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RELATÓRIO
Documento assinado via Token digitalmente por ERICK VENANCIO LIMA DO NASCIMENTO, em 06/09/2018 15:52:35.
Corregedoria Nacional do Ministério Público contra Membro do Ministério Público do Estado
do Piauí em virtude da prática, em tese, de falta funcional punível com suspensão de noventa
dias (artigo 155, II1 ), já que há indícios suficientes de cometimento da infração disciplinar
por violação aos deveres de manter ilibada conduta pública (art. 82, inciso I), zelar pelo pres-
tígio da Justiça, e pela dignidade de suas funções (inciso II), desempenhar com zelo suas fun-
ções (inciso VI), declarar-se suspeito nos termos da Lei (inciso VII); além da prática de crime
contra a administração pública (art. 150, VIII ).
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putado não estaria mais respondendo pela 53ª Promotoria de Justiça de
Teresina e não teria mais atribuição para oficiar no inquérito, já que,
no dia 31 de maio de 2017, a sua portaria de designação havia sido re-
vogada e ele teria sido cientificado da revogação por correio eletrôni-
co institucional em 2 de junho de 2017. Além disso, teria causado pro-
funda estranheza que, em 21 de junho de 2017, a Corregedoria de ori-
gem havia detectado e instaurado pedido de providências para apurar
demora na atuação do imputado em inquéritos policiais, uma vez que
o mesmo deixou mais de 300 processos sendo 47 deles com réus pre-
sos e com prazo expirado sem nenhuma manifestação. Tais dados do-
cumentais evidenciariam que o imputado foi desproporcionalmente
“diligente” com o inquérito policial supramencionado, enquanto prio-
ridades inequívocas (processos com réus presos) eram deixados ao
abandono. Para agravar a situação, o desvelo com o inquérito policial
não foi à toa. O investigado naqueles autos era pessoa de sua amizade,
fato comprovado cabal e documentalmente pela página do próprio im-
putado na rede social Facebook, em que FELIZARDO BATISTA não
apenas consta como amigo do imputado como também de quatro dos
familiares do Membro. Corroborando a conduta de favorecimento à
pessoa de sua amizade, depoimentos de três servidores das Promotori-
as da Central de Inquéritos de Teresina-PI provam que o imputado de-
monstrou inusual interesse pelo inquérito referente ao investigado Fe-
lizardo Batista. Com efeito, as testemunhas Clerton Soares de Moura
Oliveira, Michel Miranda da Silva, e Lucas Araújo Alves Pereira nar-
ram com clareza que o imputado compareceu pessoalmente à sala de
triagem da Central de Inquéritos e solicitou especificamente o inquéri-
to policial em que era investigado seu amigo Felizardo Batista. O im-
putado pediu o inquérito a servidores do MPPI antes mesmo que este
viesse com carga à Instituição. Acrescente-se que a testemunha Mi-
chel ainda narrou que o imputado declarou à vista dos presentes que
Felizardo seria um “injustiçado”. O imputado ainda fez constar em sua
promoção de arquivamento a data de 31 de maio de 2017, justamente
a data em que foi editada Portaria na qual se determinava a cessação
de suas atribuições na Promotoria em que estava distribuído o inquéri-
to policial. No mesmo dia, foi designado outro Promotor de Justiça
para atuar na 53ª Promotoria de Justiça, conforme portarias anexadas
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elementos de prova contidos nos autos evidenciam a prática de infra-
ção disciplinar. Em primeiro lugar, resta devidamente provada a ami-
zade entre o imputado e Felizardo Batista. Consta dos autos que não
apenas o imputado e Felizardo Batista são amigos na rede social Face-
book como quatro familiares do primeiro também são amigos do se-
gundo (Yvelise Raulino, Patrícia Raulino, João Victor de Oliveira
Raulino e Rosangela Raulino). (...)
A alegação do imputado de que o indiciado não era amigo próximo,
mas tão somente “amigo de Facebook” não lhe favorece. Se o indicia-
do era amigo de redes sociais do imputado e até mesmo de vários fa-
miliares deste, o mínimo que se conclui é que era pessoa que, muito
longe de lhe ser estranha, gozava de um apreço e proximidade, aptos a
configurar amizade íntima ensejadora de suspeição (CPP, art. 258 c/c
art. 254, I). Com efeito, há que se ressaltar que se aplica a toda a Ad-
ministração Pública, e com muito mais razão ao Ministério Público,
fiscal da Constituição e defensor da sociedade, o conhecido brocardo
segundo o qual à mulher de César não basta ser honesta, deve também
assim parecer aos olhos de todos. A máxima acima é deveras aplicável
ao se tratar dos institutos da suspeição e do impedimento. O próprio
STJ, inclusive, examinando esta questão, já flexibilizou de modo am-
pliativo o alcance desse dispositivo, permitindo a declaração de sus-
peição do Juiz até mesmo com base no preceito genérico inscrito no
art. 145, IV, do CPC/2015, que contempla a hipótese do Juiz “interes-
sado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes” 10.
Assim, além de serem honestos, os membros do Ministério Público
devem também parecer honestos, e disso se esqueceu o imputado ao
atuar em inquérito no qual era investigado seu amigo Felizardo. Re-
corde-se, porque oportuno, que o Conselho Nacional do Ministério
Público, visando proteger o próprio Membro de constrangimentos in-
devidos, já decidiu, com lastro em arestos do STF11, ser descabida a
exigência de exposição do motivo da suspeição ao órgão correcional
para fins de controle, a fim de evitar ao Membro “optar por uma atua-
ção temerária a ter que revelar algo que lhe causasse constrangimentos
de ordem pessoal” 12. Ou seja, tudo a fim de facilitar uma discreta de-
claração de suspeição, preservando a ordem jurídica, a sociedade, a
imagem do Ministério Público e do próprio Membro. Porém, contra
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quando pediu os autos do inquérito, que considerava Felizardo um
“injustiçado”; 5) como visto acima, na promoção de arquivamento,
conquanto o imputado tenha identificado inúmeras diligências que de-
veriam ser realizadas pela autoridade policial (diligências estas que
eram plenamente realizáveis, a exemplo de oitivas de pessoas conheci-
das e localizáveis) requereu o arquivamento em relação a uma das ví-
timas tendo como fundamento a insuficiência de provas, omitindo-se
do dever de realizar ele mesmo tais diligências ou proceder na forma
do art. 16 do CPP, baixando os autos à autoridade policial; 6) o arqui-
vamento foi datado de 31 de maio de 2017, mesmo dia em que foi
emitida Portaria revogando a designação do imputado no órgão de
execução em que tramitava o inquérito e designando outro Promotor
de Justiça para atuar em seu lugar; 7) ao mesmo tempo em que era ex-
tremamente diligente com o inquérito de seu amigo Felizardo, o impu-
tado deixou mais de 300 (trezentos) de inquéritos e processos crimi-
nais sem manifestação, sendo 47 (quarenta e sete) deles com réus pre-
sos além do prazo legal.
Desse modo, configurado o crime de prevaricação (art. 319 do Código
Penal), além de ato de improbidade administrativa na modalidade vio-
lação dos princípios que regem a Administração Pública (art. 11, ca-
put, da Lei 8.429/1992), notadamente aos deveres de honestidade, im-
parcialidade, legalidade, e lealdade à Instituição. No plano disciplinar,
ocorreu, em tese, violação aos deveres funcionais de manter ilibada
conduta pública, zelar pelo prestígio da Justiça, e pela dignidade de
suas funções, desempenhar com zelo suas funções e declarar-se sus-
peito nos termos da Lei. 2. Indicar, atendendo à exposição circunstan-
ciada acima realizada, a ocorrência de infração disciplinar aos deveres
de manter ilibada conduta pública (art. 82, inciso I), zelar pelo prestí-
gio da Justiça, e pela dignidade de suas funções (inciso II), desempe-
nhar com zelo suas funções (inciso VI), declarar-se suspeito nos ter-
mos da Lei (inciso VII); além da prática de crime contra a administra-
ção pública (art. 150, VIII13), ensejadora da sanção de suspensão de
noventa dias (artigo 155, II14), todos da Lei Complementar Estadual
12/1993, Lei Orgânica do Ministério Público do Piauí. (...)”
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pela 53ª Promotoria de Justiça de Teresina-PI.
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que duas pessoas são “amigas no facebook” ou foram indicadas para ser “adicionado aos
amigos”, repetimos, é um tremendo equívoco.
2. Verdadeiros amigos se conhecem bem, sabem onde cada um
mora, frequentam-se, encontram-se, saem para restaurantes etc. O Promotor de Justiça
FRANCISCO RAULINO NETO não sabe sequer o endereço de médico FRANCISCO
FELIZARDO, por isso mesmo não poderia frequentá-lo. Não bastasse, não se encontram, não
se comunicam e nem possuem qualquer relacionamento social ou familiar.
3. nenhum depoimento ou fato trazido ao Inquérito Policial deixou
de ser analisado e confrontado com outros fatos, como os depoimentos das atendentes e as
indicações do médico indiciado por outros médicos às suas pacientes, apontadas como
vítimas.
4. a manifestação apresentada pela suposta vítima NATHÁLIA
DANIELLE MACHADO SANTOS foi efetivamente apreciada pelo Promotor de Justiça que,
analisando e confrontado todas as provas existentes nos autos, de maneira individual e
também dentro do contexto geral, não por fragmentos ou contextos, formou convicção da
necessidade de Arquivamento;
5. a mensagem encaminhada por “email” em 2 de junho de 2017,
cientificando o promotor requerido da revogação da Portaria de designação para atuar na 53ª
Promotoria, não foi lida pelo Promotor de Justiça, que à época estava responsável pelos
processos de seis Promotorias de Justiça;
6. O Diário da Justiça nº 8.221, com a revogação da Portaria nº
801/2017, pela Portaria 1.255/2017, somente foi PUBLICADO NO DIA 06/06/2017,
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fez a inclusão do Dr. RAULINO como responsável pela 53ªPJ no SIMP; que, ao incluir o Dr.
RAULINO como responsável pela 53ª PJ, o Depoente fez constar o contador de ‘notícias de
fato’ do Núcleo das Promotorias de Família e Sucessões para a 37ª PJ (da qual o Dr.
RAULINO é o titular) como sendo o contador também da 53ª PJ, o que levou o desequilíbrio
da distribuição para a 53ª PJ de Teresina (...); que tão logo a Coordenadoria de Tecnologia da
Informação do MPPI foi comunicada, pelo Ofício n 143/2017-MPJC, de 5 de junho de 2017,
firmado pela Dra. RITA DE FÁTIMA, Coordenadora do Núcleo das Promotorias Criminais
de Teresina-PI, do desequilíbrio na distribuição de feitos à 53ª PJ, o equívoco foi corrigido no
dia 9 de junho de 2017 com alteração do contador que havia sido configurado de forma
indevida; que o problema foi solucionado e a 53ª PJ passou a não receber processos
distribuídos de forma automática até equilíbrio da quantidade de processos em relação às
outras Promotorias da Central de Inquéritos, conforme ofício n. 04/2017-CTI”.
9. A Corregedoria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí,
no exercício do poder de diligência, realizou a oitiva de três auxiliares das Promotorias da
Central de Inquérito do Ministério Público. Os depoimentos dos três auxiliares das
Promotorias de Justiça da Central de Inquéritos foram, em parte, deturpadores da realidade,
omissos, contraditórios e inverídicos. Como declarações contraditórias citou, por exemplo, as
seguintes falas dos declarantes:
“CLERTON, falando sobre um processo que sequer existia, disse: “que
o Declarante procurou no Sistema de Consulta Processual
“ThemisWeb” do Tribunal de Justiça do Piauí e verificou que não havia
sido distribuído ao Ministério Público, tendo o Declarante dito ao Dr.
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Vejamos, por fim, as palavras de LUCAS sobre o mesmo assunto: “que
o servidor CLERTON tentou localizar o processo no SIMP, mas
verificou que o processo ainda não estava no Ministério Público; que,
em seguida, o servidor CLERTON procurou informação no Sistema
ThemisWeb do Tribunal de Justiça do Piauí e verificou que o processo
ainda se encontrava no Fórum Criminal; que o servidor CLERTON
imprimiu o extrato do sistema ThemisWeb e entregou para o Promotor
RAULINO.”
10. Como poderia o Promotor de Justiça ter mencionado que o
médico FRANCISCO FELIZARDO estava sendo injustiçado se não havia processo
instaurado contra ele, em relação a uma suposta prática delitiva?
11. Em relação ao número de laudas afirma: “Até por uma questão
lógica, não se pode comparar um inquérito policial envolvendo apenas uma pessoa apontada
como indiciada e outra como vítima com um inquérito policial que contém dois supostos
indiciados e nove supostas vítimas. As peças que pugnam pelo arquivamento de um e de outro
inquérito jamais poderiam ter a mesma extensão, até porque no caso do inquérito policial
envolvendo o médico FRANCISCO FELIZARDO todas as provas apresentadas foram
exaustivamente analisadas”;
12. Promoveu o arquivamento por duas razões: “(1ª) o inquérito foi
mal instruído e não compete ao Promotor de Justiça ensinar a uma Delegada de Polícia (que
inclusive estava de licença para tratamento de saúde quando assinou o relatório do inquérito
policial) como trabalhar corretamente (doc. 15); (2ª) a Delegada de Polícia requereu prazo
para a realização de novas diligências, juntou as provas que julgava necessárias e encerrou o
inquérito policial, com a elaboração do relatório. Pronto.
13. Nunca houve, por parte do Promotor de Justiça FRANCISCO
RAULINO NETO, a exteriorização de qualquer juízo de valor em relação a processo onde
atue, nem antes nem após a promoção de arquivamento;
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Raulino Neto, titular da 37ª Promotoria de Justiça de Teresina/PI.
É relatório.
VOTO
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Verifica-se dos autos que a Corregedoria-Geral de origem encaminhou
o ofício da lavra do Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado do Piauí para a adoção das
medidas legais cabíveis por este CNMP, quanto à eventual prática de violação de dever
funcional por parte do promotor de justiça Francisco Raulino Neto, sob o argumento de evitar
qualquer alegação de parcialidade, tendo em vista que o Corregedor-Geral e dois de seus
assessores (promotores de justiça Rodrigo Roppi de Oliveira e João Malato Neto) encontram-
se respondendo a uma demanda no âmbito deste CNMP (Reclamação Disciplinar n.
1.00268/2017-42), onde figura como recorrente o Dr. Francisco Raulino Neto, o qual aduz ser
vítima de perseguição pela Corregedoria-Geral do Estado do Piauí.
1255/2017 para o e-mail institucional do promotor de justiça Francisco Raulino Neto, dando-
lhe conhecimento, no entanto, não há confirmação de recebimento.
4. A Portaria PGJ/PI n. 1255/2017 foi publicada em 6 de junho de
2017.
5. O Pedido de Providências n. 50/2017, que foi instaurado em
virtude de acúmulo de procedimentos judiciais na 53ª Promotoria de Justiça de Teresina em
razão de distribuição desigual dos feitos oriundos da Vara da Central de Inquéritos da Capital,
foi arquivado, tendo-se entendido pela inexistência de indício de descumprimento dos deveres
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estatuídos no art. 82 da Lei Complementar Estadual n. 12/93 por parte do promotor de justiça
Francisco Raulino Neto.
6. No parecer do promotor de justiça Francisco Raulino Neto que
trata do processo n. 0004775-58.2017.8.18.0140 (violência sexual mediante fraude) consta:
data de entrega ao MP: 30.05.2017 e data da promoção de arquivamento: 31.05.2017.
7. O Corregedor-Nacional solicitou várias informações à
Corregedoria-Geral do Piauí, entre elas a indicação da quantidade de feitos em que o membro
reclamado se manifestou no período em que esteve designado para responder pela 53ª
Promotoria de Justiça, bem como a quantidade de feitos em que se manifestou na mesma
promotoria, após o término do período de sua designação.
8. O Corregedor-Geral informou: a. que no período em que
respondeu pela 53ª PJ de Teresina, ou seja, de 20 de abril a 02 de junho de 2017, o Reclamado
despachou 130 (cento de trinta) feitos da 53ª Promotoria de Justiça de Teresina, sendo 07
(sete) arquivamentos, 117 (cento e dezessete) manifestações e 06 (seis) ciências (relatório de
produtividade do SIMP); b. o promotor de justiça requerido despachou, após o término do
período de sua designação, 05 (cinco) feitos, os quais 04 (quatro) foram entregues em
05.06.2017, entres estes o Processo n. 0004775-58.2017.8.18.0140 relativo ao inquérito
policial acerca de violação sexual mediante fraude, e 01 (um) foi entregue no dia 13.06.2017.
9. O promotor de justiça que assumiu a 53ª Promotoria de Justiça
de Teresina, após o requerido, informou que havia entrado em exercício em 02 de junho de
2017, tendo tomado conhecimento da existência de 521 (quinhentos e vinte e um) processos,
distribuídos à 53ª Promotoria de Justiça. Informou ainda que em 05 de junho foi devolvido
parte do acervo, constando nele vários processos de réus presos sem qualquer manifestação.
10. A Corregedoria-Geral de origem realizou oitiva de três
auxiliares das Promotorias da Central de Inquéritos do Ministério Público do Estado do Piauí,
que afirmaram que em data não precisada do mês de maio de 2017, o Promotor de Justiça
Francisco Raulino Neto, que respondia pela 53ª Promotoria de Justiça do Estado do Piauí,
compareceu à sala de triagem da central de inquéritos do Ministério Público e buscava
informações referentes ao procedimento policial onde figurava como investigado Francisco
Felizardo e que um deles, chamado Michel Miranda da Silva, declarou que: (...) além da
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informação do procedimento policial mencionado, não lembra com clareza o que mais o Dr.
Raulino conversou ou disse ali, mas pode afirmar que, durante a conversa acerca do
procedimento em questão, o Dr. Raulino chegou a falar a palavra ‘INJUSTIÇADO’; que o
Declarante estava dividindo sua atenção com as atividades de triagem que desenvolvia no
local, por isso não sabe precisar se a palavra dita pelo Dr. RAULINO, ou seja, a palavra
‘INJUSTIÇADO’ se referia à pessoa do Sr. FRANCISCO FELIZARDO (...)”; já o declarante
chamado Lucas Araújo Alves Pereira afirmou: “(...) que, durante o tempo em que o servidor
CLERTON estava procurando no computador o paradeiro do processo do médico, o Dr.
RAULINO, ainda na sala de triagem, disse as seguintes palavras: ‘ESTE RAPAZ ESTÁ
SENDO INJUSTIÇADO’!”.
verificou-se que a quantidade correta seria 387 (trezentos e oitenta de sete) processos.
4. O mesmo SIMP, computou a saída de 123 (cento e vinte e três)
processos da 53ª Promotoria de Justiça de Teresina.
5. Inexiste no SIMP ferramenta capaz de emitir relatório acerca da
quantidade de processos recebidos com prioridade ou a quantidade de feitos com prioridade
que foram despachados no intervalo acima referido.
6. No final do intervalo de 20 de abril de 2017 a 02 de junho de
2017 restaram 264 (duzentos e sessenta e quatro) processos.
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7. Inexiste possibilidade de mensurar, dentre os 264 (duzentos e
sessenta e quatro), a quantidade de processos com réus presos.
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arquivado pela inexistência de indício de descumprimento dos deveres estatuídos no art. 82 da
Lei Complementar Estadual n. 12/93 por parte do promotor de justiça Francisco Raulino
Neto, excluídos os 300 (trezentos) processos, que foram distribuídos equivocadamente,
verifica-se que restaram 264 (duzentos e sessenta e quatro) processos, em relação aos quais
não consegui obter informação acerca de eventuais processos urgentes, por exemplo, de réus
presos, de todo modo, considerando que o processo n. 0004775-58.2017.8.18.0140 (violência
sexual mediante fraude) foi recebido em 30.05.2017, apenas 2 dias antes de encerrada a
designação do promotor de justiça para responder pela 53ª Promotoria, provável que havia
processos mais antigos que o especificado, os quais ficaram sem manifestação.
2. Não é possível afirmar, portanto, se os 47 processos de réus
presos estavam entre os 300 (trezentos) que foram distribuídos equivocadamente ou entre os
264 (duzentos e sessenta e quatro), efetivamente de responsabilidade do promotor requerido.
publicada em 06.06.2017.
4. Por meio do Ofício n. 01/2017-53PJ, o promotor de justiça
Jorge Luiz da Costa Pessoa informou ao Corregedor-Geral que entrou em exercício na 53ª
Promotoria de Justiça de Teresina em 02 de junho de 2017.
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Secretaria da Central de Inquéritos, parte dos procedimentos que estavam em poder da 53ª
Promotoria de Justiça, sob a responsabilidade do Dr. Francisco Raulino Neto; b. a partir de
hoje 05.06.2017 o nome do Promotor de Justiça Jorge Luiz da Costa Pessoa passou a ser
inserido no SIMP, como responsável pela 53ª Promotoria de Justiça de Teresina.
por ele próprio em seu parecer, sendo que existiam 264 (duzentos e sessenta e quatro) outros
processos sem manifestação naquela promotoria.
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de processo específico que ainda não havia sequer chegado à promotoria, como ocorreu no
presente caso.
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Público do Piauí.
Conclui o Corregedor-Nacional:
“A instauração de Processo Administrativo Disciplinar, ad referendum do
Plenário, em face do Promotor de Justiça do Ministério Público do
Estado do Piauí, FRANCISCO RAULINO NETO, em virtude da prática,
em tese, de falta funcional punível com suspensão de noventa dias (artigo
155, II), já que há indícios suficientes de cometimento da infração
disciplinar por violação aos deveres de manter ilibada conduta pública
(art. 82, inciso I), zelar pelo prestígio da Justiça, e pela dignidade de suas
funções (inciso II), desempenhar com zelo suas funções (inciso VI),
declarar-se suspeito nos termos da Lei (inciso VII); além da prática de
crime contra a administração pública (art. 150, VIII).
A remessa de cópias em formato digital via Sistema ELO ao Procurador-
Geral de Justiça do Piauí para: 1) adoção de eventuais providências de
natureza criminal em relação ao crime de prevaricação (CP, art. 319); 2)
que este remeta cópias ao órgão de execução com atribuições em relação
ao ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992, art. 11); 3) para
que adote as providências necessárias, caso assim entender, para a
declaração de nulidade do parecer de arquivamento exarado pelo
reclamado nos autos do inquérito policial de nº 0004775-
58.2017.8.18.0140, bem como da decisão judicial que o acolheu.”
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necessidade de diligências plenamente exequíveis, entendo pela necessidade de instauração
do PAD.
É como voto.
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ERICK VENÂNCIO LIMA DO NASCIMENTO
Conselheiro Relator