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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

UNIDADE DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS :


Concepção e Técnicas Construtivas

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Magnos Fortes de Oliveira

Santa Maria, RS, Brasil.


2008
ii

UNIDADE DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS :


Concepção e técnicas construtivas

Por

Magnos Fortes de Oliveira

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em


Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, R S), como
requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. MSc. Hugo Martinez Maciel

Santa Maria, RS, Brasil


2008
iii

Universidade Federal de Santa Maria


Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


avalia o Trabalho de Conclusão de Curso

UNIDADE DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS :


Concepção e técnicas construtivas

elaborado por
Magnos Fortes de Oliveira

Como requisito parcial para obtenção do grau de


Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

MSc. Hugo Martinez Maciel

Dr. José Mario Doleys Soares

MSc. Talles Augusto Araujo

Santa Maria, 08 de julho de 2008.


iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu filho Leonardo, que apesar da pouca idade já me ensinou mu ito, e a
cada dia me motiva á crescer e me tornar alguém a quem ele possa se orgulhar e se espelhar.

Á minha esposa Shelen, que sempre esteve ao meu lado me incentivando desde o
inicio do curso até a conclusão deste trabalho .

Aos meus amigos e colegas, que durante a min ha vida acadêmica me acompanharam e
me auxiliaram, nesta etapa.

Ao professor Ms. Hugo Maciel que com paciência, me orientou não só no período de
estágio final, mas em todo o curso de engenharia.

Ao engenheiro civil Dari José Freitas Tarouco que se mostrou mais que um orientador
e sim um novo amigo.

À professora Ms. Elizabeth Veleda Wendt que se disponibilizou a ajudar-me,


colaborando na elaboração deste trabalho.

Muito obrigado a todos!


v

RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso


Curso de Graduação em Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria

UNIDADE DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS :


Concepção e técnicas construtivas

AUTOR: Magnos Fortes de Oliveira


ORIENTADOR: HUGO MARTINEZ MACIEL
Data e Local da defesa: Santa Maria, 08 de julho de 2008.

Neste trabalho apresenta-se a construção de uma unidade de armazenamento de grãos,


bem como seus aspectos, importância econômica, logística e como tornar o empreendimento,
mais viável. Apresenta quais os pontos de controle da obra, como se deve proceder a
realização da mesma; mostrando os equipamentos e instalações para o adequado
funcionamento da unidade. Como deve ser calculada a capac idade de utilização e como deve
ser planejada, mediante as necessidades a serem supridas pela unidade. O presente tr abalho
aborda de maneira simples as questões, que devem ser resolvidas para a implantação da
unidade de armazenamento de grãos.
vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Unidade de armazenagem de grãos. (UAG) ............................................................. 5


Figura 2 - Fluxograma operacional básico de uma unidade de armazenagem de grãos. .......... 6
Figura 3 - Descarregamento de Soja em uma Moega com DustControl .................................12
Figura 4 - Descarregamento de Soja em uma Moega com DustControl .................................12
Figura 5 - Elevadores de caçamba e caçambas em nylon .......................................................13
Figura 6 - Correia Transportadora com cobertura ..................................................................14
Figura 7 - Transportador helicoidal – raspadores de silos armazenadores ..............................15
Figura 8 - Transportador de corrente .....................................................................................15
Figura 9 - Esquema do fluxo do produto nos componentes da máquina de p ré-limpeza.........16
Figura 10 - Pré-limpeza ........................................................................................................17
Figura 11 - Esquema do funcionamento do secador de grãos ................................................18
Figura 12 - Secador de grãos de fluxo intermitente, capacidade nominal de 50 toneladas. .....19
Figura 13 - Fornalha para lenha com triagem superior do ar aquec ido...................................20
Figura 14 - Silo-secador em linha ........................................................................................22
Figura 15 - Silo armazenador ................................................................................................22
Figura 16 - Linha de expedição .............................................................................................23
Figura 17 - Plataforma metálica da balança rodoviária ..........................................................24
Figura 18 - Conjunto eletrônico das balanças rodoviárias ......................................................24
Figura 19 - Opções de instalações das balanças rodoviárias ..................................................25
Figura 20 - Escavação da vala para implantação do tubo do dreno ........................................29
Figura 21 - Poço do elevador sem escoramento lateral ..........................................................29
Figura 22 - Fundações do silo secador com estaca broca com trado mecânico ......................30
Figura 23 - Túnel de vento da aeração do silo secador com fundo falso ................................31
Figura 24 - Fundações do escritório com estaca broca com trado mecânicos .........................33
Figura 25 - Fundações da balança com blocos sobre estaca broca com trado mecânicos ........34
Figura 26 - Anel de suporte do silo secador com diâmetro de 18,56 m .................................34
Figura 27 - Viguetas de concreto armado formando o fundo falso no silo secador .................35
Figura 28 - Pavilhão sobre a moega de 20 x 20 m e silos pulmão de 1000 sc cada .................36
Figura 29 - Escritório com 21 m de comprimento por 3,80 de la rgura ...................................37
Figura 30 - Montagem dos silos armazenadores ...................................................................38
vii

Figura 31 - Cobertura do pavilhão sobre a moega com estrutura metálica e cobertura em


aluzinc ..........................................................................................................................38
viii

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Exemplo de calculo para estimativa de consumo de lenha na secagem .................. 9
Tabela 2 - Poder Calorífico de alguns combustíveis ............................................................... 9
Tabela 3 - Área de grelha, volume da câmara de combustão e consumo de lenha em função da
capacidade de secagem de secadores cascata. ................................................................20
ix

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/ CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................ 3
2.1. Unidade de Armazenagem de Grãos (UAG) ........................................................ 3
2.1.1. Implantação .................................................................................................... 5
2.1.2. Planejamento do Empreendimento .................................................................. 6
2.1.2.1. Escolha do local...................................................................................... 6
2.1.2.2. Layout .................................................................................................... 7
2.1.2.3. Disponibilidade de Energia Elétrica ........................................................ 8
2.1.2.4. Disponibilidade de Lenha ou Casca ........................................................ 8
2.1.2.5. Viabilidade econômica............................................................................ 9
2.1.3. Escavações ....................................................................................................10
2.2. Elementos de Uma Unidade Armazenadora de Grãos ........................................11
2.2.1. Moegas..........................................................................................................11
2.2.2. Elevadores e Transportadores ........................................................................13
2.2.2.1. Elevadores de caçamba ..........................................................................13
2.2.2.2. Correias Transportadoras .......................................................................14
2.2.2.3. Transportador Helicoidal .......................................................................14
2.2.2.4. Transportadores de Corrente ..................................................................15
2.2.3. Máquinas de Pré-limpeza ..............................................................................16
2.2.4. Secadores ......................................................................................................17
2.2.5. Fornalha ........................................................................................................19
2.2.6. Silos Pulmão .................................................................................................21
2.2.7. Silos Secadores e Silos Armazenadores .........................................................21
2.2.8. Local de Expedição .......................................................................................23
2.2.9. Balança .........................................................................................................23
2.2.9.1. Estrutura Metálica..................................................................................24
2.2.9.2. Conjunto Eletrônico ...............................................................................24
2.2.9.3. Plataforma .............................................................................................25
2.2.10. Galpões e Coberturas .....................................................................................25
2.2.11. Escritórios e Alojamentos ..............................................................................26
2.3. Patologias nas Bases dos Silos Se cadores e Silos Armazenadores ......................26
2.3.1. Fissuras .........................................................................................................27
2.3.2. Deformações do Sistema Estrutural ...............................................................27
2.3.3. Infiltrações ....................................................................................................27
3. CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE DE ARMAZENAMENTO DE GRÃOS .....28
3.1. Escolha do Local e Marcação da Obra ................................................................28
3.2. Escavações ............................................................................................................28
3.3. Fundações .............................................................................................................30
3.3.1. Silos Secadores (18,56 m de diâmetro) ..........................................................30
3.3.2. Silos Pulmão .................................................................................................31
3.3.3. Poços de Elevadores ......................................................................................31
3.3.4. Túneis ...........................................................................................................31
3.3.5. Moegas..........................................................................................................32
3.3.6. Secador .........................................................................................................32
3.3.7. Pré-Limpeza ..................................................................................................32
3.3.8. Fornalha ........................................................................................................32
3.3.9. Galpões .........................................................................................................32
3.3.10. Escritório.......................................................................................................33
3.3.11. Balança .........................................................................................................33
x

3.4. Estruturas das bases dos equipamentos e pavilhões ...........................................34


3.4.1. Anel dos Silos ...............................................................................................34
3.4.2. Fundo Falso nos silos Secadores ....................................................................35
3.4.3. Base dos Silos Pulmão ...................................................................................35
3.4.4. Poços de Elevadores ......................................................................................36
3.4.5. Galpões .........................................................................................................36
3.4.6. Balança .........................................................................................................36
3.4.7. Escritório.......................................................................................................37
3.5. Montagem dos equipamentos ...............................................................................37
3.6. Coberturas ............................................................................................................38
3.7. Projetos .................................................................................................................39
4. CONCLUSÃO.............................................................................................................40
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................41
6. ANEXOS .....................................................................................................................44
7. APÊNDICES ...............................................................................................................48
1. INTRODUÇÃO

Unidade armazenadora de grãos (UAG) é um conjunto de construções e equipamentos


destinados ao acondicionamento e armazenamento de produtos granulares ou pulverulentos a
granel, tipicamente utiliza dos na agricultura.
O acondicionamento, limpeza, secagem e ar mazenamento de produtos são
considerados uma solução de grande importância para aumentar o valor agregado do produto
devido à economia de espaço físico, mão -de-obra e custo de transporte, assim como um
aumento significativo no temp o de conservação deste produto.
A importância da implantação destas UAGs se explica devido à necessidade de
rapidez e eficiência no acondicionamento de produtos após a colheita, visto que há grandes
quantidades de produtos colhidos em um curto espaço de tempo, demandando um alto índice
de utilização dos equipamentos existente s (alta vazão nos mesmos). Ou seja, nota-se um
grande desequilíbrio entre o sistema de colheita e transporte e o sistema de acondicionamento
gerando enormes filas nos descarregamentos nas cooperativas ou em qua lquer UAG de
beneficiamento disponível.
Após a limpeza e a secagem é importante uma estocagem adequada, tanto em relação
ao acondicionamento ideal quanto na quantidade a ser estocada , permitindo um maior
controle do escoamento da safra, abastecimento, reduzindo a necessidade de importações e
também diminuído as especulações de mercado nas entressafras .
Quanto ao armazenamento, a necessidade da red e armazenadora se torna ainda mais
importante, tendo em vista que conforme levantamento de safra elaborado pela Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB) (2004) indica um crescimento na ordem de 3,1
milhões de hectares ultrapassando os 47 milhões de hectares plantados . Mantendo este ritmo
de crescimento de área cultivada provocará um salto na produção agrícola em longo prazo
acarretando em uma demanda ainda maior de armazenamento.
Entretanto, num país como o Brasil, onde a produção de grãos aumenta a cada ano, a
demanda por projetos e construções de novas UAGs aumenta na mesma proporção , portanto
o conhecimento do funcionamento e do layout adequado torna-se essencial, além de ter
grande importância para a segurança estrutural das instalações das UAGs.
Quanto ao layout de uma UAG se faz necessário um estudo prévio para uma boa
distribuição de construções e equipament os, buscando o bom funcionamento da UAG como
um todo, distribuição esta que depende desde a disponibilidade de acesso até localização da
2

expedição de produtos. Uma boa distribuição além de mel horar o funcionamento a UAG
mais econômica e eficaz, em algumas vezes podendo até reduzir os custos de instalação.
Os principais objetivos do presente trabalho consiste m em conhecer e estudar com
detalhes as UAGs e seus componentes, além de participar de projetos, detalhamento de
materiais e métodos utilizados na const rução de uma UAG.
Dentre os objetivos específicos deste trabalho de c onclusão de curso, podem -se citar
os seguintes:
a) Estudar a viabilidade técnica e econômica da implantação de uma UAG.
b) Estudar a disposição do layout de uma UAG, de forma a torná -la eficaz, funcional,
técnica e econômica.
c) Estudar o dimensionamento dos equipamentos de maneira a formar um conjunto
sem equipamentos ociosos ou sub -dimensionados.
3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/CONTEXTUALIZAÇÃO

Neste capítulo apresentam -se as informações que f undamentam a concepção teórica


deste tipo de obra bem como as técnicas construtivas de engenharia utilizadas.
Simultaneamente, tanto quanto possível, procura -se contextualizar este tipo de obra,
realçando sua importância na cadeia produtiva brasileira.

2.1. Unidade de Armazenagem de Grãos (UAG)

Para a armazenagem e o beneficiamento de grãos , diversos processos são executados ,


tais como o recebimento dos grãos, a pré -limpeza, a secagem, transporte interno e o
armazenamento aerado/controlado . Portanto, o conhecimento das características destes
produtos e processos é de fundamental importância, podem-se diferenciar estes processos por
natureza, como segue: (a) físicas são associadas a elaborações de projetos de máquinas e
estruturas e a análises de características de produtos submetidos a um determinado processo
(SILVA,2006); (b) mecânicas estudam efeitos da compressão, impacto e cisalhamento sobre
os materiais, o que é aplicável na adoção de medidas para evitar o danos mecânicos a grãos e
sementes (SILVA,2006); (c) térmicas definem parâmetros associados às trocas de calor e
massa em processos como: aquecimento, refrigeração e secagem (SILVA,2006); (d) elétricas
especificam características dos produtos agrícolas como: condutividade elétrica, capacitância,
propriedade dielétrica e reações ao eletromagnetismo e a radiação, sendo estas utilizadas no
desenvolvimento de equipamentos de medição e seleção (SILVA,2006) e (e) ópticas estudam
a transmitância e refletância para diferentes comprimentos de ondas, o que tem sido a plicado
no desenvolvimento de selecionadores eletrônicos e equipamentos de tratamento térmico
(SILVA,2006).
Como exemplos de características dos grãos são citados: teor de umidade, umidade de
equilíbrio, porosidade, massa específica, peso hectolítrico, âng ulo de repouso, coeficiente de
fricção, velocidade terminal, esfericidade, área superficial, calor latente de vaporização e
calor específico (SILVA, 2005).
Em termos de projeto podem-se definir UAGs como sendo complexos agroindustriais
constituídos de estruturas e recursos para receber, pré -beneficiar, armazenar e expedir a
produção agrícola de uma determinada área de abrangência. Isto faz demandar a condução de
4

um conjunto de operações unitárias, tais como: pesagem, descarregamento, pré -limpeza,


secagem, limpeza, tratamento químico, armazenagem e expedição (SILVA, 2006).
Ao projetar-se uma UAG deve-se em primeiro lugar determinar os tipos e as
quantidades de produtos a receber. Fatos que implicarão na condução de estudos,
principalmente utilizando-se de dados históricos relativos à região onde se pretende instalar o
empreendimento (SILVA, 2006).
A próxima fase será determinar a capacidade do setor de secagem (toneladas/hora).
Isto deverá ser definido considerando às expectativas dos fluxos de recebimento diá rios
(toneladas/dia) o que também requer estudos (SILVA, 2006).
Determinada a capacidade de secagem, torna -se possível: (a) especificar as
capacidades estáticas das moegas e sil os-pulmão, (b) calcular a capacidade horária dos
equipamentos de pré-limpeza e limpeza e (c) definir os tipos e capacidades dos equipamentos
de transporte de grãos: elevadores de caçambas, correias transportadoras, transportadores
helicoidais e transportadores de corrente (SELISTRE,1978). Complementando, a capacidade
estática do setor de armazenagem será definida em função dos fluxos de recebimento e
expedição de produtos. Fatores que deverão ser determinados considerando informações
como os dados históricos regionais e as expectativas de lucros para o empreendimento.
A implantação de empreendimentos desta envergadura requer um grande
conhecimento das diversas características regionais, da avaliação econômica do
empreendimento e da consideração dos diversos fatores técnicos de engenharia. Isto se deve
ao elevado valor deste tipo de inv estimento e considerando horizontes temporais de 30 anos
(SELISTRE,1978). Desta forma, os projetistas deverão trabalhar com vários possíveis
cenários visando maximizar os lucros. Para tant o, podem ser utilizadas a s ferramentas
disponibilizadas pela área de Pesquisa Operacional, tais como: programação linear, teoria de
filas, administração de estoques, programação com objetivos múltiplos e simulação.
As UAGs necessitam, operacionalmente, de: moegas, elevadores, máquinas de pré -
limpeza, silos pulmões para pro dutos úmidos e secos, roscas transportadoras, fitas
transportadoras, secadores, fornalhas, silos armazenadores, silos secadores, pontos para
expedição, balanças, galpões, coberturas, escritórios, laboratórios, banheiros, alojamentos,
entre outros que se fazem necessários para um bom funcionamento de cada UAG (PROJETO
DE UNIDADES ,2008) e (SILVA,2006).
O layout da UAG depende de cada situação, na Figura 1 temos um exemplo de uma
UAG bem compacta e funcional.
5

Figura 1-Unidade de armazenagem de grãos. (UAG)


Fonte: SILVA (2005)

2.1.1. Implantação

Na implantação de uma UAG de grãos é importante ter claro que se trata de um


investimento de: (a) longa vida, normalmente 20 anos, e de (b) alto custo de implantação.
Alem disso a operacionalizaç ão do sistema envolve a movimentação de produtos valiosos
(PROJETO DE UNIDADES, 2008). Portanto independente da capacidade estática da UAG é
de suma importância observar preceitos técnicos e econômicos quanto ao planejamento,
implantação e operacionalizaçã o. Assim será possível garantir a guarda e a conservação dos
produtos armazenados, como também consagrar o investimento como gerador de bons
resultados financeiros.
Uma UAG deve ser adequadamente projetada e estruturada para o recebimento,
limpeza, secagem, armazenagem e expedição de grãos conforme o flux ograma apresentado
na Figura 2 a seguir (SILVA, 2006).
6

Figura 2 - Fluxograma operacional básico de uma unidade de armazenagem de grãos.


Fonte: SILVA (2005)

2.1.2. Planejamento do Empreendimento

Para o planejamento de uma UAG devem ser considerados aspectos como:


localização, layout, disponibilidade de energia elétrica, disponibilidade de lenha ou casca e
viabilidade econômica (PROJETO DE UNIDADES, 2008).

2.1.2.1.Escolha do local

A escolha do local de instalação de uma UAG depende de alguns fatores, tais como:
cadeia produtiva do local, uso da infra-estrutura logística e possibilidade de impactos
ambientais (SILVA, 2006).
Quanto à cadeia produtiva deve ser anali sada, a funcionalidade da UAG em relação à
produção da região, de forma a localizá-la e dimensioná-la, pois devemos levar em conta a
origem dos produtos e a quantidade dos mesmos, bem como seus possíveis destinos (SILVA,
2006). Além dessas questões, devem ser observadas as tendências de mercado e possíveis
concorrentes próximos na região.
Quanto à logística tratam-se métodos de controle contábil, financeiro e operacional
dos fluxos de produtos desde a lavoura até os clientes finais. Para este fluxo devem-se levar
em conta vários fatores c omo: máquinas colhedeiras, estradas , estruturas de armazenagem e
sistemas de transportes. Assim deverão ser analisadas as seguintes expectativas de cenários
como: fluxo de veículos carregados com produtos verdes proveniente das lavouras, preços de
7

fretes e disponibilidade de caminhões ou vagões ferroviários, disponibilidade de serviços de


correios, telefonia, internet e energia elétrica (SELISTRE,1978).
Quanto ao estudo de impacto ambiental – EIA, isto dependerá do tamanho da UAG e
das exigências legais da região onde a UAG vai ser implantada (SILVA, 2006).

2.1.2.2.Layout

A definição do layout é de suma importância na capacidade funcional e econômica da


UAG em geral, para isso devemos observar alguns fatores essenciais (PROJETO DE
UNIDADES, 2008), tais como:
 Época, variedade e quantidade de produto a receber;
 Capacidade horária do equipamento de pré -limpeza;
 Capacidade horária do equipamento de secagem;
 Capacidade dos armazenadores;
 Capacidade do setor de expedição;
 Capacidade de fluxo interno de produtos;
Quanto à época e produtos, depende da variedade do produto, quantidade, teor de
umidade e impurezas do produto recebido. Essas informações vão influenciar diretamente na
capacidade de recebimento da UAG (RAVENET ,1971).
Quanto à capacidade da pré -limpeza, é o item regulador da capacidade da UAG
seguida da capacidade do secador , é claro que a capacidade da pré -limpeza depende do tipo
de produto e de seu respectivo percentual de impurezas (ANTARES,2008), (CARLOS
BEKER,2008) e (SELISTRE,1978).
Quanto à capacidade de secagem depende do teor de umidade das cargas . De posse
destas informações e as do item anterior é possível projetar a capacidade estática das moegas
e silos-pulmão, calcular a capacidade horária dos equipamentos de pré -limpeza, selecionar os
tipos e capacidades dos transportadores de grãos (ANTARES,2008), (CARLOS
BEKER,2008), (COMIL,2008) e (FORNALHAS,2008).
Em relação à capacidade dos armazenadores depende da quantidade a ser armazenada
e do tempo a ser depositado (SILVA, 2005) e (SILVA, 2008), pois quanto menor for o tempo
de estocagem do produto menor será a necessidade de capacidade armazenadora.
Quanto à expedição, além da capacidade horária deve -se levar em conta a posição da
mesma. Em relação à produção, a expedição deve ter capacidade no mínimo igua l à
8

capacidade de recebimento para evitar congestionamento em caso da UAG estar com sua
capacidade de armazenagem saturada . Quanto à posição pode ser em local aberto, em local
fechado (na moega, por exemplos) ou na balança , com certa vantagem em casos de cargas
com pesos certos (SILVA, 2006) e (KEPLER, 2008).
E por fim deve-se levar em conta a capacidade de movimentação interna dos produtos
que, em uma UAG funcional tem de ser possível a movimentação em ambos os sentidos. Por
exemplo: quando é preciso retornar um produto que já está no silo armazenador até a pré -
limpeza. Se a UAG possui um sistema de fluxo reverso, através de fita reversiva ou qualquer
outro sistema, o produto retornará sem o menor problema, já se não há nenhum sistema
semelhante tem de carregar um caminhão pela expedição e posteriormente conduzi -lo ao
recebimento desperdiçando tempo e dinheiro (SILVA, 2006), (SELISTRE,1978) e
(WENDT,1990).
Com o estudo desses fatores é possível elaborar um bom projeto de uma UAG.

2.1.2.3.Disponibilidade de Energia Elétrica

É necessário definir a fonte de energia a ser utilizada, se há algum tipo de fornecedor


ou tem de ser usado geradores. Com posse do projeto elétrico é possível calcular a potencia
instalada da UAG que será utilizado pelo fornecedor de energia par a dimensionar a rede de
alimentação da UAG(SILVA, 2006).

2.1.2.4.Disponibilidade de Lenha ou Casca

Para a secagem dos produtos usa -se energia calorífica com uso de lenha ou casca de
arroz. O uso da lenha pode se torna inviável devido à escassez ou às exigências ambientais, já
a casca de arroz depende da disponibilidade da região e do alto custo de instalação da câmara
de combustão (FORNALHAS, 2008) e (TOMAS 2008). Para a previsão de consumo de
lenha em secadores podem ser utilizados os fator es de consumo conforme a Tabela 1 ou o
poder calorífico de cada combustível conforme tabela 2 . Para o cálculo, o fator de consumo
deve ser multiplicado pela quantidade de produto a secar. O resultado será o consumo de
lenha em metros cúbicos (FORNALHAS, 2008).
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Tabela 1 - Exemplo de calculo para estimativa de consumo de lenha na secagem

Fonte: SILVA (2005)

Tabela 2 - Poder Calorífico de alguns combustíveis

Fonte: WEBER (2001)

2.1.2.5.Viabilidade econômica

A implantação de uma UAG é sem dúvida um alto investimento. E este , está sujeito à
interferência de vários fatores que podem possuir comportamento aleatório, como por
exemplo, o preço da soja ao longo do ano (PROJETO DE UNIDADES, 2008) e (SILVA,
2006). Por isso, é essencial que seja realizada a análise financeira para certificar a viabilidade
econômica. Para isso é necessário simular o fluxo de caixa do empreendimento desde a data
da implantação até o final da vida útil, isto com depreciações, ajuste financeiro, manutenções,
entre outros.
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2.1.3. Escavações

Em primeiro lugar, para executar qualquer tipo de escavação tem -se que obter
licenciamento mediante órgãos responsáveis. Para esse licenciamento são necessários alguns
projetos e documentos como:
 Levantamento planialtimétrico
 Planta de situação e localização
 Investigação do subsolo com sondagens
 Projetos de drenagem
 Localização de rios ou córregos mais próximos
 Necessidade de explosões em casos de roch as
 Requerimentos padronizados
 Taxas de recolhimento
 Contrato social
 Certidão de informação Técnica para o Uso e Ocupação do solo
 Planta de localização indicando os confrontantes de acordo com o documento de
propriedade do imóvel e orientação magnética
 Levantamento da fauna silvestre com projeto de resgate e/ou plano de manejo
 No caso de áreas não degradadas, ART (Anotação de Responsabilidade Técnica)
de autoria e execução, para cada planta apresentada, autorização do IPAAM para a
supressão de vegetação.
OBS: O levantamento e o plano serão exigidos para o desmatamento de áreas urbanas
e de expansão urbana superior a 1 hectare ( 10.000 m² ), ou inferior quando julgar necessário
a autoridade ambiental. O plano deverá ser realizado por profissional habilitado e aprovado
pelo IBAMA. Todas as plantas, projetos e estudos ambientais apresentados deverão estar
acompanhados das ARTs, devidamente registrados nos respectivos conselhos de classe, e
conter o nome legível, o número do conselho no registro no conselho de classe e a assinatura
dos profissionais responsáveis pela elaboração desses documento s(RECOMENDAÇÕES
TÉCNICAS, 2008).
Para a implantação de uma UAG, após a definição do local, deve -se investigar o
subsolo em pontos estratégicos da UAG proposta. Em função do tipo de subsolo existente
defini-se o tipo de fundações a ser usada (RAVENET, 1971) e (RECOMENDAÇÕES
TÉCNICAS, 2008).
11

2.2. Elementos de Uma Unidade Armazenadora de Grãos

2.2.1. Moegas

Unidade responsável pelo recebimento e armazenamento temporário do produto após


a descarga. Normalmente tem a forma de uma meia pirâmide invertida com inclinação de 45°
para um perfeito escoamento dos grãos por gravidade (BEKER, 2008). Geralmente é
construída em base de concreto armado e a parte superior composta de vigas para sustentar as
cargas e grades para fechamento e escoamento dos grãos sobre ela. O descarrega mento pode
ser convencional (Figura 3) pelas tampas graneleiras do transporte ou com auxílio de um
macaco hidráulico, descarga com tombador como apresentado na Figura 4. No caso de se
usar tombadores é necessário dimensionar uma viga para sustentar um carr egamento maior
onde será sustentado o macaco do equipamento. O número de moegas em uma UAG depende
da necessidade da mesma, tanto em volume de recebimento, quanto em tipo e variedade de
produtos (ANTARES, 2008).
Um dos problemas nas moegas é a emissão de muita poeira devido à turbulência na
descarga do produto. Hoje existem sofi sticados sistemas que eliminam em até 96 % da poeira
emitida da moega. Esse sistema consiste em módulos contendo filas de palhetas moveis
montados sobre a grade da moega, cobrindo e vedando-a totalmente. As palhetas são
movidas pela ação de cilindros pneumáticos, comandados por sensores de grãos, instalados
em pontos convenientemente determinados (ANTARES, 2008). Quando uma descarga se
inicia sobre a moega, as palhetas são operadas a utomaticamente, sob o comando de sensores
de grãos. Somente as palhetas diretamente abaixo dos grãos sendo descarregados são abertas,
permitindo a descida dos grãos para o interior da moega. O ar deslocado tenta sair do interior
da moega e só pode fazê-lo pelo mesmo lugar por onde os grãos estão fluindo, e com isso ele
é filtrado (ANTARES, 2008). Este é o principio do funcionamento do DustControl. Como se
pode ver na Figura 4 abaixo, o descarregamento em uma moega com este sistema emite
pouca poeira.
12

Figura 3 - Descarregamento de Soja em uma Moega com DustControl


Fonte: ANTARES ENGENHARIA (2006)

Figura 4 - Descarregamento de Soja em uma Moega com DustControl


Fonte: ANTARES ENGENHARIA (2006 )
13

2.2.2. Elevadores e Transportadores

A função dos elevadores e transportadores é interligar estruturas e maquinários


movendo massa de grãos nas direções: vertical, horizontal e inclinada (KEPLER, 2008). Na
extremidade inferior das moegas temos um elevador para levar o produto até a pré-limpeza,
secador ou silo em caso de produto já seco. Na descarga existe um elevador para levar o
produto ao silo pulmão ou ao secador ou ainda ao silo de armazenamento, a não ser que o silo
pulmão seja enterrado de forma a receber a produ ção da pré-limpeza por gravidade. No
secador é indispensável o uso de do elevador, pois será responsável pelo movimento e pela
descarga do produto. Próximo aos silos também terá um elevador para a expedição dos
produtos a serem transportados e, ainda temos os transportadores horizontais e inclinados
dispostos em locais necessários para uma perfeita interligação entre estruturas e máquinas
(KEPLER, 2008) e (SILVA, 2006).
Existem vários tipos de elevadores e transportadores no Brasil . Os principais são
apresentados a seguir.

2.2.2.1.Elevadores de caçamba

São equipamentos projetados para movimentar produtos no sentido vertical.


Estruturalmente são dotados de caçamba fixados sobre uma correia estendida entre duas
polias posicionadas na vertical. As caçambas podem poss uir diferentes formatos e serem
construídas em materiais metálicos ou plásticos e dispostas como mostra a Figura 5 abaixo
(KEPLER, 2008) e (BEKER, 2008).

Figura 5 - Elevadores de caçamba e caçambas em nylon


Fonte: KEPLER WEBER (2001)
14

2.2.2.2.Correias Transportadoras

Correias transportadoras ou fitas transportadoras são equipamentos projetados para


movimentar produtos no sentido horizontal. Podendo operar com inclinação máxima de até
12°, para não afetar a eficiência operacional . Estes equipamentos são constituídos por uma
correia estendida entre os tambores motriz e de retorno, e apoiada sobre roletes , como pode
ser visualizado na Figura 6 . Podem ter capacidade de até 350 t/h. Estas correias podem ter
sentido de transporte reversível para movimentarem produtos em ambos os s entidos
conforme a necessidade (KEPLER, 2008) e (SILVA, 2006).

Figura 6 - Correia Transportadora com cobertura


Fonte: KEPLER WEBER (2001)

2.2.2.3.Transportador Helicoidal

Transportador helicoidal, rosca sem-fim ou caracol, é utilizado no transporte


horizontal, vertical e inclinado. É freqüentemente utilizado em carga e descarga. Podem
apresentar-se sem revestimento ou instalados em calhas abertas e tubulares. Podem ainda se
fixos ou moveis (KEPLER, 2008). O transportador móvel inclinado é o chupin1, devido sua
praticidade e versatilidade. Eles também são usados para interligar equipamentos na UAG
além de auxiliar no descarregamento dos silos com ba se plana, como mostra a Figura 7.

1
“chupin” –Nome popular para transportador helicoidal inclinado – caracol ao longo de um tubo metálico
centrado por mancais e com uma polia motriz na extremidade superior .
15

Figura 7 - Transportador helicoidal – raspadores de silos armazenadores


Fonte: KEPLER WEBER (2001)

2.2.2.4.Transportadores de Corrente

Transportador de corrente, também denominado redler, é aplicado ao transporte de


produtos na horizontal ou com incl inação de até 40 °, sua capacidade operacional é reduzida
neste caso, em função da inclinação (KEPLER, 2008) e (SILVA, 2006). Nestes equipamentos
as correntes são montadas em calhas metálicas com for mato retangular como mostra a Figura
8. A eficiência deste equipamento depende, principalmente, do tipo e condição de produto
transportado.

Figura 8 - Transportador de corrente


Fonte: KEPLER WEBER (2001)
16

2.2.3. Máquinas de Pré-limpeza

Unidade responsável pela separação das impurezas do pro duto. São equipamentos de
fundamental importância em UAG, pois além de aumentar a qualidade dos grãos
armazenados, diminui o consumo de energia dos secadores. Geralmente são montadas em
estrutura metálica, com estrutura para suportar a capacidade nominal d e trabalho (PAGÉ,
2008). Estas operam com eficiência máxima se os produtos a ser processados apresentarem
umidades de até 20 % e com no máximo de 5 % de impurezas.
O sistema de limpeza atua por peneiramento, no qual são retiradas as impurezas
maiores e menores, independendo do peso e por aspiração onde são retiradas as impu rezas
leves através do exaustor co mo mostra o esquema na Figura 9. já a Figura 10 mostra uma
máquina de pré-limpeza de dois estágios podendo operar com pré -limpeza e limpeza na
mesma linha.

Figura 9 - Esquema do fluxo do produto nos componentes da máquina de pré -limpeza


Fonte: PAGÉ (2007)
17

Figura 10 - Pré-limpeza
Fonte: PAGÉ EQUIPAMENTOS PARA ARMAZENAGEM (2007)

2.2.4. Secadores

São equipamentos usados na secagem dos grãos , com extrema importância, visto que
normalmente a colheita é efetuada com o produto um pouco mais úmido do que o aceitável
para uma armazenagem. A secagem é a operação que tem por finalidade reduzir o teor de
umidade dos produtos agrícolas a níveis adequados a sua estocagem por algum tempo,
mantendo ao máximo a sua qualidade dos mesmos (COMIL, 2008) , (PAGÉ, 2008) e
(SILVA, 2005). A operação correta dos secadores permite economizar tempo, mão -de-obra,
combustível, e reduzir riscos de incêndio.
A umidade dos produtos para a estocagem deve ser de acordo com as recomendações
para armazenagem. Para a secagem dos grãos é necessária à remoção das impurezas pela pré -
limpeza, embora existam operadores que efetuam a secagem com o pro duto ainda com as
impurezas. A secagem do produto ainda com as impurezas pode ocorrer por alguns motivos
como:
 Falha temporária na pré-limpeza.
 Recebimento de produtos com baixo teor de umidade, reduzindo o tempo de
secagem.
 Aproveitamento do resíduo que s erá extraído do produto após a secagem.
Quanto ao funcionamento os secadores são classificados em contínuos e
intermitentes. Nos secadores de fluxo contínuo o produto necessita passar uma só vez pelo
18

secador para atingir o teor de umidade desejado. Enquanto que, para os intermitentes o
produto necessita circular por várias vezes (SILVA, 2005). Esta classificação não determina
uma característica fixa do equipamento. Pois, um mesmo secador, dependendo do teor de
umidade da carga, poderá funcionar de forma int ermitente ou continua, ou seja, se o produto
estiver com uma umidade baixa suficiente para que o secador retire o excesso de umidade em
um ciclo, pode-se dizer que o secador está operando de forma contínua, caso contrário ele
será intermitente (KEPLER, 200 8) e (SILVA, 2005). A Figura 11 mostra a linha que toma o
fluxo de ar durante a secagem dos produtos. A Figura 12 mostra um secador com capacidade
nominal de 1000 sacas de arroz em casca.

Figura 11 - Esquema do funcionamento do secador de grãos


Fonte: KEPLER WEBER (2001)
19

Figura 12 - Secador de grãos de fluxo intermitente, capacidade nominal de 50 toneladas.


Fonte: KEPLER WEBER (2001)

2.2.5. Fornalha

A secagem à temperatura ambiente pode levar de alguns dias até varias semanas,
dependendo da espécie e das condições climáticas. O tempo de secagem pode ser reduzido a
algumas horas em secadores com fluxo de ar quente (WENDT, 1990).
Para a realização do processo de secagem artificial quase sempre é necessário
aumentar o potencial de secagem do ar. Isto é feito com o aumento da temperatura do ar.
Portanto, geralmente são empregadas as fornalhas (COMIL, 2008) e (WENDT, 1990).
As fornalhas devem ser dimensionadas para garantir a combustão completa dos
combustíveis que são classificados em: sólidos, líquidos e gasosos. Em casos de
combustíveis sólidos, lenha por exemplo, tem-se a tabela 3, que indica o volume de câmaras
de combustão conforme a capacidade de secagem de secadores cascata.
20

Devido ao baixo custo, a lenha é o combustível mais usado na maioria das UAGs,
embora tenha sido no passado, o combustível com o maior índice de incêndios em secadores
devido a fagulhas em chamas sugadas pelos exaustores. Hoje, as fornalhas à lenha, estão
muito seguras. Foi desenvolvido um eficiente sistema de quebra -chamas com desvios de
fluxos e direcionadores na forma de caracol como mostra a Figura 13.

Figura 13 - Fornalha para lenha com triagem superior do ar aquecido


Fonte: ANDRADE (1996)

Tabela 3 - Área de grelha, volume da câmara de combustão e consumo de lenha em função da


capacidade de secagem de secadores cascata.

Fonte: WEBER (2001)


21

2.2.6. Silos Pulmão

Silos pulmão são pequenos silos suspensos em metal ou madeira com a finalid ade de
armazenar o produto temporariamente até que seja secado no caso de ser verde ou até que
seja armazenado em caso de ser seco. Tem capacidade média de entre 30 e 100 toneladas,
geralmente com capacidade de 200 % da capacidade do secador, sendo usado u m ou mais
para cada linha de serviço (SELISTRE, 1978) e (SILVA,2006). Estes também podem ser
enterrados, em casos especiais, dependendo da disponibilidade da UAG.

2.2.7. Silos Secadores e Silos Armazenadores

Os silos de um modo geral são os equipamentos primord iais em uma UAG, pois é
neles que ficará a maior fatia do produto e por um tempo indeterminado. São geralmente
construídos em chapas de aço acentadas em uma base de concreto armado responsável pela
sua sustentação e estabilidade (SELISTRE,1978) e (SILVA,2006).
Os silos armazenadores são aqueles que sua finalidade é somente manter equilíbrio
térmico durante a armazenagem e estocagem do produto. Neste os produtos são depositados
em condições de estocagem com umidade ideal para tal. Os silos armazenadores dife renciam-
se dos silos secadores pela capacidade de aeração (SILVA,2006). Visualmente pode-se
distingui-los pela sua altura, (fig. 14 e fig. 15) que pode chegar até três vezes o seu diâmetro,
enquanto que um silo secador pode chegar no máximo a ¾ do seu diâmetro.
No caso dos silos secadores o produto é armazenado com uma tolerância em relação à
umidade, a qual o silo secador, devido a sua maior capacidade de movimentação de ar,
deverá diminuí-la a fim de manter o produto em condições ideal de armazenagem sem
comprometê-lo. Durante a armazenagem de grãos em silos estes ficam sujeitos a alterações
da temperatura ambiente que, junto com o teor de água da massa dos grãos, são responsáveis
pela evolução da população de insetos e microorganismos que influem signific ativamente na
qualidade do produto. Para isso utiliza -se o processo de aeração, que consiste no resfriamento
do grão através da passagem fo rçada de ar ambiente pela massa do grão. Atualmente existem
modelos matemáticos que descrevem satisfatoriamente a pas sagem de ar em silos isotérmicos
(KCHATCHATOIURION & SAVICKI, 2004) , apud (SILVA, 2008). Ao mesmo tempo a
simulação do estado térmico de um silo para condições não -isotérmicas apresenta algumas
22

dificuldades relacionadas com a ausência de dados confiáveis d e transferência de calor entre


os grãos e o ar.
A má condução da aeração pode depreciar a qualidade do produto armazenado. Isso
quando não observado as condições do ar ambiente. Deste modo, antes de iniciar a aeração o
operador deve estar certo do objetivo a ser alcançado. Portanto, para executar essa operação
faz-se necessário equipar a estrutura de armazenagem com um sistema de movimentação de
ar constituído de: ventilador, circuitos elétricos de comando, dutos de alimentação, dutos de
distribuição, medidores internos de temperatura, medidores internos de umidade (SILVA,
2008) e (WENDT,1990).

Figura 14 - Silo-secador em linha


Fonte: GRAN FINALE (2003)

Figura 15 - Silo armazenador


Fonte: WIKIPÉDIA (2005)
23

2.2.8. Local de Expedição

É o local destinado ao carregamento do produto em t ransportes viários. Este pode ser


em mais de um ponto da UAG, coberto ou não, em caso de não coberto dificulta os
carregamentos com tempos chuvosos. São geralmente tubos de aço com inclinação igual ou
maior que 45° quando movidos pela gravidade após a elevada do produto pelo elevador
(KEPLER ,2008) e (PROJETO DE UNIDADES ,2008) . Estas expedições também podem ser
executadas com transportadores horizontais ou inclinadas na forma de ca racol ou correias
(fitas transportadoras) que, irão depositar o produto em tulhas pequenas de forma distribuída
ao longo da extensão dos transportes rodoviários somo mostra a Figura 16.

Figura 16 - Linha de expedição


Fonte: KEPLER WEBER (2001)

2.2.9. Balança

Balança é outro dispositivo ou equipamento indispensável em uma UAG, pois através


dela é feito todo o controle de movimentação de produtos.
São equipamentos para medir o peso de cargas transportadas por veículos.
Normalmente dispostas nas entradas e nas saídas de UAG, portos, terminais de cargas,
indústrias, áreas de mineração, e demais locais em geral (FILISOLA, 2008)
As balanças rodoviárias são constituídas de:
24

2.2.9.1.Estrutura Metálica:

Composta de longarinas, travessas, flanges e e lementos de fixação, como parafusos,


porcas e arruelas, mostradas na Figura 17.

Figura 17 - Plataforma metálica da balança rodoviária


Fonte: SATURNO (1990)

2.2.9.2.Conjunto Eletrônico:

Composto por células de carga, caixa de junção, indicador eletrônico e acessório


opcionais,mostrados na Figura 18.

Figura 18 - Conjunto eletrônico das balanças rodoviárias


Fonte: SATURNO (1990)
25

2.2.9.3.Plataforma:

Metálica ou de concreto, utilizada para permitir o tráfego e a pe sagem dos veículos


sobre a balança. A instalação poderá ser executada sobre o piso, semi -embutida ou totalmente
embutida (ver Figura 19), devendo ser definida a condição mais adequada conforme a
disponibilidade de área para a instalação da balança e área a dicional para manobra dos
veículos a serem pesados. Alem disso, deve -se levar em conta o acesso para limpeza da
balança em função da sua aplicação.

Figura 19 - Opções de instalações das balanças rodoviárias


Fonte: TOLEDO (199O)

2.2.10. Galpões e Coberturas

Compreendem todas as obras sobre moegas, pré -limpezas, elevadores, secadores,


silos pulmão, balanças entre outros. Uma UAG pode ser totalmente descoberta com exceção
das moegas, como totalmente coberta, depende da necessidade de cada UAG, como, por
exemplo, se a UAG vai operar com qualquer tempo deve ter sua estrutura coberta pelo menos
as moegas, pré-limpeza, balanças e expedição (PROJETO DE UNIDADES, 2008). No geral,
usam-se galpões cobrindo, as moegas de recebimento, pré -limpezas, silos pulmão,
expedições e balanças. Secadores, elevadores e silos armazenadores geralmente dispõe de
cobertura própria.
Em relação ao pé-direito do galpão sobre a moega , seu pé-direito varia conforme a
necessidade da UAG, pois se a mesma vai necessitar de um tombador, em função de mais
agilidade, o pé-direito deve ficar em torno de 7,00 a 9,00 metros dependendo do equipamento
usado ou pode ter menos de 6,00 metros se este não for usado.
26

2.2.11. Escritórios e Alojamentos

São obras necessárias em uma UAG, pois no escritório vai concentrar-se toda
administração, além de comandos das balanças, monitoramento de câmeras de segurança,
laboratórios, entre outros (PROJETO DE UNIDADES ,2008) .
Os alojamentos são obras opcionais em uma UAG, vai depender da necessidade de
cada uma. São usados alojamentos em UAGs de médio a grande porte que necessite de
acomodações para funcionários e motoristas em caso de espera por mais de 24 h (PROJETO
DE UNIDADES ,2008) e (SILVA,2006).

2.3. Patologias nas Bases dos Silos Secadores e Silos Arm azenadores

É importante ressaltar que os projetos das bases são fornecidos pelo fabricante do silo,
mas isso não impede que se tenham problemas estruturais com essas bases. Normalmente
trata-se um silo como um bloco que exerce uma carga normal na base que terá seu valor
máximo quando o silo estiver chei o (WENDT,1990). Esquecendo de levar em conta o
comportamento do produto no interior do compartimento durante o fluxo.
Com o deslocamento de uma massa granular ao longo da parede vertical aparecerá
uma força contrária ao movimento proveniente do atrito entre os grãos e as paredes. Assim
reduzindo a pressão no fundo do silo, mas aumentando as ações verticais nas paredes, que
são repassadas para o anel de fundação do silo (WENDT,1990).
Para um projeto estrutural é necessário analisar as ações que atuam sobre a estrutura,
peso próprio, equipamentos e acessórios, pressões devido ao material armazenado, ações do
vento, ações térmicas e previsão dos possíveis recalques das fundações (WENDT,1990).
Com estes dados o procedimento seguinte será:
 Projeto das fundações de acordo com as condições do solo fornecidas pela
sondagem.
 Análise da estabilidade do conjunto sob a ação do vento, e descarga excêntrica
do produto.
 Verificação transversal da rigid ez das paredes no caso de saídas excêntricas.
As lajes de fundação do silo contem uma série de caneletas de aeração e transporte de
carga, com isso tem-se um tipo de estrutura, muitas vezes, fragilizadas pela inserção destes
elementos, em decorrência da deficiência nas condições d e apoio. Em função destes
27

problemas estruturais ocorrem algumas patologias, que podem ser visíveis e constatadas nas
fundações dos silos.

2.3.1. Fissuras

As fissuras, além do aspecto antiestético e a sensação de insegurança que transmitem,


representam excessos na estrutura além de permitir a corrosão da armadura e a penetração de
agentes externos no concreto (WENDT,1990).

2.3.2. Deformações do Sistema Estrutural

Geralmente os recalques se devem ao excesso de deformação do solo frente a um


carregamento. No caso dos si los são ações, estáticas, dinâmicas e de impacto. Os recalques
onde a estrutura como um todo sofre deslocamento é menos problemático, em casos que não
há ligações rígidas entre a base e algum outro equipamento. Entretanto, os recalques
diferenciais presente tanto no anel quanto na laje de fundação já comprometem o
funcionamento dos sistemas de aeração de descarga de produtos (WENDT,1990).

2.3.3. Infiltrações

As infiltrações ocorrem, principalmente, através da junta que delimita o anel de


fundação de concreto e a laje de fundação. Esta patologia ocorre geralmente devido a
deficiência da drenagem. Também pode surgir umidade proveniente da ascensão da água por
capilaridade através dos elementos em contato com o solo (WENDT,1990).
28

3. CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE DE ARMAZ ENAMENTO DE


GRÃOS

Neste capítulo apresenta -se a vivência prática adquirida no desenvolvimento do


estágio supervisionado, focalizando a execução de uma UAG. Ao longo do capítulo
descrevendo-se e comentando-se as atividades pertinentes à construção deste tipo de obra, os
métodos e procedimentos construtivos utilizados, acompanhados no decorrer da atividade de
estágio.

3.1. Escolha do Local e Marcação da Obra

Por fatores desconhecidos o local foi definido previamente pelo empreendedor. A


posição da obra no terreno foi definida tecnicamente em função da topografia .
Em primeiro instante, executa-se um levantamento planialtimétrico do local a fim de
escolher a posição do eixo da obra , onde se executasse o menor movimento de terra para a
terraplanagem, necessária para a execução do projeto proposto pela empresa dos
equipamentos. Definido a posição do eixo, executou -se a marcação geral da obra definindo a
posição das escavações.

3.2. Escavações

Após as devidas liberações dos órgãos competentes, proc ede-se o inicio das
escavações começando pela moega e dando seqüência ao longo da obra.
Optou-se pela drenagem, dos poços dos elevadores das moegas, por gravidade, pois a
topografia do terreno facilitava esse processo.
Executou-se uma vala com inclinação de 1 % para a implant ação do tubo de
drenagem. Como o poço do elevador da moega teria 10,4 m de profundidade, o dreno deste
deve iniciar com cota no mínimo igual ao fundo do poço. Uma vala com esta profundidade
não pode ter talude vertical devido ao desmoronamento, embora não utilizando funcionários
para a implantação do tubo do dreno.
29

Em função da boa qualidade do terreno executaram -se as escavações com taludes de


1/1 e obteve-se boa estabilidade durante as execuções das valas. Figura 20.

Figura 20 - Escavação da vala para implantação do tubo do dreno


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)

Nas escavações dos poços dos elevadores , executou-se com taludes verticais como
mostra a Figura 21. Optou-se por taludes verticais para que não houvesse o desmonte do
terreno natural com o corte do talude inclinado. Com o corte de um talude inclinado
promoveria um posterior aterro prejudican do as fundações futuras da obra e ainda
possibilitando eventuais recalques diferenciais em algumas estruturas devido à acomod ação
do aterro.

Figura 21 - Poço do elevador sem escoramento lateral


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)
30

3.3. Fundações

Para fins de fundações foram executadas estacas broca com trado mecânico na
maioria das fundações com exc eção das localizadas sob aterros.

3.3.1. Silos Secadores (18,56 m de diâmetro)

Nas bases dos silos secadores executaram -se fundações com estaca broca com trado
mecânicos de diâmetro de 30 cm e profundidade de 4 m com armadura de 1,5 m de
profundidade. As estacas broca com trado mecânico s foram dispostas ao longo do anel de
base distando 1,43 m entre si como mostra a Figura 22. No interior do anel foi compactado o
terreno existente com uma placa vibratória e coberto com um concreto armado com 20 cm de
altura.

Figura 22 - Fundações do silo secador com estaca broca com trado mecânico
Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)
31

3.3.2. Silos Pulmão

Os silos pulmão são suspensos por uma estrutura de aço apoiada em seis pontos de
apoio. Cada ponto de apoio do silo é executado um bloco de concreto armado suportado por
duas estacas broca com trado mecânico igual as dos silos secadores.

3.3.3. Poços de Elevadores

Em todos os poços de elevadores executou-se um radie com armadura dupla com


altura de 20 cm. Como o solo tinha uma boa resistência e os poços dispunham de uma área
superior a 8 m² não houve necessidade do uso de estacas.

3.3.4. Túneis

Todos os túneis, tanto de ar como de acesso e transporte, foram executados com uma
base em concreto armado e parede em alvenaria como na Figura 23.

Figura 23 - Túnel de vento da aeração do silo secador com fundo falso


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)
32

3.3.5. Moegas

Realizou-se a compactação do solo com o auxilio de uma placa vibr atória e em


seguida foi executada a concretagem sobre uma malha de aço com inclinação de 45 º .
A compactação da base da moega é muito importante, pois o concreto do fundo da
moega depende do apoio de fundo.

3.3.6. Secador

Na base do secador também não foi usado estacas devido à base do secador que tinha
11,4 m² de área, atendendo com folga a capacidade de suporte para a carga proposta . Em
relação à estabilidade, alé m do peso da base, com 8,55 m³ de concreto, o secador dispõe,
assim como os elevadores, de tirantes estabiliza dores ancorados em mortos dispostos em
pontos estratégicos na UAG.

3.3.7. Pré-Limpeza

Na base da pré-limpeza foi executado um radie com 15 cm de espessura sobre o


terreno natural compactado com o auxilio da placa vibratória. As máquinas de pré -limpeza
são equipamentos leves se comparados com outros equipamentos de uma UAG.

3.3.8. Fornalha

Na base da fornalha foi executada uma laje com 45 cm de espessura sobre um


cascalho compactado com a placa vibratória. A espessura dessa bas e se deve à exposição da
mesma às altas temperaturas, por conseqüência, a grande variação térmica.

3.3.9. Galpões

Devido ao seu pé-direito de mais de 7 m de altura, as fundações do galpão, sobre a


moega, foram executadas com estacas de 12 m de profundidade e com 60 cm de diâmetro e
33

totalmente armadas. Optou-se por este tipo de fundação, devido ao posicionamento das
fundações que se encontravam sobre os aterros provenientes das escavações para drenagem.

3.3.10. Escritório

Como podem ser observadas na Figura 24 as fundações do escritório foram


executadas com estaca broca com trado mecânicos iguais as dos silos armazenadores. Acima
das estacas executou-se uma viga de cintamento com 15 x 30 cm.

Figura 24 - Fundações do escritório com estaca broca com trado mecânico s


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007-2008)

3.3.11. Balança

Nesta UAG instalou-se uma balança de 100 toneladas com 21 m de comprimento.


Esta dispõe de 6 pontos de apoio e deve supo rtar 20 toneladas por apoio. Foram usadas como
fundações em cada apoio desses , duas estacas broca com trado mecânicos unidas por um
bloco de concreto duplamente armado de 1,30 x 1,30 m como mostra a Figura 25.
34

Figura 25 - Fundações da balança com blocos sobre estaca broca com trado mecânico s
Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)

3.4. Estruturas das bases dos equipamentos e pavilhões

Este capítulo apresentará a parte estrutural das bases dos equipamentos existentes em
uma UAG, que serão todas em concreto armado, além das estruturas dos pavilhões e
coberturas.

3.4.1. Anel dos Silos


Os anéis dos silos secadores foram executados em concreto armado com fck 25 MPa
e com dimensões da viga circular de 30 x 80 cm. As formas usadas foram de metal como
mostra a Figura 26.

Figura 26 - Anel de suporte do silo secador com di âmetro de 18,56 m


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)
35

3.4.2. Fundo Falso nos silos Secadores

Fundo falso nos silos secadores é usado para possibilitar a distribuição e a circulação
do ar responsável pela secagem do produto armazenado. Esse fundo falso é cr iado com a
suspensão, de um material vazado (metal perfurado na forma de peneira) , por vigotas
distribuídas ao longo da base de concreto armado como mostra na Figura 27. As que
atravessam os vãos dos túneis têm função estrutural, já aquelas que estão total mente apoiadas
na base do silo são responsáveis somente pela elevação da tela de fundo.

Figura 27 - Viguetas de concreto armado formando o fundo falso no silo secador


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)

3.4.3. Base dos Silos Pulmão

Os silos pulmão são suspensos por uma estrutura metálica fornecida pelo fabricante e,
esta estrutura é ancorada nos blocos das fundações. Os silos pulmão são suspensos para
efetuar sua descarga por gravidade.
36

3.4.4. Poços de Elevadores

Nos poços dos elevadores foram usadas colunas nos cantos e nas laterais mais longas ,
e uma viga de cintamento a cada 1,5 m de altura. Os vão s entre as estruturas foram cheios de
alvenaria com tijolos maciços.

3.4.5. Galpões

Os galpões foram executados com estruturas pré -moldadas, calculada e executada por
conta da empresa que terceirizou o serviço estrutura l dos mesmos. As alvenarias são em
blocos cerâmicos vazados e com acabamento em salpique com mostra a Figura 28.

Figura 28 - Pavilhão sobre a moega de 20 x 20 m e silos pulmão de 1000 sc cada


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)

3.4.6. Balança

A balança tem sua estrutura metálica com uma base em concreto armado de fck 35
MPa. Os projetos estruturais e complementares são fornecidos pelo fabricante. A mon tagem e
aferição do equipamento são de responsabilidade do fabricante.
37

3.4.7. Escritório

O escritório é de dois pavimentos executado em estruturas de concreto armado e com


pré-lajes. O fechamento em alvenaria convencional com reboco como mostra a Figura 29.
Como já mencionados todos os projetos de bases dos equipamentos foram fornecidos
pelo fabricante. Equipamentos como: silos, pré -limpeza, secador, fornalha, elevadores e
balança. Os outros projetos, (base de moegas, galpões, túneis, escritório, terraplanagem,
escavações) foram desenvolvidos pela empresa Tarouco E ngenharia.

Figura 29 - Escritório com 21 m de comprimento por 3,80 de largura


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)

3.5. Montagem dos equipamentos

A montagem dos equipamento s é feita geralmente por conta do fabricante a m enos


que o comprador disponha de uma equipe de montagem competente e credenciada ao
fabricante. As empresas exigem firmas de montagem credenciadas devido à responsabilidade
durante a montagem, tanto para disp or da garantia dos equipamentos quanto pela segurança
durante a montagem.
Durante a montagem dos silos ocorrem acidentes devido aos temporais, ocasionando
o deslocamento ou até mesmo o tombamento do silo, pois durante a montagem o silo ainda
não esta ancorado ao anel da base ficando ancorado apenas nas talhas de suspensão da
montagem.
Na obra em questão a montagem ficou por conta de uma empresa terceirizada pela
Tarouco Engenharia com os devidos seguros e credenciais com o fabricante. Em casos de
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possíveis acidentes a empresa de montagem tem toda a responsabilidade com a recuperação


ou até mesmo a substituição do equipamento sinistrado. Como pode ser visto na Figura 30, o
silo, durante a montagem, fica praticamente solto apoiado somente nas garras dos macac os
ou talhas.

Figura 30 - Montagem dos silos armazenadores


Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)

3.6. Coberturas

A cobertura dos galpões, escritório e balança foram executados em aluzinc sobre


estrutura metálica como mostra a Figura 31

Figura 31 - Cobertura do pavilhão sobre a moega com estrutura metálica e cobertura em aluzinc
Fonte: OBRA KESSLER São Sepé (2007 -2008)
39

As colunas de apoio da cobertura da balança também foram executadas em estrutura


metálica em função da praticidade frente a um pé -direito alto.

3.7. Projetos

Como se trata de uma obra operacional e comercial não há preocupação com estética
e sim com a funcionalidade técnica.

Os projetos: arquitetônicos, estrutural, elétrico, hidráulicos, en tre outros para os


galpões, escritórios e alojamentos foram desenvolvidos pela empresa Tarouco Engenharia.
Os outros projetos específicos, como os das bases para apoio de equipamentos, foram
fornecidos pelos fabricantes dos mesmos.
Em anexos apresenta-se alguns projetos fornecidos pelo fabricante dos equipamentos.
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4. CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou um projeto de construção de uma UAG, enfatizando as


técnicas adequadas e principalmente a necessidad e da mesma na cadeia produtiva n acional.
Abordou também a necessidade de um estudo mais detalhado mediante o projeto do layout.
Conclui-se então que é de extrema importância, de um modo geral, a construção de
novas UAG principalmente por que se aumentou demasiadamente: a produtividade, área
plantada e a capacidade de colheita e transporte, enquanto as UAGs existentes mantiveram-se
ao mesmo patamar de produção. Al ém disso, durante o estudo do projeto é de grande valia
uma consciência técnica e funcional do projetista em relação ao layout da UAG. Pois com um
projeto adequado, certamente a UAG chegará bem próxima da capacidade instalada de
produção e principalmente evitará gastos futuros, podendo reduzir custos de instalação e de
operação da mesma.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TOMAS. Marcos Rogério. Secadores de Plantas Medicinais. Disponível em:
<http://www.sbrt.ibict.br>. Acesso em: 20 mai. 2008.
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6. ANEXOS
ANEXO A – Planta baixa da Unidade de Armazenagem do Sr. José Carlos Kessler
ANEXO B – Corte Longitudinal BB da planta baixa anterior.
ANEXO C – Legenda da planta baixa do anexo A.
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7. APÊNDICES
APÊNDICE A – Anteprojeto da Base de um Silo Secador com 18,56 m de diâme tro com a
distribuição das vigotas no interior do mesmo.
APÊNDICE B – Anteprojeto Elétrico do escritório da unidade armazenadora de São Sepé.
APÊNDICE C – Anteprojeto Hidráulico do escritório da unidade armazenadora de São
Sepé.
APÊNDICE D – Anteprojeto da estrutura metálica da cobertura do galpão da moega.

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