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MAIO

2018

RELATÓRIO FINAL DE DIAGNÓSTICO E


PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA
Processo N° 01514.003098/2014-33

Fazenda Centenário
João Pinheiro - MG

CERN Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais Ltda.


-
MINASLIGAS – COMPANHIA FERROLIGAS MINAS GERAIS CERN
RELATÓRIO FINAL DE DIAGNÓSTICO E PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA
FAZENDA CENTENÁRIO
MUNICIPIO DE JOÃO PINHEIRO, MINAS GERAIS.

APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta ao IPHAN o Relatório Final de Diagnóstico e Prospecção


Arqueológica na Fazenda Centenário, João Pinheiro, Minas Gerais.

O Projeto de Diagnóstico e Prospecção Arqueológica foi solicitado pelo IPHAN,


através do OFÍCIO/BAB/IPHAN/MG N° 1059/2014. O Projeto, protocolado em 2016
foi aprovado e a pesquisa autorizada por meio da portaria N° 62 de 18 de novembro
de 2016, publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.), dia 21 de novembro de 2016
(Seção I, pág. 20).

As atividades de campo tiveram início em 2017, e foram realizadas em duas etapas,


conforme proposto no Projeto de Diagnóstico e Prospecção Arqueológica. Durante a
primeira, foi avaliado o potencial arqueológico da área da propriedade por meio de
prospecções de superfície e subsuperfície na ADA e na AID do empreendimento.
Foram identificados vestígios arqueológicos de natureza lítica, todos em superfície,
registrando oito locais de ocorrência arqueológica nos setores Centro-Oeste, Centro-
Leste, Norte e Nordeste da propriedade.

Na primeira etapa também foi aplicado o Programa de Educação Patrimonial,


conforme proposto no projeto.

Os resultados foram apresentados no Relatório Parcial de Diagnóstico e Prospecção


Arqueológica na Fazenda Centenário, que foi protocolado em 17 de novembro de
2017. O relatório parcial também incluiu a descrição do marco teórico metodológico
adotado, a contextualização da paisagem, o detalhamento dos métodos e técnicas em
campo, os resultados do levantamento de história oral e a proposta para a segunda
etapa dos levantamentos de campo.

Este Relatório Final de Diagnóstico e Prospecção Arqueológica na Fazenda


Centenário apresenta as atividades da segunda etapa de campo, conforme proposta
contida no Relatório Parcial, incluindo os métodos e técnicas que foram aplicados, os
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resultados obtidos e os resultados. Por último, são apresentados os resultados e as


considerações finais da pesquisa de Arqueologia Preventiva.
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FICHA TÉCNICA
EMPREENDIMENTO
FAZENDA CENTENÁRIO/JOÃO PINHEIRO

EMPREENDEDOR
COMPANHIA FERROLIGAS MINAS GERAIS -
MINASLIGAS
Rua Paraíba, 1122 - 4º andar - Funcionários.
30130-918 - Belo Horizonte - Minas Gerais
Fone: 55 31 3261-8666
Fax: 55 31 3261-8789
EMPRESA
RESPONSÁVEL PELOS CERN – Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais
ESTUDOS Ltda.
ARQUEOLÓGICOS Avenida Cristóvão Colombo, 550, sala 901,
Funcionários – Belo Horizonte – MG
Telefone: (31) 3261-7766
cern@cern.com.br
Responsável: Mariana Gomide

EQUIPE TÉCNICA Sofia Magali Civitella


Arqueóloga
Coordenadora Geral
CTF IBAMA: 6357597

Vinícius Moreira Silva


Arqueólogo
Coordenador de campo
CTF IBAMA: 6648221

Thiago Nascimento
Técnico auxiliar de Arqueologia

Marina Vasconcelos Gomide


Estagiária - Arqueologia

Bruno Caldeira
Estagiário - Arqueologia

Jussara Aparecida de Sousa


Geógrafa

Mariana Gomide Pereira


Geóloga
Pós Graduada em Direito Ambiental

Gabriel de Freitas
Estagiário - Geologia
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 2

1. JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA DE ARQUEOLOGIA PREVENTIVA ....... 18

2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO ................. 20

2.1. Contextualização da Paisagem na área de estudo ............................................ 21

2.1.1. Geologia e Geomorfologia ....................................................................... 21

2.1.2. Solos ......................................................................................................... 27

2.1.3. Hidrografia ............................................................................................... 34

2.1.4. Clima ........................................................................................................ 36

2.1.5. Biomas ...................................................................................................... 37

2.2. Contextualização Cultural................................................................................ 40

2.2.1. Contextualização Etnohistórica ............................................................... 40

2.2.2. Contextualização Histórica de João Pinheiro.......................................... 45

2.2.3. Contextualização Arqueológica ............................................................... 47

3. LEVANTAMENTOS ARQUEOLÓGICOS DE DIAGNÓSTICO E


PROSPECÇÃO NA FAZENDA CENTENÁRIO ......................................................... 52

3.1. Primeira etapa .................................................................................................. 52

3.1.1. Caminhamento - Primeira etapa ............................................................... 52

3.1.2. Intervenções no solo e subsolo - Primeira etapa....................................... 53

3.2. Segunda etapa .................................................................................................. 58

3.2.1. Caminhamento - Segunda etapa ............................................................... 58

3.2.2. Intervenções - Segunda etapa ................................................................... 59

3.3. Resultados dos levantamentos prospectivos - Primeira e segunda etapa ......... 60

3.3.1. Geoindicadores ......................................................................................... 60

3.3.2. Prospecção e ocorrências arqueológicas................................................... 62


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4. ANÁLISE DE VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS ................................................ 93

Triagem................................................................................................................... 93

Higienização ........................................................................................................... 93

Registro físico ......................................................................................................... 93

Análise tecnomorfológica ....................................................................................... 94

4.1. Vestígios coletados no Ponto de Ocorrência Nº 1 AID - 23K 439.058 E/


8.078.713 N ................................................................................................................ 98

4.1.1. Vestígios arqueológicos: .......................................................................... 98

4.1.2. Ecofatos .................................................................................................. 102

4.2. Vestígios coletados no Ponto de Ocorrência n° 3 - ADA - Ponto n° 2086 - 23K


435.987 E/ 8.077.211 N ............................................................................................ 104

4.2.1. Percutor ou bigorna de quartzito ferruginoso ......................................... 105

4.2.2. Núcleo em arenito ................................................................................... 106

4.2.3. Nucleoide de arenito ............................................................................... 107

4.2.4. Lasca de arenito ...................................................................................... 108

4.2.5. Lasca cortical de quartzito ...................................................................... 109

4.2.6. Lasca de arenito ...................................................................................... 110

4.2.7. Lasca de quartzito ................................................................................... 111

4.3. Vestígios coletados no PO n° 4: Sítio Arqueológico ..................................... 112

4.3.1. Ponto n° 2195 - ADA - 23K 438. 433 E/ 8.074.657 N........................... 112

4.3.2. Ponto n° 2183 - 23K 438.452 E/ 8.074.741 N........................................ 113

4.3.3. Ponto n° 2182 - 23K 438.422 E/ 8.074.708 N........................................ 116

4.3.4. Ponto n° 2185 - Localização: AID - 23 K 438.462 E/8.074.700 N ........ 124

4.4. Vestígios coletados no Ponto de Ocorrência n° 5 - Ponto LT002 - Localização:


ADA - Estrada entre a área de silvicultura e AID - 23K 438.458 E/ 8.073.382 N .. 127
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4.5. Vestígios coletados no Ponto de ocorrência n° 6 - Ponto n° 194 - Localização:


ADA - 23K 437.239 E/ 8.072.820 N ........................................................................ 128

4.6. Um vestígio coletado no Ponto de Ocorrência n° 7 - Ponto n° LT001 -


Localização: ADA - 23K 434.775 E/ 8.073.249 N .................................................. 130

4.7. Dois vestígios coletados no Ponto de Ocorrência n° 8 - Localização: AID -


23K 429.920 E/ 8.074.028 N .................................................................................... 131

4.7.1. Lasca cortical de quartzito ...................................................................... 131

4.7.2. Lasca secundária de quartzito ................................................................. 132

5. RESULTADOS .................................................................................................... 133

6. IDENTIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DOS IMPACTOS ....................................... 135

6.1. Critérios de Classificação dos Impactos para Arqueologia ........................... 135

6.2. Classificação e Avaliação de Impactos ao Patrimônio Arqueológico existente


no empreendimento .................................................................................................. 138

7. MEDIDAS MITIGATÓRIAS E COMPENSATÓRIAS ..................................... 141

7.1. Medidas Mitigatórias ..................................................................................... 141

7.2. Medidas Compensatórias ............................................................................... 142

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 143

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA .......................................... 149

ANEXOS ...................................................................................................................... 150

LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Localização da área de estudo .................................................................... 20
Figura 2.2 - Unidades geológicas e litótipos .................................................................. 24
Figura 2.3 - Pedologia .................................................................................................... 33
Figura 2.4 - Drenagens ................................................................................................... 35
Figura 2.5 - Mapa de inserção da área na classificação climática de Köppen e Geiger . 36
Figura 2.6 - Biomas ........................................................................................................ 38
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Figura 2.7 - Mapa das missões bandeirantes .................................................................. 42


Figura 2.8 - Sitio Arqueológico Sono ............................................................................. 50
Figura 2.9 - Sitio Arqueológico Sono ............................................................................. 50
Figura 2.10 - Paisagem ao chegar no sítio Sono............................................................. 50
Figura 2.11 - Vista do sítio Sono .................................................................................... 50
Figura 2.12 - Teto do abrigo - Pintura rupestre à direita ................................................ 50
Figura 2.13 - Teto do abrigo com pichações sobrepostas às pinturas rupestres. ............ 50
Figura 2.14 - Lixo nas cavidades do abrigo.................................................................... 51
Figura 2.15 - Detalhe do lixo nas cavidades do abrigo .................................................. 51
Figura 2.16 - Núcleo em seixo de quartzito - 23K 438687 E/ 8077349 N ..................... 51
Figura 2.17 - Núcleo em seixo de quartzito - 23K 438687 E/ 8077349 N ..................... 51
Figura 2.18 - Lasca de quartzito Localização 438687 E/ 8077349 N ............................ 52
Figura 2.19 - Lasca de quartzito - Localização 438687 E/ 8077349 N .......................... 52
Figura 3.1 - Mapa da primeira etapa dos levantamentos de campo ............................... 56
Figura 3.2 - Áreas delimitadas para a segunda etapa dos levantamentos de campo ...... 57
Figura 3.3 - Lasca de silexito em contexto - 23K 439.058 E /8.078.713 N ................... 63
Figura 3.4 - Face ventral da lasca da figura ao lado - AID - 23K 439.058 E /8.078.713 N
........................................................................................................................................ 63
Figura 3.5 - Lasca de quartzito em contexto - 23K 439.058 E /8.078.713 N ................. 63
Figura 3.6 - Face ventral da lasca da Fig. 3.5 - 23K 439.058 E /8.078.713 N ............... 63
Figura 3.7 - Paisagem no P.O n° 1 - AID - 23K 439.058 E /8.078.713 N ..................... 63
Figura 3.8 - Paisagem no P.O n° 1 - AID - 23K 439.058 E /8.078.713 N ..................... 63
Figura 3.9 - Lasca em seixo de quartzito em contexto - AID - 23K 439.058 E /8.078.713
N ..................................................................................................................................... 64
Figura 3.10 - Face ventral da lasca da figura ao lado - AID - 23K 439.058 E /8.078.713
N ..................................................................................................................................... 64
Figura 3.11 - Paisagem na área - Ponto n° 018 - 23K 438.927 E/ 8.078.717 N ......... 64
Figura 3.12 - Ponto n° 019 - 23K 439.027 E/ 8.078.617 N - Área com desmatamento . 64
Figura 3.13 - Afloramentos de arenito com formato circular - Ponto n° 020 - 23K
439.078 E/ 8.078.754 N .................................................................................................. 64
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Figura 3.14 - Afloramentos de arenito com formato circular - Ponto n° 020 ................ 64
Figura 3.15 - Córrego com afloramentos de arenito....................................................... 65
Figura 3.16 - Outra visão do córrego da figura ao lado .................................................. 65
Figura 3.17 - Cascalho e seixos rolados ......................................................................... 65
Figura 3.18 - Imagem da superfície ................................................................................ 65
Figura 3.19 - Afloramento de filito no córrego .............................................................. 66
Figura 3.20 - Seixos e afloramentos no córrego ............................................................. 66
Figura 3.21 - Ponto n° 013 - AID - 23K 438.725 E/ 8.078.416 N ................................. 66
Figura 3.22 - Superfície no Ponto n° 013 - AID............................................................. 66
Figura 3.23 - Ponto n° 016 - AID - Localizado a aproximadamente 130 m do PC 1 -
23K 438.823 E/ 8.078.268 N .......................................................................................... 67
Figura 3.24 - Ponto n° 016 - AID - Localizado a aproximadamente 130 m do PC 1 -
23K 438.823 E/ 8.078.268 N .......................................................................................... 67
Figura 3.25 - Ponto n° 016 - AID - Afloramentos de arenito ......................................... 67
Figura 3.26 - Ponto n° 016 - AID - Detalhe de afloramento de arenito ......................... 67
Figura 3.27 - Núcleo de arenito em contexto - PO n° 2 - Localização 23K 438.685 E/
8.077.355 N .................................................................................................................... 68
Figura 3.28 - Detalhe do núcleo da Figura ao lado ........................................................ 68
Figura 3.29 - Lasca de arenito no PO n° 2 ..................................................................... 68
Figura 3.30 - Detalhe da lasca da Figura ao lado ........................................................... 68
Figura 3.31 - Abertura de poço-teste - Ponto n° 024 - ADA - 23K 438.477 E / 8.077.518
N ..................................................................................................................................... 69
Figura 3.32 - Detalhe do interior do poço-teste aberto no ponto n° 024 - ADA ............ 69
Figura 3.33 - Abertura de poço-teste no ponto n° 026 - ADA - 23K 438.527 E/
8.077.467 E ..................................................................................................................... 70
Figura 3.34 - Detalhe do interior do poço-teste aberto no ponto n° 026 ........................ 70
Figura 3.35 - Abertura de poço-teste no ponto n° 1010 - ADA - 23K 438.327 E/
8.077.617 N .................................................................................................................... 70
Figura 3.36 - Superfície do solo no ponto n° 1010......................................................... 70
Figura 3.37 - Ponto n° 2086 - ADA - 23K 435.987 E/ 8.077.211 N .............................. 71
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Figura 3.38 - Superfície no Ponto n° 2086 ..................................................................... 71


Figura 3.39 - Cascalheira na AID - Ponto n° 2088 - 23K 436.044 E/ 8.077.082 N ....... 71
Figura 3.40 - Cascalheira - Seixos rolados - Ponto n° 2090 - 23K 435.987 E/ 8.077.214
N ..................................................................................................................................... 71
Figura 3.41 - Ponto n° 411 - AID - 23K 435.975 E/ 8.077.067 N ................................. 72
Figura 3.42 - Superfície no Ponto n° 411 - AID - Solo areno-argiloso com pequenos
seixos .............................................................................................................................. 72
Figura 3.43 - Ponto n° 1126 - ADA - Área de corte de eucalipto 23K 436.077 E/
8.073.667 N .................................................................................................................... 72
Figura 3.44 - Superfície no ponto n° 1126 - ADA - Área de corte de eucalipto ............ 72
Figura 3.45 - Ponto n° 1130 - AID - Cascalheira - 23K 436.327E/8.077.217 N ........... 73
Figura 3.46 - Detalhe da superfície da cascalheira no ponto n° 1130 ............................ 73
Figura 3.47 - Ponto n° 1131 - Cascalheira com seixos rolados na AID - 23K 436177 E/
8077167 S ....................................................................................................................... 73
Figura 3.48 - Seixos rolados e ventifactos em superfície no ponto n° 1131 .................. 73
Figura 3.49 - Ponto n° 2182 - AID - 23K 438.422 E/ 8.074.771 N - Seixos rolados em
superfície ........................................................................................................................ 74
Figura 3.50 - Ponto n° 2182 - 23K 438.422 E/ 8.074.771 N - Afloramento de silexito
com marcas de retirada ................................................................................................... 74
Figura 3.51 - Ponto n° 2182 - Lasca de silexito ............................................................. 74
Figura 3.52 - Ponto n° 2182 - Nucleoide de quartzo ...................................................... 74
Figura 3.53 - Ponto n° 2183 - AID - 23K 438.452 E/ 8.074.741 N - Vestígios líticos em
superfície - Registro........................................................................................................ 75
Figura 3.54 - 2183 - Ponto n° 2183 - AID - 23K 438.452 E/ 8.074.741 N - Vestígios
líticos em superfície ........................................................................................................ 75
Figura 3.55 - Ponto n° 2183 - Lascas de silexito e nucleoide em quartzito ................... 75
Figura 3.56 - Ponto n° 2183 - Lasca de silexito ............................................................. 75
Figura 3.57 - Ponto n° 2183 - Lasca de silexito ............................................................. 75
Figura 3.58 - Ponto n° 2185 - AID - 23K 438.462 E/ 8.074.700 - Afloramento de
silexito ............................................................................................................................ 76
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Figura 3.59 - Paisagem no ponto n° 2185 ...................................................................... 76


Figura 3.60 - Lasca de silexito no ponto n° 2185 ........................................................... 76
Figura 3.61 - Ponto n° 2186 - ADA - Estrada - 23K 438.461 E/ 8.074.689 N - Lascas de
silexito ............................................................................................................................ 76
Figura 3.62 - Ponto n° 2189 - AID - 23K 438.484 E/ 8.074.668 N - Vistoria em local de
cascalheira ...................................................................................................................... 76
Figura 3.63 - Ponto n° 2189 - AID - 23K 438.484 E/ 8.074.668 N - Vistoria em local de
cascalheira ...................................................................................................................... 76
Figura 3.64 - Ponto n° 2189 - Lascas de silexito em meio a cascalheira ....................... 77
Figura 3.65 - Ponto n° 2187 - AID - 23K 438.535 E/ 8.074.705 N - Lascas de silexito e
seixos .............................................................................................................................. 77
Figura 3.66 - Ponto n° 2187 - Lasca de brecha .............................................................. 77
Figura 3.67 - Ponto n° 2187 - Lasca de brecha .............................................................. 77
Figura 3.68 - Ponto n° 2187 - Bloco de brecha com marcas de retirada ........................ 77
Figura 3.69 - Ponto n° 2191 - ADA - 23K 438.418 E/ 8.074.693 N - Abertura de Poço-
teste ................................................................................................................................. 77
Figura 3.70 - Ponto n° 2191 - Poço-teste da Figura 3.78 ............................................... 78
Figura 3.71 - Detalhe do interior do Poço-teste - Pouco profundo e com cascalho ....... 78
Figura 3.72 - Ponto n° 2191 - Detalhe do sedimento retirado do poço-teste das figuras
acima............................................................................................................................... 78
Figura 3.73 - Ponto n° 2194 - ADA - 23K 438.455 E/ 8.074.689 N - Lascas de silexito
em superfície................................................................................................................... 78
Figura 3.74 - Ponto n° 2195 - ADA - 23K 438.433 E/ 8.074.657 N - Vestígios líticos em
superfície ........................................................................................................................ 78
Figura 3.75 - Lascas de silexito em contexto no ponto n° 2195..................................... 78
Figura 3.76 - Ponto n° 2195 - Lasca de brecha em superfície ........................................ 79
Figura 3.77 - Ponto n° B2193PV - AID - 23K 438.425 E/ 8.074.674 N - Afloramento de
silexito com retirada ....................................................................................................... 79
Figura 3.78 - Ponto n° B2193PV - Afloramento de silexito com marcas de retirada -
Vista de frente................................................................................................................. 79
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Figura 3.79 - Ponto n° B2193PV - Afloramento de silexito com marcas de retirada -


Detalhe ............................................................................................................................ 79
Figura 3.80 - Ponto n° 3195 - 23K 438.768 E/ 8.074.361 N .......................................... 80
Figura 3.81 - Bloco de arenito quebrado - Ponto n° 3195 - 23K 438.768 E/ 8.074.361 N
........................................................................................................................................ 80
Figura 3.82 - Afloramento de arenito com cobertura laterítica - Ponto n° 3195 ............ 80
Figura 3.83 - Seixos rolados em superfície - Ponto n° 3195 .......................................... 80
Figura 3.84 - Ponto n° 3193 - AID - 23K 438.650/ 8.073.886 N ................................... 81
Figura 3.85 - Ponto n° 3194 - 23K 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco sobre rochas
de arenito ........................................................................................................................ 81
Figura 3.86 - Ponto n° 3194 - 23K 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco sobre rochas
de arenito ........................................................................................................................ 81
Figura 3.87 - Ponto n° 3194 - 23K 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco sobre rochas
de arenito ........................................................................................................................ 81
Figura 3.88 - Ponto n° 1055 - AID - Seixos rolados em superfície - 23K 438.627 E/
8.074.467 N .................................................................................................................... 81
Figura 3.89 - Ponto n° 1055 - AID - Seixos rolados em superfície - 23K 438.627 E/
8.074.467 N .................................................................................................................... 81
Figura 3.90 - Possível vestígio arqueológico - 23K 438.458 E/ 8.073.382 N ................ 82
Figura 3.91 - Possível vestígio arqueológico - 23K 438.458 E/ 8.073.382 N ................ 82
Figura 3.92 - Possível vestígio arqueológico - Ponto n° 2119 A - 23K 438.458 E/
8.073.382 N .................................................................................................................... 82
Figura 3.93 - Superfície limpa para abertura de poço-teste no entorno - Ponto n° 2221 -
23K 439.729 E/ 8.077.778 N .......................................................................................... 82
Figura 3.94 - Poço-teste com profundidade de 100 cm no local .................................... 83
Figura 3.95 - Detalhe do interior do poço-teste da Figura ao lado ................................. 83
Figura 3.96 - Ponto n° 2223 - 23K 439.729 E/ 8.077.678 N - Poço-teste com
profundidade de 100 cm ................................................................................................. 83
Figura 3.97 - Detalhe do interior do poço-teste da Figura ao lado ................................. 83
Figura 3.98 - Afloramento com cobertura laterítica ....................................................... 84
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Figura 3.99 - Marcas de retirada de lascas do afloramento ............................................ 84


Figura 3.100 - Afloramento com marcas de retiradas .................................................... 84
Figura 3.101 - Detalhe do afloramento da Figura ao lado .............................................. 84
Figura 3.102 - Lascas em superfície - Ponto n° 1165 - 23K 437.222 E/ 8.072.814 N ... 85
Figura 3.103 - Poço-teste com profundidade de 76 cm - Ponto n° 1166 - 23K 437.231 E/
8.072.877 N .................................................................................................................... 85
Figura 3.104 - Detalhe do interior do poço-teste da Figura 3.112.................................. 85
Figura 3.105 - Superfície após fechamento do poço-teste.............................................. 85
Figura 3.106 - Abertura de poço-teste no ponto n° 1167 - 23K 437.174 E/ 8.072.805 N
........................................................................................................................................ 85
Figura 3.107 - Poço-teste do ponto n° 1167 com profundidade de 100 cm ................... 85
Figura 3.108 - Detalhe do sedimento retirado do poço-teste no ponto n° 1167 ............. 86
Figura 3.109 - Detalhe do interior do poço-teste no ponto n° 1167 ............................... 86
Figura 3.110 - Afloramento com marcas de retirada - Ponto n° 1186 - 23K 437.328 E/
8.072.887 N .................................................................................................................... 86
Figura 3.111 - Abertura de poço-teste no ponto n° 1186 ............................................... 86
Figura 3.112 - Poço-teste com profundidade de 100 cm - Ponto n° 1186...................... 86
Figura 3.113 - Detalhe do interior do poço-teste do ponto n° 1186 ............................... 86
Figura 3.114 - Afloramento no ponto n° 1187 - 23K 437.280 E/ 8.072.789 N.............. 87
Figura 3.115 - Afloramento no ponto n° 1188 - 23K 437.284 E/ 8.072.754 N.............. 87
Figura 3.116 - Afloramento de arenito no ponto n° 402 - AID - 23K 436.978 E/
8.073.018 N .................................................................................................................... 87
Figura 3.117 - Superfície no ponto n° 405 - AID - 23K 437.076 E/ 8.073.116 N ..... 87
Figura 3.118 - Ponto n° LT 001 - 23K 434.775 E/ 8.073.249 N .................................... 88
Figura 3.119 - Abertura de poço-teste no ponto n° 5014 - 23K 434.662 E/ 8.073.177 N
........................................................................................................................................ 88
Figura 3.120 - Poço-teste com profundidade de 100 cm no ponto n° 5014 ................... 88
Figura 3.121 - Detalhe do interior do poço-teste do ponto n° 5014 ............................... 88
Figura 3.122 - Poço-teste aberto no ponto n°5017 - 23K 434.730 E 8.073.275 N ..... 89
Figura 3.123 - Detalhe do interior do poço-teste do ponto n° 5017 ............................... 89
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Figura 3.124 - Ponto n° 4415 - 23K 429.920 E/ 8.074.028 N ........................................ 90


Figura 3.125 - Lasca de quartzito de seixo rolado.......................................................... 90
Figura 3.126 - Lasca de quartzito ................................................................................... 90
Figura 3.127 - Seixos rolados em superfície .................................................................. 90
Figura 3.128 - Acumulação de seixos rolados ................................................................ 90
Figura 3.129 - Acumulação de seixos rolados da Figura ao lado, de outra perspectiva . 90
Figura 3.130 - Ponto de vistoria a aproximadamente 500 m do PO n° 8 - Ponto n° 4416
- 23K 430.349 E/ 8.074.081 N........................................................................................ 91
Figura 3.131 - Superfície do solo no ponto n° 4416....................................................... 91
Figura 3.132 - Ponto n° 4417 - 23K 430.198 E/ 8.074.799 N ........................................ 91
Figura 3.133 - Superfície no ponto n° 4417 - Seixos rolados em superfície .................. 91
Figura 3.134 - Ponto n° 4414 - 23K 429.710 E/ 8.074.232 N - Perfil do solo com
ocorrência de stone lines................................................................................................. 91
Figura 3.135 - Detalhe do perfil no ponto n° 4414 - Detalhe da ocorrência de stone lines
........................................................................................................................................ 91
Figura 3.136 - Afloramento de arenito com coberturas - ponto n° 4413 - 23K 429.619 E/
8.074.643 N .................................................................................................................... 92
Figura 3.137 - Rocha conglomerática - Ponto n° 4413 - 23K 429.619 E/ 8.074.643 N. 92
Figura 4.1 - Vestígios líticos face externa/dorsal ........................................................... 98
Figura 4.2 - Vestígios líticos face interna/ventral........................................................... 98
Figura 4.3 - Lasca de quartzito face externa ou dorsal ................................................... 99
Figura 4.4 - Lasca de quartzito face interna ou ventral .................................................. 99
Figura 4.5 - Artefato em lasca de arenito silicificado. Face externa ou dorsal ............ 100
Figura 4.6 - Artefato em lasca de arenito silicificado. Face interna ou ventral ............ 100
Figura 4.7 - Lasca de quartzito face externa ou dorsal ........................................... 101
Figura 4.8 - Lasca de quartzito face interna ou ventral .......................................... 101
Figura 4.9 - Lasca de quartzito face externa ou dorsal ................................................. 102
Figura 4.10 - Lasca de quartzito face interna ou ventral .............................................. 102
Figura 4.11 - Nucleoide de quartzo leitoso................................................................... 103
Figura 4.12 - Nucleoide de quartzo leitoso................................................................... 103
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Figura 4.13 - Vestígios Líticos. Face externa ou dorsal ............................................... 104


Figura 4.14 - Vestígios Líticos. Face interna ou ventral. ............................................. 104
Figura 4.15 - Percutor ou bigorna de quartzito............................................................. 105
Figura 4.16 - Percutor ou bigorna de quartzito............................................................. 105
Figura 4.17 - Núcleo em arenito ................................................................................... 106
Figura 4.18 - Núcleo em arenito ................................................................................... 106
Figura 4.19 - Nucleoide de arenito ............................................................................... 107
Figura 4.20 - Nucleoide de arenito ............................................................................... 107
Figura 4.21 - Lasca de quartzito. Face interna ou ventral ............................................ 108
Figura 4.22 -Lasca de quartzito. Face externa ou dorsal .............................................. 108
Figura 4.23 - Fragmento de seixo de quartzito ............................................................. 109
Figura 4.24 - Fragmento de seixo de quartzito ............................................................. 109
Figura 4.25 - Lasca de quartzito face externa ou dorsal ............................................... 110
Figura 4.26 - Lasca de quartzito face interna ou ventral .............................................. 110
Figura 4.27 - Lasca de quartzito. Face externa ou dorsal ............................................. 111
Figura 4.28 - Lasca de quartzito. Face interna ou ventral ............................................ 111
Figura 4.29 - Lascas de brecha - Face externa ............................................................. 113
Figura 4.30 - Lascas de brecha - Face interna .............................................................. 113
Figura 4.31 - Lascas ..................................................................................................... 114
Figura 4.32 - Lascas ..................................................................................................... 114
Figura 4.33 - Lascas ..................................................................................................... 114
Figura 4.34 - Lascas ..................................................................................................... 114
Figura 4.35 - Lascas ..................................................................................................... 115
Figura 4.36 - Lascas ..................................................................................................... 115
Figura 4.37 - Vestígios líticos ...................................................................................... 116
Figura 4.38 - Vestígios líticos ...................................................................................... 116
Figura 4.39 - Lasca ....................................................................................................... 117
Figura 4.40 - Lasca ....................................................................................................... 117
Figura 4.41 - Nucleoide de quartzo na face interna ou ventral ..................................... 117
Figura 4.42 - Nucleoide de quartzo na face externa ou dorsal com neocórtex............. 117
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Figura 4.43 - Lascas de brecha face externa ............................................................ 118


Figura 4.44 - Lasca de brecha face interna ................................................................... 118
Figura 4.45 - Nucleoide de quartzo .............................................................................. 119
Figura 4.46 - Nucleoide de quartzo .............................................................................. 119
Figura 4.47 - Nucleoide de quartzo .............................................................................. 120
Figura 4.48 - Nucleoide de quartzo .............................................................................. 120
Figura 4.49 - Núcleo de quartzo ................................................................................... 121
Figura 4.50 - Núcleo de quartzo ................................................................................... 121
Figura 4.51 - Núcleo de quartzo ................................................................................... 122
Figura 4.52 - Núcleo de quartzo ................................................................................... 122
Figura 4.53 - Nucleoide de quartzo .............................................................................. 123
Figura 4.54 - Nucleoide de quartzo .............................................................................. 123
Figura 4.55 - Lasca de quartzo .................................................................................. 123
Figura 4.56 - Lasca de quartzo .................................................................................. 123
Figura 4.57 - Lascas - Face externa ou dorsal .............................................................. 124
Figura 4.58 - Lascas - Face interna ou ventral ............................................................. 124
Figura4.59 - Lascas - Face externa ou dorsal ............................................................... 125
Figura 4.60 - Lascas - Face interna ou ventral ............................................................. 125
Figura 4.61 - Lascas - face externa ou dorsal ............................................................... 125
Figura 4.62 - Lascas - face interna ou ventral .............................................................. 125
Figura 4.63 - Lasca com detalhes de camada mais silicificada - Face interna ou ventral
...................................................................................................................................... 126
Figura 4.64 - Lasca com detalhes de camada silicificada - Face externa ou dorsal ..... 126
Figura 4.65 - Núcleo em seixo de quartzito .............................................................. 127
Figura 4.66 - Núcleo em seixo de quartzito .............................................................. 127
Figura 4.67 - Lascas - face interna ............................................................................... 128
Figura 4.68 - Lascas - face externa ............................................................................... 128
Figura 4.69 - Lasca com detalhe de .............................................................................. 129
Figura 4.70 - Fragmento de seixo de arenito ................................................................ 130
Figura 4.71 - Fragmento de seixo de arenito ................................................................ 130
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Figura 4.72 - Fragmento de seixo de arenito ............................................................ 131


Figura 4.73 - Vestígios líticos. Face interna ou dorsal ................................................. 132
Figura 4.74 - Vestígios líticos. Face externa ou ventral ............................................... 132
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1. JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA DE ARQUEOLOGIA PREVENTIVA

O processo de licenciamento ambiental do empreendimento encontra-se em fase de


Renovação de Licença de Operação (REVLO) - processo COPAM
09464/2007/002/2012 (Supram Noroeste de Minas – Superintendência Regional de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável).
Conforme a Portaria IPHAN n° 230 de 17 de dezembro de 2002, os estudos
arqueológicos necessários para acompanhamento do licenciamento ambiental incluem
Diagnóstico, Prospecção e Resgate, referentes às fases de Licença Prévia, Licença de
Instalação e Licença de Operação, respectivamente.
Como o empreendimento começou a operar em época anterior à legislação ambiental e
à exigência de pesquisas arqueológicas em empreendimentos, a fazenda não passou
pelas fases mencionadas acima. Sendo assim, foi solicitada uma pesquisa de
Diagnóstico e Prospecção Arqueológica para avaliar o potencial arqueológico na área da
fazenda, identificar possíveis vestígios e/ou sítios arqueológicos no perímetro da
propriedade, assim como avaliar impactos ao patrimônio arqueológico, por ventura,
presente na área.
Durante o processo foram seguidos os procedimentos exigidos pelas disposições legais
que regem o patrimônio cultural brasileiro, as convenções internacionais, bem como o
Termo de Referência para o Licenciamento Ambiental – Meio Ambiente Sócio
Econômico em seus aspectos relacionados à Proteção dos Bens de Interesse Cultural
(2012), da Superintendência do IPHAN em Minas Gerais.

As disposições legais que justificam os estudos arqueológicos desenvolvidos na área de


estudo são:

 Lei n° 3.924, de 26 de julho de 1961, que submete à proteção do Poder Público


pelo SPHAN, os monumentos arqueológicos e pré-históricos;
 Resolução CONAMA n° 001, de 23 de janeiro de 1986, que dispõe sobre os
critérios básicos e as diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental;
 Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, que revoga os art. 3°
e 7° da Resolução CONAMA 001/86;
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 Artigo 215º da Constituição da República Federativa do Brasil (1988), que


garante o acesso à cultura;
 Portaria SPHAN n° 7, de 1 de dezembro de 1988, que preceitua o levantamento
arqueológico de campo e de dados secundários para a obtenção de licença
ambiental prévia e estabelece os procedimentos necessários à comunicação
prévia para pesquisas e escavações arqueológicas em sítios arqueológicos;
 Portaria IPHAN n° 230 de 17 de dezembro de 2002, que define o escopo dos
estudos arqueológicos a serem desenvolvidos nas diferentes fases de
licenciamento ambiental. A portaria aprofundou a interface dos estudos
arqueológicos e históricos no âmbito do licenciamento ambiental,
compatibilizando os estudos arqueológicos com as fases de Licença Prévia (LP),
Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO);
 Memorando Circular nº 14/2012/CNA/DEPAM, de 11 de dezembro de 2012,
que revoga as orientações sobre Diagnóstico Arqueológico Não Interventivo
contidas no Memorando nº 002/2008 GEPAM/DEPAM de 16/05/2008, além de
conjugar as etapas de Diagnóstico e Prospecção (art. 12);
 Portaria Interministerial n° 60, de 24 de março de 2015, que estabelece
procedimentos administrativos que disciplinam a atuação dos órgãos e entidades
da administração pública federal em processos de licenciamento ambiental de
competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis-IBAMA.
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2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo coincide com os limites da propriedade de inserção do empreendimento.


Situa-se no município de João Pinheiro, na Mesorregião Noroeste de Minas Gerais e na
Microrregião de Paracatu, a uma distância de 401 km de Belo Horizonte. Especificamente,
a Fazenda Centenário está localizada na zona rural do município, no distrito de Cana Brava,
tendo como municípios limítrofes Presidente Olegário, Lagoa Grande, Paracatu, Unaí,
Brasilândia de Minas, Buritizeiro, Varjão de Minas e São Gonçalo do Abaeté. (Figura 2.1).

Figura 2.1 - Localização da área de estudo


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A Fazenda tem uma área total georreferenciada de 7.536, 26 ha e área total cartografada
e cartorial de 9.617,97 ha. A alteração do uso do solo ocorreu na década de 1970,
mediante supressão da vegetação nativa para formação de pastagens artificiais, e
aproveitamento da madeira para produção de carvão vegetal. Já na década de 1980, as
áreas de pastagem foram sendo substituídas paulatinamente, pela empresa ARG LTDA,
por plantio de eucalipto, por meio de Projetos de Reflorestamentos incentivados por
ações do governo.
A colheita da floresta de eucalipto destina-se à produção de carvão vegetal, realizada
em Pirapora-MG, em propriedade de responsabilidade também da Minasligas. Parte da
lenha é aproveitada como subproduto para geração de cavacos. Independente da forma,
todo subproduto florestal é aproveitado de maneira integral.

2.1. Contextualização da Paisagem na área de estudo

A contextualização da Paisagem em seus aspectos geoambientais e culturais foi


elaborada a partir do levantamento de fontes secundárias.

2.1.1. Geologia e Geomorfologia

Geologicamente, a área encontra-se inserida na poção meridional do Cráton do São


Francisco, na bacia do rio do Sono e porção da bacia do médio Rio São Francisco. O
cráton São Francisco é uma mega-estrutura geotectônica que se desenvolveu durante o
Proterozóico Médio e Superior, com suas faixas marginais de idade neoproterozóica. O
cráton encontra-se coberto por coberturas sedimentares do Proterozóico Médio e
Superior e Fanerozóico:

 O Grupo Conselheiro Mata do Supergrupo Espinhaço, Proterozóico Médio,


consiste de alternâncias cíclicas de sedimentos arenosos e siltitico-argilosos
caracterizando episódios transgressivos e regressivos em ambiente marinho. As
litologias das sequências epiclásticas grosseiras de modo geral consistem de
quartzitos, metapelitos, siltitos e filitos;
 O Grupo Bambuí do Proterozóico Superior, seus sedimentos se depositaram
sobre uma plataforma epicontinental estável, em bacia caracterizada por
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gradiente de fundo muito fraco e por águas rasas, o que explica a constância
das litofácies sobre enormes distâncias e suas variações muito rápidas em
função de modificações menores da paleogeografia. A sequência sedimentar
permite identificar três megaciclos sedimentares regressivos sucedendo a uma
glaciação em escala continental. Engloba a Formação Jequitaí, o Subgrupo
Paraopeba, e a Formação Três Marias.
 O Grupo Macaúbas do Proterozóico Superior representa uma sequência
sedimentar grosseira, depositada em discordância sobre o supergrupo
Espinhaço. E provavelmente interdigitado ao Bambuí.
 O Grupo Santa Fé do Paleozóico, constitui-se de arenitos, siltitos e argilitos
calcíferos. Esse grupo está localizado a noroeste do Chapadão dos Gerais e na
região do Córrego do Capim Branco. O contato com as rochas Bambuí é
brusco e discordante (erosional).
 Grupo Areado do Cretáceo Inferior compõe-se de arenitos eólicos, siltitos de
planícies aluviais e conglomerados. Abrange uma grande extensão no
município de Buritizeiro, estando associado á área de várzea de vários
córregos e ribeirões. O contato com as rochas do Grupo Bambuí e Santa Fé é
por discordância angular e erosicional.
 Grupo Mata da Corda do Cretáceo Superior, ocorre no Chapadão dos
Gerais (interflúvio entre os rios São Francisco-Paracatu), compõe-se de
rochas alcalinas máficas e ultramáficas de natureza efusiva e piroclástica e
rochas sedimentares epiclásticas.
 Grupo Urucuia do Cretáceo Superior é formado por arenitos e arcóseos
inconsolidados, localmente silicificados. Compreendem regiões
“testemunho”, localizadas em elevadas altitudes como na Serra do Jatobá.
 As Coberturas Detríticas do Terciário/Quaternário, caracterizadas por
sedimentos arenosos, areno-argilosos e argilo-siltosos inconsolidados,
abrangem grande área no município, sobrepondo geralmente às rochas do
Grupo Areado em cotas superiores a 600 m, compondo uma superfície plana
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de altitude intermédia entre as altas e baixas cotas topográficas da região dos


municípios.
 Os Depósitos Aluviais do Quaternário ao longo da depressão em que se
encontram encaixados os principais rios da região (Rio São Francisco,
Paracatu, Rio do Sono, Rio Areia, Rio Santa Fé), constituem-se de sedimentos
inconsolidados, de natureza arenosa, areno-argilosa, argilo-síltica contendo
seixos e matacões. Nas bordas das depressões fluviais encontram-se os
terraços aluviais, caracterizados por sedimentos arenosos inconsolidados,
resultantes do retrabalhamento das coberturas antigas e estão redistribuídos
em terraços e planícies.
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Figura 2.2 - Unidades geológicas e litótipos


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Quanto à Geomorfologia, a área de estudo está inserida na unidade geomorfológica do


Planalto São Francisco. É constituída pelas rochas metamórficas do Grupo Canastra, do
Pré-Cambriano Médio, e pelas rochas quartzíticas da Formação Paranoá e rochas arcosianas
da Formação Três Marias, do Grupo Bambuí, do Pré-Cambriano Superior.
Este planalto, representado por capeamentos sedimentares, compõe amplas superfícies
tabulares ou chapadas com topos nas cotas de 800 a 1.000 metros. Estas superfícies
tabulares, resultantes de uma fase de aplainamento do Cretáceo Superior/Terciário
Inferior, desenvolveram-se predominantemente sobre os arenitos dos Grupos Mata da
Corda e Areado e da Formação Urucuia. Seus limites são definidos por rebordos
erosivos bem marcados por escarpas. O topo destas chapadas é constituído por
Latossolos bem desenvolvidos e muito permeáveis com drenagem superficial pouco
densa ou ausente, caracterizando um escoamento superficial muito reduzido ou nulo.
Uma feição típica na bacia com relação ao escoamento superficial são as cabeceiras de
drenagem, constituídas por vales rasos de fundo plano, denominados “veredas”, que têm
origem nos planaltos e suas encostas e constitui exutórios das águas subterrâneas dos
arenitos cretáceos.
O retrabalhamento erosivo destas superfícies tabulares, provocadas por progressivo
aprofundamento da drenagem, deu origem a formas identificadas como superfícies
tabulares reelaboradas e superfícies tabulares onduladas, que ocorrem em geral em
altitudes intermediárias, entre as cotas de 600 a 800 metros.
As superfícies tabulares reelaboradas, que circundam as superfícies tabulares, evoluíram
principalmente sobre as rochas do Grupo Areado, tendo constituição mais arenosa, ou
sobre rochas do Grupo Bambuí, onde as coberturas sedimentares foram totalmente
dissecadas.
As superfícies tabulares onduladas correspondem às áreas onde os processos erosivos
retrabalharam a superfície basal das formações cretáceas, evoluindo sobre rochas
argilosas ou sobre formações arenosas pouco espessas, sendo delimitadas por vertentes
íngremes ou escarpamentos. Mostram, em geral, um escoamento superficial mais
concentrado.
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As rochas metamórficas do Grupo Canastra têm ocorrência bastante restrita, na borda


ocidental sul da bacia, e são representadas por quartzo-xistos constituídos de
intercalações laminares de quartzito e xisto de cor cinza, quartzitos cataclásticos e xistos
grafitosos, plaqueados, de coloração prateada. Caracteriza-se estruturalmente por
intensos dobramentos em estilo assimétrico e pelo conjunto de falhas de cavalgamento
com estilo de “escamas imbricadas”, e inversões estratigráficas. O seu contato inferior
se dá com as rochas da Formação Paraopeba através de uma extensa falha de
cavalgamento onde o Grupo Canastra mais antigo, encontra-se estruturalmente
sobreposto ao Grupo Bambuí, mais novo na coluna estratigráfica. O seu contato
superior se dá sob discordância erosiva com os sedimentos detríticos de cobertura
terciário-quaternários (TQc) e sob discordância com os calco-xistos pré-Cambrianos da
Formação Ibiá, nas áreas ocidentais limítrofes da bacia do Paracatu, entrando no
território do Estado de Goiás.
As rochas da Formação Três Marias, de maior expressão geográfica relativa a este
sistema aquífero, constitui o topo da sequência estratigráfica do Grupo Bambuí,
apresentando na base contato gradacional com as rochas pelítico-carbonatadas da
Formação Paraopeba, encontrando-se frequentemente recoberta pelos sedimentos
cretácicos (K) e pelas coberturas detríticas terciário-quaternárias (TQc). Na área
associada às falhas de empurrão do rio Santo Antônio-Canabrava, e João Pinheiro, a
Formação Três Marias se posiciona sob contato estrutural com as rochas pelítico-
carbonatadas e carbonáticas da Formação Paraopeba.
A Formação Três Marias tem uma área aflorante correspondente a cerca de 20% da área
total da bacia. Do ponto de vista litológico, a Formação Três Marias apresenta-se
regionalmente como uma sucessão de mais de 400 m de sedimentos imaturos, onde
predominam arcósios finos a médios, de cor cinza-esverdeada, com intercalações finas,
decimétricas, de siltitos feldspáticos. Via de regra, o produto de intemperismo destas
rochas apresenta estruturas de esfoliação esferoidal, com o desenvolvimento de
matacões.
A fazenda está contida na unidade geomorfológica denominada de Planalto São
Francisco, com processos de pedimentação do tipo:
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Superfície ondulada - superfície de aplainamento degradada em área de depressão,


cujos depósitos de cobertura foram ou estão sendo removido pelo escoamento
superficial concentrado.
Superfície aplainada - superfície de aplainamento em área de depressão com depósitos
de cobertura de textura variada, rede de drenagem constituída por veredas e vales pouco
aprofundados.

2.1.2. Solos
A geologia e a geomorfologia caracterizam os solos mantendo uma estreita relação com
a paisagem, seja esta natural ou antrópica. Na Área de Influência Direta predominam os
neossolos e uma pequena porção de latossolos vermelho-amarelos.

A classificação adotada foi a do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa


– Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 1999). As características de cada classe
de solo serão descritas a seguir.

1. Neossolos

São solos constituídos por material mineral ou orgânico, pouco espessos (30 cm). Não
modificam seu material originário por apresentarem resistência ao intemperismo, a
composições químicas e também devido ao relevo que pode impedir ou limitar sua
evolução. São solos pouco desenvolvidos e normalmente rasos, de formação muito
recente, encontrados nas mais diversas condições de relevo e drenagem.

 Neossolos Flúvicos ou Solos Aluviais


Ocorre próximo a rios ou drenagens em relevo plano a suave ondulado, sendo evidentes
as camadas de solo depositadas, que se diferenciam pela cor e textura. Geralmente
apresentam granulometria arenosa e Horizonte A bem desenvolvido. Vegetação de
matas de galeria e ciliares geralmente ocorre nesse tipo de solo.
 Neossolos Quartzarênicos
Geralmente ocupam cerca de 15% da área das áreas de cerrado. Eles são muito
profundos e a textura dessa classe é de arenosa a franca arenosa. A característica
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principal destes solos, no entanto, é serem completamente dominados por areia. Como o
nome já diz, o mineral da fração areia destes solos é o quartzo. Quartzo é um mineral
extremamente resistente ao intemperismo e desprovido de nutrientes. Os poucos
nutrientes que existem nos Neossolos Quartzarênicos estão concentrados na matéria
orgânica. A cor avermelhada destes solos é dada por um pouco de hematita (um óxido
de ferro) que também está presente. Os Neossolos Quartzarênicos são solos muito
homogêneos. A única diferença entre os horizontes destes solos é devida à presença de
matéria orgânica nos primeiros 10 ou 15 cm. O Horizonte A é seguido diretamente pelo
Horizonte C, já que o alto teor de areia não permite formação de Horizonte B. Os
Neossolos Quartzarênicos ocorrem em grandes áreas contínuas em todos os estados do
Cerrado. Raramente encontram-se Neossolos Quartzarênicos no alto de chapadas, sua
ocorrência comum é na porção transicional das chapadas para os rebordos e escarpas de
relevo. Normalmente, elas ocupam altitudes mais baixas com relevo suavemente
ondulado.

2. Latossolos

Geralmente apresentam avançado estágio de intemperização, pois são destituídos


(virtualmente) de minerais primários e secundários; normalmente são muito profundos,
bem drenados, ácidos e de baixa fertilidade, podendo apresentar toxidez por alumínio
para as plantas. Entretanto, a profundidade do solo associada ao relevo suave os torna
de boa aptidão agrícola, desde que corrigida a fertilidade química, podendo ser
utilizados com culturas de inverno e de verão.

 Latossolos Vermelhos
São encontrados nas Chapadas do Rio São Francisco. Os Latossolos Vermelhos são
Latossolos cuja cor é igual ou mais vermelha que 2,5YR na notação de Munsell. Os
Latossolos Vermelhos podem ser divididos em Latossolos Vermelhos férricos e não
férricos. Nos Latossolos Vermelhos não-férricos (LV), o teor de óxidos de ferro
extraídos pelo ataque sulfúrico é menor que 18%. Estes solos ocupam 19% da área do
Cerrado. A cor vermelha dos Latossolos Vermelhos não-férricos é devida ao mineral
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hematita (um óxido de ferro). Existem LV com todo o tipo de textura desde muito
argilosa à média. A forte coloração faz com que seja relativamente difícil separar os
horizontes somente com base na cor. O material de origem desses solos é bem variado
desde arenitos até rochas pelíticas, desde que tenham teores razoáveis de ferro.

 Latossolos Vermelho - Amarelos (LVA)


São encontrados na área de influência indireta nas chapadas do Rio São Francisco,
patamares dos Rios São Francisco, Tocantins e Serra da Saudade.Apresentam avançado
estágio de intemperização, pois são destituídos (virtualmente) de minerais primários e
secundários; normalmente são muito profundos. Os Latossolos vermelho-amarelo,
apresentando textura argilosa a média são encontrados na maior parte das áreas de
pastagens – chapadas. A distinção entre os latossolos Vermelho-Escuro e Amarelo está
apenas relacionada à cor do horizonte B. Neste, as cores são de vermelha à amarela,
matiz 2,5 YR ou mais amarelada. O nome Latossolos Vermelho-Amarelo (LVA) é
reservado para os latossolos que possuem cor laranjada, com matriz Munsell entre
2,5YR e 5YR. O teor de óxidos de ferro extraídos pelo ataque sulfúrico é geralmente,
mas nem sempre, menor que em outros latossolos. Isso acontece ou porque material de
origem era pobre em ferro ou porque o ferro foi removido do solo pela água de
percolação. O LVA pode apresentar todo o tipo de textura, desde média até muito
argilosa. Embora os LVAs geralmente tenham vários metros de profundidade, ele não é
tão profundo quantos os Latossolos Vermelhos. Existem LVA tanto em áreas planas no
alto das chapadas (±1.000m) como em áreas suavemente onduladas em altitudes mais
baixas. Todos ou praticamente todos os LVA do cerrado são bastante ácidos e pobres
em nutrientes. Contudo, quando corrigidos e adubados tornam-se muito produtivos. Em
situações semelhantes, os LVA tendem a fixar menos fósforo e serem um pouco mais
úmidos que os Latossolos Vermelhos.
Em termos gerais, os solos predominantes na fazenda Centenário são aqueles com
Horizonte B Latossólico, que se caracterizam por uma transição difusa e gradual entre
os horizontes. O horizonte B, normalmente, tem mais de um metro de espessura e não
possui estrutura, sendo maciço e poroso. Havendo estrutura, esta ocorre, comumente, do
tipo granular, cujo desenvolvimento é fraco ou moderado. Na sua estrutura física, esses
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solos apresentam teores de silte muito baixos, em relação às frações de areia e argila. Os
agregados do solo apresentam alto grau de estabilidade, resultando em teores
inexistentes ou baixos de argila natural (argila dispersa em água) na maioria dos sub-
horizontes do B.
A relação Si02/Al2O3 (Ki) é baixa, inferior a 2,3. Há uma predominância de óxido de
ferro, alumínio e caulinita na massa do solo.
Os solos com horizonte B latossólico são muito intemperizados ou se desenvolveram a
partir de materiais ricos em sílica e óxido de alumínio, e têm, como conseqüência, perfis
profundos e bem drenados, onde a lavagem da sílica e bases (Ca, Mg, K, Na) oferecem
as condições mais favoráveis para formação de argilas de baixa capacidade de troca. Os
óxidos de ferro livres contribuem para agregação das partículas de silte e argila, fazendo
com que estes solos sejam bem arejados e friáveis, com ótimas propriedades físicas e
predominância das cores vermelhas e amarelada. Em contra partida, a baixa atividade
das argilas silicatadas e dos óxidos de ferro, fazem com que sejam deficientes em
nutrientes.
Nas áreas com relevo plano e suave ondulado, ocupando as superfícies de aplainamento
e também nas superfícies tabulares, ondulares da fazenda Centenário predominam o
Latossolo Vermelho Escuro Distrófico.
Estes solos possuem um potencial agrícola condicionado à aplicação de fertilizantes e
corretivos, e uso de motomecanização. São solos utilizados para pastagens plantadas e
para reflorestamento.
Outras classes de solos encontrados na fazenda Centenário são os Cambisolos e os
Neossolos Quartzarênicos.
Os solos com Horizonte “B” Câmbico distinguem-se por serem rasos ou mediamente
profundos, acidez normalmente elevada e baixa fertilidade natural. São bem drenados,
superficialmente, mas tendem a moderadamente drenados em profundidade, sendo
muito susceptíveis à erosão. É freqüente a ocorrência de uma camada superficial de
calhaus e de cascalhos lateríticos ou não, de espessura variável. Essa camada
concrecionária aparece principalmente em faixas estreitas nas bordas dos platôs.Esses
solos apresentam seqüência de horizontes A, B, C, bem diferenciados.
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O horizonte A tem espessura em torno de 20 cm. Quanto à textura, observa-se com mais
freqüência as seguintes classes texturais: franco argilosa cascalhenta, argila siltosa e
franco-argilo-arenosa. A estrutura é, em geral, fracamente desenvolvida, dos tipos
blocos subangulares e granular de tamanhos pequenos e grandes. A consistência é
ligeiramente dura quando seco, firme ou friável quando úmido e ligeiramente plástica a
ligeiramente pegajosa, quando molhado.
A transição para o horizonte B é feita de forma gradual e plana. O horizonte B, com
espessura quase sempre inferior a 1 metro, é de coloração bruno forte e vermelho-
amarelada. Quanto à textura, varia de franco-argilo-arenosa a argilosa. A estrutura
apresenta aspecto maciço, podendo ocorrer como forte, grande, prismática que se desfaz
em blocos subangulares. Mas em geral apresenta-se como moderada, pequena e média,
com blocos subangulares. É duro quando seco, firme a friável quando úmido, e
ligeiramente plástico ou plástico a ligeiramente pegajoso, quando molhada.
A transição para C é gradual e plana. O horizonte C é de espessura variável e
normalmente de coloração vermelha. Apresenta-se, às vezes, mosqueado amarelado e
também observa-se alguns vestígios de rochas, bastante intemperizadas.
As principais limitações para o uso agrícola estão na baixa fertilidade natural, alta
saturação de alumínio, suscetibilidade à erosão, relevo forte ondulado, camada
concrecionária na superfície e associação quase sempre com solos litólicos, inviabilizam
esses solos para a agricultura. Poderiam ser ocupados por reflorestamento e pecuária
extensiva, contudo, como ocupam áreas com relevo ondulado, estas áreas foram
preservadas (áreas de reserva legal) na fazenda Centenário.
Os Neossolos Quartzarênicos são solos arenosos profundos, com teores de argila abaixo
de 15%, excessivamente drenados, de fertilidade natural baixa, formados por material
arenoso, virtualmente destituídos de minerais primários, facilmente intemperizáveis.
Apresentam sequência dos horizontes A1, C1, C2, com espessura acima de 200 cm. Há
pequena diferenciação entre os horizontes A e C, devido a pequena variação de suas
características morfológicas, podendo ser evidenciadas algumas diferenciações de cor e
um ligeiro aumento na porcentagem de argila com a profundidade do perfil.
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O horizonte A pode compreender os sub-horizontes A1 e A3. As cores predominantes


são bruno escura, bruno amarelada, bruno avermelhada e vermelho escuro. Quanto à
classe estrutural, predomina areia e areia franca. Normalmente, não apresenta estrutura,
sendo constituídos de grão simples; quando há indício de estrutura, esta é devida à
agregação de solo pela matéria orgânica, sendo fracamente desenvolvida do tipo
granular tamanho pequeno.
A consistência é solta ou macia quando seco, solta a friável quando úmido e não
plástica a ligeiramente plástica e não pegajosa a ligeiramente pegajosa quando molhado.
No horizonte C a classe textural predominante é areia franca ou franco arenosa. Não
apresenta estrutura, predominando grão simples. Quando ocorre estrutura, esta é do tipo
granular fracamente desenvolvida, de aspecto maciço poroso.
Esses solos ocorrem com mais frequência em relevo plano e suave ondulado e em
relevo forte ondulado. As coberturas vegetais normalmente encontradas sobre esses
solos são os cerrados e os campos cerrados. Estes solos apresentam, como principais
limitações de uso agrícola, a fertilidade natural muito baixa (resultante da pobreza em
macro e micro nutrientes) e a capacidade de retenção de água e nutrientes é muito baixa
(em consequência da textura arenosa, o que dificulta as práticas de adubação).
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Figura 2.3 - Pedologia


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2.1.3. Hidrografia

O município está situado dentro da sub-bacia do rio do Sono com uma área de
drenagem de 5.969 Km², pertencente à bacia do rio Paracatu que por sua vez está dentro
bacia do rio São Francisco. O rio do Sono nasce na Serra das Almas, em uma região de
veredas, no município de João Pinheiro, a uma altitude 960 m no sul da sub-bacia. No
sentido norte-sul o rio percorre 232,34 Km até chegar ao rio Paracatu, a uma cota de
480 m. O seu percurso pode ser dividido em três trechos: Alto, Médio e Baixo rio do
Sono. A Fazenda Centenário se localiza no baixo rio do Sono, após a confluência com o
rio Santo Antônio. Os principais afluentes do rio são: ribeirão das Almas, rio Santo
Antônio e ribeirão das Gaitas.
A fazenda apresenta pequenos cursos d’água, que desaguam no rio do Sono. Uma parte
da fazenda, correspondente a 283 ha está dentro da sub-bacia do córrego da Gameleira
que deságua no rio Paracatu, no oeste da fazenda.
O período em que o rio apresenta os maiores volumes de água ocorre de novembro a
abril, momento no qual ocorrem as cheias. Já a vazão acontece de maio a setembro,
onde o rio perde grandes volumes de água, mas chega a secar. Os cursos d’água da sub-
bacia do rio do Sono são perenes, correndo durante do o ano.
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Figura 2.4 - Drenagens


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2.1.4. Clima

O clima é classificado como Aw de acordo com a Köppen e Geiger. O clima da região é


o tropical seco, com uma temperatura média anual variando entre 22°C e 24°C, sendo
os meses mais quentes de setembro e outubro, e os mais frios são junho, julho e agosto.
O período chuvoso vai de outubro a abril, os meses mais secos são junho, julho e
agosto. A média anual de pluviosidade é de 1406 mm.

Figura 2.5 - Mapa de inserção da área na classificação climática de Köppen e


Geiger
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2.1.5. Biomas

Conforme Aziz Ab’Saber (2007), João Pinheiro está situado dentro do domínio dos
Cerrados, sendo uma região de planaltos. Os solos deste domínio geralmente são
pobres, apesar das condições topográficas e climáticas serem favoráveis, com índices
pluviométricos regulares que proporcionando uma grande biodiversidade. No Brasil
apresenta uma área avaliada entre 1,7 e 1,9 milhões de quilômetros quadrados.
O Cerrado é constituído por uma grande diversidade vegetacional. Apresenta vegetação
esparsa, com árvores retorcidas e casca grossa, mas podendo ter matas volumosas e
campos com gramíneas. Ribeiro & Walter citado por Melo (1992), classificou o
Cerrado por meio de suas diferentes formações como as florestais, que engloba o
cerradão, floresta de galeria e mata ciliar; savânicas, com o cerrado sensu stricto, parque
de cerrado, palmerais e vereda; campestres, campo limpo, campo sujo e campo rupestre.
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Figura 2.6 - Biomas

De acordo com Instituto Estadual de Florestas – IEF (2005), a região onde está
localizada a fazenda Centenário apresenta os seguintes tipos vegetacionais:

 Floresta estacional Semidecidual


Composta por comunidades que abrangem agrupamentos florestais úmidos e estacionais
semideciduais – são as florestas ciliares e de galeria ao longo dos cursos d’água.
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 Floresta estacional decidual


Engloba os agrupamentos remanescentes florestais tropicais caducifólios, caracterizados
como matas secas ou mesófilas. Savanas: abrangem as diversas formações e fisionomias
específicas que caracterizam a região do Cerrado.

 Formações pioneiras
Nessas comunidades estão incluídos os buritizais ou veredas e a vegetação de várzea.

 Tratos antrópicos
Caracterizados pelo reflorestamento com pinus e eucaliptos e sistemas agropecuários.

A vegetação nativa do Cerrado vem sendo muito desmatada nos últimos anos, sendo
substituídos por pastagens para gado, reflorestamento (eucalipto), e culturas
permanentes. As veredas encontradas próximas a sub-bacia do rio do Sono encontram-
se bastante degradadas, pelo reflorestamento. Na sub-bacia do rio do Sono, estão
presentes duas unidades de conservação, o Parque Municipal do Capão da Água Limpa
e a Área de Proteção Ambiental Lagoas Marginais do Rio São Francisco e seus
afluentes, onde a vegetação nativa apresenta preservada (SUPRAM, 2009).

De acordo com EIA/RIMA, a fauna em João Pinheiro apresenta espécies endêmicas,


raras e que estão ameaçadas de extinção, assim apresentando grande importância para a
manutenção da biodiversidade do cerrado. Entre as principais espécies temos: a arara-
canindé (Ara ararauna), a ema (Rhea americana), o colhereiro (Platalea ajaja), a
cabeça-seca (Mycteria americana), o mutum-de-penacho (Crax fasciolata).

Foram registradas 15 espécies de anfíbios e 16 espécies de repteis, que aparentemente


se adaptaram bem aos ambientes modificados pelo ser humano, elas estão distribuídas
por um vasto território da região, próximo a cursos de água. Todas as espécies
localizadas se encontram fora de perigo.

A respeito das aves, 120 espécies foram registradas na região, mostrando uma variedade
rica e diversificada. Entre as aves podemos citar: Seriema (Cariama cristata), a
Curicaca (Theristicus caudatus), a Araracanindé (Ara ararauna), o Andorinhão-do-
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buriti (Tachornis squamata), o Arapaçu do cerrado (Lepidocolaptes angustirostris), a


Gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), o Sanhaço-de-fogo (Piranga flava), a
Patativa (Sporophila plumbea) e o Mineirinho (Charitospiza eucosma). Entre os
mamíferos foram registradas 32 espécies, o que representa cerca de 13% das espécies
que ocorrem em Minas Gerais. Algumas das espécies encontram-se ameaçadas devido à
ação do ser humano, por meio da caça e tráfico de animais principalmente. O tatu-
canastra (Priodontes maximus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e a anta
(Tapirus terrestres) são algumas dessas espécies.

2.2. Contextualização Cultural

2.2.1. Contextualização Etnohistórica


O sertão do rio São Francisco, foi um grande cenário de guerra e dominação, exemplo
da colonização sangrenta e forçada da metrópole portuguesa imposta aos povos
originários. Os bandeirantes buscavam pedras preciosas e prisioneiros, além de mão de
obra. Em alguns trechos dos rios e sertões eram habitadas por comunidades nativas que
defendiam seu território. Foram intensas as lutas até os bandeirantes começarem a
ocupar a área de modo intenso, criando suas fazendas e abrindo pastos para a criação do
gado. “A presença indígena na Capitania de Minas Gerais é muito antiga, ainda que
pouco relatada e analisada pelos documentos coevos e pela historiografia nacional”
(LAMAS 2012:229).

A desembocadura do rio das Velhas com o rio São Francisco foi conhecida como Barra
do Guaicuí pelos índios, era um local importante de colonização da região, pelo trânsito
comercial e pelos depósitos de sal. O arraial também era conhecido como Barra do Rio
das Velhas, e lá foi construída a igreja de Nossa Senhora de Matozinhos pelos padres
Jesuítas no século XVII. A construção da igreja nunca foi finalizada, o motivo não se
sabe ao certo, mas muito se fala que devido as grandes inundações ocorridas ali, pelas
febres e epidemias que chegavam junto a tropeiros e forasteiros, a construção não foi
terminada. A igreja foi abandonada em 1759 quando os jesuítas foram expulsos do
Brasil. Quando retornaram começaram a construir outra igreja no distrito de Porteiras, a
meia légua do arraial de Guaicuí (CAM. MUN. DE VARZEA DA PALMA, 2016).
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1. Entradas Quinhentistas
A fonte mais antiga que relata a entrada dos cristãos nos sertões de Minas Gerais é a
carta do Padre Aspicuelta de Navarro, “que fala da entrada comandada por Espinosa,
que partiu de Porto Seguro em meados de 1552, subindo o Rio Jequitinhonha com uma
escolta de 12 homens, alcançando o alto vale do rio São Francisco, próximo à
confluência com o rio das Velhas” (ABREU, 1982:279; DERBY, 1901:245; RAPM,
1901: 161 apud HENRIQUES et al, 2004).

Dentre os grupos indígenas que habitaram a região noroeste de Minas Gerais, os


Xacriabás ocupavam a margem esquerda do rio São Francisco, mas também eram
encontrados nos territórios da Bahia, Pernambuco e Goiás. O primeiro contato dos
Xacriabás com europeus aconteceu na entrada liderada por Espinosa.

Navarro chamou o Xacriabá de Tapuia (ALMEIDA, 2005) Os tapuias eram, na opinião


de Navarro, “uma geração de Indios bestial e feros; porque andam pelos bosques, como
manadas de veados, nus, com os cabellos compridos como mulheres: a sua fala é mui
bárbara e elles mui carniceiros...” (ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO, 1901: 162 apud
HENRIQUES et al 2004:203).

Cinquenta anos após a expedição comandada por Espinosa houve outra expedição
partindo de São Paulo em 1601, liderada por André Leão. De acordo com o diário de
viagem, os exploradores atravessaram a serra da Mantiqueira a partir do rio Paraíba,
percorrendo o sul do atual estado de Minas Gerais. (HENRIQUES, G.; COSTA, F.;
KOOLE, E, 2004.). No diário relatam ter encontrado inúmeras aldeias abandonadas
com casas em ruínas, e colunas de fumaça na floresta, atribuindo sua autoria aos
indígenas.
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Figura 2.7 - Mapa das missões bandeirantes

Fonte: "O alto São Francisco e o mito dos Cataguá: contribuições para a história indígena em Minas
Gerais." Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia 14 (2004): 195-208”.

Depois destas, houve outras bandeiras no século XVII, lideradas por Nicolau Barreto
(1602) e Lourenço Castanho Tacques (1668), que tiveram por objetivo aprisionar
indígenas para realizar trabalho compulsório, além de servirem de guias para
adentrarem as matas.

Na expedição de Matias Cardoso de Almeida, já no final do século XVII, os Xacriabás


que habitavam a região foram reprimidos e transformados em mão-de-obra escrava para
abertura de fazendas e para a criação do arraial de Nossa Senhora da Conceição de
Morrinhos.

Em função da criação das fazendas, muitos indígenas tiveram que se deslocar para o rio
Urucuia. No início do século XVIII os Xacriabás foram convocados por Januário
Cardoso de Almeida, filho de Matias Cardoso, para guerrearem contra os Kayapós,
grupo inimigo dos Xacriabás e dos bandeirantes que ali habitavam. Ao vencer a guerra,
os indígenas ganham a liberdade e um lote de terra em recompensa aos serviços
prestados, localizado entre os rios Itacarambi, Peruaçu e São Francisco e limitado pelas
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serras Geral e Boa Vista. Com isso, se tem a criação do aldeamento de São João das
Missões, em 1728, localizado atualmente no município de mesmo nome (ALMEIDA,
2005).

Entretanto, “A partir do século XVIII não teremos mais informações sobre os grupos
indígenas originais, pois os nativos, que não foram mortos ou capturados, fugiram para
regiões não conquistadas, como o triângulo mineiro e o território de Goiás”
(HENRIQUES et al, 2004:202). Então, é possível depreender como as bandeiras
causaram grandes impactos para a vida dos indígenas na região, e posteriormente aos
estudos etnohistóricos sobre eles.

Durante as bandeiras, as línguas indígenas não foram estudadas nem catalogadas,


entretanto, estudos recentes mostram que os povos originários que viviam nesta região
eram integrantes do tronco linguístico Macro-Jê (DAVIS, 1968, 1966; URBAN,
1998:90 apud HENRIQUES et Al 2004). A indiferença e em relação aos aspectos
culturais dos grupos habitantes dos sertões mineiros é amplamente observada, por
exemplo, “Os termos Tapuia e Cataguá têm muito em comum (Lowie 1946; Silveira
Bueno 1998); ambos são genéricos, quase pejorativos, e não designam nenhuma tribo
especificamente, mas povos ‘não- Tupi’, bárbaros habitantes do mato”. (HENRIQUES
et al 2004 p.203).

Portanto, os povos que eram habitantes dos sertões de minas gerais no período pré-
colonial eram vistos, unificados e reificados como uma “terrível nação Cataguá”,
contudo, “As fontes documentais dos séculos XVI e XVII, que mencionam os grupos
indígenas habitantes do alto curso do rio São Francisco e proximidades, são totalmente
omissas em relação a uma Nação Cataguá” (HENRIQUES et al, 2004:203).
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Catequização Cristã

Os sertões mineiros foram alvo de missões de catequese dos indígenas, tal catequese
serviu a propósitos intrinsecamente coloniais que visavam à ampliação das terras que
poderiam ser exploradas.

Dentro desse contexto, quando em 1765 o Governador das Minas Gerais Luís Diogo
Lobo da Silva criou a Freguesia do Mártir São Manoel do Rio da Pomba e Peixe dos
Índios Coroados e Coropós, e enviou o padre Manoel de Jesus Maria 1 para executar a
missão de cristianizar e pacificar os referidos indígenas, ele desencadeou não somente
um processo de desbravamento e conquista da terra como também oficializou uma
importante questão relativa à fronteira interna da Capitania mineira. (LAMAS
2012:229).

A historiografia colonial de Minas tratou a dominação ideológica, moral e religiosa


imposta aos nativos, de forma romântica a partir de uma visão de que os indígenas
estavam de alguma forma, auxiliando no processo civilizatório e desbravamento da
região, na visão ingênua de que serviam como “bons guias” dentro dos sertões
inexplorados. Entretanto os indígenas se mostravam bem mais resistentes ao processo
de dominação, e de fato desempenhavam várias ações de boicote aos colonos.

Em 24 de abril e em 27 de maio de 1795 a Câmara de Mariana enviou à Secretaria de


Estado da Marinha e de Negócios Ultramarinos uma representação na qual solicitava
medidas de segurança à indústria e ao comércio referente à defesa dos colonos que se
situavam no sertão e viam-se ameaçados pelos ataques dos Puris e dos Botocudos
(LAMAS 2012:230).

Dessa forma, a catequese indígena estava, sobretudo, voltada para ações econômicas e
configurava um grande problema para a coroa, face aos intensos problemas dos
indígenas revoltosos. Os modos como estes aspectos de catequização e dominação eram

1
Manuel de Jesus Maria (Ouro Preto, 1731 — Rio Pomba, 6 de dezembro de 1811) foi um vigário do
Bispado de Mariana e um dos pioneiros da colonização da Zona da Mata de Minas Gerais.
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tratados e pensados tanto pela coroa quanto pelos intelectuais da elite que estavam
responsáveis por escrever a historiografia, variavam no tempo, além de depender, de
quem era responsável pela administração da capitania.

A partir disso, os diversos tipos de ações desempenhadas concernentes aos variados


modos de colonização foram exercidas. Entretanto, um aspecto é comum:
“invariavelmente tomaram o caminho da violência e da conquista das terras anteriormente
dominadas pelas nações dos coroados, coropós e puris.” (LAMAS 2012:233).

Como pretexto, a fé cristã desempenhou importante papel, “assim, sob o artificio da fé e


civilização se enunciou o dever cristão de conduzir o “bárbaro selvagem” a salvação”.
(RIBEIRO 2008:7). Sobre isso, Nelson de Senna “refere-se à escravidão indígena no
período colonial e diz que “os antigos escravos índios, que acompanhavam as
‘bandeiras’ eram, via de regra, enumerados como tantas peças de carijós” (SENNA
1926 apud RIBEIRO 2008:48)”. Carijós era o termo utilizado genericamente para
designar índios que eram escravizados.

Na segunda metade do século XVII, encerrou-se o processo de conquista do território às


tribos indígenas estabelecidas na margem direita do alto-médio São Francisco. E então,
foi introduzida a mão de obra negra em seu lugar. Dando início ao “ciclo” econômico
da cana de açúcar.

2.2.2. Contextualização Histórica de João Pinheiro

A ocupação do território onde está localizado o atual município de João Pinheiro se


iniciou juntamente com os primeiros povoados do norte de Minas, a partir da criação de
rotas de comércio pelas bandeiras. Com a descoberta das minas em Paracatu a região
começou ser povoada e, além da mineração, se desenvolveram muitas fazendas de gado,
que foi a base de sustento da população. Um dos primeiros fazendeiros da região foi o
capitão João Jorge Rangel, que era possuidor de nove fazendas de gado no rio Paracatu;
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uma delas era a Santana da Caatinga, que ganhou destaque devido ao comércio de
produtos.

O primeiro povoado que surgiu pertencente ao bispado de Pernambuco foi Santana dos
Alegres. A origem do nome, segundo a tradição oral, se deve a um boi curraleiro muito
bravo que frequentava o arraial e ficava no local até a madrugada mugindo. O hábito do
boi denominado ‘Alegre’ deixava todos intrigados. Então, em 1818 o povoado começou
a se formar articulado por pequenos fazendeiros e garimpeiros atraídos pelas inúmeras
pastagens e lavras de diamantes.

A lei n° 1993 de 13 de novembro de 1873 elevou a categoria de vila o Arraial dos


Alegres e incorporando a freguesia Santana da Caatinga (SILVA, 2009). O garimpo do
diamante foi bastante explorado até 1902, nas margens do rio Santo Antônio e no leito
de seus afluentes.

Em 1911 a vila de Santana dos Alegres foi emancipada do município de Paracatu e


recebeu seu atual nome, João Pinheiro, em homenagem ao ex-presidente do Estado, e
tendo como distritos João Pinheiro, Água Limpa, Benfica, Canabrava, Catinga e
Veredas, os dois primeiros criados pela mesma lei de criação do município os outros
quatros desmembrados de Paracatu. Instalado em 25-09-1911.

O município ainda demorou a se desenvolver, ficando, em grande medida, dependente


de Paracatu. Assim, foi só em 1925 que Santana dos Alegres foi proclamado cidade e
sede de município. Em meados da década de 1950, João Pinheiro contava com cerca
1.448 habitantes, sendo que a maioria residia na zona rural. Somente com a construção
da rodovia BR-040 que liga Belo Horizonte a Brasília, a população começou a
aumentar, trazendo mais desenvolvimento e investimento à cidade e ao município como
um todo.
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2.2.3. Contextualização Arqueológica

As pesquisas arqueológicas da região norte do estado de Minas Gerais tiveram início no


final da década de 1970, no Vale do Rio Peruaçu, sob responsabilidade do Setor de
Arqueologia da UFMG. As pesquisas se concentraram no município de Montalvânia, e
tinham o objetivo de estudar as pinturas e gravuras rupestres da localidade.

No mesmo período iniciaram as pesquisas na região de Januária e Itacarambi, onde


alguns sítios em abrigos ganharam destaque, como Malhador, Boquete, Bichos,
Caboclo e Índio. Esses sítios apresentaram uma grande diversidade de instrumentos em
rocha e osso, além de evidências da utilização de pigmentos para pintura e cestos de
alimentos, com datas desde o final do Pleistoceno e todo o Holoceno (PROUS, 2013;
LINKE, 2014).

Juntamente com o Setor de Arqueologia da UFMG, o Instituto de Arqueologia


Brasileira (IAB), liderado por Ondemar Dias Jr., iniciou suas pesquisas ao longo do Rio
São Francisco. Nesses trabalhos foram localizadas as primeiras casas subterrâneas no
estado de Minas Gerais (PROUS, 2013).

Na Serra do Cabral arqueólogos da UFMG e do IAB, dentre outras instituições,


realizaram prospecções nos sítios Lapa Pintada III e Buenopólis e analisaram os
vestígios líticos, cerâmicos e as pinturas rupestres. (LINKE, 2014; PROUS, 2013).

Na década de 1980 as pesquisas se direcionaram para os municípios de Buritizeiro e


Jequitaí, no alto-médio Vale do Rio São Francisco. Em Buritizeiro foi localizado um
sítio pré-cerâmico com a presença de sepultamentos que remetem ao Holoceno Médio,
em uma região próxima a confluência do Rio São Francisco e do Rio das Velhas, o sítio
foi denominado de Caixa D’água. Além dos sepultamentos, foram identificados
diversos instrumentos líticos e ósseos, tais como bigornas, mós e percutores (PROUS et
alli., 2009).

Em Jequitaí, o sítio Bibocas II foi mais estudado devido as suas pinturas e a indústria
lítica feita em quartzito, matéria-prima muito encontrada na região. Em Varzelândia, a
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equipe do IAB se concentrou nos sítios Boqueirão, Soberbo e Lapa do Varal. As


pesquisas realizadas nesses sítios trouxeram importantes conhecimentos a respeito dos
ritos funerários e dos vegetais cultivados (PROUS, 2013).

No decorrer das pesquisas no Vale do Rio São Francisco, foi iniciado um levantamento
arqueológico na região de Montes Claros e Diamantina. Os estudos localizaram sítios
sob abrigo – Lapa do Boi e Lapa do Caboclo, e sítios a céu aberto – Garimpo do Turco,
revelando paredões com pinturas rupestres e uma grande indústria lítica em quartzo
hialino e quartzito, com os níveis mais antigos chegando a 10.500 BP. As escavações
identificaram também estruturas funerárias junto a couro animal (PROUS, 2013).

Nos últimos anos ocorreram outros estudos na região, buscando o entendimento da


ocupação regional. Rodet (2005) e Fogaça (2001) estudaram a tecnologia lítica do Vale
do Rio São Francisco, Isnardis (2004) e Ribeiro (2006) focaram na arte rupestre, e
Kipinis (2002) estudou os modelos econômicos de subsistência e ocupação do território
através dos vestígios arqueológicos do Vale do Peruaçu (LINKE, 2014).

As primeiras pesquisas arqueológicas na região Noroeste de Minas Gerais foram


realizadas pelo Instituto de Arqueologia de Brasileira (IAB) na década de 1970 dentro
do âmbito do PRONAPA. Foram localizados diversos sítios arqueológicos na região
dos rios Paracatu e Unaí. A Gruta do Gentio ganhou destaque devido à conservação e
aos vestígios arqueológicos encontrados. Posteriormente, foram localizados outros três
sítios cobertos: Saco Grande, Lapa da Foice I e Lapa da Foice II, todos eles localizados
no município de Unaí.

A Gruta do Gentio II foi escavada ainda na década de 1970, e os vestígios


arqueológicos encontrados foram: cordéis, cabaças, cestaria, arte plumária, couro,
contas ósseas, artefatos e adornos líticos e ósseos, restos vegetais, lascas, estruturas de
fogueiras, enterramento e pinturas rupestres (SENE, 2007).

A Lapa da Foice I foi escavada na década de 1980, está situado em um paredão calcário
a 8 km da Gruta do Gentio. Em diversos pontos da Lapa foram localizadas pinturas
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rupestres. Nas escavações foram localizados artefatos líticos lascados, associados a


poucos cacos de cerâmica, restos de cestaria e peças ósseas nos níveis superiores. Nas
camadas inferiores foram localizados raspadores laterais alongados e planos convexos
(“lesmas”) em ótimo estado de conservação. Também foram encontrados oito
sepultamentos em bom estado de conservação, mostrando possíveis práticas
cerimoniais.

A Lapa da Foice II está localizada a 300 metros da Lapa da Foice I, e nela também
foram encontradas pinturas rupestres (DIAS & CARVALHO, 1982).

De acordo com os dados do CNSA/SPGA, o município de João Pinheiro apresenta 3


sítios cadastrados: Córrego da Extrema, sítio pré-colonial com lítico lascado; Sono, sítio
pré-colonial com pinturas rupestres e lítico lascado; Maracujá, sítio histórico com
ruinas de edificação. Apesar de existir o cadastro desses três sítios no CNSA, apenas
dois deles se encontram no arquivo em formato shapefile do Banco de dados do IPHAN
de 2018, os sítios Sono e Maracujá.

O sítio arqueológico Sono é um sítio rupestre em abrigo de quartzito, localizado à beira


do Rio do Sono, em propriedade privada. Porém, a área fica aberta à visitação, com
direito a acampamento e pesca, mediante pagamento de uma taxa.

As pinturas se encontram alocadas no teto do abrigo. As representações são


maioritariamente geométricas, com linhas e pontilhados a dedo em vermelho, branco e
amarelo. As pinturas no sitio são atribuídas a chamada Tradição São Francisco, e estão
a 56 km a oeste do sitio Caixa d’água em Buritizeiro (PENHA, 2015).

Durante a primeira etapa de campo a equipe da CERN visitou o local. Apesar de ter sido
registrado em 2008 no CNSA/IPHAN, em 2017 não havia nenhuma placa indicativa no
local, assim como também não existia nenhuma proteção física para este bem. As
frequentes visitas ao local por parte dos visitantes são responsáveis pela grande
quantidade de lixo acumulado no abrigo e pelas pichações nas paredes e tetos da
formação rochosa.
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Figura 2.8 - Sitio Arqueológico Sono Figura 2.9 - Sitio Arqueológico Sono

Figura 2.10 - Paisagem ao chegar no Figura 2.11 - Vista do sítio Sono


sítio Sono

Figura 2.12 - Teto do abrigo - Pintura Figura 2.13 - Teto do abrigo com
rupestre à direita pichações sobrepostas às pinturas
rupestres.
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Figura 2.14 - Lixo nas cavidades do Figura 2.15 - Detalhe do lixo nas
abrigo cavidades do abrigo

Em fevereiro de 2014 a CERN, por meio da empresa Paralelo20, realizou uma vistoria
de superfície na Fazenda Centenário. A equipe identificou duas ocorrências
arqueológicas isoladas no talhão n° 188, sendo considerados como uma lasca e um
núcleo em seixo de quartzito (Figuras 2.16 - 2.19).

Figura 2.16 - Núcleo em seixo de Figura 2.17 - Núcleo em seixo de


quartzito - 23K 438687 E/ 8077349 N quartzito - 23K 438687 E/ 8077349 N
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Figura 2.18 - Lasca de quartzito Figura 2.19 - Lasca de quartzito -


Localização 438687 E/ 8077349 N Localização 438687 E/ 8077349 N

3. LEVANTAMENTOS ARQUEOLÓGICOS DE DIAGNÓSTICO E


PROSPECÇÃO NA FAZENDA CENTENÁRIO

Os levantamentos arqueológicos em campo foram divididos em duas etapas, devido á


questões logísticas relacionadas, sobretudo, às grandes dimensões da área a ser
prospectada.

3.1. Primeira etapa

A primeira etapa de campo ocorreu entre os dias 10 de julho a 5 de agosto de 2017.


Foram realizados caminhamentos e intervenções no subsolo (do tipo poço-teste) em
diferentes compartimentos da área, com o objetivo de avaliar o potencial arqueológico e
identificar eventuais impactos.

3.1.1. Caminhamento - Primeira etapa

Na ADA o caminhamento sistemático foi realizado através de transects paralelas de 100


em 100 m, em sentido norte-sul geográficos.
Na AID o caminhamento foi oportunístico, seguindo trilhas e picadas existentes,
observando-se a superfície do solo nos locais mais sujeitos à erosão e nos barrancos.
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O caminhamento foi georreferenciado em mapa e cada ponto de vistoria foi registrado


em câmera fotográfica e caderno de campo.

3.1.2. Intervenções no solo e subsolo - Primeira etapa

Considerando que a AID é constituída por áreas de reserva legal e de proteção


permanente, as intervenções no solo e subsolo foram realizadas exclusivamente na
ADA.

Foi aplicada uma malha de prospecção de 100 m x 100 m em áreas de potencial,


escolhidas em função das características geográficas e geomorfológicas, orientando a
abertura de poços-teste, todos seguindo os eixos Oeste-Leste e Sul-Norte geográficos,
georreferenciados com o uso de GPS.

No local da ocorrência arqueológica registrada em 2014, foi traçado um Buffer de 200


m e, no mesmo, foi aplicada uma malha de 50 x 50 m, no intuito de verificar a origem
das ocorrências. No entanto, não foram nem as ocorrências, nem outro fragmento de
rocha com sinais de modificação antrópica. Além disso, todos os poços-teste resultaram
ausentes de vestígios arqueológicos.

Cada abertura adotou a seguinte sequência:

1. Limpeza da área do poço-teste;


2. Observação superficial para identificação de material arqueológico no raio de
2 m do poço-teste, estando qualquer material identificado associado ao
respectivo pt;
3. Abertura propriamente dita do pt, com auxílio de cavadeira manual
articulada (boca de lobo). O pt teve um diâmetro máximo de 50 cm. A
profundidade máxima foi de 100 cm. Já a profundidade mínima dependeu dos
aspectos físicos, como compactação do solo, e dos dados contextuais sobre a
Arqueologia Regional. A separação de níveis foi natural, de acordo com a
estratigrafia, considerando as variações de cor e textura do solo.
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4. Análise do solo: Foram registrados os tipos de solo de cada nível


estratigráfico, de acordo com a sua coloração e textura. Cada nível foi
observado com o objetivo de identificar vestígios arqueológicos durante a
abertura do poço.
5. Coleta de material: Não foram identificados vestígios arqueológicos em
subsuperfície, portanto não ocorreu coleta;
6. Fechamento do Poço-teste: o solo foi recolocado no poço e o mesmo foi
fechado.
7. Documentação: Os poços teste foram plotados em coordenadas UTM. Todo o
processo foi registrado em caderneta de campo e em máquina fotográfica. Os
vestígios arqueológicos coletados em superfície foram colocados em sacos
plásticos e registrados na Ficha de Coleta. Esta ficha contém as seguintes
informações: Nome do projeto, empreendimento e município, Coordenadas
UTM, n° de ponto, Tipo (tipo de vestígio), Profundidade, Quantidade,
Observações, Responsável pela coleta, Data.

No total foram registrados 2.096 pontos de prospecção, entre poços-teste (1.838) e


pontos de vistoria superficial (258). Foram identificados afloramentos rochosos, alguns
com marcas de retirada, cascalheiras contendo concentração de seixos rolados de
arenito, quartzito e quartzo leitoso. Também foram identificados blocos erráticos de
brecha e afloramentos de filito próximo a drenagens.

Afloramentos de arenito em formato circular também são frequentes na área. A erosão


eólica em rochas com concreções ferruginosas - como os arenitos com coberturas
detrítico lateríticas da região - produz uma descamação esferoidal.

Os poços-teste evidenciaram características homogêneas; de uma forma geral, o solo se


mostrou arenoso a areno-argiloso, tanto em termos de textura quanto de granulometria,
e as cores variaram do marrom avermelhado para o alaranjado. Todos os poços-teste
apresentaram apenas um nível estratigráfico na profundidade de 100 cm.
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Em relação à profundidade, a máxima apresentou uma média de entre 80 a 90 cm,


devido à presença de cascalhos, seixos e à compactação do solo. A escolha dos locais já
estava pré-definida, porém alguns pontos foram deslocados devido às características
físicas do terreno.

Foram identificados vestígios arqueológicos de natureza lítica, de período pré-colonial,


apenas em superfície, sendo lascas de arenito e silexito provenientes de afloramentos,
núcleos e lascas de seixos de quartzo, quartzito e arenito. É importante ressaltar que não
foi identificado nenhum vestígio arqueológico em subsuperfície. Os locais prospectados
podem ser visualizados na Figura 3.1. Obs: as linhas pretas representam o
caminhamento.

Após as análises dos dados levantado na primeira etapa, foram delimitadas áreas de
potencial arqueológico, com base nos locais de ocorrência de vestígios arqueológicos,
locais com concentração de seixos rolados ou “cascalheiras”, locais próximos de
afloramentos rochosos e também alguns locais próximos às drenagens, conforme Figura
3.2.
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Figura 3.1 - Mapa da primeira etapa dos levantamentos de campo


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Figura 3.2 - Áreas delimitadas para a segunda etapa dos levantamentos de campo
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3.2. Segunda etapa

A segunda etapa de campo ocorreu entre os dias 14 e 23 de novembro de 2017. Os


levantamentos consistiram em caminhamentos e intervenções em subsuperfície, com
adensamento da malha prospectiva, conforme proposto no Relatório Parcial. Também
foram cobertas outras áreas que, por questões logísticas, não tinham sido vistoriadas
durante a primeira etapa, por exemplo, a área de silvicultura localizada no extremo norte
da fazenda.

Como proposto, foram realizados caminhamentos e vistorias superficiais na maioria das


áreas previamente delimitadas e foram abertos poços-teste nos locais que se incluíam
nos limites da ADA. Todo o processo foi registrado em máquina fotográfica, caderno de
campo e aparelho de GPS.

Foram obtidos 300 pontos de prospecção entre prospecção de superfície (190 pontos) e
de subsuperfície (110 poços-teste).

Segue descrição dos procedimentos em campo:

3.2.1. Caminhamento - Segunda etapa


Foi realizado tanto na Área Diretamente Afetada quanto na Área de Influência Direta,
com o objetivo de identificar material arqueológico aflorado em superfície.

Durante a segunda etapa, a vistoria de superfície teve foco nas áreas que foram
escolhidas por apresentarem um alto potencial para localizar sítios arqueológicos.
Assim, locais próximos ao rio do Sono, em cascalheiras, próximo a pequenos cursos
d’água e locais de identificação de vestígios arqueológicos na primeira etapa, foram
alvo de prospecção, seguindo transects paralelas de 50 m em 50 m. É importante
ressaltar que nesta etapa não foi localizado nenhum vestígio arqueológico em superfície.

Todo o caminhamento foi georreferenciado em mapa e cada ponto de vistoria teve seu
registro fotográfico, utilizando escala de 10 cm. Foram registrados 190 pontos de
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vistoria. As anotações com as descrições pertinentes foram realizadas em caderno de


campo.

3.2.2. Intervenções - Segunda etapa

Foi utilizada uma malha de prospecção de 50 m x 50 m, com abertura de poços-teste


(PT) apenas na ADA.

No total foram abertos 110 poços-teste, e cada abertura seguiu os mesmos


procedimentos da primeira etapa. Novamente, nenhum poço-teste acusou material
arqueológico em subsuperfície. Os poços teste foram plotados em coordenadas UTM,
registradas em GPS. As anotações foram registradas em caderno de campo e todo o
processo foi fotografado utilizando uma escala de 10 cm.

Dos poços-testes abertos, praticamente todos apresentaram as mesmas características


que na primeira etapa. Isto é, único nível estratigráfico em profundidade de 100 cm,
textura e granulometria do solo arenosa ou areno-argilosa e coloração bege, marrom
avermelhado e marrom alaranjado.

Em relação à profundidade, a máxima apresentou uma média de entre 80 a 90 cm,


devido à presença de cascalhos, seixos e à compactação do solo. A escolha dos locais já
estava pré-definida, porém alguns pontos foram deslocados devido às características
físicas do terreno.

É importante ressaltar que não foi identificado nenhum vestígio arqueológico em


subsuperfície, em nenhum dos 110 poços-teste abertos com profundidade máxima de
100 cm.
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3.3. Resultados dos levantamentos prospectivos - Primeira e segunda etapa

Por meio das atividades em campo nas duas etapas observaram-se dois ambientes
distintos, um correspondente com as áreas de silvicultura (talhões) e, o outro, com as
Áreas de Preservação Permanente e áreas de Reserva Legal. Esses dois ambientes foram
caracterizados, observando os locais de potencial arqueológico.

 Área de Silvicultura (ADA): Os talhões estão inseridos em áreas de planalto.


Em grande parte dos talhões não há eucalipto plantado, pois o cultivo,
atualmente, ocorre na parte oeste da fazenda. A vegetação predominante é
capoeira, gramíneas e pasto. Em alguns talhões pode-se notar a presença de solo
laterítico, com cascalhos e seixos em superfície.
 Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (AID): São locais
protegidos, onde a vegetação do Cerrado é predominante. Estão localizados na
meia vertente, em declividade com relação às áreas de silvicultura. Nos locais
mais próximos aos cursos d’água, a mata ciliar é comum. Tem grandes áreas
com superfícies com coberturas detrítico-lateríticas. Seixos e afloramentos de
arenito arcosiano e arenito não silicificado são muito comuns em toda a área.
Nas vertentes há uma grande quantidade de grotas e drenagens pluviais; próximo
a esses locais, a vegetação é mais densa.

3.3.1. Geoindicadores

3.3.1.1. Formações rochosas

A respeito dos afloramentos rochosos e outras fontes de matéria prima lítica, foram
identificados grandes afloramentos de silexito, arenito arcosiano, arenitos não
silicificados, arenitos com grau de intemperismo moderado a elevado, além de
afloramentos de arenito com concreção ferruginosa que, pela ação eólica, sofreram
erosão esferoidal.
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Uma rocha que também se destaca na área é a brecha, na forma de grandes blocos
erráticos. Outra rocha identificada foi o filito, localizada em afloramentos em áreas de
drenagens.

Foram registradas áreas com grande concentração de seixos rolados na superfície, de


quartzo, arenito e quartzito, de tamanhos variados.

3.3.1.2. Drenagens

A propriedade é limitada em todo seu extremo leste, de norte a sul, pelo rio do Sono, rio
de águas límpidas com bancos de areia em suas margens. Durante a estação seca, seu
volume de água é bem baixo. Suas bordas são compostas por mata ciliar fechada e
densa, havendo poucas trilhas para seu acesso. Em alguns pontos, o rio apresenta
formações rochosas e seixos rolados de quartzo, arenito, siltito e quartzito. Nas áreas de
matas e nos talhões mais próximos, encontram-se cascalhos e lateritas em pouca
quantidade.

O perímetro da fazenda apresenta um bom volume de córregos, sendo que muitos deles
são intermitentes. A vegetação nos leitos dos córregos varia entre o Cerrado Stricto
sensu, onde o curso d’água é intermitente, e a mata ciliar, onde o curso é perene. Todos
os córregos apresentam uma formação arenítica, com pequenas quedas de água. Em
alguns pontos, as margens dos córregos são formadas por paredões de arcósio,
formando um pequeno corredor com as formações florestais bem elevadas.
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3.3.2. Prospecção e ocorrências arqueológicas

Foram registrados 1.948 poços-teste e 558 pontos de vistoria superficial, totalizando


2.506 pontos de Prospecção, em todos os compartimentos ambientais da área da
propriedade, obtendo uma amostra significativa da área de estudo.

Foram registrados 8 locais de ocorrência de vestígios arqueológicos. O mapa com a


localização dos pontos prospectados pode ser visualizado no Mapa de Prospecção em
formato A3 (Anexo). A Ficha de Prospecção (Anexo) contém as informações de
localização e descrição de cada ponto prospectado.

Foram identificados vestígios arqueológicos em superfície, todos do período pré-


colonial e de natureza lítica, em oito (8) pontos de vistoria de superfície (ver mapa de
localização de vestígios arqueológicos em anexo). Também foram identificados
afloramentos rochosos e blocos erráticos com negativos de lascamento para retirada de
matéria prima

Os poços-teste abertos, tanto nos locais de ocorrência quanto no entorno, resultaram


ausentes de vestígios arqueológicos.

3.3.2.1. Ponto de Ocorrência n° 1 - Localização: AID - 23K 439.058 E/


8.078.713 N

No setor NE da Fazenda, na AID, em um local entre dois córregos que desembocam no


rio do Sono, foram identificados vestígios arqueológicos de natureza lítica. As matérias
primas são: silexito e quartzito. Foram identificados em superfície, no topo da vertente,
em meio ao Cerrado. O ponto registrado em campo leva o n° 3221.

A prospecção no entorno evidenciou uma área com vegetação rala de Cerrado em


algumas partes e outras com desmatamento evidente. Na superfície, o solo mostrou-se
muito compactado, com afloramentos de arenito.

Foram identificados seixos em superfície e afloramentos de arenito com formato


circular, produto da erosão eólica sobre as concreções ferruginosas contidas na rocha.
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Figura 3.3 - Lasca de silexito em Figura 3.4 - Face ventral da lasca da


contexto - 23K 439.058 E /8.078.713 N figura ao lado - AID - 23K 439.058 E
/8.078.713 N

Figura 3.5 - Lasca de quartzito em Figura 3.6 - Face ventral da lasca da


contexto - 23K 439.058 E /8.078.713 N Fig. 3.5 - 23K 439.058 E /8.078.713 N

Figura 3.7 - Paisagem no P.O n° 1 - AID Figura 3.8 - Paisagem no P.O n° 1 - AID
- 23K 439.058 E /8.078.713 N - 23K 439.058 E /8.078.713 N
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Figura 3.9 - Lasca em seixo de quartzito Figura 3.10 - Face ventral da lasca da
em contexto - AID - 23K 439.058 E figura ao lado - AID - 23K 439.058 E
/8.078.713 N /8.078.713 N

Figura 3.11 - Paisagem na área - Ponto Figura 3.12 - Ponto n° 019 - 23K
n° 018 - 23K 438.927 E/ 8.078.717 N 439.027 E/ 8.078.617 N - Área com
desmatamento

Figura 3.13 - Afloramentos de arenito Figura 3.14 - Afloramentos de arenito


com formato circular - Ponto n° 020 - com formato circular - Ponto n° 020
23K 439.078 E/ 8.078.754 N
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3.3.2.1.1. Ponto de Controle 1 - Localização 23K 438.714 E/


8.078.279 N

Ponto de controle registrado em um córrego localizado a aproximadamente 500 m do


PO n° 1, onde foram localizados seixos em superfície e afloramentos de filito e arenito.
Não foram identificados vestígios arqueológicos de fato, no entanto, foi registrado como
local de possível obtenção de matéria prima.

A prospecção no entorno evidenciou afloramentos de arenito, tanto ao longo do córrego,


quanto na área interiorana.

Figura 3.15 - Córrego com afloramentos Figura 3.16 - Outra visão do córrego da
de arenito figura ao lado

Figura 3.17 - Cascalho e seixos rolados Figura 3.18 - Imagem da superfície


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Figura 3.19 - Afloramento de filito no Figura 3.20 - Seixos e afloramentos no


córrego córrego

A prospecção no entorno evidenciou características semelhantes, conforme registro


fotográfico em pontos de vistoria (imagens abaixo).

Figura 3.21 - Ponto n° 013 - AID - 23K Figura 3.22 - Superfície no Ponto n° 013
438.725 E/ 8.078.416 N - AID
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Figura 3.23 - Ponto n° 016 - AID - Figura 3.24 - Ponto n° 016 - AID -
Localizado a aproximadamente 130 m Localizado a aproximadamente 130 m
do PC 1 - 23K 438.823 E/ 8.078.268 N do PC 1 - 23K 438.823 E/ 8.078.268 N

Figura 3.25 - Ponto n° 016 - AID - Figura 3.26 - Ponto n° 016 - AID -
Afloramentos de arenito Detalhe de afloramento de arenito
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3.3.2.2. Ponto de ocorrência n° 2 - Localização: 23K 438.685 E/


8.077.355 N

Local de ocorrência de vestígios líticos de arenito (núcleo e lasca) durante levantamento


de campo para diagnóstico de superfície, realizado em época anterior à pesquisa objeto
do presente relatório (CERN, 2014). Os vestígios mencionados podem ser visualizados
na Figura abaixo.

Figura 3.27 - Núcleo de arenito em Figura 3.28 - Detalhe do núcleo da


contexto - PO n° 2 - Localização 23K Figura ao lado
438.685 E/ 8.077.355 N

Figura 3.29 - Lasca de arenito no PO n° Figura 3.30 - Detalhe da lasca da Figura


2 ao lado
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Em decorrência desse achado, na prospecção objeto deste relatório foi delimitado um


buffer de 200 m para vistoria superficial e abertura de poços-teste em equidistância de
50 m., porém, não foram achados vestígios arqueológicos em superfície ou
subsuperfície.

Cabe destacar que os fragmentos líticos das Figuras 3.31 a 3.34 não foram encontrados
no local, e não foram identificados vestígios, portanto, não houve coleta.

Foi identificada uma vegetação arbustiva e/ou de eucalipto. O solo nos poços-teste
mostrou-se areno-argiloso ou arenoso, tanto em textura quanto em granulometria, com
colorações marrons alaranjadas, bege, e avermelhadas.

Figura 3.31 - Abertura de poço-teste - Figura 3.32 - Detalhe do interior do


Ponto n° 024 - ADA - 23K 438.477 E / poço-teste aberto no ponto n° 024 -
8.077.518 N ADA
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Figura 3.33 - Abertura de poço-teste no Figura 3.34 - Detalhe do interior do


ponto n° 026 - ADA - 23K 438.527 E/ poço-teste aberto no ponto n° 026
8.077.467 E

Figura 3.35 - Abertura de poço-teste no Figura 3.36 - Superfície do solo no


ponto n° 1010 - ADA - 23K 438.327 E/ ponto n° 1010
8.077.617 N
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3.3.2.3. Ponto de ocorrência n° 3 - Localização ADA - 23K 435.987 E/


8.077.211 N

Está localizado próximo à nascente de um córrego que desemboca no rio do Sono.


Neste local foi registrada a existência de uma grande cascalheira com seixos rolados de
tamanhos variados, onde foram identificados possíveis vestígios líticos em superfície.
Por ser uma cascalheira, não foi possível executar poços-teste no local.

Figura 3.37 - Ponto n° 2086 - ADA - Figura 3.38 - Superfície no Ponto n°


23K 435.987 E/ 8.077.211 N 2086

Figura 3.39 - Cascalheira na AID - Figura 3.40 - Cascalheira - Seixos


Ponto n° 2088 - 23K 436.044 E/ rolados - Ponto n° 2090 - 23K 435.987
8.077.082 N E/ 8.077.214 N
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Figura 3.41 - Ponto n° 411 - AID - 23K Figura 3.42 - Superfície no Ponto n° 411
435.975 E/ 8.077.067 N - AID - Solo areno-argiloso com
pequenos seixos

Figura 3.43 - Ponto n° 1126 - ADA - Figura 3.44 - Superfície no ponto n°


Área de corte de eucalipto 23K 436.077 1126 - ADA - Área de corte de eucalipto
E/ 8.073.667 N
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Figura 3.45 - Ponto n° 1130 - AID - Figura 3.46 - Detalhe da superfície da


Cascalheira - 23K 436.327E/8.077.217 N cascalheira no ponto n° 1130

Figura 3.47 - Ponto n° 1131 - Figura 3.48 - Seixos rolados e


Cascalheira com seixos rolados na AID - ventifactos em superfície no ponto n°
23K 436177 E/ 8077167 S 1131
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3.3.2.4. Ponto de ocorrência n° 4 - ADA/AID

Local onde foram registrados alguns pontos com presença de vestígios arqueológicos
em superfície. A área de ocorrência apresenta grande potencial arqueológico, por estar
adjacente à drenagem principal, o rio do Sono. Além disso, possui afloramentos de
silexito e seixos de arenito, quartzito e quartzo em grande quantidade. Durante a
primeira etapa foram identificados vestígios arqueológicos líticos. Após análise dos
dados levantados nas duas etapas, foi delimitado um sítio arqueológico.

Figura 3.49 - Ponto n° 2182 - AID - 23K Figura 3.50 - Ponto n° 2182 - 23K
438.422 E/ 8.074.771 N - Seixos rolados 438.422 E/ 8.074.771 N - Afloramento de
em superfície silexito com marcas de retirada

Figura 3.51 - Ponto n° 2182 - Lasca de Figura 3.52 - Ponto n° 2182 - Nucleoide
silexito de quartzo
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Figura 3.53 - Ponto n° 2183 - AID - 23K Figura 3.54 - 2183 - Ponto n° 2183 - AID
438.452 E/ 8.074.741 N - Vestígios líticos - 23K 438.452 E/ 8.074.741 N - Vestígios
em superfície - Registro líticos em superfície

Figura 3.55 - Ponto n° 2183 - Lascas de Figura 3.56 - Ponto n° 2183 - Lasca de
silexito e nucleoide em quartzito silexito

Figura 3.57 - Ponto n° 2183 - Lasca de


silexito
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Figura 3.58 - Ponto n° 2185 - AID - 23K Figura 3.59 - Paisagem no ponto n° 2185
438.462 E/ 8.074.700 - Afloramento de
silexito

Figura 3.60 - Lasca de silexito no ponto Figura 3.61 - Ponto n° 2186 - ADA -
n° 2185 Estrada - 23K 438.461 E/ 8.074.689 N -
Lascas de silexito

Figura 3.62 - Ponto n° 2189 - AID - 23K Figura 3.63 - Ponto n° 2189 - AID - 23K
438.484 E/ 8.074.668 N - Vistoria em 438.484 E/ 8.074.668 N - Vistoria em
local de cascalheira local de cascalheira
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Figura 3.64 - Ponto n° 2189 - Lascas de Figura 3.65 - Ponto n° 2187 - AID - 23K
silexito em meio a cascalheira 438.535 E/ 8.074.705 N - Lascas de
silexito e seixos

Figura 3.66 - Ponto n° 2187 - Lasca de Figura 3.67 - Ponto n° 2187 - Lasca de
brecha brecha

Figura 3.68 - Ponto n° 2187 - Bloco de Figura 3.69 - Ponto n° 2191 - ADA -
brecha com marcas de retirada 23K 438.418 E/ 8.074.693 N - Abertura
de Poço-teste
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Figura 3.70 - Ponto n° 2191 - Poço-teste Figura 3.71 - Detalhe do interior do


da Figura 3.78 Poço-teste - Pouco profundo e com
cascalho

Figura 3.72 - Ponto n° 2191 - Detalhe do Figura 3.73 - Ponto n° 2194 - ADA -
sedimento retirado do poço-teste das 23K 438.455 E/ 8.074.689 N - Lascas de
figuras acima silexito em superfície

Figura 3.74 - Ponto n° 2195 - ADA - Figura 3.75 - Lascas de silexito em


23K 438.433 E/ 8.074.657 N - Vestígios contexto no ponto n° 2195
líticos em superfície
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Figura 3.76 - Ponto n° 2195 - Lasca de Figura 3.77 - Ponto n° B2193PV - AID -
brecha em superfície 23K 438.425 E/ 8.074.674 N -
Afloramento de silexito com retirada

Figura 3.78 - Ponto n° B2193PV - Figura 3.79 - Ponto n° B2193PV -


Afloramento de silexito com marcas de Afloramento de silexito com marcas de
retirada - Vista de frente retirada - Detalhe
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3.3.2.4.1. Ponto de Controle n° 2 - Localização AID - UTM 23K


438.768 E/ 8.074.361 E

Este local não apresentou vestígios arqueológicos de fato, mas foi registrado de
relevância, pois foram identificados afloramentos de arenito e seixos rolados em
superfície, constituindo um possível local de obtenção de matéria prima.

Figura 3.80 - Ponto n° 3195 - 23K Figura 3.81 - Bloco de arenito quebrado
438.768 E/ 8.074.361 N - Ponto n° 3195 - 23K 438.768 E/
8.074.361 N

Figura 3.82 - Afloramento de arenito Figura 3.83 - Seixos rolados em


com cobertura laterítica - Ponto n° 3195 superfície - Ponto n° 3195
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Figura 3.84 - Ponto n° 3193 - AID - 23K Figura 3.85 - Ponto n° 3194 - 23K
438.650/ 8.073.886 N 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco
sobre rochas de arenito

Figura 3.86 - Ponto n° 3194 - 23K Figura 3.87 - Ponto n° 3194 - 23K
438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco 438.640 E/ 8.074.043 N - Córrego seco
sobre rochas de arenito sobre rochas de arenito

Figura 3.88 - Ponto n° 1055 - AID - Figura 3.89 - Ponto n° 1055 - AID -
Seixos rolados em superfície - 23K Seixos rolados em superfície - 23K
438.627 E/ 8.074.467 N 438.627 E/ 8.074.467 N
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3.3.2.5. Ponto de ocorrência n° 5 - Localização - ADA - Sirgas 2000


UTM 23K 438.458 E/ 8.073.382 N

Em uma estrada que divide a ADA da Área de reserva, foi localizado um nucleoide em
seixo de arenito. Foram abertos poços-teste no entorno, fora da estrada, que revelaram
um solo areno-argiloso. No entanto, não foram achados vestígios arqueológicos nem em
superfície nem em profundidade.

Figura 3.90 - Possível vestígio Figura 3.91 - Possível vestígio


arqueológico - 23K 438.458 E/ 8.073.382 arqueológico - 23K 438.458 E/ 8.073.382
N N

Figura 3.92 - Possível vestígio Figura 3.93 - Superfície limpa para


arqueológico - Ponto n° 2119 A - 23K abertura de poço-teste no entorno -
438.458 E/ 8.073.382 N Ponto n° 2221 - 23K 439.729 E/
8.077.778 N
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Figura 3.94 - Poço-teste com Figura 3.95 - Detalhe do interior do


profundidade de 100 cm no local poço-teste da Figura ao lado

Figura 3.96 - Ponto n° 2223 - 23K Figura 3.97 - Detalhe do interior do


439.729 E/ 8.077.678 N - Poço-teste com poço-teste da Figura ao lado
profundidade de 100 cm

3.3.2.6. Ponto de ocorrência n° 6 - Localização - ADA - Sirgas 2000


UTM 23K 437.239 E/ 8.072.820 N

Na ADA, em área de silvicultura, foram identificados afloramentos de silexito em


superfície, apresentando marcas de retirada. Também foram achados fragmentos de
lascas de tamanho pequeno e médio, que provavelmente foram retiradas dos
afloramentos.

A prospecção no entorno do ponto de ocorrência evidenciou outros afloramentos de


silexito, um deles também com marcas de retirada.
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Os poços-teste não evidenciaram vestígios arqueológicos em profundidade.

Figura 3.98 - Afloramento com Figura 3.99 - Marcas de retirada de


cobertura laterítica lascas do afloramento

Figura 3.100 - Afloramento com marcas Figura 3.101 - Detalhe do afloramento


de retiradas da Figura ao lado
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Figura 3.102 - Lascas em superfície - Figura 3.103 - Poço-teste com


Ponto n° 1165 - 23K 437.222 E/ profundidade de 76 cm - Ponto n° 1166 -
8.072.814 N 23K 437.231 E/ 8.072.877 N

Figura 3.104 - Detalhe do interior do Figura 3.105 - Superfície após


poço-teste da Figura 3.112 fechamento do poço-teste

Figura 3.106 - Abertura de poço-teste Figura 3.107 - Poço-teste do ponto n°


no ponto n° 1167 - 23K 437.174 E/ 1167 com profundidade de 100 cm
8.072.805 N
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Figura 3.108 - Detalhe do sedimento Figura 3.109 - Detalhe do interior do


retirado do poço-teste no ponto n° 1167 poço-teste no ponto n° 1167

Figura 3.110 - Afloramento com marcas Figura 3.111 - Abertura de poço-teste


de retirada - Ponto n° 1186 - 23K no ponto n° 1186
437.328 E/ 8.072.887 N

Figura 3.112 - Poço-teste com Figura 3.113 - Detalhe do interior do


profundidade de 100 cm - Ponto n° 1186 poço-teste do ponto n° 1186
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Figura 3.114 - Afloramento no ponto n° Figura 3.115 - Afloramento no ponto n°


1187 - 23K 437.280 E/ 8.072.789 N 1188 - 23K 437.284 E/ 8.072.754 N

Figura 3.116 - Afloramento de arenito Figura 3.117 - Superfície no ponto n°


no ponto n° 402 - AID - 23K 436.978 E/ 405 - AID - 23K 437.076 E/ 8.073.116 N
8.073.018 N
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MUNICIPIO DE JOÃO PINHEIRO, MINAS GERAIS.

3.3.2.7. Ponto de ocorrência n° 7 - Localização ADA - Sirgas 2000


UTM 23K 434.775 E/ 8.073.249 N

O ponto de ocorrência n° 7 foi registrado em uma estrada que divide a ADA da área de
reserva. Foram achados dois possíveis vestígios líticos em superfície. Por ser estrada,
não foram abertos poços-teste no local, no entanto, foi prospectado o entorno. Os poços-
teste não evidenciaram vestígios arqueológicos em profundidade.

Figura 3.118 - Ponto n° LT 001 - 23K Figura 3.119 - Abertura de poço-teste


434.775 E/ 8.073.249 N no ponto n° 5014 - 23K 434.662 E/
8.073.177 N

Figura 3.120 - Poço-teste com Figura 3.121 - Detalhe do interior do


profundidade de 100 cm no ponto n° poço-teste do ponto n° 5014
5014
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Figura 3.122 - Poço-teste aberto no Figura 3.123 - Detalhe do interior do


ponto n°5017 - 23K 434.730 E 8.073.275 poço-teste do ponto n° 5017
N

3.3.2.8. Ponto de ocorrência n° 8 - AID - Localização 23K 429.920 E/


8.074.028 N

Ponto no terço médio da vertente em antiga estrada de acesso local. Foi evidenciada
uma cobertura de seixos rolados de diversos tamanhos, sendo que alguns estavam
fragmentados. Também foram identificadas lascas de seixo rolado. Há um pequeno
curso d’água na base da vertente, havendo escoamento fluvial em direção à drenagem,
ocasionando o transporte de material. A vegetação do entorno é composta por
gramíneas (nativas e exóticas) e Cerrado em estágio médio de regeneração.
A prospecção ao longo do curso d’água (setor noroeste extremo da fazenda) evidenciou
uma vereda com concentração de seixos rolados em superfície em diversos locais, além
de afloramentos de arenito e rochas conglomeráticas.
Provavelmente, os fragmentos líticos localizados não se encontram contextualizados,
sendo que foi evidenciado que o transporte fluvial do material é intenso.
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Figura 3.124 - Ponto n° 4415 - 23K Figura 3.125 - Lasca de quartzito de


429.920 E/ 8.074.028 N seixo rolado

Figura 3.126 - Lasca de quartzito Figura 3.127 - Seixos rolados em


superfície

Figura 3.128 - Acumulação de seixos Figura 3.129 - Acumulação de seixos


rolados rolados da Figura ao lado, de outra
perspectiva
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Figura 3.130 - Ponto de vistoria a Figura 3.131 - Superfície do solo no


aproximadamente 500 m do PO n° 8 - ponto n° 4416
Ponto n° 4416 - 23K 430.349 E/
8.074.081 N

Figura 3.132 - Ponto n° 4417 - 23K Figura 3.133 - Superfície no ponto n°


430.198 E/ 8.074.799 N 4417 - Seixos rolados em superfície

Figura 3.134 - Ponto n° 4414 - 23K Figura 3.135 - Detalhe do perfil no


429.710 E/ 8.074.232 N - Perfil do solo ponto n° 4414 - Detalhe da ocorrência
com ocorrência de stone lines de stone lines
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Figura 3.136 - Afloramento de arenito Figura 3.137 - Rocha conglomerática -


com coberturas - ponto n° 4413 - 23K Ponto n° 4413 - 23K 429.619 E/
429.619 E/ 8.074.643 N 8.074.643 N
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4. ANÁLISE DE VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

Foram coletados 108 vestígios arqueológicos de natureza lítica, apenas em superfície,


em oito (8) locais de ocorrência.

Os vestígios coletados passaram pela seguinte sequência em laboratório:

Triagem

A triagem foi baseada nos seguintes critérios:

 Matéria prima (ex: lítico, cerâmica, etc.). Foram identificados vestígios


arqueológicos exclusivamente de natureza lítica (silexito, arenito, quartzito,
quartzo, etc);
 Período Estima-se que os vestígios foram criados e/ou utilizados em
períodos pré-coloniais.

Higienização

Sendo de natureza lítica, os vestígios foram lavados em água corrente com auxílio de
uma escova de dente de cerdas macias para a retirada do excesso de sedimento,
facilitando a observação das suas características físicas.

Registro físico

Foi realizado um registro das medidas de todos os vestígios, com a finalidade de


mensurar sua largura, altura e espessura. A tabela com os dados levantados encontra se
em anexo.

Por último, todos os materiais foram submetidos ao registro fotográfico. Todas as peças
foram fotografadas em suas faces dorsal (externa) e ventral (interna), com a zona
proximal na base.
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Análise tecnomorfológica

A análise dos vestígios arqueológicos foi embasada e orientada na consulta de dois tipos
de bibliografia:

Bibliografia geral: Teoria e prática da análise de vestígios líticos;

Bibliografia específica: Pesquisas realizadas na região da área estudada, incluindo


artigos, teses, dissertações e monografias.

Os vestígios foram analisados desde o ponto de vista da análise tecnomorfológica


(macroscópica), com o objetivo de obter um conhecimento sobre a tecnologia
empregada na manufatura de artefatos líticos.

Tecnologia é definida como todas as atividades envolvidas na gestão dos recursos


líticos, tais como manufatura, uso, transporte e descarte (NELSON, 1991), e está ligada
a variáveis econômicas e sociais peculiares.

A abordagem da tecnologia lítica permite aproximarmos das escolhas e estratégias


tecnológicas das sociedades pretéritas e inferir trajetórias de produção para as matérias
primas recuperadas em um contexto arqueológico.

Através desta metodologia podemos identificar as matérias primas utilizadas (tipo de


rocha ou mineral), bem como a localização das fontes dessas matérias primas. Outra das
possibilidades é identificar e analisar as formas (geofato, artefato, pré-forma, lascas,
núcleos, etc.).

Uma noção aliada à análise tecnomorfológica é a de “história de vida de um artefato”,


ou “ciclo de vida de um artefato” (COLLINS, 1989/1990). A partir deste ponto de vista,
os vestígios são analisados, formalmente, em cada uma das etapas da sua produção,
desde a obtenção da matéria prima até o uso e descarte.

A primeira etapa de produção de um artefato diz respeito à obtenção da matéria prima.


As matérias primas utilizadas na área de estudo pelos povos pretéritos são o silexito, o
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arenito, o quartzito e a brecha, as quais se encontram amplamente disponíveis na área de


estudo, em forma de afloramentos, seixos rolados e blocos erráticos.

Já em relação às formas, prevalecem na amostra, as lascas provenientes de afloramentos


de rocha sedimentar silicificada contendo camada de chert no interior, proveniente de
afloramentos presentes na propriedade, e que chamamos neste relatório de “silexito”.

É interessante observar que as lascas, maioritariamente, são da rocha que contém a


camada de chert e não do chert em si. Portanto, é altamente provável que os indivíduos
retiravam lascas de chert e levavam-nas para os acampamentos para posteriores
retoques e manufatura de artefatos.

Também foram identificados nucleoides de seixos pequenos de quartzo leitoso e lascas


e nucleoides grandes de seixos de quartzito e arenito, disponíveis na propriedade ao
longo dos cursos d’água em grande quantidade. Foram identificados seixos pesados de
arenito ferruginoso, que provavelmente foram utilizados como batedores.

Dentro da variabilidade de opções relacionada às escolhas da matéria prima dos grupos


pré-coloniais, as rochas com presença de sílica estão, de maneira geral, mais
representadas no registro arqueológico. Isso é devido ao grau de maleabilidade que este
tipo de rochas apresenta em resposta à percussão.

Em nível químico, os grãos de sílica apresentam cristais bem pequenos que se agregam
formando uma matéria prima homogênea e coesa, com propriedades físicas da mesma
natureza em toda a sua extensão, determinando assim, um caráter de isotropia física que
responde bem ao lascamento e as necessidades de manufatura de instrumentos segundo
a intenção do lascador. (ARAUJO, 1991).

Entretanto, os grupos pré-coloniais utilizavam todos os tipos de rochas disponíveis, pois


as testavam, as selecionavam e, de acordo com a intenção desejada, escolhiam-nas
visando o tipo de artefato a ser produzido.
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No caso da Fazenda Centenário esse aspecto foi bastante evidenciado, uma vez que foi
observado o aproveitamento de quase todas as matérias primas disponíveis. Contudo,
conforme as amostras coletadas, a matéria prima preferida foi o chert.

No Brasil existe uma abundância de indústrias líticas pré-coloniais realizadas sobre


quartzo. Esta matéria prima tem sido trabalhada tanto pela percussão direta dura, quanto
pela percussão sobre bigorna. (INIZAN, M. et al. trad. por RODET, M. 2017).

A afirmação acima se justifica porque o quartzo é o segundo mineral mais abundante no


planeta e, devido a sua estrutura química composta de sílica, apresenta uma boa resposta
à percussão. Na área de estudo foram identificados alguns seixos pequenos de quartzo,
dos quais teria sido possível retirar lascas pequenas. Contudo, não podemos descartar a
hipótese de que outros seixos do mineral tenham sido levados para trabalhar em outros
locais.

Os grupos humanos que habitaram a região do estudo se utilizavam da grande variedade


de matéria-prima disponível, adequando-a de maneira a suprir diversas necessidades de
manufatura de instrumentos.

O material lítico coletado apresenta matéria prima semelhante de outros sítios


localizados no vale do rio São Francisco. Pesquisas arqueológicas em Buritizeiro
mostram que o quartzito e o arenito silicificado foi uma das matérias primas mais
utilizadas no sítio Caixa D’água (MACHADO et al. 2009). Na bacia do rio Jequitaí, a
indústria lítica é caracterizada por debitagem de seixos de quartzito e de silexito, e
também sobre cristais de quartzo (BASSI, 2012).

Dias Jr. em seu trabalho pioneiro no alto-médio São Francisco, fez um reconhecimento
arqueológico regional, e percebeu que grande parte dos sítios líticos se encontrava nos
terraços fluviais e nos estirões dos rios, e a indústria lítica mais recorrente era sobre
seixos lascados por percussão ou em lascas oblíquas (DIAS JR, 1975).

Na bacia do rio Jequitaí, próximo de Montes Claros, também no norte de Minas, é


característica uma indústria lítica de debitagem sobre seixos de quartzito e de silexito, e
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sobre cristais de quartzo (RODET & DUARTE 2012; BASSI 2012), bem como em
Buritizeiro, situado à margem do rio São Francisco, onde predomina como matéria-
prima o quartzito/arenito silicificado, seguido pelo quartzo, silexito e arenito arcosiano
(MACHADO et al. 2009; PENHA, 2015).

Com isso, temos que o uso dessas matérias primas é comum em toda região do alto-
médio São Francisco.

A respeito das formas, podemos considerar que na área de estudo as lascas de silexito
provenientes de afloramentos representam a maior parte das amostras coletadas. Lascas
grandes, nucleoides e núcleos de seixos de arenito, quartzito e quartzo estão presentes
também, porém em menor quantidade.

A respeito das lascas, ficou evidente que a quantidade de lascas grandes e médias de
silexito constitui refugo, pois o chert foi retirado dos afloramentos e levado para outros
locais para retoques e acabamento final dos artefatos. Além disso, não foram
identificados retoques nem marcas de uso.

Da mesma forma, núcleos e lascas obtidas a partir de seixos de quartzito, arenito e


quartzo não possuem retoques. Os batedores identificados foram deixados no local,
sugerindo que o objetivo era obter lascas para fabricar e utilizar instrumentos em outros
locais.

Do ponto de vista da analise tecnomorfológica, os núcleos são restos de debitagem. Eles


representam o estágio final da cadeia operatória. Seu estudo não pode estar dissociado
das lascas que foram retiradas durante o lascamento. (INIZAN, M. et al. trad. por
RODET, M. 2017).

Portanto, considerando as formas identificadas em campo, e que os melhores materiais


para produção foram levados (chert, quartzito, quartzo e arenito) podemos inferir que a
área de inserção do atual empreendimento foi utilizada para obtenção de matéria prima,
mas não para elaboração de artefatos.
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A ausência de fogueiras, vestígios ósseos faunísticos, cerâmica, etc., contribui para


acreditar na hipótese formulada acima.

Segue registro fotográfico e de medidas dos vestígios arqueológicos coletados de acordo


com os locais de ocorrência em sequência.

4.1. Vestígios coletados no Ponto de Ocorrência Nº 1 AID - 23K 439.058 E/


8.078.713 N

Os fragmentos líticos coletados são três vestígios arqueológicos e dois ecofatos:

4.1.1. Vestígios arqueológicos:

 Uma lasca de quartzito com presença de neocórtex, proveniente de seixo rolado;


 Uma lasca de chert ou silexito;
 Uma lasca de quartzito, proveniente de seixo rolado.

Foram identificados na AID em superfície no topo da vertente, em meio ao cerrado.

Figura 4.1 - Vestígios líticos face Figura 4.2 - Vestígios líticos face
externa/dorsal interna/ventral
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Segue descrição de cada vestígio, iniciando pela peça superior esquerda, em sentido
horário.
4.1.1.1. Lasca de quartzito

O vestígio trata-se de um fragmento de lasca de seixo de quartzito, possuindo as


seguintes dimensões: Comprimento: 8,1 cm, Largura: 6,2 cm, Espessura: 2,1 cm.
Provavelmente foi obtida por percussão unipolar e lascamento primário. Possui
neocórtex. Não há retoques e também não há marcas de uso. Possui uma fratura na
extremidade distal, provavelmente de origem natural.

Figura 4.3 - Lasca de quartzito face Figura 4.4 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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4.1.1.2. Lasca de silexito


Artefato sobre lasca de silexito, com retoque unifacial, com possíveis marcas de
uso e gume cortante. O vestígio apresenta drusas em superfície. Foram registradas
as seguintes medidas: Comprimento: 8,0 cm; largura: 7,9 cm; espessura: 2,0 cm.

Figura 4.5 - Artefato em lasca de Figura 4.6 - Artefato em lasca de


arenito silicificado. Face externa ou arenito silicificado. Face interna ou
dorsal ventral
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4.1.1.3. Lasca de quartzito


Lasca cortical proveniente de seixo de quartzito, com marca de percussão bipolar. Não
possui retoque nem marcas de uso. As medidas obtidas são: Comprimento: 9,6 cm;
largura: 7,2 cm; espessura: 3,3 cm.

Figura 4.7 - Lasca de quartzito face Figura 4.8 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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4.1.2. Ecofatos

 Uma lasca cortical de quartzito;

 Um nucleoide de quartzo leitoso

Segue descrição:

4.1.2.1. Lasca de seixo de quartzito


Lasca de origem natural, cortical, de seixo de quartzito. Medidas: Comprimento: 6,8
cm; largura: 6,8 cm; espessura: 2,9 cm.

Figura 4.9 - Lasca de quartzito face Figura 4.10 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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4.1.2.2. Nucleoide de quartzo

Nucleoide de seixo de quartzo leitoso de origem natural. Foram registradas as


seguintes medidas: Comprimento: 2,9 cm; largura: 2,9 cm; espessura: 1,5 cm.

Figura 4.11 - Nucleoide de quartzo Figura 4.12 - Nucleoide de quartzo


leitoso leitoso
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4.2. Vestígios coletados no Ponto de Ocorrência n° 3 - ADA - Ponto n° 2086 -


23K 435.987 E/ 8.077.211 N

Foram coletados oito fragmentos líticos todos provenientes de seixos rolados.

Figura 4.13 - Vestígios Líticos. Face Figura 4.14 - Vestígios Líticos. Face
externa ou dorsal interna ou ventral.
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4.2.1. Percutor ou bigorna de quartzito ferruginoso

É um seixo de quartzito que pode ter sido utilizado como percutor ou como bigorna,
devido às marcas em sua superfície. As medidas registradas são as seguintes:
Comprimento: 10,2 cm; largura: 6,2 cm; espessura: 4,0 cm.

Figura 4.15 - Percutor ou bigorna de Figura 4.16 - Percutor ou bigorna de


quartzito quartzito
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4.2.2. Núcleo em arenito

Núcleo de arenito sobre seixo com negativos de marcas de retirada com presença de
neocórtex. As medidas são as seguintes: Comprimento: 7,7 cm Largura: 5,4 cm
Espessura: 3,4 cm.

Figura 4.17 - Núcleo em arenito Figura 4.18 - Núcleo em arenito


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4.2.3. Nucleoide de arenito

Nucleoide de arenito, provavelmente obtido por fatiagem de seixo. Possui neocórtex nas
duas extremidades. Medidas: Comprimento: 6,0 cm; Largura: 6,3 cm; espessura: 2,0
cm.

Figura 4.19 - Nucleoide de arenito Figura 4.20 - Nucleoide de arenito


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4.2.4. Lasca de arenito

O vestígio se constitui de uma lasca sobre seixo de arenito, obtida provavelmente por
fatiagem. Presença de neocórtex nas duas extremidades. As medidas são: Comprimento:
11,5 cm; Largura: 6,0 cm; Espessura: 3,5 cm.

Figura 4.21 - Lasca de quartzito. Face Figura 4.22 -Lasca de quartzito. Face
interna ou ventral externa ou dorsal
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4.2.5. Lasca cortical de quartzito

Fragmento de seixo de quartzito - provavelmente a fratura foi produzida pelo transporte


(natural). Comprimento: 9,0 cm; largura: 4,0 cm; espessura: 4,0 cm.

Figura 4.23 - Fragmento de seixo de Figura 4.24 - Fragmento de seixo de


quartzito quartzito
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4.2.6. Lasca de arenito

Lasca de arenito provavelmente de origem natural. Comprimento: 6,0 cm; Largura: 5,1
cm; Espessura: 1,5 cm.

Figura 4.25 - Lasca de quartzito face Figura 4.26 - Lasca de quartzito face
externa ou dorsal interna ou ventral
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4.2.7. Lasca de quartzito

Lasca de quartzito. Provavelmente, de origem natural. Comprimento: 6,0 cm largura:


5,1 cm espessura: 1,6 cm.

Figura 4.27 - Lasca de quartzito. Face Figura 4.28 - Lasca de quartzito. Face
externa ou dorsal interna ou ventral
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4.3. Vestígios coletados no PO n° 4: Sítio Arqueológico

O local que foi chamado de “Ponto de ocorrência n° 4” é, na verdade, um local com


onde foram registrados vários pontos de ocorrência arqueológica lítica.

Á área em que foram encontrados os vestígios se situa em um local intermediário entre


a ADA e a AID, de maneira que alguns dos vestígios se situam dentro da área de talhão
de eucaliptos e outros dentro da área de preservação permanente.

4.3.1. Ponto n° 2195 - ADA - 23K 438. 433 E/ 8.074.657 N

Os vestígios arqueológicos foram encontrados em superfície na ADA, em terreno plano


em meio à vegetação rasteira de gramíneas.

Trata-se de duas lascas de brecha, uma matéria prima pouco homogênea e dessa forma,
não responde bem ao lascamento. Como descrito no capítulo 3, foram identificados
blocos dessa matéria prima com marcas de fratura na área de estudo.

 Medidas da lasca à esquerda: Comprimento: 9,0 cm; largura: 6,6 cm; espessura:
2,5 cm.
 Medidas da lasca à direta: Comprimento: 7,0 cm; largura: 4,0 cm; espessura: 2,2
cm.
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Figura 4.29 - Lascas de brecha - Face Figura 4.30 - Lascas de brecha - Face
externa interna

4.3.2. Ponto n° 2183 - 23K 438.452 E/ 8.074.741 N

A amostra é constituída de 32 lascas de silexito. Os tamanhos médios das lascas variam


entre as seguintes dimensões (da maior lasca até a menor):

Comprimento: 8,5cm~1,6cm; largura: 7,9cm~1,0cm; espessura: 2,8cm~0,2mm.

Foram encontradas na ADA em meio ao talhão de eucaliptos, ao lado de um


afloramento rochoso da mesma matéria prima As lascas não apresentam retoque.

É importante ressaltar que foi verificada a existência de clastos com alto grau de
silicificação nas mesmas rochas, evidenciando que o processo aconteceu de forma
heterogênea. Poucas lascas apresentaram clastos de sílex, portanto, acredita-se que os
lascadores objetivavam apenas o mineral.
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Figura 4.31 - Lascas Figura 4.32 - Lascas

Figura 4.33 - Lascas Figura 4.34 - Lascas


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Figura 4.35 - Lascas Figura 4.36 - Lascas


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4.3.3. Ponto n° 2182 - 23K 438.422 E/ 8.074.708 N

Os vestígios arqueológicos foram encontrados na AID, dentro da área de preservação


permanente em superfície plana com vegetação de cerrado. São nove fragmentos líticos
de diferentes matérias primas: quartzo leitoso, quartzito, silexito e brecha.

Figura 4.37 - Vestígios líticos Figura 4.38 - Vestígios líticos

Segue a descrição (de esquerda à direita) de cada fragmento.

4.3.3.1. Lasca de silexito

O vestígio em questão trata-se de uma lasca de silexito proveniente de afloramento.


Medidas: Comprimento: 6,3 cm; largura: 4,1 cm; espessura: 1,6 cm.
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Figura 4.39 - Lasca Figura 4.40 - Lasca

4.3.3.2. Nucleoide de Quartzo

Nucleoide de seixo de quartzo impuro, leitoso, com neocórtex. Medidas: Comprimento:


5,0 cm; largura: 4,5 cm; espessura: 3,0 cm.

Figura 4.41 - Nucleoide de quartzo na Figura 4.42 - Nucleoide de quartzo na


face interna ou ventral face externa ou dorsal com neocórtex
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4.3.3.3. Lasca de brecha

Fragmento de lasca de brecha sem retoque. Medidas: Comprimento: 6,3 cm; largura: 4,1
cm; espessura: 1,6 cm.

Figura 4.43 - Lascas de brecha face Figura 4.44 - Lasca de brecha face
externa interna
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4.3.3.4. Nucleoide de quartzo

O fragmento em questão trata-se de um nucleoide de seixo de quartzo leitoso. Medidas:


Comprimento: 4 cm; Largura: 3 cm; Espessura: 2 cm.

Figura 4.45 - Nucleoide de quartzo Figura 4.46 - Nucleoide de quartzo


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4.3.3.5. Nucleoide de quartzo leitoso

O fragmento em questão é um nucleoide de quartzo leitoso, apresentando as


seguintes medidas: Comprimento: 3,5 cm; Largura: 3 cm; Espessura: 1,4 cm.

Figura 4.47 - Nucleoide de quartzo Figura 4.48 - Nucleoide de quartzo


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4.3.3.6. Nucleoide de quartzo

O fragmento em questão é um núcleo de quartzo leitoso com neocórtex em uma das


faces, a qual apresenta alteração por queimas pós-deposicionais. As medidas
obtidas são: comprimento: 4,5 cm; largura: 2,1 cm; espessura: 2,1 cm.

Figura 4.49 - Núcleo de quartzo Figura 4.50 - Núcleo de quartzo


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4.3.3.7. Nucleoide de quartzo leitoso

O fragmento em questão é um nucleoide de quartzo leitoso, com manchas pretas no


neocórtex, produzidas por queima pós-deposicional. Apresenta as seguintes medidas:
Comprimento: 2,7 cm; largura: 1,6 cm; espessura: 1,0 cm.

Figura 4.51 - Núcleo de quartzo Figura 4.52 - Núcleo de quartzo

4.3.3.8. Nucleoide de quartzo leitoso


Nucleoide pequeno de quartzo leitoso com neocórtex. Apresenta as seguintes medidas:
Comprimento: 3,9 cm; largura: 3,0 cm; espessura: 1,8 cm.
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Figura 4.53 - Nucleoide de quartzo Figura 4.54 - Nucleoide de quartzo

4.3.3.9. Fragmento de lasca de quartzo

Fragmento de lasca de quartzo leitoso com presença de neocórtex, apresentando as


seguintes medidas: Comprimento: 3,9 cm; largura: 3,0 cm; espessura: 1,8 cm.

Figura 4.55 - Lasca de quartzo Figura 4.56 - Lasca de quartzo


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4.3.4. Ponto n° 2185 - Localização: AID - 23 K 438.462 E/8.074.700 N

Os vestígios arqueológicos são 36 lascas, sem retoque, provenientes de afloramento de


rocha sedimentar, sendo 34 de silexito e duas de brecha. Os vestígios foram encontrados
na AID, em superfície parcialmente plana, do lado de um afloramento rochoso. A
vegetação é de Cerrado.

As medidas dos menores fragmentos são: Comprimento: 1,9 cm; largura: 1,1 cm;
espessura: 0,3 cm. Já as dos maiores fragmentos são: Comprimento: 10,4 cm; largura:
7,0 cm; espessura: 4,7 cm.

Figura 4.57 - Lascas - Face externa ou Figura 4.58 - Lascas - Face interna ou
dorsal ventral
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Figura4.59 - Lascas - Face externa ou Figura 4.60 - Lascas - Face interna ou


dorsal ventral

Figura 4.61 - Lascas - face externa ou Figura 4.62 - Lascas - face interna ou
dorsal ventral
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Figura 4.63 - Lasca com detalhes de Figura 4.64 - Lasca com detalhes de
camada mais silicificada - Face interna camada silicificada - Face externa ou
ou ventral dorsal
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4.4. Vestígios coletados no Ponto de Ocorrência n° 5 - Ponto LT002 -


Localização: ADA - Estrada entre a área de silvicultura e AID - 23K
438.458 E/ 8.073.382 N

Amostra representada apenas por um vestígio encontrado em uma estrada entre a


entrada da área de reserva (AID) e a ADA em superfície com um relevo levemente
inclinado.

O vestígio é um fragmento de seixo de arenito ferruginoso, possivelmente um


batedor/percutor. Possui as seguintes medidas: Comprimento: 9,0 cm; largura: 5,8 cm;
espessura: 4,7 cm.

Figura 4.65 - Núcleo em seixo de Figura 4.66 - Núcleo em seixo de


quartzito quartzito
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4.5. Vestígios coletados no Ponto de ocorrência n° 6 - Ponto n° 194 -


Localização: ADA - 23K 437.239 E/ 8.072.820 N

Os vestígios foram encontrados na ADA (silvicultura), em superfície plana, ao lado de


um afloramento rochoso do mesmo material. São doze fragmentos de silexito que foram
obtidos por lascamento primário no afloramento e não possuem retoque.

O lascador possivelmente objetivava obter uma camada bem mais silicificada, presente
em camada interna do afloramento.

Os tamanhos das lascas variam entre: Comprimento: 1,6cm ~ 4,0 cm; largura:
1,1cm~1,6cm; espessura: 0,2cm~1,0cm.

Figura 4.67 - Lascas - face interna Figura 4.68 - Lascas - face externa
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Figura 4.69 - Lasca com detalhe de


camada silicosa de melhor qualidade
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4.6. Um vestígio coletado no Ponto de Ocorrência n° 7 - Ponto n° LT001 -


Localização: ADA - 23K 434.775 E/ 8.073.249 N

O vestígio arqueológico é um fragmento de seixo de arenito ferruginoso (?). Foi


encontrado na ADA, em superfície em estrada divisória entre a área de silvicultura e a
área de reserva. Possivelmente utilizado como batedor/percutor. Medidas:
Comprimento: 11 cm; Largura: 6 cm; Espessura: 4,5 cm.

Figura 4.70 - Fragmento de seixo de Figura 4.71 - Fragmento de seixo de


arenito arenito
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Figura 4.72 - Fragmento de seixo de arenito

4.7. Dois vestígios coletados no Ponto de Ocorrência n° 8 - Localização: AID -


23K 429.920 E/ 8.074.028 N

Os vestígios foram localizados no terço médio da vertente em antiga estrada de acesso


local. O lugar apresentava cobertura de seixos de diversos tamanhos. Há um pequeno
curso d’água na base da vertente, havendo escoamento fluvial em direção à drenagem,
ocasionando o transporte de material. A vegetação do entorno é composta por
gramíneas (nativas e exóticas) e Cerrado em estágio médio de regeneração. Os vestígios
são dois fragmentos de quartzito de cor cinza, sendo uma lasca cortical grande e uma
lasca secundária pequena.

4.7.1. Lasca cortical de quartzito

O fragmento em questão é uma lasca cortical, obtida de seixo de quartzito apresentando


neocórtex. Encontra-se fragmentada e não possui retoques posteriores. As medidas
obtidas são: Comprimento: 7,1 cm; largura: 6,4 cm; espessura: 2,9 cm.
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4.7.2. Lasca secundária de quartzito

Lasca com talão cortical, sem retoque. Comprimento: 2,6 cm; largura: 2,9 cm;
espessura: 0,4 cm (talão).

Figura 4.73 - Vestígios líticos. Face Figura 4.74 - Vestígios líticos. Face
interna ou dorsal externa ou ventral
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5. RESULTADOS
As atividades de Diagnóstico e Prospecção na Fazenda Centenário foram concretizadas
e consideradas suficientes. Os trabalhos de campo foram divididos em duas etapas. A
primeira ocorreu entre os dias 10 de julho a 5 de agosto de 2017. Foram realizados
caminhamentos e intervenções no subsolo (do tipo poço-teste), conforme malha de 100
x 100 m, em diferentes compartimentos da área, com o objetivo de avaliar o potencial
arqueológico e identificar eventuais impactos.

Nessa etapa foram registrados 2.096 pontos de prospecção, entre poços-teste (1.838) e
pontos de vistoria superficial (258). Foram registrados oito locais com ocorrência de
vestígios arqueológicos, além de diversos locais com afloramentos rochosos, alguns
com marcas de retirada, e cascalheiras contendo concentração de seixos rolados de
arenito, quartzito e quartzo leitoso. Os vestígios arqueológicos foram identificados
apenas em superfície.

Na segunda etapa foi adensada a malha prospectiva (50 x 50 m) nos locais de ocorrência
arqueológica e nos locais que apresentaram maior potencial arqueológico. Nessa etapa,
que ocorreu entre os dias 14 e 23 de novembro de 2017. Foram registrados mais 300
pontos de prospecção. No entanto, não foram localizados vestígios ou sítios
arqueológicos, seja em superfície ou em subsuperfície.

As pesquisas arqueológicas realizadas na área de estudo resultaram na identificação de


oito (8) sítios arqueológicos líticos (vide Mapa de Bens Arqueológicos - Anexo).

No total foram coletados 108 vestígios líticos que passaram por procedimentos de
triagem, higienização, análise e curadoria em laboratório. A metodologia utilizada para
análise dos vestígios foi a de análise tecnomorfológica, incluindo o conceito de cadeia
operatória.

As matérias primas dos vestígios se encontram amplamente disponíveis na área de


estudo, na forma de afloramentos (silexito, arenito) e seixos rolados por ação fluvial e
eólica (quartzito, quartzo e arenito).
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As formas predominantes nas amostras são as lascas de silexito, de refugo, e os núcleos


de seixos de arenito, quartzo e quartzito. Foi identificado apenas um vestígio lítico com
retoque e de um tipo de silexito diferente ao dos afloramentos locais (Figuras 4.5 e 4.6).

A matéria prima dos vestígios identificados é, com exceção de apenas um, de origem
local. Não foram identificados artefatos para usos diferentes ao de percutor/batedor,
com exceção do vestígio da Fig. 4.5. A esse respeito, não foram identificados vestígios
de outra natureza, nem fogueiras.

Não foram identificados pisos de ocupação, ou mesmo vestígios arqueológicos de


natureza diferente da lítica. Todos os sítios são a céu aberto e de superfície.

Todas as considerações acima não levam a pensar que os acampamentos estavam


localizados fora da área de estudo, e que os sítios arqueológicos identificados na
propriedade do atual empreendimento tenham funcionado no passado exclusivamente
como locais de obtenção de matéria prima bruta.

De acordo com a localização e situação observada em campo, infere-se que alguns dos
vestígios podem ter sido deslocados das áreas de deposição primária, devido a
atividades antrópicas mais recentes (construção de estradas, aceiros, preparo de talhões
para silvicultura, etc.), e outros pela ação fluvial. De qualquer forma, estes aspectos não
impedem sua interpretação como sítios líticos de obtenção de matéria prima.
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6. IDENTIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DOS IMPACTOS

6.1. Critérios de Classificação dos Impactos para Arqueologia

A identificação e definição de impactos foram embasadas no Termo de Referência para


o Licenciamento Ambiental - Meio Ambiente Sócio Econômico em seus aspectos
relacionados à Proteção dos Bens de Interesse Cultural, da Superintendência do IPHAN
em Minas Gerais (2012).

O objetivo principal dos estudos de Arqueologia Preventiva é avaliar se sítios e/ou


vestígios arqueológicos em superfície ou subsuperfície foram ou podem vir a ser
descontextualizados (retirados de seus locais originais) ou até mesmo destruídos como
consequência da implantação/operação de um empreendimento através da modificação
da estrutura física do solo.

Portanto, para a identificação, definição e avaliação dos impactos foram considerados,


além dos aspectos tecnológicos do empreendimento e a localização e situação atual dos
sítios arqueológicos identificados na área de estudo, outros critérios quanto ao status,
meio afetado, caráter, área de influência, incidência, magnitude, temporalidade,
duração, dimensão espacial e reversibilidade, conforme Quadro 6.1.

Estes critérios são similares, em grande parte, aos que são geralmente utilizados em
estudos ambientais e justifica-se por ser uma metodologia já consagrada em estudos
desse tipo. Sua aplicação para o estudo de Arqueologia Preventiva justifica-se também,
pois, dentre outros fatores, este é um subcomponente dos estudos do meio
socioeconômico e cultural, necessário ao Licenciamento Ambiental de
empreendimentos potencialmente lesivos ao meio ambiente.
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Quadro 6.1 - Critérios de Classificação e qualificação dos Impactos ao Patrimônio


Arqueológico

CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO ATRIBUTOS

Status Indica o status das atividades de Não realizado (NR), consiste em atividades
impacto e o ambiente por elas geradoras de impacto não realizadas;
afetado. Realizado (R), consiste em atividades
geradoras de impacto realizadas.

Meio afetado Indica o meio ambiente ou matriz Físico (F), Arqueológico e Patrimonial
arqueológica de incidência dos (Arq.) e Pedagógico (Pg.).
impactos

Caráter Positivo (B): Negativo (A):


quando uma ação quando uma ação
resulta na melhoria resulta em um dano
Indica os reflexos distintos sobre o
da qualidade de um à qualidade de um
meio ambiente decorrentes de uma
fator ou parâmetro fator ou parâmetro
ação.
ambiental. ambiental.
Representado com a Representado com a
cor azul cor vermelha.

Incidência Refere-se a relação entre a Direto (D): Indireto (I):


execução de uma ação e a decorrente de uma decorrentes de uma
manifestação de um efeito. simples relação reação secundária
causa e efeito em relação a uma
(impacto primário). ação.

Área de Localiza espacialmente a Indica a área de restrição dos impactos:


incidência do impacto ambiental ADA - AID - AII
Influência
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Reversibilidade Traduz a capacidade do ambiente Reversível (R): Irreversível (I): o


de retornar ou não à sua condição existe possibilidade fator ambiental
original depois de cessada a ação de reversão do afetado não retorna
impactante. quadro estabelecido às condições
com a ação originais.
impactante.

Duração Refere-se ao tempo de permanência Permanente (P): quando, uma vez


do impacto após ter se manifestado. executada a ação, os efeitos não cessam de
se manifestar num horizonte temporal
conhecido;

Temporário (T): o efeito se manifesta e


desaparece após algum tempo;

Cíclico (CI): quando o efeito se manifesta


em intervalos de tempo determinado.

Temporalidade Indica o tempo para que o impacto Curto Prazo (CP): o impacto se manifesta
comece a se manifestar, a partir da imediatamente após o evento causal;
aplicação da ação.
Médio Prazo (MP): o impacto se manifesta
alguns meses após o evento causal;

Longo prazo (LP): o impacto se manifesta


alguns anos após o evento causal.

Magnitude Reflete o grau de Alta (A): efeitos ao meio físico apresenta


comprometimento ambiental para alta relevância relativa e as alterações
cada efeito analisado esperadas são muito significativas, com
perda de pelo menos um de seus
componentes e/ou contaminação de todos
eles;

Média (M): efeitos ao meio físico de média


relevância relativa com comprometimento
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em pelo menos um de seus componentes ou


contaminação parcial dos mesmos.

Baixa (B): efeitos ao meio físico pouco


significativo, sem comprometimento de
seus componentes; baixa contaminação dos
mesmos.

Dimensão Localiza espacialmente a Pontual (P): os efeitos são mantidos na área


repercussão do efeito ambiental diretamente afetada (ADA) do
espacial
empreendimento;

Local (L): os efeitos ficam restritos a área


de influência direta (AID) do
empreendimento;

Regional (R): os efeitos abrangem a área de


influência indireta (AII) ou repercutem
além da mesma.

6.2. Classificação e Avaliação de Impactos ao Patrimônio Arqueológico


existente no empreendimento

Como o empreendimento está em atividade desde 1970, todas as intervenções


necessárias à implantação do cultivo da silvicultura já foram realizadas, tais como a
construção da sede, preparo do terreno para silvicultura, estradas e acessos, etc.

Portanto, a implantação do empreendimento teve como consequência a modificação do


meio físico, substituindo vegetação nativa de Cerrado na ADA por uma vegetação
secundária, primeiramente para pastagem e atualmente pelo cultivo de eucaliptos.

Assim, os impactos ao eventual Patrimônio Arqueológico estão relacionados a


atividades construtivas e interventivas, tais como: supressão vegetal; cortes (raspagens)
e aterramentos do terreno (terraplenagem); as escavações para as fundações; montagem
das estruturas e o aumento do tráfego de máquinas e equipamentos.
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Neste contexto, o impacto da implantação do empreendimento foi predominantemente


negativo e direto para a superfície e a primeira camada do subsolo, principalmente na
ADA, constituindo assim um impacto irreversível e permanente para o patrimônio
arqueológico existente.
Contudo, a implantação do empreendimento apresentou impacto positivo em relação à
Arqueologia Brasileira, uma vez que foram identificados sítios arqueológicos e foram
geradas informações sobre o contexto arqueológico e histórico-cultural local e regional,
bem como foram realizadas atividades de educação patrimonial.
Ressalta-se que o estudo arqueológico foi procedido após a implantação do
empreendimento agrícola que visa à exploração e o cultivo de eucaliptos. Trata-se,
portanto, de uma Renovação da Licença de Operação (REVLO) para um
empreendimento em operação desde a década de 1970. Este período é anterior à
Arqueologia na rotina do Licenciamento Ambiental, bem como à Portaria IPHAN n°
230 de 2002.
Os impactos significativos identificados e sua avaliação são apresentados na matriz
apresentada pelo Quadro 6.2 (o mesmo também se encontra anexo em formato PDF). A
descrição dos impactos é relatada de acordo com 06 (seis) impactos primários
fundamentais que estão diretamente associados à modificação do meio físico e do
contexto arqueológico (sítios ou ocorrências) existente na área.
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Quadro 6.2 - Classificação de Impactos ao Patrimônio Arqueológico no


empreendimento
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7. MEDIDAS MITIGATÓRIAS E COMPENSATÓRIAS

Diante da realidade identificada em campo e dos dados discutidos até este capítulo, foi
constatada a presença de impactos negativos ao Patrimônio Arqueológico existente na
área de propriedade do empreendimento “Fazenda Centenário”.

Os poços-teste executados na ADA não revelaram potencial arqueológico em


subsuperfície. Contudo, não pode ser descartada a possibilidade de existir eventuais
vestígios arqueológicos em subsolo na AID.

Todos os vestígios arqueológicos foram identificados em superfície, e os impactos


identificados são o deslocamento dos vestígios pelas atividades relacionadas com a
implantação do empreendimento, provocando a descontextualização dos sítios
arqueológicos.

Tendo sido possível identificar e classificar tais impactos, segue a proposta das medidas
mitigatórias (ações que visam à redução ou eliminação dos impactos negativos), e
compensatórias (objetivam a maximização dos impactos positivos).

7.1. Medidas Mitigatórias

As medidas mitigatórias objetivam reduzir ou remediar os impactos arqueológicos.


Sendo assim, diante das informações já apresentadas, segue a proposição levantada pela
Equipe Técnica.

Considerando o alto potencial arqueológico na área de estudo, sugere-se que, caso


pretenda-se a ampliação da ADA, seja previamente informado ao IPHAN para que
sejam iniciados os procedimentos arqueológicos necessários. Deste modo, patrimônio
arqueológico por ventura existente nas áreas que não foram alvo de prospecção de
subsuperfície estará resguardado de impactos negativos por parte do empreendimento.
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7.2. Medidas Compensatórias

As medidas compensatórias são propostas que procuram repor/compensar bens


sociais/ambientais perdidos em decorrência de ações diretas ou indiretas do
empreendimento.

Para este estudo e para a realidade identificada, seu conceito também será ampliado
para o de “medida potencializadora”, que procura maximizar o efeito de um impacto
positivo, decorrente direta ou indiretamente da implantação do empreendimento.

As atividades realizadas pela equipe dentro do Programa de Educação Patrimonial


(Anexo) produziram impactos positivos no público alvo.

No caso dos funcionários do empreendimento, as atividades educativas foram


satisfatórias, pois foi possível atingir o objetivo básico da Educação Patrimonial, ou
seja, compreender a importância do patrimônio cultural para sua preservação.

Algumas pessoas do quadro de funcionários do empreendimento também trabalharam


como auxiliares de campo da equipe arqueológica, sendo incentivados a todo o
momento a participar ativamente de todas as atividades prospectivas.

Da mesma forma, as atividades educativas realizadas no ambiente escolar tiveram um


resultado altamente produtivo, pois os alunos entraram em contato com o Patrimônio
Cultural através de atividades didáticas e lúdicas, tais como roda de conversas, jogos de
adivinhação/ imaginação, e atividades de desenho e pintura, despertando a curiosidade e
interesse dos alunos.

Visto o impacto positivo deste tipo de programas educacionais, sugere-se ao


empreendedor dar continuidade, por meio de profissionais capacitados, ás ações de
Educação Patrimonial, ampliando o público participante para a comunidade de Cana
Brava, como uma forma de compensação ambiental.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Senado Federal, 1998.
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Buritizeiro-MG: Implicações do Plantio Generalizado de Pinus e Eucaliptos no
Meio Ambiente Físico, Biológico e Sócio/econômico. Ano de Obtenção. 2002.
Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências - Universidade Federal
de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2002.
BAGGIO, H. Contribuições naturais e antropogênicas para a concentração e
distribuição de metais pesados em sedimento de corrente na bacia do Rio do
Formoso, município de Buritizeiro – MG. 2008. 234f. Tese (Doutorado em
Geologia). Instituto de Geociências - Universidade Federal de Minas Gerais. Belo
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BASSI, L.F. Tecnologia lítica: Análise diacrônica dos níveis mais antigos do sítio
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[s.i.], [s.n.], n.28. 1962. p. 217-226
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and archaeological site formation. American Antiquity. Washington, [s.n.], v. 35.
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BRASIL. CNA/DEPAM/IPHAN - Centro Nacional de Arqueologia. Memorando
Circular nº 14/2012/CNA/DEPAM de 11/12/2012.
BRASIL. CNSA/SGPA. Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos. Informações
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BRASIL. Lei n° 3924 de 26 e julho de 1961.
CALDARELLI, S. B. Arqueologia do vale do Paraíba Paulista. SP-170 Rodovia
Carvalho Pinto. IPARQ: São Paulo, 2002.
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DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Declaro responsabilidade técnica pelos estudos apresentados ao IPHAN no Relatório


Final de Diagnóstico e Prospecção Arqueológica na Fazenda Centenário - Companhia
de Ferroligas - Minasligas. Município de João Pinheiro, Minas Gerais.

____________________________

Sofia Magali Civitella


RNE: V593916-4
CTF IBAMA N° 6357597

Belo Horizonte, 15 de maio de 2018


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ANEXOS

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