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Subsecção II
Subscrição pública
Constituição com recurso a subscrição pública Artigo 337
1. A constituição da sociedade com recurso a subscrição pública deve ser promovida por uma ou
mais pessoas, promotores, singulares ou colectivas, que são solidariamente responsáveis por todo
o processo até ao registo da sociedade.
2. Os promotores devem subscrever e realizar, em dinheiro, acções cujos valores nominais somem,
pelo menos, dez por cento do capital, que não podem alienar ou onerar antes de aprovadas as contas
do terceiro exercício.
3. Nas sociedades constituídas com a subscrição pública só podem haver acções ordinárias de uma
mesma categoria, e o capital só pode ser realizado em dinheiro.
4. A subscrição pública poderá ser intermediada por instituição bancária que subscreverá, sem
prejuízo do disposto no no. 2, o capital social da sociedade, podendo repassar posteriormente ao
público as acções por ela subscritas.
Artigo 338
(Projecto)
Os promotores devem elaborar um projecto completo do contrato de sociedade e requerer o seu
registo provisório, devendo o referido projecto conter:
a) a proposta integral dos estatutos, com especificação concreta e precisa do objecto de
sociedade;
b) o número de acções destinadas a subscrição pública, bem como a sua natureza e valor
nominal e o prémio de emissão, se houver;
c) o prazo de subscrição e as instituições de crédito junto das quais pode ser feita;
d) o prazo dentro do qual vai reunir a assembleia geral constitutiva;
e) o montante estimado dos custos suportados pelos promotores, se estes devem ser reembolsados
pela sociedade, nos termos previstos neste Código;
f) um estudo técnico, económico e financeiro sobre as perspectivas da sociedade, organizado com
base em dados verdadeiros e completos e em previsões justificadas pelas circunstâncias conhecidas
nessa data, contendo as informações necessárias para esclarecer devidamente os eventuais
interessados na subscrição;
g) as regras que presidem ao rateio da subscrição, se este for necessário;
h) a indicação das condições em que a sociedade é constituída se a subscrição pública for
incompleta ou a de que, em tal caso, se não constitui;
i) o montante da entrada a realizar no acto da subscrição, o prazo e o modo de restituição dessa
importância, se a sociedade não se chegar a constituir;
j) a identificação completa dos promotores e dos autores do estudo técnico, económico e financeiro
previsto neste artigo, se estes forem diferentes.
1. Cada sócio responde apenas pela realização das acções que tiver subscrito.
2. Em caso de diferimento das entradas em dinheiro para data a determinar pela administração, o
sócio só entra em mora depois de haverem decorrido trinta dias sobre a notificação da resolução da
administração que fixar aquela data.
3. Pela realização das acções são solidariamente responsáveis o subscritor primitivo e todos aqueles
a quem as acções tiverem sido transmitidas.
4. Se o sócio ou os antecessores entrarem em mora, deve a administração notificá-lo novamente
para, num prazo suplementar de sessenta dias, realizar as acções subscritas em mora, acrescidas de
juros moratórios, nos termos da lei geral, sob pena de, não o fazendo, perder a favor da sociedade
essas acções e as quantias já pagas por conta da realização delas.
5. Se a sociedade tiver sido constituída com apelo a subscrição pública, em caso de mora, na data
da expedição tanto da primeira como da segunda notificação, devem ser publicados avisos
respectivos dirigidos à generalidade dos subscritores.