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Novembro/ 2018
Universidade Federal de Itajubá - Campus Itabira
ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO
Abstract— The simulation of industrial projects using tools that integrate a 3D virtual environment with the
dynamics and machinery has become a strong ally of development, allowing to plan and train in systems that
are not yet finished or under development. The present work proposes the simulation, combined with a physical
modification of a robotic cell, in order to enable learning and access to a robotic manipulator KUKA KR 6 R700.
The softwares used were configured and the virtual environment modeled in order to certify that the simulation
and programming would be faithful to reality. Finally tests were performed using the simulation and the real
system in order to measure the accuracy between them.
Resumo— A simulação de projetos industriais usando ferramentas que integram um ambiente virtual 3D às
dinâmicas e maquinário vem se tornando uma forte aliada do desenvolvimento, possibilitando planejar e treinar
previamente no sistema ainda não acabado ou em desenvolvimento. O presente trabalho propõe a simulação,
aliada à uma modificação fı́sica de uma célula robótica, de forma a possibilitar o aprendizado e acesso à um
manipulador robótico KUKA KR 6 R700. Os softwares utilizados foram configurados e o ambiente virtual
modelado de forma a certificar uma simulação e programação fiéis à realidade. Posteriormente, testes foram
realizados usando da simulação e do sistema real de modo a aferir a precisão entre eles.
2.2.2 Tool Center Point, TCP Figura 2: Célula Educacional KUKA ready2 educate
4 Ambiente de Simulação
4.1 KUKA.Sim
O software KUKA.Sim, desenvolvido pela fabricante
do robô, possibilita a modelagem, análise e simulação
de projetos envolvendo os manipuladores industriais
da marca, junto de diversos outros componentes adi-
cionáveis. No ambiente simulado é possı́vel criar todo
o layout virtual que representa o local real em que o
(a) KUKA.Sim Pro (b) KUKA.OfficeLite
robô está ou será instalado, poupando tempo de pro-
jeto e viabilizando a identificação precoce de futuras
Figura 3: Ambientes virtuais de trabalho
limitações ou problemas na implantação e na coloca-
ção em funcionamento.
O software possui recursos extremamente úteis 5 Proposta
para a modelagem e programação offline dos robôs,
dentre os quais pode-se citar: O escopo deste trabalho envolve a preparação do robô
para as atividades que serão realizadas no laborató-
1. Compatibilidade com diferentes ferramentas rio de robótica da universidade, especificamente em
CAD (Computer-Aided Design); projetos de pesquisa - iniciação cientı́fica e trabalhos
finais de graduação - e durante as aulas.
2. Possibilidade de inclusão de sinais de E/S (En-
Como exposto na seção 3, a célula educacional
trada e Saı́da) como a resposta de sensores e di-
original do manipulador impunha uma série de limita-
nâmicas ativáveis;
ções ao sistema e a seu uso didático. Constatou-se que
3. Extensa biblioteca rica em componentes tı́picos o ambiente fı́sico da célula não era o mais adequado
da indústria, como grades de proteção e esteiras, às atividades vindouras, cabendo então sua adaptação
além de componentes paramétricos facilmente no espaço do laboratório.
editáveis; Assim, uma operação com espaço de trabalho am-
pliado e com possibilidade de expansão do hardware,
4. Integração de scripts em Phyton para o desen- visando tarefas e operação em maior grau de com-
volvimento de componentes ativos; plexidade, se fez necessária. Para tanto, foi proposta
5. Perfeita fidelidade com o robô real; a retirada da estrutura superior da célula educacio-
nal, liberando completamente as limitações laterais e
Além disso, o programa pode ser acoplado dire- possibilitando a instalação de novos equipamentos em
tamente ao software de programação em tempo real torno do robô.
da fabricante, o KUKA.OfficeLite, gerando uma solu- Tendo em vista a segurança dos operadores,
ção completa para a simulação e programação offline atentando-se para a variedade de riscos que robô o
oferece, como cortes, esmagamentos e contusões, a quando houver algum tipo de manutenção e/ou coli-
instalação de uma grade de contenção formando uma são. Com os eixos não ajustados a utilidade do robô
nova célula de trabalho em torno do robô integra a é consideravelmente reduzida.
proposta de modificação fı́sica no laboratório.
Em sua condição original, o sistema exige que a
programação e operação sejam feitas diretamente com
o uso do smartPAD e do robô, o que limita a quan- 6.1.2 Medição de Ferramenta e Inserção dos Dados
tidade de operadores interagindo ao mesmo tempo, de Carga
reduzindo também o potencial de aprendizado, além
de expor o hardware e o laboratório a possı́veis danos De forma a garantir maior precisão possı́vel nos movi-
causados pela inexperiência. mentos do manipulador, os cálculos para o controle de
De forma a otimizar este processo e proteger o movimento devem levar em consideração as informa-
laboratório e seus ativos, foi proposto o desenvolvi- ções como posição, massa e inércia das ferramentas
mento de um modelo fiel da nova célula de trabalho no que serão utilizadas durante a operação. Sendo as-
software de simulação, KUKA.Sim Pro, que integrado sim, faz-se necessário cadastrar no software os dados
ao controlador virtual existente no KUKA.OfficeLite, de todas as ferramentas a serem utilizadas pelo robô.
formam um ambiente completo e descentralizado para O processo de medição da ponta da ferramenta,
o aprendizado. que na prática é a parte da ferramenta que deve in-
teragir com os outros objetos, pode ser feito de três
6 Adaptação e Integração da Célula diferentes formas. O método de Introdução Numérica
Didática é utilizado quando a ferramenta a ser fixada na flange
tem sua geometria muito bem conhecida, de forma
6.1 Startup do Robô que é possı́vel introduzir diretamente no sistema as
translações dos eixos x, y e z que representam a nova
Inicialmente, a célula educacional encontrava-se de- TCP.
sativada no laboratório de robótica e para inı́cio dos
trabalhos foi necessário colocá-la em funcionamento No método Referência-XYZ, o sistema utiliza
pela primeira vez. como base os dados de uma ferramenta já conhecida
Foi constatado que todas as conexões dos cabos e que opera de forma semelhante à nova que será ca-
entre o robô e o controlador necessárias para o fun- dastrada, com a ferramenta já cadastrada realiza-se
cionamento já haviam sido realizadas pelo fabricante uma medição em um ponto fixo e então a nova ferra-
antes do momento entrega, o que pôde ser confirmado menta é montada na flange e uma segunda medição é
na proposta comercial da compra. realizada. Com base na diferença entre a medição, o
Uma vez ligado, para que o robô pudesse ser ope- sistema calcula o TCP da nova ferramenta.
rado, uma sequência de tarefas básicas de configu- O método mais utilizado durante este trabalho foi
ração deveria ser realizada, listadas no smartPAD - o XYZ-4-Pontos, que consiste em, com a ferramenta
menu “Assistente de Colocação em Funcionamento”. montada na flange, posicionar a ponta da ferramenta
Esta será descrita detalhadamente a seguir. em dado ponto fixo no espaço de 4 orientações diferen-
tes. Uma vez que estas 4 formas de alcançar o mesmo
6.1.1 Ajuste dos Eixos ponto no espaço foram computadas, o software realiza
um cálculo baseado nas diferentes posições de juntas
Somente quando um robô industrial estiver ajustado realizadas pelo robô e encontra o TCP da nova fer-
de modo correto e completo, ele poderá ser utilizado ramenta. Este método parte do pressuposto de que
de forma otimizada, pois somente então ele apre- o mesmo ponto no espaço é atingido pela ferramenta
sentará plena exatidão de pontos e trajetórias, ou todas as vezes e, desta forma, é de suma importância
seja, poderá ser movido com movimentos programa- utilizar um ponto de referência bem definido, como
dos (KUKA, 2013). uma ponta de agulha ou alguma estrutura com ponta
No ajuste dos eixos, a cada eixo do robô é atri- afiada, de forma a maximizar a precisão no posicio-
buı́do um valor de referência. Assim a unidade de namento visual do TCP e minimizar o erro.
comando do robô saberá onde esse eixo se encontra
As informações obtidas através deste método de
durante os movimentos seguintes. Logo, um processo
calibração foram posteriormente cadastradas no Of-
completo de ajuste contém o ajuste de cada eixo in-
fice Lite e KUKA.Sim e estão disponı́veis na tabela
dividualmente.
1:
Por meio de uma ferramenta auxiliar chamada
EMD (Electronic Mastering Device) é designado um
valor de referência a cada eixo em sua posição zero Tabela 1: Dados cadastrados no ambiente de simulação
mecânica. Uma vez que a posição mecânica e a elé- Posição (mm)
Tool Data Ferramenta Peso (g)
trica do eixo entram em concordância, o eixo recebe x y z
1 Garra Pneumática 968.53 0.387 1.138 161.555
um valor de ângulo definido. 2 Porta-Caneta 97.87 0.950 3.580 298.120
O robô sempre deve ser ajustado ao ser colo- 3 Ponta de Calibração 48.34 0.199 -0.077 79.863
4 Gancho 85.50 -1.08 0.655 250.608
cado em funcionamento pela primeira vez e também
6.1.3 Medição de Base do robô. Os valores utilizados para estabelecer tais
espaços de trabalho são exibidos na Tabela 3:
Quando, em um programa, o robô necessita atingir
determinada posição em relação a um outro objeto,
p.ex. uma mesa, é necessário que se cadastre neste Tabela 3: Limitações de Workspace
objeto um novo referencial de base. Ao se cadastrar
Distância da Base (mm)
nova base, todos os pontos que o robô deve atingir po- Número X Y Z
dem ser cadastrados referentes à este outro sistema de Min. Max. Min. Max. Min. Max.
coordenadas. Assim, caso o objeto seja posicionado 1 150 660 -440 440 10 260
de alguma outra forma em relação ao robô, é neces- 2 -350 765 -375 375 -1000 30
3 -350 -1000 -600 600 -300 1200
sário apenas atualizar a base do sistema em sua nova
posição, e, desta forma, todas as posições referentes
ao antigo posicionamento do objeto serão atualizadas,
eliminando o retrabalho de programar novamente o
6.2 Preparação do Laboratório
movimento.
6.2.1 Ambiente do Robô
6.1.4 Limitação de Ângulos das Juntas e Espaço de
Trabalho Visando um ambiente mais semelhante ao da indús-
Um manipulador é um conjunto de elos e juntas que tria, com fácil integração e manipulação de objetos
possui limitação de movimento somente quando o li- de terceiros em atividades mais complexas e onde o
mite fı́sico de alcance é atingido, o chamado Espaço potencial do robô pudesse ser aproveitado em sua in-
de Trabalho Alcançável. Por possuir 6 graus de liber- tegralidade, foram propostas alterações no layout do
dade, dentro deste espaço qualquer posição é matema- laboratório, desfazendo-se parcialmente da estrutura
ticamente alcançável, porém, do ponto de vista fı́sico, tubular onde o robô ficava enclausurado.
existem posições que podem culminar em colisão en- Sendo assim, foi concebida uma estrutura em gra-
tre seus próprios elos ou com outros objetos em seu dil de aço, com 2.5 m x 2.5 m de lado, aproveitando-se,
entorno, causando danos à estrutura do manipulador por medida de economia e por melhor acessibilidade
ou ao laboratório. a tomadas e à linha pneumática, um dos cantos do la-
Visando garantir segurança, limitações de espaço boratório, onde o robô permaneceria durante seu uso.
de trabalho e dos ângulos das juntas foram estabeleci- Nessa nova estrutura, uma porta de 90 cm facilitará o
das em software, de forma a garantir que movimentos acesso ao robô, possibilitando a circulação de pessoas
possivelmente danosos sejam interrompidos pelo con- e colocação de outros objetos.
trolador. As limitações das juntas tem como objetivo Além disso, como medida de segurança, foi ins-
principal impedir que, ao se movimentar, o robô colida talada uma chave de segurança na porta e botoeiras
com seus próprios elos. Na tabela 2, são apresentados externas, tanto de acionamento quanto de emergên-
os valores escolhidos para impedir tais colisões: cia. Essa chave de segurança garantirá que o robô só
Tabela 2: Limitações dos ângulos das juntas
funcione quando a porta estiver fechada, eliminando
o risco de acidentes com o operador. Todavia, quando
Valor Valor operado no modo de programação, em que a veloci-
Juntas
Mı́nimo ( °) Máximo ( °) dade de operação do robô é reduzida para 30% da
A1 -140 140 máxima, é permitido que a porta fique aberta. A fi-
A2 175 40
A3 -150 150 gura 4 mostra a nova estrutura.
A4 -185 185
A5 -120 120
A6 -350 270
• Capacidade de controlar o robô em tempo real, Yeole, S. (2011). Simulation in robotics, National
sem a necessidade de comprar novos módulos da Conference on “Recent Advances in Manufactu-
fabricante, usando p.ex. um aplicativo de celular ring Egineering Technology” .
ou algum tipo de sensor de movimento, como em
Sanfilippo et al. (2014). *Biografias