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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA (UNIALFA)

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Maria Rosa Fernandes Dos Santos


Tamyrys Vieira Costa
Viviane Vieira De Freitas

COLETA SELETIVA EM GOIÂNIA:


O DESTINO DO RECICLÁVEL

GOIÂNIA
OUTUBRO DE 2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA (UNIALFA)
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Maria Rosa Fernandes Dos Santos


Tamyrys Vieira Costa
Viviane Vieira De Freitas

COLETA SELETIVA EM GOIÂNIA:


O DESTINO DO RECICLÁVEL

Trabalho apresentado como exigência


para conclusão do Curso de
Administração do Centro Universitário
Alves Faria, sob a orientação da Prof.ª Ma.
Edna Perpétua dos Santos.

GOIÂNIA
OUTUBRO DE 2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA (UNIALFA)
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Maria Rosa Fernandes Dos Santos


Tamyrys Vieira Costa
Viviane Vieira De Freitas

COLETA SELETIVA EM GOIÂNIA:


O DESTINO DO RECICLÁVEL

AVALIADORES:

___________________________________________________________________
Prof.ª Ma. Edna Perpétua dos Santos – UNIALFA
(Orientadora)

___________________________________________________________________
Prof.Esp.Charlles de Morais Borges – UNIALFA

___________________________________________________________________
Profa. Esp. Flávia Silveira de Melo – UNIALFA

GOIÂNIA
OUTUBRO DE 2018
Agradeço a Deus por ter chegado até aqui.
Aos poucos amigos que fizemos durante o curso e aos professores que nos guiaram.
Na maturidade, comprovei o quanto é mesmo verdade que a humana evolução e
sua sustentabilidade só acontece se existir amor, aceitação, gratidão, resignação e
perdão pela compreensão da própria limitação.
Guria da Gaucha Poesia
RESUMO

SANTOS, Maria Rosa Fernandes; COSTA, Tamyrys Vieira; FREITAS, Viviane Vieira
de. Coleta seletiva em Goiânia: o destino do reciclável. Trabalho de Conclusão de
Curso. 59 f. Graduação em Administração do Centro Universitário Alves Faria
(UNIALFA). Goiânia, 2018.

Este trabalho visa conhecer e escrever o processo de coleta seletiva na cidade de


Goiânia a fim de identificar qual sua contribuição para a diminuição dos danos
causados ao meio ambiente. Para tanto, foi escolhida metodologia básica, descritiva
e qualitativa. Levantamentos documentais em sites e com alguns atores do processo,
bem como a entrevista em profundidade com outros foram necessários ao
andamento da pesquisa. Observou-se que o processo, iniciado em 2008, tem
funcionalidade e boa aceitação na cidade e que, assim como indicado na literatura, a
etapa final é a transformação dos resíduos em material reaproveitável novamente.
Contudo, não foram apresentados dados ou números mais concretos sobre a real
situação da coleta seletiva e sua contribuição. Conclui-se que para a efetividade da
pesquisa tais dados seriam relevantes, contudo, a análise qualitativa aqui presente
pode embasar novos estudos, por se tratar de pesquisa básica, atende sua
finalidade.

Palavras-chave: Coleta seletiva. Reciclagem. Cooperativas. Recicladores.


ABSTRACT

SANTOS, Maria Rosa Fernandes; COSTA, Vieira Tamyrys; FREITAS, Viviane Vieira
de. The challenge of being sustainable in Brazil: A Case Study at COMURG.
Completion of course work. 41 f. - Graduation in Administration Goiania, 2018.

This work aims to know and write the process of selective collection in the city of
Goiania in order to identify its contribution to the reduction of damages to the
environment. For that, a basic, descriptive and qualitative methodology was chosen.
Documental surveys on sites and with some actors of the process, as well as the in-
depth interview with others were necessary to the progress of the research. It was
observed that the process, started in 2008, has functionality and good acceptance in
the city and that, as indicated in the literature, the final step is the transformation of
waste into recyclable material again. However, no more concrete data or figures
were presented on the actual situation of selective collection and its contribution. It is
concluded that, for the effectiveness of the research, such data would be relevant,
however, the qualitative analysis presented here may support new studies, since it is
a basic research, it serves its purpose.

Keywords: Selective collection. Recycling. Cooperatives. Recyclers.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................8
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
1.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos Recicláveis ............. Erro! Indicador não definido.6
1.2 A coleta seletiva.................................................................................................18
1.2.1 Atores da Coleta Seletiva ................................................................................. 22
1.2.2 Destinação dos resíduos na coleta seletiva......................................................24
2 METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS .................... 27
3 DISCUSSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ................. 28
3. 1 Panorama do “lixo” no Brasil .......................................................................... 28
3.2 A coleta seletiva em Goiânia ............................................................................ 29
3.3 A destinação dos resíduos da Coleta Seletiva................................................33
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40
APENDICE.................................................................................................................42
INTRODUÇÃO

Resíduos sólidos urbanos são aqueles que resultam de atividades de origem


industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem
como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções, técnica
e economicamente, inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) cabe aos
governates municipais a coleta e tratamento destes resíduos. Uma das formas
possíveis para fazer esse tratamento é a coleta seletiva, um método de coleta que
executa o recolhimento de objetos recicláveis, ou seja, papéis, plásticos, vidros e
outros, que são segregados de acordo com sua composição e direcionados para
reciclagem (CEMPRE, 2013),
Em Goiânia, a coleta seletiva começou em 2008, ainda como um projeto piloto
e hoje, dez anos depois, está presente em praticamente toda cidade, ainda que com
limitações.
Assim, esta pesquisa pretende investigar: qual a destinação dos resíduos
sólidos urbanos coletados via coleta seletiva na cidade de Goiânia – GO?
Para tanto, tem como objetivo geral
Conhecer e descrever a destinação dos resíduos sólidos coletados via coleta
seletiva, bem como os resultados desta destinação para o meio ambiente, na cidade
de Goiânia.
E como objetivos específicos
 Descrever todo o processo de coleta seletiva na cidade de Goiânia (desde
sua implantação até o estado da arte);
 Identificar os atores e etapas pelos quais passam os resíduos até chegarem
em seu destino final;
 Conhecer o tratamento dado aos resíduos, bem como os impactos deste
tratamento sobre o meio ambiente na cidade.
 Identificar os atores e etapas pelos quais passam os resíduos até chegarem a
seu destino final;
 Conhecer o tratamento dado aos resíduos, bem como os impactos deste
tratamento sobre o meio ambiente na cidade.
Ao concluir este processo, as empresas privadas compram os resíduos das
cooperativas, industrializam e transformam em matéria prima.
A pesquisa justifica-se por três fatores: a) pelo volume de resíduos produzidos
na cidade (levantar o numero de resíduos produzidos em Goiânia, preferencialmente
nos cinco últimos anos; b) pelo desconhecimento da população com a destinação
dada aos resíduos (e a população é geradora destes) e c) para suscitar uma análise
mais aprofundada sobre esta destinação e seus impactos ao meio ambiente (será
que é a melhor destinação?).
Quanto ao volume de resíduos produzidos na cidade, percebe-se que são
aproximadamente 36 mil toneladas mensais de lixo e apenas 2,8mil são recicladas,
ou seja, nem 5% do total (JORNAL OPÇÃO, 2015).
Sobre o desconhecimento da população com a destinação dada aos resíduos
também é relevante o estudo considerando que a população é geradora destes e o
principal ator no retorno deste material ao consumo humano, minizando assim os
danos ao meio ambiente.
Pelo desconhecimento da população e necessidade da coleta seletiva na
cidade, o surgimento da implementação trouxe mais conhecimento a todos e
agregou também quando falamos em reciclar e reutilizar. Assim, os cidadãos têm
mais conscientização de uma cidade mais limpa conservada.
Para suscitar uma reflexão mais aprofundada sobre esta destinação e seus
impactos ao meio ambiente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
oferece um leque de opções quanto a destinação adequada para cada tipo de
resíduos. Órgãos como a ABNT que através das normas fazem a classificação e de
como fazer a separação dos resíduos, legislações específica também prevê a
gestão integrada de resíduos sólidos onde todos os responsáveis devem participar
da destinação desses resíduos. Esta pesquisa pretende considerar se a destinação
final dada aos resíduos sólidos urbanos em Goiânia está alinhada com a legislação
e boas práticas de outros Estados brasileiros.
Por isso, a pesquisa segue com a seguinte subdivisão: fundamentação teórica,
metodologia, discussão do caso e dados, conclusão e referencias, além desta
introdução.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica deste trabalho tem como objetivo explanar sobre os


temas resíduos sólidos urbanos (RSUs), como são descartados, tratados e
reciclados, e de como é a atuação das cooperativas de reciclagem junto aos
catadores e a Secretaria municipal do meio ambiente.

1.1 Resíduos Sólidos Urbanos

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), resíduos


sólidos urbanos (RSU) são aqueles resultantes das atividades domésticas e
comerciais dos centros urbanos (ABNT, 2004).
Complementa-se que é o lixo descartado diariamente pelas as pessoas físicas
ou jurídicas e pode apresentar riscos de contaminação da água e solo, bem como a
produção de gases tóxicos à população e ao meio ambiente (SEBRAE et al., 2012).
Devido o crescimento da população surgiu também o descarte de seus
resíduos sólidos de forma inadequada, por isso a sociedade moderna tem se
deparado com um grande problema na área social e ambiental e por esse motivo o
tema sobre resíduos sólidos tem sido de muita importância desde a CONFERÊNCIA
RIO 92 (RIO ECO, 92)
Contudo, estudos mais antigos sobre a necessidade de consciência ambiental
já eram feitos, desde a década de 60, quando a cientista e bióloga Rachek Carson
publicou a obra “Primavera silenciosa” e na qual denunciava os efeitos nocivos do
pesticida DDT, essas denúncias sucedeu quando ela passou a analisar a
conservação ambiental, pois ela acreditava que os problemas ambientais que
vinham acontecendo era pelo uso de pesticidas. O discurso ambiental tem sido cada
vez mais evidente e forte, porém na prática isso não tem acontecido na mesma
proporção (CONIS, 2017).
De qualquer forma, tanto no Brasil como em outros países, a preocupação tem
aumentado por causa dos impactos que esses resíduos podem causar a natureza,
por exemplo: as mudanças climáticas e o aquecimento global, com a ineficiência da
gestão sobre os resíduos sólidos também vieram os impactos sobre a natureza,
trazendo destruições para o solo, comprometendo dos mananciais de água e
trazendo poluições para o ar, os resíduos sólidos descartados de forma inadequada
também causam a multiplicação de vetores nos centros urbanos e com isso pode
acarretar problemas na saúde pública, além de a catação insalubre nas ruas
(BESEN et al., 2010).
Para ter um bom resultado na sustentabilidade urbana é preciso estabelecer
uma série de prioridades, algumas dessas são: trabalhar na educação da sociedade
incluindo cultura, erradicação da pobreza, além de ter uma relação recíproca entre o
meio ambiente e a sociedade (ONUBR 2016).
No Brasil existem as leis que tratam a respeito da limpeza urbana,
principalmente da administração e do manejo de resíduos sólido. A Política Nacional
de Saneamento Básico (PNSB) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
são exemplos de instrumentos importantes para dar suporte no enfrentamento dos
pricipais problemas ambientais no Brasil.
Através do Ministério do Meio Ambiente foi estabelecida a lei 12305/10 (PNRS)
que prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, incentivando a
reciclagem e a mudança dos hábitos na sociedade, institui também que todo
fabricante fica obrigado a implementação de programas de logística reversa após o
uso do consumidor (BRASÍLIA, 2010).
Para otimizar seu tratamento, os resíduos sólidos devem ser clasiifcados
segundo critérios específicos.
A ABNT (2004) classifica esses resíduos segundo seu nível de periculosidade
ou risco ao meio ambiente e contato humano, como se vê abaixo.
Figura 1 – Resíduos Sólidos segundo a sua periculosidade (ABNT)

Fonte: elaborado pelas autoras (2018)


Resíduos classe I – são resíduos perigosos que apresentam características
inflamáveis, corrosível, reatividade, toxica ou patogenicidade.
Resíduos classe II - são resíduos não perigosos e que não se enquadra na
classificação de resíduos da classe I e são divididos em resíduos classe II A não
inertes e classe II B inertes.
Resíduos classe II A – não inertes são os que não se enquadram nas
classificações de resíduos classe I ou de resíduos classe II B e podem conter
propriedade biodegrabilidade, combustibilidade, ou solubilidade.
Resíduos classe II B - inertes, são resíduo que quando amostrados de forma
representativa e subimetidos a um contato dinâmico e com água destilada ou
deionizada que é quando a água retem suas substancias orgânicas e inorgânicas
sem carga elétrica, a temperatura ambiente não teve nenhum de seus constituintes
soluibilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade de água
excetuando - se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
O quadro 2 sintetiza essa classificação segundo a periculosidade dos resíduos
e é importante salientar que a legislação brasileira e normas também usam outros
tipos de classificação, conforme será visto a seguir.

Quadro 1 - Classificação dos resídos segundo ABNT (NBR 10004:2004)


Classificação dos resídos segundo a NBR (10004:2004)
Classes: Descrição:
I – Perigosos São classificados devido a inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
II – Não perigosos Não se enquadram na classe I.
II A - Não inertes São classificados devido a biodegradabilidade,
combustibilidade e solubilidade em água. Como papéis,
lixo orgânicos, garrafas etc.
II B – Inertes Não se decompõem com facilidade. Como por exemplo:
vidro, metal, pneus etc.
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de ABNT (2004)

Também podem ser classificados segundo outros critérios, como suas origens
(ABNT, 2004).
a) Resíduos domiciliar
b) Agrícola
c) Comercial
d) Industrial
e) Entulho
f) Resíduos públicos de varrição
g) Resíduos de mineração
h) Resíduos de portos, aeroportos, rodoviários e ferroviários.
Outra classificação prevista na norma é segundo a classe do resíduo.
a) Resíduos gerados por construção civil e que podem ser reaproveitados,
como tijolos, placas, telhas, vidros e madeiras etc.
b) Resíduos mais comuns que poder ser reciclados tais como plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras etc.
c) Resíduos que ainda não podem ser reciclados, pois ainda não tem a
tecnologia que permitem que eles sejam reaproveitados.
d) Resíduos considerados perigosos gerados por construções, reformas e
até de clinicas radiológicas, exemplo: tintas, óleos, solventes e materiais de clinicas
de radiologia.
O quadro 2 mostra um resumo dos tipos de resíduos, seus principais geradores,
possíveis tratamentos ou destinações e atores responsáveis pela coleta e
tratamento.
E como este trabalho visa tratar especificamente de um tipo de resíduo, que
são os resíduos comuns recicláveis, de origem domestica, industrial ou comercial
este será tema da próxima seção.
Quadro 2 – Características dos resíduos sólidos e da sua gestão
Resíduos sólidos Fontes geradoras Resíduos produzidos Responsável Tratamento e disposição
final
Domiciliar (RSD) Residências, Sobras de alimentos, produtos deteriorados, lixo de banheiro embalagens de papel, Município 1. Aterro sanitário 2.
edifícios, empresas, vidro, metal, plástico, isopor, longa vida, pilhas, eletrônicos baterias, fraldas e outros Central de triagem de
escolas recicláveis 3. Central de
compostagem 4. Lixão

Comercial Comércios, bares, Embalagens de papel e plástico, sobras de alimentos e outros Município 1. Aterro sanitário 2.
Pequeno gerador restaurantes, define a Central de triagem da
empresas quantidade coleta seletiva
3. Lixão
Grande gerador Comércios, bares, Embalagens de papel e plástico, sobras de alimentos e outros Gerador 1. Aterro sanitário 2.
(maior volume) restaurantes, Central de triagem de
empresas recicláveis
3. Lixão
Público Varrição e poda Poeira, folhas, papéis e outros Município 1. Aterro sanitário 2.
Central de
compostagem 3. Lixão
Serviços de Hospitais, clínicas, Grupo A – biológicos: sangue, tecidos, vísceras, resíduos de análises clínicas e Município e
saúde (RSS) consultórios, outros Grupo B – químicos: lâmpadas medicamentos vencidos e interditados, Gerador 1. Incineração 2. Lixão
laboratórios, outros termômetros, objetos cortantes e outros Grupo C – radioativos Grupo D – comuns; 3. Aterro sanitário 4.
não contaminados; papéis, plásticos, vidros, embalagens e outros Vala séptica 5. Micro-
ondas 6. Autoclave 7.
Central de triagem de
recicláveis
Industrial Industrial Cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, Gerador 1. Aterro industrial 2.
escórias e outros Lixão
Portos, Portos, aeroportos, Resíduos sépticos, sobras de alimentos, material de higiene e asseio pessoal e Gerador 1. Incineração 2. Aterro
aeroportos, terminais outros sanitário 3. Lixão
terminais

Agrícola Agricultura Embalagens de agrotóxicos, pneus e óleos usados, embalagens de medicamentos Gerador Central de embalagens
veterinários, plásticos e outros vazias do Inpev3
Construção civil Obras e reformas Madeira, cimento, blocos, pregos, gesso, tinta, latas, cerâmicas, pedra, areia e Município e 1. Ecoponto 2. Área de
(RCC) residenciais e outros gerador transbordo e triagem
comerciais pequeno e (ATT) 3. Área de
grande reciclagem 4. Aterro de
RCC e lixões
Fonte: Jacobi e (2011)
1.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos Recicláveis

Resíduos Sólidos Recicláveis (RSR) são aqueles que podem ser tratados,
transformados e reciclados e usados como matéria prima novamente na fabricação
de produto novos (PORTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, 2013).
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás
(SECIMA) são considerados resíduos recicláveis todos aqueles que podem ser
reaproveitados e comercializados, já aqueles que não podem ser reciclados ou
reutilizados são chamados de rejeitos (GOIÁS, 2018).
Vgresíduos (2017) complementa que resíduos sólidos urbano, conhecido por
lixo urbano, são aqueles oriundo de tarefas domésticas e comerciais. A composição
depende das condições de vida de cada pessoa.
Existem vários tipos de resíduos quanto sua origem. Os resíduos sólidos
urbanos são os mais comuns, são originados da atividade doméstica e limpeza
urbana. Como já mencionado, existem os resíduos industriais, que são gerados das
indústrias. Também existem os resíduos de serviço de saúde, que são advindos de
hospitais, laboratórios e medicamentos. Os resíduos da contrução civil, que são
gerados de reformas e demolições de obras. Os resíduos de serviços de transportes
são gerados de terminais, rodoviárias etc. E por fim, os resíduos de mineração, que
são advindos das minerações e extrações (VGRESÍDUOS, 2017).
Existem algumas formas de se trabalhar com os resíduos sólidos urbanos, e
acredita-se que a alternância destas formas, segundo as características de cada
localidade pode ajudar na diminuição dos danos causados ao meio ambiente.
Uma delas é o conjunto chamado de Tres “R´s” da sustentabilidade: Reduzir,
Reutilizar e Reciclar (SUSTENTAHABILIDADE, 2017).
Reduzir: Fazer compras que são necessárias assim evitando o desperdício.
Seria a compra consciente para o melhor funcionamento das finanças e do meio
ambiente.
Reutilizar: Reutilizar é colaborar para um melhor desenvolvimento do planeta.
Às vezes joga-se muita coisa fora e não se pensa sobre uma possível reutilização.
Por exemplo, roupas rasgadas que podem ser costurados, sapatos descolados que
podem ser consertados. Algum móvel que pode ser doado.
Reciclar: Reciclar é gerar renda para quem trabalha com reciclagem. É
transformar resíduos em novas ferramentas.
Os chamados 3R’s foram apresentados na Agenda 21 e tinham como objetivo
a gestão sustentável de resíduos sólidos as seguintes ações e práticas: redução (do
uso de matérias primas, energia e desperdício nas fontes geradoras), reutilização
direta de produtos e reciclagem de materiais” (SILVA et al, 2017).
Essas três práticas tendem a reduzir o quantitativo de resíduo disposto na
natureza e permitir a transformação de alguns resíduos em um novo produto.
Baseiam-se no princípio de que a redução da geração de lixo, por meio da redução
de consumo, produz mais economia do que a reciclagem de materiais após o seu
descarte. O principal objetivo da política dos 3R’s é a sensibilização das pessoas
para uma tomada de consciência na correta gestão dos resíduos urbanos e
industriais (ALKMIM, 2015 apud SILVA et al, 2017).
Como evolução dos 3R´s o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou o
programa 5 R´s, acrescentando os “R´s”: repensar e recusar, como adicionais
reflexivas ao processo de geração de resíduos. Enquanto os três primeiros tratam do
uso caracterizado de algum bem ou serviço (ainda que com diminuição), os atos de
repensar seus valores e crenças e até recusar-se ao processo de compra em prol de
do desenvolvimento sustentável é o objetivo do Governo Federal (SILVA et al, 2017).
Outras formas de tratamento de resíduos, mais próximas àquelas usadas neste
trabalho também são descritas a seguir (VGRESÍDUOS, 2017)
Reciclagem: Quando esses resíduos são tratados, reciclada e introduzida
novamente no mercado.
Copostagem: É o precesso bilogico de decomposição, um tratamento feito
com restos de alimentos, animal, vegetal e o resultado é um composto usado no
solo no meio rural sem provocar riscos ao meio ambiente.
Aterro sanitário: é a forma de disposição final dos residios sólidos no solo,
são feitos em camadas cobertas com material inertes de acordo com as normas
para evitar danos a saúde da população e danos ao meio ambiente.
Incineração: é o processo que reduz o peso e o volume do lixo pela a
combustão controlada, no Brasil essa técnica é usada somente para os resíduos
hospitalares.
É importante ressaltar que os municípios devem ter programas de reciclagem,
que também devem ser expandidos e facilitados no país, para que se possa
minimizar o consumo de recursos naturais que não podem ser reparáveis. A
reciclagem de resíduos sólidos é uma opção favorável para a conservação dos
recursos naturais, para gerar rendas e empregos, economizar energia e o principal
reduzir os resíduos no aterro sanitário (O`LEARY ET AL., 1999; GOIÁS, 2018).
Concordando com essa postura o Conselho Regional do Meio Ambiente
(CONAMA) também reforça que a reciclagem de resíduos sólidos deve ser
incentivada e seu crescimento facilitado no Brasil, pois o uso dos recursos naturais
tem tido uma grande demanda e o incentivo a reciclagem podem diminuir os
impactos na natureza causados pelo uso excessivo dos recursos naturais (AGENDA
21 PARANÁ, 2016).
Para atender a demanda por reciclagem surgiu a coleta seletiva, tema da
próxima seção.

1.2 Coleta Seletiva

Coleta seletiva é a coleta diferenciada de resíduos que foram previamente


separados segundo a sua constituição ou composição. Ou seja, resíduos com
características similares são selecionados pelo gerador (que pode ser o cidadão,
uma empresa ou outra instituição) e disponibilizados para a coleta separadamente
(BRASIL, 2018).
É de responsabilidade dos municípios, que devem estabelecer metas para
desenvolvimento e evolução, metas que devem constar em seus Planos de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2018).
Em linhas gerais a coleta seletiva segrega os resíduos por tipos, conforme
mostra o quadro 3 abaixo.
Quadro 3 – Tipos de resíduos segregados via coleta seletiva
Resíduos recicláveis secos Resíduos orgânicos Rejeitos
compostos, principalmente, restos de alimentos e resíduos não recicláveis, são
por metais (como aço e resíduos de jardim (folhas compostos principalmente por
alumínio), papel, papelão, secas, podas...). Não podem resíduos de banheiros
tetrapak, diferentes tipos de ser misturados com outros (fraldas, absorventes,
plásticos e vidro tipos de resíduos senão cotonetes...) e outros resíduos
perdem sua funcionalidade de limpeza
Fonte: elaborado pelas autoras a partir de MMA (2018)

As formas mais comuns de coleta seletiva no Brasil são a coleta porta-a-porta e


a coleta por Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). A coleta porta-a-porta pode ser
realizada tanto pelo prestador do serviço público de limpeza e manejo dos resíduos
sólidos (público ou privado) quanto por associações ou cooperativas de catadores
de materiais recicláveis. É o tipo de coleta em que um caminhão ou outro veículo
passa em frente às residências e comércios recolhendo os resíduos que foram
separados pela população.
Já os pontos de entrega voluntária consistem em locais situados
estrategicamente próximos de um conjunto de residências ou instituições para
entrega dos resíduos segregados e posterior coleta pelo poder público. Para este
tipo de entrega foi determinado um código de cores para diferenciar os tipos de
resíduos na coleta seletiva, conforme mostra o quadro 4 abaixo (CONAMA, 2018).
Quadro 4 – Cor do contentor a partir do tipo de resíduo
Tipo de resíduo Cor do Contentor
Papéis e papelões Azul
Vidros Verde
Plásticos Vermelho
Metais Amarelo
Resíduos orgânicos Marrom
Madeiras Preto
Materiasi não recicláveis Cinza
Lixos hospitalares Branca
Residuso perigosos Laranja
Resíduos radioativos Roxo
Fonte: elaborado pelas autoras a partir de (CONAMA, 2018)

A importância da coleta seletiva pode ser expressa na fala de Jacobi e Bensen


(2011) que reforçam que lixo produzido e não coletado é disposto de maneira
irregular nas ruas, em rios, córregos e terrenos vazios, e tem efeitos tais como
assoreamento de rios e córregos, entupimento de bueiros com consequente
aumento de enchentes nas épocas de chuva, além da destruição de áreas verdes,
mau cheiro, proliferação de moscas, baratas e ratos, todos com graves
consequências diretas ou indiretas para a saúde pública (JACOBI e BENSEN, 2011,
p.2). E esses fatos reforçam a importância da coleta seletiva.
Quanto às formas ou métodos de coleta seletiva, existem três predominantes
no Brasil:
a) Segregação total na Fonte;
b) separação em centrais de triagem e
c)Coleta multiseletiva. Suas principais características estão descritas no quadro
5.
Quadro 5 – Metodologia de coleta seletiva
Segregação na fonte Separação em Centrais de Coleta Multiseletiva
Triagem
A segregação do lixo é feita Separação dos materiais a coleta seletiva dos diferentes
pelo próprio gerador que apenas nas centrais de triagem tipos de materiais recicláveis
acondiciona os recicláveis (galpões que recebem todo o simultaneamente, mas com
separadamente material) separação rigorosa entre todos
os tipos já na fonte geradora
Fonte: elaborado pelas autoras (2018)

A coleta seletiva tal como se conhece no Brasil iniciou-se na Itália no ano de


1941, ainda que desde a Segunda Guerra Mundial alguns países da Europa, bem
como Estados Unidos e Japão, que já reciclavam metais. No Brasil iniciou-se em
abril de 1985 em Niterói (RJ) no bairro de São Francisco e em 1994 oitenta e dois
(82) programas da coleta seletiva foram identificados em outros Municípios
(CEMPRE, 1995; SANTOS, 1995).
Parece que caminhou a passos lentos até a criação da PNRS, em 2010. Desde
então o número de municípios com coleta seletiva em todo o país saltou de 443 para
1055, em 2016. O crescimento ocorreu em todas as regiões, mas o maior
desenvolvimento proporcional se deu no Centro-Oeste que passou de 18 para 84
municípios operando sistemas próprios conforme demonstrado no gráfico 1 abaixo
(CEMPRE, 2018).

Gráfico 1 – Evolução da coleta seletiva no Brasil por município (2016)

Fonte: CEMPRE (2016)

Houve evolução quanto a quantidade de pessoas atendidas pela coleta seletiva,


em detrimento à convencional, conforme aponta o gráfico 2 a seguir.
Gráfico 2 – População atendida pela coleta seletiva no Brasil (2016)

Fonte: CEMPRE (2016)

Outro dado importante sobre coleta seletiva é a composição gravimétrica 1 do


material coletado. Aparas de papel/papelão continuam sendo os tipos de materiais
recicláveis mais coletados por sistemas municipais de coleta seletiva (em peso),
seguidos dos plásticos em geral, vidros, metais e embalagens longa vida. A
porcentagem de rejeito ainda é elevada (35%). Segundo a CEMPRE (2016) é
necessário investir em comunicação para que a população separe o lixo
corretamente, o que afetaria essa composição conforme demonstrado no gráfico 3

Gráfico 3 – Composição gravimétrica da coleta seletiva

Fonte: CEMPRE (2016)

1
Gravimetria é uma área da química que consiste em determinar a quantidade proporcionada de um
elemento, radical ou composto presente em uma amostra, eliminando todas as substâncias que
interferem e convertendo o constituinte ou componente desejado em um composto de composição
definida, que seja suscetível de se pesar.
E como os números apontam para o crescimento da prática no Brasi, serão
apresentados alguns dos atores mais importantes e atuantes neste crescimento.

1.2.1 Atores da Coleta Seletiva

A coleta seletiva é composta basicamente pelos seguintes atores (NOGUEIRA,


2014).
a) Geradores de lixo: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que
desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de
resíduos sólidos. Em se tratando de geradores, é importante ressaltar que tem o
dever de acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos
gerados, bem como disponibilizar aqueles que são reutilizáveis para coleta ou
devolução (BRASIL, 2010).
b) Poder público: fiscalização, no estímulo à população à mudança de hábitos e
na imposição de sanções às empresas que não tenham atitudes ecoeficientes;
implementação da cultura do consumo consciente por parte dos indivíduos, com a
respectiva responsabilidade do consumidor sobre todos os produtos a serem
adquiridos e utilizados; produção empresarial mais eficiente com redução da
quantidade de resíduos gerados e fabricação de produtos mais duradouros e menos
descartáveis.
c) Intermediários: catadores de lixo, Cooperativas de reciclagem, ONG´s,
Associações (de caráter público e privado) e empresas privadas que participam da
coleta seletiva, de forma remunerada.
Todos devem atuar de forma conjunta e cíclica e suas atribuições devem ser
muito bem definidas. E é importante ressaltar que a coleta seletiva parece ter
contribuído para a profissionalização dos catadores de recoclaveis, bem como para
a inserção de pessoas que atuavam de forma marginal, no mercado de trabalho
formal.
Em 2002 o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) reconheceu a atuação dos
catadores de recicláveis como atividade profissional. É uma profissão extremamente
perigosa já que muitas vezes ficam expostos a sujeira e contaminações. Dentre as
atividades que podem desempenhar estão: separação, classificação, processamento
e comercialização de materiais como papelão, alumínio, vidros, etc. (BENVINDO,
2010, P. 71).
Por meio dos seus trabalhos eles conseguem tornar os resíduos que iam para
o aterro sanitário em novas mercadorias que tenha valor e que sejam úteis
novamente no mercado produtivo, as transformações desses resíduos em
mercadorias colaboram para que os aterros sanitários durem mais tempo, e ainda
contribui para que diminua a procura por nossos recursos naturais, contribuindo para
a sustentabilidade do nosso planeta (MAGALHÃES, 2012, P. 14).
Os demais atores, como Cooperativas, ONG´s, Associações e outros
desempenham papel fundamental tanto na recepção do material coletado, quando
em seu tratamento e retorno para o mercado. Também a educação, geração de
informação, parcerias com poder público e iniciativa privada, geração de emprego e
renda, descarte e destinação adequada de materiais que não podem ser reciclados
e suporte ao que o poder público não consegue alcançar são algumas de suas
atribuições (NOGUEIRA, 2010).
O poder público tem papel planejador, regulamentador e normalizador, pois, de
acordo com a PNRS, cabe aos municípios a implantação e manutenção da coleta
seletiva. Fato que é comum à maioria dos países que adotam a prática. O Governo é
quem classifica os geradores de resíduos, quem educa os demais geradores quanto
à importância de sua manutenção, comunica-os de suas atribuições e cobra deles a
atuação correta, com força de Lei (PNRS, 2010).
Já os geradores formam o elo alimentador da cadeia. São responsáveis por
gerar (é importante salientar que todos os atores são também geradores) o resíduo,
mas, dentro da PNRS, tem também o papel de trata-lo e descarta-lo de forma
correta e adequada para que a coleta seletiva seja eficaz (NOGUEIRA, 2010; PNRS,
2010).
Quanto aos resíduos orgânicos, existem ações governamentais para estimular
seu tratamento, principalmente por compostagem, nas próprias residências ou
organizações geradoras. Contudo, tais ações não serão exploradas aqui por não
serem objeto deste trabalho, ainda que seja importante salientar o papel do poder
publico junto aos geradores, neste caso (BRASIL, 2018).
A coleta seletiva além de ter uma grande contribuição para a sustentabilidade
urbana, também vem cumprindo um importante papel no meio social, com
programas de cooperativas. Essas cooperativas em parceria com os municípios têm
trazido geração de renda aos menos favorecidos e que não conseguem ser
inseridos no mercado de trabalho formal (SINGER 2002a).
E percepe-se que a coleta seletiva tem melhores resultados quando os atores
trabalham de forma conjunta e existe uma combinação de metodologias, como a
Coleta feita pela Prefeitura, o uso dos PEV´s, a entrega voluntária e cooperativa de
Catadores (CEMPRE, 2008).

1.2.2 Destinação dos resíduos na coleta seletiva

Como já foi visto, não existe apenas uma destinação para os resíduos sólidos
urbanos. Segundo sua classificação, destinações distintas podem ser adotadas. Na
coleta seletiva, contudo, os tratamentos padronizados são: aterro sanitário,
incineração, compostagem e reciclagem.
Inicia-se pela reciclagem, que é o principal destino do material analisado neste
estudo.
Reciclagem é o processo de transformação dos resíduos sólidos com alteração
de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, de modo a transformá-
los em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões
estabelecidos pelos órgãos competentes (PNRS, 2010).
Nogueira (2010) simplifica dizendo que é o resultado da separação de
materiais que voltarão ao processo industrial para geração de produtos em novo
formato.
A coleta seletiva é um dos principais instrumentos para aumentar a reciclagem
e reduzir a disposição de resíduos em aterros é a coleta seletiva, considerando que
é “a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição
ou composição” e que materiais recicláveis que não devem ser misturados ao lixo
orgânico, para fins de reaproveitamento (NOGUEIRA, 2010; PNSR, 2010).
Como já foi dito, diversos atores participam da coleta setiva, mas a separação
dos materiais passíveis de reciclagem é de responsabilidade dos geradores. E deve
ser feita com muita atenção e cuidado quanto ao manuseio e à higienização, por
todos os atores da sociedade, pois muitos objetos não se submetem ao processo de
reciclagem, tais como cerâmica, vidro pirex, acrílico, lâmpadas fluorescentes, papéis
plastificados, metalizados ou parafinados (embalagens de biscoito, por exemplo),
papel-carbono, fotografias, espelhos, pilhas e baterias de celular, fitas e etiquetas
adesivas, guardanapos e papel toalhas usados, copos de papel, embalagem
emplastificadas, cabos de panela e tomadas, clipes, grampos, esponjas de aço,
canos, porcelana, gesso, que devem ser reaproveitados, quando possível, caso
contrário, serão encaminhados aos “lixões” ou aterros sanitários (NOGUEIRA,
2010).
Após a separação, os resíduos da coleta seletiva são encaminhados para as
centrais de triagem, locais que dividirão os materiais de acordo com a tipologia para
posterior comercialização para as indústrias de recicladoras.
Reciclar é dar um melhor caminho aos resíduos jogados no lixo, uma solução
mais proveitosa e lucrativa, pois gera benefícios a todos. Traz o consumo de energia
e também de recursos naturais. É a reintrodução do resíduo no encadeamento de
produção. Proporciona dimunição do volume de resíduos aterrados, preservação
dos recursos naturais, economia de energia, diminuição dos níveis de poluição da
água e do ar e geração de empregos nas indústrias recicladoras (BRASIL, 2018;
SARODI, 2005).
A contribuição da reciclagem pode gerar diminuição da necessidade de
extração de novos recursos naturais. Para a fabricação das latinhas de alumínio, por
exemplo, a reciclagem proporciona uma economia de 90% de bauxita para cada
latinha nova posta no mercado, além de gerar cinco vezes mais empregos do que os
gerados na extração da matéria-prima virgem (NOGUEIRA, 2010).
A reciclagem é o destino final predominante na coleta seletiva e existem varias
formas de fazê-la, dependendo do produto original, que será reciclado. É importante
de seu conceito, pois, na reciclagem, vidro volta a ser vidro, papel volta a ser papel,
etc. O quadro 5 mostra como podem ser feitos processos de reciclagem de
diferentes materiais.
Quadro 5 – Processo de Reciclagem por tipo de material
Papel/papelão Pláticos Vidros Metais
São os resíduos mais Separação dos Separar, por processos Aluminio, latas de aço
comuns e através de elementos químicos e mecânicos, (ferrosas) e
processos químicos e reaproveitáveis o vidro comercializável embalagens longa
mecânicos suas fibras geralmente por das impurezas que Vida. Passam por
de celulose são precessos químicos nele são inseridas processos físicos e
extraídas e (densidade, ensaios de (lixo) e de pláticos ou químicos que separam
comercializadas. As queima) a fim de outros elementos que os metais das
embalagens longa vida disponibilizá-los para podem causar bolha e impurezas e no caso
são ótimas geradoras comercialização. diminuir seu valor de das embalagens longa
destas fibras, mesmo Geralmente todos os revenda. vida separam-se os
caracterizadas como tipos são tratados em componentes também.
metais. conjunto.
Fonte: elaborado pelas autoras (2018)
As demais formas de tratamento de resíduo previstas na coleta seletiva estão
dispostas no quadro 6 abaixo.

Quadro 6 – Formas de tratamento de resíduo no Brasil


Aterro sanitário Incineração Compostagem Reciclagem
Obra de engenharia Queima de resíduos. processo biológico processo de
projetada para receber Reduz o quantitativo aeróbico e controlado transformação dos
o lixo domiciliar, que do material de tratamento e resíduos sólidos com
envolve os serviços de descartado. Porém, estabilização de alteração de suas
terraplanagem, tem baixo índice de resíduos orgânicos propriedades físicas,
forração do terreno resgate de energia, para a produção de físico-químicas ou
com material custo superior ao da composto do tipo biológicas, de modo a
impermeável (argila), construção de aterros “húmus”, constituído transformá-los em
canalização das águas sanitários, destruição de matéria orgânica insumos ou novos
da chuva e do de materiais que livre de bactérias produtos, observadas
chorume, tubulação poderiam ser patogênicas,12 que as condições e os
para saída de gases, reaproveitáveis, permite que parte do padrões estabelecidos
plantio de grama e, contribuição para o lixo acumulado nas pelos órgãos
finalmente, instalação aquecimento global, cidades faça o competentes
de uma cerca ao redor formação das caminho inverso,
da área de serviço deposições ácidas, voltando para a terra.
além da redução dos
postos de trabalho e o
custo elevado de
investimentos. Comum
em países europeus,
mas que não espaço
físico suficiente para
os demais processos.
Fonte: elaborado pelas autoras a partir de Nogueira (2010)

No Brasil ainda existe a disposição de resíduo em terreno a céu aberto (“lixão”),


mas, por não ser o método adequado e ter seu fim determinado pela legislação,
também não será objeto deste estudo. O destino destes lixões são, possivelmente,
os aterros sanitários (RODRIGUES; CAVINATTO, 1997).
Os aterros sanitários merecem destaque especial por ser ainda o método
governamental mais usado no Brasil. Se feito corretamente, não agride o meio
ambiente, não prejudica a saúde das pessoas, protege as águas dos rios e diminui o
acúmulo de gases dentro das células, pois a cobertura de terra isola os detritos dos
catadores, impede a proliferação de insetos, evita mau cheiro e não deixa papéis e
plásticos serem carregados pelo vento ou pelas enxurradas (NOGUEIRA, 2010;
CEMPRE, 2016).
Assim, finaliza-se a fundamentação teórica e segue-se com a metodologia do
trabalho.
2 METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

Trata-se de uma pesquisa básicia, que visa contribuir para o avanço da ciência
através de um estudo empírico para mapear o fluxo dos resíduos sólidos urbanos
retirados do meio ambiente via coleta seletiva, na cidade de Goiânia (MENDONÇA,
ROCHA E NUNES, 2008)
Quanto ao objetivo o projeto é descritivo, uma vez que fará o relato do caso e
sua confrontação com a teoria, sem com tudo, interferir nos resultados.
Trata-se de um levantamento teórico e documental sobre um processo
realizado pela Prefeitura de Goiânia e contou também com a participação de
diversos atores.
a) COMURG – Entrevista com Responsável pela operacionalização da
Coleta Seletiva, Sr. Dari, em 10/07/18, para entendimento de como funciona o
processo. APÊNDICE A.
b) CORMUG – Entrevista com engenheira Fabíola para compreender o
início e a implantação da Coleta Seletiva, bem como conseguir dados relativos a ela.
Também para a compressão do papel de cada ator no processo de coleta seletiva
em Goiânia. Não está transcrita.
c) COOPERATIVA RAMA – entrevista com presidente, Sra. Dulce Helena,
em 04/09/18, para compreensão do papel da Cooperativa no processo de
reciclagem do lixo. APENDICE B.
d) RECICLADORA COPEL – entrevista com Sr. Roberto Domingos Junior,
presidente da Recicladora, para compreender os processos físicos e químicos pelos
quais passam o material durante a reciclagem. APÊNDICE C.
O quadro 7 apresenta o resumo da metodologia aplicada neste trabalho quanto
a finalidade, objetivo, abordagem e técnica utilidades.
Quadro 7 – Resumo da metodologia
QUANTO A FINALIDADE
Báscia: voltada para o avanço da ciência
QUANTO AO OBJETIVO:
DESCRITIVA: visa apresentar os fatos sem neles interferir
QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA
Qualitativa: busca observar e descrever sobre os fenômenos do meio ambiente.
QUANTO AS TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS
Bibliografia: Utiliza material já publicado e disponível em diferentes fontes.
Levantamento: uso de dados secundários para traçar panorama do setor
Documental: acesso a documentos os atores entrevistados para analise
Entrevistas em profundidade com atores ligados à coleta seletiva
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Mendonça, Rocha e Nunes (2008).
3 DISCUSSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

Neste tópico é apresentada uma pesquisa sobre o processo da implantação da


coleta seletiva em Goiânia, de como esse material é coletado pela COMURG
separado através das cooperativas de reciclagem, tratado, reciclado, e reutilizado. A
primeira subseção (3.1) tem informações gerais sobre a situação do lixo e da
reciclagem no Brasil, oriundas, principalmente, do relatório Anual do Sindicado
Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (SELUR); a seção 3.2 apresenta o
contexto da coleta seletiva em Goiânia e suas informações foram retiradas,
principalmente, do site da Comurg; por fim a seção 3.3 associa dos dados
secundários com os primários para apresentar a destinação do resíduo sólido
urbano reciclagem na cidade de Goiânia.

3.1 Panorama do “lixo” no Brasil

O Brasil é composto por mais de 5 mil municípios com características


geográficas, sociais e econômicas distintas. Destes, 304 municípios contam com
mais de 100 mil habitantes e, deste grupo, apenas 17 têm população superior a 1
milhão de habitantes. Logo, mais de 4 mil municípios brasileiros podem ser
considerados pequenos (SELU, 2018).
E os serviços de limpeza urbana devem atender essa heterogênea demanda.
Mas sejam nas megalópoles com mais de cinco milhões de habitantes ou em uma
cidadela no interior distante, o setor enfrenta problemas estruturais que ocorrem
independentemente do tamanho das cidades como, por exemplo, a inadimplência
das prefeituras para o pagamento dos serviços, geração exagerada de resíduos,
descarte inadequado e outros.
Segundo o índice de sustentabilidade da limpeza urbana (ISLU, 2018)2 índice
que tem por objetivo medir o equilíbrio entre entre o crescimento econômico e a
manutenção dos recursos naturais, buscando o fortalecimento da sustentabilidade,
dentre os 50 municípios que tiveram pontuação máxima na edição de 2018 do índice,
nenhum pertence ao Estado de Goiás. Ainda que dos tais municípios nenhum

2
O índice é um “termômetro” que visa medir a aderência da gestão de uma cidade às premissas da
PNRS.
também tenha atingido pontuação máxima, o fato de Goiás não estar presente
merece atenção. Bem como o fato da região Sul do Brasil concentrar 80% dos
municípios presentes no TOP 50 do índice.
Em Goiás, os melhores índices foram encontrados nas cidades de Aparecida
de Goiânia, Goiânia e Anápolis, respectivamente. Em relação à taxa de recuperação
de resíduos (que tem relação com a coleta seletiva) Goiás fica com a taxa de 1,99%,
contra a taxa de 8,9% do Estado do Parána (a mais alta do Brasil). Ainda que
pareçam discrepantes essas taxas estão muito distantes das médias de alguns
países, como Alemanha e Áustria, que concentram taxas de 50% de recuperação de
resíduos (SELU, 2018).

3. 2 A Coleta Seletiva em Goiânia

A Companhia de Urbanização de Goiânia “COMURG” foi criada em 1974,


porém o seu funcionamento só veio a ser efetivado em 1979. É uma Empresa de
economia mista, sendo seu maior acionista a Prefeitura de Goiânia. Foi criada com o
intuito de administrar e cuidar de toda parte da limpeza e infraestrutura urbana da
cidade de Goiânia.
A COMURG é uma instituição que tem estado muito presente na vida dos
goianienses, por executar ações que refletem diretamente na qualidade de vida das
pessoas e na sustentabilidade ambiental.
Um exemplo é o programa Goiânia Coleta Seletiva (PGCS), que teve início na
capital em 28 de março de 2008, como parte do Plano de Gestao de Resíduos
Sólidos. Foi implantado por decreto (754/2008) pelo então prefeito Iris Rezende
Machado e tinha como objetivos: a) diminuir o impacto ambiental na cidade; b)
prolongar a vida útil do aterro sanitário envitando que materiais que poderiam ser
reciclados fossem para o aterro sanitario e c) gerar empregos e renda com a
inclusão dos catadores nas cooperativas. Em seu início o programa contou com
parceiras entre Governo, iniciativa privada, terceiro setor e Instituições de ensino,
cujos papeis encontram-se no quadro 7 (GOIANA, 2018).
Quadro 7 – Atores da coleta seletiva em Goiânia e suas atribuições
Prefeitura de IES (UFG e PUC Secretaria do Cooperativas de Iniciativa
Goiânia Goiás) Trabalho catadores Privada
Idealizadora, Incubação Social Cadastramento, Recepção, Patrocínio dos
regulamentadora – serviço de apoio financeiro, separação e PVE´s na cidade.
e promotora da consultoria para e cuidado das tratamento do lixo Apoio logístico
coleta seletiva. catadores se instituições e para nova como ponto de
organizarem em seus associados, utilização no coleta. Patrocínio
forma de com instrução e mercado. de campanhas.
cooperativas fiscalização. Outras ações.
Fonte: elaborado pelas autoras (2018)

Em Goiânia a coleta seletiva recolhe materiais recicláveis (papel/papelão,


plástico, metal e vidro) não misturados ao lixo comum de residências ou
organizações. Os recicláveis devem ser encaminhados de maneira correta para o
reaproveitamento e/ou reciclagem por meio de veículo específico, em dia e horário
pré-definidos. E foi dividido em três subprogramas:
a) Coleta seletiva nos segmentos da sociedade: coleta seletiva nos
segmentos privados, públicos e terceiro setor.
b) Coleta seletiva no setor educacional: de forma piloto e gradativa o
programa será implantado nas escolas públicas em todos os níveis de formação.
c) Coleta seletiva em regiões geográficas: atua em todas as regiões
geográficas da cidade tais como bairros, parques, condomínios verticais e
horizontais da cidade. Neste subprograma a implementação da coleta seletiva
acontecerá de forma gradativa, em escala piloto nos locais de maior densidade
populacional a fim de se economizar com a coleta e transporte, conseguir maior
adesão da população e conseqüentemente maior contribuição de materiais
recicláveis.
Segundo a COMURG os pricipais benefícios do programa estão descritos no
quadro 7.
Quadro 7 – Principais ganhos com a coleta seletiva em Goiânia
Ambientais Sociais Educacionais Culturais Economicos
Aumento da vida - Geração de Estímulo a Criação de novas - Redução de
útil do Aterro trabalho e renda mudança de práticas de gastos com
Sanitário a partir aos catadores de hábitos e valores separação dos aterramento dos
da minimização materiais no que diz resíduos, resíduos;
de resíduos que recicláveis; respeito à considerando que - Geração de
deixarão de ser - Resgate da proteção os materiais rendimentos
encaminhados ao cidadania dos ambiental e recicláveis financeiros a
mesmo para catadores por conservação da permeiam por partir da
serem meio de sua vida. todas as aquisição de
comercializados organização em atividades sociais créditos de
por meio da cooperativas. carbono;
reutilização ou - Diminuição de
reciclagem destes gastos com a
materiais; limpeza pública;
- Aumento do - Abertura de
ciclo de vida das novos postos de
matérias-primas trabalho formal
de cada material para os catadores
coletado; de materiais
- Redução do recicláveis.
volume de gases
colaboradores do
efeito estufa que
seriam lançados
na atmosfera com
a queima a céu
aberto realizada
atualmente no
aterro sanitário.

Fonte: elaborado pelas autoras (2018)


O programa teve ampla divulgação em seu início, inclusive comunicação
massificada, contudo, por questões politicas e não especificadas, atualmente não há
divulgação oficial. Também entende-se que a cultura já foi criada, o que diminuiu a
necessidade de comunicação. Talvez a ausência de comunicação tenha relação
com o pequeno volume de material coletado seletivamente (GOIÂNIA, 2018).
Uma das formas de comunicação usada foram os cartazes e foders afixados
em pontos estratégicos e distribuídos entre a população, como a figura 2 abaixo, que
mostra quais tipos de materiais devem ser reciclados.
Figura 2 – Tipos de materiais que devem ser separados para coleta seletiva

Fonte: Goiânia (2018)


Informações sobre preparação e armazenamento do material até a coleta
também estão disponíveis no site da Comurg.
A princípio, o programa Goiânia Coleta Seletiva contava só com os pontos de
entrega voluntária, os chamados PEVs que eram instalados em pontos específicos
em dez setores de Goiânia, que são: Jardim América, Setor Aeroporto, Setor Bueno,
Setor Campinas, Setor Central, Setor Coimbra, Setor Marista, Setor Oeste, Setor Sul
e Setor Leste Vila Nova. A implantação trouxe uma cidade melhor e possibilitou a
coleta domiciliar uma vez por semana (GOIANIA, 2018)
A coleta seletiva porta a porta começou em 2009 proporcianando aos
moradores de Goiânia a coleta seletiva domiciliar uma vez por semana. O horário
depende da necessidade do setor. Na maioria dos setores é feita a cada sete dias,
alguns a cada três dias e em setores como centro e campinas a coleta é feita todos
os dias no período noturno por causa do fluxo de pessoas nas ruas.
Usa-se um caminhão que até 2017 era um báu e atualmente passaram a ser
gaiolas. São 16 caminhões com capacidade maior para atender essa demanada.
Demanda essa que vem aumentando a cada ano. Entre 20118 foram
reciclados cerca de 80% a mais de resíduos do que em 2017. Ainda assim, o volume
é pequeno e não passa de 8% o volume de residuos totais coletados na cidade.
Todos os resíduos recolhidos pelos caminhões são destinados às cooperativas
de reciclagem de Goiânia, ao todo são 15 cooperativas , que recebem, separam e
direcionam este material. Algumas chegam a reciclar 70 toneladas de papel
(papelão, papel misto e papel branco). O dinheiro recebido pela venda desse
material é dividido entre os cooperados e pode chegar à média de R$ 900 reais para
cada um, por mês, os cooperados também são chamados de catadores, são eles
que trabalham nas ruas catando materiais que iam para o aterro sanitário e que
podem ser reciclados (SAMPAIO, 2018; GOIÂNIA, 2018)3.
Apesar dos esforços da Prefeitura e demais segmentos, em Goiânia, são
produzidas 33.566 toneladas de resíduos orgânicos por mês, o equivalente a cerca
de mil toneladas por dia. De janeiro a setembro de 2017, a seletiva recolheu, em
toda Goiânia, duas mil toneladas e meia por mês. Ou seja, um total de 7,7% do lixo
recolhido na cidade é passível de reciclagem.

3
Materia publicada no Jornal Opção de Goiânia em 13/05/18 e confirmada pelos entrevistados da
Comurg e Cooperativa. Em valores médios.
3.3 A destinação do resíduo da Coleta Seletiva

Goiânia adota, de forma predominante, o uso de Aterro Sanitário como


destinação final de seus resíduos não recicláveis. Seu Aterro fica na rodovia GO-060,
Km 3,5, saída para Trindade e apresenta limitações topográficas e estruturais, ainda
assim, é considerado adequado ao descarte (AMARAL, COSTA E RIBEIRO, 2017;
SANTOS, 2008).
Dentre os atores da coleta seletiva, os primeiros são os geradores de Lixo.
Este deve ficar incumbido de fazer a separação desses resíduos de acordo com a
sua composição, como por exemplo, separar os resíduos secos dos úmidos e
também o lixo orgânico da maneira certa de acordo com os resíduos que podem ser
reciclados como, papéis, plásticos, alumínio, garrafas, vidros etc.
Após serem separados e limpos adequadamente, são colocados em PEV´s ou
recipientes próprios, em um dia determinado da semana ou de acordo com a
necessidade daquele setor, para que o caminhão da Companhia de Urbanização
recolha.
Grandes geradores e geradores do segmento de saúde tem tratamento
específico. Sendo que estes tem datas e veículos específicos para a coleta e
aqueles estão usando a terceirização como forma de coleta, ou seja, contratando
empresas privadas para realizar o transporte (ou para os aterros ou para as
cooperativas).
Os catadores de material reciclável também são fonte de resíduos e levam seu
material para uma das 15 Cooperativas existentes em Goiânia, são levados para as
cooperativas de reciclagem.
Por limitações de ordem técnica e temporal, apenas em uma foi feita entrevista
em profundidade na Cooperativa Cooper Rama, com a Presidente, Sra. Dulce
Helena do Vale. A unidade analisada foi a do Jardim Curitiba III, em Goiânia, e conta
com 42 cooperados efetivos, bem como dois caminhões e galpão próprios para
coleta de material de forma independente. Os caminhões foram doados pelo
Ministerio Público do Estado de Goiás e ela afirma que mais três galpões estão com
entregas previstas para 2019, na capital.
O objetivo foi descobrir o que fazem com o material que chega até ela e a
resposta foi: separação, classificação, tratamento e destinação. O resíduo não pára
na Cooperativa. É um ator intermediário cuja principal função é intermediar e tratar o
lixo produzido pelos diversos geradores, bem como direcioná-los a novo uso, o que
está alinhado com a teoria (NOGUEIRA, 2010).
Quanto aos materiais é importante salientar que esse tratamento ocorre de
forma diferente para os diferentes materiais recebidos.
Em linhas gerais, o material chega na cooperativa e é embegado4. Depois é
colocado dentro de uma “gaiola”, na qual já está uma pessoa para separar o material
por tipo: embalagens “Tetra Park”, Vidro, Papel e plástico.
Esses resíduos são separados e limpos, depois prensados e compactados em
grande volume e vendidos para as empresas de reciclagem, ou Recicladoras.
Fato destacado na entrevista é a função social da Cooperativa, que, segundo a
Sra. Dulce, tem forte presença do Ministério Público do Estado de Goiás, que instrui
e faz com que os demais atores trabalhem conforme os termos acordados. Também
a Universidade Federal de Goiás auxilia com conscientização e treinamentos, bem
como a Secretaria do Trabalho de Goiânia ajuda com a parte burocrática, como
cadastramento dos cooperados e inclusão em programas como Bolsa Família,
Minha Casa Minha Vida e outros de assistência social.
Cada cooperado retira, em média, R$900,00 mês e cada um é responsável por
recolher INSS e outros benefícios disponibilizados pelo Governo. Cabe à
Cooperativa junto com a Secretaria apenas o informe e cobrança de situação regular.
Voltando ao fluxo do lixo, chega-se ao papel das Recicladoras. A recicladora
visitada foi a Copel Recicláveis, empresa de médio porte e esta no mercado desde
1976 e identificou uma oportunidade ainda maior no mercado, a partir da coleta
seletiva. Seu diretor, Roberto Domingos Júnior, foi quem forneceu as informações
abaixo discriminadas.
A empresa foi escolhida po indicação da COMURG, por concentrar todas as
formas de reciclagem presentes em Goiânia, o que diminuiria o tempo de pesquisa.
Elas fazem a última etapa no processo de reciclagem que é tornar o resíduo
recolhido em matéria prima novamente, ou seja, utilizado na fabricação de novos
bens, que é a função primordial da reciclagem (CEMPRE, 2014).
A COPEL recicla papel, papelão, plástico e embalagens longa vida. Possui
também sede própria nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis.

4
Comprimido.
O diretor da recicladora visitada, COPEL, explicou que existem alguns tipos de
reciclagem, cuja explicação vem a seguir.
a) Reciclagem mecânica: consiste em transformar o material sem alterar sua
estrutura, é usada para reciclar plásticos para dar lugar a uma nova embalagem.
Também recicla pisos e mangueiras com essa técnica. A técnica em si consta de
quatro etapas: fragmentação, lavagem e separação, secagem e extrusão e
aquecimento, em os fragmentos já secos são aquecidos e transformados em matéria
– prima novamente.
b) Reciclagem energética: consite na queima de residios que podem substituir o
óleo diesel que é usado para o funcionamento da usina;
c) Reciclagem química: que é feita pela a separação das moléculas que compõe
o material e para que isso aconteça pode se usar a hidrogenação, gaseificação,
pirólise, quimólise. Em todas essas etapas o resíduo passa por um tratamento
químico de acordo com a sua necessidade até voltar a ser matéria – prima
novamente.
A COPEL possui vários tipos de equipamentos para atender a necessidade das
coletas, como: caminhões com guindaste garra para fardos, roll-on-roll-off para
transporte de compactadora de lixo estacionária, caçambas e pranchas, triturador
para documentos sigilosos, empilhadeiras, caminhonetes tipo três quartos,
caminhões truck, prensas elétricas verticais e horizontais etc., além de equipe
experiente no segmento de recicláveis.
Os veículos chegam com os resíduos e são pesados em balança rodoviária
eletrônica, cuja fidelidade é garantida pela certificação e fiscalização periódica do
INMETRO. Nesta primeira pesagem afere-se o peso de entrada. Em seguida, o
veículo se desloca para área específica de descarga, de acordo com o tipo e volume
do material que esteja transportando. Uma vez descarregado, o veículo retorna para
a balança para o fechamento do peso.
a) Separação
Os resíduos normalmente chegam à empresa com impureza de toda natureza
e podem apresentar também presença de teor de umidade acima do recomendado.
Para atender às exigências de mercado e que são parametrizadas, como por
exemplo, no caso do papel e papelão, pelas normas técnicas da ABNT, o material
passa por um processo de desagregação (ABNT, 2007).
Nesta fase há uma significativa transformação das características do produto,
pois um item que a princípio não seria passível de reciclagem, torna-se
perfeitamente reaproveitável pela segregação de suas partes. A empresa trabalha
com a segregação química e mecânica dos materiais, métodos consolidados na
teoria (CEMPRE, 2014).
Ele cita como exemplo o caso de bolsas de soro fisiológico (refugadas de
processos industriais que não tenham sido utilizadas como produto final) cuja
composição possui matérias de natureza diversas, como PVC flexível, Polipropileno,
Polietileno etc. Quando separados, esses materiais podem ser reaproveitados em
processos específicos de reciclagem. Portanto, a segregação ou separação química,
indicada para o plástico, provoca uma transformação parcial do resíduo em matéria-
prima, convertendo, como já dito, lixo em material reaproveitável (CEMPRE, 2014).
b) Prensa
A prensagem é feita por equipamento industrial de alta potência força/ton/hora.
O empacotamento do fardo se conclui com a amarração do mesmo utilizando-
se fitilhos plásticos reforçados ou arames recozidos.
c) Armazenamento
O produto acabado, enfim transformado em matéria prima secundária, pronta
para ser reutilizada, é transportado por empilhadeiras até área específica de
estocagem, dentro do depósito (galpões) com piso de concreto e cobertura, ficando
devidamente e obrigatoriamente protegido. Os fardos são empilhados para aguardar
carregamento.
d) Comercialização/Expedição:
As embalagens e fardos após estocagem estão prontos para serem carregados
em caminhões de transporte, através do uso de empilhadeiras. O destino final são
as indústrias de reciclagem principalmente sediadas nos estados do Sul e Sudeste.
É importante reforçar que não se trata da fabricação de novos produtos, mas
da preparação do resíduo sólido reciclável em como matéria-prima viável e eficaz
para a transformação em produtos novos.
Percebe-se que o fluxo dos resíduos em Goiânia é similar ao verificado em
outras capitais e que, apesar do volume incipiente a reciclagem ainda parece ser a
opção mais vantajosa para o destino do lixo no Brasil, considerando suas
características e extensão, pois o uso dos recursos naturais tem tido uma grande
demanda e o incentivo a reciclagem podem dimiuir os impactos na natureza
causados pelo uso excessivo dos recursos naturais (AGENDA 21, RIO 92)
A figura 3 sintetiza o fluxo dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Goiânia.
Figura 3 – Fluxo dos Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade de Goiânia

Geradores de
resíduos (Pessoas
físicas e jurídicas)

Resíduos recicláveis
(papel, plático, vidro,
embalagens longa
vida .

Coleta Coleta Coleta Coleta por


prefeitura Catadores PEV´s voluntários
(prefeitura) ou grandes
geradores

Cooperativas de
lixo
Separam,
Fonte: elaborado pelas autoras (2018) classificam e
agrupam para as
Recicladoras

Recicladoras segregam em material


reciclável e revendem esse material para
organizações que vão usá-los na
produção de novos bens ou serviços

É importante salientar que o material transformado em material de uso é


vendido paras empresas produtoras de papel, plástico, vidro e metal, localizadas
principalmente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil e de lá voltam para as casas dos
brasileiros, deixando o ciclo da sustentabilidade ambiental mais coeso e ágil.
CONCLUSÃO

Esta pesquisa tinha por objetivo geral conhecer e descrever a destinação dos
resíduos sólidos coletados via coleta seletiva, bem como os resultados desta
destinação para o meio ambiente, na cidade de Goiânia. Em relação ao
conhecimento e descrição, percebe-se que o objetivo foi atingido, uma vez que o
processo foi descrito e seus diversos atores, bem como o papel de cada um e a
destinação final do lixo no Estado foi efetivada com sucesso.
Contudo, a segunda parte do objetivo geral, que era identificar os resultados
desta coleta para o meio ambiente na cidade de Goiânia não foi concluída pois não
foram localizados dados secundários atualizados e a COMURG não disponibilizou
números ou dados que pudessem apontar o quanto, do total de resíduos coletados
na cidade, é reciclada via coleta seletiva. Apesar de afirmarem possuir tais dados,
não houve condições de apresenta-los.
Quanto ao primeiro objetivo específico que foi descrever todo o processo de
coleta seletiva na cidade de Goiânia (desde sua implantação até o estado da arte)
entende-se que também foi alcançado parcialmente, uma vez que o programa, seus
objetivos, seu ínicio e evolução foram relatados, mas também não houve números
que comprovassem (dados em série) como essa evolução aconteceu.
Entende-se que a identificação dos atores e etapas pelos quais passam os
resíduos até chegarem a seu destino final foi concluída com êxito, uma vez que
todos foram identificados e estão caracterizados em conformidade com a literatura.
E quanto ao ultimo objetivo específico, que foi conhecer o tratamento dado
aos resíduos, bem como os impactos deste tratamento sobre o meio ambiente na
cidade, também foi concluído parcialmente, considerando que, qualitativamente, o
tratamento dos resíduos coletados até chegarem ao ponto de serem consumidos
novamente foi descrito, porém, da mesma forma que os objetivos anteriores, não
foram apresentados dados que apontassem como esse tratamento está contribuindo
para a diminuição da degradação do meio ambiente.
Muitas limitações foram percebidas no desenvolvimento deste trabalho e
dentre elas, destacam-se: a falta de dados ou números mais concretos para
mensuração dos resultados da coleta seletiva na cidade de Goiania; a dificuldade de
acesso ao detalhamento sobre o processo de reciclagem (processo final).
Sugere-se novas pesquisas, talvez só com dados números que apontem para
o real panorama da coleta seletiva em Goiânia, uma vez que o modelo qualitativo
apenas é insuficiente para essa demonstração.
Uma pesquisa que deve ser bem relevante é com os geradores de resíduos.
Conhecer sua percepção, nível de engajamento com a causa sustentável e
principalmente nível de conhecimento do programa pode ser útil na tomada de
decisão pelo poder público (prefeitura de Goiânia).
Outra ação que talvez seja relevante é a divulgação ou o retorno da
comunicação massificada sobre coleta seletiva. Locais de PEV´s, datas que os
caminhões passarão em cada bairro, como separar o lixo no local de origem e
outras informações devem ser cotidianamente lembradas ao público. Principalmente
se for considerado que novas gerações assumem novas configurações com o tempo.
Pesquisas sobre o papel ou contribuição de cada ator em separado também
podem ser objeto de bons estudos, bem como um panorama da coleta seletiva em
Goiânia em relação à coleta seletiva no Brasil.
Assim, finda-se este trabalho com a relação da bibliografia utilizada.
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APÊNDICE

APÊNDICE A – Roteiro de Entrevistas com Sr Dari


Entrevista realizada na COMURG no dia 10/07/2018 com o Senhor Dary
Pereira Guedes Junior, funcionário da COMURG a vinte sete anos, e supervisor na
área da coleta seletiva na cidade de Goiânia a um ano e cinco meses.
Como, quando e qual foi o ano e porque que vocês começaram o
processo da coleta seletiva aqui em Goiânia?
A coleta seletiva começou já tem dez anos que ela iniciou, ela começou em
2008 e a gente começou com poucos setores, a coleta seletiva ela foi implantada
mesmo foi no Jardim América foi onde foi o auge da coleta seletiva foi no Jardim
América, depois que foi expandindo foi buscando mais setores e na época a gente
não tinha muitos caminhões, depois foi começando a chegar caminhões e ai foi
abrangendo para outros setores.
É só em Goiânia ou vocês fazem em todo Estado de Goiás?
Só dentro de Goiânia, hoje nós fazemos todos os setores que abrange
Goiânia todinha, só que tem alguns setores que nós fazemos a cada sete dias e
alguns outros setores a cada três vezes por semana e alguns pouquíssimos a gente
faz diário que é o caso do Centro e Campinas, todos os dias a gente faz diário
noturno porque durante o dia a gente não tem como ir nesses locais.
E vocês começaram esse projeto foi por parte de um planejamento de
vocês ou foi por alguma lei por parte do governo ou da prefeitura que vocês
teriam que cumprir?
Para te informar direitinho eu não tenho essa informação, porque esse projeto
de coleta seletiva em Goiânia não é só a COMURG, tem outra secretaria que galga
junto com a COMURG que é a SEPLAN a AMA e a INCUBADORA que também na
época ajudou sobre isso, eu não tenho como te falar precisamente, ai teria que ver
com o pessoal da AMA e da SEPLAN, nós temos até os nomes dessas pessoas que
elas poderiam te passar maiores informações, ou nosso corpo técnico que nós
também temos o corpo técnico aqui que são os engenheiros a Renata e a Fabiola,
depois se vocês precisarem de falar com elas, elas estão desde o início então elas
tem mas precisão de falar sobre essas perguntas, porque a minha área hoje eu
trabalho mais na área operacional, o que é a área operacional? É o pessoal que
tenho para fazer as coletas nas ruas e a gente leva para as cooperativas, hoje a
gente tem em torno de 15 cooperativas que a gente faz as entregas, então algumas
perguntas mais técnicas a gente tem o corpo técnico também ai depois se vocês
quiserem a gente pode marcar com elas, ou posso falar com o pessoal da SEPLAN
juntamente com a Ama são pessoas também bem instruídas é o Geovane da Ama o
Georgio da SEPLAN.
Como que a coleta é feita?
A coleta seletiva a gente faz ela com o caminhão gaiola, a um ano atrás a
gente fazia com o caminhão baú , hoje nós fazemos com um caminhão gaiola , ele é
maior e a gente utiliza dois coletores e fazemos essa coleta porta a porta, a gente
tem o circuito hoje, cada dia da semana a gente tem um circuito onde a gente faz o
percurso de todas as ruas desse circuito e ele é feito com dois coletores, o período
dessa coleta é das 7 horas da manhã a 16 horas e o segundo período é das 17
horas as 23 horas , quando o caminhão esta cheio, esse caminhão é designado para
as cooperativas que o meu encarregado PA passa para ele, cada PA tem em média
4 cooperativas para fazer entregas e ai quando ele esta cheio ele já pede para ir
para cooperativa tal descarregar, chegando lá a nossa equipe não descarrega, quem
descarrega é o próprio cooperador da cooperativa.
Como são as cooperativas é um lixão?
É um galpão, a maioria das cooperativas os galpões são alugados, exceto
uma que o galpão é próprio, e lá tem os locais onde descarrega todo o material nos
pontos específicos, após descarregarem eles vão fazer a triagem e lá dentro tem as
mesas onde todos os materiais vão ser separados, vai separar o papelão o plástico
as latinhas o pet, o que tiver ali vai ser feito a separação, inclusive em volta das
mesas tem alguns beg que são uns sacos bem grandes para fazer essa separação,
os papelões muitos tem as prensas para prensar os papelões as latinhas os
plásticos, também muitos deles fazem a prensa do isopor que não pesa mas da
muito volume.
O que vocês fazem com o lixo que não é reciclável?
Nesta triagem que eles fazem eles vão separar, pois infelizmente aqui em
Goiânia agente não tem aquela educação de separa bem adequadamente esse lixo
que é o lixo molhado que eles falam, eles fazem essa separação coloca no saco e a
COMURG depois recolhe esse material que é o lixo orgânico. Em muitas das
cooperativas eles passam uma vez por semana ou até duas vezes na semana vai
depender da necessidade naquele local, ai o caminhão da COMURGH vai lá faz o
recolhimento e leva para o aterro.
Onde fica o aterro? Qual é o processo com o lixão do aterro?
Leva para o local, já joga no local onde descarrega e ai já vem o pessoal com
a máquina e vai compactando ele, não fica aberto não, no momento que descarrega
ele a máquina já vem empurrando ele para um local e depois vai fazendo a camada
com terra. Nós temos o cata treco também.
Qual é o processo do cata treco, o que vocês fazem com esse lixo reciclável
e como vocês reaproveitam esse lixo?
Todo esse material tanto a coleta porta a porta como o cata treco a gente
destina para as cooperativas que tem o convenio com a Prefeitura de Goiânia são
15, então nós não recebemos nada por ela, a gente só recolhe nas ruas dos setores
e leva pra elas sem ganhar um vintém, nesse momento que eles estão fazendo essa
reciclagem, estão separando cada um no seu lugar e lá eles vedem, muitos fazem a
cada final de mês ou a cada 15 dias, vendem ver o que deu ali pagam o que tem
que pagar que é a água, luz essas coisas e o restante que sobra eles divide entre os
cooperados, a cooperativa funciona desta maneira, cada um tem um jeito, uns
vedem a cada 15 dias, outros vedem a cada mês faz o bruto ali ai paga as contas
que tive que pagar água, luz, comida tem café e o que sobra ele dividem entre os
cooperados.

Essa cooperativa é ligada a COMURG, como funciona?


Não é bem ligada a COMURG, ela é ligada ao processo seletivo de Goiânia,
ela é cadastrada tem que ser cadastrada ela funciona igual uma empresa tem que
ter toda a documentação em dias, ela é ligada muito ao Ministério Público, a gente
também tem que responder ao Ministério Público, todo mês a gente tem uma
reunião juntamente com o Ministério Público, as cooperativas nós a AMA as outras
secretarias todo mês a primeira quarta feira de cada mês a gente tem uma reunião
com o Ministério Público, essa reunião é para falar sobre as cooperativas, sobre a
coleta seletiva, alguma documentação que falta então ela tem que estar
regularmente em dias igual uma empresa mesmo, tem os alvarás tem os registros,
questão dos funcionários dos cooperados, tem que bater ponto, um punhado de
coisas entendeu? Então são requisitos que na última reunião que teve o Doutor
Juliano cobrou essa questão de estar em dias porque se não evita dela receber
muitas outras coisas, inclusive a gente estar praticamente com dois galpões prontos
onde elas vão trabalhar nesses galpões e elas têm que estar regularmente em dias.
Então elas não são ligadas a Prefeitura?
Não, não ela só tem uma filiação com a Prefeitura, onde a gente vai entregar
o material, porque tem muitas, mas a gente só entrega pra essas duas.
E sobre o plantio das arvores?
Você esta falando da compostagem, né? A compostagem eu não sei bem te
falar não, mas a Fabíola que é a engenheira ela trabalha lá dentro do aterro ela pode
passar isso pra vocês com mais precisão porque lá realmente esta fazendo mesmo
essa compostagem que a gente tem até os trituradores hoje ne, se não me engano
tem quatro triturador, no momento que ela é podada lá eles tritura e leva lá para o
aterro.
Vocês tem um caminhão que pega o lixo reciclável que tem uma sirene?
Tem sim ele tem uma sireninha, nos gaiola que vem agora ele vem com a
sireninha, eles são abertos, antigamente era nos caminhões baú, hoje são esses
caminhões gaiola que tem a sireninha e é maior ai os coletores vão atrás, tem a
plataforma onde eles ficam e vai dois coletores, e ele abre tanto para a parte de trás
como os dois lados das laterais
E a questão da divulgação, pois nós sabemos que essa coleta é um
trabalho em conjunto com a população, como vocês fazem para conscientizar
a população?
Nós temos o site da Prefeitura de Goiânia, inclusive a responsável é a Hacksa
ela que é faz parte da imprensa, fotos a divulgação da coleta seletiva é ela que
coloca, teve um tempo que a gente tinha um pessoal da fiscalização que fazia porta
a porta que essa fiscalização era formada por servidores nossos que saiam com
panfletos informando o que pode ir e o que não pode ir na coleta seletiva, hoje esse
pessoal diminuiu muito, então hoje eu vejo que a gente precisa divulgar mais ainda .
Vocês tiveram algum lucro com a coleta seletiva, quais foram os
resultados para a COMURG ou para as cooperativas?
Desde quando começou trouxe resultados sim, em questão para a COMURG,
para a COMURG foi muito bom porque tirou muitos materiais que estavam indo para
o aterro que era os materiais recicláveis então a gente tirou muito material das ruas
que estavam indo direto para o aterro e se a gente não tivesse feito isso
provavelmente nosso aterro já estaria fechado porque a gente colhe muito materiais,
em números não sei falar exato mas houve uma melhora muito grande para a
COMURG, teve uma economia muito grande, diminui muito a quantidade de viagem
que ia para o aterro, que na verdade a gente estava mandando dinheiro pra lá ne.
A respeito de melhoria para cidade de Goiânia o que você acha que a
coleta seletiva trouxe de bom para a população?
Esse serviço que nós fazemos hoje é muito importante, não é uma
porcentagem grande mas a população nós ajuda muito, tem alguns setores ai que
eles separam os materiais direitinho, tudo arrumadinho e se nós não passarmos eles
reclamam, muitas levam muito a sério a coleta seletiva e quando nós não passamos
por algum problema ou outro de caminhão eles ligam aqui pra saber porque nós não
passamos, então é muito importante esse trabalho que nós fazemos aqui, precisa
ser melhorado, nós temos essa consciência que temos que melhorar muito mais
inclusive em temos de equipamentos. Nas reuniões que nós temos nós falamos
muito sobre a questão de estar junto com as escolas fazendo essa divulgação, a
gente bate muito nessa tecla, mas ai nós esbarramos em um quesito que é a mão
de obra a gente pensa mas não tem a mão de obra para fazer isso, então eu acho
que falta mas incentivo.
APÊNDICE B – Entrevista com Sra. Dulce (Presidente da Cooper Rama)

Hoje 04 de setembro de 2018, nós estamos aqui na Cooperativa Cooper


Rama entrevistando a senhora Dulce, ela que é a presidente e fundadora da
Cooperativa Cooper Rama.
Cooper Rama: Cooperativa de materiais recicláveis
Slongan: Reciclamos e amamos o meio ambiente
Somos uma instituição sem fins lucrativos
Conselho deliberativo da Cooperativa Cooper Rama:
Presidente é a senhora Dulce Helena Do Vale, presidente administrativo é a
senhora Maria Do Socorro e o presidente comercial é o senhor Elison Batista.
A Cooperativa esta situada na Rua JC 68 Qd. 145 Lt. 18 Jardim Curitiba III
Goiânia Go.
Quando foi que você fundou a Cooperativa Cooper Rama e por que você
começou esse projeto?
Olha ela foi fundada em 2008, ela surgiu junto com a implantação do
programa Goiânia coleta seletiva, ai na época era pra regionalizar, era quatro
regiões e aqui era uma das regiões que ia ser. E tinha um pessoal que trabalhava na
COMURG o Melancia, ele formou o grupo de pessoas, trouxe o pessoal da
Universidade Federal que era a incubadora. O pessoal da própria COMURG na
época era ela que era a gestora do programa, ai eles vieram conversaram com o
pessoal e começou a fazer as reuniões, ai eles pediram pra eu ajudar eles na
questão da documentação para registro, ai eu fui ajudar eles e estou aqui até hoje.
Hoje a Prefeitura o que faz? Ela criou o programa Goiânia Coleta Seletiva
e a COMURG o que ela faz?
A função dela hoje é entregar e retirar o rejeito, o galpão é uma parceria do
Ministério Público através de TAC que conseguiu a verba pra construções de quatro
galpões aqui em Goiânia, ai a Prefeitura em contra partida ela entrou com a área,
então é a prefeitura com a área e a construção dos galpões com o Ministério Público,
então essa que é a parceria hoje que seria a iniciativa privada com o poder público,
então essa seria a solução por que a prefeitura não vai construir isso, o próprio
estatuto da prefeitura não permite isso, construir uma cooperativa para pessoal
trabalhar, eles não podem fazer isso. Ai através do TAC a gente esta fazendo isso,
já tem três galpões prontos deve ser inaugurado agora, dizem que é terminando o
ano de eleição agora, os galpões um fica na barra da Tijuca na entrada do aterro o
outro na Chácara São Joaquim e um lá no fundo do HUGOL, e o outro é lá no Albino
Boa.
Ventura atrás da Universidade Alfa vai melhorar bem o local de trabalho,
vamos poder contratar mais gente, atualmente nós temos 42 catadores e desses 42
podemos dizer que 28 deles são fixos.
E como é o processo desde quando a COMURG traz o lixo pra vocês?
A COMURG trás o lixo para a Cooperativa todos os dias da semana uma vez
por dia, mas não tem necessidade de nós pegarmos todos os dias porque nos temos
dois caminhões, a COMURG traz o lixo e os nossos cooperados descarrega.
A comurg leva ou não o lixo todo dia?
E esse lixo que chega é separado os que podem ser reciclado e os rejeitos
voltam para o aterro sanitário esses resíduos a COMURG passa coletando e entrega
aqui e não só aqui porque tem as outras Cooperativas também nem todo material
que chega aqui é reciclável os rejeitos são papel higiênico, comida ai vai pro aterro
sanitário, a COMURG vem e leva e também nem todos materiais recicláveis tem
comercio pra eles por exemplo a cartela de ovo ela não tem comercio pra ela, tem
vidros também não tem comércio, só vidros inteiros como vidro de azeitonas esses
tem comércio as garrafas quando é inteira tem comércio as garrafas pet tem
comércio.
E como é feito a separação desse material?
O material é embegado, ai depois a gente joga dentro da gaiola, e cada gaiola
trabalha uma pessoa ai lá é a separação pet num lugar treta pak no outro, papelão
no outro ai eles que fazem a separação, e a gente tem os doadores que doa pra
gente também doa direto para a Cooperativa e a gente vai lá e coleta, hoje a gente
trabalha com dois caminhões que é da Cooperativa que o Ministério Público doou, e
esses doadores são empresas, comércios condomínio e até o próprio morador liga
pra gente separa e agente vai lá buscar, geralmente quem financia os panfletos pra
gente é o próprio condomínio ou parceria geralmente a Treta pak ajuda muito a
gente nessa questão ai a gente vai lá faz a educação ambiental, porque se for
esperar pelo o poder público, você pode ver que nem uma propaganda não passa,
esta passando uma propaganda agora acho que na Radio Imperativa 97.3 através
de um TAC do Ministério Público.
O que é o TAC?
TAC é um termo de ajuste de conduta, a empresa infringe a lei no meio
ambiente e aquilo ali se transforma em um TAC o que a empresa degradou, vamos
supor que seja mil reais, ai a empresa recebe uma multa de cinquenta reais e esse
dinheiro se transforma em TAC.
E quando vocês começaram vocês começaram com quantos
cooperados?
A gente começou com 52 pessoas, mas era o que? Um sonho ne, 52 pessoas
e vinha só dois caminhões por semana ai não deu ne , ai o pessoal foi saindo,
saindo, saindo ai ficou apenas 7 pessoas aqui, ai a gente foi desenvolvendo ,
trabalhando mais e com isso ai agora a gente esta com 42 pessoas.
E como é para que esses Cooperados entrem nas Cooperativas? vocês
tem algum critério para que eles venham trabalhar com vocês?
Olha geralmente tem que ser indicado por outra pessoa que ele conheça,
porque como é uma Cooperativa ele se torna sócio então tem que alguém chegar e
apresentar, muitas vezes não acontece isso devido a taxa de desemprego hoje esta
muito alto e a região nossa aqui ser muito carente em questão de emprego, Acaba
que a pessoa vê isso como uma forma de emprego, e a procura é muita ai a gente
vai fazer um sistema de teste ai a gente vai chegar o momento ai a gente tem
nossas reuniões semanais ne pra tomar as decisões, mas ai chega o momento que
pessoa não adapta ou acha outro emprego melhor e acaba saindo ou retornando de
novo, então isso aqui é um circulo rotativo, muitas vezes vem pessoas da iniciativa
privada pessoas que perdem o emprego e quer receber seguro fica aqui trabalhando
com a gente até receber o seguro, acabou o seguro ele volta para a iniciativa
privada então é uma rotatividade de pessoas . Quando começou a coleta seletiva a
ideia era trabalhar somente com os catadores, mas ao longo desses dez anos a
realidade é outra não é só os catadores que esta na Cooperativa são pessoas que
estão sem emprego, então as Cooperativas hoje se tornou um local de emprego e
renda para própria comunidade, então não é mais aquela visão de quem esta na
Cooperativa são só os catadores, ou aqueles que sairão da rua, não existe essa
visão hoje dentro das Cooperativas, a realidade é bem diferente, tem pessoas já
formada ou que estão estudando ou que saiu e formou, começou aqui dentro a
estudar fazer uma faculdade e saiu, então é uma coisa muita ampla, não é aquela
coisa que lá no início ajudava pessoas, essas pessoas em situação de rua hoje elas
não querem vir para as Cooperativas porque aqui tem regras tem lei, você tem que
dar oportunidade se a pessoa tem o vicio das drogas ou o álcool ele tem que se
tratar, porque é uma obrigação que o Ministério Público cobra, você da oportunidade
se eles não quiserem você não tem obrigação de estar com eles aqui .
A Cooper Rama ela teve um trabalho, ela implantou um trabalho social, isso é
um dos requisitos, então se tem um problema aqui a gente tenta resolver ou
encaminhar, a gente tenta, esta difícil em alguma coisa a gente conversa com o
Ministério Público, eles falam você vai em tal lugar que tem alguma coisa lá pra
vocês, então hoje esse projeto de Cooperativas ele expandiu de uma maneira bem
diferente do que era pensado na época , então começou de uma maneira social e
acabou abrindo para outros grupos de pessoas, não só para os catadores.

E para os catadores qual seria os benefícios, as melhorias o que mudou


na vida social para eles com o projeto das Cooperativas?
Aqui gente já teve um tipo de catador até 2017 ele era um catador mesmo,
quando estava chovendo aquela dificuldade na rua ele vinha para a Cooperativa,
quando o material melhorava e saia e ia pra rua , como é que ele via a Cooperativa?
Ele via uma for de proteção ali se ele precisasse de alimentação ou estava
chovendo e o ganho dele na rua estava menor mas ele sabia que se ele viesse para
a Cooperativa o ganho dele ia ser igual então ele vê dessa forma , então para muitos
melhorou bastante, por tanto é igual eu falei melhorou eles viram uma realidade
diferente, não querem ficar na Cooperativa eles estão na casa deles fazendo a parte
de reciclagem, coleta nas ruas. Eles aprenderam a ir para casa, aprendeu a dar
valor no seu trabalho porque ao invés de levar direto para o atravessador que é os
depósitos, eles aprenderam a levar para casa separar, melhorar o material dele para
ter um valor maior aprendeu a trabalhar. A parte social também tiveram inclusão no
Bolsa Família, minha casa e minha vida então todos ele foram cadastrado ou estão
sendo cadastrado, assim eles tem uma outra forma de vida.
Vocês já tiveram algum problema com algum catador que era envolvido
com drogas e não conseguiu sair?
Não tivemos não, nós temos, temos, o álcool é maior ainda, teve gente que
nós tivemos que colocar ou você para ou vai ter que deixar a Cooperativa ou então
se você não quiser o tratamento vai ter que deixar a Cooperativa.
E como que se da este tratamento?
A gente vai ao CAPS aqui fala que você vem da Cooperativa ai eles são
inseridos, o problema é eles aceitarem, você tem que impor falar que é o Ministério
Público, aqui tem um catador que trabalha maravilhosamente bem, mas a hora que
ele começa a beber ai acabou, uma semana é pouco, então eu acho muito difícil
porque você se torna mãe, pai conselheiro, tudo , as vezes se torna até uma coisa
perigosa pra gente ne, a vantagem é que eu já moro aqui a muito tempo ne, trabalha
aqui no mesmo local e acaba que a gente conhece todo mundo então as pessoas
respeitam eles acabam respeitando a gente, mas se torna uma coisa perigosa , você
não sabe de onde que vem, eles chegam te conta uma história, a Cooperativa não
pode falar eu vou tirar seus antecedentes criminais não o objetivo dela não é esse, é
integrar.
Temos dever, temos obrigações e eu dou oportunidade, é uma coisa
complicada, se eles aceitar ou não a oportunidade.
Teve algum cooperado que veio do aterro sanitário?
Não tem cooperados que veio de lixão, tem aqueles que catavam na
comunidade, ou em casa ou no serviço que trabalham traziam pra casa.

Os cooperados tem algum benefício, algum plano de saúde? Não a


Cooperativa o que é?
Ela é o local onde todo mundo se reúne, entra com uma cota a aparte e se
torna sócio, se eu tenho o interesse de pagar o INSS ou algum plano de saúde são
todos arcados por nós mesmo a gente é que paga o INSS eu pago e cada um paga
o seu, inclusive isso é tão complicado que a Cooperativa não pode nem pagar e
descontar deles, é complicado é como se eles fossem autônomos, e eles são
autônomos.
Como é feito o pagamento?
Cada um recebe de acordo com os dias trabalhado, depois que fazemos os
pagamentos divide o dinheiro de acordo com os dias trabalhado, se eu trabalhei 10
dias e ela 20 ela vai receber mais do que eu porque ela trabalhou 10 dias a mais tem
o ponto.
Vocês tem algum treinamento para os cooperados?
Tem o pessoal da própria Universidade Federal e tem as Universidades que
vem as vezes dar um treinamento, ou contábil, tem uma menina da parte de
fisioterapia ela quer fazer uma parceria pra vir, tem o pessoal do SEREST então
sempre tem alguma atividade uma ou outra tem, a gente tem o técnico de segurança
do trabalho.
Então você acha que com ajuda que a Cooperativa esta dando para eles
trouxe uma melhoria na estrutura familiar deles?
Também, porque a partir do momento que você tem seu ganho que você
consiga chegar em casa comprar uma alimentação pagar um aluguel , uma água
uma energia , e outra coisa vezes a gente aqui também ainda ganha muitas doações
de moveis, a gente tem doações da LEROY MERLIM que doa pra gente ai quem
tem casa própria reforma sua casa, então isso ai é uma ajuda, ganha sofá, a maioria,
daqui ganha os móveis eletro domestico é tudo daqui, ai o que a gente faz se a
gente vende uma geladeira aqui por 50 reais ai pra não ter tipo assim eu passo uma
geladeira pra ela e não passo uma pra outra, não então vamos vender por um preço
irrisório só pra eles terem, ai vende por 20 só pra eles não falar que esta
beneficiando um e outro não.
A respeito de escolas para os filhos dos cooperados?
Não isso não. Influi quem estuda, aqui tem os que estudam eles tem que
trazer as frequências deles, tem uns aqui que esta fazendo o EJA tem que trazer o
comprovante que esta estudando ai a gente libera mais cedo. Agora o que a gente
faz aqui é criança em creches as vezes a mãe ou o pai precisa trabalhar e não tem
com quem deixar essas crianças ai a gente tenta resolver essa situação, ai gente
entra porque a gente tem direito, mais agora chegar a cobrar assim não posso.
Roteiro de Entrevistas com Sr Roberto Domingos Junior
Entrevista realizada na COMURG no dia 04/10/2018 com o Senhor Roberto
Domingos Junior, 7 anos de empresa, pós graduado, diretor da cooperativa na
unidade Aparecida de Goiania. Cooperativa Copel Recicláveis, o nome da empresa
significa comercio de papel. Razão social da empresa: Copel Recicláveis Ltda.
Empresa de médio porte e esta no mercado desde 1976.

Por qual razão ela começou atuar na área de reciclagem? O fundador da


empresa acreditou que poderia ser um ramo interessante e de futuro.
Quem é a Copel hoje? O Grupo Copel Recicláveis atua no mercado de
compra, venda e gerenciamento de resíduos, especialmente papel, papelão e
plásticos em geral. Contamos com uma das melhores estruturas do estado de Goiás
e com a tradição de uma empresa que há mais de 40 anos está focada em criar
soluções sustentáveis em gestão de resíduos. Isto só é possível através de um
trabalho sério, ético e de respeito ao meio ambiente. A legislação vigente está cada
vez mais exigente e complexa, assim os agentes produtivos precisam viabilizar a
correta destinação dos seus resíduos sólidos, com o menor custo possível,
contribuindo com a preservação do meio ambiente. Nossa empresa possui vários
tipos de equipamentos para atender a necessidade das coletas, como caminhões
com guindaste garra para fardos, roll-on-roll-off para transporte de compactadora de
lixo estacionária, caçambas e pranchas, triturador para documentos sigilosos,
empilhadeiras, caminhonetes tipo três quartos, caminhões truck, prensas elétricas
verticais e horizontais etc., além de equipe experiente no segmento de recicláveis.
Possuímos também sede própria nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e
Anápolis.
Qual é o tipo de materiais que vocês compram e reciclam? Papel,
papelão, plásticos, embalagem longa vida.
Qual é o processo que acontece com esses materiais que vocês
compram das Cooperativas, desde a hora que chega até a hora que sai?
Recepção:
Os resíduos chegam até a empresa transportada por diferentes tipos de
veículos, de acordo com a necessidade da coleta, como caminhões com guindaste,
roll-on roll-off para transporte de caixa compactadora, caçambas e pranchas,
reboques julieta para roll-on, caminhonetes tipo três quartos, caminhões truck etc.
Descarga automática:
O veículo com os resíduos é pesado em balança rodoviária eletrônica, cuja
fidelidade é garantida pela certificação e fiscalização periódica do INMETRO. Nesta
primeira pesagem afere-se o peso de entrada. Em seguida, o veículo se desloca
para área específica de descarga, de acordo com o tipo e volume do material que
esteja transportando. Uma vez descarregado, o veículo retorna para a balança para
o fechamento do peso.

Material separado:
Os resíduos normalmente chegam à empresa misturados com impureza de
toda natureza e pode apresentar também presença de teor de umidade acima do
recomendado. Para atender as exigências de mercado, que são parametrizadas,
como por exemplo, no caso do papel e papelão, pelas normas técnicas da ABNT
(NBR 15483 e 15484), o material passa por um processo de desagregação. Nesta
fase há uma significativa transformação das características do produto, pois um item
que a princípio não seria passível de reciclagem, torna-se perfeitamente
reaproveitável pela segregação de suas partes. Vejamos, por exemplo, o caso de
bolsas de soro fisiológico (refugadas de processos industriais que não tenham sido
utilizadas como produto final) cuja composição possui matérias de natureza diversas,
como PVC flexível, Polipropileno, Polietileno etc. Os mesmos, sendo separados,
podem ser reaproveitados em processos específicos de reciclagem. Portanto, a
segregação ou separação provoca uma transformação parcial do resíduo em
matéria-prima, convertendo, como já dito, lixo em material reaproveitável.
Prensa:
A prensagem é feita por equipamento industrial de alta potência força/ton/hora.
O empacotamento do fardo se conclui com a amarração do mesmo utilizando-
se fitilhos plásticos reforçados ou arames recozidos.
Armazenamento:
O produto acabado, enfim transformado em matéria prima secundária, pronta
para ser reutilizada, é transportado por empilhadeiras até área específica de
estocagem, dentro do depósito (galpões) com piso de concreto e cobertura, ficando
devidamente e obrigatoriamente protegido.
Os fardos são empilhados para aguardar carregamento.
Comercialização/Expedição:
As embalagens e fardos após estocagem estão prontos para serem
carregados em caminhões de transporte, através do uso de empilhadeiras.
Qual é a destinação desses produtos? Vocês reciclam e vedem? Quais
empresas vocês vedem esses materiais?
O destino final são as indústrias de reciclagem principalmente sediadas nos
estados do Sul e Sudeste.
Eles já saem dai pronto para comercialização novamente? Não
fabricamos produtos novos. Nosso papel é a preparação do resíduo como matéria-
prima viável para sua eficaz transformação em produtos novos.

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