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O NASCIMENTO DA EXPRESSÃO EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA

TRAJETÓRIA HISTÓRICA

Ana Maria Pereira


Carlos Vinícius de Jesus Borelli

Resumo.
Os estudos referentes a aspectos históricos são relevantes porque nos
apresenta o que foi construído no passado, o que está sendo realizado no
presente e o que se quer fazer em relação ao futuro de uma dada área
conhecimento. No âmbito dos cursos de formação inicial em Educação Física
observa uma certa desvalorição dos aspectos históricos, sendo que estes são
ensinados de forma rápida, superficial e apressada. Este trabalho de Iniciação
Científica tem como objetivo realizar um estudo de perspectiva histórica que
envolve identificar a origem temporal do surgimento da expressão Educação
Física, bem como, o seu percurso histórico e filosófico. E também, analisar a
composição da terminologia educação física, bem como a sua finalidade e
objetivo. O estudo tem como característica a pesquisa bibliográfica de cunho
qualitativo que abrangerá a revisão de bibliografia já tornada pública em
relação ao tema de estudo.

Palavras-chave: Origem. Termo. Educação Física.

1- Introdução/problematização
Acredita-se que os estudos históricos podem contribuir de modo efetivo com
a Educação Física brasileira, pois eles auxiliam as análise e as interpretações
de seus processos e evolução ao longo dos tempos.
Os estudos sobre o contexto histórico balizam o que foi construído no
passado, o que está sendo realizado no presente e o que se quer fazer em
relação ao futuro da área. Em outras palavras, analisa a Educação Física na
perpectiva do que ela foi, do que tem sido e do que pretende ser.
Observa-se no âmbito dos cursos de Formação Inicial em Educação
Física uma certa desvalorição dos aspectos históricos (Melo, 1987). Os
debates são apressados e geralmente apresentam uma concepção de História
linear e apenas como um conjunto de fatos que trazem verdades acabadas,
objetivas e completas. Mas, não pode a história ser reinterpretada e reescrita?
Ao fazermos um levantamento inicial para a contrução desse presente
projeto de pequisa deparamos com grande escassez de estudos e trabalhos
históricos no âmbito da Educação Física.
Nota-se em livros, monografias, artigos e sites na internet que tratam da
História Educação Física o uso da terminologia Educação Física ligada ao
períodos da Pré-História, Antiguidade, Idade Média e Renascimento. Então
Pergunta-se: nestes períodos existia o uso do termo/expressão Educação
Física? O termo Educação Física não é fruto da Modernidade sob o paradigma
dualista cartesiano? Não é equivocado utilizar esta terminologia em contextos
históricos anteriar á Modernidade?
Segundo o nosso entendimento não podemos usar o termo ou a
expressão Educação Física para a motricidade humana do homem da Pré-
História. Esta motricidade original que regulava a sobrevivência traduzida em
atividades naturais, utilitárias, guerreiras, lúdicas e religiosas não pode ser
chamada de educação do físico, porque não tinha nenhuma intenção de
relização de atividades tendo em vista a preparação das habilidades e
capacidades motoras. Até mesmo os Gregos que defendiam a exercitação do
corpo não mencionam o termo educação física. Platão (427/347 - século V e VI
a. C.), no livro II, da obra A República, no qual se verifica que o plano de
educação para os guerreiros e a disciplina para a juventude consiste em: Ora,
para o corpo temos a ginástica e para a alma a música. (PLATÃO, 1977). E se
nos atermos aos acontecimentos dos fatos não encontramos o termos nem na
Idade Média e nem no Renascimento.
Então, este trabalho de iniciação científica tem o propósito de esclarecer:
Quando surgiu o termo Educação Física? Quem utilizou esta expressão pela
primeira vez? Sob qual objetivo e finalidade o termo foi cunhado? Qual a
trajetória histórica e filosófica da expressão Educação Física? Quais foram os
pensadores que defenderam a exercitação corporal nos âmbito educacional e
qual foi a expressão po eles utilizada? A expressão Educação Física é
adequada aos tempos contemporâneos? Ela corresponde verdadeiramento o
que significa a profissão docente?
A partir destas questões pretende-se realizar uma revisão da história da
Educação Física e localizar a origem do termo.
Este trabalho de inciação científica tem por objetivos identificar o
nascimento da expressão Educação Física, bem como o seu percurso histórico
e filosófico.
E ainda, verificar quem utilizou a expressão pela primeira vez. E ainda,
quais os pensadores que defenderam os exercícios físicos no âmbito
educacional, referindo-o pela nomenclatura Educação Física. E analisar a
composição da terminologia educação física, bem como a sua finalidade e
objetivo.

2- O percurso Metodologico
Este estudo tem como característica a pesquisa bibliográfica de cunho
qualitativo que, segundo Marconi e Lakatos (2003), abrange uma revisão de
bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. Neste caso, o
estudo bibliográfico terá como finalidade a aproximação direta com o que foi
produzido sobre a história da Educação Física, do nascimento da sua
expressão, bem como dos pensadores que a defenderam.
A presente pesquisa bibliográfica não se limitará à mera repetição do
que já foi publicado sobre o assunto. Neste sentido, a intenção é examinar a
temática sob a égide reflexiva.
De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa bibliográfica
compreende oito fases distintas, sendo elas: a escolha do tema; a elaboração
do plano de trabalho; a identificação; a localização; a compilação; o fichamento;
a análise e interpretação; e por fim, a redação.
O problema deste estudo nasceu em decorrência das discussões
realizadas por discentes e docentes, membros do Grupo de Estudos em
Motricidade e Corporeidade ligado ao Projeto da pesquisa intitulado, a
produção do conhecimento em motricidade humana no Brasil
Pretende-se realizar a análise e interpretação sob a égide do estudo
hermenêutico do material bibliográfico levantado.

3- A origem da expressão educação do físico


A expressão educação física tem sua origem no século XVII. No âmbito
da educação foi, o célebre filósofo, John Locke que anunciou a enorme cisão
que nos atinge até os tempos de hoje, explícita na divisão entre a educação
intelectual e a educação do físico. De fato, foi ele o primeiro a indicar, na
História da Filosofia, a expressão: Educação do Físico. Isso pode ser
confirmado nos primeiros trinta artigos, de sua obra Alguns Pensamentos
Sobre Educação.
Podemos afirmar que John Lock, em 1693, no âmbito da filosofia,
provocou uma ruptura, o primeiro corte em relação à Ginástica. Eis aqui o
marco inicial da passagem da Ginástica para a Educação Física. É claro que
nessa época a expressão Educação Física ainda não era conhecida, e nem
tampouco utilizada, tanto que no século XVIII e início do XIX ocorreram as
sistematizações das escolas sob a expressão Ginástica, e não Educação
Física.
Vamos aqui ressaltar que, setenta anos mais tarde, especificamente em
1762, Jacques Ballexserd, médico suíço, publicava a sua obra Dissertation Sur
l’ Éducation Physique Des Enfants, e acrescentar que em 1813, também
encontramos mais dois trabalhos, no âmbito da Medicina, que se referem
directamente à terminologia Educação Física: Laplace Chanvre, publicou a
Dissertation Sur Quelques Points de l’ Éducation Physique Et Morale Des
Enfants, e ainda, Prévost Leygonie, com Essai Sur l ’ Éducation Physique Des
Enfants (FOUCAULT, 1979)
A expressão Educação Física apareceu, novamente nos domínios da
pedagogia, no início do século XIX, especificamente, em Fevereiro de 1819,
com o filósofo Juan Enrique Pestalozzi, em suas Cartas Sobre a Educação dos
Meninos. Pestalozzi, nas cartas de número 22 e 23, usou a expressão
Educação Física, mas ao longo do texto empregou também, algumas vezes, a
terminologia Ginástica, o que caracterizou o início de um período que
consolidava a passagem da Ginástica para a Educação Física (PESTALOZZI,
1986).
Outra personalidade que também influenciou o âmbito pedagógico e,
consequentemente, a organização dos métodos Ginásticos do qual deriva a
Educação Física, foi Rousseau (LANGLADE & LANGLADE, 1970), que em
1762 publicou Emílio, sua obra de maior relevância e destaque pelo conteúdo
pedagógico, no qual explicita orientações de como proceder na educação de
uma criança, sendo que a exercitação motora era considerada.
Rousseau estabeleceu princípios de uma educação progressiva, pelo
caminho da descoberta, tendo por objetivo a formação do homem livre, sendo
que em seus ensinamentos preconizava o retorno à natureza, considerando os
órgãos dos sentidos para obter uma verdadeira e eficaz formação e, também,
identificamos um equilíbrio entre corpo e alma para a aquisição de um perfeito
desempenho intelectual. No livro II do Emílio ele diz:
Para aprender a pensar, é, pois, necessário exercitar os nossos
membros, os nossos sentidos, os nossos órgãos, que são
instrumentos da nossa inteligência; e, para tirar o maior partido
possível desses instrumentos, é necessário que o corpo que os
fornece seja robusto e são. Assim, a verdadeira razão do homem não
se forma independente do corpo: é a boa constituição do corpo que
facilita e torna seguras as operações do espírito. (ROUSSEAU, 1990,
p. 124)

Ficou explícito, no pensamento de Rousseau, a necessidade de se ter


um corpo robusto e são, porque o corpo auxiliava a razão na aquisição do
conhecimento que levaria à boa educação.

4- Conclusões provisórias
O presente estudo está em andamento, por isso, ainda não temos as
conclusões. Entretanto, apresentamos o cronograma de desenvolvimento dos
trabalhos a serem realizados abrangendo o período de 01/08/2012 a
31/07/2013.
- Realizar o levantamento do material bibliográfico referente à temática do
projeto;

- Elaborar e submeter trabalhos científicos decorrentes do estudo, sob a forma


de temas-livres, para eventos científicos diversos;

- Redigir o relatório semestral do projeto.

Segundo semestre:

- Redigir o trabalho cumprindo os objetivos definidos;

- Participar do encontro de iniciação científica para bolsista IC/UEL;

- Elaborar e submeter trabalhos científicos decorrentes do estudo, sob a forma


de temas-livres, para eventos científicos diversos;
- Redigir o relatório final.

5- Referências Bibliográficas
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 12. ed. Rio de Janeiro: Edições
Graal, 1979. p. 200.

LANGLADE, Alberto & LANGLADE, Nelly Rey. Teoria general de la gimnasia.


Buenos Aires: Editorial Stadium, 1970.

LOCKE, John. Some thoughts concerning education. New York: Edited by


Yolton and Yolton, 1990.

MELO, Victor Andrade de. História da História da Educação Física no Brasil.


Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Santa Maria, v. 16, n.2, p.134-138,
jan./1995.

MELO, Victor Andrade de. Porque devemos estudar história da


educaçãofísica/esportes nos cursos de graduação? Volume 3, Número 1,
Junho/1997.

PLATÃO. A República: diálogos I. 3. ed. Mira-Sintra: Publicações Europa-


América, 1987. p. 177.

PESTALOZZI, Juan Enrique. Cómo Gertrudis enseña a sus hijos – Cartas


sobre la educación de los niños – Libros de educación elemental (prólogos). 3.
ed. México: Editorial Porrúa, 1986. p. 182-185 passim.

RICOEUR, P. Teoria da interpretação. Lisboa: Edições 70, 1987.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio. Mira-Sintra: Publicações Europa-América,


1990. v. 1. p. 124.

Universidade Estadual de Londrina

Carlos Vinícius de Jesus Borelli


Rua: Rubens Ávila, 150. Bloco D. Apto 34. Condomínio Cidade Universitária,
Bairro: Alto Colina. Londrina, PR. CEP 86.055-690 –
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Ana Maria Pereira


Rua: Ernani Lacerda de Athayde, 188. Apto 13. Residencial Costa Esmeralda
BII. Bairro Gleba Palhano. Londrina, PR. CEP 86055-630 – apereira@uel.br

Linha: Fundamentos históricos, filosóficos, e culturais da educação na


Educação Física.

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