... 12
Defensoria Pública...................................................................................................................... 16
Tribunal de Contas ..................................................................................................................... 19
Índios ............................................................................................................................................ 20
Sigilo Bancário
Informativo nº 605
(Terceira Turma)
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COBRANÇA DE EXPURGOS INFLACIONÁRIOS EM
CADERNETA DE POUPANÇA. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
DIVULGAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE O DIREITO DOS POUPADORES DE
REAVER OS NUMERÁRIOS. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO.
CONFIGURAÇÃO. A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de
decisão proferida em ação civil pública que determinou o pagamento dos expurgos
inflacionários decorrentes de planos econômicos configura quebra de sigilo
bancário. A questão controvertida submetida à analise desta Corte Superior, entre outras,
consiste em verificar a existência de ofensa ao sigilo bancário, em face de determinação
judicial que obrigou a instituição financeira a colacionar aos autos a relação dos correntistas
beneficiários de sentença proferida em ação civil pública, que visava o pagamento dos
expurgos inflacionários decorrentes dos planos econômicos Bresser (junho/1987) e Verão
(janeiro/1989). Sobre o ponto, cabe enaltecer que o contrato bancário está fundado numa
operação de confiança entre banco e cliente, com a garantia do sigilo prevista no art. 1º da
Lei Complementar n. 105/2001: as instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas
e passivas e serviços prestados. Sendo assim, a existência de decisão favorável aos interesses dos
correntistas de determinada instituição financeira não autoriza o Poder Judiciário a tornar
públicos os dados cadastrais dos beneficiários, especialmente em ação civil pública ajuizada
por instituição de defesa do consumidor, cuja propositura pode ocorrer sem a anuência da
parte favorecida. Isto porque a satisfação do crédito bancário, de cunho patrimonial, não
pode se sobrepor ao sigilo bancário, instituto que visa proteger o direito à intimidade das
pessoas, que é direito intangível da personalidade. O direito à intimidade é direito
personalíssimo que tem por fundamento a defesa da privacidade humana, além de ter a
característica básica da não exposição de elementos ou informações da esfera íntima ou
reservada de seu titular. O direito ao sigilo, por sua vez, impede terceiros de divulgar dados
personalíssimos do titular do direito. No caso, o órgão julgador de piso entendeu que a
informação pretendida, para fins de efetivação da sentença condenatória genérica diz
respeito apenas ao nome e CPF dos titulares de contas de poupança no Estado, nos
períodos reclamados, não se referindo a valores existentes nessas contas, sua
movimentação, ou quaisquer outros dados protegidos por sigilo. Com efeito, a divulgação
de elementos cadastrais dos beneficiários configura quebra do sigilo bancário e do direito à
intimidade que não pode ser violado sob o argumento de facilitação da defesa do
consumidor em juízo. REsp 1.285.437-MS, Rel. Min. Moura Ribeiro, por
unanimidade, julgado em 23/5/2017, DJe 2/6/2017.
Educação
Informativo nº 594
(Primeira Seção)
Recursos Repetitivos
PISO SALARIAL NACIONAL PARA OS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA.
VENCIMENTO BÁSICO. REFLEXO SOBRE GRATIFICAÇÕES E DEMAIS
Informativo nº 615
(Primeira Seção)
Recursos Repetitivos
AÇÃO INDENIZATÓRIA. CURSO NORMAL SUPERIOR. PROGRAMA ESPECIAL
DE CAPACITAÇÃO DE DOCENTES. CREDENCIAMENTO. ENTES
FEDERADOS. ATRIBUIÇÃO. EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA AOS ALUNOS.
AUSÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA DA UNIÃO E
DO ESTADO DO PARANÁ. Havendo o Conselho Nacional de Educação expedido
parecer público e direcionado ao Conselho Estadual de Educação do Paraná sobre
a regularidade do Programa Especial de Capacitação de Docentes, executado pela
Fundação Faculdade Vizinhança Vale do Iguaçu, a sua desconstituição ou
revogação pelo próprio Conselho Nacional de Educação ou mesmo a sua não
homologação pelo Ministério da Educação autorizam a tese de que a União é
responsável, civil e administrativamente, e de forma exclusiva, pelo registro dos
diplomas e pela consequente indenização aos alunos que detinham vínculo formal
como professores perante instituição pública ou privada, diante dos danos
causados. O objeto do debate diz respeito à responsabilidade solidária, civil e
administrativa, da União e do Estado do Paraná, pela ausência de credenciamento de
instituição de ensino superior como condição para expedição de diploma a estudantes de
curso normal superior, na modalidade semipresencial, em três situações distintas, quais
Informativo nº 615
(Primeira Seção)
Recursos Repetitivos
AÇÃO INDENIZATÓRIA. CURSO NORMAL SUPERIOR. PROGRAMA ESPECIAL
DE CAPACITAÇÃO DE DOCENTES. CREDENCIAMENTO. ENTES
FEDERADOS. ATRIBUIÇÃO. EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA AOS ALUNOS.
AUSÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA DA UNIÃO E
DO ESTADO DO PARANÁ. Havendo o Conselho Nacional de Educação expedido
parecer público sobre a regularidade do Programa Especial de Capacitação de
Docentes executado pela Fundação Faculdade Vizinhança Vale do Iguaçu e
direcionado ao Conselho Estadual de Educação do Paraná, o qual já havia
possibilitado o ingresso anterior dos alunos sem vínculo formal como professor de
instituição pública ou privada (Portaria n. 93/2002 do Conselho Estadual de
Educação do Paraná), a sua desconstituição e/ou revogação posterior, pelo próprio
Conselho Nacional de Educação, ou mesmo a sua não homologação, pelo
Ministério da Educação ou, ainda, pelo Parecer n. 193/2007 do Conselho Estadual
de Educação do Paraná, autorizam a tese de que a União e o Estado do Paraná são
responsáveis, civil e administrativamente, e de forma solidária, pelo registro dos
diplomas e pela consequente indenização aos alunos que detinham vínculo apenas
precário perante instituição pública ou privada, diante dos danos causados. O
objeto do debate diz respeito à responsabilidade solidária, civil e administrativa, da União e
do Estado do Paraná, pela ausência de credenciamento de instituição de ensino superior
como condição para expedição de diploma a estudantes de curso normal superior, na
modalidade semipresencial, em três situações distintas, quais sejam: a) a dos professores
que concluíram o curso e que detinham vínculo formal com instituição pública ou privada;
Informativo nº 615
(Primeira Seção)
Recursos Repetitivos
AÇÃO INDENIZATÓRIA. CURSO NORMAL SUPERIOR. PROGRAMA ESPECIAL
DE CAPACITAÇÃO DE DOCENTES. CREDENCIAMENTO. ENTES
FEDERADOS. ATRIBUIÇÃO. EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA AOS ALUNOS.
AUSÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA DA UNIÃO E
DO ESTADO DO PARANÁ. Inexistindo ato regulamentar, seja do Conselho
Nacional de Educação, seja do Conselho Estadual de Educação do Paraná, sobre a
regularidade do Programa Especial de Capacitação de Docentes executado pela
Saúde
Informativo nº 601
(Primeira Turma)
FORNECIMENTO DE MEDICAÇÃO GRATUITA. DEVER DO ESTADO.
DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA E À SAÚDE. AUSÊNCIA DE PERDA DO
OBJETO. Não há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o
fornecimento de leite especial necessário à sobrevivência de menor ao fundamento
de que o produto serve para lactentes e o impetrante perdeu essa qualidade em
razão do tempo decorrido para a solução da controvérsia. Cinge-se a discussão a
Poder Judiciário
Informativo nº 614
(Segunda Turma)
PAGAMENTO DE DIÁRIAS. MAGISTRADOS FEDERAIS CONVOCADOS PELOS
TRIBUNAIS REGIONAIS. ARTS. 65, IV, DA LOMAN; 58 E 59 DA LEI N.
8.112/1990. INCIDÊNCIA. DIAS DE EFETIVO AFASTAMENTO. ART. 5º DA
RESOLUÇÃO CJF N. 51/2009. LIMITAÇÃO DAS DIÁRIAS. ILEGALIDADE. É
ilegal a limitação de duas diárias e meia semanais, à luz do art. 5º da Resolução CJF
n. 51/2009, quando o deslocamento de juiz federal convocado para substituição em
tribunais regionais for superior a esse lapso. Pautou-se a controvérsia em saber qual a
melhor interpretação do disposto no art. 5º da Resolução CJF n. 51/2009, o qual restringe
o pagamento de 2,5 diárias semanais ao juiz federal convocado para substituição em
tribunais regionais. Em primeiro lugar, consigna-se que, à míngua de regulamentação legal
específica na Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN, as diárias pagas a
magistrados são regidas, no que concerne aos seus limites, pela Lei n. 8.112/1990. Do
exame dos limites postos pela legislação pátria, pode-se delimitar o seguinte: a) as diárias
são um direito assegurado aos magistrados, conforme previsto na LOMAN; b) a sua
Ministério Público
Informativo nº 601
(Segunda Turma)
PROMOTOR DE JUSTIÇA. AÇÃO CIVIL PARA A PERDA DO CARGO. PRÁTICA
DE CRIME. PRAZO PRESCRICIONAL. TERMO A QUO. TRÂNSITO EM
JULGADO PARA A ACUSAÇÃO DA DECISÃO PROFERIDA NO FEITO
CRIMINAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUE NÃO IMPEDE O
AJUIZAMENTO DE AÇÃO CÍVEL. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS CÍVEL
E PENAL. Na hipótese de membro de Ministério Público Estadual praticar falta
administrativa também prevista na lei penal como crime, o prazo prescricional da
ação civil para a aplicação da pena administrativa de perda do cargo somente tem
2 Art. 38. Os membros do Ministério Público sujeitam-se a regime jurídico especial e têm as
seguintes garantias:
I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;
III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o disposto na Constituição Federal.
§1º O membro vitalício do Ministério Público somente perderá o cargo por sentença judicial
transitada em julgado, proferida em ação civil própria, nos seguintes casos:
I - prática de crime incompatível com o exercício do cargo, após decisão judicial transitada em julgado;
II - exercício da advocacia;
III - abandono do cargo por prazo superior a trinta dias corridos.
§2º A ação civil para a decretação da perda do cargo será proposta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o
Tribunal de Justiça local, após autorização do Colégio de Procuradores, na forma da Lei Orgânica.
3 Nesse sentido, o STJ já decidiu (Informativo 552): “6. A teor do art. 38, § 1.º, inciso I, e § 2.° da Lei n.º
8.625/93, a perda do cargo de membro do Ministério Público somente pode ocorrer após o trânsito em
julgado de ação civil proposta para esse fim. E, ainda, essa ação somente pode ser ajuizada pelo Procurador-
Geral de Justiça, quando previamente autorizado pelo Colégio de Procuradores, o que constitui condição de
procedibilidade, juntamente com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 7. Em se tratando de
normas legais de mesma hierarquia, o fato de a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público prever regras
específicas e diferenciadas das do Código Penal para a perda de cargo, em atenção ao princípio da
especialidade - lex specialis derogat generali -, deve prevalecer o que dispõe a referida lei orgânica.” (STJ.
REsp 1251621/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/10/2014, DJe
12/11/2014)
4 O STJ já se manifestou quanto à base do cálculo da prescrição ser a pena máxima em abstrato e
não a pena em concreto aplicada. Vejamos: “3. Quando o promotor comete uma infração administrativa,
a prescrição é aquela disciplinada em um dos incisos do art. 244 da Lei Complementar nº 75/93; já quando a
infração cometida é prevista também na lei penal, o prazo prescricional é aquele referente ao crime praticado.
4. A disposição da lei de que a falta administrativa prescreverá no mesmo prazo da lei penal, leva a uma única
Informativo nº 611
(Terceira Seção)
Recursos Repetitivos
INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CONTAGEM DOS PRAZOS. INÍCIO.
NECESSIDADE DE REMESSA DOS AUTOS À INSTITUIÇÃO. O termo inicial da
contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério Público, a
data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante
que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
Cinge-se a controvérsia a saber se a intimação do Ministério Público, nas hipóteses em que
o respectivo membro se fez presente na audiência onde o ato foi produzido, já determina o
início do cômputo do prazo para recorrer, ou se o prazo somente se inicia com a remessa
dos autos com vista à instituição. De início cabe destacar que, o prazo processual,
considerado em si mesmo, não tem necessária relação com intimação (comunicação ou
interpretação possível, qual seja, a de que este prazo será o mesmo da pena em abstrato, pois este, por
definição originária, é o prazo próprio prescricional dos crimes em espécie.” (STJ. REsp 379.276/SP, Rel.
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 14/12/2006, DJ
26/02/2007, p. 649)
Defensoria Pública
Informativo nº 611
(Terceira Seção)
INTIMAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA EM AUDIÊNCIA. CONTAGEM DOS
PRAZOS. INÍCIO. NECESSIDADE DE REMESSA DOS AUTOS À INSTITUIÇÃO.
A data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o
termo inicial da contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela
instituição, independentemente de intimação do ato em audiência. Cinge-se a
discussão a saber se a intimação da Defensoria Pública em audiência determina o início do
cômputo do prazo para recorrer, ou se o prazo somente se inicia com a remessa dos autos
Informativo nº 611
(Segunda Turma)
CONCURSO PÚBLICO. DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO. COMPROVAÇÃO
DE ATIVIDADE JURÍDICA. INTERREGNO BIENAL OU TRIENAL. PREVISÃO
LEGAL EXPRESSA. REGRAMENTO EDITALÍCIO DISTINTO. ILEGALIDADE.
Os requisitos para o ingresso na carreira de Defensor Público da União
estabelecidos pelo art. 26 da Lei Complementar n. 80/1994 devem prevalecer
mesmo após o advento da EC n. 80/2014, que possibilitou a aplicação à instituição,
no que couber, do disposto no art. 93 da CF/88 – que dispõe sobre o Estatuto da
Magistratura. Pauta-se o debate no exame de requisito para ingresso na carreira de
Defensor Público da União no que toca ao prazo mínimo de atividade jurídica. De um
lado, defendeu-se que deve ser observado o disposto no art. 26 da Lei Complementar
Federal n. 80/1994, que exige experiência de dois anos, permitindo que a atividade jurídica
seja anterior à graduação em Direito. Por outro lado, afirmou-se que esse mesmo preceito
legal deve ser reinterpretado segundo o disposto no art. 134 da Constituição da República,
que, com a edição da Emenda Constitucional n. 80/2014, possibilitou a aplicação à
Defensoria Pública do disposto no art. 93, que disciplina a magistratura nacional, e em cujo
inciso I há a previsão de que para o ingresso na referida carreira exige-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica. No mesmo sentido, o Conselho
Superior da Defensoria Pública da União fez editar a Resolução n. 78, de 3/6/2014, cujos
§§ 1.º-A e 1.º-B do art. 29 exigem o cômputo do prazo de 3 (três) anos, desprezando-se
qualquer fração de tempo referente à atividade exercida antes da obtenção do grau de
bacharel. Inicialmente, verifica-se que o advento das Emendas Constitucionais 45/2004,
74/2013 e 80/2014 mudou substancialmente o tratamento institucional dado à Defensoria
Pública, aproximando-a mais da estatura constitucional dada ao Ministério Público e à
Magistratura Nacional. Porém, embora o art. 134, § 4º, da Constituição, estabeleça a
aplicabilidade à Defensoria do disposto no art. 93, há a previsão explícita de que isso
ocorrerá somente no que couber, porque cada carreira tem particularidades e necessidades
específicas. Com isso, seria possível, em tese, a hipótese da extensão da exigência do triênio
Tribunal de Contas
Informativo nº 611
(Segunda Turma)
MANDADO DE SEGURANÇA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE
CONTAS. IMPETRAÇÃO CONTRA ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS
ESTADUAL QUE DETERMINOU A EXTINÇÃO E ARQUIVAMENTO DE
REPRESENTAÇÃO. O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal
de Contas possui legitimidade e capacidade postulatória para impetrar mandado de
segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado
pela respectiva Corte de Contas. Trata-se na origem de Mandado de Segurança
impetrado pelo Ministério Público Estadual de Contas contra ato do presidente do
Tribunal de Contas do Estado, dos conselheiros e do auditor substituto de conselheiro,
consubstanciado em acórdão que determinou a extinção e arquivamento de representação
promovida para apuração de irregularidades na fase interna e externa de procedimento
licitatório relativo a contrato da nova sede administrativa do citado tribunal. Como cediço,
o Supremo Tribunal Federal entende que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
Índios
Informativo nº 611
(Primeira Seção)
MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS
INDÍGENAS. CIÊNCIA DE INTERESSADOS. PUBLICAÇÃO AFIXADA NA
PREFEITURA MUNICIPAL. NOTIFICAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE. Não
há nulidade em processo de remarcação de terras indígenas por ausência de
notificação direta a eventuais interessados, bastando que a publicação do resumo
do relatório circunstanciado seja afixada na sede da Prefeitura Municipal da
situação do imóvel. Na origem, trata-se de mandado de segurança impetrado contra ato
do Ministro de Estado da Justiça consistente na edição de portaria que regulamentou
demarcação de terras indígenas em determinada área. Nesse contexto, discute-se eventual
nulidade do ato administrativo sob o argumento de que a portaria ampliou terras indígenas
já existentes, e que não houve a citação ou notificação dos atuais ocupantes da terra a
respeito do processo demarcatório – o que importaria em ofensa aos princípios do