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camente, mas infelizmente ainda não consegue superar todos os pequenos truques da
língua portuguesa. Pequenos lapsos na hifenização serão corrigidos na próxima versão.
Conteúdo
1
Capítulo 1
O Modelo de
Mundell–Fleming:
Mobilidade Perfeita de
Capitais
1.1 Introdução
Até agora analisámos separadamente os vários mercados (bens e serviços, cam-
bial, e monetário), bem como a determinação do equilíbrio em cada um de-
les. Isto é, para analisarmos o equilíbrio em cada um dos diferentes mercados,
impusemos a hipótese de que as forças económicas que são determinadas nos
restantes, e que afectam o equilíbrio do mercado que estamos a considerar, são
mantidas como exógenas ou constantes. Este procedimento é indispensável para
a compreensão inicial dos principais aspectos relativos ao funcionamento de cada
um destes mercados, mas obviamente que é incorrecto quando consideramos uma
economia englobando todos os aspectos do seu funcionamento macroeconómico.
Durante a década de 60, os economistas americanos Robert Mundell e Mar-
cus Fleming 1 desenvolveram um modelo que permite analisar o funcionamento
em simultâneo dos principais mercados macroeconómicos em diferentes cenários:
mobilidade perfeita de capitais versus mobilidade imperfeita, câmbios …xos ver-
sus câmbios ‡exíveis, e preços …xos versus preços ‡exíveis. Devido ao facto
deste modelo permitir estudar diferentes regimes cambiais, diferentes regimes de
mobilidade de capitais, e diferentes regimes de preços, o modelo de Mundell–
1 Robert Mundell recebeu o prémio nobel da economia em 1999, precisamente pela sua
decisiva contribuição para o desenvolvimento dos modelos macroeconómicos de equilíbrio geral.
Os artigos que estiveram na base do desenvolvimento destes modelos (com preços …xos) são
fundamentalmente três: J. Marcus Fleming (1962), ”Domestic Financial Policies Under Fixed
and Flexible Exachange Rates”, International Monetary Fund Sta¤ Papers, 9 (November),
369–379; Robert Mundell (1963), ”Capital Mobility and Stabilization Policy Under Fixed and
Flexible Exchange Rates”, Canadian Journal of Economics and Political Science, 29, 475–
485; e Robert Mundell (1964), ”A Reply: Capital Mobility and Size”, Canadian Journal of
Economics and Political Science, 30, 421–431.
2
8. MUNDELL–FLEMING: MOBILIDADE PERFEITA 3
– Preços constantes: P = P
– Mobilidade perfeita de capitais: i = i?x
² Objectivos principais:
2 No entanto, note que esta hipótese não altera de forma substancial as principais conclusões
do modelo. Isto poderá ser facilmente testado através da utilização do modelo de simulação
SIMAC, o qual está construído sob preços ‡exíveis. (O modelo SIMAC pode servir de acom-
panhamento a este livro e é distribuído pela equipa docente de Macroeconomia no ISCTE;
vide Santos, J. P. et al.(1999), SIMAC, ISCTE, Lisboa).
3 Vide o capítulo ”Mercado Cambial: Conceitos Básicos” para mais detalhes sobre a pari-
Mercado Cambial
com as variáveis ou forças económicas que a determinam. Por isso é vantajoso assumirmos
esta oferta como exógena e constante. No próximo capítulo, passaremos a analisar a oferta
agregada também como uma variável endogenamente determinada.
8. MUNDELL–FLEMING: MOBILIDADE PERFEITA 5
IS
Excesso de procura de
bens e serviços
i0 B . E . A
Excesso de oferta de
bens e serviços
Q d0 Q d1 Qd
Figura 1.1: A função IS. Esta função dá–nos o equilíbrio no mercado de bens
e serviços.
de se veri…car. Esta paridade é dada pela igualdade entre a taxa de juro interna
(i) e a taxa de juro externa (i?x ), encontrando–se esta última já corrigida pela
taxa de depreciação cambial esperada (i?x = ix + ¢E e =E). Como a taxa de
juro externa é uma constante para uma economia nacional, (i?x = i?x ); então esta
condição implica que a representação grá…ca do equilíbrio no mercado cambial
neste regime terá de passar por uma linha horizontal no plano (i; Qd ), à qual
chamamos função BP , conforme Figura 1.2. Pontos acima da função BP impli-
cam enormes excedentes na balança …nanceira (BF > 0) — devido ao facto da
taxa de juro interna ser superior à taxa externa — causando, portanto, enormes
excedentes na balança de pagamentos (BP > 0). Do mesmo modo, pontos
abaixo da função BP implicam dé…ces da BF e da BP . Portanto, no regime de
mobilidade perfeita de capitais, a balança de pagamentos só estará equilibrada
se o equilíbrio macroeconómico se der sobre a linha horizontal, ou seja, sobre a
função BP . Esta é uma conclusão fundamental para se compreender a lógica do
modelo de Mundell–Fleming neste regime de mobilidade de capitais.
A veri…cação da paridade das taxas de juro garante que a balança …nanceira
esteja em equilíbrio (ou sob controle). No entanto, devemos realçar que esta
restrição da paridade das taxas de juro apenas garante por si só que a balança
de pagamentos esteja de facto equilibrada, se estivermos num regime de câmbios
‡exíveis. Neste regime, variações da procura agregada ao longo da linha horizon-
tal (ou seja, ao longo da função BP ) são compensadas por variações na taxa de
câmbio, de forma que qualquer desequilíbrio que possa persistir na outra grande
componente da balança de pagamentos (a balança corrente, BC ) é prontamente
8. MUNDELL–FLEMING: MOBILIDADE PERFEITA 6
i
Excedente da balança
de pagamentos
.
Equilíbrio da balança
de pagamentos
i0 A
i = i x* E BP
i1 B .
Défice da balança de
pagamentos
Qd0 Qd
eliminado. Portanto, qualquer que seja o par de valores para a procura agregada
e taxa de juro (Qd ; i) que vigore na economia, e desde que este par esteja situ-
ado sobre a função BP; o equilíbrio automático da balança de pagamentos está
assegurado se a taxa de câmbio puder variar de forma a eliminar o desequilíbrio
temporário no mercado cambial. Mas e o que acontece se a taxa de câmbio tiver
de permanecer …xa?
Num regime de câmbios …xos, torna–se necessário que variações da procura
agregada ao longo da linha horizontal (ou seja, ao longo da função BP ), sejam
compensadas por intervenções do banco central no mercado cambial, as quais
são contabilizadas na rubrica Reservas O…ciais (RO ). Portanto, e em termos
de conclusão, a função BP horizontal dá–nos o equilíbrio no mercado cambial,
num regime de mobilidade perfeita de capitais, se uma das seguintes variações
ocorrerem de forma a acomodarem alterações no nível da procura agregada: (i)
se a taxa de câmbio variar (num regime de câmbios ‡exíveis); (ii) se as Reservas
O…ciais variarem (num regime de câmbios …xos). Obviamente que o nível da
taxa de juro interna terá de permanecer constante, determinada pelo nível da
taxa de juro do exterior corrigida pela taxa de depreciação cambial esperada (i¤x ).
Estes pontos já foram detalhadamente analisados num dos capítulos anteriores
e, portanto, não iremos aqui apresentar mais explicações.
Mercado Monetário
i
Excesso de oferta de moeda Equilíbrio do mercado
monetário
no mercado monetário
i1 . B LM
Qd0 Qd
linha com uma inclinação positiva (vide Figura 1.3). Pontos sobre esta curva
representam situações de equilíbrio no mercado monetário, onde a procura e a
oferta de moeda estão equilibradas. Pontos à direita da função LM representam
pontos onde a procura de moeda é superior à oferta de moeda — é o que acon-
tece no ponto A da refrida …gura — e, portanto, o mercado monetário estará em
desequilíbrio. Neste ponto, existe um excesso de procura de moeda, provocan-
do uma subida da taxa de juro, e eliminando o excesso de procura no mercado
monetário. Este processo pode ser representado pelo movimento da economia
dos pontos A¡!E. o levando Da mesma forma, pontos à esquerda da função
LM representam excessos da oferta e, consequentemente, de desequilíbrio deste
mercado. 5
IS = LM = BP
BP = BC + BF + RO = 0
5 Para mais detalhes sobre esta função vide capítulo sobre a função LM.
8. MUNDELL–FLEMING: MOBILIDADE PERFEITA 8
i BP = BC + BF + RO = 0
IS LM
i = ix* A BP
Qd0 Qd
i
BP = 0
IS LM0 LM1
A BP
i = i x*
i1 B
Qd0 Qd1 Qd
acterizado por uma descida da taxa de juro interna (de i?x para i1 ) e por um
aumento do nível da procura agregada de Qd0 para Qd1 . Aparentemente, esta in-
tervenção do banco central manifesta–se e…ciente já que a taxa de juro diminui e
a procura agregada sofre uma variação positiva. No entanto, como caracterizar
o ponto B em termos do equilíbrio externo? Como iremos mostrar este ponto
representa uma situação de desequilíbrio da balança de pagamentos, e é a ne-
cessidade de repor o equilíbrio nesta balança que anula a e…cácia da política
monetária neste regime.
Temos um desequilíbrio na balança de pagamentos no ponto B pelo simples
facto da nova taxa de juro interna ser inferior à taxa de juro que vigora no exte-
rior, isto é; i1 < i?x . Enquanto que na situação inicial a taxa de juro interna era
igual à taxa de juro do exterior — veri…cando–se portanto a condição da pari-
dade das taxas de juro e permitindo assim o equilíbrio da balança de pagamentos
— a intervenção do banco central ao mover a economia para o ponto B causou
uma redução na taxa de juro interna. Esta redução faz com que a paridade das
taxas de juro já não seja satisfeita neste novo ponto, levando a um desequilíbrio
no mercado cambial (em virtude do aumento da procura de divisas), o qual
se traduz por uma pressão para uma depreciação da moeda nacional. Convém
explicar com mais detalhe esta pressão para a depreciação da moeda nacional.
Como no ponto B a taxa de juro interna é inferior à taxa de juro externa,
isto implica que a remuneração dos activos …nanceiros de rendimento …xo (obri-
gações, títulos de dívida pública, depósitos a prazo, etc.) no exterior é agora
mais elevada do que na economia nacional. Portanto, os agentes que residem
na economia nacional vão passar a adquirir activos …nanceiros no exterior e a
vender os activos …nanceiros nacionais que detenham em seu poder. No entanto,
para que estes agentes possam comprar os referidos activos …nanceiros do exteri-
or terão de ter em seu poder moeda estrangeira, e esta é obtida através da venda
de moeda nacional contra moeda estrangeira. Portanto no mercado cambial irá
passar a veri…car–se um aumento signi…cativo da oferta de moeda nacional, e,
como contrapartida, também se veri…ca um aumento da procura de moeda es-
trangeira. Como não existe qualquer entrave à mobilidade de capitais (lembre–se
que estamos num regime de mobilidade perfeita de capitais), estes ‡uxos de ac-
tivos …nanceiros serão enormes e, consequentemente, enormes serão também os
‡uxos no mercado cambial. Como existe um aumento bastante signi…cativo da
procura de divisas (e um grande aumento da oferta de moeda nacional), a moe-
da nacional irá depreciar–se caso o banco central não intervenha no sentido de
estancar este processo. Mas como vigora nesta economia um regime de câmbios
…xos, então o banco central ver–se–á forçado a intervir no mercado cambial de
forma evitar a depreciação do valor da moeda nacional. Que tipo de intervenção
deverá o banco central implementar?
Se o que provoca uma pressão para a depreciação da moeda nacional é o
comportamento dos agentes residentes na economia nacional, vendendo moeda
nacional e comprando moeda estrangeira, para anular este processo o banco
central deve fazer exactamente o oposto: vende moeda estrangeira e compra
moeda nacional. Mas ao vender moeda estrangeira, a base monetária do banco
central contrai–se, provocando uma diminuição da oferta real de moeda, o que
8. MUNDELL–FLEMING: MOBILIDADE PERFEITA 11
leva por sua vez a um aumento da taxa de juro interna. 6 Em termos grá…cos,
esta actuação do banco central desloca a LM para cima. A pressão sobre o
valor da moeda nacional só é totalmente eliminada quando o banco central tiver
vendido um montante de divisas tal que a taxa de juro interna seja novamente
igual à taxa de juro que vigora no exterior (i = i?x ); e isto só acontece se a função
LM voltar à sua posição inicial. Neste ponto, a taxa de juro é de novo igual ao
seu valor de partida, o mesmo se passando com o nível da procura agregada de
bens e serviços.
Portanto, em termos de conclusão, a política monetária é totalmente ine…caz
neste regime. A política monetária é endogenamente determinada, e um país
que adopte um regime como aquele que temos vindo a analisar abdica de poder
utilizar os instrumentos de política monetária na prossecução de vários objectivos
de política económica, como sejam, estimular a procura agregada, diminuir o
desemprego, controlar a in‡ação, etc.. Pura e simplesmente, a política monetária
é ditada pelas alterações monetárias implementadas no exterior. O país deixa
de ter autonomia na condução da sua política monetária.
foi discutido) deve lembrar–se que uma venda de divisas implica ¢RLX < 0: Esta variação
negativa leva a uma variação negativa da Base Monetária do mesmo montante. E esta, por
sua vez, causa uma consequente redução da Massa Monetária de maior montante através do
processo do multiplicador monetário.
8. MUNDELL–FLEMING: MOBILIDADE PERFEITA 12
i1 B
BP
i = i *x
A C
Qd0 Qd1 Qd
i1 B
A C BP
i = i x*
Qd0 Qd1 Qd
ca: se temos três objectivos, devemos ter pelo menos também três instrumentos
de política económica. Estes instrumentos serão: variação nas despesas públi-
cas, intervenção do banco central no mercado cambial, e intervenção do banco
central no mercado monetário. O primeiro instrumento é dirigido ao objectivo
”expansão da procura agregada”, enquanto que os dois últimos instrumentos
estão destinados à obtenção simultânea dos dois outros objectivos.
¢B + ¢B + ¢R = 0
| {zC} | {zF} | {zO}
>0 >0 <0
da mobilidade perfeita, a qual foi deduzida num dos capítulos anteriores.8 Esta
expressão é a seguinte:
1
Qd = [AX + (µ1 + µ2 ) E r + RO ]
f
Note que esta expressão dá–nos o equilíbrio da balança de pagamentos, se a
restrição da paridade das taxas de juro também for veri…cada. Como no ponto
C, esta última condição é de facto satisfeita, portanto, para que haja equilíbrio
do mercado cambial do ponto A para o ponto C basta que a condição que vamos
apresentar de seguida se veri…que (aplique variações discretas na função acima
e obterá a expressão seguinte)
1
¢Qd = [¢AX + (µ1 + µ2 ) ¢E r + ¢RO ] (1.1)
f
Agora é fácil analisar este novo resultado em termos do equilíbrio no mercado
cambial. A depreciação cambial corresponde a um aumento da taxa de câmbio
real (E r ), e a variação da procura agregada é dada por ¢Qd = Qd1 ¡Qd0 : Por outro
lado, a entrada de capitais …nanceiros no ponto B corresponde a uma variação de
uma componente autónoma da balança de pagamentos. Substituindo estes dados
na equação (1.1), podemos concluir que o ponto C¡proporcionarᢠum equilíbrio
externo somente se ¡¢RO = (µ 1 + µ 2 ) ¢E r ¡ f ¢ Qd1 ¡ Qd0 ¡ ¢AX : Isto é, o
banco central terá de comprar divisas (¡¢RO ); de forma a reequilibrar
¡ ¢a balança
de pagamentos, no montante dado por (µ1 + µ2 ) ¢E r ¡ f ¢ Qd1 ¡ Qd0 ¡ ¢AX :
Caso não o …zesse a balança de pagamentos teria um excedente no ponto C e a
moeda nacional iria apreciar–se (a taxa de câmbio iria descer), o que contraria
o pressuposto da existência de um regime de câmbios …xos.FF
i Gráfico (a)
C A BP
i = i *x
B
i1
Qd1 Qd0 Qd
P Qd
Função Procura Agregada
P1 E
Gráfico (b)
P0 D
Qd1 Qd0 Qd
a taxa juro volte a ser igual à taxa de juro do exterior. Em termos grá…cos,
esta intervenção do banco central pode ser representada por uma deslocação da
função LM para a esquerda, de LM1 para LM2 , conforme grá…co (a) da Figura
1.8. O novo ponto de equilíbrio macroeconómico é dado pelo ponto C, onde
temos novamente um equilíbrio simultâneo a nível interno e externo, e onde a
procura agregada desceu de Qd0 para Qd1 .
Portanto, uma subida do nível geral de preços de P0 para P1 , levou a uma
descida na procura agregada de Qd0 para Qd1 ; tornando–se clara a existência de
uma relação inversa entre estas duas variáveis macroeconómicas. O novo par de
valores correspondente ao novo equilíbrio macroeconómico é dado por (P1 ; Qd1 );
o qual pode ser também representado gra…camente no plano (P; Qd ), conforme
ponto E do grá…co (b) da Figura 1.8. No sentido de obter a função procura
agregada basta traçar uma recta que passe pelos pontos D e E desta …gura.
Conforme se poderá facilmente veri…car, esta função apresenta uma inclinação
negativa que é comum às funções de procura de bens normais.
i Gráfico (a)
i1 B
A C BP
i = i *x
Qd0 Qd1 Qd
P Qd0 Qd1
Deslocamento da Função
Procura Agregada
P0 E Gráfico (b)
D
Qd0 Qd1 Qd
i BP = BC + BF = 0
IS LM
i = ix* A BP
Qd0 Qd
i
IS0 IS1 LM0 LM1
i = i x* A C BP
i1
B
Qd0 Qd1 Qd
i
IS0 IS1 LM
i1 B
BP
i = i *x A
Qd0 Qd1 Qd
i Gráfico (a)
i = i x* C A BP
i1
B
Qd1 Qd0 Qd
P Qd
Função Procura Agregada
P1 E Gráfico (b)
P0 D
Qd1 Qd0 Qd
taxa de câmbio nominal). Como estamos num regime de câmbios ‡exíveis, esta
depreciação não é contrariada pelo banco central e, portanto, os seus efeitos
acabam por fazer–se sentir sobre o nível de exportações (que aumentam) e de
importações (que diminuem) de bens e serviços, aumentando o nível da procura
agregada. Este aumento da procura agregada pode ser representado como uma
deslocação para a direita da função IS, e este movimento só pára quando a IS se
tiver deslocado o su…ciente de forma a cruzar a LM sob a linha horizontal dada
pela paridade das taxas de juro. Isto acontece no ponto C, quando IS1 ¡! IS2 .
No ponto C temos um novo equilíbrio simultâneo dos mercados interno e
externo. O nível de procura agregada Qd1 garante o equilíbrio simultâneo do
mercado de bens e serviços e do mercado monetário para o nível de taxa de juro
i?x . Pelo facto de estarmos novamente sobre a condição da paridade das taxas
de juro deixaram de existir movimentos de capitais …nanceiros entre a economia
nacional e o exterior e, logo, deixaram também de existir pressões no mercado
cambial para a depreciação da moeda nacional, permitindo assim que se possa
novamente reestabelecer o equilíbrio neste mercado.
Portanto, uma subida do nível geral de preços de P0 para P1 , levou a uma
descida na procura agregada de Qd0 para Qd1 ; tornando–se clara a existência
de uma relação inversa entre estas duas variáveis macroeconómicas. O par de
valores correspondente ao novo equilíbrio macroeconómico é dado por (P1 ; Qd1 );
o qual pode ser também representado gra…camente no plano (P; Qd ), conforme
ponto E do grá…co (b) da Figura 1.13. No sentido de obter a função procura
agregada basta traçar uma recta que passe pelos pontos D e E desta …gura, a
qual, conforme se poderá facilmente veri…car, tem uma inclinação negativa que
é comum às funções de procura de bens normais.
i Gráfico (a)
A C BP
i = i *x
i1
B
Qd0 Qd1 Qd
P Qd0 Qd1
Deslocamento da Função
Procura Agregada
P0 E
D
Gráfico (b)
Qd0 Qd1 Qd
completamente ine…caz. Desta forma, uma alteração de política …scal não terá
qualquer efeito sobre o nível da procura agregada e, portanto, não produzirá
qualquer deslocamento da função procura agregada.
Política Cambial. Deve recordar que em câmbios ‡exíveis as alterações
do nível da taxa de câmbio resultam de manifestações das forças de mercado
perante desequilíbrios no mercado cambial, e não da intervenção deliberada do
banco central neste mercado. Portanto, num regime de câmbios ‡exíveis não
faz sentido falar em política cambial activa. Esta é a razão pela qual não se
analizam aqui os impactos da política cambial sobre a função procura agregada.
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