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INSTITUTO DE FÍSICA
Experimento 5:
MEDIDAS DA COMPONENTE HORIZONTAL DA
INDUÇÃO MAGNÉTICA TERRESTRE
Camila Vergasta
Fabio Queiroz
Heider Berlink
Rafael Rebouças
2)Objetivo
Este experimento tem como objetivo o cálculo do valor da componente
horizontal da indução magnética terrestre local , além da análise de dados
referentes ao campo magnético gerado por uma bobina percorrida por
corrente.
3)Abordagem Teórica
Indução magnética:
Uma bússola consiste em uma agulha imantada que pode girar ao redor de um eixo
perpendicular à sua direção. Quando nas proximidades de uma barra imantada, a
agulha da bússola parece sofrer uma influência magnética, se deslocando e
apontando para uma determinada posição fixa em cada ponto do espaço. Em
outras palavras, o imã provoca uma perturbação no meio que o circunda. Essa
perturbação é indicada pelas chamadas “linhas de força”, que, por convenção, são
orientadas do pólo norte para o pólo sul do imã. A “indução magnética” ou
“densidade de fluxo magnético” B é a grandeza utilizada para medir essa
perturbação.
T B sen
2
Esta expressão pode se tornar uma igualdade com a introdução de uma
constante µ, associada com a intensidade da imantação da agulha:
T B sen
T B
No sistema internacional MKS, a unidade de B é o Tesla(T), e no CGS é o Gauss
(G).
Num dado lugar da superfície da Terra, uma bússola procura sempre a mesma
orientação e indica aproximadamente a mesma direção. Portanto, em cada ponto
da superfície da terra existe uma indução magnética BT , que é decomposta em
uma componente vertical e outra horizontal. A Terra pode ser comparada, assim,
com uma grande barra imantada.
B R B BT
3
A lei de Biot-Savart dá o módulo da contribuição dB em um ponto genérico P:
I dl sen
dB o
4r 2
o I dl r
Ou, vetorialmente, dB
4r 3
A indução magnética B total no ponto P devida à totalidade do circuito será escrita
por uma integração vetorial que representa a soma vetorial de todas as
contribuições infinitesimais de todos os elementos que constituem o circuito.
B dB
circuito
No experimento vamos compor a indução magnética B de uma bobina circular,
constituída de N espiras de fio condutor percorrida por uma corrente I e que possua
seu eixo orientado na direção leste-oeste magnético, com a indução magnética
terrestre a 90º no espaço. Num determinado ponto P do eixo, a uma distância x do
centro da bobina, a indução magnética resultante será a soma vetorial da indução
devido à bobina com a indução magnética terrestre. Aplicando Biot-Savart ao caso
de uma espira e efetuando algumas manipulações algébricas, temos:
o R
dB I dl
4 R x
2 2 2
3
4
o R
B NI
2 R 2 x 2 32
4) Material utilizado
Para a realização do experimento , os seguintes materiais foram utilizados:
iii)bobina
v)reostato
vii)fonte de tensão
viii)chave liga-desliga
viiii)chave inversora
ix)placa de ligação
x)fios
5
5)Realização experimental
Para a realização do experimento , a seguinte configuração foi montada:
0.2
250mA 25mA
2
6
A menor divisão da bússola é de 1º Desvio avaliado = 0,5º
10 -26,5 4 14 16,5
40 -54,5 46 42 58,5
60 -63,5 60 51 72,5
70 -66,5 64,5 54 77
80 -68,5 67,5 56 80
7
Os valores registrados estão descritos na tabela abaixo:
10 72,5 72,5
13 59,5 61,5
16 49 46,5
19 34,5 33
22 24,5 23,5
25 17 16,5
28 12,5 11,5
31 9,5 8,5
34 7,5 7
37 6 5,5
10 7,5 78,5
13 70 69,5
16 58,5 57
19 46 43,5
22 34,5 32
25 25 23,5
28 19 17,5
31 14,5 13
34 11,5 10
37 8,5 7,5
40 7 5,5
42 6 5
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Posteriormente , colocando a bobina à menor distancia possível da bussola e
mantendo a corrente constante , giramos a bobina de um pequeno ângulo em
relação à bussola , e observamos que a bussola sempre gira no sentido contrario ao
sentido em que giramos a bobina , ou seja , quando giramos a bobina no sentido
horário a bussola gira no sentido anti-horário , e vice-versa. Os resultados serão
analisados posteriormente.
6)Análise experimental
6.1) Análise dos resultados referentes à distância x constante
6.1.1)Análise a partir do método gráfico
O gráfico foi plotado com os valores médios de ângulo de deflexão da bussola , tal
que:
É sabido que a reta deve passar na origem, pois quando a corrente i na bobina é
zero, não existe deflexão na agulha da bússola ( e tg são nulos). Assim , traçando
a melhor reta sem usar os métodos dos mínimos quadrados , temos que:
2,28
Coeficiente angular = k = = 0,0311 mA -1 31,1A 1
73,21mA
Coeficiente linear = b = zero
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O coeficiente angular da reta obtida é de suma importância para a analise
decorrente. Avaliando dimensionalmente a constante k , temos que:
1 0 R2
k N 3 , e sendo:
BTH 2
(R x )
2 2 2
Wb Wb
0 ; BTH 2 ; N é adimensional ; [ x] m , desta forma:
A.m m
1 Wb m2 m 3 .Wb 1
k 1 3 k k
Wb m. A m A.m 3 .Wb A
2
m
1 0 R2
k N 3
BTH 2
(R 2 x 2 ) 2
1 0 R2
BTH N 3 .
k 2
(R 2 x 2 ) 2
Sabemos que:
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Logo, aplicando na relação obtida , temos:
1 4 10 7 0,0693 2
BTH 320 3
1,723986 10 5 T
31,1 2
(0,0693 2 0,12 ) 2
Utilizando o mesmo conjunto de pontos, foi traçada agora a melhor reta usando o
método dos mínimos quadrados. Como sabemos que a reta deve passar pela
origem, temos que:
x y i i
a coef .angular i
; b0
x
i
i
2
Utilizando a mesma expressão anterior, o valor de BTH foi calculado com o novo
valor de k encontrado pelo MMQ. Logo, temos:
11
1 4 10 7 0,06932
BTH 320 3
1,697078 10 5 T
31,6 2
(0,06932 0,12 ) 2
Para os dados obtidos para corrente constante foi possível plotar os seguintes
gráficos utilizando o método dos mínimos quadrados :
12
Utilizando o Método dos Mínimos Quadrados, temos:
3
2
2
Coeficiente linear = log( 0 N i R ) = -3.4598
2 BTH
13
Utilizando o Método dos Mínimos Quadrados, temos:
3
2
2
Coeficiente linear = log( 0 N i R ) = -3.2032
2 BTH
14
Comparação entre os coeficientes angulares das retas obtidas e o
valor teórico
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Donde podemos calcular
Sabemos que:
Método 1 =1,710532.
Metodo 2 =1,786210.
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É possível ver neste caso a comprovação da maior validade das medidas feitas a
partir dos métodos dos mínimos quadrados , sendo que uma menor discrepância foi
encontrada no método 2 onde só o MMQ foi utilizado .
Entretanto, é possível notar que ambos os valores experimentais são validos já que
possuem um valor de discrepância dentro do limite aceitável para a validação do
experimento.
5
Assim, para distância constante, o valor de B TH
0,3 10 . Assim, escrevendo
BTH=(1,8±0,3).10-5 T
-5
Para i=100mA BTH=(1,8±0,4).10 T
-5
Para i=150mA BTH=(1,8±0,3).10 T
A partir desses valores, é possível perceber que os erros estão dentro do aceitável,
-5
já que o valor tabelado (2,0.10 T) está compreendido em todos os intervalos
BTH±BTH encontrados.
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Construção do gráfico de B versus x, para I=150mA:
o R2
A partir da equação B N i , foi construída a seguinte tabela,
2 R 2 x 2 32
utilizando os seguintes valores:
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Analisando o gráfico, é possível perceber um comportamento hiperbólico do
mesmo, de forma que à medida que a distância x aumenta, o campo magnético B
diminui e vice versa.
7)Tópicos propostos
7.1)Justifique, pela lei de Biot-Savart , porque a indução B
criada no eixo da bobina aumenta se o seu raio diminui
o i dl sen
dB
4r 2
Aplicando essa lei ao caso de uma bobina de raio R, constituída de N espiras juntas,
obtemos a indução magnética em um ponto P situado no seu eixo:
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o R2
B N i
2 R 2 x 2 32
Assim, por esta relação, vemos que o campo criado em um ponto no eixo da espira
é inversamente proporcional ao raio R da espira, tal que uma diminuição no valor
do raio da bobina vai gerar um aumento no valor do campo criado. Trabalhando
com linhas de força, é possível imaginar a situação analisada como o aumento ou
diminuição da densidade das linhas de campo magnético no eixo da bobina, tal que
uma diminuição do raio produzirá um aumento na densidade de linhas de campo e,
conseqüentemente, um aumento do valor absoluto do mesmo.
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Ao ser efetuado um giro na bobina , temos a seguinte resposta da bussola:
Assim, é possível ver que a bussola tende sempre a se alinhar com o campo
externo em um dos lados da bobina , tal que a orientação deste campo é fator
determinante para o giro inverso da bussola em relação à bobina.
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horizontalidade da bússola e no alinhamento da agulha com o eixo da bobina,
influências de efeitos magnéticos externos,além de erros no posicionamento da
bobina.
8)Conclusão
Com a realização deste experimento, pudemos obter, com relativa precisão, valores
para a componente horizontal da indução magnética terrestre. Para isso, nos
utilizamos de uma montagem experimental para obter diferentes valores do ângulo
de deflexão de uma bússola para diferentes correntes que atravessavam uma
bobina. Após traçar diversos gráficos, em diferentes situações, primeiro com a
distância x constante e depois com a corrente I constante, pudemos, através de
diferentes métodos, como o Método dos Mínimos Quadrados ou mesmo a obtenção
gráfica do coeficiente angular, determinar valores aproximados de BTH. No caso de
um dos gráficos, utilizamos um processo de linearização para depois calcular o
valor do coeficiente angular K. Comparamos BTH obtido experimentalmente com o
seu valor real e identificamos que o método que nos propiciou uma melhor
aproximação, ao contrário do esperado, não foi o MMQ. Observamos ainda que
alguns erros experimentais foram cometidos nesse processo, devido principalmente
a falhas de medição, mas estes não impediram que alcançássemos o objetivo do
experimento, permitindo ainda encontrar valores de BTH com discrepâncias
satisfatórias. Pudemos ainda observar alguns aspectos do comportamento da
indução magnética B de uma bobina e sua influência sobre uma bússola.
Pudemos ainda observar alguns aspectos do comportamento da indução magnética
B de uma bobina e sua influência sobre uma bússola, como o comportamento do
angulo de deflexão com a variação angular da bobina.
0
9)Bibliografia
Halliday , David , RESNICK , Robert .Fundamentos de Fisica , vol.3 ,
7ed. , Rio de janeiro.
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